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EXPANSÃO DA CRIMINALIDADE ME. Alana Tiosso • Unidade de Ensino: 02 • Resumo: Criminalidade organizada e prevenção criminal • Palavras-chave: Crime Organizado. Crime de Colarinho branco e azul. Prevenção Criminal. • Título da Teleaula: Criminalidade e Prevenção Criminal • Teleaula nº: 02 Contextualização • A criminalidade organizada pressupõe uma potencialidade destruidora e lesiva extremamente grande, pior ainda para a sociedade do que as infrações individuais, daí a justa preocupação dos Estados com a repressão ao tráfico de drogas e pessoas, ao terrorismo, ao contrabando Crime Organizado Crime organizado Associação criminosa é composta por três ou mais pessoas, com o fim específico de cometer crimes. A organização criminosa precisa ter quatro ou mais pessoas, além das especificidades: ordenamento estrutural, divisão de tarefas, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de crimes graves, com penas máximas superiores a quatro anos ou de caráter transnacional. • Lei 12.850/2013 Criminalidade Organizada Do Tipo Mafiosa • Criminalidade organizada do tipo mafiosa: a atividade delituosa se baseia no uso da violência e da intimidação, com estrutura hierarquizada, distribuição de tarefas e planejamento de lucros, contando com clientela e impondo a lei do silêncio. • Seus integrantes vão desde agentes do Estado até os executores dos delitos; as vítimas são difusas, e o controle social encontra sério óbice na corrupção governamental. • Ex: Comando Vermelho, Primeiro Comando da Capital A Criminalidade Organizada Do Tipo Empresarial • Criminalidade organizada do tipo empresarial: tem estrutura empresarial que visa apenas o lucro econômico de seus sócios. Uma empresa voltada para a atividade delitiva. Busca o anonimato e não lança mão da intimidação ou violência. • As vítimas são difusas, mas, quando individualizadas, muitas vezes nem sequer sabem que sofreram os efeitos de um crime. • Ex: associações de empreiteiros ou empresários que se reuniram para saquear os cofres públicos, por meio de corrupção ativa, fraude em licitações, sonegação fiscal. • Criminosos: empresários, comerciantes, políticos, hackers. Colaboração Premiada e Ação Controlada • O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processual e meio de obtenção de prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos • Trata-se de um acordo em que o acusado presta informações relevantes sobre o crime em troca da diminuição ou perdão da pena. • Ação controlada: Trata-se de uma técnica de investigação para retardar a intervenção policial, a fim de que a prisão seja realizada somente no momento mais oportuno. • Art. 3-A e 3-B introduzido pela Lei 13.964/19 Infiltração por policiais • Técnica em que um agente é introduzido em uma organização criminosa, agindo como um dos seus próprios integrantes. • Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de organização criminosa e se a prova não puder ser produzida por outros meios disponíveis. • A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade. • Art. 10 da Lei 12.850/2013 Crime de Colarinho Branco e Crime de Colarinho Azul Crime do Colarinho Branco • São os crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, os crimes falimentares, os crimes ambientais e contra a ordem previdenciária. • Autores: pessoas ou grupos de pessoas de prestígio social e político, com fácil trânsito em áreas governamentais. • Propinas, o tráfico de influência e favorecimento são atividades correlacionadas aos ilícitos, que contam com o apoio de agentes públicos ímprobos e desonestos. • Status respeitável do autor e a interação da atividade criminosa com sua profissão. Crime de Colarinho Azul • Operários braçais que trabalham no chão da fábrica, bem como motoristas de ônibus e pessoas de baixa renda, usam uniformes azuis com colarinhos da mesma cor, o que se convencionou chamar de blue- collar. • Crimes cometidos por pessoas de baixa renda Cifras Negras e Cifras Douradas • Edwin Sutherland – 1949 estudava os crimes dos altos executivos • Cifras negras ou ocultas: estão os crimes de colarinho-branco que não são descobertos e ficam fora das estatísticas sociais. Os autores gozam do “cinturão da impunidade”, os delitos ficam encobertos. • Cifras douradas ou de ouro: crimes de colarinho- branco oficialmente conhecidos e punidos, mas são uma minoria perto dos que acontecem e não são descobertos. • No Brasil os termos abrangem os crimes não conhecidos e os não punidos (criminalidade real) e os conhecidos e punidos (criminalidade registrada). Prognóstico Criminológico • Prognóstico criminológico é a probabilidade de o criminoso reincidir, em razão de dados estatísticos coletados. • Prognóstico clínico: é feito um detalhamento do criminoso, por meio da interdisciplinaridade: médicos, psicólogos, assistentes sociais etc. • Prognóstico estatístico: há tabelas de predição que não levam em conta certos fatores internos e só servem para orientar o estudo de um tipo específico de crime e de seus autores (condenados). • Métodos para analisar a reincidência do criminoso Fatores Sociais da Criminalidade Fatores Sociais da Criminalidade • Estatísticas criminais demonstram existir uma relação de proximidade entre a pobreza e a criminalidade. • Crimes contra o patrimônio: pessoas semialfabetizadas e pobres. • As causas da pobreza: má distribuição de renda, desordem social, latifúndios improdutivos funcionam como fermento dos sentimentos de exclusão, revolta social e consequente criminalidade. Fatores Sociais da Criminalidade • Ação dos meios de comunicação em massa: a TV. • Banalização do sexo e da violência, estereótipos de comportamentos, sensacionalismo de programas policiais, a mídia digital (internet) com o fácil acesso a prostituição, o tráfico, o contrabando. • Condições desfavoráveis de habitação ou moradia: favorecem a prostituição, o tráfico de drogas, os crimes contra o patrimônio e contra a vida. • O crescimento populacional desordenado ou não planejado • O indivíduo vira refém da conexão digital, retira-se a sua capacidade de pensar. Fatores Sociais da Criminalidade Imigração: nas atividades irregulares os imigrantes são vítimas ao se submeterem a trabalhos análogos à escravidão ou ao subemprego, recebem valores insuficientes para se sustentarem. Nas atividades criminosas são usados como para otimizar o crime, em razão de alguma peculiaridade própria de se viver em um Estado estrangeiro. Mulheres: utiliza-se da mulher (cultura de submissão) para realizarem trabalhos com menos suspeitas ou para favorecimento pessoal de maridos e irmãos. São usadas como “mulas” para o transporte de substâncias entorpecentes Prevenção Criminal Prevenção Criminal • A prevenção delitiva é o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do delito. • As medidas indiretas visam as causas do crime, sem atingi-lo de imediato. O crime só seria alcançado porque, cessada a causa, cessam os efeitos. • Trata-se de ação que busca as causas possíveis da criminalidade, próximas ou remotas, genéricas ou específicas. • Devem focar no indivíduo e o meio em que ele vive. Prevenção Criminal • Indivíduo: as ações devem observar seu aspecto personalíssimo, contornar seu caráter e seu temperamento, para moldar e motivar sua conduta. • O meio social deve ser analisado sob seu estilo de ser, as medidas sociais, políticas, econômicas etc. pode proporcionar uma sensível melhoria de vida ao ser humano. • A urbanização das cidades, a desfavelização, o fomento de empregos e reciclagem profissional, a educação pública, gratuita e acessível a todos etc. podem claramente imbuir o indivíduo de boas ações e oportunidades. Medidas Indiretas • Na profilaxia indireta, assume papel relevante a medicina, por meio dos exames pré-natal, do planejamento familiar, da cura de certas doenças,do uso de células-tronco embrionárias para a correção de defeitos congênitos e a cura de doenças graves, da recuperação de alcoólatras e dependentes químicos, da boa alimentação, etc., o que pode facilitar, por evidente, a obtenção de um sistema preventivo eficaz. Medidas Diretas As medidas diretas de prevenção criminal direcionam-se para a infração penal in itinere ou em formação. Medidas de ordem jurídica: efetiva punição de crimes graves; repressão às infrações penais; adoção de medidas de cunho administrativo; atuação da polícia ostensiva em seu papel de prevenção; aparelhar e treinar as polícias judiciárias para a repressão; repressão jurídico-processual; elevação de valores morais, ética, reconstrução do civismo. Prevenção Criminal • No Estado Democrático de Direito a prevenção criminal é integrante da “agenda federativa”, passa por todos os setores do Poder Público. • A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem agir conjuntamente, visando a redução criminal (art. 144, caput, da CF). • A alteração dos espaços físicos e urbanos com novos desenhos arquitetônicos, aumento de iluminação pública etc, e atitudes visam impedir a reincidência (reinserção social, fomento de oportunidades laborais). Prevenção Primária, Secundária E Terciária Primária • Ataca as raízes da criminalidade • Necessidade do Estado implantar os direitos sociais: educação, emprego, moradia, segurança Secundária • Destina-se a setores da comunidade: ação policial, assistência social Terciária • destina-se ao preso (reeducação) Prevenção do Direito Penal Prevenção CP Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. A prevenção geral é o efeito da aplicação da pena na sociedade, ou seja, qual eficácia isso terá perante os cidadãos. Prevenção Geral Positiva e Negativa A prevenção geral positiva ocorre quando os cidadãos sentem o efeito da aplicação da pena e integram-se. Ex: quando alguém é preso por um homicídio de pais contra filhos. Diante da prisão e aplicação da pena, a sociedade acredita que as leis penais funcionam. A prevenção geral negativa tem o viés social de exemplificação. Ao aplicar-se a pena a alguém, a sociedade sente esse fato como um exemplo do que ocorre quando se comete certo tipo de crime. Prevenção Especial A prevenção especial positiva enfoca o lado útil da aplicação da pena, na ressocialização do condenado. Quem cumpre a pena deve ter os benefícios da execução penal, como a progressão de regime, a remição da pena pelo trabalho, saídas temporárias, etc. A prevenção especial negativa: função neutralizadora com enfoque no condenado, almeja-se que ele não volte a delinquir. A aplicação de pena e o cárcere impedirão que se pratiquem novos delitos. A prevenção especial analisa os efeitos da pena na pessoa do acusado. VAMOS RESOLVER UMA SITUAÇÃO PROBLEMA? Situação Problema • A instalação, na cidade de São Paulo, de câmeras de videomonitoramento que possuem a funcionalidade de leitura de placas de veículos e cruzamento com banco de dados criminais, com o objetivo de identificar veículos utilizados ou que foram objeto da prática de crimes pode ser definida, no âmbito do conceito de Estado Democrático de Direito e dos modernos conceitos de prevenção criminal do crime, como uma medida prioritariamente de prevenção PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA OU TERCIÁRIA? Secundária. Ligando-se à ação policial, programas de apoio, controle das comunicações.
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