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PARASITAS HEMATOLÓGICOS Leishmaniose Visceral: Agente etiológico: Leishmania donovani / L. infantum / L. chagasi Ciclo biológico: A infecção não fica somente restrita a derme, ela se dissemina. Ocorre a inoculação de promastigotas por Lutzomya longipalpis fêmeas A transmissão da leishmaniose se dá principalmente por via vetorial. O ciclo é heteroxeno, apresentando um hospedeiro invertebrado e vertebrado. Os hospedeiros vertebrados são infectados quando formas promastigotas metacíclicas são inoculadas pelas fêmeas dos insetos vetores, durante o repasto sanguíneo. Estes insetos possuem o aparelho bucal muito curto e adaptado para dilacerar o tecido do hospedeiro, formando condições para obter o sangue durante a alimentação. Sabe-se que fatores presentes na saliva de flebotomíneos têm ação quimiotática para monócitos e imunorregulador, com capacidade de interagir com os macrófagos, aumentando sua proliferação e impedindo a ação efetora destas células na destruição dos parasitos. As formas promastigotas metacíclicas são resistentes a lise pelo complemento. Um dos mecanismos desta resistência é devido, em parte, a modificações estruturais no LPG (impede a ligação dos componentes C3 e C3b do sistema complemento ao parasita). A gp63 ainda causa a clivagem das frações C3b e C3bi+. Durante o processo de endocitose do parasito, por causas fisiológicas, a célula hospedeira aumenta intensamente a sua atividade respiratória. Os produtos liberados deste processo, com a formação de óxido nítrico, dos radicais livres óxidos, hidroxilas, hidróxidos e superóxidos, são conhecidos por serem altamente lesivos para as membranas celulares. Os parasitos necessitam da utilização de mecanismos de escape a este ataque como a LPG e a gp63. Além disto, a saliva do inseto, presente neste ambiente, exerce ação inibidora da estimulação dos macrófagos (inibindo a produção de oxido nítrico). A internalização de Leishmania se faz através da endocitose mediada por receptores na superfície do macrófago. Após a internalização, o promastigota metacíclico é encontrado dentro do vacúolo parasitóforo. A promastigota transforma-se em amastigota, capaz de desenvolver e multiplicar no meio ácido encontrado no vacúolo digestivo. Nestas condições, a gp63, protease, atua degradando as enzimas lisossomais. Mantendo o controle das condições ambientais internas do vacúolo, a amastigota inicia o processo de sucessivas multiplicações. Na ausência do controle parasitário pela célula hospedeira, esta se rompe e as amastigotas liberadas serão, por mecanismo semelhante, internalizadas por outros macrófagos. A infecção para o hospedeiro invertebrado ocorre quando da ingestão, no momento do repasto sanguíneo em indivíduo ou animal infectado, das formas amastigotas que acompanham o sangue e/ou a linfa intersticial. A colonização de Leishmania, para algumas espécies do vetor, é restrita a porção média e anterior do intestino. As espécies do subgênero Viannia se multiplicam na região do estômago e do intestino do vetor; as espécies do subgênero Leishmania se multiplicam apenas no estômago. Em todas as espécies, os parasitos migram para as porções anteriores do aparelho digestivo do inseto comprometendo a válvula estomodeu, seguida da invasão da faringe, cibário e probócide. Diagnóstico: A rotina do diagnóstico da leishmaniose visceral baseia-se nos sinais e sintomas clínicos, em parâmetros epidemiológicos, e na grande produção de anticorpos. Diagnóstico clínico: baseia-se nos sinais e sintomas apresentados pelos pacientes associados a história de residência em área endêmica. Em particular, nos pacientes com AIDS, os sintomas mais relatados são as lesões de pele, manifestações hemorrágicas gastrointestinais e respiratórias, por vezes, na completa ausência de febre e esplenomegalia. É necessário, por muitas vezes (principalmente na região Nordeste), realizar diagnóstico diferencial com esquistossomose. Diagnóstico laboratorial: Pesquisa do parasito: baseia-se na observação direta do parasito em preparações de material obtido de aspirado de medula óssea, baço, fígado e linfonodo, através de esfregaços em lâmina de vidro, corados pelo Giemsa, inoculados em meio de cultura NNN ou em animais de laboratório. A punção de medula óssea é a técnica mais simples e representa menos risco para o paciente. No adulto, é realizada na medula do esterno, no nível do segundo espaço intercostal e em crianças, na crista ilíaca. A biópsia hepática oferece resultados questionáveis, em virtude da menor expressão do parasitismo do fígado. A punção do baço apresenta riscos, podendo levar a ruptura do órgão e a hemorragias fatais. Métodos imunológicos: uma característica clínica imunológica marcante do calazar é a hipergamaglobulinemia, decorrente da expansão policlonal de linfócito B, que caracteriza a resposta especifica, através da produção de imunoglobulinas G (IgG e IgM), com grande produção de proteínas inespecíficas. Outras técnicas são: RIFI (Reação de Imunofluorescência Indireta), ELISA (Ensaio Imunoenzimático) e a Reação de Fixação do Complemento. Doença de Chagas: Ciclo biológico: Febre, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça, entre outros. Ainda tem pacientes que podem ter sintomas cardíacos (arritmia, cansaço, dificuldade pra respirar) e isso pode remeter a doença de chagas, mas não necessariamente, o paciente terá todos esses sintomas. Depois de um tempo, o paciente evolui para uma fase chamada ‘’inaparente’’, que é uma forma crônica da doença, em que, o paciente fica completamente assintomático e deixa de produzir essas formas tripomastigotas sanguíneas porque os amastigotas vão tentar fugir da resposta imune. Enquanto tem a replicação contínua é quando o corpo reage, gera uma inflamação e o paciente tem esse quadro agudo mais sintomático que lembra uma virose, mas a medida que o sistema imune vai evoluindo e consegue matar as tripomastigotas sanguíneas, o parasita percebe que não tem como se reproduzir mais, então ele entra em estado de latência e predomina as amastigotas, diminuindo o ritmo de reprodução. O paciente pode ficar por anos infectados e não saber (somente quando fizer o exame). Quando o paciente está na fase aguda e libera as tripomastigotas sanguíneas, um novo barbeiro vai fazer o repasto sanguíneo e consome essas tripomastigostas e no intestino no barbeiro, ele dá origem as formas assexuadas no inseto, que são as epimastigotas, depois elas se transformam em tripomastigotas metaciclicos que vão infectar o humano e assim fecha o ciclo. Diagnóstico: Na fase mais inicial tem uma replicação mais intensa (amastigotas no tecido celular e tripomastigotas circulando na corrente sanguínea) então nessa fase aguda, a probabilidade de ver a tripomastigota na amostra sanguínea é muito alta. Porém, quando esse paciente muda de fase aguda pra fase crônica essa forma evolutiva para de ser produzida e permanecem as formas amastigotas que não circulam mais na corrente sanguínea, elas ficam restritas ao sitio em que estão se proliferando. O exame parasitológico na fase crônica não é suficiente para resultado, somente na fase aguda. Ele não tem uma alta sensibilidade, porque a carga parasitaria circulante é quase nada. Então, se tiver um paciente com suspeita de chagas, tem que coletar a amostra de soro ou plasma e realizar 2 metodos diferentes: ELISA e imunofluorescência indireta ou ELISA e emaglutinação direta ou emaglutinação direta e imunofluorescência indireta. Se os dois derem positivo, então o paciente tem doença de chagas, se os dois derem negativo então o paciente não tem, fechando o diagnostico. Caso o paciente tem sido inconclusivo (1 dos testes negativo e o outro positivo) então depois de um tempo, faz uma coletadenovo depois de 20/30 dias pra ver o resultado. Caso ainda dê inconclusivo, ai as amostras são coletadas e vão para outros exames como PCR ou cultura. Não é recomendado fazer biópsia porque no sitio em que os parasitas se transformam é muito sensível. Toxoplasmose: O toxoplasma gondii é um protozoário complexo e bem parecido com o plasmodium (malária). Está muito associado a mulheres gestante, e o paciente imunossuprimido. O paciente infectado com o toxoplasma vai desenvolver uma linfadenopatia benigna (doença febril que causa mal estar, dor no corpo, dor de cabeça, febre). A tendencia é que depois de alguns dias, a pessoa se cure dela. Ciclo biológico: Heteroxenico. O gato é o hospedeiro é definitivo e ocorre a reprodução sexuada no intestino do gato e ai ele libera os oocistos contem 2 esporocistos que contem 4 esporozoitos. Os oocistos contendo os esporozoítos podem ser transmitidos a vários animais. Quando o ser humano está em contato com o gato infectado vai ter a ingestão desses oocistos através da agua e alimentos infectados ou no manejo para higienizar a área do gato. Qualquer forma evolutiva do parasito pode causar a infecção. Por exemplo, se esse oocisto for ingerido por um animal de pequeno porte que vai ser consumido posteriormente, ele pode desenvolver uma forma de produção que vai gerar os bradizoitos que fica em um cisto tecidual, então se o ser humano ingerir a carne desse animal, ele se infecta. Na fase aguda da infecção, o ser humano pode transmitir através de secreções, relação sexual e transfusão sanguínea com a forma de taquizoitos (são formas de reprodução rápida). Mas isso so dura enquanto o paciente esta na fase aguda que é muito rápida. Diagnostico: - Pararasitológico: Fase aguda: Busca de taquizoitos nas secreções (mas cuidado pois eles estão na fase aguda que é muito rápida). Meios indiretos através da evidenciação de anticorpos: pesquisas de taquizoitos (por meio das secreções). Métodos indiretos: reações imunológicas. ELISA e imunofluorescência indireta. Fase crônica: Pesquisa de cistos (biópsias teciduais) - Imunológicos: Reação de sabin-feldman ELISA Imunoflorescência indireta Hemaglutinação Toxo congênita: Pesquisa de IgM no soro de RN (recém-nascido). O IgG é uma molécula pequena que consegue penetrar a barreira hematocefálica, se eu doso o IgG no soro do RN, pode não ser da criança, mas sim da mãe que passou pela barreira, com isso, esse exame não é real. Já o IgM é muito grande, e não consegue atravessar a barreira hematocefálica, então se eu detecto o IgM no soro de uma criança, essa molécula é dela própia e não da mãe. Sendo assim, a criança teve contato com o parasito. Toxo no adulto: Testes sorológicos com intervalos de 2-3 semanas. Fase aguda: sintomatologia/ maiores títulos de IgM do que IgG ou nem tem IgG somente IgM. Fase transicional: IgM e IgG quase no mesmo título. Fase crônica: somente IgG ou IgM muito baixo. Toxo ocular: Pesquisa de IgG no humor aquoso e no soro. Toxo em imunocomprometidos: Pesquisa de IgG no soro de pacientes com risco de toxoplasmose cerebral. Plasmodium sp É um parasita tissular e vai se estabelecer ou no fígado (fase aguda) ou nas hemácias e é o causador da malária. Ciclo biológico: Anophelles (mosquito transmissor) pica o ser humano passando os esporozoítos que vão ganhar a corrente sanguínea e irão para o fígado, então nos primeiros dias o paciente vai ter esse ciclo hepático, onde esses esporozoítos vão entrar nos hepatócitos e vão se reproduzir formando os esquizontes, e nesse primeiro momento a reprodução é assexuada (esquizogonia) depois de alguns dias de ciclos hepáticos, ele vai agora ganhar a corrente sanguínea e infectar as hemácias se transformando em trofozoíto que vão se transformar em esquizontes e depois em merozoítos que irão romper a hemácia e dar continuidade ao ciclo. No final, depois de alguns ciclos de reprodução, ele vai entrar em uma gametogamia que é o inicio de uma reprodução sexuada do parasito, mas ela só vai gerar o início dos gametas (gametócitos masculinos e femininos) ai só quando o mosquito se alimenta novamente de sangue e ingere esses gametócitos que no organismo dos mosquitos vai dar origem aos macrogametócitos(femininos) e microgametócitos(masculinos) esses microgametocitos são moveis e se fundem aos macrogametocitos dando origem ao oocisto. Então, é um parasito de ciclo heteroxeno, onde o ser humano é o hospedeiro intermediário e o mosquito, o definitivo. Diagnóstico: É mais fácil para o diagnóstico do paciente no ciclo eritrocitico, que eu vejo o parasita maduro, então eu vou buscar no sangue do paciente. Demonstração do plasmodium: Métodos diretos: Gota espessa Esfregaço delgado Métodos imunocromatográficos PCR *Todos eles utilizam amostra de sangue do paciente. Wuchereria bancrofti Causador da filariose linfática, também tem um ciclo sanguíneo. É um helminto que vai viver nos vasos linfaticos (principalmente nos membros inferiores) e esses helmintos vao se reproduzir de maneira sexuada e vão gerar as microfilarias que se difundem e caem na corrente sanguinea e vao circular no corpo do paciente, sendo que durante o dia ela fica no pulmão e durante a noite fica na circulação periferica. Diagnostico: Tambem pode usar o sangue. Clinico: Febre associada a adenolinfagite, alteração pulmonar e eosinofilia. Laboratorial: Pesquisa de microfilaria no sangue periferico (22h). Gota espessa, método de knott, filtração em membrana de policarbonato de 5 micra e coloração pelo Giemsa. Imagem: Ultrasografia. Laboratorial: Pesquisa de antigenos atraves de ELISA de captura. Testes rapidos (Og4C3)
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