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Arboviroses: Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela

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Arboviroses 
São doenças causadas por ARBOVÍRUS, ou seja, vírus 
transmitidos por artrópodes. 
 
Transmitidas pelo Aedes aegypti: 
o Dengue (DENV) 
o Chikungunya (CHIKV) 
o Zika (ZIKV) 
o Febre amarela urbana 
 
Transmitida pelo Haemagogus: 
o Febre amarela silvestre 
 
 
 
- Agente etiológico: Flavivírus (RNA) 
- Vetor: Aedes aegypti 
- Incubação: 3-15 dias 
 
- Sorotipos: DENV 1, 2, 3 e 4 
 
#OBS: a resposta imunológica contra um sorotipo não 
previne a doença por outro sorotipo, e além disso a 
memória imunológica prévia pode levar a processo 
inflamatório mais exacerbado nas outras infecções 
 
CLÍNICA 
1. Caso suspeito 
2. Dengue com sinais de alarme 
3. Dengue grave 
 
1. CASO SUSPEITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Febre: início súbito, acima de 38°C, durando 2-7 dias 
Exantema: maculopapular, não poupa região palmar e 
plantar, com ou sem prurido 
 
 
 
2. DENGUE COM SINAIS DE ALARME 
Azuis: consequência do extravasamento plasmático 
Verde: consequência da disfunção orgânica leve/isquemia 
Amarelo: consequência da plaquetopenia 
 
A lesão inflamatória na dengue atinge especialmente os 
vasos sanguíneos (levando a permeabilidade capilar e 
extravasamento plasmático) e as plaquetas (favorecendo 
sangramentos). 
 
3. DENGUE GRAVE 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os sinais de choque são: 
• Pulso rápido e fraco 
• Hipotensão arterial 
• Pressão arterial (PA) convergente (diferença entre 
PAS e PAD ≤20 mmHg em crianças – em 
adultos, o mesmo valor indica choque mais grave) 
• Extremidades frias 
• Enchimento capilar lento (> 2 seg) 
• Pele úmida e pegajosa 
• Oligúria 
• Manifestações neurológicas, como agitação, 
convulsões e irritabilidade (em alguns pacientes) 
 
Relato de febre ou febre aferida entre 2 a 7 
dias de duração + dois ou mais manifestações: 
✓ Náuseas ou vômitos 
✓ Mialgia e artralgia 
✓ Cefaleia; dor retro-orbital 
✓ Exantema 
✓ Petéquias 
✓ Prova do laço positiva 
✓ Leucopenia 
Caso suspeito + 1 ou mais sinais de alarme: 
✓ Aumento progressivo do Ht 
✓ Acúmulo de líquidos 
✓ Hipotensão postural ou lipotimia 
✓ Dor abdominal intensa e contínua 
✓ Vômitos persistentes 
✓ Hepatomegalia > 2cm do rebordo 
costal 
✓ Letargia ou irritabilidade 
✓ Sangramento de mucosas 
Caso suspeito + sinal de gravidade: 
✓ Sangramento grave 
✓ Comprometimento grave de órgão 
✓ Extravasamento grave de plasma 
(choque) 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 
- Inoculação/isolamento viral (até o 5º dia) 
→ Raro de ser feito, não tem muito disponível na prática 
→ Até o 5º dia não há resposta imune detectável 
 
- Teste rápido Antígeno NS1 
→ Melhor até o 3º dia, mas pode ser feito até o 6º 
→ A proteína NS1 só está presente durante a fase de 
replicação viral 
→ Resultado em 20 min 
 
- Sorologia (IgM) 
→ Após soroconversão, a partir do 6º dia 
 
Quando solicitar? 
# Epidemias: apenas nos grupos C e D 
# Sem epidemia: todos os casos suspeitos 
 
PROVA DO LAÇO 
→ Não dá diagnóstico!! 
→ Fazer em todos os casos suspeitos sem sangramento 
espontâneo 
→ Avalia a fragilidade capilar e risco de sangramento 
→ POSITIVO SE: ≥ 10 em crianças e ≥ 20 em adultos 
 
 
Técnica: Aferir PA e calcular a média entre a sistolica e a diastolica. Após 
isso, manter manguito insuflado neste valor durante 3 min (criança) ou 5 
min (adultos). No quadrado de 2,5 cm de lado, avaliar o surgimento de 
petéquias. 
 
TRATAMENTO 
 
- Sintomáticos 
✓ Dipirona 500mg, 1 comp até de 6/6h 
✓ Paracetamol (500 a 750mg) 01 cp, até de 6/6h 
→ NÃO prescrever AINEs ou AAS 
 
#OBS: para pacientes com dor intensa, pode-se utilizar, 
nos adultos, a associação de paracetamol (500 mg) e 
fosfato de codeína (7,5 mg) até de 6/6 horas. 
 
- Hidratação 
• A e B ➜ via oral 
• C e D ➜ endovenosa 
 
 
 
 
 
 
Olhar manejo de cada grupo aqui: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/classificacao_risc
o_manejo_paciente_dengue.pdf 
 
A 
Ambulatorial 
Hidratação oral 60mL/kg/dia 
B 
Realizar hemograma 
Se Ht normal: hidratação = grupo A 
Se Ht alto: hidratação = grupo C 
C 
Enfermaria 
20mL/kg em 2h (até 3x) 
Não melhorou: Grupo D 
D 
UTI 
20mL/kg em 20 min (até 3x) 
Não melhorou: nora/albumina 
 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/classificacao_risco_manejo_paciente_dengue.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/classificacao_risco_manejo_paciente_dengue.pdf
 
- Agente etiológico: Togavirus (RNA) 
- Vetor: Aedes aegypti 
- Incubação: 3-15 dias 
 
CLÍNICA 
- Forma aguda (3-10 dias) 
o “Febre articular” 
o Artralgia / artrite simétrica e distal 
 
- Forma subaguda 
o Artralgia mantém ou volta 
 
- Forma crônica ( > 3 meses) 
o Deformidades articulares 
o Dores que não passam 
 
Os principais fatores de risco para a cronificação são: 
idade > 45 anos, desordem articular preexistente e maior 
intensidade das lesões articulares na fase aguda 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
- Forma aguda 
o Até o 5º dia: PCR 
o A partir do 6º dia: sorologia IgM 
 
- Formas subaguda e crônica 
o Sorologia IgG 
 
CONDUTA 
- Forma aguda 
o Repouso 
o Analgesia/crioterapia 
o Refratários: opioides 
o #NÃO prescrever AINEs/AAS 
o Fisioterapia 
 
- Forma subaguda 
o Prednisona 
 
- Forma crônica 
o Hidroxicloroquina 
o Metotrexato 
 
 
Doença febril aguda autolimitada, com duração entre 2-7 
dias, de evolução branda 
 
- Agente etiológico: ZIKAV - Flavivirus (RNA) 
- Vetor: Aedes aegypti e Aedes albopictus 
- Outras formas de transmissão: sexual, vertical, 
transfusional, ocupacional (laboratório) 
- Incubação: 2-7 dias 
 
 
- A infecção gera imunidade duradoura contra reinfecção 
 
CLÍNICA 
- até 50% dos infectados desenvolvem sintomas 
o febre baixa 
o fadiga 
o exantema maculopapular pruriginoso 
o hiperemia conjuntival (conjuntivite não 
purulenta) 
o cefaleia, dor retroorbital 
o mialgia, artralgia 
 
- Menos comuns: 
• dor abdominal 
• diarreia 
• vômitos 
• dor de garganta 
• tosse 
• úlceras mucosas 
 
COMPLICAÇÕES 
- Neurotropismo 
o Lesões neurológicas fetais graves: microcefalia 
congênita e alterações do desenvolvimento 
o síndrome de Guillain-Barré 
o mielite e meningoencefalite aguda 
 
 
O curso clínico da doença NÃO é mais grave em gestantes 
do que em pessoas não gestantes, porém nas gestantes a 
viremia pode durar mais tempo. Ess fato está fortemente 
associado à transmissão vertical do ZIKAV. 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Só são obrigatórios para gestantes, crianças com suspeita 
de exposição vertical e pacientes que evoluem com 
complicações 
 
- RT-PCR 
o detecta o RNA viral 
o Até o 5º dia de doença no soro 
o Entre o 6º e 15º dia na urina 
 
- Teste sorológico (IgM/IgG anti-zika) 
o A partir do 6º dia 
o Resultado positivo requer confirmação pelo 
PRNT (Plaque-Reduction Neutralization Test) 
 
#OBS: o IgM anti-Zika pode ter reação cruzada com o 
IgM anti-dengue, ou seja, um resultado positivo para Zika 
neste teste, na realidade, pode ser dengue... 
 
TRATAMENTO 
- Não há tratamento antiviral específico 
- Não há vacina 
- Abordagem sintomática: 
o antitérmicos/analgésicos/antipruriginosos 
(como paracetamol ou dipirona e anti-
histamínicos) 
 
É uma síndrome febril + icterícia 
- Agente etiológico: Flavivírus (RNA) 
- Vetor silvestre: Haemagogus e Sabethes 
o Hospedeiro: macaco (sentinela de epizootias) 
- Vetor urbano: Aedes aegypti 
o Hospedeiro: humanos 
 
- Incubação: 
 
CLÍNICA 
- Forma Leve (90%) 
→ Síndrome febril 
→ Sinal de Faget 
→ Ecoturismo recente 
 
 
- Forma grave 
→ Lesão hepatorrenal 
→ Tríade: ICTERÍCIA + HEMATÊMESE + OLIGÚRIA 
→ Laboratório: ↑ BD ↑AST > ALT 
 
DIAGNÓSTICO 
- Viremia (até o 5º dia) 
• Isolamento viral 
 
- Após soroconversão (a partir do 6º dia) 
• Sorologia (IgM)

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