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Intoxicação por metais pesados

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Intoxicação por metais pesados 
Metais são todos os elementos químicos cujos átomos 
apresentam como principal característica a capacidade 
de perder elétrons e formar cátions 
Não existe definição específica para o terma “metais 
pesados”, mas de forma geral considera-se metal pesado 
todo aquele que apresenta: 
→ elevada massa atômica (a referência é a massa 
atômica do sódio, que é 23 g/mol) 
→ elevado número atômico (a referência é o número 
atômico do cálcio, que é 20) 
→ Elevada massa específica (densidade), em torno de 3,5 
a 7,0g/cm³ 
→ Nível de toxicidade alto para o ser vivo, principalmente 
se estiver na forma catiônica e associado a cadeias 
carbônicas 
A intoxicação por metais pesados é o acúmulo de metais 
pesados, em quantidades tóxicas, nos tecidos moles do 
corpo 
Ferro 
FORMAS DE INTOXICAÇÃO 
- exposição acidental de suplementos de ferro por 
crianças 
- intoxicação intencional em mulheres (idade fértil, 
gestantes e em puerpério) 
 
CONSEQUÊNCIAS METABÓLICAS DA TOXICIDADE 
AGUDA 
- Inibição da fosforilação oxidativa resultando em acidose 
metabólica com lactato elevado 
- Produção de radicais livres hidroxila tóxicos 
- Induz peroxidação lipídica da membrana 
- Liberação de íons hidrogênio 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
- Toxicidade local gastrointestinal: 30min a 6hrs da 
ingestão 
o Dor abdominal 
o Vômitos (achado mais consistente) 
o Diarreia 
o Hematêmese 
 
- Toxicidade sistêmica: ocorre em pct com toxicidade 
significativa, de 6 a 24hrs após ingestão 
o Perda de volume p/ terceiro espaço (choque 
hipovolêmico) 
o Agravamento da acidose metabólica 
 
- Fase hepática: 12 a 96hrs após ingestão 
o Ocorre por captação do Ferro pelo SRE, com 
peroxidação lipídica local 
o Elevação de aminotransferases 
o Progressão p/ inuf. Hepática 
 
 
 
 
 
 
EXAMES 
- Os exames laboratoriais devem incluir o hemograma 
completo, eletrólitos, função renal, transaminases 
hepáticas, bilirrubina, albumina sérica, testes de 
coagulação, glicemia e níveis séricos de ferro 
- Em pacientes gravemente intoxicados a gasometria 
arterial ou venosa também deve ser realizada e dosagem 
de lactato. 
 
#OBS: O diagnóstico da intoxicação é clínico. Sinais e 
sintomas devem orientar o tratamento, em vez de 
concentrações séricas de ferro isoladamente!! 
 
 
MANEJO 
1. Estabilização respiratória e hemodinâmica 
2. Acesso venoso calibroso e iniciar hidratação 
3. Antieméticos (metoclopramida, ondasetrona) se 
vômitos 
4. Deferoxamina IV, 15mg/kg/h em pct com 
sintomas graves 
 
#OBS: Não administrar carvão ativado, bicarbonato de 
sódio, medicamentos catárticos!! 
 
#OBS 2: os quelantes orais de ferro (deferiprona e 
deferasirox) reduzem a absorção apenas quando adm 
dentro de 1h após a ingestão. 
 
Chumbo 
- Causa mais comum de envenenamento crônico por 
metais 
- Importante contaminante ambiental nos países em 
desenvolvimento 
 
VIAS e FONTES DE INTOXICAÇÃO 
- Ingestão e inalação (chumbo inorgânico) 
o Medicamentos 
o Suplementos fitoterápicos e dietéticos 
o Objetos metálicos 
o Cosmético 
- Chumbo orgânico: inalação de gasolina 
- Via cutânea é ínfima 
 
 
#OBS: As deficiências nutricionais de cálcio, ferro, cobre e 
zinco podem contribuir para o aumento da absorção 
gastrointestinal em crianças!! 
 
 
CONSEQUÊNCIA NOS SISTEMAS 
 
- Sistema Nervoso Central 
➢ Dano a microvasculatura 
➢ Lesão nos astrócitos 
➢ Rompimento da BHE 
➢ Edema cerebral 
➢ Aumento da PIC 
➢ Déficits de memória e aprendizado (↓ na concentração 
de adenosina monofosfato cíclico) 
➢ Convulsões (semelhante estrutural ao cálcio, levando a 
liberação de neurotransmissores) 
 
- Sistema Nervoso Periférico 
➢ desmielinização segmentar primária 
➢ degeneração axonal secundária (especialmente dos 
nervos motores) 
 
- Sistema Cardiovascular 
➢ Aumento de incidência de HAS 
➢ Doença vascular aterosclerótica 
 
- Sistema Renal 
➢ Disfunção no túbulo contorcido proximal - Síndrome de 
Falconi 
➢ Aumento da reabsorção de urato – leva a nefrite 
intersticial crônica e aumento do ác. úrico 
 
 
- Sistema hematopoiético 
➢ Anemia – interfere no metabolismo da porfirina 
➢ Inibe enzimas que “limpam” produtos de 
degradação nas hemácias, levando a hemólise 
 
 
 
- Sistema ósseo 
➢ aumento da deposição de cálcio nas 
placas de crescimento – “linhas de 
chumbo” 
➢ Altera função dos osteoblastos e 
osteoclastos 
 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
 
DIAGNÓSTICO 
História de exposição + clínica compatível + dosagem 
sanguínea 
 
- Histórico de exposição 
o Ocupacional 
o Ambiental 
o Balas de chumbo retidas 
 
- Clínica suspeita 
o Hemólise + disfunção abdominal e/ou neurológica 
 
- Dosagem (dx definitivo) 
o níveis de > 5 mcg/dL são considerados elevados em 
crianças 
 
Outros exames: 
- RX abdominal: material radiopaco no TGI em ingestão aguda) 
A anemia na intoxicação por chumbo pode ser 
normocítica ou microcítica, possivelmente com 
evidência de hemólise, como contagem elevada de 
reticulócitos e aumento da hemoglobina livre de soro 
- RX de ossos longos: “linhas de chumbo” horizontais e 
metafisárias 
 
 
MANEJO 
1. Afastar do contato com a fonte de intoxicação 
2. Se imagem radiopaca em RX abdominal ➙ 
lavagem intestinal completo com solução eletrolítica de 
polietilenoglicol 
3. Se convulsões ➙ benzodiazepínico 
4. Se suspeita de encefalopatia por chumbo ou níveis 
de chumbo > 70 mcg/dL ➙ quelação com: 
a. dimercaprol em dose de 75 mg/m2 4/4 horas 
por 5 dias 
b. edetato de cálcio dissódico, 1.500 mg/m2/dia 
por infusão contínua, por 5 dias 
 
#OBS: carvão ativado não se liga ao chumbo!! 
 
Indicações de internação: 
✓ Pacientes com sintomas ou com nível de chumbo no 
sangue > 70 mcg/dL 
✓ sintomas neurológicos centrais 
 
 
Alumínio 
- Metal mais abundante na crosta terrestre 
- A exposição ao alumínio geralmente não é prejudicial, mas a 
exposição a altos níveis pode ter efeitos adversos significativos 
 
FONTES DE CONTAMINAÇÃO 
o Beber ou ingerir substâncias com altos níveis de 
alumínio 
o Aspiração do pó de alumínio ocupacional 
o Contaminação ambiental em locais próximos 
onde alumínio é extraido ou processado 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Agudas 
- Encefalopatia aguda (mortalidade alta!!): alteração 
do nível de consciência, convulsão, coma 
Crônicas 
- Dor óssea generalizada, osteomalácia, fratura 
- Dor muscular, fraqueza muscular proximal 
- Anemia microcítica resistente ao ferro (acúmulo de 
alumínio na medula óssea) 
- Hipercalcemia 
- Demência lentamente progressiva 
 
DIAGNÓSTICO 
 
#OBS: suspeitar principalmente em pacientes em 
hemodiálise com sintomas como dores ósseas, mialgias, 
fraqueza, anemia resistente ao ferro e alterações 
neurológicas e exposição conhecida ao alumínio!! 
 
- Demonstração da deposição de alumínio na biópsia 
óssea 
- Concentração sérica de alumínio c/ teste da 
deferoxamina 
o aumento da concentração sérica de alumínio após uma 
infusão intravenosa de deferoxamina 5 mg/kg 
 
MANEJO 
 
 
Zinco 
- Metal e mineral essencial 
- A ingestão de até 10x a ingestão diária recomendada não 
produz quaisquer sintomas 
 
FONTES DE CONTAMINAÇÃO 
o Alimentos ou bebidas contaminados com zinco 
o Extração de metais 
o Contaminação por bombas militares 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
#OBS: A ingestão aguda de 1 a 2 g de sulfato de zinco pode 
produzir quadro gastrointestinal! 
 
- Gastrointestinais: náuseas, diarreia, dor 
abdominal e vômitos associados à irritação e 
corrosão; gosto metálico na boca 
- Mialgias 
- Convulsões 
- Tosse, febre e calafrios 
- Hepatite com icterícia e dor em hipocondrio 
direito 
 
# Não costuma ter toxicidade crônica significativa 
# Interfere na absorção do cobre (que leva a 
manifestações crônicas) 
 
DIAGNÓSTICO 
Sintomas compatíveis + dosagem sérica de zinco 
Valor de referência: entre 70 e 120 µg/dL 
 
 
MANEJO 
- tratamento de suporte 
- quelação com edetato dissódico de cálcio ou EDTA pode 
ser considerada

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