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TENDÃO Tendinopatia: doença do tendão. Tendinite: inflamação do tendão. Tenossinovite: inflamação da bainha do tendão. Tendão Constituído de fibras colágenas (30%), elásticas (2%) e o restante é água; Pouco vascularizada, mas nutridas o suficiente para o reparo - Reativas; Os pontos de ruptura são limitados a determinadas zonas – zona críticas, locais hipovascularizados; O traje to dos tendões em túneis, cujo assoalho é ós seo e o teto é cons tituído de tecido inelástico, como as fás cias e os reti ná cu los, pode produzir o “efeito-polia”. Tal efei to, no qual os ten dões têm a sua melhor efetividade funcional, pode gerar des gaste mecânico pelo atrito. Por coincidência, nessas re giões ocorrem, com maior incidência, as roturas; O processo de reparação é notável e desenvolve-se a partir de moléculas de colágeno no período de 6 a 14 dias. A movimentação precoce auxilia no alinhamento das fibras e, dessa forma, melhora com mais rapidez a resistência à tração. Portanto a imobilização prolongada deve ser evitada; Exercícios de treinamento durante a idade ativa de jovens e adultos favorecem a tração e as estáticas dos tendões, devido ao estímulo à síntese de colágeno, ao número e ao tamanho das fibras e à concentração de enzimas metabólicas; No idoso, devido ao processo de senescência, ocorre alterações degenerativas dos tendões. Os tendões são submetidos a forças de tração e deformação, mas retorna ao seu tamanho original, isso se dá pelas propriedades viscoelásticas que faz o tendão suportar forças de tração maiores que os músculos. Dessa forma, não há contração muscular capaz de romper um tendão normal. Esforço de repetição: o mecanismo de adaptação ao esforço é a adaptação da matriz celular, mas sobrecargas bruscas ou acumulativas podem quebrar o ciclo de resposta adaptativo e resultar em microrrotura. Ocorre uma progressão para degeneração estrutural, rotura parcial e por fim, secção completa. Fatores predisponentes estruturais: - Trajeto anatômico - Função exercida - Atrito - Compressões contra as estruturas adjacentes - Irrigação peculiar Fatores ambientais: - Atividades por esforço de repetição - Doenças sistêmicas - Tabagismo - Influência dos hormônios - Tipo sanguíneo O - Uso de ATB – Quinolona e ciprofloxacino Considerar: - Carga genética - Local da lesão - Idade - Local da lesão - Esporte praticado - Tipo de treinamento Na atividade física, ocorre hipertrofia muscular e adaptações metabólicas evidentes, mas nem todos os tecidos reagem da mesma forma. Um tendão normal suporta 50 a 100 N/m2. Capacidade de estiramento em 4% do seu comprimento total Baixa taxa metabólica e vascularização, proporcionando baixo fluxo de oxigenação em exercícios intensos; Quando uma tensão longitudinal é aplicada aos poucos sobre a unidade músculo-tendão-osso, costuma ocorrer ruptura próxima à junção musculotendínea. Se aplicada na unidade osso-tendão, produz avulsão da inserção óssea. Alguns aspectos devem ser salientados com relação aos tendões: Espessura. Quanto mais largo, maior a capacidade de suportar cargas. Comprimento. Quanto mais comprido, maior a capacidade de suportar o estiramento. Composição. A capacidade tênsil correlaciona-se com a quantidade de colágeno, maturação e organização celular. Condições de sobrecarga. Conforme o tipo de sobrecarga (fricção, tensão ou compressão), ocorrem fenômenos fisiopatológicos diferentes, assim como a intensidade da força exercida, sendo que a capacidade média é de 50 a 100 megapascals. O tendão reagirá de formas diferentes com sobrecargas agudas ou esforços repetitivos. Idade. Ocorrem transformações estruturais com o decorrer dos anos, havendo diminuição da taxa de reparação do colágeno, aumento do diâmetro das fibras, diminuição da vascularização e reabsorção óssea dos locais de inserção. Exercício. Atividades esportivas regulares aumentam o tamanho e a capacidade de resistência do colágeno. Imobilização. Aumenta a degradação e altera a orientação do colágeno, diminuindo sua capacidade tênsil. Vascularização. Alterações vasculares sistêmicas podem alterar a estrutura tendinosa. Hormonal. A tendinose nas mulheres pode ser sugestiva da falta de estrogênio característica na menopausa. Medicamentos. Injeções de corticosteróides podem inibir a síntese de colágeno, com progressivo afilamento e diminuição da capacidade tênsil, facilitando a ocorrência de lesões. Os tendões apresentam uma característica de cicatrização, tanto intrínseca quanto extrínseca, dividida em três fases: inflamatória, fibroblástica ou produção de colágeno e remodelação. A fase inflamatória dura cerca de três dias, iniciando imediatamente após a lesão, quando o local lesionado é invadido por coágulos de sangue e debris. Tal fato induz a migração de fagócitos para remoção das células e matriz intracelular. Na fase fibroblástica ou produtora de colágeno, ocorre predomínio de fibroblastos organizados no maior eixo do tendão, ocorrendo importante angiogênese. Na fase final ou remodeladora, no final da quarta semana, ocorre reorientação dos fibroblastos e realinhamento do colágeno. Somente em um período de 4 a 6 meses, o tecido lesionado torna-se maduro, permanecendo um tecido capaz de suportar as mesmas cargas anteriores. As tendinites podem dividir-se segundo o tempo, sendo agudas (menor que 4 semanas), subaguda (4 a 6 semanas) e crônica (acima de 6 semanas). TENDINOPATIA As tendinopatias são condições crônicas e de etiologia multifatorial. São mais comuns no gênero masculino, sendo considerados fatores de risco intrínsecos o déficit de flexibilidade, as alterações biomecânicas, a sobrecarga e o sobrepeso, enquanto erros de treinamento, superfícies e equipamentos de treinamento são considerados fatores de risco extrínsecos. Essa afecção tem início e evolução graduais e, portanto, o paciente não é capaz de identificar o episódio que desencadeou o início dos incômodos. Quando o acometimento é no ligamento da patela, ao realizar o exame físico, o paciente refere dor e incapacidade funcional gradual ao realizar atividades que exigem flexão de joelho e, geralmente, apresenta dor à palpação no polo inferior da patela. As tendinopatias são frequentes na prática esportiva devido ao acúmulo de microtraumas relacionados a frequência, volume e intensidade de treinamentos, calendário de competições e repouso inadequados, sendo a maior incidência em joelho, tendão calcâneo, cabeça longa do bíceps braquial e tendão do músculo supraespinal. Essas afecções apresentam desorganização das fibras de colágeno, redução da elasticidade, espessamento do tendão, presença de mediadores pró-inflamatórios e neovascularização. Tratamento Exercício excêntrico A contração excêntrica consiste na desaceleração do movimento (importante para absorção de impacto), ou seja, o músculo é contraído de forma simultânea ao distanciamento entre sua origem e inserção. Em um estudo realizado por Henriksen e colaboradores com 16 indivíduos saudáveis, observou-se menor atividade eletromiográfica durante o trabalho excêntrico. Tal achado pode estar relacionado ao menor recrutamento de motoneurônios, sendo os de alto limiar excitatório (geram maior força por fibra em relação aos de baixo limiar) os principais recrutados e/ou em função da capacidade de as fibras de colágeno suportarem maior carga à medida que ocorre a fase excêntrica, diminuindo o trabalho muscular. No entanto, o tema ainda é controverso. A cinesioterapia composta por exercício excêntrico é a primeira opção no tratamento conservador das tendinopatias, sobretudo de tendão calcâneo e de ligamento da patela. As respostas ao exercício excêntrico são dependentes da velocidade de execução e apresentam maiores ganhos de força e hipertrofia muscular em relação a exercícios concêntricos. É provável que o resultado positivo do tratamento seja por estimular tenócitos, mas os mecanismos ainda não estão elucidados por completo. O tratamento por ondas de choque parece promissor, tendo como possível mecanismo de ação a estimulação da cicatrização de tecidos moles e a inibiçãode receptores de dor direta ou indiretamente através de forças mecânicas. Os resultados ainda são contraditórios, sendo necessários estudos com melhor qualidade metodológica. O mecanismo das respostas ao tratamento por ondas de choque ainda não foi bem esclarecido. A maioria dos estudos é realizada em animais, o que dificulta extrapolar a dosagem ideal e a eficácia em seres humanos. TENDINITE A tendinite é uma inflamação dos tendões, resultante de repetidos traumas, em geral associados ao excesso de atividades físicas e/ou períodos de repouso insuficiente após o recrutamento das fibras musculares. Manifesta-se com sinais clássicos de inflamação, como edema, dor, rubor e queimação, evoluindo com restrição de movimentos e perda de força muscular. Ocorre com maior frequência nos músculos da mão, dos ombros, dos cotovelos, dos punhos, do quadril, do joelho e do tornozelo, musculaturas mais recrutadas durante as atividades físicas do dia a dia. O diagnóstico é realizado por meio de uma detalhada anamnese e do exame físico do paciente, que evidencia os sinais cardinais da inflamação no local. Quando, mesmo com o exame clínico, não é possível estabelecer um diagnóstico preciso da enfermidade, podem-se pedir exames complementares por imagem. Entre esses exames, os mais comuns são radiografia, USG e RM, que são bastante sensíveis a alterações teciduais desencadeadas pelas tendinites. O tratamento é individualizado, mas normalmente é conservador, composto por fisioterapia (com analgesia, alongamento e fortalecimento da musculatura afetada), uso de anti-inflamatórios não esteroidais (pelo menor período e na menor dose possíveis), gelo e repouso na fase inicial. O reforço físico para fortalecimento do músculo também pode ser indicado na fase tardia de fisioterapia para reabilitação da musculatura acometida após a fase aguda ser tratada com eficácia. Geralmente essas duas etapas do tratamento clínico são suficientes para solucionar o problema do paciente. Contudo, há casos em que é necessário indicar uma cirurgia eletiva para que a causa do problema seja definitivamente tratada. TENOSSINOVITE A tenossinovite é a inflamação de um tendão e do tecido que recobre um grupo de tendões, chamada bainha tendinosa, o que gera sintomas como dor local e sensação de fraqueza muscular na área afetada. Alguns dos tipos de tenossinovite mais comuns incluem a tendinite de De Quervain e a síndrome do túnel do carpo, ambas no punho. A bainha do tendão impede o tendão de desgastar indevidamente ou de ser exposto à fricção excessiva. O interior da bainha é revestido com líquido sinovial. Isso permite que o tendão deslize para a frente e para trás. Se este sistema de proteção engenhoso for sobrecarregado - por exemplo, por causa de muito desporto ou trabalho monótono de computador, a bainha do tendão fica inflamada. A área afetada dói, incha e fica muitas vezes vermelha. Sinais e sintomas O sintoma cardinal é severo com recorrentes pontadas de dor. No início, os sintomas ocorrem acima de tudo, quando a articulação é movida, mais tarde, também dói em repouso. Se a articulação correspondente não estiver suficientemente em repouso ou mesmo imobilizada, os sintomas pioram. Pressionar no local afetado é doloroso. Também poderá ouvir um ruído quando move a articulação. PATOLOGIAS RELACIONADAS AOS ESPORTES Cotovelo do golfista Epicondilite medial → flexor O movimento de “swing” no golf gera contração dos músculos e tendões do cotovelo podendo gerar inflamação local. Muitas outras atividades repetitivas podem gerar epicondilite: pintar, serrar e outras atividades manuais. Qualquer atividade que gera estresse repetitivo nos músculos do antebraço pode gerar esta patologia. É uma patologia dolorosa da região medial do cotovelo, numa região chamada de epicôndilo medial. Os músculos presentes na região anterior do punho e antebraço (volar) são chamados de flexores e se ligam em forma de leque num único tendão que é conectado ao epicôndilo medial. Nos casos mais agudos, o processo inflamatório inicia-se gerando dor. Sintomas: dor na região ao redor do epicôndilo. Pode irradiar para a região do antebraço e piora nas atividades com “punho cerrado”. Diagnóstico: clínica + exame físico. Radiografias, US e a RM podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico, quantificar a lesão e evidenciar possíveis outras patologias. Tratamento: prevenir maiores lesões e o objetivo é gerar a cicatrização completa dos tendões. - AINEs: quando processo inflamatório presente. - Injeção de cortisona. - Fisioterapia - Cirurgia: exclusão, quando todas as opções terapêuticas não cirúrgicas foram esgotadas.A cirurgia tem como objetivo retirar todo o tecido degenerado da região do epicôndilo e propiciar um aumento da vascularização do tendão para aumentar a cicatrização. Cotovelo do tenista Epicondilite lateral → extensor É uma condição dolorosa que ocorre quando os tendões que se fixam no epicôndilo lateral estão inflamados. Isso ocorre em decorrência de uma sobrecarga, geralmente por movimentos repetitivos destes tendões, os quais têm a função de levantarem a mão e o punho. Apesar do nome, a condição está ligada à prática do tênis em menos de 5% dos casos. Muitos movimentos comuns do braço, não relacionados ao esporte, podem levar a esta sobrecarga e desencadear a epicondilite lateral, incluindo: uso de ferramentas; pintura; cortar alimentos, particularmente a carne; uso repetitivo do mouse do computador; segurar um copo ou panela; apertar as mãos ou fechar o punho; girar a maçaneta da porta. Geralmente afeta homens e mulheres entre 30 e 50 anos de idade. No caso da epicondilite lateral, o processo inflamatório agudo NÃO é o principal causador da dor. Na verdade o que ocorre é uma degeneração dos tendões (tendinose), gerando uma organização anormal das fibras de colágeno. Nestes casos, em vez de células inflamatórias, o corpo produz outras células chamadas fibroblastos. Quando isso ocorre, os tendões perdem sua força de tensão normal. O tendão fica frágil, enfraquecido, afinado e predisposto a lesões. Cada vez que uma fibra do tendão é machucada pelas atividades, o corpo gera um tecido cicatricial diferente do tecido normal dentro do tendão. Algumas vezes, devido a grande quantidade de tecido cicatricial, o tendão fica espessado. Diagnóstico: clínica + exame físico. O diagnóstico deve ser sempre feito após a avaliação, uma vez que outras condições podem causar sintomas que imitam o cotovelo de tenista e precisam ser descartados. Isso inclui artrite do cotovelo, lesões ligamentares, irradiação proveniente de problemas no pescoço e aprisionamento de nervos. Exames de imagem poderão ser solicitados para descartar estes outros problemas. Tratamento: autolimitada e resolve-se com o afastamento da atividade desencadeante e medidas como o gelo e o uso pontual de AINEs. Fisioterapia, órteses, infiltração com corticóides, terapia por ondas de choque. Cirurgia: quando os sintomas não melhoram após seis a 12 meses de tratamento não cirúrgico adequadamente instituído. O procedimento mais indicado para isso é a liberação dos tendões extensores sobre o epicôndilo lateral. Os tendões são cortados e deixados para cicatrizar em uma posição de menor tensão. No início, o paciente é imobilizado com uma órtese removível, retirando a mesma para a mobilização do cotovelo. A fisioterapia é mantida por dois a três meses, sendo que o retorno esportivo é permitido geralmente após quatro a seis meses. Joelho do saltador Tendinite patelar Patologia do tendão patelar normalmente relacionada às atividades esportivas que demandam saltos e desacelerações bruscas, como o vôlei, basquete, atletismo e futebol. Em casos extremos, o joelho pode até ser completamente rompido. O joelho do saltador normalmente afeta a fixação do tendão patelar do polo inferior da patela, devido ao mecanismo de cisalhamento que ocorre durante a desaceleração no esporte. A tendinite patelar é uma das doenças do joelho mais comuns que afetam atletas. Ocorre em até 20% dos atletas que praticam salto. Acredita-seque a patologia do tendão patelar seja causada por esforços repetitivos sobre o tendão patelar durante o salto, mas principalmente durante a desaceleração, quando o atleta retorna ao solo. É uma lesão específica para atletas, principalmente aqueles que participam de esportes envolvidos na desaceleração, como vôlei, basquete, handebol, corrida de rua e futebol. Fatores predisponentes incluem maior peso corporal, geno varo e valgo, um ângulo Q do joelho aumentado, patela alta, diferença no comprimento do membro, encurtamento das cadeias musculares, principalmente da posterior (isquiotibiais), desequilíbrio muscular e alteração do tipo de pisada. Fatores ligados ao treino incluem falta de preparo físico direcionado ao esporte, técnica inadequada e aumento importante da intensidade e frequência da prática do esporte (Overtraining). Nos esportes que envolvem as articulações dos MMII, o joelho é a principal articulação envolvida na absorção e transmissão da energia cinética gerada pelo contato do pé ao solo e transmissão do movimento aos demais seguimentos do corpo. Isto se deve a dois mecanismos básicos: a chamada contração muscular excêntrica, em que a fibra muscular contrai e é alongada, resistindo ao movimento sob tensão, e a concêntrica. Sintomas: dor na região do joelho, piora com atividade física. Classificação segundo Blazina: Fase 1: dor apenas após a atividade, sem prejuízo funcional. Fase 2: dor durante e após a atividade, embora o paciente ainda seja capaz de executar satisfatoriamente seu esporte. Fase 3: prolongada durante e após a atividade, com a dificuldade crescente na realização de um nível satisfatório. Fase 4: ruptura completa do tendão exigindo reparação cirúrgica. Exame físico: ponto de dor no polo inferior da patela, o polo superior da patela, ou tuberosidade tibial; encurtamento dos isquiotibiais e quadríceps; Exames de imagem: US e RM são altamente sensíveis para a detecção de anomalias do tendão em ambos os atletas sintomáticos e assintomáticos. As radiografias também são de extrema importância já que podem nos fornecer com clareza se houve ossificação do polo inferior da patela ou se existem anormalidades ósseas na patela, que podem estar associadas à sobrecarga do tendão patelar. Tratamento: Na fase aguda, impreterivelmente, institui-se os programas de reabilitação, incluindo fisioterapia, crioterapia, ondas de choque, aplicação de plasma rico em plaquetas. Cirurgia: após falha do tratamento conservador, indica-se o tratamento cirúrgico. Os dois principais procedimentos cirúrgicos incluem a retirada de parte da ossificação por cirurgia de Artroscopia (minimamente invasiva) e tratamento cirúrgico artroscópico da lesão tendínea. Complicações: dor persistente durante o esporte, ruptura espontânea do tendão. Tendinite do Corredor Síndrome do atrito iliotibial Uma das lesões mais comuns em atletas como corredores e ciclistas. Trata-se de uma inflamação da Bursa, que se encontra entre o epicôndilo lateral e a fáscia lata/trato iliotibial, uma banda de tecido fibroso que passa sobre a região lateral do fêmur e se insere na porção anterolateral da tíbia, que se comporta como um tendão – estrutura que conecta o músculo ao osso. Tal inflamação é consequência da flexo-extensão excessiva do joelho ligada a alguns fatores que aumentam a tensão ou atrito nesta região. Sintomas: - Hipersensibilidade na região lateral do fêmur (próximo ao joelho); - Dor e queimação quando essa região é palpada. A fricção da banda iliotibial ocorre predominantemente no contato do pé com o solo na fase de desaceleração da marcha. Por conta disso é uma lesão muito comum em corredores. Entretanto, também tem sido encontrada em ciclistas. Corridas em regiões com muito desnível de terreno também facilitam o aparecimento da dor. Essa dor normalmente pode começar após o atleta ter percorrido uma longa distância e pode ir aumentando até que ele não consiga mais correr. A dor pode desaparecer após o descanso, mas reaparece se a corrida for reiniciada. Calçado inadequado, sobrecarga de treinamentos e competições, encurtamentos musculares, principalmente de músculos da região lateral da coxa, e tensão na banda iliotibial favorecem o aparecimento dessa lesão. Exercícios de alongamentos de músculos laterais e posteriores da coxa são estratégias preventivas que devem constar em planilhas de treinamento. Outras técnicas como KinesioTaping, Mobilização Fascial e Muscular, têm se mostrado muito eficientes no tratamento dessa síndrome. Alongamento da Banda Iliotibial Síndrome da Banda iliotibial à Inflamação da banda iliotibial pode causar dores na região lateral do joelho ou do quadril. Veja alguns fatores relacionados à causa da síndrome da banda iliotibial: ● Excesso de pronação ou supinação da pisada (principalmente pronação). ● Fraqueza muscular (principalmente glúteo médio). ● Corrida em terrenos muito rígidos como o asfalto. ● Corrida em locais de muito declive, como as margens da rua, muita subida ou descida. - Tênis inadequado ou muito gasto nas laterais (um tênis normalmente deve ser usado para 500 km) ● Overtraining (excesso de atividade e cadência elevada). ● Joelhos para fora (geno varo) A Síndrome do trato iliotibial (STIT) é uma lesão inflamatória aguda que provoca dor do lado de fora do joelho, um pouco acima da superfície articular. Raramente é grave a ponto de necessitar tratamento cirúrgico, mas pode ser extremamente desconfortável e afastar os atletas de suas atividades. Ombro do arremessador Conjunto de alterações que ocorrem nos ombros de algumas pessoas que realizam esportes de arremesso por período prolongado. Essas alterações podem ocorrer em qualquer idade, mas são mais comuns nas pessoas que fizeram esses esportes por período prolongado (em geral desde a adolescência) Dentre os esportes de arremesso, os que mais geram esse tipo de lesão são: tênis, vôlei, handball e baseball. Nestes esportes, o movimento do ombro no arremesso é muito amplo, com o braço saindo por trás da cabeça, passando pelo arremesso da bola e finalizando com o braço próximo ao corpo. O ombro do arremessador é caracterizado pela contratura da cápsula posterior, lesões do lábio superior (SLAP) e discinesia da escápula. A primeira alteração que ocorre nos arremessadores é a limitação de um movimento específico do ombro, chamado de rotação interna. Nessa fase, consideramos que o ombro está "em risco", pois pode ser iniciada toda a cascata de alterações do funcionamento do ombro durante o arremesso. Muitos arremessadores podem ter essa restrição de movimento e não apresentarem nenhum sintoma, mas consideramos que devem ser tratados para evitar o início da cascata. Após longos períodos com essa restrição de movimento, o ombro passa a funcionar de modo alterado e sua rotação não ocorre mais no centro da articulação. Com o centro de rotação desviado para cima e para trás, ocorre uma torção excessiva de um tendão que está inserido dentro da articulação, chamado de "cabeça longa do bíceps". Se essa torção ocorrer por muito tempo ou de modo muito intenso, esse tendão pode começar sofrer e se soltar do osso, gerando uma lesão chamada SLAP. E, a partir desse momento, o indivíduo pode passar a sentir dor durante o movimento do arremesso, principalmente na fase de armação (braço atrás da cabeça), que pode ser inicialmente leve e progredir para uma sensação de braço morto. Outras lesões podem ocorrer, como uma frouxidão dos ligamentos do ombro e lesões dos tendões do manguito rotador (tendão do músculo supraespinal). Com essas lesões, a limitação do arremessador passa a ser importante, dificultando ou impossibilitando qualquer tipo de arremesso. O movimento da escápula também pode ficar alterado, piorando a dor no ombro e gerando dor na parte de trás do ombro, próximo à coluna vertebral. É importante destacar que a doença chamada "Ombro do Arremessador" não é a única causa das lesões nos pacientes que arremessam e seu diagnóstico é complexo. Outras doenças também podem causar dor durante o arremesso, como a síndrome do impacto,bursite, tendinite, lesão dos tendões do manguito rotador e a subluxação do ombro (instabilidade oculta). O alongamento frequente do ombro é importante para os praticantes de esportes de arremesso e realizar o alongamento de rotação interna é o melhor método para prevenir essa doença. Nos pacientes com o ombro em risco, esse alongamento é essencial e deve ser feito várias vezes ao dia. O fortalecimento dos músculos rotadores do ombro também é importante, principalmente dos rotadores externos, que podem "amortecer" a fase final do arremesso e diminuir a chance do desenvolvimento do "ombro do arremessador". Tratamento: programa de reabilitação, que consiste no reequilíbrio do alongamento do ombro, fortalecimento dos músculos do manguito e dos músculos da escápula. Mesmo que algumas lesões não cicatrizem, como a lesão de SLAP ou do manguito, os sintomas podem diminuir e permitir o retorno ao esporte. Para o retorno ao esporte, deve ser realizada a correção do gesto esportivo. Deve-se evitar o movimento extremo de rotação na armação do arremesso, utilizando mais a rotação do tronco do que do ombro. - Alongamento da cápsula posterior - "SLEEP STRECH" - Fortalecimento do manguito rotador - rotadores externos. Cirúrgico: lesões mais crônicas e graves, pode ser necessário o tratamento cirúrgico. Vale lembrar que, mesmo nesses casos, a reabilitação deve ser feita inicialmente, pois pode melhorar os sintomas ou mesmo preparar o ombro para uma recuperação mais rápida após a cirurgia. A cirurgia pode ser feita por artroscopia e consiste na correção das lesões dos tendões e ligamentos e varia de acordo com cada. O reparo da lesão de SLAP é o procedimento mais comum. A liberação das contraturas e desequilíbrios da parte de trás do ombro pode ser feita nos casos em que os alongamentos não foram suficientes. Após a cirurgia, a reabilitação é feita por um tempo de 3 a 6 meses e segue os mesmos princípios descritos previamente. Ombro do tenista Tendinite do manguito rotador O manguito rotador corresponde a um grupo de quatro músculos do ombro, que são responsáveis pela estabilidade e movimentação dessa articulação. Na tendinite do manguito rotador, os tendões que se localizam nesse grupo muscular se tornam inflamados. Isso acontece porque o tendão não é tão forte quanto o osso e nem tão elástico quanto o músculo. Com isso, é a estrutura que mais sofre com a sobrecarga dessa região. A sobrecarga costuma ocorrer por falta de alongamentos ou pela execução equivocada dos movimentos no tênis. Sintomas: - Dor nos ombros; - Dor e sensibilidade ao tentar alcançar algo acima da cabeça ou nas costas; - Dificuldade em atingir todos os movimentos dos ombros; - Dificuldade de dormir sobre o ombro afetado; - Fraqueza progressiva dos ombros; - Inchaço local e presença de calor e/ou vermelhidão. Tratamento: repouso do tendão afetado é crucial no tratamento, por isso é necessário o uso da tipoia. Outras medidas necessárias são: aplicação de gelo, uso de AINEs e fisioterapia. Em casos mais graves, quando o tratamento conservador não surte efeito, pode ser necessário realizar um procedimento cirúrgico. PATOLOGIAS RELACIONADAS AO TRABALHO - DORT Tenossinovite de Quervain Condição dolorosa, habitualmente crônica, que afeta o abdutor longo e o extensor curto do polegar, que compõem o primeiro compartimento dos tendões dos extensores das mãos. Acomete predominantemente mulheres entre 30-50 anos de idade. Trata-se de uma tenossinovite (do estilóide radial) dos tendões dos músculos abdutor longo e extensor curto do polegar em decorrência de microtraumas de repetição.Os achados são predominantemente degenerativos, com inflamação de baixo grau em resposta à lesão gerada. A principal queixa é de dor na borda radial do punho, próximo ao processo estilóide do rádio.A dor é exacerbada com o desvio ulnar do polegar e com atividades que utilizem ativamente os tendões afetados, como manusear uma tesoura.Pode haver discreto edema no processo estilóide, que é variável. Entre os fatores de risco estão o sexo femino, meia idade, artropatias inflamatórias(AR,artrite reumatóide), gestaçãi, pós parto,determinadas profissões. No exame físico, ocorre dor à palpação do tendão, próximo ao processo estilóide do rádio.Um discreto edema local pode estar presente. A manobra clássica usada no diagnóstico é a manobra de Finkelstein. O paciente apresenta exacerbação da dor no trajeto do tendão, quando abraça o polegar com os demais dedos da mão e realiza um desvio ulnar passivo do punho. Positivo: dor intensa na base do polegar a flexão radial do carpo com a mão fechada e os dedos envolvendo o polegar;pode-se perceber tumefação regional. O diagnóstico é clínico e prescinde de exames complementares. Exames de imagem devem ser solicitados em casos duvidosos ou em programação cirúrgica. A radiografia de punho pode ser útil na investigação de diagnósticos diferenciais, fraturas, por exemplo. A ultrassonografia pode evidenciar a distensão líquida da bainha sinovial do primeiro compartimento (sinal do halo), com irregularidade ou espessamento tendíneo. Sinal peritendíneo ao power Doppler pode ser identificado em alguns casos. Tratamento: Não farmacológicas: Medidas de reabilitação, como orientação do paciente, proteção articular e conservação de energia; Os pacientes devem ser orientados quanto ao alongamento das estruturas acometidas, que pode ser obtido através da adução e flexão passiva do polegar, com leve distração radiocarpal; A contratura da musculatura tenar também pode ser fonte de dor e deve ser alongada; O uso de órteses noturnas para rizartrose pode auxiliar na recuperação; estas também podem ser usadas durante os períodos de atividades que geram mais dor; O uso contínuo de órteses não é recomendado, visto que pode levar à atrofia da musculatura intrínseca da mão e à piora do quadro; Deve-se encaminhar o paciente para um fisioterapeuta especialista em mão para realização de cinesioterapia para reforço muscular; Farmacológicas: Para controle da dor, podem ser utilizados analgésicos comuns e anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs); A infiltração com corticoide e anestésico local, especialmente a guiada por ultrassonografia, pode ser uma opção em pacientes muito sintomáticos, de modo a permitir a reabilitação; Cirúrgicas: Devem ser indicadas em casos refratários ao tratamento clínico. - Doença de Dupuytren - Síndrome de Guyon - Quervain TUMORES DE PARTES MOLES Os sarcomas de tecidos moles (STM) são raros e representam um grupo heterogêneo de neoplasias. Representam 1% de todos os tumores malignos do adulto e 12% das neoplasias pediátricas. Cerca de 80% dos sarcomas surgem nos tecidos moles, sendo menos de 20% originados no esqueleto. Os tumores benignos de partes moles superam os malignos em incidência, sendo cerca de 100 vezes mais frequentes. Isso muitas vezes induz o médico a considerar os tumores de tecidos moles como sinônimo de lesões sem importância, especialmente lesões superficiais, que em 30% dos casos são lipomas. Cerca de 75% dos STM surgem nos membros, sendo a maioria deles na coxa. O restante ocorre igualmente na parede torácica e no retroperitônio. Por ordem de frequência, os STM surgem no membro inferior (46%), dorso (18%), membro superior (13%), retroperitônio (13%) e cabeça e pescoço (9%). Estágio Grau Localização Metástase IA Baixo - G1 T1 - Intracompartimental M0 IB Baixo - G1 T2 - Extracompartimental M0 IIA Alto - G2 T1 - Intracompartimental M0 IIB Alto - G2 T2 - Extracompartimental M0 III Metástase (qualquer grau) T1 - Intracompartimental M1 (regional ou distante) EXAMES DE IMAGENS ÚTEIS PARA AVALIAÇÃO DE LESÕES EM TECIDOS MOLES RN é o melhor exame para avaliação dos tumores de partes moles, permitindo melhor contraste entre os planos teciduais e aquisição de imagens multiplanares. A RM permite diferenciar tumores verdadeiros de pseudotumores e de lesões não tumorais, apresentando melhor visibilização das estruturas musculares e fasciais. Tumores benignos: homogêneos e bem delimitados. Tumores Malignos: heterogêneas,margens irregulares. Mas é sempre necessário a biópsia. A ultrassonografia é útil na avaliação de tumores superficiais, principalmente para a diferenciação entre cistos e nódulos sólidos, assim como nos casos suspeitos de lipomas. Auxílio para guiar biópsia percutânea Sarcomas indiferenciados pleomórficos Informações sobre o tamanho e a extensão do tumor, passando para o patologista a responsabilidade de definir o diagnóstico. Os dois tumores mais comuns nos tecidos moles, histiocitoma fibroso maligno (HFM) e lipossarcoma, recentemente receberam nova classificação, feita por patologistas, sendo reunidos em uma única nomenclatura como sarcomas indiferenciados pleomórficos. Sarcomas sinoviais São um dos dois tipos de tumores (juntamente com tumores neurais) que tipicamente apresentam sinal brilhante homogêneo na ressonância magnética, ao ponto de poderem ser confundidos com uma coleção de líquido. RM que se assemelha a uma coleção de líquido e em localização atípica para um cisto sinovial ou uma bursa, gadolínio tem de ser administrado para que seja possível determinar se é líquido ou massa sólida. Osteocondromatose sinovial. Lesão articular benigna com metaplasia da sinovia e ,múltiplos corpos livres calcificados Diagnóstico radiográfico Cistos sinoviais atípicos Mais comum é o cisto de Baker, ao redor do joelho. Pode acontecer que na TC essas lesões não sejam visualizadas como lesões cheias de líquido, e sua associação à articulação pode facilmente não ser percebida. A RM pode evidenciar a formação cística com a presença de líquido. O uso de contraste - Gadolínio é usado para determinar se realmente se trata de uma coleção de líquido ou de massa sólida. Encondroma Os neoplasmas benignos localizados dentro da cavidade medular são compostos de cartilagem de hialina madura. As lesões costumam ser assintomáticas e descobertas incidentalmente, mas muitos pacientes se apresentam com fraturas patológicas. As lesões podem ser individuais ou múltiplas, mas os pacientes com encondromatose múltipla têm um risco de 30 a 50% de desenvolver condrossarcoma. Condroblastoma ( tumor de codman) É uma neoplasia benigna incomum que consiste em tecido condróide misturado a tecidos celulares. A localização na epífise é característica (aproximadamente 98%), muitas vezes com extensão para dentro da metáfise. Acomete jovem, entre 5-25 anos de idade. A aparência radiográfica é uma lesão epifisária ovóide ou arredondada que está excentricamente localizada. As margens são geográficas, geralmente com uma borda óssea reativa e fina. Defeitos corticais fibrosos e fibromas não ossificantes São lesões não neoplásicas histologicamente idênticas, consideradas como o resultado de uma ossificação defeituosa na placa de crescimento. Autolimitados, sem porém de crescimento ou alastramento. Regra-se espontaneamente. Visto em crianças com idade 4-8 anos Fibromatose agressiva É uma neoplasia verdadeira dos tecidos moles que surge das coberturas fascial e músculo aponeuróticas, algumas vezes no local de uma cicatriz traumática ou pós-cirúrgica. As radiografias podem mostrar massa de tecido mole, engrossamento periosteal localizado e destruição óssea nítida. Em razão dos variados graus de celularidade, de conteúdo líquido na matriz e infiltração, a fibromatose agressiva pode ser bem ou muito mal definida, demonstrar uma atenuação variável e intensificação na TC e intensidade de sinal variável na RM. O tratamento é a ressecção ampla. A mortalidade é baixa, mas as recorrências locais são frequentes Lipoma São tumores benignos comuns de gordura madura. Eles são clinicamente evidentes como massas moles e indolores que se alargam gradualmente. Embora a maioria seja subcutânea, podem ocorrer em localização intramuscular. Um diagnóstico definitivo é feito por meio da TC quando a lesão possui características atenuantes da gordura. A gordura também possui características de sinal distintas na RM. Elastofibroma É uma lesão fibrosa reativa benigna que produz fibras elásticas anormais. Esse pseudotumor é considerado o resultado da fricção mecânica crônica entre a ponta da escápula e a parede torácica. - Comum em mulheres idosas. Assintomáticas, mas pode apresentar dor. USG: filamentos hipoecoicos curvilíneos contra uma base ecogênica ( gordura). TC: atenuação de tecido mole RM: massa de tecido mole heterogênea, semilunar, mas circunscrita
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