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Prof. José Luiz da Costa jose.jlc@fcf.unicamp.br Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Ciências Farmacêuticas Disciplina FR804 – Toxicologia Geral mailto:jose.jlc@fcf.unicamp.br Mundo (idades de 15-64 anos): 167-315 milhões usam drogas ilícitas (3,6-6,9%) 180,6 milhões usam cannabis (3,9%) 33,8 milhões usam anfetaminas (0,7%) 16,5 milhões usam opiáceos (0,4%) 17,0 milhões usam cocaína (0,4%) 19,4 milhões usam ecstasy (0,4%) World Drug Report, 2015. CEBRID (2005): 108 maiores cidades brasileiras: 12,3 % dependentes de álcool 8,8% maconha; 2,9% cocaína; 0,7% crack; 0,2% merla; 3,2% anfetaminas. CEDRID, II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, 2005. Fármaco Substância de estrutura química definida, capaz de modificar ou explorar o sistema fisiológico ou estado patológico, em benefício do organismo receptor. Droga Matéria-prima de origem animal, vegetal ou mineral que contém um ou mais fármacos CONCEITOS GERAIS Abuso: padrão mal adaptado, manifestado por consequências adversas recorrentes e significativas devidas ao uso repetido da substância (DSM-IV) CONCEITOS GERAIS Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM- IV), American Psychiatric Association,1994) Uso nocivo: modo de consumo de uma substância psicoativa que é prejudicial à saúde (CID-10) Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), Organização Mundial de Saúde, 1993) Conjunto de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos que indicam que o indivíduo perdeu o controle do uso da droga e continua a usar a substância apesar das consequências adversas deste uso (DSM-IV, 1994) 1. Tolerância; 2. Abstinência; 3. Uso frequente de quantidades maiores ou por períodos mais prolongados do que o pretendido; 4. Desejo persistente ou esforços mal sucedidos para controlar o uso; 5. Muito tempo é consumido em conseguir, usar ou recuperar-se do uso; 6. Abandono ou redução de atividades sociais, ocupacionais ou recreativas devido ao uso; 7. Uso mantido apesar do reconhecimento de problemas físicos ou psicológicos persistentes ou recorrentes, causados ou agravados pelo uso. pelo menos 3 durante os últimos 12 mesespelo menos 3 durante os últimos 12 meses INDIVÍDUO FÁRMACO /DROGA AMBIENTE Disponibilidade Custo Lícitas Ilícitas Modo de administração Velocidade de absorção Ex: COCAÍNA Cone, EJ. J Anal Toxicol., 19 (6):p.459-78, 1995. Equipamento de programação seringa de infusão Catéter barra Diretamente no Cérebro Oral anfetaminas, barbitúticos, cocaína, codeína, etanol, fentanil, heroína, MDMA, metadona, metanfetamina, metilfenidato, morfina, nicotina, PCP e THC. Fármacos/drogas que mantém a auto-administração: validade preditiva: todas os fármacos que induzem auto-administração em animais são auto-administradas por humanos. morfina: receptores opióides 9THC: receptores canabinóides CB1 cocaína: inibe a recaptação de catecolaminas - DA/5-HT álcool: potencializa GABA/bloqueia receptores glutamato - NMDA nicotina: receptores nicotínicos colinérgicos alucinógenos: 5-HT/outros PCP: bloqueia receptores glutamato - NMDA Fonte: NIDA Envolvida nos efeitos de vários reforçadores: alimentação água sexo reforçadores condicionados Efeitos reforçadores são bloqueados por: antagonistas de receptores DA lesão de vias DA Alimentos aumentam em 45% os níveis de DA no Nac. Anfetamina e cocaína aumentam em 500%. Níveis sanguíneos diferentes com a mesma dose Genética e Polimorfismo genético Enzimas envolvidas na absorção, metabolismo, excreção Transtornos psiquiátricos Período de início de uso Mulheres são mais vulneráveis aos efeitos do álcool? A mulher tem menos água corporal do que os homens; Atividade da enzima álcool desidrogenase corresponde a 59% da atividade da enzima no homem; Maior vulnerabilidade aos efeitos do álcool. Tolerância inata: pode representar um traço biológico que contribui para o desenvolvimento do etilismo. Filhos de etilistas Risco de etilismo Etanol Acetaldeído Acetato ADH ALDH NAD+ NADH NAD+ NADH Uma alta porcentagem de orientais (45-53%) - Japoneses, chineses, coreanos são deficientes na atividade da ALDH2 devido a uma mutação na enzima. Variante: ALDH2*2. Essa mesma população também têm uma alta incidência de uma forma atípica de ADH (ADH2*2) que rapidamente converte etanol a acetaldeído. Polimorfismo Genético Ansiedade, depressão, esquizofrenia, insônia, timidez excessiva Início: alívio tempo Tolerância, consumo compulsivo, descontrole Início precoce: aumento do risco de dependência. Razão: áreas cerebrais associadas com motivação, impulsividade e dependência (córtex pré-frontal e sistema monoaminérgico subcortical) ainda estão em desenvolvimento na adolescência. Chambers et al., Am J Psiquiatry, 2003. atitudes da comunidade: ambiente social, contexto de época disponibilidade de outros reforçadores (prazer e recreação) estresse Reforço Positivo O consumo da droga é mantido porque ela atua como um reforçador positivo. O comportamento é mantido pelo desejo de obter prazer. Reforço Negativo A remoção aumenta a probabilidade do comportamento anterior. O consumo mantém-se para aliviar estados desagradáveis (abstinência) Retirada abrupta: Síndrome de Abstinência: conjunto de sintomas que ocorrem quando da retirada absoluta ou relativa de uma substância psicoativa consumida de modo prolongado. Disforia Insônia Ansiedade Irritabilidade Náusea Agitação Taquicardia Hipertensão TOLERÂNCIA: diminuição da resposta a uma determinada dose da droga após administração continuada da mesma. Refere-se à sensibilidade determinada geneticamente a um fármaco, que é observada desde a primeira vez que a substância é administrada. Ex.: Filhos de etilistas apresentam menores efeitos subjetivos de intoxicação (efeito depressor) do que filhos de não etilistas Importante no desenvolvimento da dependência FARMACOCINÉTICA: Refere-se a alterações na distribuição ou no metabolismo de um fármaco depois do seu uso repetido. Resultam em concentrações sanguíneas mais baixas do que a produzida com a 1a. dose da mesma droga. Álcool, barbitúricos: indutores enzimáticos CYP450 FARMACODINÂMICA: Refere-se às alterações adaptativas no local de ação fisiológica, de modo que a resposta a determinada concentração da droga é atenuada. devido a alterações no número de receptores, na afinidade de receptores, na composição da membrana Benzodiazepínicos Etanol e Benzodiazepínicos Benzodiazepínicos e Barbitúricos Morfina e outros opióides Uso repetido de uma droga de determinado grupo confere tolerância não apenas a essa droga, mas também a substâncias de estruturas e mecanismos semelhantes Dependência desenvolve-se em consequência da adaptação produzida pelo reajuste dos mecanismos homeostáticos: Os fármacos alteram os sistemas que, até então, estavam em equilíbrio. Esses sistemas encontram um novo equilíbrio na presença da droga. Se a administração do fármaco for interrompida, instala- se um outro desequilíbrio. AUMENTO DA PERDA DO CONTROLE “Gostar” “Querer” “Necessitar” (Nestler e Aghjanian, 1997) Score das drogas (Nestler e Aghjanian, 1997) (Nestler e Aghjanian, 1997)
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