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Avaliação PSA UNIP 2023

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Prévia do material em texto

• Pergunta 1 
 
 
Leia a tirinha. 
 
 
O objetivo da tirinha é 
 
Resposta Selecionada: a. 
criticar a mercantilização da produção de opinião nas redes sociais. 
 
 
• Pergunta 2 
 
 
Leia a charge. 
 
 
 
Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. 
I. De acordo com a charge, o indivíduo que se informa somente por mensagens enviadas por 
redes sociais tem uma visão limitada e não verdadeira sobre os acontecimentos, sendo 
induzido a interpretações erradas. 
 
SIMULADO PSA UNIP 2023
PORQUE 
II. Apenas os cientistas têm discernimento sobre os fenômenos naturais e sociais, e a observação 
da realidade não é uma forma válida de conhecimento. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: c. 
A asserção I é verdadeira, e a II é falsa. 
 
 
• Pergunta 3 
 
 
Leia a charge. 
 
 
 
O objetivo da charge é 
 
Resposta 
Selecionada: 
c. 
valorizar o livro e as atividades pedagógicas não digitais como 
ferramentas importantes para a construção do conhecimento. 
 
 
• Pergunta 4 
 
 
Leia o texto. 
Não vacinados representam 75% das mortes por covid-19, diz estudo brasileiro 
Vacinação protegeu todas as faixas etárias de hospitalizações e mortes, inclusive indivíduos 
com mais de 80 anos 
Publicado em 04/03/2022 
Uma pesquisa conduzida em Londrina, no Paraná, mostrou que 75% das mortes por covid-19 
registradas nos primeiros dez meses de 2021 ocorreram em indivíduos que não foram 
imunizados contra a doença. Entre os idosos, o índice de morte foi quase três vezes maior 
entre os não vacinados do que entre os imunizados. Entre pessoas com menos de 60 anos, o 
número de mortes de não vacinados foi 83 vezes maior do que nos imunizados. O estudo foi 
conduzido pela Universidade Estadual de Londrina, pela Secretaria Municipal de Saúde de 
 
Londrina, pela Universidade Federal de São Carlos e pela Faculdade de Medicina Albert 
Einstein dos EUA. 
Foram incluídos no estudo dados de 59.853 casos confirmados de covid-19 e 1.687 mortes pela 
doença, reportados entre janeiro e outubro de 2021. Dos óbitos registrados, 1.269 foram de 
indivíduos não vacinados. Já entre os casos confirmados, 48.217 foram de pessoas que não 
tomaram a vacina, 7.207 de indivíduos parcialmente imunizados e 4.429 de pessoas com 
esquema vacinal completo. Dos vacinados que foram infectados, 54% tinham mais de 60 anos. 
Os cientistas analisaram as taxas de letalidade (proporção entre o número de mortes e o 
número de casos) em três modelos: de acordo com a idade dos participantes, com o status de 
vacinação e segundo a relação de ambas as características (idade e vacinação). No primeiro 
modelo, quanto mais velhos os indivíduos, maior a letalidade observada. A segunda análise 
mostrou que os vacinados apresentam uma taxa de letalidade 40,4% menor do que os não 
vacinados. 
Já o terceiro modelo confirmou que a vacinação reduziu as mortes em todas as faixas etárias. 
"Nossos achados reforçam que a vacinação é uma medida de saúde pública essencial para 
reduzir os índices de fatalidade por covid-19 em todas as faixas etárias", afirmam os autores 
do artigo. 
Os resultados da pesquisa corroboram os de outros trabalhos já publicados, como um estudo 
observacional com dados de 90 países que mostrou que, a cada aumento de 10% na cobertura 
vacinal, a mortalidade reduz 7,6%. 
Disponível em <https://butantan.gov.br/noticias/nao-vacinados-representam-75-das-mortes-
por-covid-19-diz-estudo-brasileiro>. Acesso em 13 fev. 2023 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. A pesquisa indicou que a vacinação reduziu a morte e a contaminação por covid-19. 
II. Segundo os dados, 54% dos vacinados com mais de 60 anos foram infectados, mas, entre 
os imunizados, a taxa de letalidade foi 40,4% menor do que a observada entre os não 
vacinados. 
III. A pesquisa mostrou que 75% dos não vacinados morreram devido à covid-19. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: c. 
II, apenas. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 5 
 
Leia a charge e o texto. 
 
 
 
Pobreza e extrema pobreza batem recorde no Brasil em 2021, diz IBGE 
O equivalente a 29,4% da população brasileira estava na pobreza no ano passado; ponta 
extrema alcança 8,4% da população 
Reuters – 02/12/2022 
 
A pobreza e a extrema pobreza bateram recordes no Brasil em 2021, como consequência dos 
efeitos negativos da pandemia de covid-19, informou nesta sexta-feira (02/12/2022) o 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
A pobreza no País em 2021 alcançou 62,5 milhões de brasileiros, o equivalente a 29,4% da 
população do país, enquanto 17,9 milhões de brasileiros se encontravam na extrema pobreza 
no ano passado (8,4% da população). 
Nos dois casos, os níveis são os mais altos da série do IBGE iniciada em 2012. 
“Esse aprofundamento da pobreza e extrema pobreza tem a ver com os impactos da 
pandemia de covid-19 e seus efeitos sobre o mercado de trabalho“, disse João Hallak, gerente 
da pesquisa de indicadores sociais do IBGE. “A situação dos trabalhadores no mercado de 
trabalho foi bem difícil em 2021, e isso tem reflexos nos indicadores sociais”. 
Disponível em <https://www.infomoney.com.br/economia/pobreza-e-extrema-pobreza-batem-recorde-no-brasil-em-
2021-diz-ibge/>. Acesso em 11 mar. 2023. 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. A charge tem por objetivo criticar as pessoas que vivem em condição de pobreza e não 
tentam mudar sua situação, conformando-se em ser meros números nas estatísticas. 
II. De acordo com o texto, em 2021, em média, 1 em cada 12 brasileiros vivia em condições 
de extrema pobreza. 
III. Segundo o gerente da pesquisa de indicadores sociais do IBGE, o aprofundamento da 
pobreza no Brasil em 2021 está vinculado aos impactos da covid-19 sobre o mercado de 
trabalho. 
É correto apenas o que se afirma em 
Resposta Selecionada: d. 
II e III. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 6 
 
 
Leia o texto. 
Mas o que distingue o cinema de todos os outros meios de expressão culturais é o poder 
excepcional que lhe advém do fato de a sua linguagem funcionar a partir da reprodução 
 
fotográfica da realidade. Com efeito, com ele, são os próprios seres e as próprias coisas que 
aparecem e falam, dirigem-se aos sentidos e falam à imaginação: a uma primeira abordagem 
parece que qualquer representação (o significante) coincide de forma exata e unívoca com a 
informação conceptual que veicula (o significado). 
MARTIN, Marcel. A linguagem cinematográfica. Lisboa: Dinalivros, 2005, p.24. 
A seguir, temos a foto de uma cena do filme “O Poderoso Chefão” (1972). Essa obra-prima do 
cinema, ganhadora de diversos Oscars, inclusive o de Melhor Filme, mostra a trajetória de 
uma família mafiosa de Nova York de uma maneira que jamais havia sido vista antes. O roteiro 
do diretor Francis Ford Coppola, baseado no livro homônimo do escritor ítalo-americano 
Mario Puzo, apresenta o crime organizado como uma empresa capitalista qualquer e, ao fazer 
isso, põe no mesmo nível os capitalistas e os mafiosos. Em vez de apelar para os diálogos ou a 
atuação dos atores para evocar a onipresença do mal no universo de crimes e assassinatos 
perpetrados pela máfia, o filme emprega uma fotografia contrastada em claro/escuro, 
predominantemente sombria. Trata-se de uma maneira estritamente visual de trabalhar um 
tema, a característica essencial do cinema como linguagem autônoma. 
 
Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. 
I. De acordo com o texto, o cinema é uma forma de arte exclusivamente imagética, que 
independe das palavras. 
PORQUE 
 
II. Os recursos visuais, como iluminação e fotografia, são importantes na construção da 
mensagem cinematográfica. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: d. 
A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. 
 
 
 
• Pergunta 7 
 
 
Leia o texto. 
Especialista alerta sobre elo entre fatores que atrapalham o sono noturno, comoa apneia, e 
o maior risco cardiovascular 
 
Engana-se quem pensa que o sono consiste apenas em um estado passivo na vida de um ser 
humano. Ele influencia e é influenciado por uma série de fatores fisiológicos e 
comportamentais. Nem o cérebro nem o coração param durante o sono, mas o repouso 
noturno é essencial para preservar esses órgãos vitais. Distúrbios do sono, sobretudo a apneia 
obstrutiva, comprometem o organismo e elevam com o tempo o risco de problemas no 
coração e nas artérias. A apneia está ligada a características anatômicas e ao estilo de vida, 
sendo mais frequente em alguns biotipos e com o ganho de peso. Quem sofre desse problema, 
mais famoso pelos roncos, fica com um sono extremamente fragmentado e desperta muitas 
vezes com uma sensação de sufocamento. Também existem reflexos na capacidade de queima 
da gordura corporal e na ação da insulina pelo corpo. A sobrecarga do coração não se 
restringe somente ao fato de o músculo cardíaco ter de trabalhar com maior intensidade. 
Estudos demonstram que ele também é alvo de substâncias inflamatórias liberadas em razão 
do estresse na parede do coração e dos vasos sanguíneos. 
Não é à toa que existem evidências ligando a apneia do sono ao aumento nas taxas de infarto, 
arritmia e derrame cerebral. Isso faz com que os distúrbios do sono sejam considerados 
fatores críticos na equação do risco cardiovascular. No entanto, não é tão simples diagnosticar 
esse tipo de problema. Normalmente, a pessoa passa anos sem sintomas, sem se dar conta 
dos roncos e das pausas na respiração, julgando que aquilo é normal e faz parte de sua 
constituição física. Dormir mal, portanto, pesa em termos de morbidade e mortalidade 
cardiovascular. Ainda não está claro, porém se, nesse grupo de pessoas, o tratamento dos 
distúrbios de sono é capaz de prevenir eventos cardiovasculares. 
Um ponto a destacar é a correlação estreita entre a apneia do sono e a obesidade. A redução 
do peso por meio de mudanças no estilo de vida pode ajudar a controlar a condição e suas 
repercussões, como o aumento da pressão arterial. O impacto do sono na saúde 
cardiovascular foi ainda mais valorizado recentemente, quando, em cima dos resultados de 
pesquisas, cientistas da Escola de Saúde Pública da Universidade Colúmbia, nos Estados 
Unidos, passaram a incluir um bom sono noturno na lista de itens decisivos para o bem-estar 
das artérias. O trabalho de Colúmbia nos faz justamente rever o estilo de vida e repensar 
cuidados com a saúde. E isso inclui buscar um sono reparador. O interessante é que o 
descanso noturno não está isolado num mar de outros fatores preventivos. Exemplifico: 
pessoas que praticam exercícios físicos regularmente tendem a dormir melhor; e quem dorme 
melhor tende a ter mais disposição para se exercitar. Um sono saudável está, portanto, 
bastante conectado com os outros sete itens para a qualidade de vida listados pelos 
pesquisadores americanos. E ganha relevância se pensarmos na associação direta entre um 
sono insuficiente e o surgimento e agravamento de doenças como obesidade, diabetes, 
hipertensão, câncer, insuficiência cardíaca, depressão e Alzheimer. Quanto dormir? Um ciclo 
saudável costuma ter entre 7 a 9 horas de descanso no período da noite. E descanso 
ininterrupto, sem as pausas provocadas por apneia ou insônia. Quando esse padrão se ajusta 
e se alia a outros hábitos equilibrados, ganhamos energia e uma proteção extra contra 
doenças. 
Disponível em <https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/meta-para-2023-dormir-bem-pelo-seu-
coracao/>. Acesso em 23 fev. 2023. 
 Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. 
I. As chances de desenvolvimento de problemas cardiovasculares em pessoas com distúrbios 
de sono tendem a ser maiores. 
PORQUE 
II. Um sono reparador é aquele em que a pessoa dorme de 7 a 9 horas, sem interrupções, e 
não depende de outros fatores do cotidiano. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: c. 
A asserção I é verdadeira, e a II é falsa. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 8 
 
 
Leia o texto a seguir. 
Varíola dos macacos 
A varíola dos macacos é transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero 
orthopoxvirus. É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a 
partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, 
embora seja clinicamente menos grave. O período de incubação da varíola dos macacos é, 
geralmente, de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a Organização 
Mundial da Saúde (OMS). O nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em 
macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado 
em uma criança na República Democrática do Congo em 1970. Atualmente, segundo a OMS 
esclareceu, a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são roedores, como ratos e 
cães-da-pradaria. A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, 
gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. E, segundo o órgão 
de saúde, a transmissão de humano para humano está ocorrendo entre pessoas com contato 
físico próximo com casos sintomáticos. O contato próximo com pessoas infectadas ou 
materiais contaminados deve ser evitado. Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção 
individual devem ser usados ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em 
casa. 
Disponível em <https://bvsms.saude.gov.br/02-6-variola-dos-macacos/>. Acesso em 04 fev. 2023. 
Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. 
I. A varíola dos macacos é uma doença grave, representada por severa infecção bacteriana, 
que teve sua origem em animais silvestres, como os macacos, e se espalhou para o ser 
humano. 
PORQUE 
II. A transmissão dessa doença ocorre por contato físico de pessoas saudáveis com pessoas 
ou materiais contaminados. 
Assinale a alternativa correta. 
 
Resposta Selecionada: e. 
As duas asserções são falsas. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 9 
 
 
Leia o texto. 
O deleite e as dores da superdotação 
A chama das altas habilidades, em mãos erradas ou desamparadas, pode causar um incêndio 
devastador, esclarecem especialistas 
Crianças com altas habilidades/superdotação (AH/SD) costumam sofrer durante toda a vida 
com problemas mentais e de relacionamento, com um sentimento de não pertencimento pela 
falta de diagnóstico e de atendimento de especialistas e, às vezes, com indiferença dentro das 
 
escolas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 5% das crianças e dos adolescentes estão 
nas salas de aula sem reconhecimento de seus potenciais, sem desfrutarem dos seus direitos 
garantidos na legislação brasileira. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 
traz quem é esse público e qual é o direito do superdotado e sustenta que a criança com altas 
habilidades/superdotação é público-alvo da educação especial. 
Altas habilidades/superdotação é uma habilidade acima da média em alguma área do 
conhecimento. Um dos aspectos mais marcantes da superdotação relaciona-se ao seu traço de 
heterogeneidade. Assim, algumas pessoas podem destacar-se em um setor, ou podem 
combinar várias áreas, explica Ângela Magda Rodrigues Virgolim, graduada e mestre em 
Psicologia pela Universidade de Brasília e fundadora do “Instituto Virgolim para Altas 
Habilidades e Superdotação”. 
“Destituídas de assistência efetiva, essas crianças têm predisposição para o desenvolvimento 
de transtornos mentais, como depressão e ansiedade; por isso, o processo de reconhecimento 
é fundamental”, alerta Denise Rocha Belfort Arantes-Brero, presidente do Conselho Brasileiro 
para Superdotação (ConBraSD). 
O professor é capaz de identificar a superdotação porque está todo dia em contato com o 
aluno e conhece seu desempenho, estando apto a fazer uma análise comparativa. “Uma 
professora de matemática é capaz de reconhecer qual aluno se destaca comparado aos seus 
pares etários.E isso é possível para o professor em qualquer disciplina”, afirma Denise Brero, 
que é também especialista em educação especial para dotados e talentosos pela Universidade 
Federal de Lavras (UFLA/MG) e doutora em Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem 
pela Universidade Estadual Paulista em Bauru. 
Crianças e adolescentes superdotados rompem com a sinergia do ambiente e se destacam, 
sendo visíveis em sala de aula. Muitas vezes, são ignorados por professores que não olham, 
não escutam e não são sensíveis a isso, esclarece Olzeni Ribeiro, consultora da Unesco e do 
Ministério da Educação na criação de cursos na área de altas habilidades/superdotação, além 
de doutora em Educação, neuropsicopedagoga clínica e institucional e especialista em altas 
habilidades/superdotação. 
“Quando eu peço aos pais que descrevam seus filhos superdotados, a palavra ‘sensível’ 
aparece com mais frequência. E a sensibilidade assume muitas formas: os sentimentos são 
facilmente magoados, com possíveis crises de choro compulsivo. Eles ‘sentem os sentimentos’ 
dos outros, respondem às críticas de forma intensa e às vezes reagem a estímulos do ambiente 
como luz, ruído, texturas, poluição do ar e determinados alimentos. O perfeccionismo e a 
intensidade também surgem com frequência nas descrições dos pais”, descreve Olzeni. 
“O que precisa ser desmitificado é que a alta habilidade/superdotação não está somente 
relacionada com o Quociente de Inteligência (QI). O que pesa mais é a história de vida, o que a 
criança faz, seu desempenho, mais do que a pontuação do QI”, determina Denise Brero. 
Segundo Denise, muitos professores têm receio do aluno superdotado. Sentem-se desafiados. 
Para a especialista, a criança superdotada questiona mais, traz novidades e se interessa por 
um conteúdo mais aprofundado. Ela expressa que esses alunos enriquecem a turma e cita o 
médico Joseph Salvatore Renzulli, um dos maiores especialistas na educação de superdotados: 
“Uma maré crescente leva todos os navios. Mas os superdotados têm que ser olhados na sua 
individualidade e receber alguma atenção especial para continuarem a florescer, a 
desenvolver os seus potenciais. Devem se sentir pertencentes e autorrealizados para que 
sejam produtores de conhecimento e contribuam para o desenvolvimento da sociedade”. 
Quando há diagnóstico de superdotação, pais e professores devem estar atentos se 
aparecerem sintomas como desmotivação, vontade de faltar às aulas, dor de barriga e de 
cabeça, falta de envolvimento e de interesse, tristeza. Ao longo da vida, em alguns momentos, 
o superdotado precisará de um acompanhamento psicológico para lidar com essas questões – 
se aparecerem. 
Essas crianças têm direito a dois tipos de estratégias específicas dentro da escola: o 
enriquecimento curricular ou a aceleração de estudos. Cada caso é avaliado para definir qual 
estratégia beneficiará mais a criança. O desejo da criança deve ser respeitado, e todo o 
processo deve ser acompanhado, pois se trata de uma mudança abrupta. Em muitos casos, a 
aceleração de estudos (pular a série) é positiva, a criança se sente motivada. 
O superdotado que vai bem na escola é chamado de superdotado acadêmico, cujo 
conhecimento é devorar leituras, escrever muito bem, e a escola o adora pois ele não gera 
demandas, mas é muito prejudicado porque a escola bloqueia o desenvolvimento. “Toda 
escola no Brasil estabelece um teto de aprendizagem, o que prejudica o superdotado”, aponta 
Olzeni Ribeiro, autora do livro “Criatividade”, em uma perspectiva transdisciplinar: rompendo 
crenças, mitos e concepções, publicado com a chancela da Unesco. 
Crianças superdotadas são, por natureza, mais sensíveis. Reagem com mais força e expressão 
a um ambiente no qual suas habilidades não são percebidas e suas necessidades não são 
atendidas. Podem ter um comportamento social inadequado, revelando hostilidade e agressão 
com relação aos outros (pais, professores, figuras de autoridade) ou se entregando a atos de 
delinquência social. 
“Temos um número imenso de superdotados sendo tratados com remédios que diminuem a 
energia, a cognição e a intelectualidade da criança. O remédio é um freio para sua 
inteligência, e sua intelectualidade é destruída”, revela Olzeni, pedagoga, há 30 anos atuando 
na área da educação com altas habilidades/superdotação e outras condições especiais. 
Olzeni alerta: “Se um pai e uma mãe levarem essa questão da superdotação para a escola, 
pelo amor de Deus, não digam que esses pais são vaidosos. A superdotação é genética, não é 
fabricada. Se não for diagnosticada e devidamente trabalhada, esse adulto precisará de 
terapia, se não chegar ao suicídio”. Crianças com altas habilidades são um precioso recurso 
nacional que precisa ser protegido, nutrido e desenvolvido. 
Disponível em <https://revistaeducacao.com.br/2021/11/18/deleite-e-dores-superdotacao/>. Acesso em 2 fev. 2023 
(com adaptações). 
Com base nas informações do texto, é correto afirmar que 
Resposta 
Selecionada: 
e. 
ter altas habilidades ou superdotação cognitiva enquadra a pessoa em uma 
condição especial de aprendizagem, que demanda das escolas uma forma 
diferenciada de trabalho pedagógico. 
 
 
 
• Pergunta 10 
 
 
Leia o texto. 
A questão da uberização ou plataformização do trabalho tem um potencial de se generalizar 
para todas as categorias profissionais. Ela já está avançando para setores da saúde (como 
cuidadoras e enfermeiras particulares), educação, serviços de limpeza doméstica (faxineiras), 
além de novas “modalidades” de trabalho, como as fazendas de cliques. Essa tendência de 
expansão só é possível por conta de novas tecnologias que têm sido implementadas no nosso 
cotidiano, em particular no mundo do trabalho (como é o caso da internet 5G, big data, 
internet das coisas etc.). Por exemplo, a modalidade de teletrabalho – hoje presente em várias 
categorias profissionais e um problema central para o mundo sindical – não deixa de ser uma 
forma de plataformização (isto é, um trabalho mediado por uma tecnologia informacional, 
como um tablet, um computador ou um celular). A diferença entre um entregador de uma 
 
plataforma digital e um servidor público do setor judiciário que trabalha hoje em home office é 
o contrato de trabalho, ou seja, os direitos adquiridos. 
A grande novidade das empresas-plataformas é que elas levaram ao extremo a exteriorização 
das atividades de trabalho, transferindo as responsabilidades aos trabalhadores. Dizem que 
estão apenas fazendo a intermediação entre clientes e trabalhadores (durante um tempo, 
tentaram chamar isso de “economia de compartilhamento”) e, por conta disso, não 
reconhecem o vínculo de emprego de seus entregadores ou motoristas. Mais que isso, deixam 
para eles todo o custo do processo de trabalho ou de serviço como, por exemplo, o aluguel ou 
o financiamento do carro ou da motocicleta, os custos com o combustível, a manutenção etc. 
Na verdade, o que essas empresas estão fazendo é litigioso, deixando milhões de 
trabalhadores e trabalhadoras sem qualquer direito ou assistência. Elas mesmas 
reconheceram isso quando aceitaram a inclusão de entregadores e motoristas no regime 
público de previdência social, com contrapartida financeira por parte delas. 
Mas a questão central, como muito bem apontaram as lideranças de entregadores e parte dos 
representantes sindicais, não está em incluí-los no regime de previdência e assegurar a eles 
um seguro saúde. Eles querem mais. Muitos dizem: “Nenhum direito a menos!”. E há uma 
compreensão, entre ativistas e pesquisadores, de que, se esta nova lógica de relação de 
trabalho das empresas-plataformas se estabelecer na legislação brasileira, serão abertas as 
portas para a plataformização de todas as categorias profissionais. Está em jogo, portanto, o 
futuro do mundo do trabalho e não apenas de uma ou outra categoria profissional. 
 
Disponível em <https://www.ihu.unisinos.br/626697-as-empresas-plataformas-sao-o-que-capital-financeiro-capital-
produtivo-rentistas-comercio-ou-produtoras-de-valor-a-maioria-delas-e-tudo-isso-ao-mesmo-tempo-entrevista-especial-com-ricardo-festi?fbclid=IwAR2RACgqBJcwmbkA1FuqojtR7S38uAbXGc-3_Ei9Vzl2rT8EMblKwNUIJgs>. Acesso 
em 07 mar. 2023. 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. A plataformização do trabalho beneficiou os trabalhadores de diferentes 
categorias, pois possibilitou a intermediação entre eles e os clientes e a 
garantia de seus direitos trabalhistas no momento da pandemia. 
II. A uberização, possibilitada pelas novas tecnologias, implica a precarização 
do trabalho, com a perda de direitos historicamente adquiridos. 
III. A plataformização representa uma evolução no mundo do trabalho, com a 
possibilidade de mais empregos e mais benefícios aos trabalhadores. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: c. 
Apenas a afirmativa II é correta. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 11 
 
Leia a tirinha e o texto. 
 
 
 
O Estado brasileiro é laico? 
A situação de hoje é bem diferente daquela que vigia no Período Colonial e durante o Império, 
mas ainda está longe de caracterizar um Estado laico. As sociedades religiosas não pagam 
impostos (renda, IPTU, ISS etc.) e recebem subsídios financeiros para suas instituições de 
ensino e assistência social. O ensino religioso faz parte do currículo das escolas públicas, que 
privilegia o Cristianismo e discrimina outras religiões, assim como discrimina todos os não 
crentes. Em alguns estados, os professores de ensino religioso são funcionários públicos e 
recebem salários, configurando apoio financeiro do Estado a religiões, que, aliás, são as 
credenciadoras do magistério dessa disciplina. Certas sociedades religiosas exercem pressão 
sobre o Congresso Nacional, dificultando a promulgação de leis no que diz respeito à pesquisa 
científica, aos direitos sexuais e reprodutivos. A chantagem religiosa não é incomum nessa 
área, como a ameaça de excomunhão. Há símbolos religiosos nas repartições públicas, 
inclusive nos tribunais. 
Disponível em <http://ole.uff.br/o-estado-brasileiro-e-laico/>. Acesso em 25 fev. 2023 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O efeito de humor da tirinha apoia-se no duplo significado da palavra 
“estado”, entendida como entidade política e como situação. 
II. De acordo com o texto, ainda são fortes as influências religiosas no Estado 
brasileiro, o que o impede de ser classificado como laico. 
III. A resposta do pai, nos quadrinhos, revela que ele é contra as pesquisas 
científicas, assim como são, segundo o texto, as instituições religiosas. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: c. 
Apenas as afirmativas I e II são corretas. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 12 
 
Leia a tirinha e o texto. 
 
 
 
 
 
Lei torna mais severas as penas para crimes de intolerância religiosa 
Uma lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lei Nº 14.532, de 11.01.2023) 
tornou mais severas as penas para crimes de intolerância religiosa. 
As religiões de matriz africana são o alvo mais frequente de quem não respeita a liberdade de 
crenças. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, só em 2022 foram 1.200 ataques 
– um aumento de 45% em relação a 2020. 
A lei sancionada, que equipara o crime de injúria racial ao crime de racismo, também protege 
a liberdade religiosa. A lei, agora, prevê pena de 2 a 5 anos para quem obstar, impedir ou 
empregar violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas. A pena será 
aumentada de metade se o crime for cometido por duas ou mais pessoas, além de pagamento 
de multa. Antes, a lei previa pena de 1 a 3 anos de reclusão. 
A punição agora é a mesma prevista pelo crime de racismo, quando a ofensa discriminatória é 
contra grupo ou coletividade, pela raça ou pela cor. A expectativa é de que a nova lei ajude a 
punir quem comete crimes religiosos e ajude a proteger a vítima, que muitas vezes não 
encontra amparo quando tenta fazer uma denúncia. 
Disponível em <https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/01/18/lei-torna-mais-severas-as-penas-para-
crimes-de- intolerancia-religiosa.ghtml>. Acesso em 26 jan. 2023. 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. Segundo o texto, cerca de 45% das vítimas da intolerância religiosa no Brasil 
são adeptas de religiões de matriz africana. 
II. O racismo e a intolerância religiosa são formas de preconceito, que pode ser 
alimentado pelas relações sociais e pelas instituições, como mostram os 
quadrinhos. 
III. A expectativa em torno da lei criada é que ela busque proteger todas as 
religiões com ações e gestos concretos que garantam o direito à liberdade 
de crença. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: b. 
II. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 13 
 
 
Leia o texto. 
América Latina deveria ser região com menos fome no mundo, diz pesquisador 
Gerardo Lissardy 
Por trás da sua última refeição, pode ter existido uma história de grandes interesses. 
Não se trata apenas de quem proporcionou o alimento, mas de uma série de fatores que vão 
desde a produção até sua chegada ao mercado. 
E, em cada uma dessas etapas, pode haver interesses em jogo entre países ou corporações, 
segundo Juan José Borrell, autor do livro “Geopolítica y Alimentos: el Desafío de la Seguridad 
Alimentaria Frente a la Competencia Internacional por los Recursos Naturales” (“Geopolítica e 
alimentos: o desafio da segurança alimentar frente à concorrência internacional pelos 
recursos naturais”, em tradução livre). 
“Os alimentos são um fator de poder”, afirma Borrell, que é professor e pesquisador de 
geopolítica da Universidade de Rosário e da Universidade da Defesa Nacional, na Argentina. 
Ele também foi assessor da delegação argentina no Comitê de Segurança Alimentar Mundial 
da FAO, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. 
Borrell participou do Hay Festival Cartagena, promovido na Colômbia entre 26 e 29 de janeiro 
de 2023. A seguir, leia os principais pontos da sua conversa com a BBC News Mundo. 
BBC News Mundo: Como os alimentos se tornaram uma questão geopolítica? 
Juan José Borrell Os alimentos sempre foram importantes. O ser humano estruturou sua 
existência em torno da busca pelo abastecimento alimentar desde antes do Neolítico. 
Mas podemos dizer que os alimentos se transformaram em assunto geopolítico depois da 
Segunda Guerra Mundial, com o grande salto dado pelos Estados Unidos no cenário 
internacional. No marco da doutrina da contenção, da ajuda humanitária e da criação de 
organismos como a ONU, temas como a fome e a pobreza – que giram em torno da produção 
de alimentos - adquiriram alcance internacional. 
Vivemos nas últimas décadas um interesse renovado por uma série de fenômenos geopolíticos 
que voltaram a colocar o tema do fornecimento de alimentos na agenda maior da política 
internacional. Por exemplo, o crescimento das novas economias, a concorrência pelos 
recursos, o aumento da população mundial ou os danos aos ecossistemas. 
(...) 
BBC: Qual é o objetivo dos países nisso tudo? Garantir sua própria segurança alimentar ou 
ganhar influência político-econômica por meio dos alimentos? 
Borrell: Ambas. Os alimentos são um fator de poder. Produção, sementes, patentes, insumos, 
comércio, portos, frota, preços ou produtos nas gôndolas dos mercados são uma enorme fonte 
de poder, capacidade de influência e geração de riqueza. 
As grandes potências concorrem por espaços de mercado, para ganhar renda e ter maior 
autonomia alimentar. 
Outros países servem para extração de renda, como é o caso da Argentina. Não existe uma 
política alimentar estratégica que solucione o problema do acesso da população aos 
alimentos. 
 
O fato de um país dispor de um sistema de produção agrícola intensiva não garante que as 
necessidades alimentares da sua população sejam automaticamente satisfeitas. 
BBC: Segundo um relatório da ONU, no ano passado, o mundo retrocedeu nos seus esforços 
para acabar com a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição. Por que existe cada vez 
mais fome se temos melhor tecnologiapara produzir alimentos? 
Borrell: Existe um grande mito: o de que, graças à tecnologia, os rendimentos aumentarão e, 
consequentemente, maior quantidade de pessoas terá acesso a um maior fornecimento de 
alimentos. 
Ou, ao contrário, que existe fome onde faltam alimentos ou há excesso de população. 
O professor indiano Amartya Sen, ganhador do prêmio Nobel de Economia, demonstrou que, 
em muitas fomes históricas, havia fornecimento de alimentos, mas a população não tinha 
forma de adquiri-los. 
De fato, o sistema de produção intensiva não gera necessariamente alimentos. Ele gera uma 
matéria-prima que também pode ser empregada, por exemplo, para alimentação de animais 
ou fabricação de biocombustíveis. 
A Argentina é o maior produtor de biodiesel de soja do mundo e os Estados Unidos fabricam 
etanol com mais de um terço da sua colheita de milho. 
BBC: Ou seja, o problema da fome não se deve necessariamente à quantidade de alimentos 
disponíveis... 
Borrell: Exato. Tem a ver, como demonstra a FAO, com a questão do acesso. 
Mais de 85% da população mundial têm acesso aos alimentos disponíveis no mercado. Mas, se 
não tenho os meios econômicos para procurá-los, meu acesso será prejudicado. 
BBC: Que papel desempenha a América Latina no mapa agroalimentar global? 
Borrell: O que ocorre na América Latina e no Caribe representa um grande paradoxo. 
Entre as regiões que eram consideradas em vias de desenvolvimento, nosso continente é o que 
tem a menor quantidade de pessoas que sofrem de fome crônica. Os últimos relatórios do 
Banco Mundial calculavam, em média, cerca de 55 milhões de pessoas. 
Mas, atualmente, a América Latina produz alimentos para 1,3 bilhão de pessoas e tem 
capacidade de produzir ainda mais. 
A América Latina é um grande produtor de alimentos, mas parte da sua população não tem 
acesso ao abastecimento. A América Latina é o lugar onde deveria haver menos pessoas com 
fome no mundo. É talvez o continente mais rico em recursos, terras férteis, água potável, 
biodiversidade... 
BBC: Então, qual é o problema? 
Borrell: É a economia política, uma combinação de políticas extremamente liberais e políticas 
extremamente socialistas. Ambas geraram aumento da pobreza, retrocesso dos setores de 
classe média e mudanças do tipo de alimentação. 
Estamos observando um fenômeno que não existia meio século atrás. As pessoas que 
conseguem ter acesso ao abastecimento alimentar consomem alimentos com qualidade 
nutricional mais baixa. É um fenômeno que não fica circunscrito apenas à pobreza, mas 
também atinge a classe média. 
Os setores da classe média que dispõem de recursos, automóveis, boa moradia, celulares e 
bem-estar sofrem de excesso de peso, obesidade mórbida ou outros problemas, devido aos 
maus hábitos alimentares ou produtos industriais com baixa qualidade nutricional. 
Fome no mundo 
Atualmente, segundo a FAO, cerca de 828 milhões de pessoas passam fome no mundo. Esse 
índice seguia praticamente inalterado desde 2015, próximo de 8% da população global. Mas, 
com a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia, o número saltou nos últimos anos. 
A situação é particularmente preocupante na Ásia, onde cerca de 20% da população enfrentou 
a fome em 2021 (os últimos dados disponibilizados pela ONU). No mesmo período, no 
continente africano, 9% da população sofria de fome, e na América Latina e Caribe, 8,6%. 
No Brasil, segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da 
Pandemia da Covid-19, conduzido pela Rede PENSSAN e divulgado em junho passado, 33,1 
milhões de brasileiros vivem em situação de fome no país. No fim de 2020, eram 19,1 milhões. 
Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/articles/cgr08mvgjmzo>. Acesso em 02 fev. 2023 (com 
adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. De acordo com Borrell, a fome no mundo é causada pela baixa produção agrícola nos 
países subdesenvolvidos, especialmente na América Latina, onde, paradoxalmente, os 
alimentos são um fator de poder. 
II. Segundo o professor, a tecnologia atual permite maior rendimento na produção de 
alimentos, o que garantirá o fim da insegurança alimentar no mundo nos próximos anos. 
III. O Brasil é um grande produtor de alimentos, mas cerca de 33 milhões de brasileiros 
vivem em situação de fome, pois não têm acesso aos alimentos. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: b. 
III, apenas. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 14 
 
 
Leia o texto, publicado em 10 de janeiro de 2023, pela agência de notícias do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Inflação sobe 0,62% em dezembro e fecha 2022 com alta de 5,79% 
Com alta de 0,62% em dezembro, a inflação fechou o ano de 2022 com um aumento de 5,79%, 
abaixo dos 10,06% registrados em 2021. Com o resultado, é a quarta vez consecutiva que a 
inflação fica acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que em 2022 era de 
3,5% e teto de 5%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), 
divulgado hoje (10) pelo IBGE. 
O resultado de 2022 foi influenciado principalmente pelo grupo Alimentação e bebidas 
(11,64%), que teve o maior impacto (2,41 p.p.) no acumulado do ano. Em seguida, Saúde e 
cuidados pessoais, com 11,43% de variação e 1,42 p.p. de impacto. A maior variação veio do 
grupo Vestuário (18,02%), que teve altas acima de 1% em 10 dos 12 meses do ano. O grupo 
Habitação ficou próximo da estabilidade, com 0,07% de variação, e os Transportes (-1,29%) 
 
tiveram a maior queda e o impacto negativo mais intenso (-0,28 p.p.) entre os nove grupos 
pesquisados. 
 
 
 
A alimentação no domicílio (13,23%) exerceu a maior influência na alta de 11,64% do grupo 
“alimentação e bebidas”. Os destaques foram a cebola (130,14%), que teve a maior alta entre 
os 377 subitens que compõem o IPCA, e o leite longa vida (26,18%), que contribuiu com o 
maior impacto (0,17 p.p.) entre os alimentos para consumo no domicílio. Vale mencionar 
também a batata-inglesa (51,92%), as frutas (24,00%) e o pão francês (18,03%). 
A alimentação fora do domicílio, por sua vez, subiu 7,47%. Enquanto a refeição teve aumento 
de 5,86%, a alta do lanche foi de 10,67%. 
No grupo “saúde e cuidados pessoais” (11,43%), a principal contribuição (0,61 p.p.) veio dos 
itens de higiene pessoal (16,69%), em especial os perfumes (22,61%) e os produtos para cabelo 
(14,97%). Outro destaque foi o plano de saúde, com alta de 6,90% e impacto de 0,25 p.p. no 
IPCA acumulado do ano. Vale destacar também a alta de 13,52% dos produtos farmacêuticos. 
Disponível em <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/36051-
inflacao-sobe-0-62- em-dezembro-e-fecha-2022-com-alta-de-5-79>. Acesso em 11 jan. 2023 (com adaptações). 
De acordo com as informações apresentadas no texto, avalie as afirmativas. 
I. Considerado apenas o período disponível no gráfico, 2015 foi o ano com maior inflação 
acumulada no país. 
II. A pesquisa do IBGE considera que o item “alimentação no domicílio” é uma subcategoria 
do grupo “alimentação e bebidas”. 
III. O IBGE considerou nove grupos na pesquisa. Entre eles, estão os grupos “alimentação e 
bebidas”, “saúde e cuidados pessoais” e “higiene pessoal”. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: c. 
I e II, apenas. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 15 
 
 
Leia o texto, de autoria de Laura Mattos, e a charge. 
Inteligência artificial ajuda aluno a escrever redação nas escolas 
“A inteligência artificial tornou-se uma ferramenta cada vez mais importante no campo da 
educação e uma das maneiras mais emocionantes de usá-la é ajudar os estudantes a melhorar 
suas habilidades de escrita”. 
Foi assim que a nova vedete da inteligência artificial, a plataforma ChatGPT, iniciou um texto de 
seis parágrafos quando a “Folha” lhe enviou a seguinte solicitação: "Escreva um artigo sobre o 
uso da inteligência artificial para estudantes aprenderem a escrever redação". 
O artigo ficou pronto em 50,5 segundos.Ainda no primeiro parágrafo, o robô prosseguiu 
afirmando que as ferramentas "podem fornecer aos estudantes feedback instantâneo sobre seus 
ensaios, ajudando-os a identificar erros e a melhorar sua escrita com o tempo". 
Se é realmente "emocionante", isso já é um juízo de valor feito pelo robô do ChatGPT, mas, de 
fato, como o texto aponta, essa ferramenta começa a se disseminar na educação, e escolas 
brasileiras, públicas e particulares, passaram a adotá-la. 
Em São Paulo, a inteligência artificial para esse fim deverá ser introduzida nas escolas estaduais 
ainda neste semestre, de acordo com o secretário de educação, Renato Feder. "Teremos um 
programa que apontará instantaneamente para o aluno erros gramaticais, ortográficos e de 
pontuação, além de explicar a regra", afirmou o secretário à “Folha”. Posteriormente, a redação 
deve ser encaminhada ao professor, e a plataforma sistematiza a sua correção fazendo ao 
docente perguntas como "Qual é a aderência do texto ao tema proposto?", "Trabalha com a 
argumentação?", "Usa raciocínio lógico?", "Traz uma conclusão?". 
Segundo Feder, a ferramenta será desenvolvida pela Secretaria de Educação, da mesma forma 
que o programa implementado nas escolas paranaenses quando ele foi secretário. O “Redação 
Paraná” foi criado no primeiro ano da pandemia e é utilizado por estudantes do 6º ao 9º ano e do 
ensino médio. 
O Governo do Espírito Santo também aderiu a essa tecnologia, a partir de parceria com uma 
startup, a Letrus. 
Essa mesma tecnologia já foi utilizada em escolas públicas da Paraíba, do Pará, de São Paulo e de 
Mato Grosso do Sul, por meio de projetos financiados por institutos sociais, e atualmente está 
presente em escolas da Fundação Bradesco e em instituições voltadas à classe A de São Paulo, 
como a rede Pueri Domus e as escolas do Grupo Bahema, entre as quais a Escola da Vila e a 
Escola Viva. A Letrus diz ser utilizada por 180 mil estudantes no país - o custo médio programa 
gira em torno de R$ 100 por aluno por ano. 
Professor de língua portuguesa e fundador da empresa, Luís Junqueira admite que, por melhor 
que seja, uma ferramenta de inteligência artificial não consegue substituir o olhar humano. 
"Mas facilita o trabalho do professor e pode orientá-lo sobre que dificuldades devem ser 
observadas", diz ele. "Também é importante o estímulo que o estudante tem ao receber um 
feedback rápido da sua redação. No Brasil, a maioria dos estudantes não consegue ter os seus 
textos lidos por professores." 
A Letrus defende que a ferramenta precisa ser integrada ao currículo escolar, com treinamento 
dos professores, para que saibam utilizá-la em aula, além de monitorar o desenvolvimento de 
cada aluno por meio de um histórico de dados e estatísticas. 
Plataformas com essa proposta, portanto, segundo ele, diferenciam-se de sites e aplicativos que 
oferecem correção de redação instantânea gratuitamente (há serviços pagos, como o de escolher 
 
um tema livre). Entre elas já se tornaram conhecidas de professores brasileiros a Glau e a 
Grammarly. 
Além de erros gramaticais e ortográficos, as ferramentas se dizem capazes de analisar, em algum 
grau, a construção de frases e a fluência do texto e, também, de evitar plágios, pesquisando 
outros textos online ou barrando a possibilidade de copiar e colar. 
Mestre em linguística aplicada e professor do Instituto Singularidades, que forma professores e 
gestores da educação, Maurício Canuto afirma que essas ferramentas podem ser úteis, "desde 
que consideradas como complementares e sempre utilizadas com a mediação do docente". "A 
tecnologia pode apontar um erro de pontuação, por exemplo, e explicar a regra, mas não garante 
que o aluno entenderá." 
O professor dá aula de português na rede municipal de São Paulo e sugere essas ferramentas aos 
seus alunos. Ele diz ser preciso cuidado para que a criatividade não seja tolhida. "Essas 
ferramentas utilizam modelos de textos", diz. "Isso pode ir na contramão do que a BNCC [Base 
Nacional Comum Curricular] determina, que o aprendizado busque novas linguagens, interações 
e que evite fórmulas estáticas." 
Ponderação semelhante faz Adriano Chan, corretor de redação de vestibulares e doutorando da 
Unesp em linguística cognitiva, que lida com os modelos do pensamento algorítmico. "Na língua, 
temos os usos que seguem padrões e os que não seguem, e esses casos não são identificados por 
essas ferramentas." 
Para Chan, que é proprietário de um curso de redação em São Paulo, essas ferramentas "podem 
ajudar o professor a ser mais eficaz", desde que utilizadas com cautela. "Essas plataformas 
trabalham com modelos de texto. Procuram as palavras no primeiro parágrafo e avaliam como se 
relacionam com o restante da escrita. Isso não funciona para alunos mais criativos, para redações 
mais sofisticadas." 
A ponderação entre aspectos positivos e negativos, aliás, não está presente no texto do ChatGPT 
feito a pedido da “Folha”, que só apontou vantagens do uso da inteligência artificial. A conclusão 
do robô é que o uso "emocionante" da ferramenta pode transformar alunos em "escritores 
competentes". 
Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2023/02/escolas-adotam-inteligencia-artificial-para-ajudar-
aluno-a-escrever-
redacao.shtml#:~:text=%22A%20intelig%C3%AAncia%20artificial%20tornou%2Dse,melhorar%20suas%20habilidades%20
de%20escrita.%22>. Acesso em 16 mar. 2023 (com adaptações). 
 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. De acordo com a charge e com os especialistas apresentados no texto, a ferramenta ChatGPT 
substitui plenamente a figura humana, pois sua tecnologia permite que ela realize com eficiência 
todas as tarefas. 
II. O texto escrito pela ferramenta ChatGPT, mencionado no artigo, pondera sobre os aspectos 
positivos e negativos da inteligência artificial para os estudantes e é um exemplo claro do 
potencial dessa tecnologia. 
III. Segundo o secretário de educação de São Paulo, uma ferramenta específica será utilizada 
nas escolas públicas e apontará aos estudantes os erros gramaticais em seus textos. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: c. 
III, apenas. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 16 
 
 
Leia o artigo e a charge, de Laerte. 
O que anima e o que assusta no ChatGPT, a nova inteligência artificial 
Nas últimas semanas, a emergência do ChatGPT, novo chatbot desenvolvido pela OpenAI, 
chamou a atenção internacional. Essa nova ferramenta de inteligência artificial (IA) pode 
revolucionar um leque extremamente amplo de atividades humanas, mas não deixou de 
despertar também um considerável número de preocupações entre especialistas de 
tecnologia. 
É altamente provável que reguladores sejam os próximos a se interessar por esta tecnologia. 
O ChatGPT é uma das últimas aplicações do modelo algorítmico Generative Pretrained 
Transformer 3 (GPT-3). Este modelo de processamento de linguagem natural de última 
geração foi apresentado pela primeira vez em 2020, levantando diversos questionamentos 
éticos em relação ao seu uso. 
O ChatGPT é capaz de entender a linguagem humana natural e gerar uma resposta 
semelhante ao fruto do intelecto humano após receber um pedido. A ferramenta ganhou 
destaque por três razões principais. 
Primeiramente, pelo nível extremamente refinado de suas respostas. A sua simulação quase 
fiel de textos escritos por humanos e suas respostas precisas e coerentes na enorme maioria 
de perguntas, mesmo as mais complexas, é impressionante. 
Tal evolução torna-se extremamente útil para facilitar uma miríade de tarefas e, 
consequentemente, extremamente lucrativa para quem conseguir alcançar este nível de 
sofisticação. Neste sentido, a segunda –mas talvez deveríamos considerá-la a primeira– razão 
pela qual o ChatGPT chamou a atenção dos especialistas foram os incessantes rumores sobre 
o vultoso investimento de US$ 10 bilhões que a OpenAI, liderada por Elon Musk e Sam Altman, 
estaria negociando com a Microsoft, depois de já ter recebido um investimentode US$ 1 
bilhão da Microsoft em 2019. 
Segundo Sam Altman, CEO da OpenAI, o ChatGPT já teria atingido a marca de 1 milhão de 
usuários, mesmo tendo sido lançado há menos de um mês. Por enquanto, o sistema de IA está 
sendo disponibilizado "gratuitamente", alistando usuários numa gigantesca operação de 
propaganda e teste da tecnologia. 
Em terceiro lugar, e em perspectiva mais geral, o ChatGPT destaca a chegada de uma nova 
fase de automação na qual a IA não desempenha somente uma tarefa limitada, mas pode 
interagir de maneira muito mais refinada com o usuário, assistindo de maneira muito mais 
 
elaborada, desde a redação de um artigo, até a correção de código de software, no espaço de 
alguns segundos. 
Por exemplo, o chamado "debug de código" é o primeiro exemplo oferecido no seu site oficial 
sobre como o ChatGPT pode contribuir para examinar e melhorar os códigos, a partir de um 
"diálogo" com o programador. 
Essa capacidade de gerar respostas para qualquer tipo de pergunta é extremamente 
promissora, mas também assustadora. Quando um usuário pede a elaboração de malware (ou 
seja, software malicioso tipicamente usado para ataques de hackers), o ChatGPT entrega 
rapidamente um ótimo rascunho de código que permitiria – ou pelo menos facilitaria 
enormemente – ataques particularmente perniciosos, mesmo se o perpetrador fosse um 
novato. 
Por enquanto, ninguém parece ainda ter pedido ao ChatGPT para elaborar uma série de 
notícias falsas para causar danos a personalidades ou instituições públicas, mas o sistema 
performou muito bem na redação de emails de phishing a ser enviados para golpes online. 
Pode-se imaginar que o mesmo tipo de performance de alto nível possa ser alcançado com a 
elaboração de fake news. 
Talvez uma das aplicações de maior sucesso do chat poderia ser a pesquisa acadêmica, que 
nos obriga a repensar radicalmente como as competências intelectuais dos indivíduos são 
avaliadas. Que sentido pode fazer avaliar um estudante com um trabalho de conclusão de 
curso ou um ensaio se tais trabalhos podem ser elaborados em poucos segundos pelo 
ChatGPT? 
A ICML (International Conference on Machine Learning), uma das mais prestigiadas 
conferências de IA do mundo, já proibiu o uso de ferramentas como o ChatGPT para escrever 
ou corrigir artigos científicos. Essa decisão deu ensejo a um debate ético na academia e entre 
os profissionais de machine learning. 
Algumas das questões éticas levantadas pela conferência foram a dificuldade em distinguir 
textos escritos pelo chat de textos de autoria humana e que seu uso permite a reformulação 
de textos disponíveis na internet, sem creditar os autores originais. 
O plágio é considerado um problema grave nas instituições de ensino, mas sistemas como o 
ChatGPT tornam a prática extremamente mais fácil e, ao mesmo tempo, difícil de se detectar. 
Embora a proibição estabelecida pela ICML seja totalmente compreensível, sua 
implementação parece extremamente difícil. Ainda não está claro como o comitê organizador 
da ICML –ou qualquer outra pessoa– poderia determinar se um texto foi elaborado com o 
auxílio dessas ferramentas. 
As aplicações do ChatGPT podem ser extremamente valiosas e poupar milhões de horas de 
trabalho em redação de emails, notas, planos, projetos, software etc. Porém, ao lado de usos 
amigáveis e de boa-fé vêm muitos outros potenciais (ab)usos muito menos nobres. 
A finalidade pela qual qualquer tecnologia é usada depende de seu usuário. Mas o 
desenvolvedor não pode ser totalmente isento de responsabilidade e deve ter um dever de 
cuidado quando a tecnologia pode facilmente ser utilizada para finalidades nocivas. 
O ChatGPT levanta questões muito relevantes de cibersegurança, de proteção de dados, de 
pedagogia e de ética. Nos obriga a repensar nossa relação com IA a fim de começar a 
considerar a necessidade de evoluir com ela, nos tornando mais inteligentes e preparados 
graças a ela. A outra opção, mais preguiçosa, e muito mais perniciosa: nos tornar dependentes 
ao invés de protagonistas da IA. 
A chegada de um tipo de IA mais complexo e desafiador nos obriga a analisar todos os efeitos, 
sejam positivos ou negativos, de tais avanços, a nos preparar de maneira séria e entender 
como regular de forma eficiente. 
(*) Luca Belli é professor e coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito 
Rio. Nina da Hora é pesquisadora especialista em IA e cibersegurança no CTS-FGV. 
Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/tec/2023/01/chatgpt-o-que-anima-e-o-que-assusta-na-nova-
inteligencia-artificial.shtml>. Acesso em 28 fev. 2023. 
 
 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O objetivo da charge é evidenciar os benefícios da tecnologia, especialmente da 
inteligência artificial, que supera a capacidade humana na elaboração de textos, aspecto 
também abordado pelo artigo de opinião. 
II. Segundo o artigo, as finalidades nocivas de qualquer tecnologia dependem dos usuários e, 
por isso, os desenvolvedores de novas ferramentas devem ser isentos de qualquer 
responsabilidade. 
III. O artigo e a charge revelam questões éticas no uso do ChatGPT, pois abordam o 
problema da autoria no uso da ferramenta na produção de textos. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: e. 
Apenas a afirmativa III é correta. 
 
 
• Pergunta 17 
 
 
Leia o texto. 
Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km2 em 2022, pior acumulado em 15 anos. 
Apenas em agosto, foram derrubados 1.415 km². Além disso, a degradação florestal causada 
pela extração de madeira e pelas queimadas cresceu 54 vezes. 
Em 2022, o desmatamento acumulado na Amazônia já chegou a quase 8 mil km² apenas em oito 
meses, sendo o maior dos últimos 15 anos. Segundo dados do Instituto do Homem e Meio 
Ambiente da Amazônia (Imazon), somente em agosto foram derrubados 1.415 km² de floresta, 
uma área quatro vezes maior do que Belo Horizonte. 
Outro problema foi a degradação florestal causada pela extração de madeira e pelas 
queimadas, que cresceu 54 vezes na região em relação ao mesmo mês do ano passado. A área 
degradada passou de 18 km² em agosto de 2021 para 976 km² em agosto de 2022. 
Além de ameaçar diretamente a vida de povos e comunidades tradicionais e causar perdas na 
biodiversidade, esse aumento na destruição também afeta a camada de ozônio e contribui para 
o aquecimento global em um momento de emergência climática. Por isso, neste Dia 
 
Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, é importante olhar para a floresta em 
pé como uma das soluções para proteger as populações das consequências desse desequilíbrio 
do clima, entre elas a maior frequência e intensidade de eventos extremos como secas e 
tempestades. 
“Já passamos da metade do ano e o que vem acontecendo são recorrentes recordes negativos 
de devastação da Amazônia, com o aumento no desmatamento e na degradação florestal. E 
infelizmente temos visto ações insuficientes para combater esse problema”, lamenta a 
pesquisadora Bianca Santos, do Imazon. 
O instituto classifica como desmatamento quando a vegetação foi totalmente removida, o 
chamado “corte raso”, e como degradação florestal quando parte da mata foi retirada por 
causa da extração de madeira ou afetada pelo fogo. Por isso, é comum que uma área 
classificada como degradada seja posteriormente desmatada. 
 
 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O desmatamento da Amazônia tem implicações sociais e ambientais, pois afeta 
comunidades da região e contribui para o aquecimento global. 
II. Pelo gráfico, observa-se que a área degradada na Amazônia foi maior durante o ano de 
2021 do que durante o ano de 2022. 
III. Desmatamento e degradação florestal são termos sinônimos, que se referem à destruição 
das áreas verdes. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: c. 
Apenas a afirmativa I é correta. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 18 
 
Leia a charge e o texto. 
 
 
 
 
Um artigo publicado recentementena revista 9ª Arte tem como tema a baixa participação da 
população negra na arte do Brasil, mais especificamente nos quadrinhos, apesar de serem a 
maioria da população. No trabalho intitulado “A maioria da população brasileira é minoria nos 
quadrinhos”, Roberto Elísio dos Santos, livre-docente em Ciências da Comunicação na Escola 
de Comunicações e Artes (ECA) da USP, tomou como inspiração os estudos do pesquisador 
Nobu Chinen sobre a quase inexistência do negro como personagem da chamada 9ª arte, as 
histórias em quadrinhos (HQs). Visto que a maioria da população brasileira é negra, não faz 
sentido tão poucos personagens negros nas histórias em quadrinhos. 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo 
levantamento populacional, 43,1% dos brasileiros entrevistados se declaram brancos, 9,3% 
pretos e 46,5% pardos. 
A situação de preconceito, nos meios artísticos, vem mudando aos poucos, “mas a presença de 
personagens negros nos produtos midiáticos não reflete os dados sociais do país. Se somos, 
então, um país negro, onde estão os pretos e pardos nos meios de comunicação?”, questiona 
Chinen. A história brasileira mostra 400 anos de escravidão, ao longo dos quais a exclusão, a 
discriminação e o racismo determinaram as condições econômicas precárias, desumanas, 
acompanhadas pelo difícil acesso dos afrodescendentes à educação e ao digno convívio social 
de igualdade. 
A arte, em particular as histórias em quadrinhos, reflete as condições preconceituosas 
enfrentadas pela população negra, expressas graficamente com a imagem negativa do negro 
nesse tipo de publicação artística. Os padrões europeus dos corpos conceituados como 
“normais e perfeitos” sempre colocaram à margem etnias diferentes. Santos cita a 
revista Gibi, lançada em 1939 e publicada até os anos 1990, em que o personagem Pererê, 
historicamente o mais bem-sucedido personagem negro das histórias em quadrinhos, não é 
baseado em um ser real, é um ser mitológico do folclore brasileiro. Na revista “O Tico-Tico” (de 
1905 a 1962), o garoto negro Giby era empregado da família. 
O artista J. Carlos, em 1924, apresenta sua personagem Lamparina, uma menina negra, como 
alguém “que ostenta um aspecto de animal […], com os braços nas proporções de um 
chimpanzé”. Destaca-se que, segundo o pesquisador Chinen, esse “talvez seja o caso mais 
notório de uma representação negativa do negro nos quadrinhos brasileiros”. As precárias 
condições de vida dos afrodescendentes brasileiros foram retratadas de maneira crítica, em 
nossa história mais recente, por cartunistas engajados socialmente como Novaes, Henfil e, 
mais notadamente Edgar Vasques. Nobu Chinen, afirma Santos, “faz um inventário dos 
personagens negros infantis”, pondo em cena “personagens pouco conhecidos ou esquecidos 
que formaram, por meio dos quadrinhos, uma visão dos afrodescendentes brasileiros, mais 
próximos ou distantes da grande parcela da população do Brasil”. 
Disponível em <https://jornal.usp.br/ciencias/qual-o-papel-dos-personagens-negros-nas-historias-em-quadrinhos-
brasileiras/>. Acesso em 7 mar. 2023 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O texto afirma que a população negra é sub-representada nas histórias em 
quadrinhos como consequência do fato de uma minoria dos brasileiros 
(9,3% do total) se considerar preta. 
II. A charge mostra que muitos negros conseguiram ser reconhecidos pelos 
seus feitos, o que refuta as informações presentes no texto. 
III. O fato de o Pererê ser o personagem negro mais bem-sucedido na história 
dos quadrinhos brasileiros deve-se a ele representar um ser mitológico. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: b. 
Nenhuma afirmativa é correta. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 19 
 
 
Leia o texto. 
Aluguel residencial sobe 16,55% em 2022 e tem a maior alta em 11 anos 
Os dados da pesquisa foram levantados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e incluem os 
preços de aluguel de imóveis residenciais (apenas apartamentos) em 25 cidades brasileiras com base em anúncios 
na internet. 
O preço médio de locação de imóveis residenciais no país subiu em 2022 quase três vezes 
acima da inflação do ano passado (5,79%), de acordo com o índice FipeZap. 
O aumento acumulado de 16,55% em 2022 é o maior resultado apurado pelo índice desde 
2011 (17,30%). 
Segundo o economista Pedro Tenório, do DataZap+, entre os fatores que explicam a escalada 
de preços, estão: 
I. o aquecimento do mercado de trabalho, a partir da retomada das atividades na pandemia de 
covid-19, e repasse da inflação para o aluguel; 
II. a alta acima da média em cidades como Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Goiânia (GO), que 
vivem um momento de valorização imobiliária. 
 
Para 2023, a expectativa é que o cenário de avanço dos preços de locação seja freado, uma 
vez que a inflação deve ser mais contida. Além disso, tanto o PIB quanto o mercado de 
trabalho devem se estabilizar, o que contribui para o arrefecimento dos preços e para o 
crescimento do mercado em menor ritmo, seguindo a linha da inflação. 
Veja, a seguir, as maiores altas nos aluguéis entre as capitais. 
III. Goiânia (GO): 32,93% 
IV. Florianópolis (SC): 30,56% 
V. Curitiba (PR): 24,47% 
VI. Fortaleza (CE): 21,33% 
VII. Belo Horizonte (MG): 20,01% 
VIII. Rio de Janeiro: 17,93% 
IX. Recife (PE): 17,07% 
X. Salvador (BA): 16,56% 
XI. São Paulo: 14,63% 
XII. Porto Alegre (RS): 11,14% 
Disponível em <https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2023/01/17/preco-medio-aluguel-2022-
fipezap.htm>. Acesso em 17 jan. 2023 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. De acordo com o texto, em 2022, os aluguéis residenciais mais altos estavam em Goiânia. 
II. Em 2022, a alta dos aluguéis residenciais em São Paulo ficou abaixo da média registrada 
no país. 
III. Segundo os dados, o preço do aluguel de um apartamento em Florianópolis é 
aproximadamente o dobro do aluguel de um apartamento equivalente em São Paulo. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: b. 
II, apenas. 
 
 
 
 
 
 
• Pergunta 20 
 
 
Leia o texto. 
Garimpo ilegal na Terra Yanomami cresceu 54% em 2022, aponta Hutukara 
O garimpo ilegal cresceu 54% em 2022 e devastou novos 1.782 hectares da Terra Indígena 
Yanomami (TIY), conforme levantamento feito por imagens de satélite. O monitoramento da 
Hutukara Associação Yanomami (HAY) aponta crescimento acumulado de 309% do 
desmatamento associado ao garimpo entre outubro de 2018 e dezembro de 2022. Nesse 
período, foram mais 3.817 hectares destruídos na maior terra indígena do país, atingindo um 
total de 5.053 hectares. Quando os indígenas começaram a monitorar os efeitos do garimpo, 
em outubro de 2018, havia 1.236 hectares devastados. Em 2021, o desmatamento chegou a 
3.272 hectares, conforme apontou o relatório “Yanomami Sob Ataque: garimpo na Terra 
Indígena Yanomami” e propostas para combatê-lo. O “Sistema de Monitoramento do Garimpo 
Ilegal na TIY” é feito com imagens da “Constelação Planet”, rede de satélites de alta resolução 
espacial capazes de detectar com precisão e mais frequência de vigilância áreas muitas vezes 
não capturadas por outros satélites. Com o monitoramento manual, as atualizações são 
registradas duas vezes por mês. As maiores concentrações de destruição estão nos rios 
Uraricoera, ao Norte da Terra Indígena Yanomami, e Mucajaí, região central. A região de 
Waikás, no Uraricoera, concentra 40% do impacto, com cerca de 2 mil hectares devastados. 
Enquanto isso, o Rio Couto Magalhães, afluente do Mucajaí, sofre 20% do impacto, com cerca 
de mil hectares. A terceira região mais afetada é a de Homoxi, na cabeceira do Mucajaí, com 
 
15% da devastação, o que corresponde a cerca de 760 hectares. “Os impactos do garimpo vão 
além do observados pelo satélite, que são focados no desmatamento. Eles também afetam as 
disseminações de doenças, deterioração no quadro de saúde das comunidades, produção deconflitos intercomunitários, aumento de casos de violência e diminuição da qualidade de água 
da população com destruição dos corpos hídricos. Tudo isso somado compromete a 
capacidade de viver nas comunidades”, explicou o geógrafo Estêvão Benfica, assessor do 
Instituto Socioambiental (ISA). Ainda segundo Benfica, a mobilidade dos garimpeiros de uma 
área para outra é um fator que resulta na proliferação de doenças. Os invasores chegam a 
levar novas cepas de malária de uma região para outra, por exemplo. De acordo com o Sivep 
Malária, sistema de monitoramento do Ministério da Saúde, entre 2020 e 2021, mais de 40 mil 
casos de malária foram registrados na Terra Indígena Yanomami. Em 2021, foram 21.883, o 
maior registro desde 2003. A explosão dos casos da doença no território indígena coincide com 
o aumento da área devastada pelo garimpo. O monitoramento do Mapbiomas, que utiliza o 
satélite Landsat, mostra saltos sucessivos no desmatamento pelo garimpo desde 2016. 
 
 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O avanço do garimpo na região das terras indígenas Yanomami e o número de casos de 
malária estão inversamente relacionados desde 2016. 
II. A taxa de crescimento dos casos de malária foi maior no período de 2019 a 2020. 
III. As consequências do garimpo ilegal nas terras indígenas incluem a disseminação de 
doenças e a destruição ambiental. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: e. 
Apenas a afirmativa III é correta. 
 
 
Segunda-feira, 8 de Maio de 2023 19h45min01s GMT-03:00 
 
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