Buscar

Parasito P3

Prévia do material em texto

Aula 1 - Nematoda - Ancylostomatidae e Strongylodidae
Nematodos monoxenos - geohelmintos
Vermes adultos ficam no intestino delgado. A forma infectante é a larva filarioide. Fazer o ciclo de Looss (pulmonar). Desenvolvimento no solo. Fatores ambientais, tipo de solo, temperatura, umidade, pH, etc. Termotropismo, hidrotropismo, tigmotropismo positivo. Transmissão por penetração ativa da larva pela pele ou por ingestão. Paratênicos: coelho, ovelha, boi, porco (Ancylostoma)
Ancylostomatidae
Necator americanus, Ancylostoma duodenale, caninumm (larva migrans), braziliense (larva migrans), ceylanicum (ásia) -> afetam o homem. Tubaeforme apenas gatos.
Penetração ativa pela pele ou oral. Larva filarioide possui enzimas tipo mucopolissacaridase e protease. Os vermes adultos se alimentam de sangue - pode levar à anemia se for muitos vermes. Duodenale ingere mais que necator. Possuem anticoagulante nas glândulas do esôfago. Possuem cápsula bucal e bolsa copuladora.
Patogenia: período cutâneo, migratório, intestinal e espoliação sanguínea. 
Sintomatologia: prurido, eritema, erupção vesiculosa, tosse seca ou com expectoração, mal estar abdominal, anorexia, náusea, vômito, cólica, diarreia, febre, cansaço, perda de peso, anemia, hipoproteinemia, dilatação cardíaca, insuficiência circulatória.
Diagnóstico: clínico é pouco preciso, a não ser quando apresenta anemia. Laboratorial é feito por pesquisa de parasitas nas fezes: métodos de concentração de ovos e de larvas. Imunológicos não são usados na prática - intradermorreação, causa hiperssensibilidade imediata proporcional à infecção. 
Profilaxia: instalações sanitárias, saneamento ambiental, uso de calçados, tratamento de doentes, tratamento anti-anêmico prévio (se anemia grave).
Síndrome da larva migrans cutânea
Dermatite serpiginosa, bicho geográfico. Mais comuns: caninum e braziliense. Ficam entre a derme e a epiderme. Destruição da camada germinativa de Malpighi, tuneis de trajeto irregular. Assoalho do túnel = derme; teto do túnel = camada de células espinhosas. Dura dias a meses, anda 2 a 5 cm por dia. 
Pontos eritematosos, pápulas, prurido. Reação inflamatória, infiltrado de eosinófilos e células mononucleares. Eventual infecção bascteriana.
65 mil mortes por ano - 740 milhões de infectados. 
Strongyloididae
Alternância de gerações de vida livre e parasitárias. 
Strongyloides stercoralis - homem, cão, gato -, füllerborni - macaco, homem -, füllerborni kellyi - crianças.
Canis - cão, ratti - ratos, outros afetam ovinos, porcos, cavalo, lontras…
Vermes adultos: fêmeas são parasitas, ovovivíparas, larvas nas fezes. Machos e fêmeas tem vida livre. Larvas filarioides com enzimas tipo colagenase. Transmissão por: penetração ativa da pele, heteroinfecção, autoinfecção interna/externa, transplantes de órgãos sólidos, transmamária, pré-natal (suínos e bovinos). 
Ciclo de vida:
Lesões pulmonares, cutâneas e intestinais. Sangue: anemia, emagrecimento, astenia, desidratação, irritabilidade, depressão. Imunossupressores.
Diagnóstico: laboratorial - pesquisa de larvas nas fezes pelo método de concentração de larvas de Rugai e identificação de larvas. Imunológico - ELISA (IgG, IgA, IgM, IgE) e Westernblot.
Desenvolvimento de larvas rabditóides e filarióides no solo, algumas plantas inibem o desenvolvimento das larvas, mais de 100 subtsâncias como lignanas e lactonas alfa e beta insaturadas. Associação - HTLV1
30 a 100 milhões no mundo
Profilaxia: instalações sanitárias, saneamento ambiental, uso de calçados, tratamento de doentes.
Strongyloides stercoralis: larva currens, dermatite serpiginosa. 10 cm/hora, dura 12 a 48 horas. Progressão rápida e intermitente das larvas, lesão temporária. Larvas nas fezes. 
Tratamentos: larva migrans: benzimidazois ou aplicação de frio. Ancylostomatideos e strongyloides: ivermectina, benzimidazois. Plantas para strongy, cuidado com medicação concomitante, nenhum medicamento é totalmente eficaz. 
Aula 2 - Filárias
Onchocercidae - fêmeas 2x maiores que machos e com vulva
Dracunculidae - fêmeas sem vulva
Vermes finos, fêmeas produzem embriões ou microfilárias, precisam de hospedeiro invertebrado. 
São agentes etiológicos de várias doenças (homem - vertebrado): filariose linfática e elefantíase, oncocercose, mansonelose, dracunculíase, dirofilariose humana, loíase.
No Brasil: wuchereria bancrofti - filariose/elefantíase; onchocerca volvulus - oncocercose; mansonella ozzardi - maioria assintomática; dirofilaria immitis - problemas no coração e pulmões, hospedeiros são canis, o humano é acidental.
Ciclo Wuchereria bancrofti: mosquito hematófago cospe as larvas, que penetram na pele, femeas são bem maiores, vermes adultos no humano ficam nos vasos linfáticos, as microfilárias vão para o sangue 7-8 meses depois (período pré-patente), outro mosquito ingere as microfilárias, que se desenvolvem dentro do mosquito (estômago e tórax) até L3 e vão para o aparelho bucal do mosquito. Diagnóstico por microfilárias no sangue. 
No mosquito: Fêmea do mosquito ingere microfilárias, elas chegam ao tubo digestivo, acessam hemolinfa e migram para se desenvolver no músculo torácico, L3 migram para cabeça e probóscide, L3 eliminadas no repasto sanguineo. 
Ciclo Onchocerca volvulus: mosquito borrachudo, hematófago, cospe as larvas, que penetram na pele, vão para o tecido subcutâneo (fêmea gigante) e se tornam adultos e formam nódulos subcutâneos, produzem microfilárias que vão para os vasos linfáticos e tecidos subcutâneos. Mosquito tem o mesmo ciclo do anterior.
Larvas infectantes são sempre transmitidas por hematófagos, o mosquito pólvora e o borrachudo transmitem mansonella também. Dentro do humano, as larvas migram pras regiões onde os adultos vão ficar por vários anos. W. bancrofti - vasos e gânglios linfáticos, O. volvulus - nódulos no tecido subcutâneo e M. ozzardi - membranas da cavidade abdominal e tecido adiposo. Fêmeas adultas produzem microfilárias, que infectam insetos. Desenvolvimento no inseto para L3 em 2 semanas.
Wuchereria bancrofti
Filariose, elefantíase. Ciclo heteroxênico. Formam novelos, comuns na perna, escroto, mamas e braços, vivem de 4 a 8 anos, pré-patente por 1 ano, embriões possuem bainha - IMPORTANTE para diferenciar espécies. 120 milhões de pessoas, sendo 40 milhões desfiguradas. No Brasil é endêmica só em Pernambuco, controle começou em 2003 e em 2014 não teve nenhum caso diagnosticado. A periodicidade das microfilárias é importante porque precisa coincidir com o momento de repasto dos insetos. Entre 6h-18h, as microfilárias ficam nos capilares profundos do pulmão. Para diagnóstico - fazer coleta de sangue à noite. 
Patogenia: novelos de vermes adultos vivos ou mortos causa reações inflamatórias nos vasos linfáticos (linfagite) e gânglios (linfadenite) e epididimite. Obstrução linfática: 1) Derramamento de linfa no órgão afetado, 2) aumento da qtde de líquido intersticial - edemas, 3) hipertrofia da derme e epiderme, 4) aumento do volume do órgão, com infecções bacterianas.
Sintomatologia: AGUDA - inflamação e hipertrofia dos vasos linf, dor na região inguinal, febre e mal estar. CRÔNICA (10-15%) - linfedema, elefantíase (aumento excessivo dos órgãos, pele ressecada e sujeita a rachaduras e infecções bacterianas), eosinofilia pulmonar tropical ( asma brônquica, tosse, falta de ar, causada por hiperresponsividade imunológica aos antígenos da filária).
Diagnóstico: anamnese, febre, dor nos gânglios. Laboratorial - microfilárias no sangue periférico e ultrassonografia, diferenciação. Imunológico - antígeno filarial circulante; pesquisa de DNA do parasita no sangue ou no líquido escrotal por PCR.
Tratamento: dietilcarbamazina - 12 dias, 50% dos vermes são resistentes independente da dose. Ivermectina - mais eficaz para microfilárias, usado quando a DEC não resolve. Associação entre as duas ou DEC + albendazol. Higiene local com água e sabão, fisioterapia e cirurgia plástica. 
Epidemiologia: presença do mosquito culex, ser humano é a única fonte de infecção. Muitos anos morando na pessoa. 
Profilaxia: combateao vetor, tratamento de pessoas parasitadas (DEC em toda a população)
Onchocerca volvulus - cegueira dos rios
Região norte do Brasil. Vermes adultos em nódulos sob a pele, fêmeas podem chegar a meio metro. Microfilárias no sistema linfático e tecido subcutâneo, sem bainha, sem periodicidade. Manifestação de 2 a 3 anos após o contágio. Cauda dobrada. 
Sinais e sintomas: exantema pruriginosa, pele edematosa, congesta, quente e dolorosa, alteração da pigmentação, lacrimejamento, intensa fotofobia, edema palpebral, congestão dos vasos ciliares e da córnea. Presença de microfilárias nas camadas da pele e na câmara anterior, presença de oncocercomas, eosinofilia 20-75%.
Patogenia: causada mais pelas microfilárias. Os vermes adultos são envolvidos por cápsula de tecido fibroso, com nódulos de 3cm ou mais. Os vermes mortos causam reações inflamatórias - dermatite com possibilidade de formar tecido fibroso na pele - e os vivos problema estético. No tecido ocular: lesões oculares, pode levar a perda total ou parcial da visão.
Diagnóstico: manifestações clínicas + história epidemiológica. Laboratorial - retirada de fragmento da pele, exames oftálmicos. Imunológicos - ELISA e PCR. Reação de Mazzoti - em casos de suspeita mas infecção inaparente, DEC -> morte das filárias -> reações alérgicas em algumas horas - desuso.
Fatores para expansão da doença: água corrente - criadouro de borrachudos, garimpeiros. Profilaxia: combate ao borrachudo e tratamento em massa nas áreas endêmicas. Tratamento: retirada dos nódulos (tira o verme adulto), ivermectina (microfilárias) dose única semestral ou anual por 10 anos. 
Mansonella ozzardi
Só nas Américas, Brasil - Amazonas e Roraima. Fêmeas até 8 cm. Microfilárias sem bainha, ficam no sangue periférico. Diferenciar de O. volvulus. Borrachudo e mosquito pólvora. Patogenia: maioria assintomática, se alta parasitemia tem febre, dor de cabeça, dores articulares e eosinofilia. Diagnóstico e tratamento parecido com W. bancrofti.
Dirofilaria immitis - Dirofilariose - Verme do coração
Parasita de cães e gatos, ocasionalmente de humanos, transmissão igual. Os cães tem microfilárias no sangue o dia todo.
Ciclo nos CÃES: inoculação pela picada, 2-3 meses depois os adultos chegam no coração, copulam, microfilárias vão para o sangue e vivem até 2 anos. Sintomas: tosse, cansaço generalizado, falta de resistência a atividades físicas, apatia, dificuldade de respirar, falta de apetite e perda de peso. Diagnóstico - microfilárias no sangue e ELISA. Tratar com ivermectina.
Nos seres humanos: raramente vão para a fase adulta, os vermes mortos ficam presos no pulmão, simulam neoplasia - descoberta na cirurgia, sorologia inespecífica. 
Aula 3 - Helmintos
Animais metazoários invertebrados, achatados dorsoventralmente, sem celoma, com ou sem tubo digestivo, sem ânus, sem aparelho circulatório e respiratório, com simetria bilateral, vida livre ou parasitos.
Trematoda
Vermes achatados, forma de folha típica, corpo não segmentado, ventosas oral e ventral para adesão, tubo digestivo incompleto (sem ânus), sistema excretor com tubos protonefridiais, células flama e poro excretor, hermafroditas (exceto S. mansoni), fecundação cruzada ou autofecundação. 
Cestoda
Platelmintos com aspecto de fita, corpo segmentado dividido em escólex, colo e estróbilo, tem cutícula lisa, sem tubo digestivo, sem aparelho circulatório e respiratório, nutrição por osmose, ventosas para adesão, acúleos para fixação, excreção por células flama, hermafroditas, heteroxeno. 
Nematoda
Invertebrados, cilíndricos, pseudocelomados, não-segmentados, com simetria bilateral. Corpo coberto por cutícula, pode ter espinhos, escamas e outros, tubo digestivo completo, sem sistema circulatório e respiratório, sistema excretor tipo protonefrídio, sexos separados - dimorfismo sexual, vida livre e/ou parasitária, algumas espécies com gerações alternantes. 
Localização: depende da fase do ciclo, maioria no sistema digestivo. Fasciola hepatica - canais biliares e fígado, Onchocerca - olho e tecido subcutâneo, Ascaris e S. mansoni (larva) - pulmão, S. mansoni - veias mesentéricas, T. solium (cisticerco) e Trichinella spiralis - musculatura.
Ascaridae - Ascaris lumbricoides
Lombriga, humanos e alguns macacos, 30% da população mundial, maioria crianças, geohelminto monoxênico, macho com cauda encurvada, vive de 1 a 2 anos, boca com 3 fortes lábios, ovos férteis e larvados. Ovo fértil tem mucopolissacarídeos, quitina e proteínas e camada externa de proteínas e lipídeos. Filarioide L3 é a forma infectante, desenvolvimento no ovo e no humano. Embrionados em 2 semanas. Libera 200 mil ovos por dia nas fezes, fertilizados ou inférteis. Fazem o ciclo de Looss. 
Transmissão por alimentos/água contaminados, moscas e baratas, aves podem dispersar os ovos, acúmulo de ovos embaixo das unhas. Larvas - baixa intensidade, assintomática; pulmão - síndrome de Loeffler (alergia, febre, bronquite e pneumonia). Vermes adultos - ação tóxica, edema, urticária, ação espoliativa que leva a subnutrição, manchas cutâneas, deslocamento para outros locais (boca e narina, apêndice), ação mecânica que causa irritação na parede do intestino e até obstrução intestinal. 
Diagnóstico - ovos nas fezes. Para expansão da doença: alta produção de ovos, ovos resistentes (até 7 anos), falta de saneamento básico. Vinagre inibe ~50% do embrionamento dos ovos. 
Tratamento - levamizol - paralisia no verme, piperazina - antag GABA, causa paralisia e flacidez, usado quando há oclusão, mebendazol - inib fumarato redutase, bloq captação glicose e aas, albendazol - bloq síntese da tubulina e captação de glicose pelo verme. Hospitalização quando há obstrução intestinal, usar óleo mineral, 24h em dieta líquida e 30 dias em dieta pastosa para eliminação dos vermes.
Toxocara - Toxocara canis
Vermes adultos possuem asa cervical, sem lábios, parasitam cães e gatos, fêmea maior, ovos com casca espessa, localizados no intestino delgado, se alimenta de substâncias líquidas do quimo. Toxocara mystax (cati) possui aleta cefálica (“entrada” na camada externa transparente) e os ovos tem camada externa mais clara e visível. Ovos não segmentados eliminados nas fezes, L3 são as infecciosas. 
Ciclo no cachorro: adulto no lúmen intestinal, ovos no intestino, ovos nas fezes, ovo se desenvolve no ambiente e fica com a larva infectante, (rato - hospedeiro paratênico), ingestão pelo cão, ovo eclode e libera a larva, que penetra na parede intestinal, vai para o sangue, chega ao fígado, vai para o lado direito do coração, vai para os pulmões e pelas vias aéreas chega ao intestino, se desenvolve em adulto. Larva pode ficar no tecido somático e afetar o feto. Transmissão direta, por ingestão do hospedeiro paratênico, transmamária e transplacentária. 
Filhotes apresentam proeminência do abdômen, perda de apetite, diarreia, pneumonia e vermes imaturos no vômito. Cães e gatos morrem se infecção pré-natal é muito grande, migração das larvas causa lesões hepáticas e focos pneumônicos, podem irritar estômago/intestino e provocar vômitos, migrações erráticas podem causar distúrbios nervosos por sensibilização do SNC. Alta prevalência pela resistência dos ovos. Fêmea muito fecunda. Reservatório constante, larvas são insensíveis aos anti-helmínticos
O cati tem um “bolsinha” em volta, o leonina é mais esticado.
Larva migrans visceral - Toxocara canis, mystax e zoonose
 
LVM - L3 em órgãos de mamíferos. Homem é inadequado porque o parasito não consegue se desenvolver e as larvas ficam retidas. Assintomática - infecção mínima; infecção moderada - dor abdominal, astenia, tosse, urticária, eczema, desidrose. 
Descreve os sintomas da migração das larvas, originando granulomas, que favorecem a aderência e multiplicação de bactérias como S. aureus. Gera um estado de imunodeficiência relativa que permite disseminação de bactérias e formação de abcessos piogênicos, causando profunda alteração no estado geral, febre, sintomas pulmonares e pode evoluir para óbito.
Depende da quantidade de larvas presentes no organismo, noórgão e da resposta imune. Clássico - hipereosinofilia, hepatomegalia, linfadenite. Infiltrados pulmonares com tosse, dispneia, anorexia e desconforto abdominal e manifestações neurológicas. 
Diagnóstico: alta eosinofilia. ELISA com anticorpos de excreção e secreção das larvas, exame oftálmico. 
Na forma ocular não há hipereosinofilia e a resposta imune é menor; geralmente unilateral, perda de visão em casos severos, hemorragia retiniana, cataratas e queratite. Endoftalmia crônica. Diagnóstico - encontro de larva ou reação granulomatosa, punção no olho para pesquisa de anticorpos. 
Profilaxia: tratamento periódico de cães e gatos, cuidado com fezes de ambientes públicos, proteção de espaços com terra com acesso de crianças.
Lagochilascaris minor
Zoonose, felídeos selvagens e cães domésticos/selvagens. Animais domésticos e homens são acidentais. Fêmea é maior. Ingestão de carne crua com larvas L3 encistadas nos músculos de paca, preá, cotia e outros intermediários. Indício de autoinfecção e transmissão por via hídrica. Migram para o esôfago. Gatos inoculados com ovos não desenvolvem o parasita, só com carcaças com L3. 
Abcessos subcutâneos cervicais, osso mastoide, retroauricular, orofaringe, ouvido médio, pulmões, olhos e SNC no homem. Inicial - febre diária, inapetência, perda de peso e adenopatia. Tumoração, otalgia, mastoidite, rinite. Dos abscessos sai secreção fétida rica em ovos. Graves - manifestações neurológicas, tetraparesia de membros inferiores, rigidez da nuca, crises convulsivas e óbito. 
Fármacos: dietilcarbamazina (DEC), tiabendazol, levamisol, cambendazol, mebendazol, praziquantel, albendazol, ivermectina. 
Trichuris trichura - Tricuríase
Associação comum com A. lumbricoides. Cauda em forma de cabelo, fêmea maior, vivem no intestino grosso em média por 3 a 4 anos, 3-20 mil ovos/dia. Ovo tem formato de barril com 3 camadas, viáveis por meses no ambiente, precisam de oxigênio para embrionar. Ovos embrionados são ingeridos, eclodem no intestino delgado e migram para o ceco, invadem a mucosa e se desenvolvem para adultos. Portadores assintomáticos de 2-10 (até 100) helmintos no intestino grosso. Moderada/alta infecção - reação inflamatória aumentadas, ulcerações na mucosa intestinal e sangramento, dores abdominais, disenteria, fezes sanguinolentas, inchaço da mucosa retal (causa reflexo para defecar). 
Transmissão: contaminação de água e alimentos com ovos embrioados, insetos, hábito de crianças comerem terra/roerem unhas. Diagnóstico - presença de ovos nas fezes. Tratamento com mebendazol e albendazol.
Enterobius vermicularis
Parasito de humanos. Machos tem cauda recurvada. Fêmeas maiores e quando grávidas ficam com o saco de ovos (da prática), o que propicia o rompimento na região perianal (à noite). Vivem no ceco. Monoxênico. Tem as duas “abinhas” tipo arraia e uma parte escura no centro. Fêmea tem a extremidade posterior alongada e fina. Ovo tem 3 camadas e leve achatamento de um lado, não sobrevive em ambientes ventilados - desidrata. Resiste 3 semanas em meio a poeira. 
Transmissão: hetero ou auto infecção. Se n° de parasitos baixo, causa poucas perturbações. Alta carga parasitária causa irritação na mucosa nos pontos de fixação. Sintomas: coceira, lesões na mucosa do reto, nervosismo, irritabilidade e insônia.
Diagnóstico: clínico por prurido anal, laboratorial por método de Graham ou fita gomada. Exame de fezes é ineficiente!
Profilaxia: tratar os doentes, não sacudir a roupa de dormir pela manhã e lavar em água quente, tomar banho de manhã, retirar a poeira da casa. Tratamento com albendazol e mebendazol.
Práticas
Método de Willis - flutuação dos ovos em solução saturada de cloreto de sódio. 
Método de Rugai - isolamento e concentração de larvas de Strongyloides em fezes frescas, observadas vivas, transferidas, mortas com lugol e vistas no microscópio. 
Para diferenciar larva rabdtóide - vestíbulo bucal e primórdio genital mais visivel no Strongy. O Strongy tem mais “cauda”. Larva filarióide - esôfago visível, Strongy tem cauda bifurcada. 
Aula 4 - Ectoparasitas
Ficam na superfície externa. Infestação - se alojam, se desenvolvem e se reproduzem. São vetores de doenças, agentes patogênicos e incômodos. Inoculam venenos ou tem defesas químicas, invadem tecidos superficiais ou profundos, com ou sem infecção bacteriana. Vetores: transporte/transmissão de patógeno. Modo de contato entre artrópode e hospedeiro - ativa ou passiva. Transmissão vertical (entre a mesma espécie) ou horizontal. Existem ou não alterações morfológicas do agente no artrópode - biológica/cíclica ou mecânica. 
Arthropoda - Aracnídeos: quelíceras, fusão de cabeça e tórax, 4 pares de patas, sem antenas. Outros: mandíbulas, corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen, 3 pares de patas, antenas.
Acari - Ácaros e carrapatos: cefalotórax fundido com abdômen, gnatossomo ou capítulo, fase larval hexápoda. Parasitiformes (carrapatos) ou Acariformes (Acarina - sem estigmas ou traqueias respiratórias). 
Ixodidae - carrapatos de corpo duro: com escudo dorsal, capítulo se estende além dele, fazem só uma longa refeição sanguínea e são vetores importantes de doenças. 
Argasidae - carrapatos de corpo mole: sem escudo dorsal, capítulo não visível dorsalmente, comuns em galinheiros, alimentação noturna, escondem-se em fissuras, ovos após refeições. Ornithodorus - carrapatos do chão: picadas provocam forte prurido, de cura demorada, vivem em forros, telhados e camas de animais, pode provocar reações alérgicas. Sem comprovação de doenças para o homem.
Transmissores de vírus (encefalites), Rickettsias (vetores e reservatórios, R. rickettsi - febre maculosa), espiroquetas (doença de Lyme), protozoários (veterinário). 
Paralisia do carrapato: Dermatocentor, Amblyoma e Ixodes -> saliva com neurotoxinas, paralisia ascendente, bloqueio de sinapses nervosas na medula espinhal e nas junções neuromusculares, paralisia respiratória com morte. Remoção leva à cura na maioria das espécies (horas-dias). 
Rickettsia rickettsii - febre maculosa: Incubação de 7-14 dias com vasculite, edema, hemorragia e colapso vascular, leva a óbito se não diagnosticada e tratada a tempo. 
A. cajannense - animais domésticos e silvestres, homem na fase larvária, 3 hospedeiros para ciclo completo.
Ixodes: Doença de Lyme - Borrelia burgdorferi. Dor nas articulações e inchaço, picada com formato de alvo, problemas neurológicos como meningite, paralisia de Bell, dormência ou fraqueza dos membros, prejuízo dos movimentos musculares. 
Acaridina - Saroptidae: parasitas obrigatórios de aves e mamíferos, permanecem sob a epiderme. Sarcoptes scabiei - importante para o homem. Ácaros escavadores - fêmea penetra epiderme na pele mais fina e zonas de pregas de flexão. Alimenta-se de linfa e células. Sarna típica - presença de pápulas, pequenas lesões eritematosas, se formam crosta - sarna norueguesa, prurido intenso. Escabiose é comum em aglomeração populacional, principalmente em locais de má higiene. Profilaxia: higiene pessoal, lavagem diária de roupa de infectados. Tratamento: uso de cremes com permetrina 5%, loções e shampoos de deltametrina, ivermectina v.o.
Pyroglyphidae - ácaros de poeiras domésticas: superfície da pele e instalações, se espalham no ar, sendo inalados, podem provocar asma e rinite alérgica (alérgenos em vivos, mortos, restos celulares e fezes). Controle: desumidificar ambiente, remover poeira, higiente pessoal e de animais, troca de filtros de ar. 
Actinedida - Demodex: vermiforme, altamente específicos para o hospedeiro, vivem em camada mais profuda que o estrato córneo, infecções maçicas podem provocar acne granulomatoso.
Classe Insecta
Siphonaptera - pulgas: distribuição cosmopolita (em qualquer lugar). Quiescência de até 5 meses. Exoesqueleto resistente, patas modificadas para salto. Incômodo, várias picadas antes de efetuar a refeição sanguínea, ação alergênica da saliva, infecções secundárias.
Tunga penetrans - tugíase: ovo, larva, pupa, adulto. Zona entre os dedos ou embaixo das unhas, grávida do tamanho de ervilha. Presençae morte da fêmea no tecido do hospedeiro causa inflamação, pode levar a infecções secundárias, septicemia, perda dos dedos ou tétano.
Yersinia pestis - peste: transmissão por vários tipos de pulga, roedores como reservatórios, multiplicação do bacilos impede a passagem de sangue, pulga vomita e infecta. 
Helmintos - hospedeiros intermediários com transmissão por ingestão acidental de pulgas.
Rickettsia mooseri - Tifo endêmico: transmissão humana por contato com fezes ou corpos esmagados de pulgas.
Pulex irritans - a que mais ataca o homem, causa incômodo
Xenopsylla cheopis - pulga dos roedores, principal transmissora da peste, também transmite o tifo endêmico, é a mais importante na saúde pública.
Ctenocephalides felis e canis: felis é principal pulga nos cães, as duas podem picar o homem, transmitem doenças.
Controle: inseticidas, higiene, controle de reservatórios. 
Phthiraptera: Pediculus humanus e pubis - específicos para o hospedeiro, ectoparasitas obrigatórios. Tarso com garra móvel e tíbia com esporão. Humanus - ⅔ refeições por dia, 6-10 dias para larva, 30 dias para adulto, disseminam-se por roupas infectadas. Pubis - contato sexual, pouco móveis, refeições sanguíneas no mesmo local
Pediculoses: de cabeça - prurido intenso, predominante na nuca, lesões de coceira. Do corpo - prurido intenso nos ombros, costas, cintura, lesões de coceira. Presentes em todos os países. A do corpo é comum se higiene precária - guerras, campos de concentração, etc.
Fitiríase: prurido (principalmente a noite), lesões de coceira podem levar a infecção secundária, pápulas rosadas/azuladas nos locais de picada, causadas pela saliva do inseto.
Tifo exantemático, febre das trincheiras e febre recorrente epidêmica - específicas do humano, infecção pelas fezes do piolho em até 60 dias, contato da hemolinfa com a pele ou mucosas.
Controle e prevenção: catação, evitar contato com infectados, loções e xampus com permetrina ou lindano, raspar a cabeça, incluir prevenção em educação sanitária.
Hemiptera - bed bugs - Cimex lectularius, 2-6 ovos/dia, uma refeição sanguínea para muda, adultos e ninfas são hematófagos, se alimentam 1-2 vezes por semana, jejum de até 400 dias em algumas espécies. Sinais de infestação: pontos castanhos em móveis e paredes, cheiro desagradável (das fezes), acasalamento único - pênis inserido na fissura abdominal, penetra órgão de Berlese e o esperma migra do hemocele para os ovidutos. Disseminação por transporte de móveis, malas, caixotes, mochilas, entre outros. Suspeita-se que possam ser vetores de Hepatite B, HIV e T. cruzi (podem infectar-se e manter). Provoca reações alérgicas, fadiga em crianças, anemia ferropriva em crianças mal nutridas (infestações maciças ou prolongadas).
Controle: aerossóis com permetrina, inseticida com ação remanescente. África: uso de redes mosquiteiras com permetrina funcionou bem.
FIM PARTIU 10

Continue navegando