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AGENTE ETIOLÓGICO Entamoeba histolytica É uma ameba intestinal, a única patogênica para o homem. Possui diferentes cepas, o que determina a existência de diferentes graus de manifestação da doença, sendo que a cepa mais agressiva encontra-se na região Norte do Brasil. Morfologia: é protozoário, portanto, unicelular. Pode adquirir 2 formas, variando com o ambiente em que se encontra. Trofozoito: corresponde à forma ativa/vegetativa do protozoário, isto quando o mesmo encontra-se em local adequado. É uninucleado e sem forma definida, locomove-se através da emissão de pseudópodes. ○ A parte central é mais granulosa e recebe o nome de endoplasma, e a periférica é o ectoplasma. ○ Pode apresentar hemácias, advindas do processo de fagocitose pela ameba. ○ • Cisto: corresponde à forma de resistência/inativa do protozoário, é formada quando a ameba se desprende da parede intestinal e cai na luz, alcançando o ambiente. É polinucleado, com 4 núcleos especificamente, e possui formato esférico. ○ No citoplasma é possível visualizar (se corado com hematoxilina férrica) um acúmulo de ribossomos, que recebe o nome de corpos cromatóides. ○ É envolvido por uma parede cística rígida.○ • ** Portanto, diferenças: forma, número de núcleos, local e o que visualizamos no citoplasma. Ciclo evolutivo: Habitat: Intestino grosso• Forma infectante: Cisto (o trofozoito não é capaz de infectar, seu tempo de vida fora do intestino grosso é de aproxidamente 30 min) • Ciclo não patogênico: infecção por ingestão do cisto eliminado nas fezes, através de água ou alimentos contaminados. O cisto passa pelo estômago sem sofrer alterações pelo suco gástrico, isso devido à proteção pela parede cística, e alcança o intestino delgado onde encontra condições ideais (pH e temperatura) para desencistar. Então o cisto se converte em metacisto, uma estrutura transitória com 4 núcleos e uma fenda, que sofre divisões origindo 4 trofozoitos, e estes passam por divisão binária formando 8 trofozoitos (portanto, 1 cisto = 8 trofozoitos). Do intestino delgado os trofozoitos passam para o intestino grosso, se aderem à mucosa e se reproduzem, formando uma colônia. Após determinado período, o trofozoito se desprende da mucosa e alcança a luz do intestino, se misturando às fezes. Isso ativa um gatilho que leva ao encistamento do trofozoito, que vai para o meio externo em forma de cisto, reiniciando o ciclo. • Ciclo patogênico: Após a adesão à mucosa, o trofozoita pode sofrer modificações que a impedem de se reproduzir estando aderida à parede intestinal, então o parasita perfura a parede através de ação enzimática e alcança a mucosa intestinal, ocupando-a e reiniciando a reprodução. A perfuração da parede é patológica e causa dor. • Fatores que aumentam a patogenicidade da E. histolytica (determinam as modificações que a tornam patogênica e aumentam a agressividade): Virulência: é determinada pela cepa.• Presença de bactérias: E. coli, Salmonela, Enterobacter, Shigela e Clostridium.• Amebiase terça-feira, 6 de agosto de 2019 22:50 Página 1 de Parasito Página 2 de Parasito Presença de bactérias: E. coli, Salmonela, Enterobacter, Shigela e Clostridium.• Passagens sucessivas em vários hospedeiros, ou seja, quanto maior o número de hospedeiros, maior a agressividade. • Presença de amido e colesterol na dieta.• Patogenia: A ação patogênica é a destruição da parede intestinal e a perfuração/penetração da mucosa. Para que isso ocorra, existem os fatores de virulência. Lectina de superfície: é uma glicoproteína presente na membrana da ameba. Permite a adesão da ameba à célula do epitélio instestinal (se liga à lactina receptor dos enterócitos), emite uma sinalização que prepara a célula para sofrer citólise e protege a ameba das proteínas do sistema complemento. • Amebaporo: é uma proteína formadora de poros. Emite poros até os enterócitos aderidos à lectina, destruindo-os. • Cisteína-proteases: é um conjunto de enzimas que degradam proteínas da matriz celular, permitindo a penetração da mucosa. • Amebiase intestinal: A penetração da ameba na mucosa causa uma lesão característica em botão de camisa. Na mucosa, ela destrói o tecido para se multiplicar, alcançando a camada muscular, onde continua a destruição tecidual, aumentando a lesão lateralmente, formando a lesão em frasco de gargalo longo. Tem característica necrótica. Manifestações clínicas: Cólite não desentérica: evacuações amolecidas + desconforto abdominal + cólicas. ○ Forma desentérica: evacuações diarreicas e frequentes + fezes com muco e sangue + cólicas intensas + náuseas/vômitos + febre moderada e tenesmo (espasmo retal). ○ Forma assintomática: não tem manifestações, é provocada pela Entamoeba dispar. ○ • Complicações: Perfuração intestinal => necrose○ Infecção bacteriana => associada à perfuração causa peritonite○ Formação de ameboma => granuloma/pseudo-tumor○ Invasão de vasos sanguíneos => a ameba se espalha, pode alcançar o fígado pelo sistema porta, implantando-se nele. ○ • Diagnóstico laboratorial: Através das fezes, pesquisa de trofozoitos em fezes diarréicas e de cistos em fezes pastosas. ○ Caso seja detectada a presença de cistos de outra espécie, sabe-se que houve contaminação por fezes => amebas comensais. ○ • **Laudo: segundo a OMS, deve ser relatada a presença de trofozoítos de E. histolica e E. dispar, isso porque não é possível diferencia-los, além da presença de amebas comensais. Amebíase extra-intestinal A ameba pode alcançar outros órgãos devido à sua alta virulência. Amebiase hepática: A ameba pode alcançar o fígado por via hematogênica (pelo sangue) através da veia porta. Ao alcança-lo vai causar lesões semelhantes às do intestino, que recebem o nome de "abcesso amebiano hepático" ou "necrose coliquativa do fígado". ○ Manifestações clínicas: dor + febre + hepatomegalia + anorexia + perda de peso + fraqueza geral. ○ Diagnóstico laboratorial: através de punção, sorologia ou exame de imagem. ** o diagnóstico por punção não é o mais recomendado, pois pode ○ • Página 3 de Parasito Página 4 de Parasito ** o diagnóstico por punção não é o mais recomendado, pois pode haver adesão de amebas na agulha levando à contaminação de outros locais Amebíase pulmonar: A ameba pode alcançar o pulmão por via hematôgenica ou por contiguidade, através de uma fístula no diafragma. ○ Manifestações clínicas: febre + dor torácica + tosse com expectoração de secreção cor de chocolate. ○ • Amebíase cerebral: A ameba alcança o cérebro somente por via hematogênica, já que não há proximidade entre os tecidos. ○ É muito raro, o diagnóstico é pós-morte. ○ • Profilaxia Diagnóstico e tratamento dos doentes e portadores assintomáticos;• Exame de fezes periódico dos manipuladores de alimentos;• Educação sanitária e ambiental com participação ativa e efetiva da comunidade;• Saneamento básico;• Lavagem e desinfecção de alimentos consumidos crus;• Proteger alimentos de moscas e baratas.• Tratamento Amebicidas que atuam na luz intestinal Teclosan e etofamida○ • Amebicidas que atuam nos tecidos: Cloridrato de emetina, cloridrato de diidroemetina e cloroquina○ • Amecidas que atuam na luz intestinal e nos tecidos: Metronidazol, omidazol, nitroimidazol, secnidazol e tinidazol.○ • Epidemiologia Distribuição geográfica: maior prevalência em regiões tropicais e subtropicais;• Transmissão oral através da ingestão de cistos: água e alimentos, pessoa a pessoa e veiculados por insetos. • Diferentes cepas em diferentes locais influindo na patogenicidade. • Página 5 de Parasito Página 6 de Parasito
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