Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
- ÍNDICE - SEMIOLOGIA RESPIRATÓRIA INTRODUÇÃO ROTEIRO TÉCNICA ALTERAÇÕES TÉCNICA OBSERVAÇÕES ALTERAÇÕES TÉCNICA OBSERVAÇÕES ALTERAÇÕES SEMIOLOGIA RESPIRATÓRIA INTRODUÇÃO VIDEO_01_CPMED_EXTENSIVO_APOSTILA_21 ROTEIRO PRINCIPAIS ASPECTOS AVALIADOS 1) INSPEÇÃO VIDEO_02_CPMED_EXTENSIVO_APOSTILA_21 INSPEÇÃO ESTÁTICA Deve-se procurar e descrever, caso presente, a ocorrência e a localização de depressões, abaulamentos, lesões e cicatrizes na caixa torácica do paciente Também deve ser determinado o tipo torácico do paciente: tórax em tonel (aumento do diâmetro anteroposterior; hiperinsuflação pulmonar), tórax plano (redução do diâmetro anteroposterior: indivíduos longilíneos, doenças consuptivas) pectus excavatum (tórax infundibiliforme) ou pectus carinatum (também chamado de tórax em quilha ou tórax em peito de pombo ou tórax cariniforme). INSPEÇÃO DINÂMICA Nesse momento, é avaliada a dinâmica ventilatória do paciente, devendo-se contar sua frequência respiratória, verificar se há dispneia e classificá-la: ortopneia (ocorrência em decúbito horizontal), platipneia (posição ortostática) e trepopneia (decúbito lateral). De acordo com o uso da musculatura respiratória, o tipo respiratório pode ser classificado em abdominal, torácico ou toracoabdominal. Se houver algum padrão (ritmo) respiratório específico, o mesmo também deve ser explicitado: ➤ Cheyne-Stokes: períodos de hiperpneia e apneia intercalados. Ocorrência em ICC, uremia e lesões em SNC. ➤ Kussmaul: respiração rápida e profunda. Surge classicamente em situações de acidose metabólica. ➤ Biot (atáxica): completamente irregular, alternando periodicidade e profundidade das incursões respiratórias. Ocorre em situações de hipertensão intracraniana e lesões em SNC. (FIGURA 1). FIGURA 1: linhas de referência torácica. 2) PALPAÇÃO VIDEO_03_CPMED_EXTENSIVO_APOSTILA_21 EXPANSIBILIDADE Deve ser avaliada a expansibilidade dos ápices pulmonares, bem como das bases do pulmão. Aqui, avalia-se a amplitude e a simetria de expansão torácica. A forma correta de avaliação dos ápices é feita apoiando as mãos nos ombros do paciente, de modo que os polegares do examinador fiquem aproximados na linha média posterior do paciente. Em seguida, pede-se para o paciente realizar uma inspiração profunda, notando o afastamento dos polegares (manobra de Ruault). Para a expansão das bases, a manobra é semelhante: o examinador apoia as mãos no dorso médio do paciente, mantendo os polegares aproximados e então solicita uma inspiração profunda (manobra de Laségue). ELASTICIDADE É avaliada pressionando o tórax do paciente com as 2 mãos, tanto no sentido anteroposterior, quanto no sentido laterolateral. FRÊMITO TORACOVOCAL TÉCNICA O Frêmito Toracovocal (FTV) é a sensação tátil produzida pela voz do paciente na parede torácica. Em geral, pede-se ao paciente que fale “trinta e três”, fato que deriva do francês “trois-trois” que produz um boa ressonância do ar ao longo da via aérea do paciente. A avaliação correta do FTV é feita utilizando a porção anterior dos dedos e devemos lembrar que ela é sempre comparativa entre os 2 hemitóraces Lembre-se sempre de avaliar o FTV nas regiões laterais do tórax e também no ápice pulmonar, onde a percepção é feita com a ponta dos dedos na fossa supraclavicular. (FIGURA 2). ALTERAÇÕES Qualquer alteração toracopulmonar que interponha um obstáculo à passagem da vibração aérea até a mão do examinador acaba por reduzir a intensidade do frêmito. Em contrapartida, uma alteração que homogeneíze o parênquima pulmonar facilita a transmissão da vibração e, assim, aumenta a intensidade do frêmito. ➤ Aumento do frêmito toracovocal: consolidação pulmonar. ➤ Redução do frêmito toracovocal: derrame pleural, atelectasia, pneumotórax. 3) PERCUSSÃO VIDEO_04_CPMED_EXTENSIVO_APOSTILA_21 TÉCNICA A técnica de percussão pulmonar é executada apoiando-se o dedo médio no espaço intercostal e percutindo, com a outra mão, a articulação interfalangeana distal do dedo apoiado. Devemos atentar para o correto movimento pendular de flexão única do punho: o restante do braço não deve apresentar movimento significativo Há também quem prefira percutir a interfalangeana distal com o martelo, estratégia útil nos casos de examinadores pequenos e pacientes grandes e obesos. FIGURA 2: avaliação comparativa do frêmito toracovocal. (FIGURA 3). Da mesma forma que na palpação, a percussão deve ser feita de modo sempre comparativo, não esquecendo da avaliação do ápice pulmonar, frequentemente negligenciado pelos candidatos mais desatentos. OBSERVAÇÕES A descrição de uma percussão torácica normal é feita usando os termos “som claro pulmonar” ou “som claro atimpânico”. ALTERAÇÕES ➤ Macicez/submacicez: consolidação pulmonar, atelectasia e derrame pleural. ➤ Hipertimpanismo: pneumotórax. 4) AUSCULTA VIDEO_05_CPMED_EXTENSIVO_APOSTILA_21 TÉCNICA A ausculta respiratória é capaz de nos fornecer dados sobre o estado da via aérea do paciente, bem como do próprio parênquima pulmonar. Assim como na palpação e na percussão, essa parte da semiologia deve ser feita de modo sempre comparativo, não esquecendo, mais uma vez, da avaliação do ápice pulmonar. O examinador deve solicitar ao paciente que respire profundamente e lentamente pela boca. OBSERVAÇÕES FIGURA 3: correto movimento de flexão do punho na percussão torácica. Os sons devem ser interpretados quanto a sua qualidade, intensidade, transmissão e presença de ruídos adventícios. Como a ausculta torácica é feita com o diafragma do estetoscópio ao longo das projeções pulmonares no tórax, a percepção normal é de um som vesicular ao longo de toda a periferia pulmonar. Assim, frequentemente a ausculta é descrita como “murmúrio vesicular universalmente audível”, que muitos simplesmente abreviam com o já clássico MVUA. ALTERAÇÕES Qualquer alteração toracopulmonar que interponha um obstáculo à passagem do som da via aérea até o estetoscópio acaba por reduzir a intensidade do murmúrio vesicular. Em contrapartida, uma alteração que homogeneíze o parênquima pulmonar facilita a transmissão do som e, assim, aumenta a intensidade do murmúrio. Ou seja, é o mesmo comportamento do frêmito toracovocal: ➤ Aumento do murmúrio vesicular: consolidação pulmonar. ➤ Redução do murmúrio vesicular: derrame pleural, atelectasia e pneumotórax. Enquanto realiza a ausculta, o examinador deve estar atento à presença de ruídos adventícios, isto é, sons adicionais que surgem associados à respiração do paciente: ➤ Sibilo: sons contínuos polifônicos percebidos durante a expiração. Refletem um fluxo rápido de ar através de brônquios e bronquíolos obstruídos. ➤ Ronco: som contínuo, grave e monofônico, melhor audível na inspiração. Reflete a presença de secreções em brônquios maiores. ➤ Estridor: som alto e agudo percebido na inspiração. Encontrado em obstruções altas, isto é, extratorácicas (laringe, traqueia...). ➤ Atrito Pleural: som áspero percebido tanto na inspiração quanto na expiração e bem localizado em uma área da parede torácica. Reflete a presença de superfícies pleurais inflamadas e um atrito entre elas. ➤ Estertor Crepitante: som descontínuo e monofônico percebido no final da inspiração; som semelhante a um roçar de cabelo ou abertura de velcro. Reflete a abertura das unidades respiratórias terminais, antes fechados, por exemplo, por secreção. - Estertor Subcrepitante: som descontínuo semelhante a estouro de bolhas, percebido na inspiração e na expiração. É provocado pelo que ar que passa por brônquios e bronquíolos e entre em conflito com líquido colecionado nessas regiões. A avaliação da transmissão da voz é um trecho da ausculta que muitos estudantes fazem confusão com relação à sua interpretação. Ela é feita pedindo-se para o paciente falar enquanto se ausculta o tórax com o diafragma do estetoscópio. Devemos ter em mente que essa transmissão pode ser influenciada pela condição do parênquima subjacente, bem como do espaço pleural. O ar contido no pulmão é sabidamente um transmissor desom ruim e, enquanto essa transmissão pode ser ainda mais prejudicada em caso de derrame pleural ou pneumotórax, ela acaba se intensificando em uma situação de consolidação pulmonar. Atualmente, sugere-se a simplificação dos termos usados na avaliação da transmissão da voz: ➤ Broncofonia: se, ao pedir para o paciente falar “noventa e nove”, o som percebido for mais nítido (o normal é ser abafado), diz-se que há broncofonia, o que é sugestivo de consolidação. ➤ Pectorilóquia Afônica (ou áfona): da mesma forma, se, ao pedir para o paciente sussurrar, o som percebido for mais nítido (o normal é ser abafado), diz-se que há pectorilóquia afônica, o que também é sugestivo de consolidação. ➤ Egofonia: é um caso especial de alteração de transmissão. A consolidação (e até mesmo o derrame pleural) permite que apenas algumas frequências sejam corretamente percebidas pelo examinador, enquanto outras são distorcidas. Se o som da vogal “E” for percebida pelo examinador como um “A”, diz-se que há egofonia. VIDEO_06_CPMED_EXTENSIVO_APOSTILA_21 SAIBA MAIS Utilizamos aqui a descrição clássica dos sons respiratórios presentes em vários manuais de Semiologia. Entretanto, devido à grande discordância entre os termos, desde 1987 a American College of Chest Physicians vem tentando estabelecer uma padronização. Por suas normatizações, existiriam apenas quatro tipos de sons principais: roncos, sibilos, crepitações finas e crepitações grossas. Não existiriam mais, pelo menos para as publicações da revista, termos como estertores crepitantes, subcrepitantes, bolhosos, úmidos etc. SAIBA MAIS Conheça alguns sinais descritos na síndrome do derrame pleural: ➤ Sinal de Lemos Torres: abaulamento expiratório dos últimos espaços intercostais, na face lateral do hemitórax, com os derrames de pequeno e médio volume. ➤ Sinal de Signorelli: som maciço durante a percussão da 7ª a 11ª vértebra, nos grandes derrames. ➤ Sinal ou fenômeno de Litten: visualização do diafragma quando faz sua incursão durante a inspiração e expiração. Na verdade, ele estará abolido nos derrames moderados e volumosos.
Compartilhar