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A POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO DO SUS E A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO MÉDICO PACIENTE COLEGAS

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A POLÍTICA NACIONAL DE 
HUMANIZAÇÃO DO SUS E A 
IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO MÉDICO 
– PACIENTE – COLEGAS 
Lara Camila | 4º Semestre 
Política Nacional de Humanização – Humaniza SUS 
“(...) Sempre que houver um processo relacional de um 
usuário com um trabalhador, haverá uma dimensão 
individual do trabalho em saúde, realizado por 
qualquer trabalhador, que composta um conjunto de 
ações clínicas. Ações clínicas aí significam o encontro 
entre necessidades e processos de intervenção 
tecnologicamente orientados, (...) implicados com a 
manutenção e/ou recuperação de um certo modo de 
viver a vida. (...)” 
➢ Pensar em trabalho em saúde, considerar as 
relações e as dimensões existentes desde o 
primeiro momento em que o usuário vai se 
deparar com o serviço. A partir daí já podemos 
dizer que as abordagens estão permeadas de 
ações que envolvem a clínica. 
➢ O primeiro contato que o paciente tem com o 
serviço de saúde (se ele foi bem tratado, 
atendido sem atrasos etc.) também influencia 
no processo de cura dele; o início do contato 
também irá significar um produto, um 
trabalho em saúde. 
“Os trabalhadores também precisam construir 
consensos em torno de um projeto assistencial comum 
à cada equipe” 
➢ Em relação à abordagem dos usuários dos 
serviços de saúde, é importante pensar que 
não estamos em ilhas de atuação nos serviços 
de sáude. Nos serviços, temos a 
intersetorialidade, que são as trocas 
realizadas entre diversas áreas no sistema 
de saúde para resolver os problemas dos 
usuários. 
Prática interprofissional – Um desafio... 
Embora a política pública de saúde do SUS proponha 
um modelo de atenção integral, o processo de trabalho 
em saúde tende a reproduzir a racionalidade do 
processo hegemônico em saúde – o famoso modelo 
biomédico. 
Temos de reconhecer a existência de tensões entre as 
implementações dos modelos biomédico e de atenção 
integral à saúde, aspectos com diferentes 
configurações na atenção primária, nos serviços 
especializados, hospitais e pronto-socorros. 
➢ O modelo biomédico pressupõe a relação 
verticalizante, na qual o médico irá exercer um 
certo poder em relação ao paciente, e irá 
tomar decisões a partir de um olhar restrito, 
voltado apenas para a discussão de uma 
patologia. 
➢ O modelo biomédico é ainda evidente, e é um 
desafio pensarmos em uma atenção integral 
que considere essa interdisciplinaridade 
dentro de um serviço de saúde. 
Alguns determinantes da desumanização do cuidado: 
• Filas; 
• Insensibilidade dos trabalhadores da saúde 
frente ao sofrimento das pessoas; 
• Tratamentos desrespeitosos; 
• Isolamento imposto ao paciente em relação à 
sua família e rede social durante 
procedimentos e hospitalizações; 
• Gestão autoritária e a degradação do 
ambiente e das relações de trabalho; 
 
➢ Esses problemas vão surgindo no cotidiano da 
vida dos profissionais de saúde. Não existe um 
cenário perfeito, então é importante 
sabermos quais as situações adversas que 
iremos enfrentar e que podem gerar uma 
baixa resolubilidade em relação aos usuários. 
A Política Nacional de Humanização (PNH) vigora 
desde 2003 buscando efetivar os princípios do SUS 
no cotidiano das práticas de atenção e gestão, 
qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando 
trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e 
usuários. 
➢ Com essa política, vemos que existe uma 
preocupação das lideranças da área de saúde 
no Brasil em relação a entender que 
resultados positivos relacionados à pesquisa 
epidemiológica realizada no nosso território 
têm a ver com uma melhoria da relação de 
trabalho e com as formas de lidar com o 
usuário. 
A humanização é a valorização dos usuários, 
trabalhadores e gestores no processo de produção de 
saúde. 
Questionamentos 
 
Valorizar os sujeitos corresponde a: 
Promover uma maior autonomia em todas as direções; 
Ampliação da capacidade de transformar a realidade 
em que vivem as pessoas; 
Responsabilidade compartilhada; 
Criação de vínculos solidários; 
Participação coletiva nos processos de gestão e de 
produção de saúde; 
➢ Participação coletiva é algo que as vezes nos 
surpreende. As vezes consideramos que só 
quem deve ter voz é quem tem conhecimento 
estruturado e formal sobre determinada 
situação/problema no serviço de saúde. 
Entretanto, a participação coletiva precisa 
ser democrática e horizontal. 
Onde se opera a Política Nacional de Humanização 
(PNH)? 
Está vinculada à secretária de Atenção à Saúde do 
Ministério da Saúde; 
Núcleo técnico sediado em Brasília – DF 
Equipes regionais de apoiadores que se articulam nas 
secretarias estaduais e municipais de saúde; 
Como valorizar a participação dos sujeitos? 
Rodas de conversa entre todas as partes 
interessadas; 
Incentivo às redes e movimentos sociais; 
➢ O incentivo às redes e movimentos sociais 
fortalecem as demandas e as buscas por 
soluções. 
Gestão de conflitos; 
Incluir os trabalhadores na gestão -> reinventar 
processos de trabalho -> inovar -> aperfeiçoar o 
serviço. 
➢ É muito importante considerarmos que os 
trabalhadores podem ter ideias inovadoras 
que transformam o serviço de saúde; 
Incluir usuários e suas redes sócio-familiares nos 
processos de cuidado -> ampliação da 
corresponsabilização no cuidado de si. 
Diretrizes do HumanizaSUS 
Acolhimento: reconhecer o que o outro traz como 
legítima e singular necessidade de saúde. Tem como 
objetivo a construção de relações de confiança, 
compromisso e vínculo entre as equipes/serviços, 
trabalhor/equipes e usuário com sua rede sócio-
efetiva. 
➢ COMO? Escuta qualificada, oferecida pelos 
trabalhadores às necessidades do usuário. 
Assegura um atendimento com prioridade, a 
partir da avaliação de vulnerabilidade, 
gravidade e risco. 
Gestão participativa e cogestão: expressa tanto a 
inserção de novos sujeitos nos processos de análise e 
decisão, quanto a ampliação das tarefas da gestão. 
➢ COMO? Dispositivos de cogestão: se referem 
a respeito à organização de um espaço 
coletivo de gestão que permita o acordo entre 
necessidades e interesses de usuários, 
trabalhadores e gestores; 
Mecanismos que garantem a participação ativa de 
usuários e familiares no cotidiano das unidades de 
saúde; 
Ambiência: criar espaços saudáveis, acolhedores e 
confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem 
mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de 
encontro entre as pessoas; 
➢ COMO? Discussão compartilhada dos 
projetos estruturais, das reformas e do uso 
dos espaços de acordo com as necessidades de 
usuários e trabalhadores, com vistas a 
melhorar o trabalho em saúde; 
Clínica ampliada e compartilhada com recursos que 
possibilitem o enriquecimento dos diagnósticos 
(outras variáveis além do enfoque orgânico, inclusive 
a percepção dos afetos produzidos nas relações 
clínicas) e a qualificação do diálogo (tanto entre os 
profissionais de saúde envolvidos no tratamento, 
quanto destes com o usuário), de modo a possibilitar 
decisões compartilhadas e compromissadas com a 
autonomia e a saúde dos usuários do SUS. 
Valorização do trabalhador: dar visibilidade à 
experiência dos trabalhadores e incluí-los na tomada 
de decisão, apostando na sua capacidade de analisar, 
definir e qualificar os processos de trabalho; diálogo, 
intervenção e análise do que gera sofrimento e 
adoecimento, do que fortalece o grupo de 
trabalhadores e do que propicia os acordos de como 
agir no serviço de saúde. 
Defesa dos direito dos usuários: os usuários têm 
direitos garantidos por lei e os serviços de saúde 
devem incentivar o conhecimento desses direitos e 
reiterar que eles sejam cumpridos em todas as fases 
do cuidado, desde a recepção até a alta. 
Carta dos direitos e deveres da pessoa usuária da 
saúde: todo cidadão possui o direito a uma equipe que 
cuide dele, de receber informação sobre sua saúde e de 
decidir sobrecompartilhar ou não sua dor e alegria 
com sua rede social. 
Princípios do HumanizaSUS 
Transversalidade; 
Indissociabilidade entre atenção e gestão; 
Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos 
sujeitos e coletivos; 
Objetivos do HumanizaSUS 
Contagiar trabalhadores, gestores e usuários do SUS 
com os princípios e as diretrizes da humanização; 
Fortalecer iniciativas de humanização existentes; 
Desenvolver tecnologias relacionais e de 
compartilhamento das práticas de gestão e de 
atenção; 
Aprimorar, ofertar e divulgar estratégias e 
metodologias de apoio a mudanças sustentáveis dos 
modelos de atenção e de gestão; 
Implementar processos de acompanhamento e 
avaliação, ressaltando saberes gerados no SUS e 
experiências coletivas bem-sucedidas. 
Resultados perseguidos com a Política Nacional de 
Humanização 
Redução de filas e do tempo de espera, com ampliação 
do acesso; 
Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em 
critérios de risco; 
Implantação de modelo de atenção com 
responsabilização e vínculo; 
Garantia dos direitos dos usuários; 
Valorização do trabalho na saúde; 
Gestão participativa nos serviços; 
Rede HumanizaSUS 
É um canal aberto pela Política Nacional de 
Humanização (Coordenação Geral da PNH no 
Ministério da Saúde) para ampliação do diálogo em 
torno de seus princípios, métodos e diretrizes; 
Uma rede social de pessoas com interesse em 
processos de humanização da gestão e do cuidado no 
SUS; 
Objetivo: estabelecer uma rede de colaboração, que 
permita o encontro, a troca, a afetação recíproca, o 
afeto, o conhecimento, o aprendizado, a expressão 
livre, a escuta sensível, a polifonia, a arte da 
composição, o acolhimento, a multiplicidade de visões, 
a arte da conversa, a participação de qualquer um. 
“Ajudar usuários e trabalhadores a lidar com a 
complexidade dos sujeitos e a multicausalidade dos 
problemas de saúde na atualidade significa ajudá-los 
a trabalhar em equipe.” 
Projeto Terapêutico Singular (PTS) 
É uma reunião de propostas e condutas terapêuticas 
articuladas para um sujeito, uma família ou um 
grupo/coletivo que resulta da discussão em conjunto 
de uma equipe multiprofissional e interdisciplinar com 
Apoio Matricial, quando este for necessário. 
➢ Pode ser feito para grupos ou famílias e não 
só para indivíduos; 
➢ Busca singularidade (a diferença) como 
elemento central de articulação – o paciente é 
único, no sentindo do atendimento e de suas 
necessidades. 
➢ Evita usar os diagnósticos para igualar os 
sujeitos, não minimizando as diferenças: 
hipertensos, diabéticos etc. Ex: se referir ao 
paciente como “o paciente diabético”. 
Existem quatro momentos de como lidar com esse 
projeto terapêutico: 
1- Diagnóstico: deverá conter uma avaliação 
orgânica, psicológica e social, que possibilite uma 
conclusão a respeito dos riscos e da vulnerabilidade 
do usuário. 
Deve buscar captar como o Sujeito singular se produz 
diante de forças como as doenças, os desejos e os 
interesses, assim como também o trabalho, a cultura, 
a família e a rede social. Ou seja, tentar entender o 
que o Sujeito faz de tudo que fizeram dele. 
➢ Então é tentar compreender o sujeito diante 
das suas complexidades. 
2- Definição de metas: uma vez que a equipe fez os 
diagnósticos, ela faz propostas de curto, médio e 
longo prazo, que serão negociadas com o Sujeito 
doente pelo membro da equipe que tiver um 
vínculo melhor. 
3- Divisão de responsabilidade: é importante definir 
as tarefas de cada um com clareza. 
4- Reavaliação: momento em que se discutirá a 
evolução e se farão as devidas correções de rumo. 
Prática Interprofissional em saúde na APS 
Dentro do PTS acontece a prática interprofissional, 
que é a experiência da clínica ampliada, onde estarão 
contidos: 
➢ Um compromisso radical com o sujeito doente, 
visto de modo singular; 
➢ Assumir a RESPONSABILIDADE sobre os 
usuários dos serviços de saúde; 
➢ Buscar ajuda em outros setores -> 
INTERSETORIALIDADE 
Exemplo: 
 
➢ Essas pessoas tiveram a oportunidade de 
serem inseridas em outras atividades e assim 
diminuiu a exposição daqueles indivíduos com 
anemia falciforme a atividades de esforço 
físico maior, visto que cursam com artralgia 
importante. 
Importante!!! Dicas em relação à singularidade da 
atenção: 
Trabalhar com ofertas e não apenas com restrições – 
As mudanças de hábitos podem ser encaradas como 
ofertas de experiências novas e não apenas como 
restrições; 
Especificar ofertas para cada sujeito – se um usuário 
ama a atividade X ou a comida Y que, no entanto, não 
são recomendáveis para sua condição biológica, é 
preferível não começar o tratamento por ali. Ou 
então, tentar um “meio termo” possível (redução de 
danos). 
Exemplo de redução de danos: doar kits de agulha para 
os indivíduos que tomam drogas injetáveis, evitando 
assim, a transmissão de doenças infecciosas. 
É muito importante tentar produzir co-
responsabilidade e não culpa. A culpa anestesia, gera 
resistência e pode até humilhar. 
➢ Não temos como mais utilizar as estratégias 
que culpabilizam as pessoas pelos seus 
hábitos e vícios; temos que exercitar a escuta, 
a empatia, evitar o juízo de valor e tentar 
produzir co-responsabilidade de forma 
afetiva entendendo as consequências, mas 
também compreendendo os momentos de 
recaídas, trazendo soluções e fazendo política 
de redução de danos. 
Evitar iniciar consultas questionando aferições e 
comportamentos; valorizar qualidade de vida. 
Perguntar o que o usuário entendeu do que foi dito 
sobre sua doença e medicação; 
Evitar assustar o usuário; 
➢ Evitar alarmismos em relação à adoção de 
determinado comportamento, uso de 
medicamentos etc. 
Lembrar que a doença crônica não pode ser a única 
preocupação da vida; 
Equilibrar combate à doença com produção de vida; 
Atuar no eventos mórbidos com o máximo de apoio e o 
mínimo de medicação – preferir fitoterápicos e 
diazepínicos.

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