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MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 1 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE IV – – POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO – HUMANIZA SUS; PRÁTICA INTERPROFISSIONAL – UM DESAFIO: • Embora a política de saúde do SUS proponha um modelo de atenção integral, o processo de trabalho em saúde tende a reproduzir a racionalidade do processo hegemônico em saúde – o famoso modelo biomédico; • Temor de reconhecer a existência de tensões entre as implementações dos modelos biomédico e de atenção integral à saúde, aspectos com diferentes configurações na atenção primária, nos serviços especializados, hospitais e prontos-socorros; ALGUNS DETERMINANTES DA DESUMANIZAÇÃO DO CUIDADO: • Filas; • Insensibilidade dos trabalhadores da saúde frente ao sofrimento das pessoas; • Tratamentos desrespeitosos; • Isolamento imposto ao paciente em relação à sua família e rede social durante procedimentos e hospitalizações; • Gestão autoritária e a degradação do ambiente e das relações do trabalho; HUMANIZA SUS: • A Política Nacional de Humanização (PNH) vigora desde 2003, buscando efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários; • A humanização é a valorização dos usuários, trabalhadores e gestores no processo de produção de saúde; COMO VOCÊ SE SENTIRIA VALORIZADO ENQUANTO SUJEITO, NO SUS? • Como você se sentiria enquanto usuário do SUS? • E do ponto de vista do trabalhador(a)? o que poderia significar um processo de valorização? • Em sendo você um gestor de um serviço de saúde o que poderia expressar um processo de valorização para você? VALORIZAR OS SUJEITOS CORRESPONDE A: • Promover uma maior autonomia em todas as direções; • Ampliação da capacidade de transformar a realidade em que vivem as pessoas; • Responsabilidade compartilhada; • Criação de vínculos solidários; • Participação coletiva nos processos de gestão e de produção da saúde; ONDE OPERA A PNH? • Está vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde; • Núcleo técnico sediado em Brasília – DF; • Equipes regionais de apoiadores que se articulam nas secretarias estaduais e municipais de saúde; COMO VALORIZAR A PARTICIPAÇÃO DOS SUJEITOS? • Rodas de conversa entre todas as partes interessadas; • Incentivo às redes e movimentos sociais; • Gestão de conflitos; • Incluir os trabalhadores na gestão reinventar processos de trabalho inovar aperfeiçoar o serviço; • Incluir usuários e suas redes sociofamiliares nos processos de cuidado ampliação da corresponsabilização no cuidado de si; DIRETRIZES DO HUMANIZASUS ACOLHIMENTO: • Reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde; • Tem como objetivo a construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as equipes/serviços, trabalhador/equipes usuário com sua rede socioafetiva; • Como? Escuta qualificada, oferecida pelos trabalhadores às necessidades do usuário; • Assegura um atendimento com prioridade, a partir da avaliação da vulnerabilidade, gravidade e risco;] MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 2 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE IV GESTÃO PARTICIPATIVA E COGESTÃO: • Expressa tanto a inserção de novos sujeitos nos processos de análise e decisão quanto a amplificação das tarefas da gestão; • Como? Dispositivos de cogestão: se referem a respeito à organização de um espaço coletivo de gestão que permita acordo entre necessidades e interesses de usuários, trabalhadores e gestores; • Mecanismos que garantem a participação ativa de usuários e familiares no cotidiano das unidades de saúde; AMBIÊNCIA: • Criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, que respeitem a privacidade, propiciem mudanças no processo de trabalho e sejam lugares de encontro entre pessoas; • Como? Discussão compartilhada dos projetos estruturais, das reformas e do uso dos espaços de acordo com as necessidades de usuários e trabalhadores, com vistas a melhorar o trabalho em saúde; CLÍNICA AMPLIADA E COMPARTILHADA: • Com recursos que possibilitem o enriquecimento dos diagnósticos (outras variáveis além do enfoque orgânico, inclusive a percepção dos afetos produzidos nas relações clínicas) e a qualificação do diálogo (tanto entre profissionais de saúde envolvidos no tratamento destes com o usuário), de modo a possibilitar decisões compartilhadas e compromissadas com a autonomia e a saúde dos usuários do SUS; VALORIZAÇÃO DO TRABALHADOR: • Dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e incluí-los na tomada de decisão, apostando na sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos de trabalho; • Diálogo, intervenção e análise do que gera sofrimento e adoecimento, do que fortalece o grupo de trabalhadores e do que propicia os acordos de como agir no serviço de saúde; DEFESA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS: • Os usuários de saúde têm direitos garantidos por lei e os serviços de saúde devem incentivar o conhecimento desses direitos e reiterar que eles sejam cumpridos em todas as fases do cuidado, desde a recepção até a alta; • Todo cidadão possui o direito a uma equipe que cuide dele, de receber informação sobre sua saúde e também de decidir sobre compartilhar ou não sua dor e alegria com sua rede social; PRINCÍPIOS DO HUMANIZASUS • Transversalidade; • Indissociabilidade entre atenção e gestão; • Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos; OBJETIVOS DO HUMANIZASUS • Contagiar trabalhadores, gestores e usuários do SUS com os princípios e as diretrizes da humanização; • Fortalecer iniciativas de humanização existentes; • Desenvolver tecnologias relacionais e de compartilhamento das práticas de gestão e de atenção; • Aprimorar, ofertar e divulgar estratégias e metodologias de apoio a mudanças sustentáveis dos modelos de atenção e de gestão; • Implementar processos de acompanhamento e avaliação, ressaltando saberes gerados no SUS e experiências coletivas bem sucedidas; RESULTADOS PERSEGUIDOS COM A POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO; • Redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso; • Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco; • Implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo; • Garantia dos direito dos usuários; • Valorização do trabalho na saúde; • Gestão participativa nos serviços; REDE HUMANIZASUS: • Um canal aberto pela Política Nacional de Humanização (Coordenação Geral da PNH no Ministério da Saúde) para ampliação do diálogo em torno de seus princípios, métodos e diretrizes; • Uma rede social de pessoas com interesse em processos de humanização da gestão e do cuidado no SUS; • Objetivo: estabelecer uma rede de colaboração, que permita o encontro, a troca, a afetação recíproca, o afeto, o conhecimento, o aprendizado, a expressão livre, a escuta sensível, a polifonia, a arte da composição, o acolhimento, a multiplicidade de visões, a arte da conversa, a participação de qualquer um; “Ajudar usuários e trabalhadores a lidar com a complexidade dos sujeitos e a multicausalidade dos problemas de saúde na atualidade significa ajudá-los a trabalhar em equipe.” Ministério da Saúde – Secretaria de Atenção à Saúde- Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização, 2007 MEDICINA – 4º SEMESTRE – THAYS LOPES 3 ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE IV PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS): • Prática interprofissional em saúde na APS; • Projeto terapêutico pactuado; • Pode ser feito para grupos ou famílias e não só para indivíduos; • Busca a singularidade (a diferença) como elemento central de articulação; • Evita usar os diagnósticos para igualar os sujeitos, não minimizando as diferenças: hipertensos, diabéticos, etc; QUATROMOMENTOS: 1. O diagnóstico: deverá conter uma avaliação orgânica, psicológica e social, que possibilite uma conclusão a respeito dos riscos e da vulnerabilidade do usuário; 2. Definição de metas: uma vez que a equipe fez os diagnósticos, ela faz propostas de curto, médio e longo prazo, que serão negociadas com o sujeito doente pelo membro da equipe que tiver um vínculo melhor; 3. Divisão de responsabilidade: é importante definir as tarefas de cada um com clareza; 4. Reavaliação: momento em que se discutirá a evolução e se farão as devidas correções de rumo; PRÁTICA INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE NA APS: • A experiencia da clínica ampliada; • Um compromisso radical com o sujeito doente, visto de modo singular; • Assumir a responsabilidade sobre os usuários dos serviços de saúde; • Buscar ajuda em outros setores INTERSETORIALIDADE; IMPORTANTE!! • Trabalhar com ofertas e não apenas com restrições – as mudanças de hábitos podem ser encaradas como ofertas de experiencias novas e não apenas como restrições; • Especificar ofertas para cada sujeito – se um usuário ama a atividade X ou a comida Y que, no entanto, não são recomendáveis para sua condição biológica, é preferível não começar o tratamento por ali. Ou então, tentar um “meio termo” possível (redução de danos); • É muito importante tentar produzir corresponsabilidade e não culpa. A culpa anestesia, gera resistência e pode até humilhar; • Evitar iniciar consultas questionando aferições e comportamentos. Valorizar qualidade de vida; • Perguntar o que o usuário entendeu do que foi dito sobre sua doença e medicação; • Evitar assustar o usuário; • Lembrar que doença crônica não pode ser a única preocupação da vida. Equilibrar combate à doença com produção de vida; • Atuar nos eventos mórbidos com o máximo de apoio e o mínimo de medicação. Preferir fitoterápicos a diazepínicos;
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