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Atividades de ética

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“DILEMAS ÉTICOS DE UM JOVEM ADVOGADO”"
“FATOS” - O Sr. José Monteiro é um velho e rico advogado. Durante muitos anos manteve com alguns colegas um escritório, de pequenas dimensões, mas de grande faturamento, que atendia a empresas nacionais de porte médio, geralmente em questões trabalhistas, fiscais, contratuais e, ocasionalmente, em casos criminais. Gradualmente, o escritório foi se tornando menor, à medida em que os colegas do Sr. José Monteiro iam se retirando, aposentando ou morrendo. Ao final de 2011, o Sr. José Monteiro, já rico e prestes a se aposentar, convidou seu neto, José Monteiro Neto, recém formado na Escola de Direito, para integrar o escritório. Em dezembro de 2014, quando você também se formou na mesma escola, faleceu o último dos colegas do velho Monteiro. José Monteiro Neto, ou Zeca, como você o chamava, então, com consentimento do avô, convidou você, R. Azevedo amigo(a) dele e irmã(o) da namorada dele, Josefina, a entrar para o escritório, a partir de Janeiro de 2015.Você, que já tinha trabalhado durante dois anos, como estagiário em um grande escritório de advocacia, receberia uma quota da sociedade de advogados fundada originalmente pelo velho Monteiro, que passaria a chamar-se então Monteiro, Monteiro e Azevedo — MMA — Advocacia. Por seus serviços você não iria receber um salário. Tinha apenas uma retirada fixa de R$ 5.000, por mês, a título de adiantamento. Sua remuneração seria igual a 80% dos honorários efetivamente recebidos pela MMA por serviços prestados diretamente por você. Anualmente, começando em janeiro de 2016, seria feito um acerto de contas. Se os honorários gerados por seus serviços, recebidos em 2015, não tivessem atingido R$ 60.000,00 (i.e. doze vezes R$ 5.000,00), que você teria já recebido como retirada, você ficaria devendo a diferença, a ser descontada em prestações mensais de sua retirada mensal, em 2016, que continuaria fixada no mesmo valor de R$ 5.000,00. Já se você gerasse em honorários um valor maior do que os R$ 60.000,00 já retirados em 2015, digamos R$ 100.000,00, teria direito a receber, como participação no lucro, sem imposto de renda, 80% da diferença (i.e. 80% de R$ 40.000,00, ou seja, R$ 32.000,00). Nesse caso, sua retirada mensal para 2016 seria fixada em 1/12 avos do total de seus honorários no ano 2015 (R$ 60.000 de retirada + R$ 32.000 de bônus) ou seja, 1/12 de R$ 92.000,00 igual R$ 7.666,66. O contrato inicial, firmado por você com avô e neto, tinha a duração de 3 anos, a partir de 31/12/2014, renovável automaticamente por períodos idênticos, salvo aviso escrito seu aos dois Monteiros e à sociedade ou de qualquer deles a você, com 90 dias de antecedência. Você começou a trabalhar animadíssimo(a). Era muito amigo(a) de seu futuro cunhado, confiava inteiramente nele. O velho Monteiro anunciava que pretendia se aposentar em breve, mas mantinha ainda muitos contatos, era conceituado, e emprestava à firma sua longa e bem-sucedida experiência profissional. As perspectivas do escritório pareciam promissoras — muitos clientes, muito serviço, muitos projetos. Era, sem dúvida, para você, um excelente começo de carreira.
FONTES: Professores Tiago Bottino e Gabriel Lacerda.
Dentre os problemas, escolha um para ser solucionado. Após, o resumo do caso deverá ser postado em tarefas.
Os problemas deverão ser resolvidos conforme os grupos criados, de acordo com o Código de Ética e Disciplina da OAB, bem como o Estatuto da Advocacia e da OAB e, por fim, usando também a sua própria noção de ética. Os acadêmicos serão avaliados TÃO SOMENTE PELA APRESENTAÇÃO ORAL e suas consequentes respostas sobre o problema.
PROBLEMAS 
1(2ªR) - NOVO CLIENTE
Você está namorando sério e pretende casar em breve com um(a) rapaz (moça), chamado(a) Lúcio (a), Lu. Lu é filho(a) do Sr. Freitas, homem de origem humilde, hoje muito rico. O Sr. Freitas começou a vida como garçom, em um restaurante a quilo e foi subindo com esforço; atualmente é proprietário de uma cadeia de seis pizzarias no Rio de Janeiro, a conhecida rede Saporita. A Saporita mantém ainda uma franquia com filiais em todo o Brasil.
Você vislumbra a possibilidade de aumentar sua renda, tornando a Saporita cliente da MMA. Você sabe, por exemplo, que os restaurantes Saporita no Rio de Janeiro e vários franquiados em outras cidades estão tendo problemas trabalhistas, enfrentando ao mesmo tempo dezenas de reclamações trabalhistas, patrocinadas por um escritório especializado. Sabe também que o Sr. Freitas, pessoalmente tem contra si uma autuação da Receita Federal, relativamente vultosa, ainda na primeira instância administrativa. Lu, que foi quem lhe deu a ideia, revela que tem ouvido seu pai se queixar algumas vezes dos patronos que o representam nesses processos. Levando adiante seu plano, você primeiro conversa com Zeca sobre se será possível esperar um reflexo positivo em sua remuneração, se você trouxer o cliente, talvez um percentual de eventuais futuros honorários cobrados pela MMA ao Sr. Freitas ou à rede Saporita. Ainda sem uma resposta definitiva de Zeca sobre o assunto, você tem uma primeira conversa com o Sr. Freitas. Na discussão, você e a turma deverão verificar as disposições do Código de Ética, em cotejo com seus interesses pessoais.
2 (2ªR) - TRABALHO DE LOBBY
Um dos maiores e mais antigos clientes de MMA é uma empresa de planos de saúde. O escritório já atuou em vários processos de seu interesse. O cliente está muito preocupado porque ouviu dizer, de fonte segura, que a agência governamental que fiscaliza esse tipo de empresa, está cogitando em baixar uma norma obrigando à cobertura de despesas com o tratamento de diversas doenças crônicas, pré-existentes à data da contratação. O Dr. Monteiro tem bons contatos dentro da agência e pede que você vá até Brasília, falar com um funcionário amigo dele e ver o que pode apurar. A instrução que você recebeu foi:— O Eusébio é meu amigo há muitos anos e vai receber você bem. Ele é a segunda pessoa na agência e, se ele mexer os pauzinhos, sai o regulamento como a gente quer. Explique o que nosso cliente deseja e veja o que é preciso para conseguir. Você pode dizer que o cliente tem condições de mobilizar os concorrentes para um trabalho conjunto. Você acha razoável o pedido? Como você agiria? Como conversar com o Sr. Eusébio?
3 (2R) - CASO CONTRA EMPRESA DE PLANO DE SAÚDE
Um amigo do Sr. Freitas, Sr. Augusto Oliveira, procura você na MMA com um problema: ele precisa fazer uma cirurgia cardíaca e seu plano de saúde negou-se a autorizar a cirurgia, alegando que a cirurgia foi recomendada para corrigir um problema congênito e, por isso, é pré-existente à contratação do plano. O Sr. Oliveira cogita de mover uma ação contra a empresa de seguros na qual mantém o plano. A empresa de seguros não é cliente de MMA, mas, segundo informa o Sr. Oliveira, baseia suas alegações em uma portaria da agência reguladora, exatamente aquela que foi emitida em decorrência de seus contatos com Sr. Eusébio, o funcionário da agência reguladora amigo do velho Monteiro, mais uma vez (DILEMA ANTERIOR: Um dos maiores e mais antigos clientes de MMA é uma empresa de planos de saúde. O escritório já atuou em vários processos de seu interesse). Você pega procuração do Sr. Oliveira, mas antes de lhe dar uma orientação vai conversar com seu amigo e sócio Zeca.
4 (2ªR) - INSULINA GRATUITA PARA DIABÉTICOS
O escritório MMA foi contratado por um cliente diabético, amigo do velho Dr. Monteiro, para mover uma ação contra o Ministério da Saúde visando obter que o governo forneça gratuitamente a insulina que o cliente precisa tomar continuamente. O escritório entra com uma ação e consegue uma liminar concedendo tutela antecipada. O Dr. Monteiro, entusiasmado, chama você e o Zeca e diz:— O meu amigo me fez o favor de me autorizar a entrar com esta ação em nome dele. A gente não está nem cobrando nada dele. Minha ideia era justamente obter a liminar, que nós obtivemos, e, aí sim, sair em campo para faturar. Vocês sabem quantos diabéticos existem noBrasil? Quantos têm que tomar insulina diariamente? Acho que são uns 3 milhões. Digamos que um terço deles tope entrar na ação, pagando honorários fixos de R$ 50,00, teremos um ingresso de R$ 50 milhões! Agora vocês dois vão ter que sair em campo para buscar essa grana. Zeca responde simplesmente:— Tudo bem, vovô. Vamos ver o que podemos fazer e damos notícia. Como conduzir a conversa em questão?
5 (2ªR) - PROCESSO DISCIPLINAR
Em uma audiência em um processo litigioso de família, você teve um bate-boca com o advogado da parte contrária, um velho familista, Dr. Orozimbo. O caso era uma ação em que a cliente do Dr. Orozimbo, uma senhora muito rica da alta sociedade carioca, divorciada, queria retirar do ex-marido, seu cliente, Sr. Alfredo, o direito à guarda compartilhada dos filhos do casal, uma menina de 8 anos e um menino de 6 anos. Alega que seu cliente, além de viciado em drogas, tinha molestado sexualmente a própria filha. Você sabe que as alegações contra o Sr. Alfredo são absurdas; ele nunca molestou a filha, que adora, e, embora ocasionalmente fume um ou outro cigarro de maconha, não é, de forma alguma, um viciado. Ao contrário, é um executivo de uma pequena empresa, que paga pensão regularmente para o filho, nunca tomou drogas pesadas. O Dr. Orozimbo, porém, é muito experiente, com vasta tarimba nesse tipo de audiência e você sente que ele está levando a melhor sobre você em uma sucessão de pequenos incidentes.
Você se irrita, sobretudo com o ar arrogante com que ele, sempre se dirigindo diretamente ao juiz, repete, em tom de mofa, que “o(a) jovem colega, certamente por sua inexperiência está, mais uma vez equivocado(a)”. Aquilo vai deixando você cada vez nervoso(a) até que uma hora você explode e fala, bem alto, dedo em riste para o Dr. Orozimbo:— “Sou jovem mas não sou idiota. A experiência é um farol virado para trás, seu velho gagá”. O Dr. Orozimbo, apresentando calma dirige-se em tom formal ao juiz:— Requeiro a V. Excia, que faça constar, ipsis litteris, da assentada da audiência, os termos em que o(a) jovem colega se dirigiu a mim para que eu possa representar contra ele(a) à Comissão de Ética e Disciplina da OAB, por falta de lhaneza, nos termos do Art. 70 do Estatuto (PAD). O juiz faz que sim com a cabeça, você fica sem ação, e a audiência prossegue. Seu cliente, presente à audiência, fica aborrecido. Alguns dias depois, vem a sentença, que retira de seu cliente o direito à guarda compartilhada e só lhe permite ver os filhos na presença de uma governanta, contratada pela mulher e paga por ele. O cliente fica irritado e manda você passar o caso imediatamente para um outro advogado cujo nome indica. No mesmo dia você recebe uma notificação do relator do processo instaurado pelo Conselho de Ética e Disciplina intimando você para prestar esclarecimentos a respeito da representação apresentada pelo Dr. Orozimbo. Você está sem saber o que fazer e vai conversar com o Zeca. Qual orientação deverá receber?

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