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LARA CAMILA DA SILVA ALVES – MEDICINA – 3º SEMESTRE Conhecer a demografia de um país é importante para a criação de políticas de saúde. 1960 – temos uma base larga (crianças nascendo) e no ápice uma população pequena de idosos. Ou seja, tínhamos um país jovem. A partir de 2000 percebemos uma modificação, o corpo da pirâmide já é mais largo – o que mostra que a população adulta aumentou –, começa a haver uma diminuição dos nascimentos e aumento do número de idosos. Em 2010, a maioria da população já é adulto jovem (bônus demográfico), mas a população de idosos também cresce. Entender que nosso país é um país que está envelhecendo, devido ao aumento da expectativa de vida, é importante para as estratégias de saúde para essa população. TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA A tripla carga de doenças → doenças infecciosas, violência urbana e doenças crônicas. Predominância de condições crônicas: vivenciamos uma redução das condições agudas, com aumento das condições crônicas. O que ainda temos hoje e não queremos mais? • No nosso país, ainda temos um problema assistencial em relação ao pré-natal. Ou seja, há um grande números de gestantes com acesso a um pré-natal de baixa qualidade ou não têm o pré-natal. Esse cenário leva a uma desvinculação para o parto (a ideia de formação de redes diz que a gestante ao iniciar o pré-natal na atenção primária em saúde deve, imediatamente, ser vinculada a uma maternidade para que durante o processo de pré-natal ela já saiba onde ocorrerá o parto) que faz com que a gestante e o bebê peregrinem (na hora de dar a luz, a mãe vai em busca de hospitais que a acolham) e, assim, o bebê nasce sem acompanhamento. • Pronto socorros cheios – pacientes no chão; devido à ausência de regulação de leitos e/ou inexistência de classificação de risco adequada. • Postos de saúde lotados. Entretanto, o modelo de atenção básica ainda não é priorizado, e assim, temos UBS em espaços inadequados, devido à ausência de estratégias para colocar ABS como ordenadora do cuidado. • Cracolândias – modelos de atenção que desconsideram ação intersetorial; ausência de serviços de saúde diferentes para diferentes necessidades. • Temos uma fragmentação dos serviços de saúde que tem dois caminhos: tanto favorece o baixo desempenho dos serviços de saúde, como também é afetada por esse baixo desempenho. CONCEITO E ORGANIZAÇÃO DAS RAS As redes de atenção à saúde são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado. Entre os princípios do SUS garantidos na Constituição Federal (1988) o que as RAS buscam garantir? Integralidade. Princípios do sus: Integralidade, Participação popular, Acesso universal e igualitário, Descentralização. (IPAD) DOS SISTEMAS FRAGMENTADOS PARA AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE A organização hierárquica faz parte de uma das diretrizes do sus (hierarquização), a qual organiza o sistema de saúde em uma rede hierarquizada que inicia na atenção básica → média complexidade (atenção secundária) → alta complexidade (atenção terciária). Entretanto, essa organização do sistema não deve ser entendida como forma de organização da assistência/do cuidado, pois a coordenação do cuidado não deve ser verticalizada, mas sim horizontalizada – ou seja, todos os profissionais devem ter o mesmo “poder”/”responsabilidade”, mesmo que em níveis de complexidade diferentes. A APS é o centro da rede, e ao redor dela estão os outros pontos de acesso que se comunicam entre si. Ou seja, têm uma comunicação horizontalizada, e estão integradas entre si – partilham dos mesmos objetivos. - Embora a rede seja poliárquica, ela parte da ideia da hierarquização. Média: diagnósticos + terapia + acesso a médicos especializados. Alta: atendimento em nível hospitalar. A fragmentação dos serviços de saúde auxilia no baixo desempenho desses serviços, e faz com que outros fatores responsáveis pelo baixo desempenho do sistema apareçam. ATENÇÃO MÉDICA ESPEC. ATENDIMENTO HOSP DIFERENÇA ENTRE O SISTEMA FRAGMENTADO E AS REDES DE SAÚDE CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DAS RAS • Poliárquica – formação de relações horizontais (não é hierarquizada) entre os pontos de atenção, tendo a APS como centro de comunicação; • Responsabilização por atenção contínua e integral; longitudinalidade. • Compartilhamento de objetivos e compromissos com resultado sanitários e econômicos; • Cuidado miltiprofissional; para que exista a rede é necessário que haja multiprofissionalidade, mas a multiprofissionalidade para funcionar dentro de uma rede precisa ser intesdisciplinar, ou seja, precisa atuar em conjunto/ de forma integrada. • Centralidade nas necessidades de saúde da população; As RAS são organizadas por critérios de eficiência, voltadas para as necessidades de saúde populacionais, construídas mediante o planejamento e o financiamento tripartite (precisa haver uma colaboração entre os três níveis de gestão: municipal, estadual e federal. Precisamos das três esferas trabalhando em conjunto). O objetivo é a provisão de atenção contínua e integral e as redes devem ser integradas a partir da complementariedade – ou seja, o que a APS não consegue resolver, ela pode utilizar os outros níveis de atenção como complementar. DECRETO 7.508/11 Rede de atenção à saúde – Conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde, mediante referenciamento do usuário na rede regional e interestadual. Capítulo II – Organização do SUS Art.7º As redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito de uma região de saúde, ou de várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas comissões intergestoras. Paragrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes elementos em relação às Regiões de Saúde: I- Seus limites geográficos; II- População usuária das ações e serviços; III- Rol de ações e serviços que serão ofertados; IV- Respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para conformação dos serviços. Região de Saúde: espaço geográfico contínuo constituído por aglomerado de municípios com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. É referência para a transferência de recursos entre os entes federativos. - Esses municípios em conjunto irão se organizar e utilizar os serviços de saúde disponíveis dentro deles para que toda a população dessa Região de Saúde (agrupamento de municípios) possa utilizar esses serviços. Quantas são as macrorregiões de saúde da Bahia? 9. OBS: a divisão das Regiões de Saúde não corresponde à divisão regional do IBGE. Quem faz essas relações entre os municípios são os gestores do SUS – a secretaria de saúde estadual. Salvador está na região leste, onde é o município polo. Cada macrorregião tem um município polo/município sede, que é responsável por ofertar as ações de alta complexidade. As macrorregiões podem ser compostas por municípios de um mesmo estado, mas também municípios de estados diferentes. Ex: a população de Petrolina é atendida no hospital regional de juazeiro quando necessita de alta complexidade. Assim, o estado de Pernambuco repassa para o estado da Bahia um valor mensal para que sua população seja atendida. Dentro das macrorregiões, temos as microrregiões que também possuem o seu município sede/polo. As microrregiões, a partir de 2012, passaram a ser consideradas Regiões de Saúde – pois é o espaço geográfico o mínimo para que se possa garantir a assistência em todos os níveis para os municípios; as macrorregiões recebem o nome de núcleos regionais. Juazeiro está na macrorregião norte, que é dividida em três sub-regiões: Juazeiro, Senhor do Bonfim e Paulo Afonso. A criaçãode redes em microrregiões ocorre para garantir que a população tenha a integralidade garantida, mas possa ser atendida de forma mais rápida. A Bahia possui 28 microrregiões – chamadas de Regiões de Saúde, hoje. E as macrorregiões funcionam como núcleos regionais. A rede de atenção à saúde é importante, pois em uma microrregião temos atendimento em todos os níveis de complexidade que a população precisa. Decreto 7.508/11 Serviços Especiais de Acesso Aberto – serviço de saúde específico para o atendimento da pessoa que, em razão do agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial. Se um trabalhador tem um acidente no seu local de trabalho, ele não precisa ir para a UBS, pode ir diretamente para o Centro de Referência do Trabalhador – o que é um serviço especial de acesso aberto. Diretrizes Nacionais para a elaboração da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde – RENASES As RENASES é uma relação nacional de ações e serviços de saúde; ou seja, todos os serviços que são ofertados pelo SUS estão dentro das RENASES. Finalidade: tornar públicas as ações e serviços de saúde que o SUS oferece à população Atualizações: por inclusão, exclusão e alteração de ações e serviços, de forma contínua e oportuna, devendo ser publicada a cada 2 anos. A RENASES listará as ações e serviços da seguinte forma: • Atenção primária; • Urgência e emergência; • Atenção psicossocial; • Atenção ambulatorial especializada e hospitalar; • Vigilância em saúde. Diretrizes Nacionais da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) Compreende a seleção e a padronização de medicamentos no âmbito do SUS; Medicamentos essenciais são aqueles definidos pelo SUS para garantir o acesso do usuário ao tratamento medicamentoso; A RENAME está estruturada do seguinte modo: • Medicamentos do componente básico; • Medicamentos do componente estratégico; exemplo: vacinas. • Medicamentos do componente especializado; • Insumos farmacêuticos; • Medicamentos de uso hospitalar; Redes temáticas priorizadas, com pactuação tripartite: Rede Cegonha Rede de Atenção às Urgências e Emergências Rede de Atenção Psicossocial – priorizando o enfrentamento do álcool, crack e outras drogas. Ex: CAPS Rede de Atenção às doenças crônicas – iniciando pelo enfrentamento do câncer de mama e do câncer de colo de útero; Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência FUNÇÕES DA ATENÇÃO BÁSICA NA RAS (PNAB) 1- SER BASE: mais elevado grau de descentralização e capilaridade; participação da AB no cuidado sempre necessária. 2- SER RESOLUTIVA: identificar riscos, necessidades e demandas de saúde; intervenções clínicas e sanitariamente efetivas. 3- COORDENAR O CUIDADO: elaborar, acompanhar e gerir PTS (projeto terapêutico singular); acompanhar e organizar o fluxo dos usuários. 4- ORDENAR AS REDES: reconhecer as necessidades de saúde da população. REDE DE ATENÇÃO ÀS DOENÇAS CRÔNICAS Consideram-se doenças crônicas as doenças que apresentam início gradual, com duração longa ou incerta que, em geral, apresentam múltiplas causas e cujo tratamento envolva mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que, usualmente, não leva à cura. Eixos temáticos prioritários, dentro dos quais serão desenvolvidas as linhas de cuidado: Doenças renocardiovasculares (incluindo HA como doença de base); diabetes; obesidade; doenças respiratórias crônicas; câncer (de mama e colo de útero). PONTOS DE ATENÇÃO E SUAS FUNÇÕES NA REDE DE ATENÇÃO ÀS DOENÇAS CRÔNICAS 1- ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE: ordenadora da rede e coordenadora do cuidado; 2- ATENÇÃO AMBULATORIAL ESPECIALIZADA E ATENÇÃO HOSPITALAR: atenção complementar; 3- SISTEMAS LOGÍSTICOS: permitir as condições necessárias para articular a RAS; Os sistemas logísticos vão desde ao acesso ao transporte para que os indivíduos sejam levados onde necessário – desde ambulância até regulação. A regulação é um sistema que abrange todo o estado da Bahia – do ponto de vista da rede SUS – que é responsável por consolidar todos os leitos que existem. Assim, se algum paciente precisa de uma UTI, a regulação irá informar onde há vagas para esse paciente. COORDENAÇÃO DO CUIDADO • Acolhimento; • Atenção centrada na pessoa e na família; • Cuidado continuado/atenção programada – longitudinalidade; • Atenção multiprofissional; • Projeto terapêutico singular – PTS; • Regulação da Rede de Atenção; • Apoio matricial; • Acompanhamento não presencial; • “Atendimento coletivo” – ações educativas • Autocuidado; • Linhas de cuidado e diretrizes clínicas; • Estratificação de risco; • Educação permanente;
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