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- -1 GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS RISCO E RETORNO – RISCO SISTEMÁTICO X RISCO NÃO SISTEMÁTICO - -2 Olá! Nesta aula você identificará a melhor relação risco x retorno, identificando a diferença entre risco sistemático e risco não sistemático. Ao fim desta aula, você será capaz de: 1- Compreender a diferença entre risco sistemático e risco não sistemático. 1 Relação entre risco e retorno Vamos considerar que tenhamos identificado a fronteira eficiente de diversos ativos, em número suficiente para permitir afirmar-se que representam o próprio mercado. Agora vamos acrescentar a essa carteira a possibilidade de se adquirir também partes adequadas de um ativo livre de risco, cujo retorno representasse a menor remuneração que um investidor aceitaria para aplicar seus recursos. O gráfico a seguir ilustra essa situação. Haverá uma linha reta, que passa pelo Ativo Livre de Risco e tangencia a curva da fronteira eficiente, no ponto que chamaremos de C (carteira de mercado). Essa linha representa os pares de risco e retorno para todas as m carteiras possíveis com as combinações entre R e C e é chamada de Linha de Mercado de Capitais. Nesse caso f m não há o efeito diversificação, pois o risco vem apenas da carteira de mercado, uma vez que R não possui risco. f Qualquer ponto dessa linha, conforme se observa no gráfico, terá retorno acima da linha da fronteira eficiente, exceto no ponto Cm, onde a carteira será composta de 100% de uma carteira localizada sobre a fronteira. - -3 A carteira C , localizada entre R e C , é uma carteira mais conservadora que C , pois possui parte dos recursos c f m m aplicados no mercado e parte aplicada em R , de forma que o risco será tanto menor quanto mais próximo de RI f encontrar-se a carteira ml. Um investidor mais agressivo poderia montar uma carteira com maior percentual de C . m Outros investidores, mais atraídos pelo risco, poderiam investir em carteiras à direita de C . As carteiras m localizadas nessa região da Linha de Mercado de Capitais são ditas alavancadas, pois o investidor aplica mais recursos do que possui na carteira C , tomando emprestado à taxa livre de risco (R ). O risco aumenta na mesma m f proporção dos investimentos. Essa teoria tem alguns pressupostos fortes e pouco prováveis de serem observados na prática. Por exemplo, o modelo admite que qualquer investidor possa tanto emprestar quanto tomar emprestado à taxa livre de risco. Outra premissa é que se poderia comprar qualquer quantidade de qualquer ativo, fracionária ou inteira. Há ainda que se considerar que nas relações entre ativos, supomos que as variâncias e covariâncias são constantes, os retornos dos ativos seguem a distribuição normal de probabilidade; todos os agentes atuando no mercado possuem as mesmas expectativas e informações sobre os ativos de mercado. Desconsiderar essas premissas pode levar o analista a cometer enganos na avaliação dos riscos de investimentos. - -4 2 Risco sistemático e risco não sistemático Ao observarmos o comportamento do preço de um ativo ao longo do tempo, comparado com a variação de um índice de mercado que represente o movimento médio de todos os demais ativos do mercado, podemos notar que em muitos momentos o preço do ativo segue a mesma tendência do mercado e eventualmente toma direções erráticas, divergindo do movimento dos demais ativos. Os dois gráficos abaixo mostram dois ativos que, na maioria do tempo, seguem o mercado, como é o caso mostrado na figura seguinte, onde temos as cotações da ação BBAS3 (linha superior) e o índice da Bolsa de São Paulo (Ibovespa) (fonte: Bloomberg). Porém, se nos detivermos nos detalhes, poderemos notar que os movimentos pequenos não são exatamente iguais aos movimentos do mercado. Isso fica mais evidente no gráfico da figura a seguir, onde temos as cotações da ação EMBR3 comparado ao Ibovespa no mesmo período (fonte: Bloomberg). - -5 Com base nessa observação dos comportamentos dos preços, os cientistas financeiros resolveram aceitar a divisão dos riscos que afetam um determinado ativo em duas partes, de tal forma que o risco total seja a soma dessas delas: risco sistemático e risco não sistemático. Temos então a seguinte equação de risco: Risco sistemático (ou sistêmico, ou não diversificável) - É devido ao risco global do mercado resultante de mudanças na economia do país ou em fatores que afetam todos os agentes do mercado ao mesmo tempo. Ex.: alterações de alíquotas de imposto pelo governo, mudanças na situação de energia mundial etc. Conforme veremos mais adiante, quando estudarmos o valor de É dado pelo coeficiente Beta ( ) que não pode ser eliminado através de diversificação. Risco não sistemático (ou diversificável) - É único para cada empresa, sendo independente da economia política. Ex.: entrada de um novo concorrente, novas tecnologias que podem tornar um determinado produto obsoleto etc. Pode ser reduzido ou minimizado se a diversificação for eficiente. Reflete o grau de sensibilidade do título ao risco da economia como um todo. O que vem na próxima aula • CAPM, Beta e índice de Sharpe. CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Compreendeu o que é risco x retorno; • • - -6 • Compreendeu o que é risco x retorno; • Diferenciou risco sistemático de risco não sistemático. • • Olá! 1 Relação entre risco e retorno 2 Risco sistemático e risco não sistemático O que vem na próxima aula CONCLUSÃO