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Basicao da Farmaco

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Farmacocinética 
 
1.Introdução 
 
Para uma droga alcançar o local de ação, na maioria das vezes, é obrigada a atravessar 
barreiras biológicas como o epitélio gastrointestinal, endotélio vascular e membranas 
plasmáticas. Quando essa travessia leva a droga até o sangue, dá-se a absorção. Esse 
processo tem por finalidade transferir uma substância para fluidos circulantes, representados 
especialmente pelo sangue. 
 
2.Locais de Absorção 
 
1. Trato gastrointestinal (TGI) 
• Mucosa bucal: a circulação venosa drena até a veia jugular, o que faz com que as drogas 
absorvidas por esse local fujam do efeito de primeira passagem no fígado, que poderia 
inativá-las. Além disso, a absorção pela mucosa bucal evita a passagem pelo TGI, que é um 
meio hostil para alguns medicamentos. Por fim, é um meio de absorção muito rápido, o que 
é importante para o efeito de alguns medicamentos. 
 
• Mucosa gástrica: a absorção nesse local é muito influenciada pelo esvaziamento gástrico. 
Quanto menor a velocidade de esvaziamento, maior a absorção estomacal do medicamento. 
Esse esvaziamento pode ser influenciado pelo volume do conteúdo gástrico, atividade física, 
posição do corpo e pelas próprias características da droga. 
 
 • Mucosa do intestino delgado: constitui a principal e mais extensa superfície de absorção 
do TGI. A maior parte das drogas tem sua absorção nesse local. 
 
 • Mucosa retal: pode tornar-se superfície de absorção de drogas através dos supositórios. 
A droga absorvida por essa via foge à ação metabólica do fígado já que metade do sangue 
advindo dessa região não atravessa a veia porta. 
 
2. Trato respiratório 
 • Mucosa nasal: usada, na maioria das vezes, para absorção de drogas de ação local. 
 
 
 
• Alvéolos pulmonares: a barreira entre o ar alveolar e os inúmeros capilares pulmonares é 
muito delgada, o que facilita a absorção de fármacos por essa via. Além disso, a grande 
quantidade de alvéolos torna a superfície de absorção muito extensa. A junção da 
membrana biológica de fácil travessia com uma grande superfície de absorção e grande 
número de capilares fazem da região alveolar um local de rica absorção de fármacos. 
 
3. Pele: não é uma superfície habitual de absorção. É geralmente usada para medicamentos 
com efeito local. 
 4. Regiões subcutânea e intramuscular: a absorção das drogas é realizada pelos capilares 
sanguíneos e linfáticos. A velocidade de absorção por essa via é influenciada principalmente 
pelo tamanho molecular e riqueza do fluxo sanguíneo/capilar. 
5. Mucosa geniturinária: mais utilizada para medicamentos de ação local. Exemplos são os 
epitélios vaginais, uretral e vesical. 
6. Mucosa conjuntival 
 7. Peritônio 
8. Medula óssea 
 
3. Modalidades de Absorção 
 
As forças responsáveis pelo fluxo de drogas através das membranas são chamadas de 
gradientes. Um fármaco pode ser absorvido pelo corpo contra ou a favor do seu gradiente 
de concentração, e é isso que vai definir o seu tipo de absorção. 
 
PROCESSOS PASSIVOS: não há interferência ativa das membranas nesses processos e 
não há gasto energético. 
 
1. Difusão simples ou passiva A força motora desse tipo de absorção é apenas o gradiente 
de concentração do fármaco através da membrana que separa dois compartimentos 
corporais. Este move-se da região de maior concentração para a de menor concentração, 
sem gasto de energia. Esse tipo de difusão não envolve transportador, não é saturável e 
apresenta baixa especificidade, sendo este o mecanismo mais comum. Os medicamentos 
hidrossolúveis atravessam as membranas através de canais ou poros aquosos, enquanto os 
lipossolúveis atravessam facilmente a maioria das membranas biológicas sem precisarem de 
um canal, devido a sua solubilidade na bicamada lipídica. 
 
 
2. Filtração Tanto o solvente quanto o soluto movem-se através das membranas. O solvente 
-em geral, a água- transporta consigo moléculas hidrossolúveis pequenas, polares e algumas 
apolares. As forças responsáveis por essa modalidade são a hidrostática e osmótica. Pode 
ocorrer através de poros nas membranas ou espaços intercelulares. 
 
 
PROCESSOS ATIVOS: há interferência ativa das membranas e/ou gasto energético. 
 
1. Difusão facilitada: é considerada um processo ativo pois a membrana participa da seleção 
de partículas, moléculas ou íons que irão atravessá-la. Nessa modalidade de absorção, os 
fármacos entram na célula por meio de proteínas transportadoras transmembranas 
especializadas, que facilitam a passagem de moléculas grandes, que são movidas a favor do 
gradiente de concentração. É um processo que não requer energia e pode ser saturado 
e inibido. 
2. Transporte ativo Processo que envolve transportadores proteicos específicos que 
atravessam a membrana. Depende de energia e é movido pela hidrólise do ATP, sendo 
capaz de mover fármacos contra o gradiente de concentração. Esse processo é saturável, 
seletivo e pode ser inibido competitivamente por outras substâncias cotransportadoras. O 
transporte ativo é importante, por exemplo, na absorção intestinal de algumas drogas que, 
estruturalmente, se assemelham a produtos normalmente usados como alimentos, na 
remoção de algumas drogas no sistema nervoso central e na excreção hepatobiliar e renal 
de muitas drogas e seus metabólitos 
3. Pinocitose e fagocitose (endocitose) Estes tipos de absorção são usados para transportar 
fármacos excepcionalmente grandes através da membrana celular. A endocitose envolve o 
englobamento de moléculas do fármaco pela membrana e seu transporte para o interior 
da célula. Esse processo exige energia celular para a sua execução e, diferentemente do 
transporte ativo, não necessita de transportadores específicos nas membranas celulares. 
 
 
4. Fatores que Influenciam na Absorção das Drogas Propriedades do local de absorção: 
 
 - pH: um fármaco atravessa a membrana mais facilmente se não estiver ionizado. A relação 
entre a forma ionizada e não ionizada de cada fármaco é determinada pelo pH do local da 
absorção e pela força do ácido ou base fracos. O equilíbrio de distribuição é alcançado 
 
 
quando a forma permeável alcança uma concentração igual em todos os espaços aquosos 
do organismo 
- Fluxo de sangue no local da absorção: os intestinos recebem um fluxo muito maior de 
sangue do que o estômago, de modo que a absorção intestinal é favorecida por esse fator. 
Quanto maior o fluxo sanguíneo de um órgão, maior a velocidade de absorção do 
medicamento. 
 - Área ou superfície disponível para absorção: quanto maior a superfície de contato de 
um órgão, maior a absorção de um fármaco através dele. 
- Tempo de contato com a superfície de absorção: se um fármaco se desloca muito 
rapidamente ao longo do TGI ele não é bem absorvido pois não tem tempo o suficiente 
para ser absorvido pelos órgãos devidos. 
 - Expressão da glicoproteína P: a glicoproteína P é uma proteína transportadora 
transmembrana responsável pelo transporte de várias moléculas através da membrana 
celular. Ela é expressa em tecidos por todo o organismo, e atua bombeando fármacos dos 
tecidos para o sangue. Dessa forma, as áreas de expressão elevada dessa proteína têm 
baixa absorção de substâncias. 
 
5.Propriedades das drogas: 
 
- Lipossolubilidade: é a solubilidade da droga na bicamada lipídica das membranas biológicas, 
permitindo fácil travessia dessas por difusão simples. 
 - Hidrossolubilidade: a droga não é solúvel na bicamada lipídica, sendo necessários sistemas 
transportadores específicos ou canais/poros hidrofílicos para absorção. 
 - Estabilidade química: moléculas instáveis, ou seja, facilmente ionizáveis tem mais dificuldade 
em serem absorvidas. 
-Peso molecular: representa o tamanho e volume da droga, que quanto maiores tornam 
mais difícil a absorção da droga. 
-Carga elétrica: moléculas com carga tem mais dificuldade de serem absorvidas. 
- Forma farmacêutica: comprimidos, cápsulas,soluções 
-Velocidade de dissolução: quanto maior a dissolução da droga, maior a sua absorção. -
Concentração da droga no local de absorção: quanto maior a concentração da droga, maior 
a absorção. 
 
 
 
 
 
Farmacodinâmica 
 
Conceito 
 
É a ação da droga sobre o corpo, isso é, os mecanismos de ação dos fármacos sobre os 
sítios-alvo, afim de alcançar seus efeitos, que podem ser os desejados e até indesejados 
(efeitos colaterais). 
 
Mecanismos de ação: 
 
Inicia-se com a ligação do fármaco ao receptor (complexo FR), que é responsável por 
desencadear o processo de transdução, através de uma série de reações por segundos 
mensageiros, com a finalidade de obter uma resposta intracelular específica. 
Existem os receptores intracelulares e os de membrana, entre estes estão os canais iônicos 
disparados por ligantes, receptores acoplados à proteína G e receptores ligados a enzimas, 
que juntamente com o complexo FR originarão diferentes reações, como mostrado abaixo: 
 
 
Fonte: Clark, MA. Farmacologia Ilustrada. 5a Ed. 2013. 
 
Canais iônicos transmembrana disparados por ligantes 
 
A molécula irá se liga ao receptor (que é um canal iônico), promovendo assim, sua 
abertura. Quando os fármacos se ligam, os canais se abrem e vão permitir a entrada ou a 
saída de íons, gerando assim, alterações no potencial de membrana. A passagem dos íons 
pelo canal será responsável pela sinalização intracelular e a resposta a estes receptores é 
rápida. 
 
 
Exemplo: Os receptores nicotínicos, permeáveis a cátions como sódio e cálcio. 
 
Receptores transmembrana acoplados à proteína G 
 
Já nesse caso, a molécula se liga a um domínio extracelular do receptor transmembrana, 
e com isso, ativa uma proteína que está ligada ao receptor, ou seja, a proteína G. 
Exemplo: Os do sistema nervoso autônomo: receptores alfas e beta adrenérgicos do 
sistema nervoso simpático e muscarínicos do sistema nervoso parassimpático, que são 
alvos de inúmeros fármacos. 
 
Receptores ligados a enzimas 
 
Esses receptores são compostos por diversas subunidades. Quando o fármaco se liga ao 
domínio extracelular, o receptor sofre alteração conformacional, e passa para sua forma 
ativa. A duração da resposta a estes receptores é da ordem de minutos até horas. 
Exemplo: Receptores de insulina. 
 
Receptores intracelulares 
 
Nesse caso, uma molécula lipossolúvel consegue passar pela membrana plasmática e 
adentrar um receptor intracelular, que pode ser uma enzima ou gene de transcrição. 
Devido à modificação da expressão gênica e, as respostas celulares só são observadas 
após um tempo considerável, e a duração da resposta é maior do que dos outros 
receptores. 
Exemplo dessas moléculas são os glicocorticoides, que são lipossolúveis e promovem 
efeitos de alteração gênica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abaixo, podemos observar as principais características dos receptores abordados: 
 
Fonte: Rang et al.Farmacologia. 2016. 
 
Conclui-se que, ao se ligar no receptor, o fármaco cria um complexo responsável por 
alterar a fisiologia celular, e com isso, produzir uma resposta terapêutica, através da 
transdução de sinal. 
São características dessa transdução: 
• Especificidade: Moléculas sinalizadoras são específicas para determinados receptores 
• Amplificação: Um sinal é capaz de produzir vários outros sinais. 
• Dessensibilização ou Adaptação: Quando o sinal é ligado ao seu receptor, ele vai 
produzir resposta, que não pode ser continua, então ocorre inibição. 
• Integração: Quando um sinal interage com outro sinal. 
 
Agonistas e Antagonistas 
 
Os fármacos que se ligam aos receptores fisiológicos com intuito de regular positivamente 
esses receptores, são denominados de agonistas, enquanto os fármacos que têm o efeito 
contrário, regulando negativamente esses receptores, são denominados de antagonistas. 
 
Especificidade do fármaco 
 
A ligação do fármaco com os receptores tem valores específicos de afinidade pelo seu 
receptor. Essa interação ocorre de forma reversível formando o complexo droga-
receptor, pela propriedade química de afinidade. 
 
Efeitos: 
 
DROGA + RECEPTOR = EFEITO 
 
 
 
Obs.: nem todos os fármacos exercem seus efeitos interagindo com receptores 
• Ação e efeito das drogas são a mesma coisa? 
A ação se refere a ligação da droga ao receptor, enquanto o efeito se refere a 
consequência da ação da droga 
Tipos de efeitos das drogas: 
✓ Estimulação 
✓ Depressão 
✓ Irritação 
✓ Reposição 
✓ Citotóxico 
A intensidade do efeito depende da concentração do fármaco no local do receptor que, 
por sua vez, é determinada pela dose do fármaco administrado e por fatores 
característicos do perfil farmacocinético do fármaco, velocidades de absorção, distribuição 
e biotransformação. Propriedades relacionadas ao efeito do fármaco: Eficácia e potência. 
Eficácia: é a capacidade máxima de uma droga produzir efeito. 
Potencia: refere-se à quantidade do medicamento necessário para atingir sua resposta 
máxima 
 
Sendo assim, o fármaco X é mais potente que o fármaco Y, uma vez que ele alcança sua 
capacidade máxima em uma concentração menor que a do fármaco Y. 
AGONISTAS 
 
Os agonistas podem agir de diversas formas em um receptor. Uma dessas formas, é 
ligando-se diretamente ao sítio de ligação do sinalizador endógeno e induzindo uma 
resposta igual ou similar à resposta esperada pela ligação com o ligante natural. 
✓ Atividade intrínseca (α): ativação total do fármaco após conectar-se com o seu 
receptor 
 
 
✓ Agonista pleno (α = 1): é a capacidade de um fármaco ativar o receptor depois de 
ligado 
✓ Agonista parcial (0 < α < 1): quando o fármaco ativa parcialmente o receptor 
✓ Agonista inverso: o fármaco pode age reduzindo o nível de ativação constitutiva 
dos fármacos 
 
ANTAGONISTAS 
 
Já os fármacos antagonistas, que têm a função de bloquear ou reduzir a função do 
receptor endógeno, podem agir competindo pelo mesmo sítio de ligação do sinalizador 
endógeno (antagonismo ortostático) ou com outro local qualquer do receptor 
(antagonismo alostérico). O antagonista pode ainda agir ligando-se ao agonista e impedindo 
que ele se ligue ao sítio de ligação (antagonismo químico) e por antagonismo funcional, 
uma vez que o fármaco age diretamente nos efeitos celulares ou fisiológicos exercidos 
pelo agonista. 
Os antagonistas de ação ortostática e alostérica ainda podem ser classificados em 
antagonistas competitivos ou não competitivos. Os antagonistas competitivos ligam-se ao 
receptor de forma reversível e impede a conexão do ligante ao sítio de ligação. Dessa 
forma, os antagonistas competitivos reduzem a potência das substâncias agonistas, mas 
não reduzem sua eficácia, uma vez que, ao aumentar a concentração do ligante, o 
receptor ainda pode chegar a sua resposta máxima. Já os antagonistas não competitivos 
reagem de forma irreversível ao receptor, inativando-o de forma definitiva. Dessa maneira, 
não afetam a potência dos agonistas, mas reduzem a sua resposta máxima (eficácia). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interações Medicamentosas 
 
Interações medicamentosas são modificações dos efeitos de um fármaco decorrentes do 
uso recente ou concomitante de outro fármaco ou fármacos (interações farmacológicas) 
ingestão de alimentos (interações fármaco-nutriente) ou ingestão de suplementos 
alimentares (interações suplemento-fármaco). 
A interação medicamentosa pode aumentar ou diminuir os efeitos de um ou ambos os 
fármacos. As interações clinicamente significativas são frequentemente previsíveis e, em 
geral, indesejáveis. Pode haver efeitos adversos ou falha terapêutica. Raramente, os médicos 
podem utilizar interações medicamentosas previsíveis com o objetivo de produzirem um 
efeito terapêutico desejável. Por exemplo, a coadministração de lopinavir e ritonavir a 
pacientes com infecção pelo HIV altera a biotransformação do lopinavir, aumentando sua 
concentraçãosérica e sua eficácia. 
Na duplicação terapêutica, tomam-se ao mesmo tempo 2 fármacos com propriedades 
semelhantes e que possuem efeitos aditivos. Por exemplo, a ingestão de benzodiazepínicos 
para a ansiedade e outro benzodiazepínico para a insônia ao deitar-se pode ter efeito 
cumulativo, levando à intoxicação. 
As interações medicamentosas envolvem 
• Farmacodinâmica 
• Farmacocinética 
Nas interações farmacodinâmicas, um fármaco modifica a sensibilidade ou a resposta dos 
tecidos a outro fármaco, por ter o mesmo efeito (agonista) ou efeito bloqueador 
(antagonista). Habitualmente, esses efeitos ocorrem no nível do receptor, mas podem 
ocorrer no nível intracelular. 
Nas interações farmacocinéticas, em geral, um fármaco modifica a absorção, a distribuição, 
a ligação às proteínas, a biotransformação ou a excreção de outro fármaco. Assim, ocorre 
a modificação da quantidade e a persistência do fármaco disponível nos locais dos 
receptores. As interações farmacocinéticas alteram a magnitude e a duração do efeito, 
porém não o tipo do efeito. Esse tipo de interação é, com frequência, previsível com base 
no conhecimento dos fármacos individuais ou detectado pelo monitoramento das 
concentrações dos fármacos ou dos sinais clínicos. 
Os médicos devem conhecer todos os fármacos ingeridos pelos pacientes, incluindo os 
prescritos por outros médicos e os sem prescrição, produtos herbáceos e suplementos 
 
 
nutricionais. Pode ser adequado perguntar aos pacientes questões relevantes sobre sua 
alimentação e consumo de álcool. Deve-se prescrever o menor número de fármacos, com 
as doses mais baixas e pelo menor tempo possível. Devem-se determinar os efeitos, 
desejáveis e indesejáveis, de todos os fármacos ingeridos, uma vez que esses efeitos, em 
geral, envolvem o espectro de interações medicamentosas. Se possível, devem-se usar 
fármacos com grande margem de segurança para que nenhuma interação imprevista cause 
intoxicação. 
Deve monitorar e observar nos pacientes efeitos adversos, em particular após alteração no 
tratamento; algumas interações (p. eg., efeitos que são influenciados pela indução de enzima) 
podem levar ≥ 1 semana para aparecerem. Algumas interações devem ser consideradas 
possíveis causas de qualquer problema inesperado. Quando acontecem respostas clínicas 
inesperadas, os médicos devem determinar as concentrações séricas de fármacos 
selecionadas que estão sendo ingeridas, consultar a literatura ou um especialista em 
interações medicamentosas e ajustar a dose até a obtenção do efeito desejado. Se o ajuste 
de dose não for eficaz, substitui-se o fármaco por outro que não interaja com os que estão 
sendo ingeridos. 
 
Classificação 
 
 
Características determinantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Incidência 
 
 
 
Aumento de suscetibilidade 
• Alterações de processos farmacocinéticos; 
• Comprometimento imunológico; 
• IR; 
• Hepatopatia; 
• Cardiopatia; 
• Doença respiratória; 
• Hipotireoidismo; 
• Epilepsia grave; 
• Asma aguda; 
• DM descompensado 
Interação fármaco-alimentos 
Ocorre devido: 
 
 
Fatores que podem influenciar a ocorrência das reações: 
 
 
 
 
 
 
Exemplos de interações 
 
 
 
Medicamentos x Tabagismo 
• Indução enzimática 
• Afeta a conjugação com ácido glicurônico. 
• Liberação de catecolaminas 
Álcool x Fármacos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diabetes Mellitus 
 
 
 
Antidepressivos e anorexígenos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barbitúricos: 
 
 
 
 
Antiácidos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AINES 
 
 
Interações clinicamente documentadas com AINES 
 
• IECA : Diminuição da resposta anti-hipertensiva; 
• Fenitoína: Diminuição do metabolismo hepático da fenitoína; 
• Furosemida: Diminuição da resposta diurética, natriurética e antihipertensiva 
à furosemida; 
• Hidralazina: Diminuição da resposta anti-hipertensiva à hidralazina; 
• Metotrexato: Possível aumento da toxicidade do metotrexato; 
• Triantereno: Diminuição da função renal observada com tiiantereno 
mais indometacina em indivíduos saudáveis e em doentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manejo das interações 
 
 
 
Outros fatores importantes: 
Uso acrítico de novos medicamentos também representa riscos (Cerivastatina –Bayer); 
• Médicos têm pouco conhecimento acerca de interações medicamentosas; 
• Estudos para interações requerem elevado número de sujeitos (pelo menos 100000); 
 
Prevenção das interações 
 
• Conhecer o fármaco prescrito; 
• Anamnese farmacológica adequada; 
• Evitar polifarmácia; 
• Suspensão imediata de agente suspeito de interação; 
• Não tratar, farmacologicamente, uma interação; 
• Orientação quanto ao intervalo de dose; 
• Evitar acúmulo de doses; 
• Efetuar o seguimento do paciente 
 
Cuidado com combinações em doses fixas que prometem melhor adesão! Faltam 
evidências que comprovem tal benefício, além da questão FARMACOECONOMIA 
 
Fitoterapia 
• A dose farmacologicamente ativa e/ou unidade posológica pode ser uma incógnita; 
 
 
• Variações geográficas: de clima, solo, iluminação podem alterar a composição química 
das plantas; 
• Presença de muitos componentes desconhecidos e analiticamente indeterminados; 
• Composição complexa e passível de interferência humana na colheita, secagem e 
processamento; 
• Padronização difícil e registro, muitas vezes, facilitado 
 
Interações Medicamentosas 
 
A realização do ato médico se completa com a prescrição médica. O seguimento dos 
princípios básicos do relacionamento médico-paciente transfere ao paciente segurança e, 
consequentemente, aderência à prescrição. Faz-se necessário, contudo, transparência na 
prescrição, com esclarecimentos e disponibilidade do profissional para possíveis reações 
adversas. Ressalte-se que a falta de conhecimento sobre os medicamentos coloca em risco 
a saúde do paciente e a credibilidade do profissional. 
A Organização Mundial da Saúde, por meio do Programa de Ação sobre Medicamentos 
Essenciais (Guia para a Boa Prescrição Médica), propõe seis etapas básicas para o alcance 
de uma terapêutica efetiva: 
• Definição do problema; 
• Especificação dos objetivos terapêuticos; 
 • Seleção do tratamento mais eficaz e seguro para um paciente específico; 
• Prescrição, incluindo medidas medicamentosas e não medicamentosas; 
• Informação sobre a terapêutica para o paciente; 
• Monitoramento do tratamento proposto. 
 
No Brasil, a prescrição de drogas é normatizada pelas leis federais 5.991/73 e 9.787/99 e 
pela Resolução 357/01 do Conselho Federal de Farmácia. Destaque-se que a receita deve 
ser escrita à tinta, em letra de forma, clara e por extenso. 
 
 
 
Dados contidos na prescrição médica 
1) Essenciais: • Cabeçalho – Inclui dados como nome, endereço da instituição (clínica ou 
hospital), registro profissional e número de cadastro de pessoa física ou jurídica; pode ainda 
conter a especialidade do profissional, desde que registrada em um CRM. 
2) Superinscrição – Indica os dados do paciente como nome, endereço e idade. A via de 
administração é explicitada como “uso interno” ou “uso externo”, correspondente ao 
emprego de medicamentos por vias enterais ou parenterais, respectivamente. 
3) Inscrição – compreende o nome do fármaco, a forma farmacêutica e sua concentração 
(dosagem). 
4) Subinscrição – designa a quantidade total a ser fornecida; para fármacos de uso 
controlado, esta quantidade deve ser expressa em algarismos arábicos, escritos por extenso, 
entre parênteses. 
5) Adscrição – é composta pelas orientações do profissional para o paciente. Data, assinatura 
e número de inscrição no respectivo conselho de Medicina. 
6) Facultativos: Peso, altura e dosagens específicas. 
7) O verso do receituário pode ser utilizado tanto para dar continuidade à prescrição como 
para registrar as orientações de repouso, dietas, possíveis reações adversas ou outras 
informações referentes ao tratamento.Exemplo de preenchimento 
 
 
 
 
 
 
O receituário médico 
É um documento que serve de orientação médica para o paciente, apenas profissionais 
legalmente habilitados podem fazer indicações de medicamentos. É nesse material que o 
profissional vai dar algumas indicações médicas específicas para o tratamento que o paciente 
precisa. 
Nome do medicamento a ser administrado: Os médicos do setor público (SUS) são 
obrigados por lei a receitar o medicamento pela denominação genérica e, caso queiram, a 
indicação de um medicamento de marca/comercial entre parênteses. Os profissionais do 
setor privado não têm essa obrigatoriedade. Na sequência indicar a dosagem (quantidade 
de substância ativa existente no medicamento, por unidade de administração, volume ou 
massa), a posologia do medicamento (frequência da administração das dosagens) , 
especificando a via, podendo ser a oral, a intravenosa, a intramuscular ou outras, e 
orientações de dieta se necessário. 
➢ PREENCHIMENTO: 
Em atendimentos públicos, é comum que haja um receituário padronizado, com as 
informações da instituição de saúde pública e alguns profissionais produzem seus próprios 
receituários com um atendimento mais personalizado ao paciente, mas a grande maioria 
utiliza o padrão oferecido pelo SUS. Deve ser preenchido com letra legível, com clareza nas 
orientações de uso, evitando abreviações. 
 
 
 
 
 
 
 
➢ CATEGORIAS DE RECEITUÁRIO: 
 
1) Receituário branco/ simples: É a forma mais comum do documento, utilizado para 
medicamentos que não necessitam de receita médica na hora da compra. Utilizada para 
a prescrição de medicamentos anódinos e medicamentos de tarja vermelha, com os 
dizeres “venda sob prescrição médica” – segue as regras descritas na Lei 5.991/73. 
Frequentemente utilizado para a prescrição de medicamentos anódinos (analgésicos) 
e de tarja vermelha que precisam da prescrição do profissional. É utilizada uma receita 
simples, com apenas uma via, em papel branco. 
 
 
2) Receituário médico branco especial: Utilizado para adquirir remédios de uso controlado, 
como antirretrovirais, antidepressivos, anabolizantes, alguns imunossupressores, 
X
X
X
X
X 
 
 
antibióticos etc. Assim, a prescrição de antibióticos pode ser feita com receita comum, 
desde que ela tenha os dados necessários e seja realizada em duas vias. É obrigatório 
apresentar a prescrição em duas vias: uma para o paciente e outra à farmácia. 
 Quantidade máxima por receituário: 05 ampolas para injetáveis e a quantidade 
correspondente a 60 dias de tratamento para outras formas farmacêuticas. Aos 
antiparkinsonianos e anticonvulsivantes é permitida a receita com quantidade 
correspondente a seis meses de tratamento. A receita pode conter no máximo três 
substâncias. 
 
3) Notificação de Receita tipo “A” / Receita amarela 
Para medicamentos extremamente controlados, como entorpecentes e alguns 
psicotrópicos, o receituário é confeccionado com papel amarelo. Neste caso, todos os 
 
 
receituários médicos devem ser acompanhados de uma notificação de receita para análise 
da Anvisa. Pro cadastro inicial, o médico deve-se dirigir à Vigilância Sanitária das Secretarias 
Municipais ou Regionais de Saúde para preencher a ficha cadastral com seus dados e 
carimbo. Utilizado para a prescrição dos medicamentos das listas “A1”, “A2” (entorpecentes) 
e “A3” (psicotrópicos). Somente pode conter um produto farmacêutico. 
• Quantidade máxima por receituário amarelo: 05 ampolas para injetáveis e a 
quantidade correspondente a 30 dias de tratamento para outras formas farmacêuticas. 
 
 
4) Notificação De Receita Tipo “B” / Receita Azul 
Esse documento leva uma numeração controlada pela vigilância sanitária e é emitido para 
indicar medicamentos que podem causar dependência, como os psicotrópicos e 
psicotrópicos anorexígenos. Utilizado para a prescrição de medicamentos que contenham 
substâncias psicotrópicas – listas “B1” e “B2” e suas atualizações constantes na Portaria 
344/98. 
 
 
• Máximo: 05 ampolas para injetáveis ou quantidade correspondente para 60 dias de 
tratamento em outras formas farmacêuticas. 
 
 
 A Notificação de Receita é o documento que autoriza a dispensação de medicamentos sujeitos 
a controle especial. As notificações de receita devem sempre ser acompanhados por um receituário 
simples, uma via da notificação fica retida na farmácia e a via simples fica com o paciente, para 
comprovação de uso daquela medicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Guia para a boa prescrição médica. trad. Claúdia 
Buchweitz. Porto Alegre: Artmed, 1998. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 344, de 12 de maio 
de 1998. Aprova o Regulamento Técnico de Medicamento sobre substâncias e 
medicamentos sujeitos a controle especial. Diário Oficial da União; Brasília, DF, nº 21, 1 fev. 
1999. Seção 1, p. 29-42. 
MADRUGA, Célia Maria Dias; SOUZA, Eurípedes Sebastião Mendonça. Manual de 
orientações básicas para prescrição médica. Arquivos do CRM-PR, v. 29, n. 114, 2012 
 
KATZUNG, B.G; MASTERS, S.B.; TREVOR, A. J. Farmacologia Básica e Clínica. 13ª ed. Porto 
Alegre: AMGH Editora, 2017 
 
GOLAN, D. Princípios da Farmacologia: A Base Fisiopatológica da Farmacologia. 3. Ed. Rio 
de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2014 
 
RANG, H. P. et al. Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.

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