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Solucoesequacoesquadraticas-Muniz-2020

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS E 
MATEMÁTICA 
 
 
 
JÉSSICA TARGINO MUNIZ 
 
 
SOLUÇÕES DE EQUAÇÕES QUADRÁTICAS POR ‘ABD AL-HAMID IBN TURK 
NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: UMA 
PERSPECTIVA ORIENTADA PELA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2020 
 
 
JÉSSICA TARGINO MUNIZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOLUÇÕES DE EQUAÇÕES QUADRÁTICAS POR ‘ABD AL-HAMID IBN TURK 
NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: UMA 
PERSPECTIVA ORIENTADA PELA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao curso de Pós-
graduação em Ensino de Ciências Naturais e 
Matemática (PPGECNM), da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, como 
requisito parcial à obtenção do título de Mestre 
em Ensino de Ciências Naturais e Matemática. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Giselle Costa de 
Sousa. 
Coorientadora: Profa. Dr(a). Gabriela 
Lucheze de Oliveira Lopes. 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Ronaldo Xavier de Arruda - CCET 
 
 Muniz, Jéssica Targino. 
 Soluções de equações quadráticas por 'Abd al Hamid Ibn Turk na 
formação inicial do professor de matemática: uma perspectiva 
orientada pela história da matemática / Jéssica Targino Muniz. - 
Natal, 2020. 
 277f.: il. 
 
 Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Programa de Pós-
Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática. 
 Orientador: Giselle Costa de Sousa. 
 Coorientador: Gabriela Lucheze de Oliveira Lopes. 
 
 
 1. História da matemática - Dissertação. 2. Álgebra geométrica - 
Dissertação. 3. Ensino de matemática - Dissertação. 4. Equações 
quadráticas - Dissertação. 5. Ibn Turk - Dissertação. 6. 
Investigação matemática - Dissertação. 7. Tecnologias digitais da 
informação e comunicação - Dissertação. I. Sousa, Giselle Costa de. 
II. Lopes, Gabriela Lucheze de Oliveira. III. Título. 
 
RN/UF/CCET CDU 51(091) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JÉSSICA TARGINO MUNIZ 
 
SOLUÇÕES DE EQUAÇÕES QUADRÁTICAS POR ‘ABD AL-HAMID IBN TURK 
NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: UMA 
PERSPECTIVA ORIENTADA PELA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA 
 
 
Dissertação apresentada ao curso de Pós-
graduação em Ensino de Ciências Naturais e 
Matemática (PPGECNM), da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, como 
requisito parcial à obtenção do título de Mestre 
em Ensino de Ciências Naturais e Matemática. 
 
Aprovada em: ______/______/______ 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
______________________________________ 
Profa. Dr(a). Giselle Costa de Sousa 
Orientador(a) 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
______________________________________ 
Profa. Dr(a). Gabriela Lucheze de Oliveira Lopes 
Coorientador(a) 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
__________________________________________________ 
Prof. Dr. Fabian Arley Posada Balvin (titular) / Prof. Dr. Fernando Guedes 
Cury (suplente) 
Membro interno 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
______________________________________ 
Profa. Dr(a). Enne Karol Venâncio de Sousa 
Membro externo 
INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
De início, gostaria de agradecer a Deus por me conceder a realização de mais um sonho em 
minha carreira acadêmico-profissional. Agradeço também à Santa Rita de Cássia por sua 
intercessão durante todo o percurso até aqui, desde o processo seletivo até a finalização desse 
mestrado. 
As pessoas que me apoiaram nessa caminhada não foram poucas, a principiar pelos meus pais, 
que sempre buscaram propiciar as melhores condições para que eu estudasse. A minha mãe, 
pela paciência e o equilíbrio; e, especialmente, pelo companheirismo de sempre. Ao meu pai, 
pelo exemplo de determinação, trabalho e força. 
Ao meu esposo, Dérick, por entender meus momentos de estresse, minha dedicação aos estudos, 
além de auxílio em todas as ocasiões em que precisei de seu apoio. Sou grata por ter você ao 
meu lado. 
À minha amiga Cristiane, companheira de todas as horas em conversas, risadas, me ajudando 
sempre que podia... Aos meus queridos amigos que conheci durante o mestrado, que dividiram 
comigo a jornada das aulas, dos eventos, da escrita da dissertação, tornando tais momentos mais 
especiais do que já eram. 
À todos os amigos (que não são poucos, por isso não listareis aqui) que me viam 
ocasionalmente, e, ao perguntarem sobre o que eu estava fazendo e obterem a resposta, me 
encorajavam e me passavam boas vibrações, reagindo (muito) animadamente ao meu progresso 
como mestranda. 
Aos professores com os quais cursei disciplinas no PPGECNM, por todos os conhecimentos 
compartilhados e pelas contribuições em minha formação como pessoa e profissional. 
À toda a linda turma de Didática da Matemática I, participantes da pesquisa, por todo apoio, 
empenho, entusiasmo, palavras de incentivo, e sobretudo, pelo crescimento que me permitiram 
ter como docente. 
À minha orientadora Giselle, pela disponibilidade, apoio, ajuda, direcionamentos e orientações 
durante todo o mestrado... Assim como à minha co-orientadora, Gabriela, pelas contribuições 
inestimáveis ao trabalho, pelos muitos momentos dispendidos no entendimento das construções 
geométricas e busca nos livros de HM. 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho trata da apresentação de um caderno de atividades que visa a integração 
entre a História da Matemática (HM) e as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação 
(TDIC) por meio da Investigação Matemática (IM) para o ensino de álgebra geométrica no 
Ensino Superior, notadamente, na licenciatura em matemática. Em relação ao tópico histórico, 
resolvemos estudar soluções de equações quadráticas sob a perspectiva de Abd Al-Hamid Ibn 
Turk, matemático islâmico que viveu no século IX. A partir da pesquisa bibliográfica, primeira 
fase desse estudo, obtivemos que o principal trabalho acerca de Ibn Turk é de Sayili (1962), 
intitulado Logical Necessities in Mixed Equations by ‘Abd al Hamid Ibn Turk and the Algebra 
of His Time, em português, Necessidades Lógicas em Equações Mistas: ‘Abd al Hamid Ibn 
Turk e a Álgebra do Seu Tempo. Dessa forma, tal documento consiste em nossa principal 
referência, tratando sobre a resolução de equações polinomiais de 2º grau a partir de um 
raciocínio geométrico. A pesquisa bibliográfica resultou na segunda fase desse trabalho, a 
elaboração do caderno de atividades, que traz a possibilidade dos estudantes realizarem 
investigações históricas, com apoio do software Geogebra, estabelecendo relações entre álgebra 
e geometria. Este caderno de atividades foi aplicado em uma turma de Didática da Matemática 
I (MAT1516) do curso de licenciatura em matemática da UFRN em 2019.2. Tal aplicação 
mostrou que as tecnologias auxiliam no processo de (re)construção de descobertas matemáticas 
à medida que os estudantes otimizam o tempo para elaborar construções, restando assim maior 
tempo para fazer investigações inspiradas nos problemas da História da Matemática. Além 
disso, essas atividades causaram interesse em estudar os conceitos matemáticos abordados e 
proporcionaram participação ativa dos estudantes na construção/desenvolvimento do 
conhecimento. Ressalta-se que toda essa pesquisa qualitativa resultou em um produto 
educacional desenvolvido com base no exposto, disponível para os professores que queiram 
utilizar-se dele em suas aulas. 
Palavras-chave: Álgebra Geométrica. Ensino de Matemática. Equações Quadráticas. História 
da Matemática. Ibn Turk. Investigação Matemática. Tecnologias Digitaisda Informação e 
Comunicação. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The present work deals with the presentation of a notebook of activities that aims at the 
integration between the History of Mathematics (HM) and the Digital Technologies of 
Information and Communication (TDIC) through Mathematical Research (IM) for the teaching 
of geometric algebra in Teaching Superior, notably, in the mathematics degree. Regarding the 
historical topic, we decided to study solutions of quadratic equations from the perspective of 
Abd Al-Hamid Ibn Turk, an Islamic mathematician who lived in the 9th century. From 
bibliographic research, the first phase of this study, we found that the main work on Ibn Turk 
is by Sayili (1962), entitled Logical Necessities in Mixed Equations by 'Abd al Hamid Ibn Turk 
and the Algebra of His Time, in Portuguese, Necessidades Logics in Mixed Equations: 'Abd al 
Hamid Ibn Turk and the Algebra of His Time. Thus, this document is our main reference, 
dealing with the resolution of polynomial equations of the 2nd degree from a geometric 
reasoning. The bibliographic research resulted in the second phase of this work, the elaboration 
of the activity booklet, which brings the possibility for students to carry out historical 
investigations, with the support of the Geogebra software, establishing relations between 
algebra and geometry. This activity book was applied to a class of Didactics of Mathematics I 
(MAT1516) of the degree course in mathematics at UFRN in 2019.2. Such an application 
showed that technologies assist in the process of (re) construction of mathematical discoveries 
as students optimize the time to elaborate constructions, thus leaving more time to make 
investigations inspired by the problems of the History of Mathematics. In addition, these 
activities caused interest in studying the mathematical concepts covered and provided active 
participation of students in the construction / development of knowledge. It is noteworthy that 
all this qualitative research resulted in an educational product developed based on the above, 
available to teachers who want to use it in their classes. 
Keywords: Geometric Algebra. Math teaching. History of Mathematics. Ibn Turk. 
Mathematical Research. Quadratic Equations. Digital Information and 
Communication Technologies. 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Mapa da Península Arábica...................................................................... 46 
Figura 2 – Expansão do Islã Medieval....................................................................... 49 
Figura 3 – Linha do tempo – matemáticos................................................................. 63 
Figura 4 – ‘Abd Al-Hamid Ibn Turk.......................................................................... 66 
Figura 5 – Regiões prováveis do nascimento de Ibn Turk........................................ 68 
Figura 6 – Artigo Logical Necessities in Mixed Equations by ‘Abd al Hamid Ibn 
Turk and the Algebra of His Time, de Aydin Sayili.................................... 
 
71 
Figura 7 – Quadrado ABDC...................................................................................... 78 
Figura 8 – Figura ilustrando o caso em que 𝑥2 = 3𝑥................................................. 79 
Figura 9 – Superfície AD........................................................................................... 80 
Figura 10 – Construção dos retângulos QD e DH........................................................ 81 
Figura 11 – Construção do quadrado DZKT............................................................... 81 
Figura 12 – Construção geométrica que soluciona o caso 2, na perspectiva de Saiyli 
(1962)..................................................................................................... 
 
82 
Figura 13 – Quadrado de área igual a 𝑥2 ..................................................................... 84 
Figura 14 – Construção do retângulo ZBAH............................................................... 84 
Figura 15 – Localização do ponto Q............................................................................ 85 
Figura 16 – Construção do segmento QT.................................................................... 86 
Figura 17 – Completamento do quadrado KZQT....................................................... 86 
Figura 18 – Construção do segmento KL.................................................................... 87 
Figura 19 – Construção do quadrilátero KLMH.......................................................... 88 
Figura 20 – Construção geométrica para resolução da equação 𝑥2 + 21 = 10𝑥, de 
acordo com Saiyli (1962)......................................................................... 
 
89 
Figura 21 – Construção do segmento QT no segmento BD......................................... 89 
Figura 22 – Completamento do quadrado ZQTK........................................................ 90 
Figura 23 – Construção do segmento TL..................................................................... 90 
Figura 24 – Construção do segmento LM.................................................................... 91 
Figura 25 – Construção para encontrar uma das raízes da equação 𝑥2 + 21 = 10𝑥, 
de acordo com Saiyli (1962)..................................................................... 
 
92 
Figura 26 – Superfície AD, de área 𝑥2......................................................................... 93 
Figura 27 – Superfície HB acrescentada à superfície AD............................................. 94 
 
 
Figura 28 – Construção dos quadrados AD e HB........................................................ 94 
Figura 29 – Representação geométrica da equação 𝑥2 + 25 = 10𝑥, na perspectiva 
de Sayili (1962)........................................................................................ 
 
95 
Figura 30 – Quadrado de lado 𝑥................................................................................... 96 
Figura 31 – Construção do retângulo BZHA............................................................... 97 
Figura 32 – Localização do ponto Q, no segmento DZ................................................ 97 
Figura 33 – Elaboração do segmento QT..................................................................... 98 
Figura 34 – Elaboração do quadrado KZQT................................................................ 99 
Figura 35 – Construção para a equação 𝑥2 + 30 = 10𝑥, de acordo com Sayili 
(1962)....................................................................................................... 
 
100 
Figura 36 – Elaboração do segmento QT, de mesmo comprimento dos segmentos 
ZQ e ZD.................................................................................................... 
 
100 
Figura 37 – Completamento do quadrado ZQTK, de área igual a 25 unidades de 
área........................................................................................................... 
 
101 
Figura 38 – Construção geométrica para a equação 𝑥2 + 30 = 10𝑥, na perspectiva 
de Sayili (1962)........................................................................................ 
 
101 
Figura 39 – Quadrado que representa a quantidade quadrada (𝑥2).............................. 102 
Figura 40 – Construção do segmento HZ.................................................................... 103 
Figura 41 – Construção do ponto Q, ponto médio de HC............................................. 103 
Figura 42 – Construção do segmento QT.................................................................... 104 
Figura 43 – Completamento do quadrado KHQT........................................................ 104 
Figura 44 – Elaboração do segmento TL..................................................................... 105 
Figura 45 – Elaboração do segmento LM....................................................................105 
Figura 46 – Representação geométrica da equação 4𝑥 + 5 = 𝑥², na perspectiva de 
Sayili (1962)............................................................................................. 
 
106 
Figura 47 – Laboratório de Micros.............................................................................. 116 
Figura 48 – Estudantes preenchendo questionário inicial............................................ 116 
Figura 49 – Resposta de um aluno à questão: Caso já tenha sido utilizada, descreva 
brevemente como foi e sua opinião sobre essa utilização, do 
questionário inicial................................................................................... 
 
 
120 
Figura 50 – Resposta da questão 10 do questionário inicial de um aluno..................... 120 
Figura 51 – Resposta da questão 23 do questionário inicial de um aluno..................... 123 
Figura 52 – Apresentação inicial do produto educacional........................................... 125 
 
 
Figura 53 – Alunos pesquisando na Internet................................................................ 127 
Figura 54 – Estudantes respondendo aos questionamentos iniciais............................. 127 
Figura 55 – Respostas de dupla referente aos questionamentos intitulados: Pesquise 
sobre o papel histórico da Casa da Sabedoria na civilização islâmica e 
Como o contexto político, econômico, social e até religioso influenciou 
a produção de conhecimentos na civilização islâmica medieval? 
Compare com o período da Idade Média (medieval), na Europa, 
respectivamente....................................................................................... 
 
 
 
 
 
128 
Figura 56 – Momentos que evidenciam a participação dos alunos na discussão do 
Texto 01................................................................................................... 
 
129 
Figura 57 – Passagens do Texto 02 grifadas por estudantes......................................... 131 
Figura 58 – Resposta de dupla referente à questão intitulada: Como aconteceu a 
evolução da álgebra, citada no parágrafo 3 do texto 02? Há outras 
fases além da álgebra retórica? ............................................................... 
 
 
132 
Figura 59 – Problema 2............................................................................................... 132 
Figura 60 – Rascunho de alunos respondendo a questão intitulada: Traduza a 
linguagem retórica do Problema 2 do texto 02 para a linguagem 
simbólica.................................................................................................. 
 
 
133 
Figura 61 – Resposta dada pelos estudantes nas questões 1 e 2 da seção Construindo 
e Explorando............................................................................................ 
 
134 
Figura 62 – Outra resposta dada pelos estudantes nas questões 1 e 2 da seção 
Construindo e Explorando........................................................................ 
 
135 
Figura 63 – Respostas dadas por grupos para a questão intitulada: Tem possibilidade 
de resolver o problema proposto utilizando um raciocínio geométrico, 
assim como os estudiosos islâmicos? Como você faria isso? ................... 
 
 
136 
Figura 64 – Página do site Answergarden com a pergunta feita aos estudantes........... 138 
Figura 65 – Respostas dos estudantes aparecendo gradativamente no Answergarden. 139 
Figura 66 – Respostas de todas as duplas dispostas no AnswerGarden....................... 139 
Figura 67 – Discussão acerca do brainstorming realizado com os estudantes............. 140 
Figura 68 – Momentos durante a leitura coletiva do texto 03...................................... 143 
Figura 69 – Problema 3............................................................................................... 143 
Figura 70 – Replicação de quadro para responder à questão 03................................... 146 
 
 
Figura 71 – Tentativa de associação do Problema 3 com uma equação polinomial de 
1º grau...................................................................................................... 
 
147 
Figura 72 – Resolução correta do Problema 3............................................................. 148 
Figura 73 – Alunos utilizando diferentes estratégias para encontrar a área do 
quadrado construído no software.............................................................. 
 
149 
Figura 74 – Recorte do quadro da seção Construindo e Explorando............................ 151 
Figura 75 – Alunos retomando texto e resolução algébrica do Problema 02................ 152 
Figura 76 – Estudantes investigando em pequenos grupos.......................................... 154 
Figura 77 – Evidências de que os alunos não seguiam rigorosamente os passos 
propostos para construção no Geogebra................................................... 
 
154 
Figura 78 – Rascunho de estudantes justificando medidas de segmentos.................... 155 
Figura 79 – Resposta de dupla para primeiros questionamentos propostos na Seção 
Construindo e Explorando........................................................................ 
 
156 
Figura 80 – Raciocínio de dupla para primeiros questionamentos propostos na 
Seção Construindo e Explorando............................................................. 
 
158 
Figura 81 – Conclusões de estudantes acerca da figura geométrica construída........... 159 
Figura 82 – Alunos explorando associações de figuras geométricas com raízes das 
equações quadráticas no software Geogebra............................................ 
 
160 
Figura 83 – Aula expositiva dialogada retomando o encontro anterior...................... 162 
Figura 84 – Estudantes em diferentes momentos da construção no Geogebra............ 163 
Figura 85 – Mestranda atuando como mediadora durante as investigações................. 164 
Figura 86 – Dinâmica de movimento da construção geométrica proporcionada pelo 
Geogebra................................................................................................. 
 
165 
Figura 87 – Investigações sendo feitas no Geogebra................................................... 166 
Figura 88 – Respostas de grupos para a questão intitulada: O estudioso Ibn Turk, ao 
construir essa figura, observou uma impossibilidade lógica (absurdo) 
na resolução da equação que modela o problema 3. Essa 
impossibilidade diz respeito à relação entre a área do quadrado ZQTK 
e do retângulo BAHZ. Explique essa contradição.................................... 
 
 
 
 
167 
Figura 89 – Resposta de dupla para a questão intitulada: Investigue a resolução 
geométrica dessa equação, considerando a figura geométrica obtida e 
o contexto matemático da álgebra na época de Ibn 
Turk.......................................................................................................... 
 
 
 
169 
 
 
Figura 90 – Resposta de grupo para a questão intitulada: Compare as medidas da 
figura construída por Ibn Turk com a representação simbólica da 
equação quadrática proposta................................................................... 
 
 
169 
Figura 91 – Associação feita por dupla, da equação 𝑥2 + 40 = 10𝑥 com a figura 
geométrica construída no Geogebra......................................................... 
 
171 
Figura 92 – Explicações dos estudantes quanto a enunciação do caso 
3c.............................................................................................................. 
 
172 
Figura 93 – Trecho que ilustra importância da Casa da Sabedoria e influência 
religiosa nos estudos da sociedade islâmica medieval.............................. 
 
174 
Figura 94 – Trecho de relatório apresentando o modo de Ibn Turk lidar com 
equações quadráticas................................................................................ 
 
174 
Figura 95 – Trechos de relatórios apresentandodúvidas, limitações e vantagens do 
método histórico para resolução de equações quadráticas........................ 
 
175 
Figura 96 – Problema 4............................................................................................... 176 
Figura 97 – Alunos pesquisando questões envolvendo equações quadráticas............. 177 
Figura 98 – Respostas dos estudantes para a questão 1 da Seção Estudando o Texto... 177 
Figura 99 – Forma de resolução utilizada por estudantes para o Problema 4............... 179 
Figura 100 – Outra forma de resolução para o Problema 04.......................................... 180 
Figura 101 – Arquivo correspondente à seção Construindo e Explorando.................... 182 
Figura 102 – Protocolo de Construção.......................................................................... 182 
Figura 103 – Resposta dos alunos para o primeiro questionamento da seção 
Construindo e Explorando........................................................................ 
 
183 
Figura 104 – Alunos buscando relações entre a área do quadrado ABDC e a equação 
quadrática 2𝑥 + 4224 = 𝑥2.................................................................... 
 
184 
Figura 105 – Diferentes momentos de investigação da Atividade III........................... 185 
Figura 106 – Estudantes felizes por descoberta na atividade investigativa.................. 186 
Figura 107 – Atribuição de medidas errôneas para os segmentos HC e QC................... 187 
Figura 108 – Resposta correta para as medidas dos segmentos HQ e QC...................... 187 
Figura 109 – Discussões sendo feitas em paralelo às investigações............................... 189 
Figura 110 – Respostas de estudantes para o décimo segundo e décimo terceiro 
questionamentos....................................................................................... 
 
190 
Figura 111 – Resposta de alunos na questão intitulada: Considerando atualmente que 
uma equação quadrática, quando há solução, possui duas raízes ou 
 
 
 
 
valores para a incógnita, você considera que esta equação está 
resolvida? Justifique. Que argumentos poderia se embasar para 
justificar a solução de Ibn Turk tendo em vista sua época?...................... 
 
 
191 
Figura 112 – Generalização do procedimento geométrico de Ibn Turk para resolução 
de equações do tipo 𝑥2 = 𝑏𝑥 + 𝑐, elaborado pelos estudantes................. 
 
192 
Figura 113 – Resolução geométrica do Problema 3 feita por estudantes....................... 193 
Figura 114 – Comparação entre resolução pela fórmula e resolução geométrica de 
equações quadráticas, estabelecida por grupo em relatório...................... 
 
194 
Figura 115 – Justificativas de estudantes para a questão 2 do questionário final........... 196 
Figura 116 – Razões, segundo licenciandos, para a apreciação da presença da HM nas 
aulas de matemática.................................................................................. 
 
200 
Figura 117 – Relação estabelecida, por estudante, do software Geogebra com 
atividades de investigação........................................................................ 
 
202 
Figura 118 – Vantagens destacadas por estudante, com relação às atividades feitas 
com auxílio do Geogebra......................................................................... 
 
202 
Figura 119 – Considerações dos estudantes acerca da IM nas aulas.............................. 204 
Figura 120 – Opinião dos estudantes em relação à articulação entre HM e TDIC nas 
atividades propostas................................................................................. 
 
205 
Figura 121 – Respostas de estudantes para a questão 23 do questionário final.............. 208 
Figura 122 – Respostas de estudantes para a questão 24 do questionário final.............. 208 
Figura 123 – Aula simulada, utilizando HM e IM, para o estudo de operações com 
polinômios............................................................................................... 
 
209 
Figura 124 – Considerações dos alunos quanto à interdisciplinaridade do 
conhecimento presente no caderno de atividades..................................... 
 
210 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 – Consideração dos alunos quanto à eficiência da HM, TDIC e IM............. 117 
Gráfico 2 – Métodos de resolução de equação quadrática indicada pelos estudantes.. 122 
Gráfico 3 – Conhecimento dos estudantes quanto à álgebra geométrica..................... 123 
Gráfico 4 – Dificuldades em relação à linguagem do caderno de atividades............... 195 
Gráfico 5 – Considerações dos alunos quanto à seção Texto e Contexto..................... 196 
Gráfico 6 – Opinião dos alunos quanto ao tempo destinado às atividades................. 197 
Gráfico 7 – Preferência dos alunos quanto às atividades propostas............................. 198 
Gráfico 8 – Dificuldade dos alunos em relação às atividades propostas...................... 199 
Gráfico 9 – Contribuição da articulação entre HM, TDIC e IM para a aprendizagem 
de álgebra geométrica............................................................................. 
 
207 
Gráfico 10 – Adaptações apontadas pelos licenciandos para o caderno de atividades, 
caso esse fosse aplicado na Educação Básica........................................... 
 
211 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 – Momentos na realização de uma investigação.......................................... 41 
Quadro 2 – Exemplo de equação quadrática representada nas fases da álgebra......... 59 
Quadro 3 – Exemplo de problema retórico no contexto da civilização islâmica 
medieval................................................................................................... 
 
60 
Quadro 4 – Exemplo de problema retórico inspirado no contexto da civilização 
islâmica medieval..................................................................................... 
 
60 
Quadro 5 – Representações geométricas em álgebra.................................................. 61 
Quadro 6 – Variações do nome de ‘Abd Al-Hamid Ibn Turk...................................... 67 
Quadro 7 – Casos de equações quadráticas resolvidas por Ibn Turk.......................... 77 
Quadro 8 – Casos de equação quadrática estudados por Ibn Turk e Al-Khwarizmi.... 107 
Quadro 9 – Horários das aulas de Didática da Matemática I....................................... 115 
Quadro 10 – Relações das respostas dos estudantes com os argumentos favoráveis à 
utilização da HM no ensino de matemática............................................... 
 
141 
Quadro 11 – Quadro apresentado na questão 03 da seção Estudando o Texto............... 145 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
HAG História da álgebra geométrica 
HM História da Matemática 
IM Investigação Matemática 
TDIC Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
PPGECNM Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática 
SIGAA Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas 
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 19 
2 FUNDAMENTOS DA PESQUISA................................................................... 26 
2.1 Sobre a utilização da História da Matemática no ensino de matemática........ 26 
2.2 Quanto à utilização de tecnologias digitais da informação e da comunicação 
em sala de aula.................................................................................................... 
 
32 
2.3 Sobre a Investigação Matemática...................................................................... 38 
3 ‘ABD AL-HAMID IBN TURK (SÉCULO IX) E SUA SOLUÇÃO DE 
EQUAÇÕES QUADRÁTICAS NOCONTEXTO DA MATEMÁTICA 
ISLÂMICA MEDIEVAL................................................................................... 
 
 
44 
3.1 Contexto histórico e matemático da época........................................................ 44 
3.1.1 Os califados.......................................................................................................... 48 
3.1.2 A casa da Sabedoria............................................................................................. 50 
3.1.3 Ciência e matemática islâmica no período medieval........................................... 51 
3.2 Biografia de ‘Abd Al-Hamid Ibn Turk.................................................................. 64 
3.3 Soluções de equações desenvolvidas por ‘Abd Al-Hamid Ibn Turk.............. 69 
3.3.1 Caso 1................................................................................................................... 76 
3.3.2 Caso 2................................................................................................................... 79 
3.3.3 Caso 3................................................................................................................... 82 
3.3.4 Caso 4................................................................................................................... 100 
4 O CADERNO DE ATIVIDADES...................................................................... 105 
4.1 Inspiração do levantamento histórico para as atividades e estrutura do 
caderno................................................................................................................ 
 
108 
4.2 Aplicação das atividades.................................................................................... 113 
4.2.1 O espaço e o público............................................................................................. 113 
4.2.2 O processo de aplicação........................................................................................ 123 
4.2.2.1 O primeiro encontro............................................................................................. 123 
4.2.2.2 O segundo encontro............................................................................................. 159 
4.2.2.3 O terceiro encontro............................................................................................. 186 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 202 
 REFERÊNCIAS................................................................................................. 208 
 
 
 APÊNDICE A – CARTA DE CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS E DE 
IMAGEM............................................................................................................ 
 
212 
 APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO INICIAL APLICADO AOS ALUNOS. 214 
 APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO FINAL APLICADO AOS ALUNOS…. 219 
 APÊNDICE D – PRODUTO EDUCACIONAL............................................... 224 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Nos últimos tempos, têm sido estudados e discutidos diferentes caminhos para o ensino 
de matemática, tais como Resolução de Problemas, Modelagem Matemática, História da 
Matemática, Investigação Matemática e Tecnologias1 Digitais de Informação e Comunicação. 
Pesquisas nesse sentido, na área de educação matemática, vêm sendo desenvolvidas com o 
intuito de melhorar o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes. 
O Programa de Pós – Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática 
(PPGECNM), vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), oferece o 
Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Naturais e Matemática, que foca na “aplicação 
do conhecimento, ou seja, na pesquisa aplicada e no desenvolvimento de produtos e processos 
educacionais que sejam implementados em condições reais de ensino.” (CAPES, 2010). 
Nesse contexto surge esse trabalho, vinculado à linha de pesquisa História, Filosofia e 
Sociologia da Ciência no Ensino de Ciências Naturais e da Matemática. Tal pesquisa visa a 
integração entre a História da Matemática (HM) e as Tecnologias Digitais de Informação e 
Comunicação (TDIC) por meio da Investigação Matemática (IM) para o ensino de álgebra 
geométrica no contexto do trabalho de ‘Abd Al-Hamid Ibn Turk2. Sendo assim, essa dissertação 
aborda a elaboração e aplicação de um produto educacional para o nível superior, 
especificamente a licenciatura em matemática, considerando a temática supracitada. Salienta-
se que o produto educacional é um caderno de atividades que almeja a investigação de 
problemas históricos vinculados ao seu contexto com apoio das TDIC no âmbito da solução 
geométrica de equações quadráticas. Frente ao exposto, temos a seguinte questão-foco da 
pesquisa, a qual buscamos responder nesse trabalho: 
De que maneira seria possível aliar HM e TDIC via IM para o estudo e/ou ensino de 
álgebra geométrica na licenciatura em matemática? 
Com base nesta questão-foco, o objetivo geral desse trabalho é realizar um estudo 
histórico bibliográfico sobre álgebra geométrica a partir do trabalho de Ibn Turk e, com 
base nesse estudo, propor um caderno de atividades pautado no uso da HM articulado a 
TDIC por meio da IM para os cursos de licenciatura em matemática, proporcionando, na 
formação docente, reflexões acerca das tendências anteriormente mencionadas e uma 
 
1 Nesse trabalho, ao mencionarmos a tecnologia, estamos nos referindo ao conceito instrumentos que auxiliam 
os seres humanos a realizarem tarefas. Ao tratarmos de tecnologia informática, estamos nos referindo 
particularmente ao software Geogebra. 
2 Ao longo desse trabalho, citaremos ‘Abd Al-Hamid Ibn Turk de forma abreviada, como Ibn Turk. 
1 
 
 
 
outra percepção sobre equações quadráticas.3 Como desmembramento desse objetivo geral, 
surgem alguns de caráter mais específicos: realizar levantamento bibliográfico sobre a história 
da álgebra geométrica (HAG); selecionar problemas e/ou episódios de HAG para serem 
estudados pelas TDIC; utilizar a HM e as TDIC como apoio para o aprendizado de álgebra 
geométrica; ampliar a formação docente com relação à HM, TDIC e IM como propostas 
didáticas além de usar as informações históricas para elaborar o caderno de atividades; aplica-
lo e ainda refiná-lo para disponibilização. 
É importante salientar que nessa pesquisa, ao mencionarmos o termo álgebra 
geométrica, estamos nos referindo aos processos geométricos utilizados para resolver 
problemas algébricos, especificamente, no que concerne às equações quadráticas. 
Para atingir os objetivos expostos anteriormente, foi desenvolvida uma pesquisa de 
aporte qualitativo, visando, portanto, a investigação e análise do comportamento, das ideias e 
dos pontos de vistas dos indivíduos envolvidos na mesma, para compreensão global do contexto 
daqueles que estão vivenciando o fenômeno observado. De acordo com Sampieri, Collado e 
Lucio (2006), o enfoque qualitativo: 
 
utiliza a coleta de dados sem medição numérica para descobrir ou aperfeiçoar questões 
de pesquisa, e pode ou não provar hipóteses em seu processo de interpretação. Seu 
propósito consiste em ‘reconstruir’ a realidade, tal como é observada pelos atores de 
um sistema social definido. Muitas vezes é chamado de ‘holístico’, porque considera 
o ‘todo’, sem reduzi-lo ao estudo de suas partes (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 
2006, p. 05; GERHARDT; SILVEIRA, 2009). 
 
Nesse sentido, a pesquisa é interpretativa e contextual, visando captar experiências na 
linguagem dos próprios indivíduos, no caso, a interação entre os estudantes do curso superior 
de licenciatura em matemática e as atividades envolvendo HM e TDIC via IM. O trabalho tem 
suas razões vinculadas a esta realidade observada, visando o refinamento do produto 
educacional desenvolvido com base nas perspectivas encontradasdurante a aplicação do 
caderno de atividades. 
As fases da pesquisa se deram da seguinte maneira: a princípio, foi realizada uma 
pesquisa bibliográfica para escolha e aprofundamento do tema histórico a ser abordado, a saber, 
o capítulo Necessidades Lógicas em Equações Mistas, única seção sobrevivente do trabalho 
Kitâb Al Jabr Wa’l Muqâbala desenvolvido pelo estudioso ‘Abd Al-Hamid Ibn Turk. Esse autor 
provavelmente viveu no século IX, na civilização islâmica, e tratou da resolução geométrica de 
 
3 As palavras ou frases que aparecem em negrito ao longo desse texto indicam aspectos importantes/ destaques do 
trabalho. 
2 
 
 
 
equações quadráticas no capítulo mencionado anteriormente. Além disso, foram buscados 
trabalhos acerca da utilização da HM, das TDIC e da IM (isoladamente e articuladas) na 
produção acadêmico/científica do Brasil na área de matemática, buscando uma visão 
multidimensional sobre as perspectivas, possibilidades e desafios oferecidos por essas 
abordagens como propostas didáticas. Sendo assim, foram feitos estudos em livros, teses, 
dissertações, monografias e artigos que contemplassem o tema investigado e que, 
posteriormente, serviram de fundamentação para esse trabalho. 
Em meio às buscas iniciais, o nome de Abd Al-Hamid Ibn Turk foi encontrado no livro 
de Boyer (1974), relacionado ao nome de Al-Khwarizmi e o estudo de equações quadráticas. 
Posteriormente foi buscado um aprofundamento sobre a vida e os trabalhos desenvolvidos por 
esse autor em trabalhos acadêmicos da área, tendo em vista que os outros livros pesquisados 
não tratam sobre ele. De fato, o principal trabalho encontrado acerca de Ibn Turk é de Sayili 
(1962) e intitulado por Logical Necessities in Mixed Equations by ‘Abd al Hamid Ibn Turk and 
the Algebra of His Time, que em português significa Necessidades Lógicas em Equações 
Mistas: ‘Abd al Hamid Ibn Turk e a Álgebra do Seu Tempo. 
Acerca da abordagem (bibliográfica), destaca-se que ela é recomendada por vários 
autores como etapa inicial da realização de uma pesquisa. O objetivo desse trabalho é de 
aumentar a profundidade e extensão dos conhecimentos a serem pesquisados, já que a pesquisa 
bibliográfica “constitui-se numa preciosa fonte de informações, com dados já organizados e 
analisados como informações e ideias prontas.” (SANTOS, 2004, p. 27). 
Ao analisarmos os estudos de Ibn Turk com relação à abordagem geométrica para 
equações quadráticas, verificamos suas possibilidades frente aos nossos objetivos de ensino, 
visto que nossa busca era por problemas históricos que pudessem ser tratados pelas TDIC a 
partir da realização de investigações matemáticas pelos alunos. 
Na fase subsequente desse trabalho, foi realizada a elaboração e aplicação do caderno 
de atividades, feito com base na HM articulada a TDIC através da IM, tendo como público-alvo 
alunos de licenciatura em matemática e foco na álgebra geométrica estudada/proposta por Ibn 
Turk. Nesse sentido, essa etapa do trabalho possui elementos da pesquisa-ação, visto que essa, 
na visão de Thiollent (1988, p. 14): 
 
é um tipo de pesquisa social que é concebida e realizada em estreita associação com 
uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e 
os participantes representativos da situação da realidade a ser investigada estão 
envolvidos de modo cooperativo e participativo. 
 
3 
 
 
 
A construção de uma sequência de atividades históricas compõe a primeira parte da 
pesquisa-ação, sendo que, para esse processo, inicialmente foi feita uma análise histórico-
epistemológica do conteúdo matemático em questão, visando o entendimento de suas condições 
histórico-culturais nos estudos de Ibn Turk. Com base nessa análise, iniciou-se a produção das 
atividades do produto educacional. Cabe destacar que a HM, em nossas atividades, foi utilizada 
como elemento orientador na elaboração de atividades e situações-problema (MIGUEL; 
MIORIM, 2005). 
A partir do estudo feito, surgiram diversas questões para as quais buscamos alternativas 
de resposta e que, em nosso produto educacional, definiram nossas reflexões sobre as atividades 
propostas: 
 Quais as possíveis relações podem ser estabelecidas entre a História da Matemática, 
especificamente a álgebra geométrica de Ibn Turk, e o ensino da matemática? Que 
implicações pedagógicas podem surgir dessas relações? 
 Como ligar o desenvolvimento histórico-epistemológico do conteúdo de equações 
quadráticas ao seu ensino de forma que se evidencie a associação passado-presente? 
 De que maneira as TDIC podem ajudar os estudantes a (re)construírem conhecimentos 
históricos acerca da resolução geométrica de equações quadráticas? 
 Como implantar, em uma proposta de ensino que relacione a matemática ao seu 
desenvolvimento histórico, as fases da IM ao longo dos questionamentos? 
 Como, provocar, nos licenciandos, a partir das atividades, a reflexão sobre o exercício 
de docência com relação à utilização da HM, das TDIC via IM nas aulas? 
 
Ao respondermos tais perguntas, fomos gradativamente definindo o formato de nosso 
caderno de atividades, que apresenta parte introdutória e três atividades em que se objetiva que 
os estudantes utilizem-se das TDIC como apoio para realização de investigações históricas que 
os conduziram à (re)descoberta/desenvolvimento de vários conhecimentos relacionados à 
resolução geométrica de equações quadráticas. 
A aplicação do caderno de atividades, segunda parte da pesquisa-ação, foi efetivada em 
uma turma da disciplina Didática da Matemática I (Código MAT1516) do curso de licenciatura 
em matemática da UFRN. Com esses estudantes realizamos a coleta de dados que, nessa fase, 
se utilizou da pesquisa documental (registros escritos e virtuais de alunos), da observação 
(diário de campo, foto e filmagem) e de questionários (inicial e final, ver apêndices B e C). 
Sobre a pesquisa documental, essa se pauta no estudo de fontes de informação que ainda não 
4 
 
 
 
receberam tratamento científico. Nesse sentido, Laville e Dionne (1999) apontam que os dados, 
nos documentos, precisam ser reunidos, categorizados, analisados e criticados, em função das 
necessidades da pesquisa. Em nosso caso, o tratamento ocorreu pela digitalização das respostas 
dos alunos nos instrumentos como caderno de atividades e transcrição, dessas e dos áudios 
captados nos vídeos, em notas de rodapé. 
De acordo com Ludke e André (1986), essa forma de coleta de dados “possibilita um 
contato pessoal e estreito do pesquisador com o fenômeno observado, o que apresenta uma série 
de vantagens”. Tais vantagens descritas pelas autoras traduzem-se basicamente na concepção 
da experiência direta como o melhor teste de verificação, a possibilidade de uma visão mais 
aprofundada dos sujeitos da pesquisa, assim como a perspectiva de descoberta de aspectos 
novos de um problema, o que pode ser constatado nesse trabalho. 
Para os registros fotográficos e de vídeo, a pesquisadora contou com o auxílio, além de 
sua orientadora (Giselle Costa de Sousa) e coorientadora (Gabriela Lucheze de Oliveira), de 
um mestrando (Allysson Emanuel Januário da Costa) também vinculado ao Programa de Pós-
Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática (PPGECNM) da UFRN. Acerca 
desses instrumentos de coleta de dados, Vergara (2009) afirma que eles, além de trazerem 
contribuições para o pesquisador, no sentido da compreensão dos episódios ocorridos, ilustram 
para os leitores dos trabalhos características observadas durante a pesquisa. 
Com relação aos questionários, destaca-se que de acordo com Laville e Dionne (1999), 
essa ferramenta consiste em preparar perguntas sobre o tema visado, em função da hipótese, 
para interrogar os indivíduos que compõem a amostra escolhida, na pesquisa, para representar 
uma população. Nesse sentido, os questionários como instrumentos depesquisa foram 
utilizados ao início e ao fim da pesquisa, com os objetivos de conhecer o perfil, conhecimentos 
prévios dos participantes quanto às temáticas presentes na pesquisa, e avaliação da proposta 
realizada, respectivamente. Vale ressaltar que ambos os questionários contaram com perguntas 
abertas e fechadas, conforme apêndices B e C. 
A análise dos dados foi realizada com base nos procedimentos descritos por Bogdan e 
Biklen (1982): delimitação progressiva do foco de estudo, formulação de questões analíticas, 
aprofundamento da revisão de literatura, testagem das ideias junto aos sujeitos e uso extensivo 
de comentários, observações e especulações ao longo da coleta. 
Em síntese, neste trabalho desenvolvemos uma proposta de atividades que integram a 
HM e as TDIC, via IM, para o estudo de álgebra geométrica, particularmente, solução 
geométrica de equações algébricas pelo método de Ibn Turk. Fossa, Mendes e Valdés (2006) 
5 
 
 
 
lamentam a ausência ou pouca participação da HM na formação universitária do Brasil e 
apontam que as matérias ensinadas no Ensino Superior deveriam contemplar uma visão 
histórica dos conteúdos ensinados, sendo ela necessária, por exemplo, para apresentar aos 
estudantes um panorama geral do desenvolvimento da matemática. 
Nesse sentido, considera-se que essa pesquisa se justifica pela contribuição que pode 
trazer à formação inicial do professor de matemática, tendo em vista que a potencial aliança 
entre HM e TDIC via IM pode fomentar seu ensino, especialmente no tocante à álgebra 
geométrica. A expectativa é que a pesquisa impacte positivamente no ensino da matemática, 
no sentido de que os conhecimentos construídos/desenvolvidos a partir do trabalho, apesar de 
ser em âmbito local, tenham significado em outros contextos, constituindo-se como fonte de 
pesquisa e auxiliando a resolução de questões referentes a História da Matemática, Investigação 
Matemática e Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, assim como sua utilização 
em sala de aula no ensino de matemática. 
Considerando o que foi exposto, essa dissertação está estruturada em cinco capítulos, 
em que o primeiro é essa introdução, na qual se busca oferecer uma perspectiva geral do 
trabalho. 
No segundo capítulo, é abordado o referencial no qual nos embasamos para desenvolver 
esse trabalho. Nesse sentido, são apresentadas considerações de autores acerca da utilização 
pedagógica da HM, das TDIC e da IM como apoio para o aprendizado de matemática. 
No terceiro capítulo, é realizado um estudo histórico bibliográfico sobre o tema em que 
há a apresentação do recorte histórico escolhido como base para o desenvolvimento do caderno 
de atividades. Sendo assim, é feito um panorama geral acerca da história da civilização islâmica, 
evidenciando o cenário de seu surgimento, a sua expansão e os seus aspectos políticos e 
econômicos, com foco no período medieval. Também são feitas considerações acerca da ciência 
islâmica medieval, além da apresentação de um de seus representantes, Ibn Turk (século IX), e 
sua produção matemática. 
O capítulo quatro diz respeito à apreciação do produto educacional com a elaboração do 
caderno de atividades, ou seja, o modo como foram preparadas as atividades com base nas 
pesquisas realizadas, além do detalhamento do processo de aplicação desse produto 
educacional, que, como já posto, foi desenvolvido sob uma perspectiva de HM articulada com 
as TDIC via IM. Assim, é feita a análise dos dados obtidos a partir de comparações entre esses 
e os fundamentos da pesquisa. 
6 
 
 
 
O último capítulo desse trabalho indica nossas principais reflexões acerca da pesquisa 
desenvolvida, análises de dificuldades e resultados obtidos mediante os objetivos traçados 
inicialmente, assim como possibilidades para trabalhos futuros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
2 FUNDAMENTOS DA PESQUISA 
 
Nesse capítulo será apresentada a base que fundamenta o desenvolvimento dessa 
pesquisa. Inicialmente, são destacados argumentos referentes à utilização pedagógica da 
História da Matemática (HM). Em seguida, são feitas reflexões acerca da Investigação 
Matemática (IM) enquanto abordagem nas aulas de matemática. Por fim, são discutidas as 
potencialidades pedagógicas das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) 
em sala de aula. 
2.1 Sobre a utilização da História da Matemática no ensino de matemática 
 O processo de ensino-aprendizagem em matemática envolve vários aspectos pautados 
na tríade professor-aluno-conhecimento. De acordo com Miguel (1993), entre Clairaut (1713-
1765) e Castelnuovo (1913-2014) e na atualidade é significativo o número de matemáticos e 
educadores matemáticos que reposicionam a história como abordagem de ensino e recurso 
pedagógico e que influi diretamente na tríade mencionada. 
A História da Matemática pode trazer respostas para vários dos problemas da sala de 
aula. Um deles é a recorrente pergunta dos alunos sobre quem inventou a matemática. Mendes, 
Fossa e Valdés (2006) concordam com essa visão, apontando que a história é uma tentativa de 
responder aos questionamentos acerca do processo de construção das informações 
apresentadas no presente, podendo ainda ser utilizada como ferramenta mediadora na 
elaboração de novos meios para compreensão e explicação de fenômenos históricos, à medida 
que a sociedade se transforma e os vê de outra maneira. Nesse sentido, a história cria nos 
alunos um posicionamento crítico frente à própria história, possibilitando (re)leituras e 
reflexões para acontecimentos históricos. 
É importante ressaltar ainda que a interrogação feita pelos alunos acerca da elaboração 
da matemática encontra raízes na maneira como, algumas vezes, é ensinada essa disciplina em 
sala de aula: como um conjunto de fórmulas, regras e procedimentos, um produto já finalizado, 
em que o educando deve apenas seguir o que é posto pelo professor, como um instrumentista 
operador de fórmulas. Além disso, uma das características específicas de parte das publicações 
matemáticas é a de destacar unicamente os resultados matemáticos e ocultar a sua forma de 
produção. De acordo com D’Ambrosio (1996, p. 14): 
 
o que chamamos matemática é uma resposta à busca de sobrevivência e de 
transcendência, acumulada e transmitida ao longo das gerações, desde a pré-história. 
8 
 
 
 
O mesmo se dá com as religiões, com as técnicas, com as artes e com as ciências em 
geral. 
 
Nessa mesma direção, Roque (2012, p. 20) considera que: 
 
Um dos fatores que contribuem para que a matemática seja considerada abstrata reside 
na forma como a disciplina é ensinada, fazendo-se uso, muitas vezes, da mesma ordem 
de exposição presente nos textos matemáticos. Ou seja, em vez de partirmos do modo 
como um conceito matemático foi desenvolvido, mostrando as perguntas às quais ele 
responde, tomamos esse conceito como algo pronto. 
 
Nesse contexto, o processo construtivo da matemática por gerações anteriores à nossa, 
quando abordado em sala de aula, auxilia os estudantes a compreender o desenvolvimento 
dessa ciência em cada momento histórico, além de refletir sobre a formalização de leis 
matemáticas e situar a matemática como manifestação cultural. De acordo com Mendes, Fossa 
e Valdés (2006), “a história como forma de resgate da cultura pode contribuir para que os 
estudantes estabeleçam ricas conexões entre os aspectos cotidiano, escolar e científico da 
matemática”. (MENDES; FOSSA; VALDÉS, 2006, p. 94, grifo nosso). 
Quando o conhecimento passa a ser visto, pelos estudantes, como algo que cresce e se 
desenvolve historicamente nas mais variadas direções, se torna mais fácil de perceber que o 
conhecimento matemático trata de objetos culturais produzidos e utilizados em cada fase do 
desenvolvimento das sociedades espalhadas pelo planeta, ao longo dos anos, e não como uma 
sequência de representaçõesalgorítmicas, fórmulas, teoremas e definições sem significado e/ou 
evolutivo e linear. 
Gutierre (2011) afirma que a História da Matemática pode revelar diferentes métodos 
para resolver um mesmo tipo de problema, o que é de grande valor pedagógico, pois além de 
ajudar o aluno a compreender diferentes faces de um mesmo problema, permitirá que ele 
compreenda o que há de comum nas diversas soluções. Essa visão concorda com a de Mendes 
(2006, p. 91, grifo nosso) que afirma: “A viabilidade de uso pedagógico das informações 
históricas baseia-se em um ensino de matemática centrado na investigação”. 
Acerca dos problemas históricos, eles podem ser o subsídio dos estudantes na 
formalização dos conceitos, no sentido de entender porque, na matemática, foi necessário 
estabelecer essas definições, que muitas vezes se mostram complicadas para os alunos. Esse 
contexto colabora com uma aprendizagem significativa, além de que, sob a ótica da resolução 
de problemas, a historicidade dos mesmos favorece com abordagem investigativa nas aulas de 
matemática com a vantagem adicional de humanizar essa ciência e ainda, contribuir para que 
os estudantes vejam no passado suas próprias dificuldades na aprendizagem. De fato, 
9 
 
 
 
 
a visão histórica transforma meros fatos e destrezas sem alma em porções de 
conhecimento buscadas ansiosamente, e em muitas ocasiões com genuína paixão por 
homens de carne e osso que se alegraram imensamente quando pela primeira vez se 
depararam com elas. Quantos desses teoremas, que em nossos dias têm aparecido para 
os estudantes como verdades que saem da obscuridade e se dirigem para o nada, têm 
mudado de aspecto para nós ao adquirir um perfeito sentido dentro da teoria, depois 
de havê-la estudado mais a fundo, incluído seu contexto histórico e biográfico? 
(MENDES, FOSSA E VALDÉS, 2006, p. 14) 
 
Tais autores afirmam ainda que atividades apoiadas na investigação histórica 
apresentam uma série de informações que possibilitam aos estudantes uma ampliação maior do 
conhecimento aprendido, tanto na dimensão matemática através dos porquês e comos, e por 
outro lado, no aspecto cotidiano, escolar e científico deste conhecimento. De acordo com 
Miguel e Miorim (2008), desde que devidamente constituída com fins pedagógicos e 
organicamente articulada com as demais variáveis que intervêm no processo de ensino-
aprendizagem escolar da matemática, a história pode e deve se constituir ponto de referência 
tanto para a problematização pedagógica quanto para a transformação qualitativa da cultura 
escolar e, mais particularmente, da cultura matemática que circula e da educação matemática 
que se promove e se realiza no interior da instituição escolar. 
Esses autores apresentam ainda diversos argumentos acerca do potencial da utilização 
da História da Matemática no ensino: a história é fonte de motivação, de objetivos, de métodos, 
de seleção de problemas práticos, curiosos, informativos e recreativos. Assim sendo, cabe ao 
docente identificar e estudar acerca dos tópicos matemáticos a serem abordados em sala de aula, 
para pesquisar como esses temas deverão ser desenvolvidos a partir da História da Matemática, 
e quais recursos didáticos serão utilizados a depender dos objetivos de aprendizagem. No 
entanto, Fossa (2008) relata que a História da Matemática terá alto poder motivador para 
alguns alunos, mas, não para outros, e que apesar da História da Matemática poder ajudar a 
superar algumas das enfermidades pedagógicas enfrentadas pelo docente, não se pode 
esperar que essa proposta didática resolva todas as questões pertinentes a esse assunto. 
Além disso, o professor deve ter atenção para não reduzir a História da Matemática a 
datas, nomes, locais, biografias ou narrações metódicas dos fatos, excluindo todo processo 
de construção de determinado assunto, ou ainda dar destaque à matemática realizada por 
determinados grupos e não por outros, bem como, não dar ideia de que é linear e evolutiva 
sempre, desprezando suas idas e vindas e contribuições de diferentes períodos. Ao fazer dessa 
forma, o docente afastará ainda mais os alunos dos conhecimentos matemáticos, além de 
reforçar crenças negativas nos educandos. De acordo com Sousa (2012), a história desempenha 
10 
 
 
 
a função de servir ao ensino, e por estar aliada à teoria e à prática da educação, só deve ser 
exercida e concretizada em definições tratadas com propriedade e transpostas para a realidade 
atual, deixando de ser apenas algo do passado que serviu ao passado, se tornando algo do 
presente que serve ao presente em constante continuidade acadêmica e científica. 
Maza (1996) salienta, ainda nessa perspectiva, que a HM não é um simples conjunto e 
problemas históricos para introduzir em classe, umas anedotas biográficas que motivem o aluno 
ou um recurso ocasional. Concordamos com essa visão, e por isso, nessa pesquisa, a história 
foi utilizada para a construção das noções matemáticas pelos estudantes a partir de problemas 
para reconstruir e interpretar o passado, assim como relacioná-lo ao contexto atual, a partir de 
investigações históricas com apoio das TDIC. Para Fauvvel (1991, p. 87), 
 
Os estudantes podem vivenciar experiências manipulativas resgatadas das 
informações históricas, com vistas a desenvolver o seu espírito investigativo, sua 
curiosidade cientifica e suas habilidades matemáticas, de modo a alcançar sua 
autonomia intelectual, principalmente por percebermos que atualmente a escola está 
deixando cada vez mais de lado esses aspectos indispensáveis para uma educação 
integral e formadora de cidadãos pensantes. 
 
Assim, a utilização pedagógica da HM pode trazer outros benefícios para além de 
melhor compreensão dos conteúdos matemáticos: as competências de observação, construção, 
reflexão, argumentação, estabelecimento de conexões com outros conceitos matemáticos e até 
mesmo, interdisciplinares, estão presentes quando tal abordagem histórica é aplicada em sala 
de aula. Nesse contexto, nossa visão é a de que a História da Matemática deve ser vista como 
um elemento orientador na elaboração de atividades, no estudo de situações-problema e 
na busca de referências e métodos para melhor compreender os conceitos matemáticos. 
Conforme Roque (2012, p. 23, grifo nosso), com a HM, 
 
podemos, então, analisar o momento no qual os conceitos foram criados e como os 
resultados, que hoje consideramos clássicos, foram demonstrados, contrabalançando 
a concepção tradicional que se tem da matemática como um saber operacional, técnico 
ou abstrato. A história da matemática pode perfeitamente tirar do esconderijo os 
problemas que constituem o campo de experiência do matemático, ou seja, o lado 
concreto do seu fazer, a fim de que possamos entender melhor o sentido de seus 
conceitos. 
 
A adoção dessa perspectiva pedagógica em relação à HM como fonte geradora de 
conhecimento matemático escolar remete ao conceito de investigação matemática, tópico que 
abordaremos posteriormente. Por enquanto, adianta-se que investigar está ligado à 
experimentação e à descoberta, de forma que é feita a formulação de perguntas as quais não se 
tem resposta pronta, sendo tal resposta buscada a partir do levantamento e validação de 
11 
 
 
 
conjecturas. Portanto, a abordagem da matemática sob uma conjunção HM-IM se dá por meio 
da problematização de situações da HM que culminam na (re)descoberta/desenvolvimento de 
conclusões históricas relacionadas à resolução de equações quadráticas via raciocínio 
geométrico. Ferreira (1998) afirma que é no sentido de reconstrução conceitual que a História 
da Matemática tem seu valor cognitivo importante, tendo em vista que a história é um fator 
também imprescindível na formalização de conceitos. 
Em nossa pesquisa, concordando com o que afirma Swetz (1989), os problemas 
históricos possibilitam o esclarecimento e o reforço de muitos conceitos, propriedades emétodos matemáticos que são ensinados; constituem veículos de informação cultural e 
sociológica; refletem as preocupações práticas ou teóricas das diferentes culturas em diferentes 
momentos históricos; constituem meios de aferimento da habilidade matemática de nossos 
antepassados; permitem mostrar a existência de uma analogia ou continuidade entre os 
conceitos e processos matemáticos do passado e do presente. 
Na abordagem da HM sob a perspectiva apontada anteriormente, que fomente nos 
estudantes a investigação como meio de construção de sua aprendizagem e autonomia, destaca-
se o papel fundamental do professor. Uma história-problema, segundo Miguel e Miorim (2008), 
contrapõe-se às formas mais difundidas de utilização de história nas aulas de matemática que 
nada mais fazem do que realizar uma sobreposição de abordagens, ou seja, acrescentar à 
abordagem lógica (antepondo ou diluindo ao longo de seu desenvolvimento), tal qual apresenta 
um tema ao estudante, algumas informações históricas de natureza estritamente factual ligadas 
ao conteúdo em questão, encarados somente como acessórios ou ornamentos. 
Além disso, Mendes, Fossa e Valdés (2006) enfatizam que, em livros didáticos, também 
é apresentada a HM dessa forma, a partir da inclusão de certas informações tratando acerca de 
figuras históricas e/ou acontecimentos que se constituem desnecessários à aquisição 
(geração/construção) de conhecimento matemático pelo estudante. Considerando tais 
constatações feitas pelos autores, é fundamental que, na formação de professores, sejam 
discutidas e demonstradas de que maneiras a história poderá ser usada como um recurso 
favorável à construção das noções matemáticas pelos estudantes, durante as suas atividades 
escolares. Esse se constitui um dos objetivos da nossa pesquisa, como já exposto na introdução. 
Para tal feito, buscamos aliar a geometria presente na álgebra de Abd Al-Hamid Ibn Turk e a 
álgebra no estágio atual, conduzindo o estudante a fazer (re)descobertas a partir da investigação 
de problemas inspirados no contexto islâmico medieval. 
12 
 
 
 
Conforme Mendes (2006, p. 64), a utilização pedagógica da HM exige vários 
conhecimentos por parte do professor, tais como “o nível de amadurecimento de seus alunos, 
do grau de aprofundamento a dar no assunto a ser abordado em sala de aula e do nível de 
autonomia dos estudantes com relação a busca da própria aprendizagem. ” 
Considerando o exposto, cabe ressaltar a importância do estudo, da pesquisa e da 
reflexão no que diz respeito à utilização correta da História da Matemática nas aulas de 
matemática como atividades de mediação de conhecimentos e produção de atitudes acadêmicas 
valorizadas (MIGUEL; MIORIM, 2008), inclusive no ensino superior. Acerca da abordagem 
da História da Matemática nessa etapa de ensino, Fauvel e Maanen (2000) destacam como 
funções básicas da mesma: 
 
i) levar os futuros professores a conhecer a matemática do passado (função direta da 
História da Matemática) 
ii) melhorar a compreensão da matemática que eles irão ensinar (funções 
metodológicas e epistemológicas) 
iii) fornecer métodos e técnicas para incorporar materiais históricos em sua prática (o 
uso da História da Matemática em sala de aula) 
iv) ampliar o entendimento do desenvolvimento do currículo e de sua profissão (a 
História do ensino da matemática) (FAUVEL; MAANEN, 2000, p.110). 
 
Em linhas de pensamento semelhantes com as de Fauvel e Maanen (2000), Morey e 
Mendes (2012) apontam para a complexidade da prática profissional do professor de 
matemática, indicando a HM como possibilidade de ampliação de conhecimento sobre vários 
temas, compreensão dos conceitos e procedimentos indispensáveis à relação 
aprendizagem/ensino de matemática, além de entendimento sobre a natureza dessa ciência. 
Dessa forma, esse caderno de atividades, conforme já exposto, se baseia em uma proposta que 
utiliza a HM em conjunção com as TDIC sob a perspectiva de IM. Dando seguimento a esse 
trabalho, portanto, trataremos nesse momento do nosso respaldo em relação à utilização das 
TDIC no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes. 
 
2.2 Quanto à utilização de tecnologias digitais da informação e da comunicação em sala 
de aula 
 
O advento e a popularização da tecnologia computacional, especialmente no início do 
século XXI, causaram diversas mudanças na vida humana: desde a economia até o lazer 
passaram a ser influenciados pela informática. A presença abundante da tecnologia no 
cotidiano, contracenando com a velocidade e a numerosidade de informações, mostra uma 
13 
 
 
 
realidade antes desconhecida pelos indivíduos. De acordo com Leite (2011, p. 64): “[...] 
estamos vivendo o fortalecimento da cultura digital, que tem tido participação cada vez mais 
abrangente na vida das pessoas de todas as idades e localizadas praticamente em todas as partes 
do globo.”. 
Primeiramente destaca-se que a informática é uma tecnologia, assim como outras que 
existem há mais tempo e já são muito utilizadas na educação, como, por exemplo, lápis, quadro 
branco e papel. Isso porque a definição de tecnologia diz respeito à instrumentos que auxiliam 
os seres humanos a realizarem tarefas. Nesse sentido, Levy (1993) enfatiza que a história das 
tecnologias sempre esteve entrelaçada com a história da própria humanidade. 
Apoiando-se nessa visão, Borba e Penteado (2003) defendem que não é adequada uma 
visão dicotômica entre homem-mídia, já que, sob um panorama histórico, sugere que os 
indivíduos são constituídos por técnicas que estendem e modificam seu raciocínio e, 
simultaneamente, esses mesmos indivíduos estão continuamente transformando essas técnicas. 
Por esse motivo, os autores adotam “uma perspectiva teórica que se apóia na noção de que o 
conhecimento é produzido por um coletivo formado por seres-humanos-com-mídias, ou 
seres-humanos-com-tecnologias”. (BORBA; PENTEADO, 2003, p. 48, grifos nossos). 
Nas constatações de Ponte, Brocardo e Oliveira (2009), o suporte tecnológico permite o 
desenho, a manipulação e a construção de entes matemáticos, facilita a exploração de 
conjecturas e a investigação de relações que precedem o uso do raciocínio formal, o que 
contribui com as ideias de IM apresentadas nessa pesquisa. Os autores enfatizam ainda que 
vários estudos destacam também que a utilização dessas tecnologias facilita a recolha de dados 
e o teste de conjecturas, apoiando, desse modo, explorações mais organizadas e completas e 
permitindo que os alunos se concentrem nas decisões em termos do processo, o que pressupõe 
a valorização do saber e do fazer históricos na ação cognitiva dos estudantes, presentes em 
nossa proposta. 
Posto isso, destacamos nossa escolha de utilizar o software Geogebra4 como ambiente 
para exploração dos estudantes quanto às construções históricas realizadas e analisadas sob a 
perspectiva de investigação matemática de problemas que envolvem soluções de equações 
quadráticas pela álgebra geométrica de Ibn Turk. A escolha do software se deu por vários 
motivos, sendo o principal deles a harmonia dos objetivos das atividades a serem realizadas 
com os recursos disponibilizados no Geogebra, em especial, a associação dos campos de 
 
4 Software de matemática dinâmica desenvolvido por Markus Hohenwarter, em 2001, com o objetivo de ser 
utilizado para o ensino e aprendizagem de matemática. Mais detalhes em https://www.geogebra.org/ . 
https://www.geogebra.org/
14 
 
 
 
visualização geométrico e algébrico do mesmo objeto matemático. Além disso, esse software é 
gratuito e de fácil manipulação em uma atmosfera que valoriza a dinâmica, a observação, a 
construção e a experimentação, possibilitando aos estudantes o envolvimento ativo com as 
atividades propostas. 
Sob esse enfoque, a informática é utilizada também como meio para uma maior 
integração/participação dos estudantesnas aulas; eventos muitas vezes complicados de 
serem realizados em ambientes sem a presença das tecnologias. Em aulas expositivas, por 
exemplo, os alunos algumas vezes se sentem inibidos a envolver-se na aula, agindo, apenas 
como ouvintes. Nesse sentido, é importante ressaltar que a aprendizagem não se dá a partir da 
fala do professor; ela exige, para além disso, o diálogo entre docentes e alunos, a colaboração 
de ambos para a construção/desenvolvimento de um conhecimento que vá além da 
memorização de fórmulas e algoritmos, no caso de matemática. No posicionamento de Borba 
e Penteado (2017), é enfatizada a dinâmica da informática nas aulas: um problema que pode 
remeter a outro, a interação entre professores, alunos e tecnologia que gera conjecturas e ideias 
matemáticas, originando assim uma perspectiva de experimentação que inverte a ordem de 
exposição oral da teoria, exemplos e exercícios e permitindo uma nova ordem pautada na 
investigação e, então, teorização/formalização dos conhecimentos. No caso de equações 
quadráticas, assunto abordado no nosso produto educacional, é possível notar diversas vezes 
um ensino marcado pela representação algorítmica do conceito - aplicação de fórmula, ou seja, 
priorização excessiva da aprendizagem mecânica, que não faz relação, por exemplo, com 
aspectos geométricos e origem das fórmulas utilizadas atualmente, como proposto nessa 
pesquisa. 
Assim, consideramos que o Geogebra propiciará o desenvolvimento de uma atitude 
investigatória por parte dos alunos, subsidiando uma categoria de experimentação que 
possibilitará, por um lado, otimização de tempo na reconstrução de conhecimentos históricos 
e associação desses com o hoje, que, caso realizadas de outra forma, poderiam levar muito 
tempo para serem criadas, investigadas e compreendidas. De fato, Ponte, Brocardo e Oliveira 
(2009, p. 85) apontam que “a possibilidade de usar programas de Geometria Dinâmica facilita 
a realização de experiências que, de outro modo, se tornariam morosas e difíceis de analisar”. 
Ainda esclarecendo, esta otimização do tempo aqui tratada envolve redução deste, mas vai além 
disto, ou seja, não é só, diminuir o tempo de execução das atividades, mas aproveitá-lo da 
melhor forma e, quando, diminuído, usar o tempo ganho para investigar e explorar relações. 
15 
 
 
 
Nessa dinâmica proposta pela utilização das tecnologias em sala de aula, o papel do 
professor é redimensionado: ele passa de expositor de conteúdo para apoiador de seus alunos, 
para propositor de saberes, provocador de situações, formulador de problemas, criador de 
possibilidades e de articulações entre diferentes áreas, orientador, aquele que mobiliza/estimula 
seus alunos na construção do conhecimento. Considerando o que foi posto, Silva (2011, p. 95) 
afirma que o docente deve, em sala de aula: 
 
- oferecer múltiplas informações (em imagens, sons, textos, etc.), utilizando ou não 
tecnologias digitais, mas sabendo que estas, utilizadas de modo interativo, 
potencializam consideravelmente ações que resultam em conhecimento. 
- ensejar (oferecer a ocasião de...) e urdir (dispor entrelaçados os fios da teia, enredar) 
múltiplos percursos para conexões e expressões com o que os alunos possam contar 
no ato de manipular as informações e percorrer percursos arquitetados. 
- estimular os alunos a contribuir com novas informações e a criar e oferecer mais e 
melhores percursos, participando como coautores do processo. 
 
Acerca disso, Borba e Penteado (2003) entendem que a utilização de tecnologias na 
educação matemática é harmoniosa com uma visão de construção do conhecimento que 
privilegia o processo e não o produto-resultado em sala de aula, e que entende o conhecimento 
como tendo sempre um constituinte que depende do sujeito. Em consonância com essa visão, 
Valente (1993) ressalta que: 
 
[...] ao invés de memorizar informação, os estudantes devem ser ensinados a 
procurar e a usar a informação. Estas mudanças podem ser introduzidas com a 
presença do computador que deve propiciar as condições para os estudantes 
exercitarem a capacidade de procurar e selecionar informação, resolver problemas e 
aprender independentemente. [...] A função do aparato educacional não deve ser a de 
ensinar mas sim a de promover o aprendizado. Isto significa que o professor deixa de 
ser o repassador do conhecimento — o computador pode fazer isto e o faz muito mais 
eficientemente do que o professor — para ser o criador de ambientes de aprendizado 
e facilitador do processo pelo qual o aluno adquire conhecimento. (VALENTE, 1993, 
p. 5, grifos nossos) 
 
O dinamismo do Geogebra está associado, de acordo com os pensamentos de Borba, 
Silva e Gadenide (2015, p. 23) “às possibilidades em podermos utilizar, manipular, combinar, 
visualizar e construir virtualmente objetos geométricos, permitindo traçar novos caminhos de 
investigação”. 
As tecnologias têm ainda gerado diferentes formas de elaborar e de representar o 
conhecimento, implicando, portanto, em transformações nas práticas educativas – e é essencial 
para o aluno, enquanto participante da sociedade – se apropriar dessas novas linguagens, novas 
atividades, ou seja, se alfabetizar nesse ambiente tecnológico. Essa questão envolve a formação 
16 
 
 
 
de indivíduos éticos e críticos da realidade tecnológica que é vivenciada, ou seja, cidadãos que 
são formados em interação com os valores da contemporaneidade. Concordando com essa 
visão, Borba e Penteado (2003) defendem que: 
 
O acesso à informática deve ser visto como um direito e portanto, nas escolas públicas 
e particulares o estudante deve poder usufruir de uma educação que no momento atual 
inclua, no mínimo, uma ‘alfabetização tecnológica’. Tal alfabetização deve ser vista 
não com um Curso de Informática, mas sim, como um aprender a ler essa nova mídia. 
Assim, o computador deve estar inserido em atividades essenciais, tais como aprender 
a ler, escrever, compreender textos, entender gráficos, contar, desenvolver noções 
espaciais etc. E, nesse sentido, a informática na escola passa a ser parte da resposta a 
questões ligadas à cidadania. (BORBA; PENTEADO, 2003, p. 17) 
 
A escola tem como responsabilidade social formar pessoas. Essa formação, para ser 
integral/global, deve levar em consideração todo o contexto político, social e econômico que 
vive a sociedade naquele momento. Daí surge a relevância das instituições de ensino 
construírem propostas pedagógicas que dialoguem com as novas tecnologias: elemento que 
adquire uma importância cada vez maior no século XXI. Leite (2011, p. 73) adverte que “a 
escola contemporânea precisa ser problematizadora, desafiadora, agregadora de indivíduos 
pensantes que constroem conhecimento colaborativamente e de maneira crítica”. 
Para a informática adentrar para a sala de aula como parte do coletivo pensante citado 
anteriormente, o ideal é que suas características (algumas já citadas antes) possam ser 
aproveitadas ao máximo, no sentido de melhorar a aprendizagem. Isso deve ser feito com 
enfoques pedagógicos que harmonizem com essas tecnologias, ou seja, práticas educativas que 
valorizem a participação ativa do educando, a significação de conteúdos pelo aluno, 
possibilitem a interdisciplinaridade, a experimentação e a construção de saberes de maneira 
coletiva. Entendemos que a HM está em consonância com essa perspectiva, tendo em vista o 
que já foi exposto. Nesse sentido, enfatiza-se novamente nossa escolha em utilizar o Geogebra 
como tecnologia para o trabalho com investigações históricas, pois a mesma proporcionou a 
realização de construções geométricas de forma rápida e dinâmica, contribuindo para uma 
melhor visualização geométrica e uma maior agilidade na (re)construção de tais construções, 
quando o estudante, por exemplo, necessitava refletir mais sobre alguma etapa do que já havia 
feito. Essa possibilidade ficaria inviável, por exemplo,

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