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Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores

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CINESIOLOGIA E 
BIOMECÂNICA
Noura Reda Mansour
Biomecânica dos 
membros superiores e 
dos membros inferiores
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer a biomecânica dos membros superiores e inferiores du-
rante o movimento. 
 � Identificar as forças que atuam nos membros superiores e inferiores 
durante a marcha.
 � Relacionar o movimento dos membros superiores e inferiores à manu-
tenção do equilíbrio corporal em situações que envolvam alterações 
do movimento humano.
Introdução
Os membros superiores fazem movimentos amplos e são responsáveis 
pela realização das tarefas diárias, já os inferiores sustentam o peso e 
auxiliam a caminhar. Durante a marcha, os membros superiores balan-
çam para contrapor os inferiores, que avançam a cada passo, portanto, 
devido aos sistemas específicos, você consegue caminhar controlando 
a cabeça e a postura. 
Neste capítulo, você estudará a biomecânica dos membros superiores 
e inferiores durante o movimento, as forças que atuam para gerar esses 
movimentos e o motivo pelo qual se consegue realizar as tarefas com 
o corpo equilibrado.
Biomecânica dos membros superiores e 
inferiores durante o movimento
Membros superiores
Os membros superiores são constituídos de ombro, braço, antebraço, mão e 
dedos. O ombro se trata de uma articulação complexa por apresentar cinco 
articulações: glenoumeral, esternoclavicular, acromioclavicular, coracoclavi-
cular e escapuloclavicular. A glenoumeral é considerada a principal articulação 
do ombro por permitir movimentos amplos, sendo do tipo esferoide, executa 
movimentos articulares em todos os eixos e está localizada entre a cabeça 
do úmero e a cavidade glenoidea da escápula. Ela se estabiliza por um grupo 
muscular chamado manguito rotador, composto de músculos supraespinal, 
infraespinal, redondo menor e subescapular (HALL, 2016). Na Figura 1, você 
pode ver a articulação do ombro. 
O músculo supraespinal inicia a abdução do úmero nos primeiros 30º. O 
infraespinal e o redondo menor realizam a rotação externa do ombro, já o 
subescapular é responsável pela rotação interna do ombro.
Figura 1. Articulação do ombro.
Fonte: Kisner e Colby (2015, p. 540).
Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores2
Movimentos do complexo do ombro
Em todos os planos, a elevação do úmero é seguida pela rotação lateral, à 
medida que o braço se eleva tanto na adução como na flexão, essa rotação 
da escápula auxilia na amplitude de movimento total do úmero. No decorrer 
dos primeiros 90º de elevação, a clavícula também se eleva na articulação 
esternoclavicular. Já a articulação glenoumeral realiza movimentos de flexão, 
extensão, adução, abdução, rotação lateral e medial do braço.
Como se trata de uma articulação instável e de movimentos amplos, com o passar 
do tempo ou movimentos repetitivos, a articulação glenoumeral pode lesionar o 
manguito rotador.
O cotovelo é considerado uma articulação do tipo dobradiça e consiste 
em três articulações: umeroulnar, umerorradial e radioulnar proximal. Ela se 
responsabiliza por movimentos de extensão e flexão do cotovelo que ocorrem 
no plano sagital, já os movimentos de pronação e supinação do antebraço 
acontecem no plano transverso.
O punho é constituído de duas articulações: radiocarpal e intercarpais, 
porém, a maioria dos movimentos ocorrem na primeira. No plano sagital, essa 
articulação é responsável pelos movimentos de flexão, extensão e hiperex-
tensão, já no plano frontal, realiza-se os movimentos de desvio radial e ulnar.
A mão possui as articulações carpometacarpal, intermetacarpais, meta-
carpofalângicas e interfalângicas. Os dedos levam o nome de dígitos e são 
numerados de 1 a 5, sendo o polegar o primeiro, cujas articulações (carpo-
metacarpal) e aquela entre o trapézio e o primeiro metacarpo se tratam do 
tipo selar. Considera-se o restante delas como articulações de deslizamento.
As articulações metacarpofalângicas são consideradas do tipo elipsoides e se 
localizam entre as cabeças redondas distais dos metacarpos e as extremidades 
proximais côncavas das falanges (dedos), que permitem movimentos de flexão, 
extensão, abdução, adução e circundação dos dedos. As interfalângicas realizam 
a flexão e a extensão; já a articulação do polegar propicia movimentos amplos 
de flexão, extensão, adução, abdução e oposição do polegar (HALL, 2016).
3Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores
Na Figura 2, você pode visualizar as articulações do cotovelo, do punho 
e da mão.
Figura 2. Membros superiores. A) Articulação do cotovelo. B) Articulações do punho e 
da mão.
Fonte: Kisner e Colby (2015, p. 652).
Membros inferiores
Os membros inferiores são constituídos de quadril, joelho, tornozelo e pé. 
Essas estruturas funcionam em conjunto para sustentar o peso corporal e 
permitir a locomoção, sendo que quaisquer acometimentos nelas podem alterar 
a marcha e o equilíbrio.
A articulação do quadril é do tipo esferoide e permite movimentos amplos, 
assim como a do ombro. Seu encaixe ocorre entre o acetábulo da pelve e a 
cabeça do fêmur, já os seus movimentos se realizam em todos os planos e 
incluem extensão, flexão, adução, abdução, rotação lateral e medial. Você 
pode ver a articulação do quadril na Figura 3.
O joelho é constituído de articulações tibiofemoral e patelofemoral, sustenta 
grandes cargas e, por isso, se torna suscetível às lesões. Sua articulação é do 
tipo dobradiça e permite movimentos de flexão e extensão no plano sagital.
O tornozelo é formado pelas articulações tibiofibular, tibiotalar e talofibular, 
considera-se a primeira uma sindesmose e imóvel. Seus movimentos incluem a 
flexão, denominada também de dorsiflexão, e a extensão, chamada de plantifle-
xão. Veja na Figura 4 as articulações do joelho, tornozelo e pé, respectivamente.
Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores4
Figura 3. Articulação do quadril.
Fonte: Kisner e Colby (2015, p. 710).
Figura 4. Membros inferiores. A) Articulação do joelho. B) Articulações do tornozelo e pé.
Fonte: Kisner e Colby (2015, p. 883).
O pé possui 26 ossos de múltiplas articulações: subalares, interfásicas, 
tarsometatarsais, intermetatarsais, metatarsofalângicas e interfalângicas. 
Nele, são realizados os movimentos de flexão e extensão dos dedos; inversão 
e eversão do pé; pronação e supinação do pé, conforme você pode conferir 
na Figura 5.
5Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores
Figura 5. Movimentos realizados pelas articulações do pé.
Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 173).
Movimento dos membros superiores e 
inferiores durante a marcha
Na marcha, os membros superiores balançam paralelos aos membros inferiores 
em um movimento pendular (MAFFRA et al., 2017). Por exemplo, no contato 
do calcanhar com o solo, o ombro fica estendido e balança para equilibrar as 
forças de rotação do tronco. Segundo uma pesquisa realizada por Maffra et 
al. (2017), durante a marcha, no plano sagital, os braços oscilam com uma 
maior amplitude devido ao movimento da cintura escapular, realizando a 
flexão e a extensão.
Já o cotovelo, no momento em que o calcanhar entra em contato com o 
solo, é fletido em 20º e se flexiona cerca de 45º à medida que o ombro se 
flexiona fletindo. Na metade do ciclo da marcha, quando o ombro se estende, 
ele também é estendido para voltar aos 20º de flexão.
Movimento dos membros inferiores durante a marcha
O movimento dos membros inferiores durante a marcha é avaliado nos planos 
sagital, frontal e transversal, porém, neste capítulo, você estudará o movimento 
desses membros apenas no plano sagital. 
Ao iniciar o contato com o solo, o quadril está em flexão de 25º e se estende 
gradativamente para alcançar a hiperextensão máxima de 10º na fase de apoio 
da marcha. Depois de ter alcançado a hiperextensão, ele começa a se flexionar 
Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores6
até atingir a flexão máxima nos 80 a 85% dociclo (OATIS, 2014). Segundo 
Houglum e Bertotti (2014), essa hiperextensão do quadril é acompanhada pela 
extensão da coluna lombar e inclinação pélvica anterior.
No ciclo da marcha, o joelho realiza movimentos de extensão e flexão. No 
contato inicial, ele se encontra em uma flexão de 3 a 5º, próximo à extensão, 
mas depois disso é flexionado durante a resposta à carga — no final dessa 
fase, a flexão chega em 15 a 20º. O joelho começa a se estender durante o 
apoio médio para diminuir o esforço muscular na sustentação do peso em 
um único membro, sua extensão máxima acontece no apoio final. Após ter 
alcançado a extensão total, ele inicia a flexão máxima na fase de apoio entre 
35 e 40º, próximo ao pré-balanço.
Já nos apoios inicial e médio, o joelho é flexionado para encolher o membro 
e afastar o pé do solo, o qual fica em sua flexão máxima (de 60 e 65º) durante 
o apoio médio em todo o ciclo da marcha. No decorrer do apoio final, o joelho 
se estende até chegar à sua extensão total. 
Durante o ciclo da marcha, o tornozelo realiza duas vezes a f lexão 
plantar e a dorsiflexão. Sua articulação se encontra em uma posição neutra 
no contato inicial. Já na resposta à carga, é realizada uma flexão plantar 
para que toda a região plantar do pé fique em contato com o solo. Depois, 
a perna avança para frente sobre o pé fixo para entrar no apoio médio e, no 
final dessa fase, o tornozelo faz uma dorsiflexão de 10º. Durante o apoio 
final, o calcanhar sai do solo, e o tornozelo realiza uma flexão plantar, o 
que leva o membro à fase de balanço. Logo após, o pé faz o movimento de 
dorsiflexão para a posição neutra, a fim de afastar os dedos do solo. Na 
marcha, a flexão plantar predomina mais que a dorsiflexão (HOUGLUM; 
BERTOTTI, 2014).
Já a pelve é inclinada anteriormente quando o quadril se estende, o que 
auxilia na hiperextensão deste no apoio final. Quando o membro atingir o 
pré-balanço, ela retorna à inclinação posterior. No decorrer da fase de balanço, 
ela atinge essa inclinação e, logo após, se inclina anteriormente no balanço 
inicial ao médio. A pelve se move em direção à inclinação posterior no balanço 
final para se rebaixar novamente.
Nas Figuras 6 e 7, você pode verificar os movimentos dos membros infe-
riores durante a marcha.
7Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores
Figura 6. Movimento dos membros inferiores durante a marcha.
Fonte: Lippert (2014, p. 305).
Figura 7. Movimento dos membros inferiores durante a marcha.
Fonte: Houglum e Bertoti (2014, p. 549).
Forças que atuam nos membros superiores e 
inferiores durante a marcha 
A força é estudada pela cinética e dividida em interna e externa. As forças 
internas consistem no resultado da atividade muscular, sendo produzidas pelo 
Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores8
estiramento e pela elasticidade dos tecidos. Já as externas são classificadas 
em força de reação do solo (FRS); aquela produzida por outros indivíduos; e 
carga externa ou resistência.
A avaliação da cinética da locomoção se baseia na terceira Lei de Newton 
ou lei de ação e reação, a qual afirma que para cada ação existe uma reação 
igual que ocorre em sentido contrário, portanto, a intensidade da reação é 
igual à da ação (LIPPERT, 2014). 
Imagine que você esteja pulando na cama elástica. Sua ação é pular (empurrando-a 
para baixo), e a reação é o empurrão da cama, com a mesma força, que te empurra 
na direção oposta a qual está pulando (LIPPERT, 2014).
Durante a locomoção, as mudanças das forças são controladas pelos 
músculos esqueléticos, sendo que a força exercida pela superfície de marcha 
contra o pé é denominada FRS, descrita por três componentes: a magnitude 
(intensidade), direção (classificação de um centro de coordenadas) e o sentido 
de deslocamento. Ela também se trata de uma aplicação da terceira Lei de 
Newton.
A FRS resulta das ações musculares e do peso do corpo que são transmi-
tidos pelos pés. Durante a marcha, os pés estão no solo simultaneamente, e 
os efeitos do centro de gravidade resultam da soma das suas forças. A FRS 
relacionada ao movimento do corpo é avaliada pelas plataformas de força.
As forças são transmitidas de forma tridimensional devido às funções 
do corpo serem dimensionais, com três direções diferentes: vertical, ante-
roposterior e médio-lateral. O componente vertical da FRS resulta do peso 
corporal e de qualquer aceleração/desaceleração que acontece no solo, e é 
fundamental para o centro de gravidade que mantém o centro de massa acima 
da superfície de contato (ORTIZ, 2010). Ele se trata da força de aceleração 
ou desaceleração do movimento do corpo para frente, sendo maior em dois 
momentos específicos da fase de apoio: o contato inicial, quando o membro 
chega ao solo; e o pré-balanço, em que a massa corporal acelera para levar a 
perna e o corpo para frente. Essa força ultrapassa o peso corporal.
9Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores
Em lesões, as fraturas de membros ou os acometimentos neurológicos prejudicam a 
marcha por modificarem o mecanismo dos três componentes de força: a magnitude, 
a direção e o sentido de deslocamento.
Já o componente anteroposterior indica as forças anteroposteriores orien-
tadas ao pé no contato inicial e no pré-balanço, sendo consideradas de 
cisalhamento. Durante o contato inicial, a força anterior é paralisada pela 
posterior do solo, produzindo o atrito para evitar que o pé escorregue para 
frente. No pré-balanço, por sua vez, a direção dessas forças se modifica 
para deixar que o pé produza a força posterior ao mesmo tempo que o solo 
gera a anterior, o atrito feito nesse momento permite à tração levar o centro 
de massa para frente.
A terceira força componente é considerada a relação médio-lateral entre 
o pé e o solo, sendo a menor das três que representam a FRS. Ela depende 
do movimento lateral do centro de massa do corpo, à medida que este muda 
de um movimento inferior para outro. Há uma grande variação nas forças de 
cisalhamento entre as pessoas, pois o movimento lateral varia e depende de 
fatores como peso, tamanho do passo e força dos músculos laterais do quadril 
(HOUGLUM; BERTOTTI, 2014).
Conforme o pé realiza o contato inicial com o solo, é realizada uma 
aplicação de força lateral para medial do calcanhar, sendo a região lateral 
do calcanhar a primeira que entra em contato com o solo. O movimento 
medial do membro se neutraliza pelas FRS, conforme você pode observar 
na Figura 8.
Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores10
Figura 8. Forças de reação ao solo. O trajeto do centro de pressão se movimenta do calcanhar 
(contato inicial) ao longo do pé até o hálux (final da fase de apoio).
Fonte: Houglum e Bertoti (2014, p. 554).
Movimento dos membros superiores e 
inferiores e manutenção do equilíbrio corporal
Quando uma pessoa é capaz de assumir e se manter em uma posição estável, 
ela está em equilíbrio corporal, mas, mesmo equilibrada, pode estar sujeita 
a uma força externa e se desequilibrar. Imagine que você esteja conversando 
com um amigo no shopping e, de repente, se desequilibra devido a um em-
purrão realizado por uma criança que estava brincando de pega-pega, nessa 
situação, você se desequilibra, porém, rapidamente se ajeita e volta à posição 
de pé, correto? Essa condição se denomina equilíbrio estável. Então, se um 
objeto for deslocado devido à força externa e retornar à sua posição origi-
nal, ele se encontra no estado de equilíbrio estável (HAMILL; KNUTZEN; 
DERRICK, 2016).
Portanto, uma pessoa pode estar em um estado de equilíbrio estático ou 
dinâmico. No primeiro, o corpo está em repouso e, no segundo, ele se mantém 
estável durante o movimento.
11Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores
Saiba mais sobre os equilíbrios estático e dinâmico, observados em ginastas, no link 
a seguir.
https://goo.gl/iSnvyg
Segundo Kisner e Colby (2015), para o controle e a manutenção do equi-
líbrio, é necessária a interação dos sistemasnervoso e musculoesquelético 
com os efeitos contextuais.
O sistema nervoso envolve processamento sensorial, integração sensório-
-motora e estratégias motoras. Já o musculoesquelético auxilia no alinhamento 
postural, na flexibilidade musculoesquelética, na amplitude de movimento, 
na integridade das articulações e na ação muscular, que inclui potência e 
resistência à fadiga, força e sensação — esta envolve toque, pressão, vibração, 
cinestesia e propriocepção. Os efeitos contextuais estudam se o ambiente é 
aberto ou fechado; a superfície de apoio, firme ou escorregadia; o tipo de 
calçado; os efeitos da gravidade; e as forças da inércia sobre o corpo (KISNER; 
COLBY, 2015). Veja na Figura 9 essa relação entre os dois sistemas e os efeitos 
contextuais no controle do equilíbrio.
Figura 9. Relação dos sistemas nervoso e musculoesquelético com os efeitos contextuais 
no controle do equilíbrio.
Fonte: Kisner e Colby (2015, p. 262).
Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores12
Controle do equilíbrio e sistemas sensoriais
A percepção do próprio corpo e seu movimento no espaço exige uma combi-
nação de informações ofertadas por receptores periféricos de vários sistemas 
sensoriais, por exemplo, visual, somatossensorial e vestibular. O sistema 
visual é responsável por fornecer informações como a posição da cabeça em 
relação ao meio ambiente; a orientação da cabeça para manter os olhos nive-
lados; e a direção e o movimento da cabeça. Os estímulos visuais melhoram 
a estabilidade corporal.
Já o somatossensorial é responsável por fornecer informações da posição, 
do movimento do corpo e seus segmentos quanto à superfície de apoio. Esse 
sistema envolve os proprioceptores musculares, constituídos de fusos muscu-
lares e órgão de Golgi; os receptores articulares sensíveis aos movimentos, à 
posição e carga articular; bem como os mecanorreceptores da pele, que captam 
informações de toque, pressão, vibração e alongamento. Esse conjunto se 
responsabiliza pela manutenção do equilíbrio quando a superfície de apoio, 
por exemplo, é firme, plana e fixa; caso ela se mova, ele não será capaz de 
manter o corpo em equilíbrio.
O sistema vestibular, por sua vez, se responsabiliza pela manutenção da 
posição da cabeça em relação à gravidade e, para isso, envolve dois tipos de 
receptores: aqueles nos canais semicirculares e os nos otólitos. Os receptores 
nos canais semicirculares identificam a aceleração angular da cabeça e são 
sensíveis aos seus movimentos rápidos ou quando o corpo é desequilibrado 
devido a um tropeço, por exemplo. Já os receptores nos otólitos identificam 
a aceleração linear e a posição da cabeça em relação à gravidade (KISNER; 
COLBY, 2015).
O movimento linear ocorre quando todas as partes do corpo se movem ao longo 
de uma linha reta na mesma velocidade e direção. Já o angular é caracterizado 
pela rotação de um segmento corporal ao redor do eixo rotacional que passa por 
meio do centro articular. Por exemplo, quando você está caminhando, sua cabeça 
se mantém estável em linha reta e acompanha o movimento da caminhada. Agora, 
imagine que você a virou para olhar uma loja ou a girou para os lados a fim de 
observar o trânsito. Nas duas situações, houve os movimentos linear e angular 
da cabeça.
13Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores
Tipos de controle do equilíbrio
As atividades realizadas no dia a dia precisam de diferentes tipos de controle 
do equilíbrio, como o estático para controlar a postura quando se está de pé 
ou sentado; o dinâmico a fim de estabilizar o corpo durante as transferências, 
por exemplo, de pé para sentado, de sentado para deitado ou para caminhar; e 
as reações posturais automáticas para manter seu equilíbrio sempre que este 
sofrer perturbações externas inesperadas, como quando você levanta do banco 
do avião durante uma turbulência (KISNER; COLBY, 2015).
1. Os membros superiores são 
constituídos de várias articulações, 
responsáveis pelos movimentos 
amplos. Assinale a alternativa que 
contenha a descrição correta das 
articulações desses membros.
a) As articulações do punho 
realizam movimentos de 
eversão e inversão da mão.
b) A articulação glenoumeral 
realiza movimentos amplos 
em todos os planos com 
seus respectivos eixos.
c) As articulações 
metacarpofalângicas são 
esferoides e responsáveis 
apenas pelos movimentos 
de flexão e extensão.
d) O punho é constituído de 
articulações radiocarpal e 
carpal, sendo esta responsável 
pela maior parte dos 
movimentos do punho.
e) O cotovelo é responsável 
pelos movimentos de flexão 
e extensão, realizados 
no plano transverso.
2. Quando você está de pé em 
postura ereta, sem ação de uma 
força, seu corpo tende a ficar 
equilibrado. O controle do equilíbrio 
corporal requer a interação de 
alguns sistemas, em relação a isso, 
assinale a alternativa correta.
a) O sistema nervoso não participa 
do controle do equilíbrio, apenas 
o musculoesquelético por 
meio da contração muscular.
b) O sistema vestibular fornece 
informações sobre a posição 
e os movimentos do corpo.
c) O sistema somatossensorial 
interage apenas com o 
sistema visual para o controle 
do corpo em movimento.
d) A cabeça é orientada para 
manter os olhos nivelados 
devido ao sistema visual.
e) O sistema vestibular é 
independente, pois não precisa 
interagir com outros sistemas 
para a manutenção do equilíbrio.
3. As leis de Isaac Newton são 
conhecidas como as leis da inércia, 
Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores14
da aceleração e de ação e reação. 
Assinale a alternativa que se 
refere às três Leis de Newton.
a) A força de reação do solo 
(FRS) é uma aplicação da 
segunda Lei de Newton, 
sendo estudada na marcha. 
b) Segundo a terceira Lei de 
Newton, uma mudança de 
movimento é proporcional 
à força aplicada e ocorre 
na sua linha de ação.
c) A primeira Lei de Newton 
é observada em esportes 
como corrida e golfe.
d) As três leis estudam tanto 
o equilíbrio estático 
como o dinâmico.
e) A primeira e a segunda Leis de 
Newton não são necessárias 
para o estudo da força no 
movimento humano.
4. Durante a caminhada, são 
aplicadas forças para impulsionar 
os membros e o corpo. Como 
as funções do corpo são 
dimensionais, transmite-se três 
forças tridimensionais. Assinale 
a alternativa que descreve 
corretamente essas forças.
a) O componente anteroposterior 
se refere às forças de 
aceleração e desaceleração.
b) O componente vertical é 
a força de aceleração ou 
desaceleração do movimento 
do corpo para frente.
c) O componente anteroposterior 
indica as forças de cisalhamento, 
sendo orientadas ao pé somente 
na fase de pré-balanço.
d) A terceira força componente 
é considerada a relação 
médio-lateral quando um 
corpo se transfere para 
frente e envolve as forças de 
aceleração e desaceleração.
e) As forças de cisalhamento e 
de aceleração e desaceleração 
são envolvidas pelo 
componente médio-lateral.
5. Os membros inferiores são 
responsáveis pela marcha, pela 
sustentação do peso corporal e 
pelo equilíbrio. Já as articulações 
unem as estruturas ósseas para 
permitir a estabilidade e mobilidade 
do segmento. Considerando isso, 
assinale a alternativa correta.
a) A articulação do quadril é 
considerada de dobradiça 
e responsável por vários 
movimentos.
b) Por ser uma articulação do 
tipo esferoide, o joelho realiza 
no plano sagital movimentos 
de flexão e extensão.
c) O quadril se assemelha à 
articulação do cotovelo, pois 
ambos realizam movimentos 
de abdução e adução.
d) O joelho realiza movimentos 
de flexão e extensão 
no plano sagital.
e) Os movimentos de eversão 
e inversão são específicos 
do pé, sendo realizados 
no plano transverso.
15Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores
DALLA FAVERA, J. M. et al. Análise cinemática na compreensão da postura de membros 
inferiores durante a marcha humana. Salusvita, Bauru, v. 29, n. 1, p. 69–78, 2010. Disponível 
em: <https://secure.usc.br/static/biblioteca/salusvita/salusvita_v29_n1_2010_art_06_por.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2019.
HALL, S. J. Biomecânica básica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 500 p.
HAMILL, J.; KNUTZEN, K. M.; DERRICK, T. R. Bases biomecânicas do movimento humano. 
4. ed. Barueri: Manole, 2016. 
HOUGLUM, P. A.; BERTOTI, D. B. Cinesiologia clínica de Brunnstrom. 6. ed. Barueri: Manole, 
2014. 740 p.
KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 6. ed. Barueri: 
Manole, 2015. 1036 p.
LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica e anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2014. 340 p.
MAFFRA, A. C. M. et. al. Análise cinemática do membro superior humano durante 
a marcha através do modelo multicorpos. In: SAFETY, HEALTH AND ENVIRONMENT 
WORLD CONGRESS, 17., 2017, Vila Real. Anais... Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes, 
e Alto Douro, 2017. p. 177–181. Disponível em: <http://www.copec.eu/shewc2017/proc/
works/40.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2019.
OATIS, C. A. Cinesiologia: a mecânica e a patomecânica do movimento humano. 2. ed. 
Barueri: Manole, 2014. 960 p.
ORTIZ, C. A. L. Classificação da força de reação do solo durante a marcha de sujeitos com 
fratura de membro inferior. 2010. 78 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Biomé-
dica) — Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: 
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TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. 704 p.
Leitura recomendada
ACKLAND, T. R.; ELLIOTT, B. C.; BLOOMFIELD, J. (Ed.). Anatomia e biomecânica aplicadas 
no esporte. 2. ed. Barueri: Manole, 2011. 400 p.
Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores16
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