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CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA Noura Reda Mansour Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer a biomecânica dos membros superiores e inferiores du- rante o movimento. � Identificar as forças que atuam nos membros superiores e inferiores durante a marcha. � Relacionar o movimento dos membros superiores e inferiores à manu- tenção do equilíbrio corporal em situações que envolvam alterações do movimento humano. Introdução Os membros superiores fazem movimentos amplos e são responsáveis pela realização das tarefas diárias, já os inferiores sustentam o peso e auxiliam a caminhar. Durante a marcha, os membros superiores balan- çam para contrapor os inferiores, que avançam a cada passo, portanto, devido aos sistemas específicos, você consegue caminhar controlando a cabeça e a postura. Neste capítulo, você estudará a biomecânica dos membros superiores e inferiores durante o movimento, as forças que atuam para gerar esses movimentos e o motivo pelo qual se consegue realizar as tarefas com o corpo equilibrado. Biomecânica dos membros superiores e inferiores durante o movimento Membros superiores Os membros superiores são constituídos de ombro, braço, antebraço, mão e dedos. O ombro se trata de uma articulação complexa por apresentar cinco articulações: glenoumeral, esternoclavicular, acromioclavicular, coracoclavi- cular e escapuloclavicular. A glenoumeral é considerada a principal articulação do ombro por permitir movimentos amplos, sendo do tipo esferoide, executa movimentos articulares em todos os eixos e está localizada entre a cabeça do úmero e a cavidade glenoidea da escápula. Ela se estabiliza por um grupo muscular chamado manguito rotador, composto de músculos supraespinal, infraespinal, redondo menor e subescapular (HALL, 2016). Na Figura 1, você pode ver a articulação do ombro. O músculo supraespinal inicia a abdução do úmero nos primeiros 30º. O infraespinal e o redondo menor realizam a rotação externa do ombro, já o subescapular é responsável pela rotação interna do ombro. Figura 1. Articulação do ombro. Fonte: Kisner e Colby (2015, p. 540). Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores2 Movimentos do complexo do ombro Em todos os planos, a elevação do úmero é seguida pela rotação lateral, à medida que o braço se eleva tanto na adução como na flexão, essa rotação da escápula auxilia na amplitude de movimento total do úmero. No decorrer dos primeiros 90º de elevação, a clavícula também se eleva na articulação esternoclavicular. Já a articulação glenoumeral realiza movimentos de flexão, extensão, adução, abdução, rotação lateral e medial do braço. Como se trata de uma articulação instável e de movimentos amplos, com o passar do tempo ou movimentos repetitivos, a articulação glenoumeral pode lesionar o manguito rotador. O cotovelo é considerado uma articulação do tipo dobradiça e consiste em três articulações: umeroulnar, umerorradial e radioulnar proximal. Ela se responsabiliza por movimentos de extensão e flexão do cotovelo que ocorrem no plano sagital, já os movimentos de pronação e supinação do antebraço acontecem no plano transverso. O punho é constituído de duas articulações: radiocarpal e intercarpais, porém, a maioria dos movimentos ocorrem na primeira. No plano sagital, essa articulação é responsável pelos movimentos de flexão, extensão e hiperex- tensão, já no plano frontal, realiza-se os movimentos de desvio radial e ulnar. A mão possui as articulações carpometacarpal, intermetacarpais, meta- carpofalângicas e interfalângicas. Os dedos levam o nome de dígitos e são numerados de 1 a 5, sendo o polegar o primeiro, cujas articulações (carpo- metacarpal) e aquela entre o trapézio e o primeiro metacarpo se tratam do tipo selar. Considera-se o restante delas como articulações de deslizamento. As articulações metacarpofalângicas são consideradas do tipo elipsoides e se localizam entre as cabeças redondas distais dos metacarpos e as extremidades proximais côncavas das falanges (dedos), que permitem movimentos de flexão, extensão, abdução, adução e circundação dos dedos. As interfalângicas realizam a flexão e a extensão; já a articulação do polegar propicia movimentos amplos de flexão, extensão, adução, abdução e oposição do polegar (HALL, 2016). 3Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores Na Figura 2, você pode visualizar as articulações do cotovelo, do punho e da mão. Figura 2. Membros superiores. A) Articulação do cotovelo. B) Articulações do punho e da mão. Fonte: Kisner e Colby (2015, p. 652). Membros inferiores Os membros inferiores são constituídos de quadril, joelho, tornozelo e pé. Essas estruturas funcionam em conjunto para sustentar o peso corporal e permitir a locomoção, sendo que quaisquer acometimentos nelas podem alterar a marcha e o equilíbrio. A articulação do quadril é do tipo esferoide e permite movimentos amplos, assim como a do ombro. Seu encaixe ocorre entre o acetábulo da pelve e a cabeça do fêmur, já os seus movimentos se realizam em todos os planos e incluem extensão, flexão, adução, abdução, rotação lateral e medial. Você pode ver a articulação do quadril na Figura 3. O joelho é constituído de articulações tibiofemoral e patelofemoral, sustenta grandes cargas e, por isso, se torna suscetível às lesões. Sua articulação é do tipo dobradiça e permite movimentos de flexão e extensão no plano sagital. O tornozelo é formado pelas articulações tibiofibular, tibiotalar e talofibular, considera-se a primeira uma sindesmose e imóvel. Seus movimentos incluem a flexão, denominada também de dorsiflexão, e a extensão, chamada de plantifle- xão. Veja na Figura 4 as articulações do joelho, tornozelo e pé, respectivamente. Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores4 Figura 3. Articulação do quadril. Fonte: Kisner e Colby (2015, p. 710). Figura 4. Membros inferiores. A) Articulação do joelho. B) Articulações do tornozelo e pé. Fonte: Kisner e Colby (2015, p. 883). O pé possui 26 ossos de múltiplas articulações: subalares, interfásicas, tarsometatarsais, intermetatarsais, metatarsofalângicas e interfalângicas. Nele, são realizados os movimentos de flexão e extensão dos dedos; inversão e eversão do pé; pronação e supinação do pé, conforme você pode conferir na Figura 5. 5Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores Figura 5. Movimentos realizados pelas articulações do pé. Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 173). Movimento dos membros superiores e inferiores durante a marcha Na marcha, os membros superiores balançam paralelos aos membros inferiores em um movimento pendular (MAFFRA et al., 2017). Por exemplo, no contato do calcanhar com o solo, o ombro fica estendido e balança para equilibrar as forças de rotação do tronco. Segundo uma pesquisa realizada por Maffra et al. (2017), durante a marcha, no plano sagital, os braços oscilam com uma maior amplitude devido ao movimento da cintura escapular, realizando a flexão e a extensão. Já o cotovelo, no momento em que o calcanhar entra em contato com o solo, é fletido em 20º e se flexiona cerca de 45º à medida que o ombro se flexiona fletindo. Na metade do ciclo da marcha, quando o ombro se estende, ele também é estendido para voltar aos 20º de flexão. Movimento dos membros inferiores durante a marcha O movimento dos membros inferiores durante a marcha é avaliado nos planos sagital, frontal e transversal, porém, neste capítulo, você estudará o movimento desses membros apenas no plano sagital. Ao iniciar o contato com o solo, o quadril está em flexão de 25º e se estende gradativamente para alcançar a hiperextensão máxima de 10º na fase de apoio da marcha. Depois de ter alcançado a hiperextensão, ele começa a se flexionar Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores6 até atingir a flexão máxima nos 80 a 85% dociclo (OATIS, 2014). Segundo Houglum e Bertotti (2014), essa hiperextensão do quadril é acompanhada pela extensão da coluna lombar e inclinação pélvica anterior. No ciclo da marcha, o joelho realiza movimentos de extensão e flexão. No contato inicial, ele se encontra em uma flexão de 3 a 5º, próximo à extensão, mas depois disso é flexionado durante a resposta à carga — no final dessa fase, a flexão chega em 15 a 20º. O joelho começa a se estender durante o apoio médio para diminuir o esforço muscular na sustentação do peso em um único membro, sua extensão máxima acontece no apoio final. Após ter alcançado a extensão total, ele inicia a flexão máxima na fase de apoio entre 35 e 40º, próximo ao pré-balanço. Já nos apoios inicial e médio, o joelho é flexionado para encolher o membro e afastar o pé do solo, o qual fica em sua flexão máxima (de 60 e 65º) durante o apoio médio em todo o ciclo da marcha. No decorrer do apoio final, o joelho se estende até chegar à sua extensão total. Durante o ciclo da marcha, o tornozelo realiza duas vezes a f lexão plantar e a dorsiflexão. Sua articulação se encontra em uma posição neutra no contato inicial. Já na resposta à carga, é realizada uma flexão plantar para que toda a região plantar do pé fique em contato com o solo. Depois, a perna avança para frente sobre o pé fixo para entrar no apoio médio e, no final dessa fase, o tornozelo faz uma dorsiflexão de 10º. Durante o apoio final, o calcanhar sai do solo, e o tornozelo realiza uma flexão plantar, o que leva o membro à fase de balanço. Logo após, o pé faz o movimento de dorsiflexão para a posição neutra, a fim de afastar os dedos do solo. Na marcha, a flexão plantar predomina mais que a dorsiflexão (HOUGLUM; BERTOTTI, 2014). Já a pelve é inclinada anteriormente quando o quadril se estende, o que auxilia na hiperextensão deste no apoio final. Quando o membro atingir o pré-balanço, ela retorna à inclinação posterior. No decorrer da fase de balanço, ela atinge essa inclinação e, logo após, se inclina anteriormente no balanço inicial ao médio. A pelve se move em direção à inclinação posterior no balanço final para se rebaixar novamente. Nas Figuras 6 e 7, você pode verificar os movimentos dos membros infe- riores durante a marcha. 7Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores Figura 6. Movimento dos membros inferiores durante a marcha. Fonte: Lippert (2014, p. 305). Figura 7. Movimento dos membros inferiores durante a marcha. Fonte: Houglum e Bertoti (2014, p. 549). Forças que atuam nos membros superiores e inferiores durante a marcha A força é estudada pela cinética e dividida em interna e externa. As forças internas consistem no resultado da atividade muscular, sendo produzidas pelo Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores8 estiramento e pela elasticidade dos tecidos. Já as externas são classificadas em força de reação do solo (FRS); aquela produzida por outros indivíduos; e carga externa ou resistência. A avaliação da cinética da locomoção se baseia na terceira Lei de Newton ou lei de ação e reação, a qual afirma que para cada ação existe uma reação igual que ocorre em sentido contrário, portanto, a intensidade da reação é igual à da ação (LIPPERT, 2014). Imagine que você esteja pulando na cama elástica. Sua ação é pular (empurrando-a para baixo), e a reação é o empurrão da cama, com a mesma força, que te empurra na direção oposta a qual está pulando (LIPPERT, 2014). Durante a locomoção, as mudanças das forças são controladas pelos músculos esqueléticos, sendo que a força exercida pela superfície de marcha contra o pé é denominada FRS, descrita por três componentes: a magnitude (intensidade), direção (classificação de um centro de coordenadas) e o sentido de deslocamento. Ela também se trata de uma aplicação da terceira Lei de Newton. A FRS resulta das ações musculares e do peso do corpo que são transmi- tidos pelos pés. Durante a marcha, os pés estão no solo simultaneamente, e os efeitos do centro de gravidade resultam da soma das suas forças. A FRS relacionada ao movimento do corpo é avaliada pelas plataformas de força. As forças são transmitidas de forma tridimensional devido às funções do corpo serem dimensionais, com três direções diferentes: vertical, ante- roposterior e médio-lateral. O componente vertical da FRS resulta do peso corporal e de qualquer aceleração/desaceleração que acontece no solo, e é fundamental para o centro de gravidade que mantém o centro de massa acima da superfície de contato (ORTIZ, 2010). Ele se trata da força de aceleração ou desaceleração do movimento do corpo para frente, sendo maior em dois momentos específicos da fase de apoio: o contato inicial, quando o membro chega ao solo; e o pré-balanço, em que a massa corporal acelera para levar a perna e o corpo para frente. Essa força ultrapassa o peso corporal. 9Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores Em lesões, as fraturas de membros ou os acometimentos neurológicos prejudicam a marcha por modificarem o mecanismo dos três componentes de força: a magnitude, a direção e o sentido de deslocamento. Já o componente anteroposterior indica as forças anteroposteriores orien- tadas ao pé no contato inicial e no pré-balanço, sendo consideradas de cisalhamento. Durante o contato inicial, a força anterior é paralisada pela posterior do solo, produzindo o atrito para evitar que o pé escorregue para frente. No pré-balanço, por sua vez, a direção dessas forças se modifica para deixar que o pé produza a força posterior ao mesmo tempo que o solo gera a anterior, o atrito feito nesse momento permite à tração levar o centro de massa para frente. A terceira força componente é considerada a relação médio-lateral entre o pé e o solo, sendo a menor das três que representam a FRS. Ela depende do movimento lateral do centro de massa do corpo, à medida que este muda de um movimento inferior para outro. Há uma grande variação nas forças de cisalhamento entre as pessoas, pois o movimento lateral varia e depende de fatores como peso, tamanho do passo e força dos músculos laterais do quadril (HOUGLUM; BERTOTTI, 2014). Conforme o pé realiza o contato inicial com o solo, é realizada uma aplicação de força lateral para medial do calcanhar, sendo a região lateral do calcanhar a primeira que entra em contato com o solo. O movimento medial do membro se neutraliza pelas FRS, conforme você pode observar na Figura 8. Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores10 Figura 8. Forças de reação ao solo. O trajeto do centro de pressão se movimenta do calcanhar (contato inicial) ao longo do pé até o hálux (final da fase de apoio). Fonte: Houglum e Bertoti (2014, p. 554). Movimento dos membros superiores e inferiores e manutenção do equilíbrio corporal Quando uma pessoa é capaz de assumir e se manter em uma posição estável, ela está em equilíbrio corporal, mas, mesmo equilibrada, pode estar sujeita a uma força externa e se desequilibrar. Imagine que você esteja conversando com um amigo no shopping e, de repente, se desequilibra devido a um em- purrão realizado por uma criança que estava brincando de pega-pega, nessa situação, você se desequilibra, porém, rapidamente se ajeita e volta à posição de pé, correto? Essa condição se denomina equilíbrio estável. Então, se um objeto for deslocado devido à força externa e retornar à sua posição origi- nal, ele se encontra no estado de equilíbrio estável (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). Portanto, uma pessoa pode estar em um estado de equilíbrio estático ou dinâmico. No primeiro, o corpo está em repouso e, no segundo, ele se mantém estável durante o movimento. 11Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores Saiba mais sobre os equilíbrios estático e dinâmico, observados em ginastas, no link a seguir. https://goo.gl/iSnvyg Segundo Kisner e Colby (2015), para o controle e a manutenção do equi- líbrio, é necessária a interação dos sistemasnervoso e musculoesquelético com os efeitos contextuais. O sistema nervoso envolve processamento sensorial, integração sensório- -motora e estratégias motoras. Já o musculoesquelético auxilia no alinhamento postural, na flexibilidade musculoesquelética, na amplitude de movimento, na integridade das articulações e na ação muscular, que inclui potência e resistência à fadiga, força e sensação — esta envolve toque, pressão, vibração, cinestesia e propriocepção. Os efeitos contextuais estudam se o ambiente é aberto ou fechado; a superfície de apoio, firme ou escorregadia; o tipo de calçado; os efeitos da gravidade; e as forças da inércia sobre o corpo (KISNER; COLBY, 2015). Veja na Figura 9 essa relação entre os dois sistemas e os efeitos contextuais no controle do equilíbrio. Figura 9. Relação dos sistemas nervoso e musculoesquelético com os efeitos contextuais no controle do equilíbrio. Fonte: Kisner e Colby (2015, p. 262). Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores12 Controle do equilíbrio e sistemas sensoriais A percepção do próprio corpo e seu movimento no espaço exige uma combi- nação de informações ofertadas por receptores periféricos de vários sistemas sensoriais, por exemplo, visual, somatossensorial e vestibular. O sistema visual é responsável por fornecer informações como a posição da cabeça em relação ao meio ambiente; a orientação da cabeça para manter os olhos nive- lados; e a direção e o movimento da cabeça. Os estímulos visuais melhoram a estabilidade corporal. Já o somatossensorial é responsável por fornecer informações da posição, do movimento do corpo e seus segmentos quanto à superfície de apoio. Esse sistema envolve os proprioceptores musculares, constituídos de fusos muscu- lares e órgão de Golgi; os receptores articulares sensíveis aos movimentos, à posição e carga articular; bem como os mecanorreceptores da pele, que captam informações de toque, pressão, vibração e alongamento. Esse conjunto se responsabiliza pela manutenção do equilíbrio quando a superfície de apoio, por exemplo, é firme, plana e fixa; caso ela se mova, ele não será capaz de manter o corpo em equilíbrio. O sistema vestibular, por sua vez, se responsabiliza pela manutenção da posição da cabeça em relação à gravidade e, para isso, envolve dois tipos de receptores: aqueles nos canais semicirculares e os nos otólitos. Os receptores nos canais semicirculares identificam a aceleração angular da cabeça e são sensíveis aos seus movimentos rápidos ou quando o corpo é desequilibrado devido a um tropeço, por exemplo. Já os receptores nos otólitos identificam a aceleração linear e a posição da cabeça em relação à gravidade (KISNER; COLBY, 2015). O movimento linear ocorre quando todas as partes do corpo se movem ao longo de uma linha reta na mesma velocidade e direção. Já o angular é caracterizado pela rotação de um segmento corporal ao redor do eixo rotacional que passa por meio do centro articular. Por exemplo, quando você está caminhando, sua cabeça se mantém estável em linha reta e acompanha o movimento da caminhada. Agora, imagine que você a virou para olhar uma loja ou a girou para os lados a fim de observar o trânsito. Nas duas situações, houve os movimentos linear e angular da cabeça. 13Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores Tipos de controle do equilíbrio As atividades realizadas no dia a dia precisam de diferentes tipos de controle do equilíbrio, como o estático para controlar a postura quando se está de pé ou sentado; o dinâmico a fim de estabilizar o corpo durante as transferências, por exemplo, de pé para sentado, de sentado para deitado ou para caminhar; e as reações posturais automáticas para manter seu equilíbrio sempre que este sofrer perturbações externas inesperadas, como quando você levanta do banco do avião durante uma turbulência (KISNER; COLBY, 2015). 1. Os membros superiores são constituídos de várias articulações, responsáveis pelos movimentos amplos. Assinale a alternativa que contenha a descrição correta das articulações desses membros. a) As articulações do punho realizam movimentos de eversão e inversão da mão. b) A articulação glenoumeral realiza movimentos amplos em todos os planos com seus respectivos eixos. c) As articulações metacarpofalângicas são esferoides e responsáveis apenas pelos movimentos de flexão e extensão. d) O punho é constituído de articulações radiocarpal e carpal, sendo esta responsável pela maior parte dos movimentos do punho. e) O cotovelo é responsável pelos movimentos de flexão e extensão, realizados no plano transverso. 2. Quando você está de pé em postura ereta, sem ação de uma força, seu corpo tende a ficar equilibrado. O controle do equilíbrio corporal requer a interação de alguns sistemas, em relação a isso, assinale a alternativa correta. a) O sistema nervoso não participa do controle do equilíbrio, apenas o musculoesquelético por meio da contração muscular. b) O sistema vestibular fornece informações sobre a posição e os movimentos do corpo. c) O sistema somatossensorial interage apenas com o sistema visual para o controle do corpo em movimento. d) A cabeça é orientada para manter os olhos nivelados devido ao sistema visual. e) O sistema vestibular é independente, pois não precisa interagir com outros sistemas para a manutenção do equilíbrio. 3. As leis de Isaac Newton são conhecidas como as leis da inércia, Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores14 da aceleração e de ação e reação. Assinale a alternativa que se refere às três Leis de Newton. a) A força de reação do solo (FRS) é uma aplicação da segunda Lei de Newton, sendo estudada na marcha. b) Segundo a terceira Lei de Newton, uma mudança de movimento é proporcional à força aplicada e ocorre na sua linha de ação. c) A primeira Lei de Newton é observada em esportes como corrida e golfe. d) As três leis estudam tanto o equilíbrio estático como o dinâmico. e) A primeira e a segunda Leis de Newton não são necessárias para o estudo da força no movimento humano. 4. Durante a caminhada, são aplicadas forças para impulsionar os membros e o corpo. Como as funções do corpo são dimensionais, transmite-se três forças tridimensionais. Assinale a alternativa que descreve corretamente essas forças. a) O componente anteroposterior se refere às forças de aceleração e desaceleração. b) O componente vertical é a força de aceleração ou desaceleração do movimento do corpo para frente. c) O componente anteroposterior indica as forças de cisalhamento, sendo orientadas ao pé somente na fase de pré-balanço. d) A terceira força componente é considerada a relação médio-lateral quando um corpo se transfere para frente e envolve as forças de aceleração e desaceleração. e) As forças de cisalhamento e de aceleração e desaceleração são envolvidas pelo componente médio-lateral. 5. Os membros inferiores são responsáveis pela marcha, pela sustentação do peso corporal e pelo equilíbrio. Já as articulações unem as estruturas ósseas para permitir a estabilidade e mobilidade do segmento. Considerando isso, assinale a alternativa correta. a) A articulação do quadril é considerada de dobradiça e responsável por vários movimentos. b) Por ser uma articulação do tipo esferoide, o joelho realiza no plano sagital movimentos de flexão e extensão. c) O quadril se assemelha à articulação do cotovelo, pois ambos realizam movimentos de abdução e adução. d) O joelho realiza movimentos de flexão e extensão no plano sagital. e) Os movimentos de eversão e inversão são específicos do pé, sendo realizados no plano transverso. 15Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores DALLA FAVERA, J. M. et al. Análise cinemática na compreensão da postura de membros inferiores durante a marcha humana. Salusvita, Bauru, v. 29, n. 1, p. 69–78, 2010. Disponível em: <https://secure.usc.br/static/biblioteca/salusvita/salusvita_v29_n1_2010_art_06_por.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2019. HALL, S. J. Biomecânica básica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 500 p. HAMILL, J.; KNUTZEN, K. M.; DERRICK, T. R. Bases biomecânicas do movimento humano. 4. ed. Barueri: Manole, 2016. HOUGLUM, P. A.; BERTOTI, D. B. Cinesiologia clínica de Brunnstrom. 6. ed. Barueri: Manole, 2014. 740 p. KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 6. ed. Barueri: Manole, 2015. 1036 p. LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica e anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 340 p. MAFFRA, A. C. M. et. al. Análise cinemática do membro superior humano durante a marcha através do modelo multicorpos. In: SAFETY, HEALTH AND ENVIRONMENT WORLD CONGRESS, 17., 2017, Vila Real. Anais... Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes, e Alto Douro, 2017. p. 177–181. Disponível em: <http://www.copec.eu/shewc2017/proc/ works/40.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2019. OATIS, C. A. Cinesiologia: a mecânica e a patomecânica do movimento humano. 2. ed. Barueri: Manole, 2014. 960 p. ORTIZ, C. A. L. Classificação da força de reação do solo durante a marcha de sujeitos com fratura de membro inferior. 2010. 78 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Biomé- dica) — Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://www.peb.ufrj.br/teses/Tese0128_2010_11_17.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2019. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. 704 p. Leitura recomendada ACKLAND, T. R.; ELLIOTT, B. C.; BLOOMFIELD, J. (Ed.). Anatomia e biomecânica aplicadas no esporte. 2. ed. Barueri: Manole, 2011. 400 p. Biomecânica dos membros superiores e dos membros inferiores16 Conteúdo:
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