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Biossegurança em Laboratórios e Hospitais

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Biossegurança
Bioquímica aplicada
2021.2
O que é biossegurança alimentar?
Qual a importância da biossegurança hospitalar?
Como o profissional de saúde pode reconhecer o risco a saúde?
Biossegurança
Inicio dos debates sobre biossegurança ocorreu nos anos de 1970 para dar segurança aos laboratórios e prevenir as consequências dos procedimentos em engenharia genética
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – criada em no Brasil em 1995 para regulamentar as atividades de laboratório
Funções da CTNB: fiscalizar a manipulação dos organismos geneticamente modificados e certificar a segurança dos espaços laboratoriais
Lei de Biossegurança – Lei 11.105, regulamentada em 2005.
A CTNBio é formada por 27 (vinte e sete) cidadãos brasileiros de reconhecida competência técnica, de notória atuação e saber científicos, com grau acadêmico de doutor e com destacada atividade profissional nas áreas de biossegurança, biotecnologia, biologia, saúde humana e animal ou meio ambiente...”
OGM
Organismos Geneticamente Modificados
Todo microrganismo, animal ou vegetal cujo DNA ou RNA foi modificado
Como modificar o genoma? Entrada de genes exógenos, eliminação de genes do genoma; remanejamento dos próprios genes.
Proibido: mutações induzidas, fusão celular e clonagem de organismos
Mapa de riscos 
O que é biossegurança?
Conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhadores desenvolvidos. 
Situações potenciais de acidentes: manipulação de agentes químicos corrosivos, inflamáveis, tóxicos, mutagênicos, teratogênicos e cancerígenos, contaminações por agentes patogênicos em amostras biológicas, de água ou esgoto contaminado
Tipos de Riscos 
Risco ergonômico: qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. 
Risco físico: está relacionado a exposição às diversas formas de energia, como pressões anormais, temperaturas extremas, ruído, vibrações, radiações ionizantes (Raio X, Iodo 125, Carbono 14), ultrassom, radiações não ionizantes (luz infra-vermelha, luz ultravioleta, laser, microondas)
Risco químico: refere-se à exposição a agentes ou substâncias químicas na forma líquida, gasosa ou como partículas e poeiras minerais e vegetais, presentes nos ambientes ou processos de trabalho, que possam penetrar no organismo pela via respiratória ou possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão (Ex: solventes, medicamentos, produtos químicos utilizados para limpeza e desinfecção, corantes) 
Risco biológico: está associado ao manuseio ou contato com materiais biológicos e/ou animais infectados com agentes biológicos que possuam capacidade de produzir efeitos nocivos sobre os seres humanos, animais e meio ambiente.
Risco Acidental : risco de quedas, maquinas e equipamentos sem proteção, disposição de equipamentos e móveis de forma inadequada.
Grupos de riscos 
Exemplos de fontes de riscos
Luz UV no fluxo laminar
estufa
autoclave
Nitrogênio liquido 
Classes de riscos biológicos
Classe I – nenhum risco ou risco baixo ao manipulador e também para a comunidade. Escherichia coli, Bacillus subtilis
Classe 2 – risco moderado para o manipulador e baixo para a comunidade. Existe tratamento. Clostridium tetani, Klebsiella pneumoniae, Staphylococccus aureus, virus Epstein Barr, virus Herpes, Candida albicans
Classe 3 – risco grave para o manipulador e moderado para a comunidade, sendo que as lesões são graves e nem sempre existe tratamento. Bacillus anthracis, Mycobacterium tuberculosis, Hepatite B, Febre Amarela, Dengue, Histoplasma.
Classe 4 – risco grave tanto para o manipulador como para a comunidade, não existe tratamento e os riscos são gravíssimos. Virus Ebola
Classe 5 – risco alto de causar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente. Virus da gripe aviária.
EM CASO DE ACIDENTE E POSSÍVEL CONTAMINAÇÃO COM MATERIAL BIOLÓGICO
Notificar colegas, sinalizar a área; 
Lavar pele com sabonete antimicrobial
 Cobrir material contaminado com papel toalha; 
Saturar com solução de hipoclorito 1-2%(10% volume final), por 30 minutos; 
Descartar material e lavar área de trabalho; 
Lavar as mãos e preencher relatório de acidente.
DESCONTAMINAÇÃO DE SUPERFÍCIES COM HIPOCLORITO DE SÓDIO 0,1% hipoclorito, deixa agir 30 minutos e enxaguar com água
FISPQS Fichas de Informações de Segurança de Produtos Químicos NR 26-GHS (Sistema Globalmente Harmonizado) e NBR ABNT 14725- 4
Os produtos químicos, devido às suas características, podem afetar os trabalhadores de formas variadas, desde leves processos alérgicos até o câncer. 
Existem critérios estabelecidos para armazenagem, movimentação e resíduos provenientes dos trabalhos exercidos
Os fornecedores destes produtos devem disponibilizar todas as informações necessárias equivalentes ao produto adquirido!
Para isso as Fispqs. 
DIAGRAMA OU DIAMANTE DE HOMMEL 
Os losangos azul –risco à saúde; vermelho - inflamabilidade e amarelo - reatividade da substância.
São identificados por números de 0 a 4.
Riscos à Saúde 4 – Substância Letal 3 - Substância Severamente Perigosa 2 - Substância Moderadamente Perigosa 1 - Substância Levemente Perigosa 0 - Substância Não Perigosa ou de Risco Mínimo 
Inflamabilidade 4- Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis 3- Substâncias que entram em ignição a temperatura ambiente 2- Substâncias que entram em ignição quando aquecidas moderadamente 1- Substância que precisam ser aquecidas para entrar em ignição 0- Substâncias que não queimam. 
Reatividade 4 - Podem explodir 3 - Podem explodir com choque mecânico ou calor 2 - Reação química violenta 1 - Instável se aquecido 0 - Estável
Losango branco - Riscos específicos
'W’ Reage com a água de maneira não usual ou perigosa (césio e sódio); ‘
‘OXY' - oxidante (perclorato de potássio).
'COR' - corrosivo; ácido forte ou base (ácido sulfúrico, hidróxido de sódio)
 'ACID' e 'ALK' - se for o caso de ser mais específico.
 'BIO' - Risco biológico (exemplo: vírus da varíola); 
'CRYO' – criogênico;
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs) E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPCs
EPI,s (NR6 Portaria SIT nº194, de 07 de dezembro de 2010)
barreiras primárias que protegem a integridade física e a saúde do profissional quanto o ambiente em que atua.
Protetores faciais 
Protetores oculares 
Protetores respiratórios 
Luvas
Jalecos - São de uso obrigatório para todos que trabalham nos ambientes laboratoriais onde ocorra a manipulação de microrganismos patogênicos, manejo de animais, lavagem de material, esterilização, manipulação de produtos químicos (devem ser impermeáveis) e de mangas compridas, cobrindo os braços, o dorso, as costas e a parte superior das pernas
Calçados de segurança - São destinados à proteção dos pés contra umidade, respingos, derramamentos e impactos de objetos diversos, não sendo permitido o uso de tamancos, sandálias e chinelos em laboratórios.
EPI verdadeiro tem C.A. (Certificado de Aprovação)
Luvas de manipulação em materiais com temperaturas extremas para o frio(ex: Nitrogênio líquido à -196 ºCelsius ou material em freezer -80 ºCelsius) ou calor (ex: material retirado de autoclave ou estufa de secagem)
Luvas de látex - utilização unica
Óculos de proteção
Peça Facial Filtrante (máscara PFF2) contra partículas finas, fumos e névoas tóxicas (penetração máx. através do filtro de 6%)
lavagem de materiais.
EPC,s Os equipamentos de proteção coletiva (EPC).
Têm a função de proteger o ambiente e a saúde dos laboratoristas, além da integridade dos mesmos. 
Cabines de segurança biológicas, capelas de exaustão química, extintores de incêndio, chuveiro de emergência e lava-olhos
LAVA OLHOS 15 minutos de fluxo continuo e olhos abertos
CHUVEIRO - 20 minutos de fluxo continuoFluxo laminar – filtro HEPA
Níveis de biossegurança
Classificação do tipo de ambiente e com isso necessidades crescentes de medidas de proteção individual e coletiva
NB1, NB2, NB3 e NB4, aumentam em complexidade
Como permanecer seguro? Conhecimento das regras gerais de segurança e dos seus riscos
NB1
NB2
NB3
NB4 - primeiro na américa latina , Centro Nacional de Pesquisa em Energias e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP).
vírus da ebola, da febre hemorrágica de Marburg ou ainda da febre de Lassa
Normas de biossegurança
Higiene pessoal: unhas curtas e limpas sem ultrapassar as pontas dos dedos, cabelos longos devem ser mantidos presos, uso de sapatos fechados, não usar lentes de contato, não utilizar cosméticos e com o mínimo de joias e adereços
Lavagem das mãos
Lavagem das mãos corretamente
O que é Sujidade?
O que é contaminação?
Nem tudo aquilo que está sujo, está contaminado e nem tudo aquilo que está limpo, está sem a presença de agentes patogênicos.
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Classificação dos artigos
CRÍTICO
SEMI-
CRÍTICO
NÃO
CRÍTICO
ESTERILIZAÇÃO
DESINFECÇÃO 
(NÍVEL MÉDIO OU ALTO ou
ESTERILIZAÇÃO)
LIMPEZA 
(ou DESINFECÇÃO DE NÍVEL BAIXO OU MÉDIO)
Artigos que penetram a pele ou mucosa ou sistema vascular e dispositivos conectados a esses. Ex: instrumental, tesouras, bisturi
Artigos que entram em contato com pele não íntegra ou com mucosas íntegras. Ex: inaladores
ARTIGO
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Limpeza, degermação e descontaminação
Alguns termos técnicos são necessários para a compreensão das etapas de processamento de artigos hospitalares ou laboratoriais.
LIMPEZA
DEGERMAÇÃO
DESCONTAMINAÇÃO
Redução ou eliminação de microrganismos por escovação da pele com água e sabão (com ou sem antisséptico), imersão em solução ou uso de jatos-d’água.
Redução ou eliminação de microrganismos em artigos ou superfície, para assegurar a diminuição de riscos na manipulação durante a limpeza.
Remoção de sujidade orgânica e inorgânica de artigos e superfícies, e redução da microbiota, através de água e detergentes, processos físicos ou térmicos.
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Assepsias
As assepsias são metodologias utilizadas para o controle, minimização ou eliminação da carga microbiana.
As assepsias são: esterilização, desinfecções e antissepsia. 
A escolha da metodologia irá depender do tipo de material ou superfície, carga microbiana e do nível de criticidade do artigo.
Quando ao nível de criticidade, pode ser considerado como artigo crítico, semicrítico ou não crítico.
DESINFECÇÃO
ESTERILIZAÇÃO
ANTI-SEPSIA
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A esterilização consiste na eliminação de todas as formas microbianas, incluindo os endósporos bacterianos.
São realizadas no Centro de material e esterilização – CME: unidade funcional destinada ao processamento de produtos para saúde dos serviços de saúde (RDC 15, ANVISA).
A esterilização pode ser feita, principalmente, por processos físicos, como:
AUTOCLAVE – Calor úmido sob pressão.
FLAMBAGEM – Esterilização de metais, diretamente em chama.
- 	RADIAÇÃO – Câmaras de radiação gama ou ultravioleta.
ÓXIDO DE ETILENO – Gás inodoro, sem cor, inflamável e explosivo, que interfere na síntese protéica do micro-organismo.
De acordo com o artigo 92 da RDC Nº 15, de 15 de março de 2012, 
não é permitido o uso de estufas para esterilização de produtos de saúde.
A RDC 31, de 4 de julho de 2011, regulamenta os “esterilizantes químicos” como desinfetantes de nível alto 
ou intermediário (médio) e estabelece a desinfecção por imersão.
Esterilização
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Esterilização
http://www.mogiglass.com.br/shop/media/catalog/product/cache/1/thumbnail/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/a/u/autoclave-vertical-av50-plus_1.jpg
AUTOCLAVE
FLAMBAGEM
RADIAÇÃO
http://comoquevocepensa.blogspot.com.br/2010/06/3-d-clean.html
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Desinfecções
A capacidade diferenciada de eliminação de microrganismos nos procedimentos de desinfecção, faz com que possam ocorrer em forma alta, média ou baixa. 
DESINFECÇÕES
Nível alto
Nível médio
Nível baixo
Equivale à esterilização, com a eliminação todas as formas microbianas, inclusive os endósporos. 
Ex: glutaraldeído
Eliminação de todas as formas microbianas, sem ação esporocida. Ex: álcool 70%
eliminação parcial de microrganismos. 
Ex: derivados de amoníaco.
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Derivados de cloro
O cloro é o elemento químico de número atômico 17 e encontrado na natureza sob a forma gasosa. É um oxidante, corrosivo, tóxico por inalação e contato e foto-degradável, logo só pode ser comercializado em embalagens âmbar.
Os principais derivados de cloro são o hipoclorito de sódio e a água sanitária, produzidos a partir da reação do cloro com hidróxido de sódio (soda cáustica).
Cl
Cloro
2
8
7
17
35,453
Solução de hipoclorito de sódio na proporção de 2,0 a 2,5% p/p de cloro. 
Comercializado na proporção 
de 10 a 13% p/p de cloro.
ÁGUA SANITÁRIA
HIPOCLORITO DE SÓDIO
http://www.greenme.com.br/images/consumir/detergentes/aguasanitaria.jpg
http://www.startquimica.com.br/public/upload/produto/hipoclorito_sodio_12.jpg
Jamais manipule cloro puro, pois é corrosivo e extremamente tóxico por inalação e contato.
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Antissepsia
A antissepsia consiste na eliminação de micro-organismos sobre tecido vivo, como pele, mucosas, dente e pelos. 
Os antissépticos não promovem ação esporocida.
Principais antissépticos:
Álcool 70%;
Clorexidina (solução alcóolica, aquosa e degermante);
http://wwww.phd.com.br/phd1/wp-content/uploads/2012/08/antiss.jpg
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Principais anti-sépticos
. Baixo custo e fácil uso.
. Requer secagem natural. 
. Não remove sujidade.
. Não tem ação residual.
. Não substitui a lavagem das mãos
. Não pode ser usado em tecido exposto, nem em mucosas.
Degermante:
. Alto custo.
. Requer fricção e contato por, no mínimo, 2 a 3 minutos.
. Requer pia e fluxo de água contínuo.
. Remove sujidade.
. É inativado por compostos aniônicos 
. Tem ação residual.
ÁLCOOL 70%
CLOREXIDINA
IODÓFORO
 70% + 30%
 álcool água
Gluconato de clorexidina
Iodopovidona ou Povidona-iodo (PVPI) 
. Custo médio
. Requer tempo de ação.
. Tem ação residual.
. Alta probabilidade de causar hipersensibilidades. (alergias e dermatites de contato)
. É inativado por matéria orgânica.
 Líquido ou gel
Degermante, aquosa, gel ou alcoólica
Degermante ou solução
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Principais equipamentos utilizados em laboratório de bioquimica

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