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Laminite Parte 2

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METABÓLICA E ENDOCRINA 
Atualmente a maior parte dos equinos do 
mundo desenvolve a laminite oriunda da 
fisiopatologia metabólica e endócrina. 
Isso ocorre principalmente por conta da 
Europa e nos EUA apresentarem o pasto 
muito rico em carboidratos não solúveis. 
Consequentemente os equinos 
desenvolvem obesidade. 
A obesidade está relacionada com a 
fisiopatologia que denominamos de 
síndrome metabólica equina. 
A doença endócrina ou doença 
neurodegenerativa que mais causa laminite 
nos equinos atualmente no mundo é a 
disfunção da pars intermedia da pituitária 
(PPID). 
OBS: pituitária = hipófise 
 
-Disfunção da pars intermedia da 
pituitária (ppid) 
Essa doença é considerada 
neurodegenerativa pois acomete 
principalmente animais com mais de 10 
anos de idade. 
Obs: 4 a cada 10 cavalos (40%) com mais 
de 10 anos apresentam PPID. 
O hipotálamo, através dos neurônios 
dopaminérgicos, libera dopamina que se 
liga na hipófise regulando de forma 
inibitória a liberação de peptídeos 
derivados da pró-opiomelanocortina 
(POMCs). 
Os principais POMCs (peptídeos derivados 
da pró-opiomelanocotinas) liberados são: 
-ACTH (hormônio adrenocorticotrófico): 
principal. 
-α MSH (hormônio estimulante de 
melanócitos alfa); 
-β endorfinas. 
Quando se tem uma degeneração dos 
neurônios dopaminérgicos por conta de um 
excesso de estresse oxidativo, os níveis de 
dopamina caem, consequentemente ocorre 
uma liberação constante de peptídeos. 
O aumento da liberação de POMCs, 
principalmente do ACTH, gera uma 
hiperplasia da pars intermedia da hipófise 
(esmagando as outras pars). 
Isso provoca no animal resistência à 
insulina (muita insulina circulante). Esse 
aumento de insulina circulante, promove 
um aumento da ligação da insulina com os 
receptores IGF-1R (receptor para fator de 
crescimento de insulina tipo I) presentes 
em grande quantidade no casco. 
Como o aumento da ligação da insulina aos 
receptores IGF-1R, o casco do cavalo 
começa a proliferar de forma desordenada 
gerando um enfraquecimento. 
Os sinais clínicos comuns da PPID são: 
-Queda de performance; 
-Letargia; 
-Poliúria e Polidipsia; 
-Glicosúria; 
-Hirsutismo (crescimento exagerado dos 
pelos); 
-Hiperhidrose (aumenta da sudorese); 
-Hiperadrenocorticismo. 
 
OBS: geralmente são discretos. 
 
-SÍNDROME METABÓLICA EQUINA (SME) 
Atualmente a obesidade é classificada 
como síndrome metabólica equina, pois ela 
envolve uma série de processos e sinais 
clínicos até o animal desenvolver esse dano 
metabólico. 
O acúmulo de adipócitos (adiposidade) 
gera processo inflamatório (quanto mais 
fator de obesidade -> mais inflamação), 
desencadeando a liberação de citocinas 
endógenas inflamatórias. 
Esse monte de citocina circulante inibe a 
sinalização para receptores de insulina (se 
liga no receptor impedindo a ligação da 
insulina). 
Isso provoca no animal a resistência à 
insulina (muita insulina circulante). Esse 
aumento de insulina circulante, promove 
um aumento da ligação da insulina com os 
receptores IGF-1R (receptor para fator de 
crescimento de insulina tipo I) presentes 
em grande quantidade no casco. 
Como o aumento da ligação da insulina aos 
receptores IGF-1R, o casco do cavalo 
começa a proliferar de forma desordenada 
gerando um enfraquecimento. 
Quando olhamos para o casco do animal 
vemos as linhas de crescimentos 
irregulares (predisposição a laminite). 
OBS: quando o animal tem essas 
alterações, eles se tornam mais pré-
dispostos a desenvolver a laminite. 
 
OBS: O escore corporal para equinos vai de 
1 a 9, sendo 7 o ideal. 
8 e 9 é considerado obeso (olha-se a 
cernelha, garupa e base da cauda). 
 
Inflamatória 
Os principais PAMPs (padrões moleculares 
associadas ao patógenos) são as 
endotoxinas (LPS – lipopolissacarideos de 
membranas). 
Os PAMPs quando ganham circulação 
sistêmica, induz a liberação de DAMPs 
(padrões moleculares associados ao dano), 
que são as citocinas inflamatórias 
endógenas. 
Quando as DAMPs atingem toda a 
circulação elas desencadeiam a SIRS 
(síndrome da resposta inflamatória 
sistêmica). 
O principal órgão que será sensibilizado nos 
calvos com a SIRS será o casco, erando 
falha lamelar, o que pode gerar a laminite. 
 
Doenças inflamatórias com potencial de 
causar dano sistêmico no animal: 
-Doença inflamatória intestinal 
(duodenojejunite proximal); 
-Patologias respiratórias: pneumonia, 
pleuropneumonia; 
-Retenção de placenta que pode levar a 
metrite; 
-Tétano (inclusive é diferencial, pois o 
cavalo anda pisando em ovos). 
 
FASES DA LAMINITE 
Fase de desenvolvimento 
Também conhecida como fase prodrômica. 
Essa fase compreende a fase de entrada 
da laminite até o surgimento dos sinais 
clínicos (20 a 60 horas).

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