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Elementos do Tipo Penal e Acordos Penais

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Prof.ª Patrícia Arruda
CRIMES EM ESPÉCIE II
Conceituação Os elementos 
objetivos do tipo penal são os 
verbos-núcleo, v.g., causar, coagir, 
matar, tolerar, deixar de fazer, forçar a 
fazer.
v.g. = verbi gratia = por exemplo
Conceituação Os elementos subjetivos 
do tipo penal ou voluntariedade são o 
dolo e a culpa e dizem respeito ao 
estado anímico da pessoa ao praticar 
determinada conduta, a qual poderá ser 
tida por criminosa desde que seja 
revestida pela tipicidade e 
antijuridicidade.
Conceituação Elementares do 
tipo penal: São os componentes 
objetivos e subjetivos do tipo 
penal incriminador básico ou 
fundamental. 
Conceituação Elementos normativo do 
tipo: São aqueles, para cuja 
compreensão é insuficiente desenvolver 
uma atividade meramente cognitiva, 
devendo-se realizar uma atividade 
valorativa. (Cezar Roberto Bitencourt)
Exemplos de Elementos normativo do 
tipo:
“sem justa causa”, “indevidamente”, 
decoro”, dignidade”, funcionário público”
Conceituação Elementares circunstanciais do
crime: São elementos que não compõem o crime,
mas que influenciam em sua gravidade, tais como
o estado de ânimo do agente, o local da ação
delituosa, o tempo de sua duração, as condições e
o modo de agir, o objeto utilizado, a atitude
assumida pelo autor no decorrer da realização do
fato, o relacionamento existente entre autor e
vítima, dentre outros.
Conceituação: Estado anímico diz 
respeito à alma, à parte imaterial do 
homem, é aquilo voltado ao “animus” do 
agente, em outras palavras: a intenção 
do indivíduo. 
Inclusive, existe a “Teoria do Animus”
“Teoria do Animus” (alguns exemplos)
Animus necandi: intenção de matar
Animus corrigendi: intenção de corrigir
Animus furandi: intenção de furtar 
Animus jocandi: intenção de brincar
Animus injuriandi: intenção de injuriar
Animus laedendi: intenção de ferir
Animus rem sibi habendi: intenção de ter a coisa 
para si
“Teoria do Animus” (alguns exemplos)
Animus adjuvandi: intenção de ajudar
Animus simulandi: intenção de simular.
Animus solvendi: intenção de pagar.
Animus possidendi: intenção de possuir.
Animus abutendi: intenção de abusar
Animus nocendi: intenção de prejudicar
Conceituação Incolumidade vem de 
incólume, que significa sem 
ferimento, ileso, ausente de dano ou 
de perigo.
O objetivo é proteger, tutelar a 
segurança coletiva, como veremos a 
seguir. 
TRANSAÇÃO PENAL SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
Acordo firmado entre MP e acusado 
para antecipar a aplicação de pena 
(multa ou restrição de direitos) e o 
processo ser arquivado.
Possibilidade de benefício oferecido 
pelo MP, no qual o acusado aceita e 
cumpre as condições impostas pelo juiz 
e a punibilidade é extinta.
Cabimento – acusações de crimes com 
pena máxima de até 2 anos.
Cabimento – para acusações de crimes 
com pena mínima for igual ou inferior a 
1 ano.
Prevista no artigo 76 da Lei 9.099/95 
(Lei dos Juizados Especiais).
Prevista no artigo 89 da Lei 9.099/95 
(Lei dos Juizados Especiais)
O réu não admite culpa e continua 
primário e sem antecedentes criminais. 
Não há condenação. 
O réu não admite culpa e continua 
primário e sem antecedentes criminais. 
Não há condenação.
TRANSAÇÃO PENAL SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
Requisitos - ser primário, ter bons antecedentes, 
possuir boa conduta na sociedade.
Requisitos – não responder a outro processo ou 
não ter sido condenado, e preencher os 
requisitos da suspensão condicional da pena ( 
artigo 77 do CP - não ser reincidente em crime 
doloso, bons antecedentes e conduta social e 
não caber a substituição por pena alternativa.
Momento – geralmente, na audiência preliminar, 
antes do oferecimento da denúncia.
Momento – em regra, junto como o oferecimento 
da denúncia, mas também pode ser depois.
Cumpriu a pena, o processo é extinto. Decorrido o prazo de suspensão e cumpridas as 
condições é declarada a extinção da 
punibilidade.
Não se aplica na hipótese de delitos sujeitos ao 
rito da Lei Maria da Penha.
Não se aplica na hipótese de delitos sujeitos ao 
rito da Lei Maria da Penha.
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP) - REQUISITOS
Não ser hipótese de arquivamento da investigação
Não seja cabível transação penal dos Jecc’s
Prática de infração penal sem violência ou grave ameaça
Pena mínima em abstrato inferior a 04 anos (considerar as causas de aumento e de 
diminuição ao caso concreto)
Confissão do cometimento do delito
Não ser reincidente
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP) - REQUISITOS
Não ter sido crime hediondo ou equiparado
Não ter sido crime no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher ou 
praticado em razão da condição de gênero
Não ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da 
infração, em ANPP, Transação penal ou Suspensão condicional do processo
Caberá ANPP para fatos ocorridos antes da vigência da Lei nº 13.964/2019, desde que 
não recebida a denúncia. (Há entendimentos no sentido de que é possível o ANPP, de 
fatos pretéritos, ainda que recebida a denúncia, pois consideram que o ANPP possui 
natureza penal e processual. 
Reparação do dano, salvo a impossibilidade, justificada, de fazê-lo.
Ser o ANPP necessário e suficiente para a repressão e a prevenção do crime
Conceituação Transação Penal é um acordo 
firmado entre MP e acusado para antecipar a 
aplicação de pena ( multa ou restrição de direitos) 
e o processo ser arquivado. 
Cabimento – acusações de crimes com pena de até 
2 anos.
Dos crimes contra a incolumidade pública
CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Crime de Incêndio
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo 
a vida, a integridade física ou o patrimônio de 
outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Dos crimes contra a incolumidade pública
CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Bem jurídico tutelado: a incolumidade 
pública. Há uma necessidade de preservar a 
sociedade civil do perigo de fogo, 
independente do dano que possa causar. 
Em resumo: é uma ameaça à segurança 
coletiva. 
Dos crimes contra a incolumidade pública
CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Sujeito ativo do crime: Qualquer pessoa (é 
crime comum), inclusive o proprietário da 
coisa incendiada, uma vez que a lei é 
indiferente se o incêndio ocorre em coisa 
própria ou alheia. 
Dos crimes contra a incolumidade pública
CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Sujeitos passivos do crime: será o Estado, a 
coletividade e os que, eventualmente, são 
atingidos (em sua vida, integridade pessoal 
ou patrimonial)
Dos crimes contra a incolumidade pública
CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Conduta: Pune-se a conduta daquele que 
der causação, i.e. causar incêndio, expondo 
a perigo a vida, a integridade física ou o 
patrimônio de outrem.
i.e = isto é
Dos crimes contra a incolumidade pública
CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Segundo Mirabete, não é qualquer fogo, 
mas o fogo perigoso, aquele que acarreta tal 
risco pela carbonização progressiva e 
continuada.
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Elemento subjetivo do tipo ou a 
voluntariedade: É o dolo genérico 
consubstanciado na vontade consciente de 
causar incêndio, sabendo que tal ato pode 
resultar em perigo comum. 
Dos crimes contra a incolumidade pública
CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Consumação e tentativa: Consuma-se o 
crime no momento em que o fogo se 
propala, gerando efetivo, concreto perigo 
comum. Admite-se o conatus (tentativa) na 
modalidade dolosa.
Dos crimes contra a incolumidade pública
CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Majorante (1/3): O §1º, art. 250 traz diversas 
circunstâncias em que a pena é aumentada, 
atentando-se para a ganância do agente ou 
a maior dificuldade em debelar o fogo que 
vem, por consequência, causar maior perigo. 
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
§1º, art. 250 - As penas aumentam-se de um 
terço: I - se o crime é cometido com intuito 
de obter vantagem pecuniária em proveito 
próprio ou alheio;OBS* Não se trata de crime contra 
seguradoras!
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
O Inciso II prevê aumento de pena quando o 
crime é praticado em locais específicos, 
devido sua natureza, poderem servir como 
mais favoráveis à causação de perigo 
comum. São eles:
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de 
assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte 
coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo; 
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Considerações
b) Edifício público é o pertencente à U, E, DF e M (se o 
edifício tiver locado para particular, não incide essa 
majorante;
- Edifício destinado ao público é aquele que, embora 
particular, é permitido o acesso do público em geral 
(cinema, teatro, igreja).
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Considerações
c) aqui o incêndio é causado em meio de 
transporte de pessoas, público ou privado. Não 
tem relevância o fato de o veículo se encontrar, 
no momento da ação, sem utilização do público.
Dos crimes contra a incolumidade pública
CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Considerações
d) Cuidado porque a alínea “d” fala apenas em 
estação ferroviária e aeródromo, destinados a 
chegada e partida, carga e descarga, de trens e 
aeronaves. NÃO fala em rodoviárias ou 
instalações portuárias, então nesses dois últimos 
casos não há a majorante.
Dos crimes contra a incolumidade pública
CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Considerações
h) Só responde pelo art. 41, da Lei 9.605/1998 
(Lei de crimes ambientais) se o incêndio for em 
mata ou floresta e que não cause perigo comum, 
se causar, o agente responde de acordo com o 
§1º, art. 250,II, “h” do CPB.
Atente-se que a Lei acima não trouxe em seu 
texto “lavoura, pastagem”.
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 250
Incêndio culposo: detenção de seis meses a 
dois anos
Ação Penal: Pública Incondicionada
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 251
Crime de Explosão
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física 
ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, 
arremesso ou simples colocação de engenho de 
dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Dos crimes contra a incolumidade pública
CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 251
Bem jurídico tutelado: a incolumidade 
pública. 
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 251
Sujeito ativo do crime: Qualquer pessoa (é 
crime comum), não se exigindo nenhuma 
qualidade especial do agente.
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 251
Sujeitos passivos do crime: O Estado, a 
coletividade (corpo social), bem como 
pessoas eventualmente atingida pela prática 
criminosa.
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 251
Conduta: Pune-se a conduta daquele que expõe a perigo a vida, 
a integridade física ou o patrimônio de outrem mediante 
explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de 
dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
§1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de 
efeitos análogos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 251
São 3 as formas de se praticar o crime:
1. Agente provoca diretamente a explosão;
2. Agente, por meios próprios ou de aparelhos, arremessa o 
engenho explosivo;
3. Agente (põe, prepara, arruma) o explosivo em determinado 
local (inclusive se enterrar)
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 251
Elemento subjetivo do tipo ou a 
voluntariedade: É o dolo consistente na 
vontade consciente de praticar uma das 
condutas previstas no tipo penal.
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Consumação e tentativa: Consuma-se o 
crime no momento em que a ação delitiva 
causa o perigo à coletividade. 
Admite-se a tentativa, já que os atos podem 
ser fracionados. 
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 251
Forma privilegiada: O §1º diz se a substância 
utilizada não for dinamite ou explosivo de 
efeitos análogos, então a pena diminui, 
configurando uma espécie de privilegiadora. 
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Majorante: O §2º majora a pena de 1/3 se 
houver crime mercenário ou se visa a atingir 
quaisquer das coisas listadas nas alíneas do 
art. 250, §2º, II.
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CRIMES DE PERIGO COMUM – Art. 251
OBS* Se resultar lesão corporal grave ou 
morte, aumenta-se a pena da metade. Trata-
se de crime preterdoloso, pois os resultados 
mais gravosos não podem ser queridos ou 
desejados. Ou seja, serão sempre a título de 
culpa. (art. 258)
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Forma culposa: O §3º diminui a pena pela 
prática do crime culposo
Ação Penal: Pública Incondicionada
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