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PARASITOLOGIA GERAL

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Prévia do material em texto

Parasitologia Geral
Professora Dr. Claudinéia Conationi da Silva Franco
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Caroline da Silva Marques
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Jéssica Eugênio Azevedo
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
André Dudatt
Carlos Firmino de Oliveira
2022 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2022 Os autores
Copyright C Edição 2022 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Per-
mitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas 
sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
F825p Franco, Claudinéia Conationi da Silva 
 Parasitologia geral / Claudinéia Conationi da Silva Franco. 
 Paranavaí: EduFatecie, 2022. 
 104 p. : il. Color. 
 
 
 
1. Parasitologia médica. 2. Doenças parasitárias. 
 I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação 
 a Distância. II. Título. 
 
 CDD: 23 ed. 6156.96 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
 
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
AUTORA
Professora Dra. Claudinéia Conationi da Silva Franco
● Pós Doutora em Biologia Celular e Molecular pela UEM (Universidade Estadual 
de Maringá).
● Doutora em Biologia Celular e Molecular pela UEM (Universidade Estadual de 
Maringá).
● Mestra em Genética e Melhoramento pela UEM (Universidade Estadual de Maringá). 
● Bacharel e licenciada em Ciências Biológicas com ênfase em Biotecnologia pela 
Universidade Paranaense (UNIPAR). 
● Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Paraíso do Norte – Fapan - UNIBF. 
● Professora de graduação da UNIBF.
● Professora de pós-graduação da União Brasileira de Faculdades (UNIBF). 
● Avaliadora do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (BASis).
● Membro do Conselho Editorial da Editora Edufatecie - UniFatecie.
Atualmente possui colaboração com o grupo de pesquisa do Laboratório de 
Biologia Celular da Secreção da Universidade Estadual de Maringá. Também possuí ampla 
experiência na área de Gestão Ambiental e Pedagogia.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0128915207763182 
http://lattes.cnpq.br/0128915207763182
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo (a)!
Prezado (a) aluno (a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é 
o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto 
com você construir nosso conhecimento sobre os conceitos fundamentais da parasitologia. 
Além de conhecer as principais características dos parasitas que convivem e se adaptaram 
a viver no mesmo ambiente humano, podendo promover danos à saúde humana, animal e 
agrícola e nos causar prejuízos econômicos. 
Na Unidade I iniciaremos nossos estudos introduzindo os conceitos de parasitologia, 
faremos uma breve discussão sobre a relação parasito- hospedeiro, assegurando que nenhum 
ser vivo é capaz de sobreviver e reproduzir-se independentemente de outro. Também discutiremos 
sobre: a origem do parasitismo e tipos de relações ecológicas entre os seres vivos; ecologia 
parasitária; classificação dos seres vivos e divisão da parasitologia. Esta noção é necessária 
para que possamos trabalhar a segunda unidade do livro, que versará sobre os protozoários.
Já na Unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre os parasitas discutindo 
sobre o Reino Protozoa. Vamos estudar como acontece a reprodução dos protozoários; 
a nutrição, excreção, respiração e locomoção dos protozoários, proporcionando o 
conhecimento básico sobre os protozoários, com ênfase nos de interesse médico. Por 
fim, discutiremos a sistemática dos filos Sarcomastigophora, Apicomplexa, Ciliophora, 
Microspora e abordaremos sobre a Família Trypanosomatidae.
Depois, na Unidade III discutiremos sobre os helmintos, vermes - parasitas que 
normalmente, mas nem sempre, residem no intestino do hospedeiro. Ao longo da unidade 
III estudaremos sobre o Filo Platyhelminthes e Nemathelminthes, mostrando as principais 
doenças causadas pelos helmintos. 
Na Unidade IV, vamos abordar as características gerais e a classificação do filo 
Arthropoda que compreende o maior número de indivíduos do reino animal, enfatizando 
alguns dos artrópodes de importância médica.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada 
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em 
nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. 
Muito obrigado e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 3
Introdução a Parasitologia
UNIDADE II ................................................................................................... 28
Protozoários de Interesse Médico
UNIDADE III .................................................................................................. 52
Helmintos de Interesse Médico
UNIDADE IV .................................................................................................. 73
Artrópodes de Interesse Médico
3
Plano de Estudo:
● Introdução aos Conceitos de Parasitologia;
● Relação Parasito-Hospedeiro;
● Origem do Parasitismo e Tipos de Relações ecológicas 
entre os seres vivos;
● Ecologia Parasitária;
● Classificação dos Seres Vivos;
● Divisão da parasitologia.
Objetivos da Aprendizagem:
● Proporcionar o conhecimento básico sobre as parasitoses de 
maior importância na saúde humana e saúde pública, no 
âmbito de atuação profissional;
● Demonstrar a importância do entendimento relação parasito – hospedeiro;
● Falar sobre a origem do parasitismo e os diferentes tipos de adaptações;
● Falar sobre a classificação dos seres vivos;
● Mostrar como ocorre a divisão da parasitologia.
UNIDADE I
Introdução a Parasitologia
Professora Dr. Claudinéia Conationi da Silva Franco
4UNIDADE I Introdução a Parasitologia
INTRODUÇÃO
Nesta unidade você irá estudar os conceitos gerais de parasitologia. O termo 
parasitologia envolve o estudo dos organismos inclusos na relação biológica de parasitismo. 
Uma das principais definições para o entendimento básico das patologias estudadas pela 
parasitologia é a relação parasita versus hospedeiro, explicada pela existência de um 
hospedeiro que servirá de abrigo para o parasita, em pelo menos uma das fases do seu 
ciclo de desenvolvimento, e as demais fases ocorrerão normalmente na natureza.
Podemos dizer que os parasitas, para que possam perpetuarem sua espécie 
sempreprecisam de um hospedeiro, pois dentro do corpo humano por exemplo, encontram 
condições ideais para sua reprodução.
Para tanto, para que os parasitas possam colonizar seu hospedeiro, é preciso que 
em algum momento aconteça o contato do hospedeiro com a fase de vida livre do parasita, 
contato este, que ocorre quase sempre por falta de condições sanitárias tanto em área 
urbana quanto rural.
5UNIDADE I Introdução a Parasitologia
1. INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE PARASITOLOGIA
A parasitologia é a ciência que estuda os parasitos, seus hospedeiros e as relações 
entre eles. O campo de estudo da parasitologia é a morfologia, a fisiologia e os ciclos de 
vida de parasitas que infectam outros seres vivos, no caso, humanos e animais. No entanto, 
para o entendimento dessa ciência, alguns conceitos básicos elencados abaixo devem ser 
estudados, tais como: 
● Agente Etiológico: É o agente responsável pela origem ou causador de uma 
doença, que pode ser um vírus, uma bactéria, fungo, protozoário ou helminto.
● Agente Infeccioso: São os parasitos, (bactérias, fungos, protozoários, vírus, 
etc.), inclusive helmintos, capazes de produzir infecção ou doença infecciosa.
● Anfixenose: Conceito usado para designar uma doença conhecida por circular 
entre humanos e animais, tanto os humanos quanto os animais funcionam como 
hospedeiros do agente causador da doença.
● Antroponose: Termo usado para designar uma doença que ocorre exclusivamente 
em humanos. A Filariose bancrofiana, conhecida como elefantíase é uma 
antroponose, causa inchaço de membros e genitais, é uma doença parasitária 
de caráter endêmico, restrita a áreas focais. O ser humano é a fonte primária 
de infecção; o parasita nematóide (verme) Wuchereria bancrofti é transmitido de 
pessoa a pessoa por meio da picada do mosquito Culex quinquefasciatus.
6UNIDADE I Introdução a Parasitologia
Os vermes se direcionam ao sistema sanguíneo, provocando febre, dor de cabeça 
e mal-estar. Após a maturação, que pode levar de 3 meses a 1 ano, os vermes se 
instalam no sistema linfático, bloqueando os vasos, logo, as pessoas acometidas 
apresentam sinais claros de inchamento nos membros; mamas, no caso de 
mulheres, e testículos, em indivíduos do sexo masculino.
● Antropozoonose: É um termo usado para designar uma doença primária de 
animais, que pode ser transmitida aos humanos, por exemplo a Brucelose, na 
qual o homem é um hospedeiro acidental. A Brucelose é uma doença causada por 
bactérias pertencentes ao gênero Brucella spp. A Brucelose é conhecida como uma 
doença febril aguda, com pouco ou nenhum sinal localizado, que pode progredir 
causando recaídas de febre, fraqueza, sudorese e dores vagas.
● Zoonose. Doenças e infecções que são naturalmente transmitidas entre animais 
vertebrados e os humanos, por exemplo, Doença de Chagas, Toxoplasmose, Raiva, 
entre outras. Atualmente, são conhecidas cerca de 100 zoonoses 
● Enzoose: Doença exclusiva de animais. Exemplo: a peste suína, causada por vírus.
● Cepa: É o termo usado para designar grupo ou linhagem de um agente infeccioso, 
compreendido dentro de uma espécie, que se caracteriza por alguma propriedade 
biológica e/ou fisiológica.
● Contaminação: É a presença de um agente infeccioso na superfície do corpo, 
roupas, brinquedos, água, leite, alimentos etc.
● Doença Metaxênica: É caracterizada como doença Metaxênica aquela que o 
parasito causador da doença realiza parte do seu ciclo vital no vetor de transmissão; 
isto é, o vetor não só transporta o agente, mas é um elemento obrigatório para 
maturação e/ou multiplicação do agente causador da doença. Exemplo: malária, 
esquistossomose. A malária é transmitida por mosquitos (vetor) do gênero 
Anopheles, (comum nos momentos do amanhecer e do entardecer), causada por 
protozoários do género Plasmodium, provocando sintomas como febre, fadiga, 
vómitos e dores de cabeça. Casos graves podem causar icterícia, convulsões, 
coma ou morte. A esquistossomose conhecida popularmente como barriga d’água 
é causada por um verme Schistosoma mansoni, no qual o homem é o hospedeiro 
definitivo, no entanto, esse verme, necessita de caramujos de água doce como 
hospedeiros intermediários para desenvolver seu ciclo evolutivo. Inicialmente a 
esquistossomose é uma doença assintomática, no entanto, pode evoluir causando 
graves problemas de saúde crônicos, podendo o paciente ser internado ou até 
mesmo vir a óbito.
7UNIDADE I Introdução a Parasitologia
● Surto: Esse conceito é usado quando acontece um repentino e inesperado 
aumento de casos de uma doença em uma determinada região, comunidade ou 
estação do ano, por exemplo, em determinadas cidades do Brasil, a Dengue é 
reconhecida como um surto, uma vez que são detectados casos em somente um 
ou alguns bairros.
● Epidemia: É um termo usado quando ocorrem surtos em várias regiões.
● Endemia: É uma doença de causa e atuação local, que se manifesta com frequência 
em determinada região, mas tem um número de casos esperado, por exemplo, no 
início do inverno espera-se que, de cada 100 habitantes, 25 estejam gripados.
● Pandemia: É um termo para designar a disseminação mundial de uma doença 
(epidemia). A pandemia surge quando um agente infeccioso se espalha ao redor do 
mundo e a maior parte das pessoas não são imunes a ele, por exemplo, a COVID 19.
● Epidemiologia: É o estudo da distribuição e dos fatores que determinam a 
frequência de uma doença. A epidemiologia trata de 2 aspectos cruciais:
 9A distribuição (idade, sexo, raça, geografia, entre outros).
 9Os fatores determinantes da frequência: tipo de patógeno, meios de 
transmissão de uma doença.
Por exemplo, no estudo da epidemiologia da esquistossomose, no Brasil, devem 
ser levados em consideração as seguintes características: a idade, o sexo, a raça, a 
distribuição geográfica, os criadouros peridomiciliares, a suscetibilidade do molusco, os 
hábitos da população entre outros aspectos.
● Fonte de Infecção: É considerado como fonte de infecção um objeto, uma pessoa, 
ou substância da qual um agente infeccioso passa diretamente a um hospedeiro. A 
fonte de infecção pode estar situada em qualquer ponto da cadeia de transmissão, 
por exemplo água contaminada pode causar febre tifóide, um mosquito infectante 
pode causar malária, carne contaminada com cisticercos causa teníase.
A febre tifóide é uma doença sistêmica provocada por bactérias Salmonella entérica. 
A malária é causada por protozoários do género Plasmodium e teníase é causada pela 
ingestão de carne bovina e/ou suína mal cozida que contenha ovos do parasita Taenia sp.
● Fômite: É representado por utensílios que podem veicular o parasito entre 
hospedeiros. Por exemplo: roupas, seringas, espéculos etc.
● Fase Aguda: É o período após a infecção em que os sintomas clínicos são mais 
acentuados, como por exemplo febre alta. É um período considerado de definição 
em que o indivíduo pode se curar, entrar na fase crônica ou morrer.
8UNIDADE I Introdução a Parasitologia
● Fase Crônica: É a fase posterior a fase aguda; caracterizada pela diminuição 
da sintomatologia clínica e um equilíbrio relativo entre o hospedeiro e o agente 
infeccioso. O número dos parasitos mantém uma certa constância. É importante 
dizer que este equilíbrio pode ser rompido em favor de ambos os lados.
● Hábitat: É o local ou órgão onde determinada espécie ou população reside. Por 
exemplo, Ascaris lumbricoides tem por hábitat o intestino delgado humano.
● Espécies Alopátricas: São espécies ou subespécies do mesmo gênero, que 
vivem em ambientes diferentes, devido a existência de barreiras que as separaram.
● Espécies Simpátricas: São espécies ou subespécies do mesmo gênero, que 
vivem num mesmo ambiente.
● Espécie Euritopa: Possuem vasta distribuição geográfica, com ampla valência 
ecológica. A valência ecológica é a capacidade específica de uma espécie suportar 
variações em um determinado fator, e até com hábitats variados.
● Espécie Estenótopa:São as espécies que apresentam distribuição geográfica 
restrita com hábitats restritos.
● Hospedeiro: É um organismo que alberga o parasito. Como exemplo podemos 
citar o ser humano como hospedeiro do Ascaris lumbricoides. O A. lumbricoides 
é um verme causador da doença ascaridíase, conhecido popularmente como 
lombriga. O verme adulto mede entre 15 e 40 cm de comprimento, desenvolvem-se 
no intestino delgado, no qual macho e fêmea se acasalam. Em mais de 85% dos 
casos, as infecções são assintomáticas, se o número de vermes for muito pequeno.
● Hospedeiro Definitivo: É o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou 
em fase de atividade sexual.
● Hospedeiro Intermediário: Apresenta o parasito em fase larvária ou assexuada.
● Hospedeiro Paratênico ou de Transporte: É o hospedeiro intermediário no qual o 
parasito não sofre desenvolvimento, mas permanece encistado até que o hospedeiro 
definitivo o ingira. Exemplo: Hymenolepis nana que se albergam de forma intermediária 
em coleópteros (besouros). A Hymenolepis nana é uma espécie de tênia que mede 
15 a 40 mm, que infecta seres humanos e roedores, da seguinte forma:
O homem ingere acidentalmente um coleóptero contendo larvas de H. nana, 
que pode causar hiper infecção, pois não forma imunidade e milhares de ovos podem 
ser liberados no intestino. As larvas desenvaginam-se no intestino, se fixando à mucosa e 
transformando-se em vermes adultos.
9UNIDADE I Introdução a Parasitologia
● Incidência: É a frequência com que um fato ou uma doença ocorre num período 
de tempo definido e com relação à população (casos novos, somente). 
Exemplo: a incidência de piolho (Pediculus humanus) em um determinado Grupo 
Escolar, no Paraná, no mês de março, foi de 10%, logo de 100 alunos com piolho, 
10 adquiriram o parasito no mês de março.
● Infecção: Penetração e desenvolvimento, ou multiplicação, de um agente 
infeccioso dentro do organismo de humanos ou animais (inclusive vírus, bactérias, 
protozoários e helmintos).
● Infecção Inaparente: Presença de infecção num hospedeiro, sem o aparecimento 
de sinais ou sintomas clínicos. Nesse caso, pode estar em curso uma patogenia 
discreta, no entanto, sem sintomatologia; quando há sintomatologia a infecção 
passa a ser uma doença infecciosa.
● Infestação: É o alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na 
superfície do corpo ou vestes. (Pode-se dizer também que uma área ou local está 
infestado de artrópodes.)
● Letalidade: Expressa o número de óbitos com relação a determinada doença 
ou fato e com relação a população. Exemplo: 100% das pessoas não-vacinadas, 
quando atingidas pelo vírus rábico (vírus da raiva), morrem.
● Morbidade: Expressa o número de pessoas doentes com relação a população. 
Exemplo: na época do inverno, a morbidade da gripe é alta [isto é, o número de 
pessoas doentes (incidência) é grande].
● Mortalidade: Determina o número geral de óbitos em determinado período de 
tempo e com relação a população. Exemplo: em Belo Horizonte 1.032 pessoas 
vieram a óbito no mês de outubro de 2004 por causas como acidentes, doenças 
entre outros fatores.
● Parasitemia: Representa a carga parasitária no sangue do hospedeiro. 
Exemplo: camundongos Y apresentam 2.000 tripanossomas por cm3 de sangue.
● Parasitismo: É a associação entre seres vivos, em que existe unilateralidade 
de benefícios, sendo um dos associados prejudicados pela associação e outro 
beneficiado. O parasito é o agressor, o hospedeiro é o que alberga o parasito. Existem 
vários tipos de parasitos como exemplo: Endoparasito, Ectoparasito e Hiperparasito.
● Endoparasito: O que vive dentro do corpo do hospedeiro. Exemplo: Ancylostoma 
duodenale (verme) que causa parasitose intestinal.
● Ectoparasito: Vive externamente ao corpo do hospedeiro. 
Exemplo: Pediculus humanus (piolho).
10UNIDADE I Introdução a Parasitologia
● Hiperparasito: O que parasita outro parasito. Exemplo: Entamoeba histolytica, 
sendo parasitado por fungos (Sphoerita endogena) ou por cocobacilos. E. histolytica 
é uma espécie de protozoário, parasita intestinal, responsável pela disenteria 
amebiana, que é uma doença gastrointestinal em que ocorre diarreia.
● Parasito Acidental: É o que parasita outro hospedeiro que não o seu normal. 
Exemplo: Dipylidium caninum, parasitando criança. Seus hospedeiros são o cão, o 
gato, raramente o homem. São os responsáveis pela alta infestação dos animais 
domésticos.
● Parasito Facultativo: É o que pode viver parasitando, ou não, um hospedeiro 
e quando não está parasitando, é chamado vida livre. Exemplo: larvas de moscas 
pertencentes a família Sarcophagidae, que podem desenvolver-se em feridas 
necrosadas ou em matéria orgânica (esterco) em decomposição.
● Parasito Obrigatório: É aquele incapaz de viver fora do hospedeiro. 
Exemplo: Toxoplasma gondii protozoário parasita intracelular causador da 
toxoplasmose; Plasmodium sp protozoário causador da malária; Schistosoma 
mansoni verme causador da esquistossomose conhecida popularmente no Brasil 
como “Barriga d’água”.
● Parasito Periódico: É o que frequenta o hospedeiro intervaladamente. 
Exemplo: mosquitos que se alimentam sobre o hospedeiro a cada três dias.
● Parasitóide: É a forma imatura, ou seja, a larva de um inseto que ataca outros 
invertebrados, quase sempre levando-os a morte. Os himenópteros (recebem o 
nome devido às asas membranosas que possuem), são um dos maiores grupos 
entre os insetos, compreendendo as vespas, abelhas e formigas conhecidos como 
pertencentes a ordem Hymenoptera.
● Patogenia ou Patogênese: É o mecanismo com pelo qual agente infeccioso 
provoca lesões no hospedeiro. 
Exemplo o S. mansoni provoca lesões no organismo através de ovos, formando 
granulomas.
● Patogenicidade: É a habilidade de um agente infeccioso provocar lesões. 
Exemplo: Leishmania braziliensis tem uma patogenicidade alta; Taenia saginata 
tem patogenicidade baixa. Leishmania braziliensis é uma espécie de protozoário 
causador da Leishmaniose doença infecciosa, que afeta órgãos das vísceras, (baço 
e o fígado, além da medula óssea). 
11UNIDADE I Introdução a Parasitologia
Sintomas: febre, tosse, dor abdominal, anemia, perda de peso, diarreia, fraqueza, 
aumento do fígado e do baço, e inchaço nos linfonodos. A Taenia saginata é um 
verme, que em humanos (hospedeiro definitivo), este parasita causa teníase ao 
se alojar no intestino, já no gado, hospedeiro intermediaria da T. saginata, este 
parasita causa a cisticercose.
● Virulência: É a severidade e rapidez com que um agente infeccioso causa lesões 
no hospedeiro. Exemplo: a Entamoeba histolytica pode provocar lesões severas.
● Período de Incubação: É o período decorrente entre o tempo de infecção e o 
aparecimento dos primeiros sintomas clínicos. Exemplo: esquistossomose mansoni 
a penetração de cercária até o aparecimento da dermatite cercariana leva 24 horas.
● Poluição: É a presença de substâncias nocivas como produtos químicos, por 
exemplo, mas não-infectantes, no ambiente (ar, água, leite, alimentos, entre outros).
● Portador: Hospedeiro infectado que alberga o agente infeccioso, sem manifestar 
sintomas, mas capaz de transmiti-lo a outra pessoa.
● Profilaxia: É o conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou 
controle de doenças ou fatos prejudiciais aos seres vivos. A profilaxia, é estabelecer 
medidas contra uma doença já estabelecida. Já a prevenção, é quando faz uso 
medidas para evitar o estabelecimento de uma doença.
● Reservatório: Tanto o homem, quanto os animais, as plantas, o solo e qualquer 
matéria orgânica inanimada onde vive e se multiplica um agente infecioso, pode ser 
considerado como um reservatório.
● Sinantropia: Habilidade de alguns animais silvestres (mamíferos, aves, insetos) 
frequentar habitações humanas. Pela alteração do meio ambiente natural, os animais 
se adaptaram de tal forma a ser capaz de conviver com o homem. Exemplo: moscas, 
ratos e morcegos silvestres frequentandoou habitando residências humanas.
● Vetor: O vetor pode ser um artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o 
parasito entre dois hospedeiros.
● Vetor Biológico: É quando o parasito se multiplica ou se desenvolve no vetor. 
Exemplo: Schistosoma mansoni, que desenvolve parte do seu ciclo de vida no 
caramujo Biomphalaria glabrata.
● Vetor Mecânico: É considerado como vetor mecânico aquele que o parasito não 
se multiplica e nem se desenvolve no vetor, este simplesmente serve de transporte. 
Exemplo: A Tunga penetrans (inseto) veiculando mecanicamente esporos de fungo. 
A Tunga penetrans é a pulga da areia, pertencente a classe dos insetos, sendo a 
fêmea o (bicho do pé) ou (bicho do porco), que depois de fecundada parasita a pele 
dos suínos e eventualmente do homem.
12UNIDADE I Introdução a Parasitologia
2. RELAÇÃO PARASITO-HOSPEDEIRO
Na natureza quando observamos os seres vivos animais e vegetais contemplamos 
um enorme fundamental inter-relacionamento para a manutenção e equilíbrio da vida na 
terra. Podemos assegurar que nenhum ser vivo é capaz de sobreviver e reproduzir-se 
independentemente de outro. Esse relacionamento varia grandemente entre os diversos 
reinos, filos, ordens, gêneros e espécies.
Se o homem não preservar e não tiver consciência da importância dos recursos 
naturais existentes no Planeta, verá que os caminhos que levam ao progresso são os 
mesmos que nos levam a calamidade. O desenvolvimento sustentável só é possível quando 
a humanidade entender que nossa espécie é uma engrenagem na famosa “Roda da Vida”,
Existe uma interação constante que ocorre entre todos os elementos da natureza, 
incluindo a espécie humana. Dessa forma, é fundamental que os especialistas em Saúde 
Pública, inclusive os parasitologistas, mantém-se atentos em relação a “Roda da Vida”, pois 
é assim que progride a humanidade rumo ao desenvolvimento sustentável. No entanto, 
qual a conexão entre a roda da vida e o desenvolvimento sustentável com a parasitologia e 
com as doenças parasitárias? Existe sim uma total relação porque é na esteira da pobreza, 
falta de educação e falta de saneamento básico, que as doenças parasitárias encontram 
um campo fértil. Além disso, a dinâmica populacional tem sido muito intensa em nosso país, 
com acentuado êxodo rural e formação de favelas na periferia das cidades.
13UNIDADE I Introdução a Parasitologia
Segundo Neves et al. (2005, p. 8):
[...] Para se ter uma ideia, em 1940 tínhamos uma população total de 41 
milhões de habitantes, com 30% (13 milhões) vivendo em ambiente urbano 
e 70% (28 milhões) vivendo na zona rural; hoje somos 170 milhões, com 
80% (138 milhões) vivendo nas cidades e 20% (32 milhões) vivendo na zona 
rural. Em decorrência desse êxodo acelerado, associado a falta de higiene, 
de moradia adequada e serviços sanitários amplos, as doenças que eram 
chamadas de “endemias rurais” devem ser hoje estudadas como “endemias 
urbanas”, com perfil epidemiológico diferenciado [...]. (NEVES, 2005, p.8).
14UNIDADE I Introdução a Parasitologia
3. ORIGEM DO PARASITISMO E TIPOS DE RELAÇÕES ECOLÓGICAS 
ENTRE OS SERES VIVOS
Ao analisarmos a interação existente entre os seres vivos é possível observarmos 
na natureza, um grande inter-relacionamento, entre eles, caracterizando diversos tipos 
de associações, variando desde uma colaboração mútua retratando uma simbiose, 
associação definida como qualquer interação a longo prazo entre espécies diferentes, 
sendo essa associação benéfica para o hospedeiro e neutra ou benéfica para o simbionte, 
até o predatismo e canibalismo.
Durante o curso da evolução, o parasitismo ocorreu quando em uma destas 
associações um organismo menor sentiu favorecido, pela obtenção de alimento ou 
proteção. Logo, o relacionamento entre os seres vivos visa dois aspectos cruciais: 
obtenção de alimento e proteção.
Como consequência desses diversos tipos de associações entre os organismos 
vivos, também chamadas de relações ecológicas, e com o passar de milhares de anos os 
organismos foram se evoluindo por meio de adaptações morfológicas e biológicas para 
o melhor relacionamento com o hospedeiro, o que tornou o parasito mais dependente do 
outro ser vivo. Logo, podemos assegurar que a adaptação é o marco do parasitismo.
Na natureza, diversas espécies passam conviver num mesmo ambiente, criando 
associações ou interações que podem não interferir entre si.
15UNIDADE I Introdução a Parasitologia
Essas associações podem ser do tipo harmônicas ou positivas, quando há 
benefício mútuo ou ausência de prejuízo mútuo; e desarmônica ou negativa, quando há 
prejuízo para algum dos participantes. Como exemplo de associações harmônicas temos o 
comensalismo, o mutualismo e a simbiose, já para as associações desarmônicas temos a 
competição, o canibalismo, o predatismo e o parasitismo.
O Comensalismo é a associação harmônica que ocorre entre duas espécies, na 
qual uma obtém vantagens (o hóspede) sem causar prejuízos para o outro (o hospedeiro). 
Essas vantagens podem ser: proteção (habitação), transporte (meio de locomoção) 
e nutrição (proveito dos restos alimentares). Como exemplo temos a Entamoeba cozi 
vivendo no intestino grosso humano. No entanto, na natureza temos clássico exemplo de 
comensalismo que ocorre entre o Peixe-piolho (Echneis remora) e o tubarão, em que a 
rêmora se fixa no corpo do tubarão com o uso de suas ventosas e se alimenta dos restos 
de comida que saem da boca do tubarão. O Comensalismo pode ser dividido em Forésia, 
Inquilinismo e Sinfilismo ou protocooperação.
Na Forésia uma espécie fomece suporte, abrigo ou transporte a outra espécie, 
como é o caso do peixe-piolho.
No Inquilinismo uma espécie vive no interior de outra, sem se nutrir à custa desta, 
mas utilizando o abrigo e parte do alimento que a outra capturou, como exemplo temos o 
peixe Fierasfer, que se abriga no interior de holotiinas (pepino do mar-animais invertebrados) 
e se alimenta de pequenos crustáceos.
No Sinfilismo ou protocooperação duas espécies se associam para benefício 
mútuo, sem obrigatoriedade, isto é, a associação não é necessária para a sobrevivência 
de ambas. Como exemplo temos as formigas pertencentes ao gênero Camponotus que 
sugam as secreções de pulgões (afídeos) ou cigarrinhas (membracídeos), protegendo-os 
contra inimigos naturais.
O Mutualismo é um tipo de relação ecológica em que duas espécies se associam 
para viver, e ambas são beneficiadas. No entanto, é uma associação obrigatória, sendo, por 
muitos autores, considerada até mesmo como uma simbiose. As espécies realizam funções 
complementares, indispensáveis à vida de cada um, sendo incapazes de sobreviverem de 
forma isolada. O clássico exemplo de mutualismo é a associação que ocorre no intestino de 
cupins com os protozoários do gênero Hypermastiginia e os líquens.
Os Líquens são formados pela associação de algas ou bactérias fotossintetizantes 
e fungos. Os fungos fornecem água e nutrientes absorvidos do meio e as bactérias ou algas 
fornecem os açúcares produzidos na fotossíntese.
16UNIDADE I Introdução a Parasitologia
Os Protozoários são microrganismos eucarióticos unicelulares e heterotróficos, 
ou seja, não são capazes de produzir seu próprio alimento, necessitam obter matéria 
orgânica do meio externo.
Simbiose é um tipo de associação que ocorre entre seres vivos, na qual a troca de 
vantagens existe de tal forma que esses seres são incapazes de viver de maneira isolada. 
As espécies realizam funções complementares, essências a vida de cada uma. Temos como 
exemplo de indivíduos simbiontes algumas bactérias que vivem no interior de protozoários 
de vida livre. Os protozoários fornecem abrigo e fontes alimentares para as bactérias que, 
por sua vez, sintetizam substâncias necessárias ao protozoário.
A associação de protozoários, que digerem a celulose presente no rúmen do 
bovino é outro exemplo típico de simbiose. Os ruminantes fornecem uma série de fatores 
alimentarese proteção aos protozoários e bactérias, e esses possuem as enzimas capazes 
de digerir a celulose ingerida pelo bovino.
Os seres humanos, também podem ser considerados como organismos simbiontes, 
pois vivemos em uma constante associação simbiótica com bactérias que vivem em nosso 
organismo. As bactérias por sua vez realizam diversas funções em nosso corpo, como 
por exemplo, contribuem com o auxílio na absorção e digestão de nutrientes, produção de 
vitaminas, ômega-3, ácidos graxos, inativação de toxinas, atuam na regulação do açúcar 
sanguíneo, pressão arterial e sistema de defesa. Em contrapartida, garantem em nosso 
corpo proteção (abrigo) e nutrientes.
A competição é um tipo de associação desarmônica na qual exemplares da mesma 
espécie (competição intraespecífica) ou de espécies diferentes (competição interespecífica) 
lutam pelo mesmo abrigo ou alimento, e, em geral, os indivíduos menos preparados fracassam. 
É um tipo de associação considerada como importante fator de regulação do nível ou número 
populacional de certas espécies, como por exemplo: as moscas pertencentes a família 
Calliphoridae e Sarcophagidae, cujas larvas se desenvolvem em cadáveres. O alimento 
ali presente é suficiente apenas para um determinado número de exemplares, permitindo 
apenas o desenvolvimento das moscas que chegarem primeiro ou das mais vorazes; as 
demais perecerão ou, se chegarem a moscas adultas, estas serão menores e inférteis.
O canibalismo é o ato de um animal se alimentar de outro, da mesma espécie ou da 
mesma família. É um tipo de relacionamento desarmônico e quase sempre acontece devido 
à carência alimentar ou superpopulação. As formas mais ativas ou mais fortes devoram 
as menores ou mais fracas, podemos citar como exemplo os peixes adultos do gênero 
Lebistes que se alimentam de filhotes, entre outros.
17UNIDADE I Introdução a Parasitologia
O predatismo é o ato de uma espécie animal se alimentar de outra espécie.
A sobrevivência de uma espécie depende da morte de outra espécie na cadeia 
alimentar. Por exemplo: temos a onça alimentando-se de pacas; Gavião alimentando-se de 
pequenas aves ou roedores; as cigarras, percevejos, pulgões e cochonilhas entomófagos 
alimentam-se de insetos entre outros.
O parasitismo é a associação que ocorre entre os seres vivos, na qual existe uma 
unilateralidade de benefícios, ou seja, o hospedeiro é espoliado pelo parasito, pois fornece 
alimento e abrigo para este. Esse tipo de associação tem uma propensão ao equilíbrio, 
pois a morte do hospedeiro é prejudicial para o parasito. Assim, nas espécies em que 
o parasitismo vem sendo mantido há milhares de anos, dificilmente o parasito leva o 
hospedeiro a morte, por exemplo, o tatu é o hospedeiro natural do Trypanosoma cruzi, 
e raramente morre devido ao parasitismo, já o homem, o cão ou o gato frequentemente 
morrem quando adquirem a doença de Chagas.
Para que ocorra uma doença parasitária, alguns fatores são necessários como:
● Fatores inerentes ao parasito, como: número de exemplares, tamanho, localização, 
virulência, metabolismo, entre outros.
● Fatores inerentes ao hospedeiro, como: idade, nutrição, nível de resposta imune, 
intercorrência de outras doenças, hábitos, uso de medicamentos, entre outros.
Da combinação desses fatores podemos ter um indivíduo doente, um portador 
assintomático, ou um indivíduo não parasitado.
18UNIDADE I Introdução a Parasitologia
4. ECOLOGIA PARASITÁRIA
A partir do relacionamento dos parasitos que nos interessam, com outros seres, 
com o ambiente e com o próprio ser humanos é que teremos o consequente parasitismo. 
Para que possamos estudar a epidemiologia e a profilaxia das doenças parasitarias 
é necessário conhecermos alguns conceitos ecológicos, que facilitarão o entendimento das 
mesmas. Para isso, devemos entender que a Ecologia busca compreender as relações dos 
seres vivos entre si e o meio ambiente, sendo o Ecossistema a unidade funcional de base 
em ecologia, representando uma comunidade ecológica ou um ambiente natural, no qual 
há um estreito relacionamento entre as várias espécies de animais, vegetais e minerais. 
Os ecossistemas podem ser terrestres e aquáticos. Como exemplos de ecossistemas 
terrestres, temos as florestas, os desertos, campos, savanas, entre outros. Já dentre os 
ecossistemas aquáticos, temos os rios, mares, oceanos e lagos.
Em qualquer ecossistema encontramos os seguintes elementos componentes: 
Organismos Heterotróficos; Organismos Autotróficos; Decompositores ou Saprófitas; 
Bioma, Componentes abióticos, Hábitat, Nicho Ecológico, Ecótopo, Biótopo e Biocenose.
Os Organismos Heterotróficos são os seres que utilizam das substâncias 
orgânicas produzidas pelos seres autotróficos. São os elementos consumidores, temos 
como exemplo os herbívoros e carnívoros.
Os Organismos Autotróficos são os seres capazes de fixar energia luminosa, 
ou seja, proveniente da luz solar e sintetizar alimentos a partir de elementos inorgânicos. 
Temos como exemplos dos organismos autotróficos as plantas e algas verdes, que são 
os elementos produtores.
19UNIDADE I Introdução a Parasitologia
Os Decompositores ou Saprófitas são os seres heterotróficos capazes de 
decompor os elementos autotróficos e heterotróficos que morreram, transformando-os em 
substâncias mais simples e reutilizáveis pelos autotróficos. Exemplo: as bactérias.
O termo Bioma apresenta conceito semelhante ao termo ecossistema, no entanto, 
é aplicado quando se quer designar grandes comunidades. Os principais biomas brasileiros 
são: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampas, Caatinga e Pantanal.
Os Componentes abióticos são os componentes físicos e químicos do meio, tais 
como a luz, a temperatura, o vento.
Hábitat é o ecossistema, local ou órgão, no qual determinada espécie ou população 
vive, por exemplo, o Ascaris lumbricoides tem por hábitat o intestino delgado humano. 
Nesse órgão, esse animal têm abrigo e alimento.
Nicho Ecológico é a atividade de uma espécie ou população dentro do hábitat. 
Por exemplo, o A. lumbricoides, dentro do seu hábitat realiza suas funções reprodutivas 
e alimentares, ou seja, absorve fósforo, cálcio, carboidratos, açúcares, proteínas entre 
outras funções, espoliando o seu hospedeiro. Outro verme que tem hábitat semelhante é o 
Ancylostoma duodenale, no entanto, tem o nicho ecológico diferente, pois consome sangue 
e ferro do seu hospedeiro.
Ecótopo nada mais é do que o abrigo físico do animal. Dentro da cafua que são os 
(esconderijos), os triatomíneos (“barbeiros”) vivem nas frestas do barro.
Biótopo é o local em que as condições para a sobrevivência de várias ou de uma 
espécie são iguais e constantes em diferentes áreas ou regiões, por exemplo, o biótopo do 
tatu é semelhante nas várias regiões onde ele habita.
Biocenose é a associação de vários organismos habitando o mesmo biótopo. É o 
exemplo que temos da associação entre o Trypanosoma cruzi um protozoário, o barbeiro e 
homem. A biocenose de uma floresta, por exemplo, compõe-se de populações de arbustos, 
árvores, pássaros, formigas, microrganismos entre outros, que convivem e se inter-relacionam.
Portanto, no foco natural de uma parasitose existe um inter-relacionamento de 
relevo, solo, clima, água, flora e fauna, de tal forma que haja:
● Coincidência de hábitats dos hospedeiros e vetores;
● Número suficiente de hospedeiros e vetores para que o parasito possa circular 
entre eles;
● O parasito em número suficiente para atingir o hospedeiro e o vetor;
● Condições propícias para a transmissão como clima úmido, temperatura e 
altitude adequadas.
20UNIDADE I Introdução a Parasitologia
5. CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
 
A classificação dos seres vivos é baseada em diversos aspectos da biologia 
e morfologia. A partir da classificação dos seres vivos, é possível: conhecer e analisar a 
biodiversidade do planeta; esquematizar os graus de parentesco evolutivo entre indivíduos; 
e estabelecer modelos matemáticosque demonstrem o momento da evolução em que o 
ambiente e seus organismos foram submetidos aos processos adaptativos. No entanto, esse 
sistema de classificação não segue critérios rigorosamente formais, é um sistema gerido por 
um conjunto de regras predominantemente unificadas, que, dada a imensidade da abundância 
de seres vivos existentes no planeta, as regras de classificação são adaptadas de acordo com 
o modelo de estudo e com o ramo da biologia em que essa classificação se fez necessária.
Os seres vivos podem ser classificados quanto: à forma de obtenção de alimentos 
(Autotróficos e Heterotróficos); quanto à forma de produção de matéria orgânica 
(Fotossintetizantes e Quimiossintetizante); e quanto ao hábito alimentar.
Os seres vivos classificados como autotróficos são organismos capazes de sintetizar 
o próprio alimento através de processos anabólicos e os heterotróficos são organismos que 
não são capazes de sintetizar o próprio alimento.
Os organismos fotossintetizantes são seres que utilizam a energia luminosa para a 
produção de matéria orgânica através do processo de fotossíntese; já os quimiossintetizantes 
utilizam de compostos químicos inorgânicos para a produção de matéria orgânica através 
do processo de quimiossíntese.
21UNIDADE I Introdução a Parasitologia
Quanto ao tipo de alimento consumido para seus processos metabólicos, os seres 
vivos heterótrofos podem ser subdivididos em: herbívoros que se alimentam de plantas e 
vegetais e carnívoros que se alimentam de outros seres, geralmente por meio da caça ou 
de restos de animais, como os fungos e bactérias decompositoras.
O sistema de classificação dos seres vivos mais antigo foi proposto por Aristóteles 
ainda na Idade Clássica que dividia os seres vivos em plantas e animais. Para os animais 
ainda existia mais uma categorização de acordo com o seu habitat: terra, água ou ar. Esse 
é o modelo mais antigo de classificação dos seres vivos, serviu como base para inspiração 
dos demais que surgiriam.
No século XVIII, Carlos Lineu em sua obra “Systema Naturae” propôs uma forma 
hierárquica de classificação dos seres vivos. Lineu estipula três reinos: mineral, vegetal 
e animal, e agrupa todos os seres vivos em cinco categorias: Classe, Ordem, Gênero, 
Espécie e Variedade. Além disso, no sistema de classificação de Lineu, é estipulado que 
o nome de cada espécie deve ser curto, único em cada gênero, binominal e permanente. 
Carlos Lineu conhecido também como Carl von Linné, Carl Linnaeus e Carolus Linnaeus 
foi um naturalista, botânico, zoólogo e médico sueco. Ele criou dois sistemas científicos: 
o sistema para classificar animais e plantas e o sistema para dar nome a todos os seres 
vivos. Lineu foi um dos mais importantes botânicos da história.
Apenas no século XIX que outros reinos foram adicionados no sistema de 
classificação. De acordo com a proposta do biólogo, naturalista Ernst Heinrich Philipp August 
Haeckel, todos os organismos podem ser agrupados em cinco reinos: Monera, Fungi, 
Protista, Plantae e Animalia. Em 1977, com os avanços científicos, foi possível, por meio de 
análises moleculares, estabelecer outras similaridades entre os organismos. Dessa forma, 
Carl Richard Woese um microbiologista americano, propôs a formação de três domínios 
que ficariam acima da categoria de Reino, ou seja, Domínio Bacteria, Domínio Archaea e 
Domínio Eukarya. Logo, a classificação dos seres vivos nesses 3 domínios foi proposta 
em 1977, por Carl Woese, que usou como critério a filogenia molecular, que de acordo 
com o comportamento os organismos são classificados, e inseridos em um dos 3 domínios 
(Eubactéria, Archaea e Eukarya). Os 2 domínios, Eubactéria e Archaea, incluem os seres 
procariontes e unicelulares.
Atualmente, o sistema de classificação dos seres vivos utilizados é o da taxonomia, 
que pertence ao ramo da Sistemática, dentro da Biologia.
22UNIDADE I Introdução a Parasitologia
A Sistemática é a área da Biologia que visa estudar a biodiversidade através de uma 
classificação chamada taxonomia. A Taxonomia é o processo que descreve a diversidade 
dos seres vivos, usando artifícios como a classificação e nomenclatura.
Dentro da taxonomia, todos os organismos são divididos em categorias que 
recebem o nome de táxon. São nove táxons principais que compõem uma escala crescente 
de sistematização, dessa forma, os maiores táxons agrupam os menores.
O menor táxon identifica os seres vivos por Espécie. Já as espécies estão agrupadas 
em Gêneros, que são associados às Famílias, e esta está incorporada à Ordem. A Ordem, 
por sua vez, está inclusa no táxon Classe, que está agrupada ao táxon Filo, que por fim, 
está incluído no táxon Reino.
Logo, a classificação das principais categorias taxonômicas ocorre da seguinte maneira:
● Reino: maior unidade de classificação dos seres vivos. Agrupa Filos de organismos 
com as mesmas características.
● Filos: reunião de classes semelhantes.
● Classes - Incluem seres de ordens semelhantes, logo é um conjunto de ordens.
● Ordem: Conjunto de Famílias.
● Famílias - Composta por organismos de gêneros semelhantes
● Gêneros - Agrupa Espécies semelhantes
● As espécies são a categoria mais básica de classificação dos seres vivos.
Abaixo temos o exemplo da classificação taxonômica da espécie humana:
● Exemplo: Ser Humano.
● Super Domínio: Biota;
● Domínio: Eukarya;
● Reino: Animalia;
● Filo: Chordata;
● Classe: Mammalia;
● Ordem: Primatas;
● Família: Hominidae;
● Gênero: Homo sapiens;
Nos dias de hoje, existe a possibilidade de os reinos serem agrupados no táxon 
Domínio ou Super Reino e este último por sua vez, fazer parte do Super Domínio. O Super 
Domínio é um tipo de classificação que divide os seres em Biota (seres vivos) e Abiota 
(organismos que não são considerados seres vivos, como os vírus).
23UNIDADE I Introdução a Parasitologia
É importante lembrarmos que existem algumas normas para escrita da espécie, 
como: o nome deve estar em latim e deve ser composto, sendo que o primeiro nome tem 
que ser escrito em letra maiúscula e o segundo em minúscula. A primeira parte do nome 
representa o gênero e a segunda a espécie. Além disso, o nome deve estar em itálico ou 
sublinhado quando manuscrito. Exemplo: Ascaris lumbricoides; e se tiver subespécie ou 
subgênero deve ficar da seguinte forma: Culex pipiens fatigans (causador da filariose) e 
Aedes Stegomyia aegypti (causador da dengue), respectivamente.
O nome científico de uma espécie obedece às regras internacionais de nomenclatura 
como já citado. Por exemplo, quando uma espécie é mencionada, mas não denominada, 
utiliza-se o gênero mais a expressão sp, exemplo: Toxocara sp.; e quando se refere a mais 
de uma espécie, utiliza-se spp, exemplo: Toxocara spp., sendo que apenas o gênero escrito 
em itálico. Já o nome vulgar de uma espécie é a denominação popular dada a uma espécie 
em uma região ou país.
O parasita Toxocara sp. causa a toxocaríase; pode habitar o intestino delgado de 
gatos e cachorros e chegar no organismo humano por meio do contato com fezes contami-
nadas por fezes de cães e gatos infectados, podendo resultar em dor abdominal, febre ou 
diminuição da visão, por exemplo.
24UNIDADE I Introdução a Parasitologia
6. DIVISÃO DA PARASITOLOGIA
A parasitologia é a ciência que estuda os parasitos, seus hospedeiros e as 
relações entre eles.
A divisão da parasitologia é baseada em vários aspectos da biologia e morfologia. 
Dessa forma temos: a protozoologia, a helmintologia, a entomologia e a microbiologia.
A protozoologia engloba os protozoários que são animais unicelulares como a 
ameba e a giárdia.
A helmintologia engloba os helmintos, também conhecidos como vermes parasitas. 
São grandes macroparasitas; geralmente, os adultos podem ser vistos a olho nu. Muitos 
deles são vermes intestinais, transmitidos pelo solo, infectando o trato gastrointestinal. 
Outros, como os esquistossomos por exemplo, residem nos vasos sanguíneos.A entomologia é a divisão que engloba os artrópodes. Os Artrópodes são 
animais invertebrados pertencentes ao Filo Arthropoda, um filo que agrupa organismos 
que apresentam apêndices articulados, cujo número varia de acordo com a classe e um 
exoesqueleto quitinoso, que tem a função de proteger o corpo do animal contra perda de água 
e predadores. Constituem o maior filo de animais existentes, representados por animais como 
os gafanhotos, as moscas, as aranhas, os caranguejos, as centopeias e os piolhos-de-cobra.
Já a microbiologia é a ciência que estuda os microrganismos unicelulares, 
multicelulares ou acelulares., ou seja, são organismos que só podem ser vistos com o auxílio 
de equipamentos, como o microscópio. A parasitologia também engloba a bacteriologia 
(bactérias), a micologia (fungos) e a virologia (vírus).
25UNIDADE I Introdução a Parasitologia
SAIBA MAIS
Os parasitos fazem parte da vida e, assim, necessitam ser conhecidos dentro de uma visão 
ampla, não só ambiental como social. Além disso, nós humanos, como tudo natureza, 
temos valores positivos e negativos. Desde a mais remota antiguidade, a relação entre 
os indivíduos de nossa espécie (a sociedade) convive entre dois polos: os dominadores 
e os dominados. Essa relação usualmente é reversa, levando os dominados a viverem 
em condições precárias e, muitas vezes, aviltantes. Entretanto, para haver um equilíbrio 
dinâmico da humanidade é fundamental que tenhamos o discernimento e a coragem de 
cultivarmos os valores positivos das pessoas (coisa que a mídia insiste em negar). Dessa 
forma, e acreditando na construção de uma sociedade mais fraterna, espero que este 
capitulo ajude o leitor a estimular seus talentos e virtudes. E uma sociedade talentosa e 
equilibrada é o primeiro passo para se compreender e controlar as doenças parasitárias.
Fonte: Neves (2016, p. 7).
REFLITA
Você sabia que a Taenia solium é um parasita platelminto (verme achatado) da mesma classe 
e ordem que a Taenia saginata. De modo similar, a T. solium habita o intestino humano, 
que é seu hospedeiro definitivo, mas também pode infectar porcos, que funcionam como 
hospedeiros intermediários. Países que apresentam alto índices do consumo de carne de 
porco podem manifestar casos de teníase associada a T. solium, que infecta pessoas por 
meio da ingestão de carne suína malcozida que apresentam os cistos do verme.
“Acredita-se que existam cerca de 77 milhões de pessoas parasitadas por T. saginata 
no mundo, dos quais 32 milhões na África, 11 milhões na Ásia (excluindo a Rússia), 2 
milhões na América do Sul e 1 milhão na América do Norte”. (NEVES, 2016, p. 261).
Fonte: Neves (2016, p. 261).
26UNIDADE I Introdução a Parasitologia
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devemos levar em consideração o conhecimento sobre a etimologia e o significado 
exato das palavras. Pensando bem, é essencialmente por meio do conhecimento que o ser 
humano pode exercer sua função estimuladora e impulsionadora de crescimento e progresso. 
Além disso, é válido considerarmos que a vida é uma cadeia dinâmica e ativa entre 
todas as espécies, sempre lutando pela busca da manutenção e permanência de cada 
uma delas. Para que o homem possa compreender esse contexto é necessário que a ideia 
antropocêntrica de superioridade seja extinta, na relação entre todas as espécies e o conjunto 
do meio ambiente que necessitamos estar inseridos, para que assim, possamos pensar, 
discutir e evoluir em relação ao conhecimento da parasitologia. O ser humano deve entender 
que os parasitos fazem parte da nossa vida e, assim, necessitam ser conhecidos dentro de 
uma visão muito mais ampla, não só ambiental, mas também de forma social e econômica.
27UNIDADE I Introdução a Parasitologia
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Parasitologia Humana
Autor: Neves, David Pereira.
Editora: Atheneu, 2016.
Sinopse: O livro de Parasitologia Humana, nesta 13ª edição man-
tém a excelência da estruturação didática e da atualização cientí-
fica como nas edições anteriores. Além de levar em consideração 
as corretas definições dos vocábulos, termos parasitológicos e dos 
principais conceitos.
FILME/VÍDEO 
Título: Osmose Jones
Ano: 2001.
Sinopse: O filme é uma interessante viagem pelo sistema imuno-
lógico humano. Tudo começa quando Frank contrai o que a prin-
cípio parece ser um simples resfriado. A partir daí, conhecemos o 
interior de seu organismo que é chamado de “a cidade de Frank”. 
Os glóbulos brancos são representados por policiais responsáveis 
pela segurança da cidade. Têm como líder um linfócito chamado 
Osmose Jones. Jones comanda a luta contra o vírus. que entrou 
no corpo de Frank disfarçado de resfriado para despistar o sistema 
imunológico.
 
WEB 
Parasitologia - Biomedicina - UFRGS
Parasitologia é a ciência que estuda os parasitas, os seus 
hospedeiros e relações entre eles. Engloba os filos Protozoa 
(protozoários), do reino Protista e Nematoda (nemátodes), 
anelídea (anelídeos), Platyhelminthes (platelmintos) e 
Arthropoda (artrópodes), do Reino Animal. Os protozoários são 
unicelulares, enquanto os nematódeos, anelídeos, platelmintos 
e artrópodes são organismos multicelulares. Temos também 
parasitismo em plantas (holoparasita e hemiparasita) como é 
o caso do cipó-chumbo. temos parasitismo em fungos (micose) 
e em bactérias e até vírus. A parasitologia médica também se 
preocupa com o estudo do vetor.
Link do site. http://www.ufrgs.br/biomedicina/biomedicina-2/habili-
tacoes/parasitologia
28
Plano de Estudo:
● Introdução ao Reino Protozoa;
● Reprodução dos protozoários;
● Nutrição, excreção, respiração e locomoção dos protozoários;
● Sistemática dos Filos Sarcomastigophora, Apicomplexa, Ciliophora, Microspora;
● Família Trypanosomatidae.
Objetivos da Aprendizagem:
● Proporcionar o conhecimento básico sobre os 
protozoárioscom ênfase no interesse médico;
● Compreender o processo de reprodução dos protozoários;
● Mostrar como ocorre a nutrição, excreção, 
respiração e locomoção dos protozoários;
● Demonstrar a Sistemática dos Filos Sarcomastigophora 
Apicomplexa, Ciliophora, Microspora;
● Falar sobre a Família Trypanosomatidae.
UNIDADE II
Protozoários de 
Interesse Médico
Professora Dr. Claudinéia Conationi da Silva Franco
29UNIDADE I Introdução a Parasitologia 29UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
INTRODUÇÃO
O Reino Protista é constituído por vários organismos eucariontes com características 
diferentes dos eucariotos integrantes dos demais reinos. Quando um organismo mesmo 
que seja eucarioto, não possuir as características de um fungo, de um vegetal ou de um 
animal, ele certamente, é inserido no Reino Protista.
Os protozoários e as algas são os organismos que fazem parte do Reino Protista. 
No entanto, antes os protozoários faziam parte do Reino Animal e as algas faziam parte 
do Reino Vegetal, mas, como tanto os protozoários quanto as algas são organismos que 
não possuem a capacidade de formarem tecido verdadeiro, embora alguns consigam 
se agregar formando colônias, foram agrupados em um único reino. Por esse motivo, a 
principal característica do Reino Protista é ser um grupo com característica polifilética 
(quando todos os seus integrantes não descendem de um ancestral comum), o que dificulta 
o estabelecimento de relação de descendência entre seus integrantes.
Os protozoários são classificados de acordo com a capacidade e o modo de 
locomoção que apresentam. Assim, podem ser divididos em quatro grupos: Ciliados, 
Esporozoários, Flagelados ou Mastigóforos e Rizópodes ou Sarcodíneos.
Os Ciliados se locomovem através de filamentos curtos da sua membrana, 
chamados de cílios. Exemplo: Paramecium sp;
Os Esporozoários são desprovidos de estruturas de locomoção especializadas. 
São parasitas de outros animais. Exemplo: Plasmódios.
Os Flagelados ou Mastigóforos apresentam flagelos, uma espécie de cauda ou 
chicote que proporciona a movimentação em meio aquoso. Exemplo: Trypanosoma cruzi.
Rizópodes ou Sarcodíneos sãoos protozoários que se locomovem por meio de 
pseudópodes (projeção da membrana que formam estruturas como se fossem braços). 
Exemplo: Amebas.
Já as algas são organismos autótrofos e fotossintetizantes, que usam a energia 
luminosa para produzir compostos orgânicos para serem metabolizados no interior celular. 
Por realizarem fotossíntese, inicialmente as algas eram agrupadas no Reino Vegetal. No 
entanto, devido a incapacidade de formarem tecidos organizados e às diferenças celulares 
existentes, as algas foram também agrupadas ao Reino Protista.
30UNIDADE I Introdução a Parasitologia 30UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
Os protozoários denotam uma fundamental importância ambiental. As algas são 
essenciais, pois além de realizarem fotossíntese e liberarem oxigênio na atmosfera, 
constituem a base da cadeia alimentar aquática.
Assim convido todos vocês a adentrarem na Unidade II para conhecer um pouquinho 
mais sobre alguns dos protozoários de interesse médico discutidos a seguir.
31UNIDADE I Introdução a Parasitologia 31UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
1. INTRODUÇÃO AO REINO PROTOZOA
De acordo os estudos realizados, o Reino Protista também denominado de 
protozooa, é composto por aproximadamente 60.000 espécies conhecidas, das quais 
50% dessas espécies são fósseis e o restante sobrevivem até hoje. No entanto, o termo 
protozoário ainda é vastamente utilizado pelos parasitologistas da área humana, o que faz 
com que seja amplamente utilizado.
No entanto, cerca de 10.000 espécies são conhecidas por parasitar os mais diversos 
animais e somente dezenas de algumas espécies infectam o homem.
O reino protozooa compreende todos os organismos protistas; eucariotas, formados 
por uma única célula, sem diferenciação em tecidos.
Os Protozoa são divididos em sete filos, a saber: Sarcomastigophora, Apicomplexa, 
Ciliophora, Microspora, Labyrinthomorpha, Ascetospora e Myxospora. Sendo que apenas 
os quatro primeiros apresentam interesse em parasitologia humana, respectivamente.
O Reino protozooa compreende os mais diversos organismos, com processo de 
locomoção, reprodução, alimentação e formas diferentes. Os indivíduos pertencentes a esse reino 
apresentam apenas uma única célula, na qual é capaz de realizar todas as funções essenciais 
para sobrevivência e manutenção da vida como: alimentação, respiração, reprodução, excreção 
e locomoção, sendo que para cada uma dessas funções, existe uma organela específica.
32UNIDADE I Introdução a Parasitologia 32UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
A saber: núcleo, aparelho de Golgi, retículo endoplasmático, mitocôndria, 
cinetoplasto, lisossomo, microtúbulos. Cada uma dessas organelas e suas respectivas 
funções estão elencadas abaixo.
A estrutura nuclear presente nos protozoários é muito bem definida. O núcleo é 
revestido por uma membrana nuclear. Alguns protozoários apresentam somente um núcleo, 
já outros possuem dois ou mais núcleos semelhantes. Os organismos ciliados apresentam 
dois tipos de núcleo: o macronúcleo (um núcleo vegetativo, relacionado com a síntese de 
RNA e DNA) e micronúcleo (que está implicado na reprodução sexuada e assexuada);
O aparelho de Golgi, também denominado de complexo de Golgi, é uma 
organela presente na célula responsável pela síntese de carboidratos, empacotamento e 
endereçamento de moléculas sintetizadas na célula, fabricação de macromoléculas como 
polissacarídeos, processamento de lipídios e proteínas, entre outros.
O retículo endoplasmático (RE) é uma organela formada a partir da invaginação 
da membrana plasmática. É uma grande rede de membranas responsáveis: pela produção 
de proteínas, metabolismo e transporte de lipídios (lipídios), e desintoxicação de venenos. 
Existem dois tipos de RE, com funções separadas, a presença ou ausência de ribossomos 
na membrana plasmática do RE determina se ele é classificado como RE liso ou RE rugoso. 
Os Ribossomos sintetizam uma cadeia peptídica que entra no lúmen do RER e se dobra 
na sua forma funcional. A partir desse momento, a cadeia peptídica recém sintetizada, é 
transportado para o aparelho de Golgi em uma vesícula ligada à membrana, formada por 
brotação da membrana do RER. É válido salientar que o REL em células do fígado tem 
funções desintoxicantes.
A mitocôndria é uma organela presente na célula, que possui uma dupla membrana, 
responsável pela produção de energia. A Membrana interna contém muitas invaginações 
chamadas cristas. O espaço entre as membranas externa e interna é chamado de espaço 
intermembranar. Já a matriz é o espaço presente dentro da membrana interna no qual podem 
ser encontrados Ribossomos livres e o DNA mitocondrial, lembrando que o DNA mitocondrial é 
único, pois é inteiramente herdado da mãe. A respiração celular, a geração de energia a partir de 
açúcares e gorduras, ocorre nessas organelas, como já supracitado. As mitocôndrias possuem 
um genoma próprio, ou seja, o material genético que existe dentro das mitocôndrias é diferente 
do material genético da célula em si. Esta organela é ausente em alguns grupos de espécies.
O cinetoplasto é uma mitocôndria especializada rica em DNA.
Os lisossomos são sacos membranosos que hidrolisam macromoléculas para 
realizar a digestão intracelular de partículas. Organismos unicelulares como as amebas, 
usam os lisossomos para digerir os produtos alimentares obtidos por meio da fagocitose.
33UNIDADE I Introdução a Parasitologia 33UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
A fagocitose também ocorre em células humanas, como mecanismo de defesa para 
destruir invasores e bactérias. Também são usados para reciclar os materiais da própria 
célula, processo este denominado de autofagia. As organelas danificadas quebradas no 
lisossomo e seus monómeros orgânicos são devolvidos ao citosol celular para reutilização. 
Assim as células se renovam constantemente.
Os microtúbulos são organelas não membranosas que formam o citoesqueleto. 
Participam dos movimentos celulares como a contração e distensão e estão presentes na 
composição de cílios e flagelos; também participam da movimentação das organelas e 
outras estruturas, como por exemplo, lisossomos e mitocôndrias.
Os cílios, flagelos, e pseudópodos são estruturas responsáveis pela locomoção 
e nutrição; O Axonema é o nome dado a estrutura que forma o eixo do flagelo, estrutura 
presente em alguns protozoários; o Corpo Basal é a base de inserção de Cílios e Flagelos; 
Citóstoma é uma estrutura presente nos protozoários que permite ingestão de partículas e 
o Citopígeo (poro anal) tem a função de eliminação dos resíduos.
O Paramécio é um protozoário de vida livre, unicelular, que se locomove por meio 
de cílios. É portador de corpo translúcido e achatado pertencente ao filo Ciliophora.
As organelas e suas funções discutidas acima, são semelhantes nas várias 
espécies, ocorrem pequenas diferenças que podem ser observadas ao microscópio óptico 
ou apenas ao microscópio eletrônico.
Além das estruturas presentes nos protozoários, o estudo dos protozoários também 
compreende os aspectos bioquímicos, de biologia celular e molecular.
Em relação a morfologia, os protozoários se apresentam amplamente diversificados, 
conforme sua fase evolutiva e o meio o qual estão adaptados. Eles podem ser esféricos, 
ovais ou alongados, podendo ser revestidos de cílios, possuir flagelos, e alguns não possuem 
nenhuma organela locomotora especializada. Dependendo da atividade fisiológica, algumas 
espécies de protozoários possuem fases bem estabelecidas. Logo temos as seguintes 
fases descritas abaixo:
● Trofozoíto: é a forma ativa do protozoário, na qual se alimenta e se reproduz por 
diferentes processos.
● Cisto e oocisto: são formas de resistência. Encontrados em tecidos ou fezes 
dos hospedeiros. Os oocistos são encontrados em fezes do hospedeiro e são 
provenientes de reprodução sexuada.
● Gameta: é a forma sexuada, que aparece em algumas espécies do filoApicomplexa. O gameta masculino é denominado microgameta e o feminino 
macrogameta.
34UNIDADE I Introdução a Parasitologia 34UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
2. REPRODUÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS
No Reino Protista podemos encontrar a reprodução assexuada e sexuada. 
A reprodução assexuada dos protozoários pode ocorrer por meio da divisão binária ou 
cissiparidade; brotamento ou gemulação e endogenia e esquizogonia, já a reprodução 
sexuada pode ocorrer por meio da conjugação e fecundação ou singamia. 
A divisão binária ou cissiparidade é o tipo de reprodução assexuada em que uma 
célula se divide ao meio originando duas células idênticas. Ela ocorre em protozoários do 
filo Sarcodina, filo Cilliophora, filo Zoomastigophora e filo Apicomplexa.
A endogenia é a formação de duas (endodiogenia) ou mais (endopoligenia) células-
filhas por brotamento interno.
A esquizogonia é uma divisão nuclear seguida de divisão do citoplasma, 
constituindo vários indivíduos isolados simultaneamente. Na realidade existem três 
tipo de esquizogonia a saber: merogonia (produz merozoítos), gametogonia (produz 
microgametas) e esporogonia (produz esporozoítos).
O merozoíto é um estágio do Plasmodium, um parasita unicelular protozoário, 
pertencente ao filo Apicomplexa que infecta os eritrócitos, causando a malária. É 
transmitido a seres humanos por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles 
conhecido popularmente como mosquito-prego no Brasil. Ele é o produto da reprodução 
dos esporozoítos no fígado humano.
A gametogonia ocorre por meio da reprodução sexual em que ocorre a produção de 
microgametas, é a fase do ciclo sexual do plasmódio no homem.
35UNIDADE I Introdução a Parasitologia 35UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
A esporogonia é o processo pelo qual ocorre a produção de esporozoitos. Um 
zigoto sofre divisões nucleares, e após a sua formação sofre encistamento e uma divisão 
meiótica, originando no interior do cisto quatro esporozoítos haplóide (n).
No caso da reprodução sexuada a conjugação é um evento no qual ocorre união 
temporária de dois indivíduos, com troca mútua de materiais celulares, esse tipo de reprodução 
ocorre no filo Ciliophora que tem como representante o Paramecium por exemplo.
Já na singamia ou fecundação ocorre união de microgameta e macrogameta 
formando o zigoto, o qual pode dividir-se formando um certo número de esporozoítos. Esse 
tipo de reprodução ocorre no filo Apicomplexa que tem como representante o Plasmodium 
parasita causador da malária.
36UNIDADE I Introdução a Parasitologia 36UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
3. NUTRIÇÃO, EXCREÇÃO, RESPIRAÇÃO E LOCOMOÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS
No que diz respeito a nutrição dos protozoários, dependendo do tipo de alimentação, 
os protozoários podem ser: Holofiticos ou Autotróficos, Holozóicos ou Heterotróficos, 
Saprozóicos e Mixotróficos.
Os organismos Holofiticos ou Autotróficos são os que, a partir de grãos 
ou pigmentos citoplasmáticos existentes nas células, denominados de cromatóforos, 
conseguem sintetizar energia a partir da captação da energia luminosa, realizando o 
processo de fotossíntese. 
Os indivíduos Holozóicos ou Heterotróficos ingerem partículas orgânicas de origem 
animal, digerem-nas e, posteriormente, expulsam os metabólitos. A ingestão das partículas 
se dá por meio da fagocitose ou pinocitose. A fagocitose é um processo pelo qual, uma célula 
utiliza sua membrana plasmática para englobar partículas grandes sólidas, dando origem a um 
compartimento interno chamado fagossoma. A pinocitose é um processo conhecido também 
como endocitose, no qual a célula ingere líquidos ou pequenas partículas em solução aquosa, 
sem ser pela difusão, mas pelo transporte em massa por meio da membrana plasmática. É 
um processo de alimentação celular que complementa à fagocitose.
Os organismos Saprozóicos são aqueles que absorvem substâncias orgânicas de 
origem vegetal, já decompostas e dissolvidas em meio liquido;
Já os Mixotróficos são os indivíduos capazes de se alimentar por mais de um dos 
métodos acima descritos.
37UNIDADE I Introdução a Parasitologia 37UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
3.1 Excreção
A excreção é um processo biológico que é responsável pela eliminação dos rejeitos 
metabolizados pelo organismo garantindo sua homeostase, ou seja, o equilíbrio interno. Nos 
protozoários a excreção ser realizada por meio de dois mecanismos: o da difusão dos metabólitos 
através da membrana e o da expulsão dos metabólitos através de vacúolos contráteis. Além 
disso, pode ocorrer a eliminação dos resíduos por meio do Citopígeo (poro anal).
3.2 Respiração
A maioria dos protozoários integrantes do reino protista possuem respiração 
aeróbica, absorvendo oxigênio por difusão. Porém, dependendo das condições ambientais, 
alguns protozoários podem sofrer encistamento, retomando a sua conformação original 
quando as condições se tornam favoráveis. Além disso, alguns protozoários podem ser 
anaeróbicos, como os que vivem em ambientes pobres em oxigênio, que é o caso dos 
parasitos do trato digestivo.
3.3 Locomoção
Os protozoários se locomovem com o auxílio de algumas estruturas como 
pseudópodos; flagelos; cílios; microtúbulos subpeliculares ou até mesmo por meio 
associação de duas ou mais destas organelas. Os microtúbulos subpeliculares são os que 
se distribuem radialmente a partir da extremidade anterior, que permitem a locomoção por 
flexão, deslizamento ou ondulação.
38UNIDADE I Introdução a Parasitologia 38UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
4. SISTEMÁTICA DOS FILOS SARCOMASTIGOPHORA, APICOMPLEXA, 
CILIOPHORA, MICROSPORA
Como já mencionado acima, os protozoários pertencem ao reino protista e são 
distribuídos em sete filos, dos quais a sistemática de quatro deles é mostrada abaixo por 
apresentarem interesse em parasitologia humana.
Segundo Neves (2016, p. 34) a sistemática do Filo Sarcomastigophora é:
1.Filo Sarcomastigophora: com núcleos simples; presença de flagelos, 
pseudópodos ou ambos;
● Subfilo: Mastigophora: com um ou mais flagelos;
● Classe: Zoomastigophorea: sem cloroplastos; um ou vários flagelos;
● Ordem: Kinetoplastida: um ou dois flagelos, originados de uma depressão; 
presença de cinetoplasto: organela rica em DNA;
● Subordem: Trypanosomatina: um flagelo livre ou com membrana ondulante. 
Exemplo: Leishmania, Trypanosoma;
● Ordem: Diplomonadida: corpo com simetria bilateral; um a quatro pares de 
flagelos; cistos presentes;
● Subordem: Diplomonadina: dois corpos parabasais. Exemplo: Giardia;
● Ordem: Trichomonadida: tipicamente com 4-6 flagelos, um deles formando 
membrana ondulante; presença de corpo parabasal. Exemplo: Trichomonas
● Subfilo: Sarcodina: com pseudópodos; às vezes com flagelos;
39UNIDADE I Introdução a Parasitologia 39UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
● Superclasse: Rhizopoda: movimentação por diferentes tipos de pseudópodos;
Classe: Lobosea: pseudópodos lobosos ou filiformes, mas grossos na base;
● Subclasse: Gymnamoebia: sem carapaça;
● Ordem: Amoebida: tipicamente uninucleado, sem flagelo em nenhum estágio;
● Subordem: Tubulina: corpo cilíndrico; citoplasma não se dirige simultaneamente 
para duas direções. Exemplo: Entamoeba;
● Subordem: Acanthopodina: pseudópodos finos, furcados, originados de um 
espesso. Exemplo: Acanthamoeba;
● Ordem: Schizopyrenida: corpo cilíndrico, movimentando-se eruptivamente; 
flagelos temporários. Exemplo: Naegleria.
A sistemática do Filo Apicomplexa de acordo com Neves (2016, p. 34 -35) é:
2.Filo Apicomplexa: com complexo apical (visível apenas em microscópio 
eletrônico, constituído por anel polar, micronemas, conoide, roptrias, grânulos 
densos e microtúbulos subpeliculares), presença de plastídeo não fotossintético 
- apicoplasto; sem cílios; todos parasitos;
● Classe: Conoidasida: conoide presente; reprodução sexuada e assexuada; 
locomoção por flexão;
● Subclasse: Coccidia: gametas usualmente presentes,pequenos, intracelulares; 
ciclo apresentando merogonia. gametogonia e esporogonia;
● Ordem: Eucoccidiida: merogonia presente; ocorre em vertebrados e invertebrados;
● Subordem: Eimeriina: esporozoítos incluídos em esporocistos dentro de oocistos; 
microgametócito produz numerosos microgametas; zigoto imóvel. Exemplo: 
Toxoplasma, Sarcocystis, Isospora, Cystoisospora, Cryptosporidium, Cyclospora;
● Classe: Aconoidasida: conoide ausente;
● Subordem: Haemosporina: esporozoítos livres dentro de oocistos; microgametócito 
produz oito microgametas flagelados; zigoto móvel. Exemplo: Plasmodium;
● Subclasse: Piroplasmia: piriforme, redondo ou ameboide; sem oocistos, esporos, 
pseudocistos ou flagelos; reprodução assexuada e sexuada; heteroxenos: merogonia 
nos vertebrados e esporogonia em invertebrados; vetores são carrapatos;
● Ordem: Piroplasmida: Exemplo: Babesia, Theileria.
40UNIDADE I Introdução a Parasitologia 40UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
Já para o Filo Ciliophora, Neves (2016, p. 35) traz:
3. Filo Ciliophora: apresentando macro e micronúcleos; com cílios;
● Classe: Kinetoffagminophorea: cílios orais pouco distintos dos demais;
● Subclasse: Vestibuliferia: vestíbulo presente; aparelho citofaríngeo apresentando 
constrição mediana;
● Ordem: Trichostomatida: sem reorganização de cílios no nível do vestíbulo, 
apenas alinhamento dos mesmos;
● Subordem: Trichostomatina: cílios somáticos não reduzidos. Exemplo: 
Balantidium coli.
E ainda de acordo com Neves (2016, p. 35), temos também a sistemática do Filo 
Microspora
4. Filo Microspora: forma esporos unicelulares com um esporoplasma. Entrada 
do esporoplasma na célula hospedeira através de um canal denominado filamento 
polar. Divisão por esquizogonia e esporogonia formando os esporos. Sem 
mitocôndrias. Parasitos obrigatoriamente intracelulares. Exemplo: Encephalitozoon, 
Enterocytozoon, Pleistophora, Nosema.
Entretanto, uma nova proposta de classificação de eucariotas unicelulares foi 
feita por Adi e Cols em 2005, e revista em 2012, para atualização da classificação anterior 
de Levine e cols. (1980). Esta nova classificação de eucariotas foi elaborada por um 
comitê de especialistas e aprovada pela “International Society of Protistologists” incluindo, 
juntamente com os protozoários, todos os eucariotas. A nova classificação é considerada 
inovadora por conter além dos estudos ultraestruturais e de biologia tradicionais, novos 
estudos de filogenia molecular.
A nova proposta, é baseada na existência de seis “supergrupos” de eucariotas: 
Amoebozoa, Opisthokonta, Rhizaria, Archaeplastida, Chromalveolata e Excavata, que 
representariam os grupamentos básicos tradicionais, denominados anteriormente de 
reinos. Este novo modelo abandona as categorias usadas tradicionalmente, como classe, 
subclasse, superordem e ordem. De acordo com os autores dessa nova classificação, um 
dos motivos da proposta origina-se da constatação que linhagens multicelulares como 
a Metazoa, Fungi e Plantae não são consideradas como reinos, por terem emergido de 
linhagens monofiléticas de protistas.
Além disso, segundo Neves (2016, p. 35) “considera-se a praticidade da proposta 
para evitar problemas comuns que ocorrem quando uma simples alteração causa problemas 
em cascata em todo o sistema.”
41UNIDADE I Introdução a Parasitologia 41UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
5. FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE
Para iniciarmos nossa discussão sobre a Família Trypanosomatidae vamos mostrar 
a sistemática dessa família ainda segundo a classificação feita por Levine e cols. (1980), 
em que Mastigophora é um dos subfilos do filo Sarcomastigophora, que compreende os 
protozoários que possuem um ou mais flagelos, em alguma das suas formas de vida durante 
o ciclo de vida. Esses protozoários possuem seu corpo coberto por uma ou mais membranas 
celulares, reforçadas na maioria nas suas superfícies internas por microtúbulos. Este 
revestimento é que confere aos flagelados apresentarem formas características e definidas. 
Os indivíduos flagelados podem ser seres autotróficos como as plantas, no 
entanto, alguns são heterotróficos ou facultativos, ou, parasitos de interesse médico 
ou agropecuário. Existem três classes bem reconhecidas no subfilo Mastigophora: a 
Dinoflagellata, a Phytomastigophorea e a Zoomastigophorea. Os flagelados de interesse 
médico estão distribuídos na classe Zoomastigophorea em três das nove ordens: 
Kinetoplastida, Diplomonadida e Trichomonadida. Nesta unidade daremos ênfase a família 
Trypanosomatidae pertencente a ordem Kinetoplastida, 
Na família Trypanosomatidae estão presentes nove gêneros de parasitos 
obrigatórios que apresentam como hospedeiros: plantas, anelídeos, aracnídeos, insetos, 
peixes, repteis, anfíbios, aves e mamíferos.
Os gêneros Trypanosoma e Leishmania contém espécies com importância medica, 
sendo este o motivo pelo qual, tem sido os gêneros mais estudados tanto na pesquisa 
básica quanto aplicada, lembrando que os estudos dos organismos que compõem os 
demais gêneros têm contribuído grandemente para o entendimento destes dois gêneros.
42UNIDADE I Introdução a Parasitologia 42UNIDADE II Protozoários de Interesse Médico
Os gêneros Leishmania, Trypanosoma e o Endotrypanum são parasitos heteróxenos, 
ou seja, eles necessitam de mais de um hospedeiro para completar os seus ciclos de vida. 
Como já estudado na Unidade I, são parasitas heteróxenos de vertebrados e de invertebrados 
hematófagos, apresentando morfologia alternada em cada tipo de hospedeiro: vertebrado e 
invertebrado, pois os tripanosomatideos, devido ao complexo fenômeno da diferenciação celular, 
possuem essa alternância de formas em seus ciclos biológicos. No entanto, essa alternância 
também pode ocorrer dentro de um mesmo hospedeiro, como resposta por exemplo de uma 
adaptação fisiológica ao ambiente especifico ou em antecipação a próxima etapa do ciclo.
A nomenclatura das formas que ocorrem nos gêneros da família Trypanosomatidae 
foi estabelecida utilizando o sufixo de origem grega mastigota para indicar presença do 
flagelo; estrutura livre presente na porção anterior da célula. Logo, a denominação das 
formas é feita a partir do formato geral da célula, ponto de exteriorização do flagelo, posição 
do cinetoplasto (organela auto replicável, consistente de DNA), relativa ao núcleo e as 
porções anterior e posterior da célula, a existência e extensão de uma membrana ondulante.
Para determinar a extremidade anterior dos tripanosomatideos deve se observar o 
deslocamento dos flagelados em meio liquido, pois o flagelo vai a frente, região (anterior) 
sempre direcionando o movimento. Assim, o ponto de exteriorização (emergência) do 
flagelo é determinado como a extremidade anterior.
Os tripanosomatideos apresentam as seguintes formas celulares durante os 
seus ciclos evolutivos: Amastigota, Coanomastigota, Promastigota, Opistomastigota, 
Epimastigota, Tripomastigota.
A forma Amastigota é uma forma arredondada ou oval, com flagelo curto que não 
se exterioriza; Coanomastigota é a forma na qual a célula apresentava-se semelhante a 
uma pera ou grão de cevada; com cinetoplasto anterior ao núcleo, e flagelo emergindo 
anteriormente de um reservatório em forma de colarinho; A forma Promastigota apresenta-
se alongada com cinetoplasto anterior ao núcleo; Já a forma Opistomastigota, também é 
alongada, mas com o cinetoplasto posterior ao núcleo e o flagelo estende-se internamente 
através do corpo celular; A forma Epimastigota é alongada com cinetoplasto justa-nuclear 
e anterior ao núcleo, possuindo uma pequena membrana ondulante disposta lateralmente; 
Por fim, e não menos importante, a forma Tripomastigota é alongada com cinetoplasto 
posterior ao núcleo e o flagelo forma uma extensa membrana ondulante;
Apesar das diversas formas celulares dos tripanosomatideos existentes, todas elas 
apresentam em comum, uma bolsa flagelar, presente no ponto em que o flagelo emerge

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