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Anne Karen Reis PNEUMOLOGIA Pulmão e Sono SONO Estado natural recorrente, caracterizado por alteração da consciência, relativa inibição da atividade sensorial e inibição de quase todos os músculos involuntários. Ele é distinguido da vigília pela diminuição da habilidade de responder aos estímulos e é mais facilmente reversível do que na hibernação e estado de coma. RITMO CIRCADIANO HORAS NECESSÁRIAS DE SONO POR IDADE ● Recém-nascido (0-2 meses): 12h a 18h ● 3 - 11 meses: 14h a 15h ● Criança pequena: 12h a 14h ● Pré-escolar (3 a 5 anos): 11h a 13h ● Criança em idade escolar (5 a 10 anos): 10h a 11h ● Adolescentes (10 a 17 anos): 8,5h a 9,25h ● Adultos, incluindo idosos: 7h a 9h FUNÇÕES DO SONO ● Desenvolvimento e maturação do cérebro ● Plasticidade do cérebro - na formação e consolidação da memória ● Produção de citocinas ● Estimulação da atividade do sistema imune ● Mecanismos de termorregulação do cérebro e sono ● "Desintoxicação" do cérebro POLISSONOGRAFIA (PSG) Polissonografia ou exame do sono é um teste multiparamétrico utilizado no estudo do sono e de suas variáveis fisiológicas. É geralmente realizada à noite e registra as amplas variações biofisiológicas que ocorrem durante o sono. Atualmente a PSG é considerada pela American Academy of Sleep Medicine (AASM) como o método padrão-ouro para o diagnóstico de distúrbios respiratórios do sono (DRS). Todos os parâmetros da PSC são expressos graficamente como um hipnograma. CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DOS DISTÚRBIOS DO SONO 1. Insônias 2. Distúrbios respiratórios do sono 3. Hipersonias 4. Distúrbio do ritmo circadiano 5. Parassonias 6. Distúrbios do movimento do sono 7. Outros distúrbios RESPIRAÇÃO Configura um processo fisiológico de troca gasosa entre o organismo e o meio ambiente. Sistema efetor: aparelho respiratório ● Controle neurológico da respiração ● Mecanismos toraco pulmonares ● Características circulatórias ● Transporte sanguíneo Anne Karen Reis PNEUMOLOGIA PROPRIEDADES MECÂNICAS DO TÓRAX E DA VIA AÉREA SUPERIOR E INFERIOR Via aérea superior: cavidade nasal, faringe, laringe Músculos: fonação e deglutição Via aérea inferior: traquéia e pulmões Caixa torácica: proteção dos pulmões e mudanda de volume (mínimo de 1,5 L para máximo de 6 a 8 L, dependendo do peso, idade e sexo) CICLO RESPIRATÓRIO INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO Caixa torácica se expande Músculos relaxam, contraindo a caixa torácica Diafragma se contrai (move-se para baixo) Diafragma relaxa (move- se para cima) FR: número de respirações por minuto ~12 irpm Volume minuto (Ve) = Vt x FR 6L/min - 180 L/min MOVIMENTAÇÃO DE AR De um gradiente de maior para o de menor pressão. Propriedades mecânicas estáticas e dinâmicas. Mecânica estática: depende das características individuais do pulmão e da caixa torácica - determinam os volumes pulmonares (compartimentos pulmonares) EFEITOS DO SONO NO VOLUME PULMONAR CRF diminui: sono NREM (E2 - 200 mL), E3 e REM (300 mL) Mecanismos: ● Hipotonia diafragmática (descolamento rostral) ● Alteração do tempo respiratório ● Diminuição da complacência pulmonar e torácica ● Acúmulo de sangue torácico Vt diminui: sono NREM (de 6% a 15%), REM (25%) Ve: menor em todos os estágios, principalmente no REM. EFEITOS DO SONO NO PADRÃO RESPIRATÓRIO Sono NREM ● Redução da PaO2 (3 a 9 mmHg) e aumento da PaCO2 (2 a 4 mmHg) ● Padrão respiratório usualmente regular ● Começo do sono (sono NREM): respiração periódica em crescendo e decrescendo. ● Apneia obstrutiva ou central pode ser vista em pessoas saudáveis - devido feedback ventilatório estável. Sono REM ● Ventilação variável tanto em amplitude quanto frequência. ● Heterogeneidade relacionada a intensidade da atividade física (movimentos rápidos dos olhos). EFEITOS DO SONO NO PADRÃO RESPIRATÓRIO Forças dilatadoras: ● Contração dos mm estabilizadores da VA ● Tração traqueal Anne Karen Reis PNEUMOLOGIA Forças colapsáveis: ● Gradiente de pressão transmural ● Pressão tecidual APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO Colapsos recorrentes da região faríngea durante o sono. Resultam em redução substancial do fluxo aéreo (total - apneia ou parcial - hipopneia), apesar do esforço respiratório. Os eventos respiratórios desencadeiam desordens intermitentes dos gases sanguíneos (hipoxemia ou hipercapnia) e podem levar a uma ativação do sistema simpático. SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO Está associada a diversos sintomas e comorbidades: ● Sonolência excessiva diurna ● Problemas cognitivos ● Obesidade ● Diabetes mellitus tipo 2 ● Hipertensão arterial ● Exacerbação de DPOC ● Redução da qualidade de vida ● Risco de acidente laborais e de trânsito ● Fator de risco independente para morbidade cardíacas, metabólicas, neurológicas e periopertórias. Doença evolutiva: ronco primário - síndrome da resistência das vias aéreas superiores ● AOS ● SAOS leve ● SAOS moderada ● SAOS grave Fatores de risco ● Idade ● Gênero masculino ● IMC ● Medidas da circunferência do pescoço ● Alterações craniofaciais ● Consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, RGE e fatores hormonais Diagnóstico Episódios de sono não intencionais durante a vigília, sonolência diurna excessiva, sono não reparador, fadiga ou insônia, acordar com pausas respiratórias, engasgos ou asfixia, companheiro (a) relata ronco alto e/ou pausas respiratórias durante o sono. Associado à presença de pelo menos 5 eventos respiratórios obstrutivos (apneias, hipopneias e despertares associados ao esforço respiratório - RERA) por hora de sono. A presença de 15 ou mais eventos respiratórios obstrutivos por hora, na ausência de sintomas relacionados aos sono. EFEITOS DA PRIVAÇÃO DO SONO ● Irritabilidade ● Comprometimento cognitivo ● Lapsos ou perda de memória ● Julgamento moral prejudicado ● Bocejos ● Alucinações ● Sintomas similares ao TDAH ● Sistema imune prejudicado ● Risco de diabetes tipo 2 ● Risco de doença cardíaca ● Tremores ● Dores ● Supressão do crescimento ● Risco de obesidade ● Temperatura diminuída HIGIENE DO SONO ● Dormir no mesmo horário ● Ambiente do quarto adequado - silencioso, escuro, confortável, temperatura adequada ● Remover TVs, computadores e outros dispositivos eletrônicos ● Evitar refeições copiosas antes de dormir, estimulantes como café, nicotina e álcool ● Evitar dormir durante o dia ● Exercício físico pode promover um sono bom
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