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Ciclone Freddy 2023

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Universidade Eduardo Mondlane 
Faculdade de Ciências 
Departamento de Física 
Mestrado em Gestão do Risco de Desastres e Adaptação às Mudanças Climáticas 
 
 
 M203: Avaliação do Risco e Necessidades de Adaptação 
 
 
Avaliação e Monitoria dos Impactos Causados pelo Ciclone Tropical 
Freddy 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Maputo, Maio de 2023 
 
 
Discente: 
Mundeira Tomé Mundeira 
 
Docentes: 
Prof. Dr. Agostinho Vilanculos 
MSc. Casimiro Sande 
i 
 
Resumo 
Moçambique é historicamente o país mais afectado pelos desastres naturais na África Austral. De acordo 
com dados do Relatório Mundial sobre os Desastres, mais de oito milhões de moçambicanos foram 
afectados pelas calamidades naturais nos últimos vinte anos, nomeadamente décadas 80 e 90. De acordo 
com a base global de dados sobre os desastres, Moçambique registou um total de 53 calamidades nos 
últimos 45 anos - 1,17 em média por ano. Moçambique é um país bastante exposto ciclones, uma vez 
que a sua costa forma a fronteira ocidental duma das mais activas bacias dos ciclones tropicais, o 
Sudoeste do Oceano Índico. Todos os anos, esta bacia sozinha produz cerca de 10% de todos os ciclones 
do mundo. Os ciclones tropicais que se formam nesta zona atingem Moçambique em média uma vez por 
ano, enquanto que as depressões de menor intensidade ocorrem três a quatro vezes por ano. Em 
moçambique os ciclones ocorrem no período compreendido entre Outubro e Abril e a sua intensidade 
aumenta entre Fevereiro e Abril. O ciclone Freddy se formou no Oceano Índico Sul com uma velocidade 
inicial do vento de 46 km/h. e se deslocou inicialmente para o noroeste a 26 km/h e atingiu um diâmetro 
de 93 quilômetros e é considerado a primeira tempestade de categoria 5 de 2023 e quebrou o recorde de 
maior quantidade de energia de um ciclone já registado no Hemisfério Sul. O ciclone tocou duas vezes 
Madagáscar e Moçambique, e é de maior duração que o mundo já registou. 
Palavras -Chave: Ciclone-Freddy, Monitoria e Avaliação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ii 
 
Índice de Figuras 
Figura 1. Formação de ciclone tropical . .................................................................................................. 5 
Figura 2. Diagrama que representa os ciclones que atingiram a costa Moçambicana no intervalo de 
1984-2023. ................................................................................................................................................ 6 
Figura 3. Funcionamento de CENOE.. ................................................................................................... 11 
Figura 4. Destruição de casa na Zambézia .............................................................................................. 12 
Figura 5. Inundações causadas pelo ciclone Freddy. .............................................................................. 12 
Figura 6. Destruição de infra-estrutura privada. ..................................................................................... 12 
Figura 7. Destruição de infra-estrutura pública ...................................................................................... 12 
Figura 8. A localização de geográfica de Moçambique. ......................................................................... 14 
Figura 9. Analise da precipitação média em Moçambique.: ................................................................... 15 
Figura 10. Variação da temperatura média em Moçambique em função da precipitação. .................... 15 
Figura 11. Temperaturas médias em Moçambique. ................................................................................ 16 
Figura 12. Relevo de Moçambique. ........................................................................................................ 17 
Figura 13. Uso e cobertura da terra. ........................................................................................................ 18 
Figura 14. Hidrográfica de Moçambique. .............................................................................................. 19 
Figura 15. População Moçambicana do Censo de 2017. ........................................................................ 20 
Figura 16. Bacia de Licungo. .................................................................................................................. 21 
 Figura 17. Mapa da Provincial de Zambézia . ....................................................................................... 22 
Figura 18. Distritos da Província da Zambézia. ...................................................................................... 23 
Figura 19. Arc SIG 10.5 .......................................................................................................................... 24 
Figura 20. Hospitais em Riscos............................................................................................................... 25 
Figura 21. População em Risco............................................................................................................... 25 
Figura 22. Impactos por Província. ......................................................................................................... 26 
Figura 23. Distrito afectados por ciclone Freddy. ................................................................................... 27 
Figura 24. Distritos afectdos por ciclone Freddy. ................................................................................... 27 
 
 
 
 
iii 
 
Índice de Tabelas 
 
Tabela 1. Classificação de Ciclones. ......................................................................................................... 7 
Tabela 2.Sistema de Alerta de Cores para Ciclones. ................................................................................ 9 
Tabela 3. Avaliação dos impactos causado pelo ciclone Freddy. ........................................................... 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
Acrónimo e Siglas 
 
CENACARTA- Centro Nacional de Cartografia e Teledeteção 
DNGH- Direcção Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos 
INGD- Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres 
MICOA-Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental 
IPCC- Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima 
INAM- Instituto Nacional de Meteorologia 
NAPA- Programa de Acção Nacional para Adaptação Às Mudanças Climáticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Índice 
 
Capítulo I. Introdução ............................................................................................................................... 1 
1. Contextualização ................................................................................................................................ 1 
1.1. Justificativa da Investigação .......................................................................................................... 2 
1.2. Problematização ............................................................................................................................. 2 
1.3. Objetivos ........................................................................................................................................ 3 
1.3.1. Objetivo Geral ............................................................................................................................ 3 
1.3.2. Objetivos específicos .................................................................................................................. 3 
Capitulo II. Revisão da Literatura ............................................................................................................ 4 
2. Ciclone Tropical ................................................................................................................................ 4 
2.1. Ocorrência de Ciclones em Moçambique .....................................................................................5 
2.2. Escalas de Severidade de Ciclones ................................................................................................ 6 
2.3. Fases de emissão de Aviso de Ciclone ........................................................................................... 7 
2.4. Sistema de cores para Alerta de Ciclone ........................................................................................ 9 
2.5. Índice do Potencial de Génese (IPG) ........................................................................................... 9 
2.6. Monitoria de Ciclone a nível de CENOE..................................................................................... 11 
2.7. Alguns Impactos Caudados pelo Ciclone Freddy em Quelimane................................................ 11 
Capítulo III. Metodologia ....................................................................................................................... 13 
3. Caracterização da área de estudo ..................................................................................................... 13 
3.1. A precipitação e a temperatura média em Moçambique ............................................................. 14 
3.2. Descrição do Relevo .................................................................................................................... 16 
3.3. Uso e Cobertura de terra .............................................................................................................. 17 
3.4. Recursos hídricos ......................................................................................................................... 18 
3.5. Demografia de Moçambique ........................................................................................................ 20 
 
 
3.6. Bacia de Licungo ......................................................................................................................... 20 
3.7. Província da Zambézia ................................................................................................................ 22 
3.8. Mapa dos Distritos da Província da Zambézia ............................................................................. 23 
3.9. Materiais e Métodos ..................................................................................................................... 23 
3.9.1. Materiais ................................................................................................................................... 23 
3.9.1.1. Divisão administrativa .......................................................................................................... 23 
3.9.1.2. População .............................................................................................................................. 24 
3.9.2. Dados da trajectória do ciclone tropical FREDDY .................................................................. 24 
3.9.3. Método...................................................................................................................................... 24 
Capitulo IV. Resultados e Análise .......................................................................................................... 25 
4. Impactos causados ........................................................................................................................... 25 
4.1. Distritos afectados por província ................................................................................................. 26 
CAPÍTULO V: Conclusões e Recomendações ....................................................................................... 28 
5. Conclusões ....................................................................................................................................... 28 
5.1. Recomendaçoes ............................................................................................................................ 28 
6. Referências Bibliográficas .............................................................................................................. 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
Capítulo I. Introdução 
 
1. Contextualização 
"Os ciclones, ou sistemas de área de baixa pressão, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, são 
uma área que apresenta pressão atmosférica inferior à das áreas vizinhas e possuem centro de circulação 
fechada, cujos ventos sopram para dentro, no entorno desse centro. A circulação dos ciclones difere-se 
nos dois hemisférios: no Hemisfério Norte, giram no sentido anti-horário, e no Hemisfério Sul, no sentido 
horário. De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, os ciclones surgem 
normalmente nos oceanos, podendo durar vários dias e percorrer um longo caminho, com bastante 
intensidade." 
 De acordo com INGD, (2022) e DNGH, (2017) Moçambique é um país propenso a eventos extremos 
que, com as alterações climáticas, passaram a ser cada vez mais frequentes e intensos e que não podem 
ser ignorados no processo de planificação estratégica de desenvolvimento pelos impactos negativos que 
têm criado na vida das populações e nas infra-estruturas sociais e económicas. 
O país tem experimentado períodos cíclicos de cheias, secas e ciclones que estão a tornar-se cada vez 
mais frequentes e intensos e atendendo e considerando que existem muitos assentamentos populacionais 
e infraestruturas sociais e económicas vulneráveis a cheias, inundações e secas, há uma necessidade de 
abordar esta questão em ambas vertentes, medidas estruturais e não estruturais, (DNGH, 2017). 
A temperatura média mundial já subiu 1,1 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais uma 
consequência directa de mais de um século de queima de combustíveis fósseis, bem como do uso 
desordenado e insustentável de energia e do solo, (IPCC, 2023). 
A elevação da temperatura aumenta tanto a frequência quanto a intensidade dos eventos climáticos 
extremos, que causam impactos cada vez mais perigosos às pessoas e à natureza em todas as regiões do 
mundo (IPCC, 2023). 
É neste contexto que o presente trabalho tem como objectivo de avaliar os impactos caudados pela 
passagem de ciclone tropica Freddy em Moçambique com enfoque nas províncias da Zambézia e Sofala. 
 
 
2 
 
1.1.Justificativa da Investigação 
A região da África Austral e Oceano Índico é extremamente vulnerável no que respeita a ciclones, cheias, 
secas e tempestades tropicais. Estes choques recorrentes relacionados com o clima afectam 
negativamente os meios de subsistência e economias altamente sensíveis da região e desgastam a 
capacidade de recuperação total por parte das comunidades, o que, por sua vez, aumenta ainda mais a 
fragilidade e vulnerabilidade face a calamidades subsequentes (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014). 
A natureza e tipo de desastres climáticos estão a mudar e a tornar-se mais imprevisíveis, aumentando em 
frequência, intensidade e magnitude em consequência da mudança climática. A vulnerabilidade na região 
é ainda agravada por factores socioeconómicos negativos prevalecentes tais como a elevada taxa de HIV, 
a pobreza extrema, a insegurança crescente e o crescimento e tendências demográficos (incluindo a 
migração intra-regional e a crescente urbanização), (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014). 
Todos os anos há um número cada vez maior de pessoas que enfrentam estas crises crónicas e muitas 
delas encontram-se nas mesmas populações. Apesar de serem essenciais para atender às necessidades 
mais prementes associadas ao salvamento de vidas há pouca indicação de que as mais recentes respostas 
humanitárias possam a curto prazo quebrar este ciclo vicioso de crise e de cada vez maior 
vulnerabilidade. 
 
1.2.Problematização 
Nas últimas décadas a frequência e intensidade dos desastres naturais tem assumido proporções 
fortemente crescente à escala mundial. Durante um intervalo de cerca de 30 anos (desde os anos de 1970 
ao ano 2000),o número de desastres naturais passou de 1.280 para 3.435 a nível mundial, afectando tanto 
países desenvolvidos como países em desenvolvimento (Alves, 2011). 
De acordo com IPCC, (2007b), alguns países são mais vulneráveis que os outros, verificando-se uma 
maior fragilidade dos países em vias de desenvolvimento em enfrentar e conviver com este fenómeno 
natural. 
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, alguns países são mais vulneráveis 
do que outros aos efeitos negativos das mudanças climáticas, sendo que os mais afectados serão 
sobretudo os países em desenvolvimento, como Moçambique, devido à sua localização geográfica e 
clima, sua elevada dependência aos recursos naturais e a importância económica de sectores sensíveis à 
3 
 
variabilidade climática como agricultura, pescas e ainda a sua limitada capacidade de adaptação, 
(MPCAA, 2005). 
Moçambique é um país da costa oriental da África Austral que tem como limites: a norte, a Tanzânia; a 
noroeste, o Malawi e a Zâmbia; a oeste, o Zimbábwe, a África do Sul e a Suazilândia; a sul, a África do 
O presente trabalho visa a responder a seguinte questão. Quais são os impactos causados pelo ciclone 
tropical Freddy em Moçambique? 
1.3.Objetivos 
1.3.1. Objetivo Geral 
Avaliar impactos causado pela passagem do ciclone tropical FREDDY em Moçambique 
1.3.2. Objetivos específicos 
 Estimar o número de população e infraestruturas em risco face ao ciclone tropical FREDDY; 
 Identificar as regiões que foram afectadas pelo ciclone Freddy em Moçambique; 
 Recomendar algumas medidas de adaptação aos ciclones 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Capitulo II. Revisão da Literatura 
 
2. Ciclone Tropical 
Um ciclone tropical é um sistema meteorológico associado com áreas de baixa pressão na superfície) que 
se desenvolve sobre os oceanos tropicais ou subtropicais (Souza & Reboita, 2020) 
Segundo o National Hurricane Center esses sistemas são classificados em depressão tropical quando a 
velocidade dos ventos sustentada é inferior a 61 km/h, em tempestade tropical quando a velocidade do 
vento está entre 61 a 118 km/h e para a velocidade igual ou superior a 119 km/h o ciclone passa a receber 
diferentes nominações que dependerão da região de formação (Souza & Reboita, 2020). 
 Será chamado de ciclone tropical na região sudoeste do Índico, furacão no Atlântico Norte e no Pacífico 
Leste e de tufão no Pacífico Oeste. Também existe uma escala que relaciona a intensidade dos ventos 
sustentados dos ciclones com seu grau de destruição. Essa escala é chamada de Saffir-Simpson e varia 
de 1 a 5 . Furacões classificados na escala 1 apresentam menos potencial destruidor do que aqueles com 
escala maior (Souza & Reboita, 2020). 
 Entre as características dos ciclones tropicais têm-se o núcleo quente e estendido por toda a troposfera e 
que os ventos mais intensos ocorrem próximo à superfície (Souza & Reboita, 2020) 
Os ciclones tropicais estão entre os sistemas atmosféricos mais severos, não apenas pelos ventos fortes, 
mas pelas ondas que são capazes de gerar e pelo aumento do nível do mar em áreas costeiras que acabam 
causando inundações. Entre os vários ciclones tropicais registrados no globo, podem se destacar o tufão 
Haiyan e Haima. (Souza & Reboita, 2020). 
 
5 
 
 
Figura 1. Formação de ciclone tropical . Fonte: 
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fintegritymagazine.co.mz%2Farquivos%2F9233&psig
=AOvVaw0yuzN1omReAwB_hyoZb3z7&ust=1683735109727000&source=images&cd=vfe&ved=0CBEQjRxq
FwoTCJjTjpfQ6P4CFQAAAAAdAAAAABAE 
 
2.1.Ocorrência de Ciclones em Moçambique 
Moçambique tem uma longa costa que constitui limite ocidental da zona activa em ciclones e tempestades 
tropicais. Deste modo, o País, é em média assolado por um ciclone tropical por ano, pondo em causa os 
esforços desenvolvidos para a erradicação da pobreza absoluta, (MICOA., 2007). 
Ou seja Moçambique é um país bastante exposto a este fenómeno, uma vez que a sua costa forma a 
fronteira ocidental duma das mais activas bacias dos ciclones tropicais, o Sudoeste do Oceano Índico. 
Todos os anos, esta bacia sozinha produz cerca de 10% de todos os ciclones do mundo. Os ciclones 
tropicais que se formam nesta zona atingem Moçambique em média uma vez por ano, enquanto que as 
depressões de menor intensidade ocorrem três a quatro vezes por ano, (.MICOA, 2005). 
A época ciclónica em Moçambique inicia em Novembro e termina em Abril de cada ano. Durante o 
período ciclónico, através da Plataforma Electrónica Integrada de Disseminação de Fluxo de Informação 
de Aviso Prévio de Cheias e Ciclones, o Ministério que superintende a área de meteorologia deve 
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fintegritymagazine.co.mz%2Farquivos%2F9233&psig=AOvVaw0yuzN1omReAwB_hyoZb3z7&ust=1683735109727000&source=images&cd=vfe&ved=0CBEQjRxqFwoTCJjTjpfQ6P4CFQAAAAAdAAAAABAE
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fintegritymagazine.co.mz%2Farquivos%2F9233&psig=AOvVaw0yuzN1omReAwB_hyoZb3z7&ust=1683735109727000&source=images&cd=vfe&ved=0CBEQjRxqFwoTCJjTjpfQ6P4CFQAAAAAdAAAAABAE
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fintegritymagazine.co.mz%2Farquivos%2F9233&psig=AOvVaw0yuzN1omReAwB_hyoZb3z7&ust=1683735109727000&source=images&cd=vfe&ved=0CBEQjRxqFwoTCJjTjpfQ6P4CFQAAAAAdAAAAABAE
6 
 
disponibilizar e actualizar duas vezes por dia, em horários distintos, em função da evolução do evento, 
(BR, 2022). 
De entre 1984 a Abril de 2023, cerca de 25 sistemas de tropicas atingiram directamente a costa 
de Mozambique. 
 
Figura 2. Diagrama que representa os ciclones que atingiram a costa Moçambicana no intervalo de 
1984-2023. Fonte: Autor 
Cada ano os ciclones tropicais causam vítimas mortais, imensos danos em propriedades e uma ameaça 
séria às embarcações, devido aos efeitos combinados de ventos fortes, marés altas e inundações, resultado 
da forte precipitação e de fenómenos de sobre elevação marítima com mais de 10 metros. 
2.2.Escalas de Severidade de Ciclones 
 
O INAM utiliza um sistema baseado numa escala de 5 categorias de severidade dos ciclones conforme a 
figura abaixo, de acordo com o Pano Operacional para a o Sudoeste do Oceano Índico, que é 
seguido por todos os países da África Oriental, membros do Comité de Ciclones Tropicais para o 
Sudoeste do Oceano Índico. 
0
50
100
150
200
250
300
Velocidade (km\h)
7 
 
 
Tabela 1. Classificação de Ciclones. Fonte: INAM 
2.3.Fases de emissão de Aviso de Ciclone 
Sempre que se detectar um Ciclone Tropical ou uma Tempestade Tropical com alta probabilidade de se 
intensificar com possibilidade de afectar a costa moçambicana, o Ministério que superintende a área de 
meteorologia deve enviar com urgência, em menos de 2 horas, alertas ou avisos ao Ministério que 
superintende a área de gestão de recursos hídricos e ao sector de gestão e redução do risco de desastres, 
através de meios oficiais e plataformas electrónicas acreditadas com indicação da localização e 
deslocação da ameaça de ciclone, precipitação e vento previstos. 
 É responsabilidade do Ministério que superintende a área de meteorologia iniciar a comunicação logo 
que haja pelo menos 40% de probabilidade de ocorrência de um Ciclone ou Tempestade Tropical afectar 
directamente o território Moçambicano 
 
8 
 
1. A elaboração de comunicados, alertas e avisos baseia-se na matriz decisória para alertas de 
ciclones sendo que os critérios usados são definidos em função da velocidade dos ventos e da 
intensidade de precipitação previstos. 
2. Os valores previstos para a velocidade das rajadas de vento e intensidade da precipitação, a serem 
considerados pelos especialistas do sector que superintende a área de meteorologia, devem 
resultar da combinação das melhores fontes globais, regionais e nacionais. 
O sistema de aviso prévio de Ciclones inclui três fases, nomeadamente: 
a) Ffase de vigilância do Ciclone inicia imediatamente a seguira formação de um Ciclone ou de 
uma Depressão Tropical na Bacia do Sudoeste do Oceano Índico, com tendências de atingir o 
Canal de Moçambique, com grande probabilidade de se intensificar, sem que afecte o canal de 
Moçambique dentro de 48 horas; 
b) Fase de alerta do Ciclone é declarada quando se preveja que um Ciclone ou uma Tempestade 
Tropical com alta probabilidade de se intensificar e possa afectar o canal de Moçambique no 
intervalo entre 48 a 72 horas; 
c) Fase de aviso do Ciclone entra em vigor sempre que existir possibilidade da formação de um 
Ciclone de uma Tempestade Tropical com alta probabilidade de se intensificar e atingir o canal 
de Moçambique dentro do período de 24 horas. 
2. Durante a aproximação da ocorrência ou ocorrência de cada fase indicada nas alíneas do número 
anterior do presente artigo, deve elaborar-se informação técnica relevante e correspondente a ser 
divulgada às populações através de órgãos de comunicação social e outros meios alternativos, mesmo 
quando o fenómeno reportado não constitua perigo para o Canal de Moçambique. 
3. Os avisos sobre Ciclones devem ser emitidos às 10, 14 e 18 horas ou em horário distinto em função 
da evolução do evento. 
4. Com a dissipação do Ciclone Tropical, ou seja, quando este enfraquecer passando a categoria abaixo 
de Depressão Tropical ou ainda caso se venha a afastar da costa ou do território Moçambicano deve 
ser emitido um comunicado final à respeito. 
9 
 
2.4.Sistema de cores para Alerta de Ciclone 
 
 
Tabela 2.Sistema de Alerta de Cores para Ciclones. Fonte INAM 
2.5.Índice do Potencial de Génese (IPG) 
De acordo com Silva & Reboita, (2021) Emanuel e Nolan em 2004, a fim de indicarem as regiões 
propícias à gênese de ciclones tropicais, desenvolveram a equação do IPG: 
 
𝐼𝑃𝐺 = |105. 𝜂|
3
2.(
𝐻
50
)
3
. (
𝑉𝑝𝑜𝑡
70
)
3
(1 + 0.1 𝑉𝑠ℎ𝑒𝑎𝑟)
−2 Equação 1 
Onde: 
IPG é o índice de potencial de gênese (adimensional); η é a vorticidade absoluta em 850 hPa (𝑠−1) H é 
a umidade relativa em 700 hPa (%); Vpot é a intensidade potencial do vento (m 𝑠−1) Vshear é a 
magnitude do cisalhamento vertical do vento; horizontal calculado entre 200 e 850 hPa (m 𝑠−11); A 
vorticidade absoluta (𝑒2) é uma medida local de rotação; de um fluido e tem grande importância em 
estudos meteorológicos de escala sinótica. 
 É obtida como: 
 𝜂 = 𝜁 + 𝑓 Equação 2 
em que: η é a vorticidade absoluta em (𝑠−1) 
ζ é a vorticidade relativa (𝑠−1) 
10 
 
f é a vorticidade planetária definida como 𝑓 = 2𝛺𝑠𝑒𝑛𝛷, sendo Ω a velocidade angular da Terra (° 𝑠−1) 
e Φ a latitude (°) . O Vpot é a máxima velocidade do vento em superfície que ocorreria num ciclone 
tropical dadas as condições prevalecentes de TSM e perfis verticais de umidade e temperatura do ar. 
 
O 𝑉𝑝𝑜t é calculado de acordo com a equação abaixo: 
 
 𝑉𝑝𝑜𝑡 = √
𝐶𝑘.𝑇𝑠
𝐶𝑑.𝑇𝑜
(𝐶𝐴𝑃𝐸∗ − 𝐶𝐴𝑃𝐸) Equação 3 
em que: 
𝑉𝑝𝑜𝑡 é a intensidade potencial do vento (m.𝑘−1);Ck é o coeficiente de transferência de entalpia 
(adimensional); TS é a temperatura da superfície do mar (K); To a temperatura média no topo da 
tempestade (K); CD é o coeficiente de transferência de momento (adimensional);CAPE* é a energia 
potencial disponível da convecção do ar que é levantado a partir do nível médio do mar (J𝑘𝑔−1);CAPE 
é a energia potencial disponível para convecção (J 𝑘𝑔−1). 
Para a obtenção do 𝑉𝑝𝑜𝑡 utilizou-se o código em linguagem MATLAB disponível na página de Kerry 
Emanuel (ftp://texmex.mit.edu/pub/emanuel/TCMAX/). As variáveis atmosféricas necessárias para a 
execução do algoritmo são a pressão atmosférica e a TSM, para o nível da superfície, e a temperatura e 
razão de mistura em níveis verticais. Como a ERA5 não fornece a razão de mistura, esta foi obtida 
aproximando-se o valor da umidade específica ao da razão de mistura (Silva & Reboita, 2021). O Vshear 
usado na Equação 1 é calculado pela diferença vetorial do vento em 200 hPa e 850 hPa, conforme 
Equação (4). 
 𝑉𝑠ℎ𝑒𝑎𝑟 = √(𝑈200 − 𝑈850 + 𝑣200 − 𝑣850)2 Equação 4 
 
Em que: 
Vshear é a magnitude do cisalhamento vertical do vento; horizontal calculado entre 200 e 850 hPa 
(𝑚. 𝑠−1); 𝑈200 é a componente zonal do vento em 200 hPa (𝑚. 𝑠
−1); 𝑈850 é a componente zonal do vento 
em 850 hPa (𝑚. 𝑠−11); 𝑣200 é a componente meridional do vento em 200 hPa (𝑚. 𝑠
−1𝑣850 é a componente 
meridional do vento em 850 hPa (m s-1). 
 
 
 
ftp://texmex.mit.edu/pub/emanuel/TCMAX/
11 
 
2.6.Monitoria de Ciclone a nível de CENOE 
O sector de monitoria depende bastante do que provem do sector de informação. Em tempos de 
emergência, baseado em informações e analisado o nível de gravidade, o sector de monitoria é 
chamado a deslocar-se aos locais visados a fim de recolher dados mais precisos e fazer avaliação 
técnica para intervenções. Em períodos fora de emergência e prontidão, este sector está engajado 
em mapeamento de riscos, verificação dos estado de infra-estruturas e acompanhamento das 
actividades do INGD e parceiros no âmbito de Redução do Risco de Desastres. 
O esquema abaixo sintetiza o CENOE e seu funcionamento interno e externo: 
 
Figura 3. Funcionamento de CENOE. Fonte: CENOE, (2021). 
2.7.Alguns Impactos Caudados pelo Ciclone Freddy em Quelimane 
O ciclone Freddy, que atingiu vastas regiões no centro de Moçambique, matou, feriu, desalojou e destruiu 
residências, infraestruturas sociais e económicas https://www.dw.com/pt-002/mo%C3%A7ambique-
ingd-pede-ajuda-ap%C3%B3s-ciclone-freddy/a-64987825. 
https://www.dw.com/pt-002/mo%C3%A7ambique-ingd-pede-ajuda-ap%C3%B3s-ciclone-freddy/a-64987825
https://www.dw.com/pt-002/mo%C3%A7ambique-ingd-pede-ajuda-ap%C3%B3s-ciclone-freddy/a-64987825
12 
 
 
Figura 4. Destruição de casa na Zambézia. Fonte: 
Autor 
 
 
Figura 5. Inundações causadas pelo ciclone Freddy. 
Fonte: Autor 
 
 
Figura 6. Destruição de infra-estrutura privada. Fonte: Autor 
 
 
Figura 7. Destruição de infra-estrutura pública 
 
 
 
 
 
13 
 
Capítulo III. Metodologia 
3. Caracterização da área de estudo 
Moçambique é um país da costa oriental da África Austral que tem como limites: a norte, a Tanzânia; a 
noroeste, o Malawi e a Zâmbia; a oeste, o Zimbábwe, a África do Sul e a Suazilândia; a sul, a África do 
Sul; a leste, a secção do Oceano Índico designada por Canal de Moçambique ( 
https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Mocambique/Geografia-de-Mocambique), veja a figura 
abaixo. 
No Canal de Moçambique, os vizinhos são Madagáscar e as Comores (incluindo a possessão francesa de 
Mayotte). No Oceano Índico, para leste da grande ilha de Madagáscar, situam-se as dependências de 
Reunião, Juan de Nova e Ilha Europa. No Canal de Moçambique, sensivelmente a meia distância entre o 
continente e Madagáscar, o atol de Bassas da Índia, igualmente possessão francesa. 
A metade norte (a norte do rio Zambeze) é um grande planalto, com uma pequena planície costeira 
bordejada de recifes de coral, limitando no interior com maciços montanhosos pertencentes ao sistema 
do Grande Vale do Rift. A metade sul é caracterizada por uma larga planície costeira de aluvião, coberta 
por savanas e cortada pelos vales de vários rios, o mais importante dos quais é o rio Limpopo. 
O país é dividido em três regiões topográficas através do rio Zambeze e do rio Save. A região norte 
localizada a norte do rio Zambeze, compreende a linha costeira estreita que vai entre as colinas e o litoral, 
até as montanhas do Niassa, Namúli e o planalto dos Macondes (Manjoro et al., 2020). 
 
https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Mocambique/Geografia-de-Mocambique
14 
 
 
Figura 8. A localização de geográfica de Moçambique.Fonte : 
https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fwww.researchgate.net%2Fpublication%2F2424875
2 
3.1.A precipitação e a temperatura média em Moçambique 
A temperatura mais quente registrada desde 1949 até janeiro de 2023 foi relatada pela estação 
meteorológica de Massangena. Em outubro de 2019, a temperatura recorde de 46,7 °C foi medida aqui. 
O verão mais quente de julho a setembro, baseado em todas as 30 estações meteorológicas de 
Moçambique abaixo de 1370 metros de altitude, foi registrado em 2001 a uma média de 23,3 °C.Esta 
temperatura média é geralmente registrada a cada 4 a 6 horas, portanto, inclui também as noites. 
Normalmente, este valor é de 22,1 graus Celsius. (https://www.dadosmundiais.com/africa/mocambique/clima.php) 
O dia mais frio desses 74 anos foi relatado pela estação meteorológica de Maputo. Aqui a temperatura 
caiu para -2,2 °C em maio de 2007. Maputo está localizada a uma altitude de 44 metros acima do nível 
do mar. O inverno mais frio (janeiro a março) foi em 1994, com uma média de apenas 25,8 °C. A norma 
em Moçambique é de cerca de 0,9 graus a mais com 26,7 °C para este período de três meses. 
A maior parte da precipitação caiu em janeiro de 2016. Com 45,1 mm por dia, a estação meteorológica 
de Montepuez registrou os valores mais altos dos últimos 74 anos. A propósito, a região com maior 
precipitação durante todo o ano está na estação meteorológica de Beira. A região mais seca é próxima a 
https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fwww.researchgate.net%2Fpublication%2F242487524%2Ffigure%2Ffig1%2FAS%3A393104772354048%401470734889186%2FFigura-1-Mapa-de-localizacao-de-Mocambique-O-clima-dum-modo-geral-e-tropical-humido.png&tbnid=uafQ2Umt5ojHWM&vet=12ahUKEwj-9oPmi-T-AhVPpycCHeZtCq4QMygGegUIARCjAQ..i&imgrefurl=https%3A%2F%2Fwww.researchgate.net%2Ffigure%2FFigura-1-Mapa-de-localizacao-de-Mocambique-O-clima-dum-modo-geral-e-tropical-humido_fig1_242487524&docid=735C0ZJNm--lDM&w=651&h=788&q=localiza%C3%A7%C3%A3o%20geogr%C3%A1fica%20de%20mo%C3%A7ambique%20pdf&ved=2ahUKEwj-9oPmi-T-AhVPpycCHeZtCq4QMygGegUIARCjAQ
https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fwww.researchgate.net%2Fpublication%2F242487524%2Ffigure%2Ffig1%2FAS%3A393104772354048%401470734889186%2FFigura-1-Mapa-de-localizacao-de-Mocambique-O-clima-dum-modo-geral-e-tropical-humido.png&tbnid=uafQ2Umt5ojHWM&vet=12ahUKEwj-9oPmi-T-AhVPpycCHeZtCq4QMygGegUIARCjAQ..i&imgrefurl=https%3A%2F%2Fwww.researchgate.net%2Ffigure%2FFigura-1-Mapa-de-localizacao-de-Mocambique-O-clima-dum-modo-geral-e-tropical-humido_fig1_242487524&docid=735C0ZJNm--lDM&w=651&h=788&q=localiza%C3%A7%C3%A3o%20geogr%C3%A1fica%20de%20mo%C3%A7ambique%20pdf&ved=2ahUKEwj-9oPmi-T-AhVPpycCHeZtCq4QMygGegUIARCjAQ
https://www.dadosmundiais.com/africa/mocambique/clima.php
15 
 
Tete.(https://www.dadosmundiais.com/africa/mocambique/clima.php). As figuras abaixo representam o 
comportamento da temperatura e precipitação a nível nacional. 
 
Figura 9. Analise da precipitação média em Moçambique. 
Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F% 
 
Figura 10. Variação da temperatura média em 
Moçambique em função da precipitação. Fonte: 
https://www.destinoseviagens.com/wp-
content/uploads/2015/02/clima-mocambique-quando-
ir.png 
 
 
O país apresenta temperaturas mais quentes (entre 25 a 27ºC no verão e 20 a 23ºC no inverno) ao longo 
da zona costeira relativamente ao continente que apresenta temperaturas mais frias. As temperaturas 
médias na região sul são 24 a 26°C no verão e 20 a 22°C no inverno , de acordo com a figura abaixo 
https://www.dadosmundiais.com/africa/mocambique/clima.php
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Ffscluster.org%2Fsites%2Fdefault%2Ffiles%2Fdocuments%2Fmozclimateanalysisl_pt.pdf&psig=AOvVaw1pEravUWEVpEHQVbB4bCrM&ust=1683580191085000&source=images&cd=vfe&ved=0CBEQjRxqFwoTCIj91ImP5P4CFQAAAAAdAAAAABBe
https://www.destinoseviagens.com/wp-content/uploads/2015/02/clima-mocambique-quando-ir.png
https://www.destinoseviagens.com/wp-content/uploads/2015/02/clima-mocambique-quando-ir.png
https://www.destinoseviagens.com/wp-content/uploads/2015/02/clima-mocambique-quando-ir.png
16 
 
 
Figura 11. Temperaturas médias em Moçambique. Fonte: Patrão & Raposo,(2012) 
3.2.Descrição do Relevo 
Moçambique apresenta zonas baixas ao longo da faixa costeira, aumentando a altitude da costa em 
direcção ao interior, onde encontram-se diferentes formações montanhosas, designadamente, a cadeia da 
Maniamba-Amaramba, na província do Niassa, a de Serra Jéci a que apresenta maior altitude com 1836 
metros; as formações de Chire-Namúli, na província da Zambézia, cujo ponto mais elevado é o Monte 
Namúli com 2.419 metros; a cadeia de Manica, com o ponto mais alto de Moçambique com 2436 m e a 
cadeia dos Libombos, na zona ocidental sul do país de acordo com a figura abaixo. 
17 
 
 
Figura 12. Relevo de Moçambique. Fonte: https://media.licdn.com/dms/image/C4D22AQHmY9vj1Wc53w/feedshare-
shrink_800/0/1628866380715?e=2147483647&v=beta&t=EfHYgSXwbP87S3egoZ3IhL6yxpLdrAGY0vSCbf3Vgv0 
3.3.Uso e Cobertura de terra 
 
 De acordo com MICOA (2009), cobertura vegetal de Moçambique é caracterizada desde a floresta alta 
e de baixa altitude, matagal, pradarias arborizadas e mangais assim como florestas exóticas. 
Regionalmente, distinguem-se: as florestas montanhosas de altitude (Zambézia, Manica, Niassa e Tete); 
as florestas de altitude (planaltos do Centro e Norte); Matagal (Centro e Sul do país, em zonas de 
pastoreio); Savana (interior da zona Sul e Tete); Pradaria (planícies da zona sul, facilmente alagáveis) e 
Mangais (na zona costeira, principalmente nos estuários das águas salgadas), veja a figura abaixo. 
https://media.licdn.com/dms/image/C4D22AQHmY9vj1Wc53w/feedshare-shrink_800/0/1628866380715?e=2147483647&v=beta&t=EfHYgSXwbP87S3egoZ3IhL6yxpLdrAGY0vSCbf3Vgv0
https://media.licdn.com/dms/image/C4D22AQHmY9vj1Wc53w/feedshare-shrink_800/0/1628866380715?e=2147483647&v=beta&t=EfHYgSXwbP87S3egoZ3IhL6yxpLdrAGY0vSCbf3Vgv0
18 
 
 
Figura 13. Uso e cobertura da terra. Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Ffnds.gov.mz 
 
3.4.Recursos hídricos 
acordo com Carlo & Martorano, (2022) em Moçambique é um país a jusante, partilhando nove (9) das 
quinze (15) bacias hidrográficas internacionais da região da (Comunidade para o Desenvolvimento da 
Afica Austral (SADC). 
 Segundo ENDRH, (2007) cite em Carlo & Martorano, (2022)Os rios são os maiores transportadores dos 
principais recursos hídricos do país, dos quais mais de 50% são originados nos países a montante. São 
de notar as diferenças que se verificam entre regiões no que se refere à variação da precipitação, período 
húmido e seco e de ano para ano com cheias e secas. De acordo com dados disponíveis, o escoamento 
superficial total é de cerca 216 km³/ano, dos quais cerca de 100 km³ (46%) são gerados no país. 
Moçambique é vulnerável aos desastres causados pelas irregularidades climáticas, com uma forte 
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Ffnds.gov.mz%2Fmrv%2Findex.php%2Fdocumentos%2Foutros-documentos%2F53-apresentacao-da-unidade-mrv-no-evento-da-dinab%3Fformat%3Dhtml&psig=AOvVaw3bY0luJImETnniT5wOk0xL&ust=1683583097968000&source=images&cd=vfe&ved=0CBEQjRxqFwoTCOiJz_OZ5P4CFQAAAAAdAAAAABAQ
19 
 
incidência de fenómenos como secas, cheias e ciclones causando impacto negativo no desenvolvimento 
social e económico. 
Os desafios em Moçambique na gestão e desenvolvimento dos recursos hídricos incluem o 
gerenciamento da água potável e melhorias no saneamento, água para segurança alimentar e 
desenvolvimento rural, prevenção da poluição da água, e conservação dos ecossistemas, mitigação 
dos desastres e gestão dos riscos, gestão dos recursos hídricos transfronteiriços e partilhas dos 
benefícios. 
Torna-se importante a contribuição deste trabalho para monitoramento e diagnóstico das bacias 
hidrográficas nas áreas estudadas, podendo ser uma ferramenta de planejamento e contribuiçãona 
tomada de decisão sobre o desenvolvimento de atividades conservando os recursos hídricos (Carlo & 
Martorano, 2022).
 
Figura 14. Hidrográfica de Moçambique. Fonte: Autor 
 
20 
 
3.5. Demografia de Moçambique 
Moçambique é um país que possui cerca de 27.909.798 habitantes, sendo Nampula e Zambézia as que 
apresentam maior número de habitantes de acordo com a figura abaixo do Censo de 2017. 
 
Figura 15. População Moçambicana do Censo de 2017. Fonte: Autor 
3.6.Bacia de Licungo 
Divisão de Gestão da Bacia Hidrográfica do Licungo e Bacias Costeiras – UGBLIC, com sede em 
Mocuba, província de Zambézia, a cerca de 400 𝑘𝑚 da cidade de Nampula, é responsável pela gestão 
operacional dos recursos hídricos de 3 principais bacias hidrográficas . 
A bacia do rio Licungo tem uma área de cerca de 22.800 𝑘𝑚2, fazendo fronteira sul com as bacias do rio 
Zambeze e do rio Namacurra e a Norte e Este com as bacias dos rios Raraga e Melela. A forma desta 
21 
 
bacia é aberta na cabeceira e com a saída estreita, a partir da confluência com o rio Lugela. Fica localizada 
entre os paralelos 15 e 18º S, (Carlo & Martorano, 2022). 
O rio Licungo tem a sua nascente nos montes Namúli, perto de Gurué, a 2000 𝑚 de altitude, e tem a sua 
foz no Oceano Índico a 50 𝑘𝑚 a Norte da Cidade de Quelimane. Este rio é também alimentado por dois 
afluentes principais, o rio Lugela e o rio Luo, ambos na margem direita, para além de outros pequenos 
afluentes. Esta bacia tem um factor de forma de 0.34, que indica que a bacia tem pouca propensão a 
cheias. As cheias que ocorrem afectam apenas a parte final da bacia a jusante de Malei. 
A bacia tem um escoamento médio de 6 533,80 M𝑚3/ano e um consumo para as diversas utilizações 
de 2 775,90 Mm3/ano cerca de 42% do escoamento total da bacia o que significa que a mesma possui 
quantidade suficiente de água, prevendo- se que até ao ano 2015, as necessidades de água para os diversos 
fins seja de 3 600,90 M𝑚3/ano cerca de 55%, e em termos de qualidade de água, verifica-se que há uma 
alteração significativa dos padrões de qualidade de água (Carlo & Martorano, 2022). 
 
Figura 16. Bacia de Licungo. Fonte: Autor 
22 
 
3.7.Província da Zambézia 
A Província da Zambézia fica situada na região Centro de Moçambique entre os paralelos 14º e 59' e 18º 
54’ 40" latitude Sul e entre os meridianos 35º 17’ 53" e 39º de longitude Este. Limita-se a Norte pelas 
províncias de Nampula e Niassa, a Sul Sofala, a Este pelo Oceano Índico, a Oeste pela província de Tete 
e faz fronteira com a República do Malawi, através do rio Chire. 
 
Figura 17. Mapa da Provincial de Zambézia . Fonte: Autor 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
3.8.Mapa dos Distritos da Província da Zambézia 
O mapa abaixo, ilustra os distritos da Província da Zambézia 
 
Figura 18. Distritos da Província da Zambézia. Fonte: 
https://www.zambezia.gov.mz/var/ezdemo_site/storage/images/media/images/mapa/39586-1-por-
MZ/Mapa_galleryfull.jpg 
 
3.9.Materiais e Métodos 
3.9.1. Materiais 
3.9.1.1.Divisão administrativa 
Para fazer a avaliação do impacto do ciclone tropical FREDDY, foram usados dados em shapefile do 
Centro Nacional de Cartografia e Teledeteção (CENACARTA), que são os dados de divisão 
administrativa. 
 
 
https://www.zambezia.gov.mz/var/ezdemo_site/storage/images/media/images/mapa/39586-1-por-MZ/Mapa_galleryfull.jpg
https://www.zambezia.gov.mz/var/ezdemo_site/storage/images/media/images/mapa/39586-1-por-MZ/Mapa_galleryfull.jpg
24 
 
3.9.1.2.População 
Os dados da população foram obtidos no Instituto Nacional de Estatística (INE). Os dados são dos 
últimos CENSO geral da população de 2017. 
3.9.2. Dados da trajectória do ciclone tropical FREDDY 
Os dados da trajectória do ciclone tropical FREDDY foram usados para ajudar na avaliação de risco 
nas áreas potencialmente afectadas e disponíveis no seguinte site 
http://www.meteo.fr/temps/domtom/La_Reunion/webcmrs9.0/anglais/index.html. 
3.9.3. Método 
A metodologia usada para realização deste trabalho consistiu no uso software ArcSIG versão 10.5 para 
o processamento e projecção dos cenários possíveis face a aproximação de ciclone Tropical Freddy. 
Recorreu-se ao método cartográfico para o desenho da área de risco e foi usado a ferramenta Clip para 
fazer o corte e saber do número de infra-estruturas, aldeias e população em risco na área de abrangência. 
 
Figura 19. Arc SIG 10.5 Fonte: Autor 
 
http://www.meteo.fr/temps/domtom/La_Reunion/webcmrs9.0/anglais/index.html
25 
 
Capitulo IV. Resultados e Análise 
 
O Ciclone Tropical FREDDY que entrou para a costa Moçambicana no dia 11 de Março pela província 
da Zambézia no Posto Administrativo de Macuze, distrito de Namacurra com ventos de 148km/h e 
rajadas até 213km/ h com chuvas intensas, causou os seguintes impactos nas provincias de Niassa, 
Zambezia, Tete, Manica e Sofala. As figuras abaixo ilustram alguns dados causado pelo ciclone e o 
número da população em riscos 
 
Figura 20. Hospitais em Riscos. Fonte: Autor 
 
 
Figura 21. População em Risco. Fonte: Autor 
 
4. Impactos causados 
População Afectada Principais danos 
 Pessoas Famílias Feridos Óbitos Hospitais Casas 
inundadas 
Furos de 
água 
Postes de 
energia 
𝟏 𝟎𝟎𝟓 𝟎𝟕𝟏 234 357 688 169 98 54382 122 595 
Tabela 3. Avaliação dos impactos causado pelo ciclone Freddy. Adaptado por Autor 
 
26 
 
 
Figura 22. Impactos por Província. Fonte: Autor 
4.1.Distritos afectados por província 
De acordo com as figuras abaixo, nota-se que a província da Zambézia foi a mais afectada, quase em 
todos distritos em seguida a província de Sofala nos seguintes distritos Marromeu, Caia, Chemba, 
Chiringoma, Marigue, Gorongosa, Muanza, Nhamatanda, Dondo e Cidade da Beira e a província de Tete 
nos distritos de Tsangano, Moatize, Doa e Mutarara e com menos intensidade para as províncias de 
Niassa e Manica, afectando os distritos de Cuamba, Mecanhelas, Metarica e Mandimba e Gondola, 
Vanduzi, Manica, Barue, Macossa, Guro e Tambara. 
Zambezia
74%
Sofala
14%
Tete
10%
Niassa
2%
Manica
0%
Impacto por provincia 
Zambezia Sofala Tete Niassa Manica
27 
 
 
Figura 23. Distrito afectados por ciclone Freddy. 
Fonte: INGD ,(2023) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 24. Distritos afectdos por ciclone Freddy. Fonte: 
Autor 
 
 
28 
 
CAPÍTULO V: Conclusões e Recomendações 
5. Conclusões 
Em termo de número de população e infraestruturas em riscos foi estimado a cerca de 1 005 071 de 
pessoas afectadas nas províncias da Zambézia, Manica, Sofala, Niassa e Tete e cerca de 57630 incluindo 
escolas, hospitais, postes de energia, fontenárias, pontes, barcos etc. 
A província da Zambézia foi a mais afectada, quase em todos distritos em seguida as províncias de 
Sofala, Niassa, Manica e Tete. 
5.1. Recomendaçoes 
Para maior gestão dos eventos extremos, que actualmente são mais frequentes em Moçambique, 
recomenda-se: 
 Reforçar os mecanismos de aviso prévio aos ciclones; 
 Tradução das informações disseminadas por INAM, INGD, DNGRH e mais identidades 
competentes em línguas locais; 
 Envolvimento dos lideres comunitários no órgão de gestão de risco de desastres, visto que, esse 
órgão tem maior valor na comunidade; 
 Aumento de mais estações meteorológicas na zona centro do pais, principalmente nas províncias 
da Zambézia que até hoje conta com duas estações meteorológicas, e província de Sofala; 
 Introdução dos conteúdos relacionados com mudanças climáticas e formas de mitigação, 
prevenção e adaptação aos eventos extremos nos currículos do ensino geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
6. Referências Bibliográficas 
 
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Adaptação. Maputo. 
Alves, A. A. (2011). Prevenção, preparação e mitigação do risco de desastres naturais: a experiência da 
Oikos em El Salvado. 
BR, B. d. (2022).Regulamento de Operacionalização da Plataforma Integrada de Disseminaçãoe 
Comunicação de Informação de Aviso Prévio de Cheias e Ciclones. Maputo. 
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SUPPORT IRRIATION IN PRODUCTION HALLS IN THE AMAZON AND 
MOZAMBIQUE. Boletim GeoAfrica. 
Cowan, Y., .Brien, E. O., & Rakotomalala, N. (2014). Sistema de Alerta Prévio de Base Comunitária: 
Práticas Fundamentais para Implementadores de RRC. Handrad. 
DNGH, D. N. (2017). Plano Acção de Sector de Águas para Implementação dos objectivos de 
Desenvolvimento Sustentavel 2015-2030. Maputo. 
INGC. (2017). Quadro de Indicadores de Redução do Risco de Desastres. Maputo. 
INGD. (2022). Estratégia Nacional para o Estabelecimento de um Sistema Integrado do Fluxo de 
Informação de Aviso Prévio de Cheias e Ciclones em Mocambique 2022-2030. 
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MICOA., M. P. (2007). Programa de Acção NAciona para Adaptação Às Mudanças Climaticas ( NAPA). 
Maputo. 
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Silva, B. A., & Reboita, M. S. (2021). Climatologia do Índice do Potencial de Gênese de Ciclones 
Tropicais nos Oceanos Adjacentes à América do Sul. Anuário do Instituto de Geociências. 
Souza, C. A., & Reboita, M. S. (2020). Intensidade do vento de dois ciclones tropicais obtida por 
diferentes conjuntos de dados. Revista Brasileira de Geografia Física . 
30

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