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Universidade Eduardo Mondlane Faculdade de Ciências Departamento de Física Mestrado em Gestão do Risco de Desastres e Adaptação às Mudanças Climáticas M204: Previsão de Eventos, Monitoria e Aviso Prévio Sistema de Aviso Prévio de Ciclones Baseado na Comunidade : Caso da Província da Zambézia Maputo, Abril de 2023 Discente: Mundeira Tomé Mundeira Docentes: Bernardino Nhantumbo, (PhD) Atanásio Manhique, (PhD) Índice de Figuras Figura 1. Tendência de Perda de Vida por Desastres Naturais em Moçambique (2000-2014) ............... 8 Figura 2. Tendências historicas dos eventos de desastres em Moçambique entre 1980 à2016 ............... 9 Figura 3. Distribuição da frequência total de eventos de desastres de origem natural ocorridos em Moçambique entre 1980 à 2016 ................................................................................................................ 9 Figura 4. Mapa da África cm Madagáscar, que projege Moçambique me alguns ciclones.................... 11 Figura 5. Destruição da estrada em Inhambane ...................................................................................... 14 Figura 6. Inundação causada pela passagem de ciclone Freddy na Beira: ............................................. 15 Figura 7. Destruição de casa pela passagem de ciclone Freddy em Nicoadala ...................................... 15 Figura 8. Impactos causados pelo ciclone Freddy em Quelimane .......................................................... 17 Figura 9. Impactos causado pelo Ciclone Freddy em Quelimane........................................................... 17 Figura 10. Avaliação de danos causado pelo ciclone Freddy na EDM ................................................... 18 Figura 11. Rios dos Bons Sinais ............................................................................................................. 19 Figura 12. Destruição da Escola na Cidade de Quelimane ..................................................................... 19 Figura 13. Queda de coqueiro ................................................................................................................. 20 Figura 14. Destruição parcialmente do centro de saúde de Inhassunge .................................................. 20 Figura 15. Inundação na Cidade de Quelimane pela passagem de ciclone Freddy ................................ 21 Figura 16. Mapa da Provincial de Zambézia . Fonte: Autor .................................................................. 26 Figura 17. Distritos da Província da Zambézia. ...................................................................................... 26 Figura 18. Diagrama que representa os ciclones que atingiram a costa Moçambicana no intervalo de 1984-2023. Fonte: Autor ......................................................................................................................... 29 Figura 19. Monitoria de Ciclone ............................................................................................................. 31 Figura 20. Monitoria de Ciclone Freddy ................................................................................................. 32 Figura 21. Monitoria de Ciclone Freddy ................................................................................................. 32 Figura 22. Monitoria de Ciclone Freddy ................................................................................................. 33 Figura 23. Disseminação de Informações ............................................................................................... 34 Figura 24. Comunicado de Ciclone Freddy ............................................................................................ 35 Figura 25. Previsão de Tempo por Distrito da Província da Zambézia. ................................................. 36 Figura 26. Previsão de Tempo por Cidade Capital ................................................................................. 36 Figura 27 Chefe do Departamento GRH, 2023....................................................................................... 41 Figura 28. Boletim Hidrológico. Fonte: DNGRH, (2021) ..................................................................... 42 Figura 29. Funcionamento de CENOE. Fonte: CENOE,(2021) ............................................................ 45 Figura 30. Comunicação Interinstitucionais .......................................................................................... 46 Figura 31. Governador da Zambézia apelando a comunidade sobre passagem de ciclone Freddy ........ 47 Figura 32. Capacitação dos intervenientes de diferentes sectores na matéria de evolução do sistema ciclónico .................................................................................................................................................. 47 Índice de Tabelas Tabela 1. Tabela dos Ciclones ............................................................................................................................... 13 Tabela 2. Classificação de Ciclones ...................................................................................................................... 37 Tabela 3 Sistema de Alerta de Cores para Ciclones .............................................................................................. 39 Tabela 4. Número de estações Operacionais ........................................................................................................ 40 Índice de Quadros Quadro 1. Componentes e Intervenientes em SAP. Fonte: (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014) .................. 22 Quadro 2. Elementos de SAP. Fonte: (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014) ................................................... 24 Índice Capítulo I. Introdução ............................................................................................................................... 1 1. Breve introdução ................................................................................................................................ 1 1.1. Contextualização de Investigação .................................................................................................. 1 1.2. Justificativa da Investigação .......................................................................................................... 2 1.3. Problematização ............................................................................................................................. 3 1.4. Objectivos ...................................................................................................................................... 5 1.4.1. Objectivo Geral .......................................................................................................................... 5 1.4.2. Objectivos Específicos ............................................................................................................... 5 1.5. Perguntas de Pesquisa .................................................................................................................... 5 1.6. Delimitação do estudo ................................................................................................................... 6 1.7. Estrutura de Trabalho .................................................................................................................... 6 Capítulo II. Revisão da Literatura ............................................................................................................. 6 2. Ciclones em Moçambique ................................................................................................................. 6 2.1. Situação de vulnerabilidade a eventos climáticos em Moçambique ..............................................6 2.2. Tendência de ocorrência de eventos extremos em Moçambique .................................................. 9 2.3. Gestão de ciclones em Moçambique ............................................................................................ 10 2.4. Ciclone de Freddy ........................................................................................................................ 13 2.5. Impactos de Ciclone Freddy em Fevereiro na zona Sul e Centro de Moçambique ..................... 14 2.6. Passagem de Ciclone Freddy na Província de Zambézia ............................................................. 16 2.7. Sistema de Aviso Prévio .............................................................................................................. 21 2.7.1. Os Quatro Elementos dos Sistemas de Alerta Prévio............................................................... 23 Capítulo III. Metodologia ....................................................................................................................... 25 Área de Estudo: Localização Geográfica da Província de Zambézia .................................................. 25 2.8. Mapa dos Distritos da Província da Zambézia ............................................................................. 26 2.9. Descrição da investigação ............................................................................................................ 27 Capítulo IV: Resultados e Discussões .................................................................................................... 27 Objectivos ............................................................................................................................................... 27 Caracterização do risco ou riscos ............................................................................................................ 28 Autores envolvidos no SAP de Ciclones baseado na Comunidade ........................................................ 30 Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) .......................................................................................... 30 Disseminação de informação ou emissão de avisos ................................................................................ 32 Previsão de Tempo ................................................................................................................................. 36 Escalas de Severidade ............................................................................................................................. 37 Fases de emissão de Aviso de Ciclone .................................................................................................... 37 Sistema de cores para Alerta de Ciclone ................................................................................................. 39 Direcção Nacional de Gestão e Recursos Hídricos (DNGRH) e Administração Regional de Águas .... 39 Governo Provincial e Distrital na Gestão do Risco de Desastre ............................................................ 46 Impacto na sociedade .............................................................................................................................. 48 Análise SWOT do SAP de Ciclones para província da Zambézia ........................................................ 48 Capítulo V. Conclusões e Recomendações ............................................................................................. 50 Referências Bibliográficas ...................................................................................................................... 51 1 Capítulo I. Introdução 1. Breve introdução O presente capítulo é constituído por quatro secções. Na secção 1. 1, aborda-se a contextualização da investigação. Na secção 1.2 é dedicada à justificativa desta investigação, na secção 1.3, apresenta-se a problematização, 1.4, objectivos, 1.5 questões de investigação e na secção 1.6 delimitação de investigação e secção 1.7 apresenta-se a estrutura do trabalho. 1.1.Contextualização de Investigação Moçambique é um país altamente vulnerável a desastres naturais, que não podem ser ignorados no processo de planificação estratégica de desenvolvimento pelos impactos negativos que têm criado na vida das populações e nas infra-estruturas sociais e económicas, (DNGH, 2017). O país tem experimentado períodos cíclicos de cheias, secas e ciclones que estão a tornar-se cada vez mais frequentes e intensos e atendendo e considerando que existem muitos assentamentos populacionais e infraestruturas sociais e económicas vulneráveis a cheias, inundações e secas, há uma necessidade de abordar esta questão em ambas vertentes, medidas estruturais e não estruturais, (DNGH, 2017). A temperatura média mundial já subiu 1,1 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais uma consequência directa de mais de um século de queima de combustíveis fósseis, bem como do uso desordenado e insustentável de energia e do solo, (IPCC, 2023). A elevação da temperatura aumenta tanto a frequência quanto a intensidade dos eventos climáticos extremos, que causam impactos cada vez mais perigosos às pessoas e à natureza em todas as regiões do mundo (IPCC, 2023). Para que as temperaturas médias sejam mantidas em 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais (meta do Acordo de Paris), serão necessárias reduções profundas, rápidas e sustentadas das emissões de gases de efeito estufa em todos os sectores no decorrer desta década, afirma o relatório , (IPCC, 2023). Os ciclones, ou sistemas de área de baixa pressão, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, são uma área que apresenta pressão atmosférica inferior à das áreas vizinhas e possuem centro de circulação fechada, cujos ventos sopram para dentro, no entorno desse centro. A circulação dos ciclones difere-se nos dois hemisférios: no Hemisfério Norte, giram no sentido anti-horário, e no Hemisfério Sul, no sentido horário. 2 Em Moçambique, há muitos e diferentes Sistema de Aviso Prévio (SAP) em funcionamento, concebidos para diferentes tipos de perigos. A rádio comunitária cria uma ligação vital entre os que emitem avisos sobre os perigos e os ouvintes, Para muita gente que vive nas áreas vulneráveis, a rádio é a única fonte de informação disponível. O sistema de aviso prévio (SAP) é todo um conjunto de instrumentos que visam alertar, com antecedência, à população sobre a ocorrência dum fenómeno que pode ocorrer (INGD, 2013). É neste contexto que o presente trabalho tem como objectivo de avaliar o sistema de aviso prévio de ciclone na província da Zambézia . 1.2.Justificativa da Investigação A região da África Austral e Oceano Índico é extremamente vulnerável no que respeita a ciclones, cheias, secas e tempestades tropicais. Estes choques recorrentes relacionados com o clima afectam negativamente os meios de subsistência e economias altamente sensíveis da região e desgastam a capacidade de recuperação total por parte das comunidades, o que, por sua vez, aumenta ainda mais a fragilidade e vulnerabilidade face a calamidades subsequentes (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014). A natureza e tipo de desastres climáticos estão a mudar e a tornar-se mais imprevisíveis, aumentando em frequência, intensidade e magnitude em consequência da mudança climática. A vulnerabilidade na região é ainda agravada por factores socioeconómicos negativos prevalecentes tais como a elevada taxa de HIV, a pobreza extrema, a insegurança crescente e o crescimento e tendências demográficos (incluindo a migração intra-regional e a crescente urbanização), (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014). De acordo com Cowan, .Brien, & Rakotomalala, (2014) A Ajuda humanitária e Protecção civil da Comissão Europeia (ECHO) tem estado envolvido activamente na região, desde 2009, através do programa ECHO de Prontidão para Calamidades(DIPECHO), apoiando intervenções multissectoriais para redução do risco de calamidades nas áreas de segurança alimentar e agricultura, infra-estrutura e arquitectura adaptada, informação e gestão de conhecimentos, água,saneamento e higiene e saúde. Este programa opera segundo dois objectivos a saber: ✓ Preparação face a Emergências através do desenvolvimento de capacidades a nível local para gestão e estado de preparação sustentáveis, no que respeita a perigos relativos a condições atmosféricas, incluindo planos de preparação sazonais, formação, stocks e equipamento para socorro de emergência, bem como Sistemas de Alerta Prévio; 3 ✓ Habilitação das comunidades através de abordagens multissectoriais e a vários níveis, com a integração de RRC como componente central e maior segurança alimentar e nutricional como resultado. Todos os anos há um número cada vez maior de pessoas que enfrentam estas crises crónicas e muitas delas encontram-se nas mesmas populações. Apesar de serem essenciais para atender às necessidades mais prementes associadas ao salvamento de vidas há pouca indicação de que as mais recentes respostas humanitárias possam a curto prazo quebrar este ciclo vicioso de crise e de cada vez maior vulnerabilidade. É neste contexto que tem emergido um consenso quanto à necessidade de concentrar a assistência para o desenvolvimento em torno da gestão do risco de calamidades e da análise da vulnerabilidade para incrementar a resiliência. O sistema de alerta prévio é uma das principais ferramentas de gestão do risco de calamidades que pode desenvolver a resiliência e reduzir a vulnerabilidade. O sistema de alerta prévio salva vidas ao avisar as populações sobre um perigo iminente, capacitando-as para tomarem decisões que podem ajudar a proteger vidas e os seus meios de subsistência. O alerta prévio, quando associado a uma acção prévio, ajuda a mitigar o efeito de um choque sobre a comunidade, protegendo as conquistas duramente alcançadas e incrementando as perspectivas futuras de desenvolvimento de homens, mulheres, rapazes e raparigas na comunidade. 1.3.Problematização Nas últimas décadas a frequência e intensidade dos desastres naturais tem assumido proporções fortemente crescente à escala mundial. Durante um intervalo de cerca de 30 anos (desde os anos de 1970 ao ano 2000), o número de desastres naturais passou de 1.280 para 3.435 a nível mundial, afectando tanto países desenvolvidos como países em desenvolvimento (Alves, 2011). De acordo com IPCC, (2007b), alguns países são mais vulneráveis que os outros, verificando-se uma maior fragilidade dos países em vias de desenvolvimento em enfrentar e conviver com este fenómeno natural. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, alguns países são mais vulneráveis do que outros aos efeitos negativos das mudanças climáticas, sendo que os mais afectados serão sobretudo os países em desenvolvimento, como Moçambique, devido à sua localização geográfica e 4 clima, sua elevada dependência aos recursos naturais e a importância económica de sectores sensíveis à variabilidade climática como agricultura, pescas e ainda a sua limitada capacidade de adaptação, (MPCAA, 2005). Moçambique é um país da costa oriental da África Austral que tem como limites: a norte, a Tanzânia; a noroeste, o Malawi e a Zâmbia; a oeste, o Zimbábwe, a África do Sul e a Suazilândia; a sul, a África do Sul; a leste, a secção do Oceano Índico designada por Canal de Moçambique. No Canal de Moçambique, os vizinhos são Madagáscar e as Comores (incluindo a possessão francesa de Mayotte). No Oceano Índico, para leste da grande ilha de Madagáscar, situam-se as dependências de Reunião, Juan de Nova e Ilha Europa. No Canal de Moçambique, sensivelmente a meia distância entre o continente e Madagáscar, o atol de Bassas da Índia, igualmente possessão francesa. Zambézia é uma província situada na região centro de Moçambique. A sua capital é a cidade de Quelimane, localizada a cerca de 1600 km ao norte de Maputo, a capital do país (https://www.zambezia.gov.mz/por/A-Provincia/Geografia2), ou seja, A Província da Zambézia fica situada na região Centro de Moçambique entre os paralelos 14º e 59' e 18º 54' 40" latitude Sul e entre os meridianos 35º 17' 53" e 39º de longitude Este ( https://www.google.com/search?q=localiza%C3%A7%C3%A3o++da+provincia+da++zambezia+). Desde meados dos anos 80 que os sistemas de alerta prévio têm vindo a ganhar acrescida proeminência e popularidade no mundo no atendimento da mitigação e preparação para ameaças naturais. Através de uma série de esforços coordenados liderados pelas Nações Unidas (OCHA, UNISDR) e por muitos doadores e governos dos países em desenvolvimento, a capacidade de obedecer aos principais indicadores e os sistemas requeridos para o efeito passaram a ser integrados nas estratégias de redução do risco, adaptação às mudanças climáticas e no discurso humanitário (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014). Os SAP ganharam proeminência na sequência dos eventos abaixo discriminados e através da sua inclusão no Quadro de Acção de Hyogo (HFA), a estratégia global para a Redução do Risco de Desastre como um sector que nos termos da Acão Prioritária 2 “Identifica, avalia e monitora os riscos de desastre e incrementa o alerta prévio” (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014). Estas experiências, conjugadas com o reconhecimento da importância primordial de estabelecer SAP, sublinha a necessidade de associar os diferentes níveis de actores no seio do sistema; quanto mais https://www.zambezia.gov.mz/por/A-Provincia/Geografia2 https://www.google.com/search?q=localiza%C3%A7%C3%A3o++da+provincia+da++zambezia+) 5 acrescida for a interação, maiores serão as oportunidades de eficácia. Os sistemas implantados ao nível nacional e regional deverão ser devidamente coordenados e assegurados os efectivos mecanismos de coordenação das comunicações e de disseminação da informação para chegar até aos níveis locais e surtir os efeitos desejados (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014). O presente trabalho visa a responder a seguinte questão. Até que ponto o Sistema de Aviso Prévio Baseado na Comunidade, pode ser eficaz para a redução os impactos criados pelos ciclones na Província da Zambézia? 1.4. Objectivos 1.4.1. Objectivo Geral Analisar o Sistema de Aviso Prévio de Ciclones na Provincial da Zambézia (SAPPZ) 1.4.2. Objectivos Específicos Identificar o Sistema de Aviso Prévio de Ciclones em Moçambique em particular na Província da Zambézia; Descrever os objectivos do SAPPZ e suas características; Identificar os actores envolvidos e suas responsabilidades e métodos de financiamento e seus impactos na Província da Zambézia; Fazer analise SWOT de SAPPZ; Propor estratégias para sua melhoria; 1.5.Perguntas de Pesquisa a) Qual é SAP de ciclones existe em Moçambique em particular na Província da Zambézia? b) Quais são as características e objectivos do SAPPZ? c) Quais são os actores envolvidos e suas responsabilidades e métodos de financiamentos e seus impactos do SAPPZ? d) Que tipo de analise FOFA pode ser feita? e) Que estratégia pode ser usada para melhor o SAPPZ? 6 1.6.Delimitação do estudo O trabalho com objectivo de Analisar o Sistema de Aviso Prévio de Ciclones baseado na Comunidade (SAPBC) será conduzido na província da Zambézia, visto que a mesma província é banhado pelo oceano Índico, onde os eventos tipo ciclones são formados. 1.7.Estrutura de Trabalho O presente trabalho esta divido em quatro capítulos, onde no capitulo I, contém a introdução , capitulo II , revisão da literatura, capitulo III, metodologia, capitulo IV, resultados e suas analises e capitulo V, conclusões, recomendações e limitações . Também é apresentado as referências bibliográficas Capítulo II. Revisão da Literatura 2. Ciclones em Moçambique Os ciclonesocorrem ocasionalmente em Moçambique. Em média, elas acontecem cerca de 4 vezes por ano. As zonas mais afectadas são centro e norte. A estação típica dos ciclones depende da monção de verão . As tempestades mais severas ocorrem nos meses antes (maio a junho) de depois (outubro a novembro). A estação ciclónica em Moçambique vai de desde Novembro a Abril e os ciclones que atingem o país formam-se no leste de Madagáscar e no Canal de Moçambique. Enquanto que os primeiros tendem a causar ventos mais fortes, intensificando ao atingir as águas quentes do Canal de Moçambique, os últimos são normalmente acompanhados por chuvas mais intensas por vezes causando cheias. De facto, os ciclones e as depressões tropicais contribuíram bastante para a ocorrência das catastróficas cheias do ano 2000, (MICOA, 2005). 2.1.Situação de vulnerabilidade a eventos climáticos em Moçambique Desastres são o resultado da intercepção entre uma ameaça e condições de vulnerabilidade de uma certa sociedade. Os desastres frequentes que ocorrem em Moçambique resultam, por um lado, do aumento da frequência e intensidade de ameaças como cheias, secas e ciclones, por outro, das condições de vulnerabilidade do país (INGC, 2017). 7 Moçambique é historicamente o país mais afectado pelos desastres naturais na África Austral. De acordo com dados do Relatório Mundial sobre os Desastres, mais de oito milhões de moçambicanos foram afectados pelas calamidades naturais nos últimos vinte anos, nomeadamente décadas 80 e 90. De acordo com a base global de dados sobre os desastres, Moçambique registou um total de 53 calamidades nos últimos 45 anos - 1,17 em média por ano (MICOA, 2005). A vulnerabilidade do país pode ser analisada sob várias perspectivas mas valeressalvar, pelo menos 3 dimensões importantes. Primeiro a dimensão físico-geográfica. Moçambique localiza-se ao longo de perto de 2.770 km da linha da costado Oceano Indico aonde anualmente se formam várias tempestades e ciclones e onde igualmente se nota o aumento gradual do nível médio das águas do mar.Isto põe em risco cerca de 60% da população do país que vive na costa, (INGC, 2017). As cheias de 2000 associadas a uma onda de ciclones tiveram um impacto ímpar na vida das populações e do país. O impacto combinado das cheias e dos ciclones no período foi estimado em 600 milhões de dólares americanos. As calamidades desalojaram mais de 500.000 pessoas, destruíram infra-estruturas vitais causando um grande impacto negativo na economia nacional (MICOA, 2005). Para além de situar-se ao longo da costa, Moçambique localiza-se a jusante de 9 bacias hidrográficas regionais que drenam as águas para o nosso país, para alem de 104 bacias hidrográfica nacionais. Porém, o nosso país ainda tem fraca capacidade quer de retenção das águas quer de dar vazão uma vez que perto de 45% do território é plano (abaixo de 100 m do nível médio das águas do mar) o que aumenta o risco de cheias e inundações. Por outro lado o país tem zonas áridas e semi-áridas no sul e centro do país onde a ameaça da seca é cíclica (INGC, 2017). Finalmente, na dimensão físico-geográfica, vale considerar que o país é atravessado pelo vale do Rift nas regiões norte e centro do país e existem zonas susceptíveis a terramotos como a Província de Manica que foi o epicentro de um sismo em de magnitude 7.4 na escala de Richter, em 2006, (INGC, 2017). Os impactos sociais, económicos e ambientais são difíceis de estimar mas acredita-se que cada vez que o país é afectado por um evento extremo perde entre 1-5% do seu PIB. Estudo do Banco mundial refere que, devido a desastres, o país perderá, nos próximos anos, entre 4-14% do seu PIB anual Banco Mundial, (2010) cite em (INGC, 2017). Contudo, ao longo dos anos o país tem vindo a melhorar a sua capacidade de gestão de risco de calamidades. A redução de risco de desastres vem plasmada em documentos orientadores de 8 desenvolvimento como os Planos Quinquenais do Governo elaborados desde 1994; Os 3 Planos de Acção para Redução de Pobreza já implementados e, nos planos de desenvolvimento sectoriais, (INGC, 2017). Em consonância com o quadro de Hyogo (HFA 2005-2015) e a estratégia Africana aprovada em 2004, Moçambique, através do INGC, aprovou, em 2006, o Plano Director de Gestão de Risco de Calamidades com objectivo geral de ‘Reduzir mortes e perdas económicas por desastres’. O plano director, em implementação, assenta-se em 3 pilares principais: ✓ Gestão e aproveitamento correcto de recursos hídricos; ✓ Garantia da segurança e reserva alimentar para evitar mortes por secas ; ✓ Melhoria da preparação e resposta a desastres. Para além disso, a gestão de desastres passou a ser um assunto transversal e, no geral, todos os ministérios tem um ponto focal para o assunto de redução de risco de calamidades. Muito recentemente, em 2014, o país aprovou a lei de gestão de calamidades que ordena os princípios orientadores da gestão de calamidades no país (INGC, 2017). Fruto destes esforços todos, o país tem vindo a reduzir substancialmente tanto o número de pessoas afectadas como deslocadas e mortas por desastres como mostrado no gráfico abaixo: Figura 1. Tendência de Perda de Vida por Desastres Naturais em Moçambique (2000-2014) . Fonte : (INGD,2014) 9 2.2. Tendência de ocorrência de eventos extremos em Moçambique Os principais desastres de origem natural que afectam Moçambique são de origem hidrometeorológica tais como cheias, seca e ciclones tropicais associados à eclosão de epidemias tais como a cólera e diarreias (Mavume & Queface, 2018). A incidência de desastres em Moçambique, traduzida em perdas de vidas humanas, infra-estruturas e meios de subsistência das comunidades, vai exigir muitos esforços do país (infra-estruturas, planeamento de uso da terra e conhecimentos especializados) para reduzir os danos e perdas observadas, (Mavume & Queface, 2018). Figura 2. Tendências historicas dos eventos de desastres em Moçambique entre 1980 à2016 ( Mavume & Queface, 2018) Figura 3. Distribuição da frequência total de eventos de desastres de origem natural ocorridos em Moçambique entre 1980 à 2016 . Fonte: ( Mavume & Queface, 2018) 10 2.3.Gestão de ciclones em Moçambique Estes ocorrem frequentemente na costa, como resultado das depressões tropicais que ocorrem no Oceano Índico, mas que também têm atingido as regiões do interior. Eles ocorrem no período compreendido entre Outubro e Abril e a sua intensidade aumenta entre Fevereiro e Abril. As províncias da costa de Moçambique, principalmente, Nampula e Inhambane é que têm sofrido bastante. Basta salientarmos os últimos ciclones queabateram Inhambane, tendo como ponto de entrada o Distrito de Vilankulos (Ciclone“Flávio”, Fevereiro de 2007). Estes ciclones são acompanhados de ventos fortes e chuvastorrenciais e sua passagem ao longo da costa e nalgumas zonas do interior têm provocado,dentre vários problemas relevantes, desde a destruição de infra-estruturas, falhas nossistemas de abastecimento de água potável, até a perda de vidas e sofrimento humano, (Matusse, 2009). 11 Figura4. Zonas mais vulneráveis a ciclones em Moçambique. Fonte: INGC, cite por Matusse, (2009) Devido a sua localização geográfica, Moçambique é fustigado frequentemente por ciclones tropicais que se formam no Oceano Índico. Deste modo, do mapa se pode afirmar que as principais cidades da costa onde se pode encontrar maior densidade populacional, capitais econômicas províncias, e várias infraestruturas são as que mais sofrem efeitos dos ciclones. Contudo, segundo ilustração, a província de Nampula é a mais vulnerável, (Matusse, 2009). Figura 4. Mapa da África cm Madagáscar, que projege Moçambique me alguns ciclones: Fonte: Fonte: (Matusse, 2009). A República de Madagascar que se localiza defronte da costa Moçambicana representa uma proteção aos ciclonesque se formam no Índico em direção ao canal quente de Moçambique. Contudo, antes de atingirem a costa de Moçambique, muitos deles encontram um obstáculo natural (Madagascar), por conseguinte, desviam-se para o norte esul deste país e tomam direção norte e sul de Moçambique, daí 12 grandes desastres são provocados na província ao Norte de Moçambique (Nampula) e ao Sul (Inhambane).Contudo, outras províncias da costa também sofrem efeitos dos ciclones, (Matusse, 2009). O quadro ilustra os ciclones registrados e os impactos (1984 – 2021) Ano Nome do Ciclone Áreas Afectadas Pessoas Afectadas Óbitos 1984 Domoina Sul: Maputo e Gaza 250.000 109 1988 Filão 90.000 100 1994 Nádia Centro e Norte: Sofala, Manica,Zambezia, Nampula 900.000 52 1996 Bonita Sul e Centro: Maputo, Gaza, Inhambane, Zambézia 200.00 11 1997 Lizette Centro: Sofala e Manica 80.000 87 2000 Elline Centro: Sofala Manica 650.000 700 mortos devido às cheias resultantes dos ciclones 2000 Hudah Norte e Centro Nampula, Zambézia 11.000 2003 Jafet Sul e Centro: Gaza, Inhambene, Sofala, Manica. 23.000 11 2007 Flávio Sul e Centro: Inhambene, Sofala e Manica 180.000 9 13 2008 Jakwe Centro e Norte: Zambézia e Nampula 187 13 2013 Chokwé Norte: Nampula e Cabo Delgado 200.000 16 2015 Chedza Centro e Norte: Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa 17.000 104.00 2019 Idai e Kenneth Centro e Norte: Nampula , Cabo Delgado, Zambézia, Sofala e Tete 10000 Aproximadamente 420.000 2021 Eloise Centro. Sofala 100.000 4 desaparecidos 2023 Freddy Centro, Norte e Sul: Nampula, Sofala, Zambézia, Inhambane, Manica e Tete. Não contabilizados até hoje Não contabilizados até hoje Tabela 1. Tabela dos Ciclones 2.4.Ciclone de Freddy Em 2 de março 2023 às 09h00, o ciclone Freddy se formou no Oceano Índico Sul com uma velocidade inicial do vento de 46 km/h. O sistema de tempestade se deslocou inicialmente para o noroeste a 26 km/h e atingiu um diâmetro de 93 quilômetros. De acordo com a carta de Moçambique, o ciclone Freddy foi ainda a primeira tempestade de categoria 5 de 2023 e quebrou o recorde de maior quantidade de energia de um ciclone já registado no Hemisfério Sul. O ciclone não tocou terá só uma vez em Madagáscar e Moçambique, duas vezes e é de maior duração que o mundo já registou. 14 2.5.Impactos de Ciclone Freddy em Fevereiro na zona Sul e Centro de Moçambique De acordo com Nações Unidas (UNU) e governo Moçambicano, o ciclone Freddy causou danos maiores como a mortes, destruição de enfra-estruturas públicas e privadas, deslocação de pessoas e até agora não contabilizados na sua totalidade. Com os dados fornecidos por DW África, Freddy deixou ao menos 21 mortos em Moçambique e Madagáscar. De Acordo com o relatório publicado pelas Nações Unidas (UNU), em Madagáscar, 226 mil pessoas foram afectadas pela tempestade. Já em Moçambique foram outras 163 mil pessoas. Devido às chiuvas diversos povoados ficaram subemersos nos dois países, Centenas de milhares de pessoas necessitam de ajuda. As figuras abaixo, ilustram alguns impactos de ciclone Freddy no mês de Fevereiro em Moçambique. Figura 5. Destruição da estrada em Inhambane: Fonte: https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/sg https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/assets/2019/03/19g 15 Figura 6. Inundação causada pela passagem de ciclone Freddy na Beira. Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.rm.co.mz%2Fsofala-cerca-de-70-mil-pessoas-poderao-ser- afectadas-pelo-ciclone-tropical- freddy Figura 7. Destruição de casa pela passagem de ciclone Freddy em Nicoadala. Fonte:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.dw.com%2Fpt-002%2Fciclone%2Ft- https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.rm.co.mz%2Fsofala-cerca-de-70-mil-pessoas-poderao-ser-afectadas-pelo-ciclone-tropical-%20freddy%2F&psig=AOvVaw3jUvv0EBlvLuX2rsU_H9Pa&ust=1678802605636000&source=images&cd=vfe&ved=0CBAQjRxqFwoTCLDggZmJ2f0CFQAAAAAdAAAAABAE https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.rm.co.mz%2Fsofala-cerca-de-70-mil-pessoas-poderao-ser-afectadas-pelo-ciclone-tropical-%20freddy%2F&psig=AOvVaw3jUvv0EBlvLuX2rsU_H9Pa&ust=1678802605636000&source=images&cd=vfe&ved=0CBAQjRxqFwoTCLDggZmJ2f0CFQAAAAAdAAAAABAE https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.dw.com%2Fpt-002%2Fciclone%2Ft- 16 2.6.Passagem de Ciclone Freddy na Província de Zambézia Segundo Jornal notícias do dia 13 de Março se 2023, pelo menos uma pessoa morreu e centenas ficaram desalojadas em vários distritos das províncias de Zambézia, Nampula, Manica e Sofala na sequência da tempestade tropical Freddy, cujo o contacto com continente ocorreu no sábado através da localidade de Macuse, distrito de Namacura na Zambézia. Porém a cidade de Quelimane foi a zona urbana mais próxima do ponto de entrada do ciclone. Registou -se chuvas intensas, ventos fortes, privando a urbe de comunicação com o resto do pais. O mau tempo, de acordo com INAM caracterizou se por ventos fortes de mais de 180 𝑘𝑚 ℎ e rajadas de ate 215 km. Após a retoma normal da comunicação a rede ou operadora Vodacom libera ligação de forma gratuita para quem esta na cidade de Quelimane A rede de telefonia móvel Vodacom no acto de solidariedade, em consequência do ciclone Freddy na cidade de Quelimane, para manter a ligação telefónica, usuários da operadora que estão na cidade de Quelimane, já podem ligar para qualquer um que use a mesma rede, mesmo estando fora da Província, mas a ligação grátis deve partir da pessoa que esta em Quelimane. O cliente da operadora pode ligar para um numero da vodacom que esteja dentro da Província ou fora, sem custos De acordo com Acácio Tembe, espera se para os próximos três dias cerca de 600mm de precipitação acumulada só para província da Zambézia. As figuras abaixo ilustram danos causados pelo ciclone Freddy em diferentes pontos da província da Zambézia. 17 Figura 8. Impactos causados pelo ciclone Freddy em Quelimane Figura 9. Impactos causado pelo Ciclone Freddy em Quelimane 18 Figura 10. Avaliação de danos causado pelo ciclone Freddy na EDM 19 Figura 11. Rios dos Bons Sinais Figura 12. Destruição da Escola na Cidade de Quelimane 20 Figura 13. Queda de coqueiro Figura 14. Destruição parcialmente do centro de saúde de Inhassunge 21 Figura 15. Inundação na Cidade de Quelimane pela passagem de ciclone Freddy 2.7.Sistema de Aviso Prévio As ameaças naturais e seus impactos sobre as populações afectadas podem variar no tempo e no espaço: as ameaças naturais podem ocorrer subitamente ou obedecerem a um processo lento, mas ambas manifestações reúnem o potencial de devastar toda uma comunidade, país ou região. As ameaças de começo lento são os que ocorrem em resultado de um evento único com um sinal de alerta ténue ou nenhum alerta, tais como os tsunamis e os terramotos e impõe limitação a capacidade de reação das comunidades e instituições. Uma ameaça de começo lento não surge a partir de um evento único e distinto, mas ocorre gradualmente ao longo do tempo, muitas vezes com base numa confluência de diferentes eventos (OCHA, 2011), tais como a seca ou infestações de pragas (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014). Em ambos os casos, a capacidade de monitorar os factores que transformam uma ameaça (o evento real) em desastre (o pior resultado de um evento) pode ajudar a salvar vidas e os meios de subsistência das populações em risco. Os Sistemas de Alerta Prévio (SAP) são as molas impulsionadoras utilizadas para limitar a perda de vidas e de meios de subsistência resultantes de ameaças e desastres (Cowan, .Brien, & Rakotomalala,2014). 22 Os SAP incluem uma série de mecanismos ou ações organizados de vigilância que recolhem informação acerca de ameaças potenciais num determinado local a fim de desencadear respostas coordenadas e atempadas. Os sistemas de alerta prévio são utilizados em todos os sectores envolvidos na redução do risco de desastre, incluindo a saúde, segurança alimentar, agricultura, arquitetura adaptativa, entre outros,1 para providenciar a informação requerida as comunidades, governos, ONGs e agentes humanitários para agirem de forma eficaz e eficiente, (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014). O SAP ocorre a vários níveis que de preferência devem ser inter-relacionados e que vão desde os sistemas de vigilância comunitária ao nível internacional, mas todos eles jogam um importante papel na monitoramento das ameaças identificadas numa determinada região ou localidade para transmitir um alerta prévio e permitir a tomada de medidas (respostas) de mitigação e de prevenção (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014). Apesar da impor tância dos SAP ser largamente reconhecida, em muitas instâncias eles ainda não são devidamente investidos pelos intervenientes principais de modo a traduzir as intenções da política em realidade concreta no terreno; e quando elas existem, os nós de estrangulamento em conjunturas críticas resultam em ineficiência ou ineficácia. Quadro 1. Componentes e Intervenientes em SAP. Fonte: (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014) 23 2.7.1. Os Quatro Elementos dos Sistemas de Alerta Prévio a) O SAP evoluiu necessariamente e passou a ficar mais centrado nas populações no sentido em que é respeitado e reconhecida a participação da comunidade no desenvolvimento de um SAP que toma em conta as preocupações das populações ao nível local. Ademais, o SAP centrado nas populações capitaliza em torno do conhecimento, das ferramentas e dos sistemas existentes na comunidade. A ideia fundamental é que para garantir a eficiência e eficácia de qualquer SAP a mensagem veiculada a partir do “nível do topo” (governo, instituições de pesquisa) deve chegar às populações por serem elas que eventualmente são afectadas pelas ameaças sujeitas a monitoramento (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014). Por outro lado, as comunidades podem contribuir substancialmente para os sistemas de SAP a partir da “base para o topo” na medida em que são elas que transmitem os sinais iniciais do alerta acerca das mudanças ocorridas nos principais indicadores (por exemplo, subida dos níveis das águas; acrescida prevalência de sintomas de doença) e transmitem estas mensagens aos sistemas centralizados ou aos gestores de informação que estão melhor posicionados para transmitir o sinal de alerta/aviso no seio de um SAP. b) A todos os níveis, existem quatro elementos fundamentais a considerar no desenvolvimento de um SAP efectivo e completo, nomeadamente: o conhecimento do risco; o serviço de monitoramento e de alerta; a disseminação; e capacidade de resposta (isto é, a acção a tomar depois de receber o alerta prévio). Qualquer nó de estrangulamento que ocorra em qualquer dos elementos acima mencionados poderá esultar na falha de todo o sistema. Ao procurar construir resiliência ao nível da comunidade através de sistemas de alerta prévio é fundamental tomar em conta todos os quatro elementos acima indicados. Embora a fonte de um dos elementos possa não estar localizada na comunidade (por exemplo, os serviços meteorológicos), a sua importância reside na capacidade de avaliação da informação relevante pela comunidade. Os quatro elementos são examinados com maior detalhe a seguir: 24 Quadro 2. Elementos de SAP. Fonte: (Cowan, .Brien, & Rakotomalala, 2014) 25 Capítulo III. Metodologia Área de Estudo: Localização Geográfica da Província de Zambézia A Província da Zambézia fica situada na região Centro de Moçambique entre os paralelos 14º e 59' e 18º 54’ 40" latitude Sul e entre os meridianos 35º 17’ 53" e 39º de longitude Este. Limita-se a Norte pelas províncias de Nampula e Niassa, a Sul Sofala, a Este pelo Oceano Índico, a Oeste pela província de Tete e faz fronteira com a República do Malawi, através do rio Chire. 26 Figura 16. Mapa da Provincial de Zambézia . Fonte: Autor 2.8.Mapa dos Distritos da Província da Zambézia O mapa abaixo, ilustra os distritos da Província da Zambézia Figura 17. Distritos da Província da Zambézia. Fonte: https://www.zambezia.gov.mz/var/ezdemo_site/storage/images/media/images/mapa/39586-1-por- MZ/Mapa_galleryfull.jpg https://www.zambezia.gov.mz/var/ezdemo_site/storage/images/media/images/mapa/39586-1-por-MZ/Mapa_galleryfull.jpg https://www.zambezia.gov.mz/var/ezdemo_site/storage/images/media/images/mapa/39586-1-por-MZ/Mapa_galleryfull.jpg 27 2.9. Descrição da investigação A investigação foi feita através das bibliográficos disponíveis e também pelos dados fornecidos pelo Ministério de Recursos Hídricos, na pessoa de Prof. Dr. Agostinho Vilankulos. Por sua vez, os dados foram processados pelo Sistema de Informação Geográfica (SIG), versão 10.5. Capítulo IV: Resultados e Discussões Respondendo a primeira questão de pesquisa, foi possível notar que ,o pais já dispõe de vários instrumentos de sistema de aviso prévio entre eles a previsão meteorológica, a avaliação periódica da segurança alimentar e nutricional, análises de vulnerabilidade, monitoria das bacias hidrográficas, etc. Contudo esses instrumentos têm duas grandes limitantes: (CM, 2013). a) Não estão integrados num sistema único. Assim, as informações oriundas desses subsistemas têm um processamento inadequado, além da sua qualidade ser muitas vezes questionável; b) A rede de cobertura desses instrumentos é bastante incipiente, especialmente para as zonas mais vulneráveis. Assim se torna necessário, por um lado aumentar a rede de cobertura e por outro estabelecer um centro de processamento de dados e um subsistema de divulgação dos resultados processados. O presente trabalho tratará de Sistema de Aviso Prévio de Ciclones, com enfoque a província da Zambézia. Na segunda questão de pesquisa, que diz: Quais são as características e objectivos do SAPPZ? Recorreu-se o Regulamento de Operacionalização da Plataforma Integrada de Disseminação e Comunicação de Informação de Aviso Prévio de Cheias e Ciclones (BR, 2022). O presente regulamento aplica-se às entidades e órgãos, do nível central até ao local, que no desempenho das suas funções concorrem para produção, análise e disseminação de informação meteorológica, hidrológica e de gestão e redução do risco de desastres, visando operacionalizar o Subsistema de aviso prévio e de alerta. Objectivos 28 Constitui objectivos das presentes normas: a) Garantir o acesso atempado de informação precisa de aviso prévio de ciclones a todas as pessoas em áreas de risco mediante uso diversificado de meios de disseminação e comunicação; b) Reforçar a colaboração interinstitucional entre os Ministérios que superintendem as áreas de meteorologia, gestão de recursos hídricos e o sector de gestão e redução do risco de desastres para a operacionalização efectiva da Plataforma Electrónica Integrada de Disseminação de Fluxo de Informação de Aviso Prévio de Ciclones; c) Fortalecer a capacidade nacional e local sobre o acesso, interpretação, disseminação e comunicação de informação de aviso prévio de cheias e ciclones para as comunidades locais; d) Melhorar a capacidade de análise, interpretação, produção e disseminação atempada de informação precisa de aviso prévio de ciclones pelos Ministérios que superintendem as áreas de meteorologia e gestão de recursos hídricos; e) Estabelecer e garantir mecanismos de colaboração interinstitucional que permitam uma articulação integrada e avaliação rápida de dados e informação de aviso prévio de cheiase ciclones; f) Fortalecer e consolidar a produção e manuseamento de dados e informação de aviso prévio de ciclones, com base em normas de execução permanente para disseminação e comunicação de mensagens harmonizadas e simplificadas; g) Assegurar que as mensagens de aviso prévio de ciclones emitidas pelo sector de gestão e redução do risco de desastres com base nos avisos dos Ministérios que superintendem as áreas de meteorologia e de gestão de recursos hídricos, contribuam para acções atempadas de prevenção e resposta específicas em função do nível de alerta e magnitude do evento; h) Estabelecer a Plataforma Electrónica Integrada de Disseminação de Fluxo de Informação de Aviso Prévio de Ciclones. Caracterização do risco ou riscos Moçambique tem uma longa costa que constitui limite ocidental da zona activa em ciclones e tempestades tropicais. Deste modo, o País, é em média assolado por um ciclone tropical por ano, pondo em causa os esforços desenvolvidos para a erradicação da pobreza absoluta, (MICOA., 2007). 29 Ou seja Moçambique é um país bastante exposto a este fenómeno, uma vez que a sua costa forma a fronteira ocidental duma das mais activas bacias dos ciclones tropicais, o Sudoeste do Oceano Índico. Todos os anos, esta bacia sozinha produz cerca de 10% de todos os ciclones do mundo. Os ciclones tropicais que se formam nesta zona atingem Moçambique em média uma vez por ano, enquanto que as depressões de menor intensidade ocorrem três a quatro vezes por ano, (.MICOA, 2005). A época ciclónica em Moçambique inicia em Novembro e termina em Abril de cada ano. Durante o período ciclónico, através da Plataforma Electrónica Integrada de Disseminação de Fluxo de Informação de Aviso Prévio de Cheias e Ciclones, o Ministério que superintende a área de meteorologia deve disponibilizar e actualizar duas vezes por dia, em horários distintos, em função da evolução do evento, (BR, 2022). De entre 1984 a Abril de 2023, cerca de 25 sistemas de tropicas atingiram directamente a costa de Mozambique. Figura 18. Diagrama que representa os ciclones que atingiram a costa Moçambicana no intervalo de 1984-2023. Fonte: Autor Cada ano os ciclones tropicais causam vítimas mortais, imensos danos em propriedades e uma ameaça séria às embarcações, devido aos efeitos combinados de ventos fortes, marés altas e inundações, resultado da forte precipitação e de fenómenos de sobre elevação marítima com mais de 10 metros. Na terceira questão, que diz o seguinte : Quais são os actores envolvidos e suas responsabilidades e métodos de financiamentos e seus impactos do SAPPZ? 0 50 100 150 200 250 300 Velocidade (km\h) 30 Autores envolvidos no SAP de Ciclones baseado na Comunidade Os Principais actores no SAP de Ciclones, são: Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) ,Direcção Nacional de Gestão e Recursos Hídricos (DNGRH), Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastre (INGD), Instituições públicas e privadas a nível central (IPPNC), Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE), Governo Provincial e Distrital, Estruturas do bairro e órgãos religiosos e Conselho de Ministros. Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) Durante o período ciclónico, através da Plataforma Electrónica Integrada de Disseminação de Fluxo de Informação de Aviso Prévio de Ciclones, o Ministério que superintende a área de meteorologia deve disponibilizar e actualizar duas vezes por dia, em horários distintos, em função da evolução do evento: a) Mapas com a trajectória prevista do ciclone, mostrando a intensidade e abrangência para cada momento e ainda o cone de incerteza, num intervalo entre a próxima hora até os próximos três dias ou mais, depois de ser publicado pelo Centro Meteorológico Regional Especializado das Ilhas Reunião; b) Mapas mostrando o vento máximo esperado ao longo dos dias seguintes em cada distrito; c) Mapas mostrando a precipitação acumulada esperada ao longo dos próximos 3 dias ou mais em cada distrito; d) Séries temporais de vento e precipitação observadas e/ ou previstas para os 3 dias seguintes, nas áreas de maior impacto; e) Cartas meteorológicas de superfície e de altitude analisadas; mapas baseados em produtos numéricos emitidos pelos Centros Especializados de Previsão de Ciclones, particularmente boletins emitidos pelo Centro Meteorológico Regional Especializado das Ilhas Reunião; f) Imagens de satélite e de radares, com anotações explicando a evolução do fenómeno em causa e/ou a relevância para a gestão de desastres; g) Um texto com a interpretação clara e simplificada sobre a importância dos dados partilhados. A rede de estações meteorológicas do INAM é actualmente constituída por 170 estações e todas cumprem os requisitos da Organização Meteorológica Mundial (WMO). Os dados de algumas das 31 estações principais de Moçambique seguem também para o Global Telecommunication System (GTS) da WMO. O GTS é um sistema global de telecomunicações meteorológicas a nível global que permite visualizar dados de observação de algumas estações meteorológicas por todo o globo. O DAPT tendo acesso ao GTS pode aceder aos dados de outras estações fora de Moçambique. Para assegurar a vigilância meteorológica e monitorar os fenómenos atmosféricos o centro de previsão tem acesso a imagens de satélites em tempo real. As Imagens Apresentam as actividades realizadas pelo INAM, de acordos com as alíneas a até g. a) Monitoria de Ciclone Figura 19. Monitoria de Ciclone. Fonte: http://www.meteo.fr/temps/domtom/La_Reunion/webcmrs9.0/anglais/index.html http://www.meteo.fr/temps/domtom/La_Reunion/webcmrs9.0/anglais/index.html 32 Figura 20. Monitoria de Ciclone Freddy2023. Fonte: http://www.meteo.fr/temps/domtom/La_Reunion/webcmrs9.0/anglais/index .html Figura 21. Monitoria de Ciclone Freddy,2023. Fonte: http://www.meteo.fr/temps/domtom/La_Reunion/webcmrs9.0/anglais/index.html Disseminação de informação ou emissão de avisos Para a disseminação das previsões o INAM, utiliza o e-mail, WhatsApp e telefone. Ultimamente privilegia muito os grupos de WhatsApp por ser um meio rápido e eficiente de comunicação. As previsões são comunicadas para diferentes utilizadores, entre eles o INGD, a DNGRH, os media, instituições governamentais, alguns institutos/organizações públicas e privadas, além de serem disseminadas pelos delegados provinciais, que, por sua vez, avisam o Governo local e os Serviços Distritais de Planeamento e Infra-estrutura, SDPI, e os Serviços Distritais das Actividades Económicas, SDAE. Existem grupos de WhatsApp que recebem as informações do INAM, INGD e DNGRH onde os dados são trocados em períodos de tempo severo. O INAM alcança o público em geral através das rádios nacionais e comunitárias, estação estatal de televisão e também através da sua página web e Facebook. http://www.meteo.fr/temps/domtom/La_Reunion/webcmrs9.0/anglais/index.html http://www.meteo.fr/temps/domtom/La_Reunion/webcmrs9.0/anglais/index.html http://www.meteo.fr/temps/domtom/La_Reunion/webcmrs9.0/anglais/index.html 33 Figura 22. Monitoria de Ciclone Freddy. Fonte: INAM, (2023) 34 Figura 23. Disseminação de Informações. Fonte: INAM, (2023) 35 Comunicado de Ciclone Figura 24. Comunicado de Ciclone Freddy. Fonte: INAM, (2023) 36 Previsão de Tempo O INAM, IP, elabora previsões do tempo a diversas escalas temporais, desde a previsão sazonal à previsão a médio (até 4 dias) e curto prazo e a diversas escalas espaciais, desde a nível nacional a local. Na figura abaixo apresenta-se um exemplo de boletim de previsão local. Figura 25. Previsão de Tempo por Distrito da Província da Zambézia. Fonte : INAM , (2023). Figura 26. Previsão de Tempo por Cidade Capital. Fonte: INAM, (2023) 37 Escalas de Severidade O INAM utiliza um sistema baseado numa escalade 5 categorias de severidade dos ciclones conforme a figura abaixo, de acordo com o Pano Operacional para a o Sudoeste do Oceano Índico, que é seguido por todos os países da África Oriental, membros do Comité de Ciclones Tropicais para o Sudoeste do Oceano Índico. Tabela 2. Classificação de Ciclones. Fonte: INAM Fases de emissão de Aviso de Ciclone Sempre que se detectar um Ciclone Tropical ou uma Tempestade Tropical com alta probabilidade de se intensificar com possibilidade de afectar a costa moçambicana, o Ministério que superintende a área de meteorologia deve enviar com urgência, em menos de 2 horas, alertas ou avisos ao Ministério que superintende a área de gestão de recursos hídricos e ao sector de gestão e redução do risco de desastres, 38 através de meios oficiais e plataformas electrónicas acreditadas com indicação da localização e deslocação da ameaça de ciclone, precipitação e vento previstos. É responsabilidade do Ministério que superintende a área de meteorologia iniciar a comunicação logo que haja pelo menos 40% de probabilidade de ocorrência de um Ciclone ou Tempestade Tropical afectar directamente o território Moçambicano 1. A elaboração de comunicados, alertas e avisos baseia-se na matriz decisória para alertas de ciclones sendo que os critérios usados são definidos em função da velocidade dos ventos e da intensidade de precipitação previstos. 2. Os valores previstos para a velocidade das rajadas de vento e intensidade da precipitação, a serem considerados pelos especialistas do sector que superintende a área de meteorologia, devem resultar da combinação das melhores fontes globais, regionais e nacionais. O sistema de aviso prévio de Ciclones inclui três fases, nomeadamente: a) Ffase de vigilância do Ciclone inicia imediatamente a seguir a formação de um Ciclone ou de uma Depressão Tropical na Bacia do Sudoeste do Oceano Índico, com tendências de atingir o Canal de Moçambique, com grande probabilidade de se intensificar, sem que afecte o canal de Moçambique dentro de 48 horas; b) Fase de alerta do Ciclone é declarada quando se preveja que um Ciclone ou uma Tempestade Tropical com alta probabilidade de se intensificar e possa afectar o canal de Moçambique no intervalo entre 48 a 72 horas; c) Fase de aviso do Ciclone entra em vigor sempre que existir possibilidade da formação de um Ciclone de uma Tempestade Tropical com alta probabilidade de se intensificar e atingir o canal de Moçambique dentro do período de 24 horas. 3. Durante a aproximação da ocorrência ou ocorrência de cada fase indicada nas alíneas do número anterior do presente artigo, deve elaborar-se informação técnica relevante e correspondente a ser divulgada às populações através de órgãos de comunicação social e outros meios alternativos, mesmo quando o fenómeno reportado não constitua perigo para o Canal de Moçambique. 4. Os avisos sobre Ciclones devem ser emitidos às 10, 14 e 18 horas ou em horário distinto em função da evolução do evento. 39 5. Com a dissipação do Ciclone Tropical, ou seja, quando este enfraquecer passando a categoria abaixo de Depressão Tropical ou ainda caso se venha a afastar da costa ou do território Moçambicano deve ser emitido um comunicado final à respeito. Sistema de cores para Alerta de Ciclone Tabela 3 Sistema de Alerta de Cores para Ciclones. Fonte: INAM Direcção Nacional de Gestão e Recursos Hídricos (DNGRH) e Administração Regional de Águas A DNGRH é responsável pela formulação de leis e políticas relacionadas com os recursos hídricos, e por assegurar o estabelecimento de sistemas de previsão e aviso de cheias. Também é responsável pela recolha e gestão de dados hidroclimatológicos através das Administrações Regionais de Águas (ARAs), IP. Existem três ARAs: ARA-Sul, – cuja jurisdição estende-se da Fronteira Sul de Moçambique até à bacia do Rio Save (inclusive), com sede na Província de Maputo. Possui 4 DGBs para as bacias hidrográficas dos rios Maputo; Umbelúzi; Incomáti; Limpopo; Save. ARA-Centro, cuja jurisdição estende-se da bacia do Rio Save (exclusive) à bacia do Rio Namacurra (inclusive), com sede na Província de Tete. Possui 3 DGBs para as bacias hidrográficas dos rios Búzi; Púngoe; Zambeze. ARA-Norte, cuja jurisdição estende-se da bacia do Rio Namacurra (exclusive) à Fronteira Norte de Moçambique, com sede na Província de Nampula. Possui 4 DGBs para 40 as bacias hidrográficas dos rios Rovuma; Messalo e Montepuez; Lúrio; Licungo e bacias costeiras. As ARAs são responsáveis pela operação da rede hidroclimatológica a nível regional, e por recolher, processar, analisar, armazenar e manter actualizados os dados hidroclimatológicos, bem como disseminar informação hidroclimatológica de forma sistemática. Esta recolha e actualização de dados, é feita por sua vez, pelas Divisões de Gestão de Bacia Hidrográfica (DGB), que são unidades orgânicas das ARAs. Para além da recolha de dados, as DGBs devem implementar o sistema de previsão e aviso prévio de cheias e secas. A tabela seguinte indica o número de estações actualmente operacionais. Região Tipo de estacão Hidrométrica Pluviométrica Evaporométrica Telemétrica Sul 147 158 15 Centro 102 193 4 19 Norte 19 37 Total 268 388 4 34 Tabela 4. Número de estações Operacionais . Fonte: DNGRH e ARA-SUL Julho de 2021 As imagens abaixo mostram o trabalho que o governo tem feito na monitoria dos eventos extremos e particular de ciclone Freddy. 41 Figura 27 Chefe do Departamento GRH, 2023. Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.tvm.co.mz%2Findex.php%2Fcomp https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.tvm.co.mz%2Findex.php%2Fcomponent%2Fk2%2Fitem%2F10481-alerta-sobre-o-ciclone-freddy-vendaval-esta-no-oceano-indico-e-podera-influenciar-estado-de-tempo&psig=AOvVaw2E9R_IoklzO-SXqbPgBJXq&ust=1678802827633000&source=images&cd=vfe&ved=0CBAQjRxqFwoTCKDN04KK2f0CFQAAAAAdAAAAABAS 42 É uma situação um pouco preocupante porque de facto se formos cruzar com a informação do INAM, no caso do ciclone Freddy atingir as áreas, por exemplo, da região centro, nós temos essa bacia em alerta máximo. É de elevado risco, juntamente com a bacia do Licungo, embora não esteja em alerta neste momento, mas é uma bacia que também preocupa bastante por causa do seu nível de exposição", A informação dada na figura anterior. Figura 28. Boletim Hidrológico. Fonte: DNGRH, (2021) 43 Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), é uma instituição governamental, vocacionada para a área de prevenção e mitigação de desastres. O surgimento do mesmo resulta dum longo processo de aprendizado e alinhamentos ao longo do tempo. Aviso prévio A questão de aviso prévio, o cerne deste trabalho, é de responsabilidade do Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE). CENOE tem como missão, centralizar esforços de coordenação intersectorial e interinstitucional de modo a providenciar resposta rápida, eficiente e eficaz as populações afectadas e necessitadas. Apesar do regulamento interno nunca ter sido aprovado, o CENOE está estruturado em duas (duas) unidades operacionais e três (3) de apoio nomeadamente: Unidades operacionais: Sector de Informação e, de monitoria. Unidades de apoio: Sector de administração e Finanças, sector de Comunicações e, de Informática. Sector de informação Este sector tem como responsabilidade a recolha de dados, analise, elaboração da boletins informativos e relatórios, registo e arquivo dos boletins meteorológicos e hidrológicos assim como o lançamento dos mesmos na base de dados. Portanto é este sector que determina o fluxo de informação e dos avisos prévios. Para alimentar o seu funcionamento, este sector recebe informação de vários geradores de informação, talcomo Direcções Regionais e, delegações provinciais e distritais do INGC, Instituto Nacional de Meteorologia, (INAM), Direção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH), Direção Nacional de Geologia (DNG) entre outras. Técnicos que fazem parte do Conselho Técnico de Gestão de Calamidades (CTGC) funcionam igualmente como fontes de informação dos seus respectivos sectores para alimentar o sector de informação do CENOE. Com base neste leque de informações o sector produz boletins informativos e outro tipo de relatórios que são passados ao sector de monitoria e outros tais como o Conselho Técnico de Gestão de Calamidades (CTGC). Os boletins produzidos são igualmente passados para as diferentes plataformas e parceiros (incluindo os órgãos de comunicação social e os Comités Locais de Gestão de Risco de 44 Calamidades-CLGRD) para a disseminação das mensagens. O sector de informação funciona 24/24h em regime de turnos. Tecnicamente era suposto que, as instituições geradoras de informação passassem as áreas de risco consoante o período de retorno/probabilidades e em conjunto com INGD/ CENOE, baseados nos seus critérios de vulnerabilidade e risco incluindo dados geoestatísticos e mapeamentos já efectuados, iria avaliar potenciais impactos e desenhar mensagens sobre medidas especificas para cada contexto específico e os divulgassem. Esses mapas de risco e impactos seriam depois usados como base para os Planos de Ordenamento do território aos diversos níveis até aos Planos de Pormenor em cidades/vilas. No entanto, por diversas razões incluindo a procura de protagonismos por parte de diferentes actores incluindo as geradoras de informação, diversos ministérios e a comunicação social, assim como a ainda capacidade limitada do CENOE de trabalhar com eficiência numa larga gama de informação e produzir avisos e respostas em tempo útil, faz com que haja uma proliferação de fontes de informação sobre aviso prévio incluindo potenciais impactos e medidas a tomar. É preciso ainda sublinhar que a falta do regulamento interno do CENOE que consubstancie as suas atribuições reduz a sua capacidade de enforcamento junto dos diferentes intervenientes. No entanto, recentemente o CENOE está a receber apoio do UNICEF para construir uma Plataforma de Gestão Integrada de Dados e Informação de Emergências e Desastres que ocorreram. Da mesma forma que a informação sobre os eventos vem do INGD/CENOE para as comunidades, em sentido inverso são enviados os dados do que foram os impactos do evento. Porém não existe forma de os validar, razão por que o INGD/CENOE está a implementar uma forma mais moderna para avaliar, logo após os eventos os danos ocorridos por meio de captação de imagens aéreas, inquéritos digitais etc. Logo que o INGC recebe a informação sobre eventos extremos por parte do INAM envia de imediato a informação, para pôr as entidades de sobreaviso. O alcance é apenas até nível provincial e deste desce para os níveis de distrito e deste para os CLGRD se os houver ou são as próprias estruturas do distrito que tratam de divulgar. Depois, o INGD elabora o seu comunicado, onde junta algumas recomendações e acções a serem desenvolvidas pelas entidades encarregues de assistência no terreno. Este novo aviso é também enviado às mesmas entidades. 45 Sector de Monitoria O sector de monitoria depende bastante do que provem do sector de informação. Em tempos de emergência, baseado em informações e analisado o nível de gravidade, o sector de monitoria é chamado a deslocar-se aos locais visados a fim de recolher dados mais precisos e fazer avaliação técnica para intervenções. Em períodos fora de emergência e prontidão, este sector está engajado em mapeamento de riscos, verificação dos estado de infra-estruturas e acompanhamento das actividades do INGD e parceiros no âmbito de Redução do Risco de Desastres. O esquema abaixo sintetiza o CENOE e seu funcionamento interno e externo: Figura 29. Funcionamento de CENOE. Fonte: CENOE,(2021) Disseminação de informação Foi referido anteriormente que, INAM sempre que se detectar um Ciclone Tropical ou uma Tempestade Tropical com alta probabilidade de se intensificar com possibilidade de afectar a costa moçambicana, o Ministério que superintende a área de meteorologia deve enviar com urgência, em menos de 2 horas, alertas ou avisos ao Ministério que superintende a área de gestão de recursos hídricos e ao sector de gestão e redução do risco de desastres, através de meios oficiais e plataformas electrónicas acreditadas com indicação da localização e deslocação da ameaça de ciclone, precipitação e vento previstos. 46 Por sua vez que essa informação de disseminada a nível do INGD, de acordo com a figura abaixo. Figura 30. Comunicação Interinstitucionais Governo Provincial e Distrital na Gestão do Risco de Desastre O governo Provincial e Distrital, junto com os técnicos de INGD a nível provincial dão a continuidade das informações disseminadas pelo INAM, DNGRH, INGD central e assim com o conselho de ministros e sua vez, essa informação e divulgada para órgãos comunidades assim com lideres religiosos. Veja a figura abaixo. 47 Figura 31. Governador da Zambézia apelando a comunidade sobre passagem de ciclone Freddy. Fonte: https://www.google.com/search?q=governador+da+zamb%C3%A9zia+ciclone+freddy&sxsrf=APwXEdd75P3Z- 5RqpJyfuDqYQ7dTWSb9DQ%3A1682347668000&ei=k5ZGZJrHPJOJgQa207ywCw&oq=governador+da+zamb%C3%A9zia+Ciclone+Fr&gs_ lcp=Cgxnd3Mtd2l6LXNlcnAQARgAMgUIIRCgATIICCEQFhAeEB0yCAghEBYQHhAdOgoIABBHENYEELADOgUIABCABDoGCAAQFhAeOgoIIRA WEB4QDxAdSgQIQRgAUNknWJJTYLZfaAJwAXgBgAGGBYgB-CqSAQczLTIuMi43mAEAoAEByAEIwAEB&sclient=gws-wiz- serp#fpstate=ive&vld=cid:b8d040de,vid:r2AL6orVGrQ Figura 32. Capacitação dos intervenientes de diferentes sectores na matéria de evolução do sistema ciclónico https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fdefesamoz.info%2Fassist%25C3%25AAncia- humanit%25C3%25A1ria%2Ff%2Fdaniel-nivagara-monitora-atividades-do-ingd-em- https://www.google.com/search?q=governador+da+zamb%C3%A9zia+ciclone+freddy&sxsrf=APwXEdd75P3Z-5RqpJyfuDqYQ7dTWSb9DQ%3A1682347668000&ei=k5ZGZJrHPJOJgQa207ywCw&oq=governador+da+zamb%C3%A9zia+Ciclone+Fr&gs_lcp=Cgxnd3Mtd2l6LXNlcnAQARgAMgUIIRCgATIICCEQFhAeEB0yCAghEBYQHhAdOgoIABBHENYEELADOgUIABCABDoGCAAQFhAeOgoIIRAWEB4QDxAdSgQIQRgAUNknWJJTYLZfaAJwAXgBgAGGBYgB-CqSAQczLTIuMi43mAEAoAEByAEIwAEB&sclient=gws-wiz-serp#fpstate=ive&vld=cid:b8d040de,vid:r2AL6orVGrQ https://www.google.com/search?q=governador+da+zamb%C3%A9zia+ciclone+freddy&sxsrf=APwXEdd75P3Z-5RqpJyfuDqYQ7dTWSb9DQ%3A1682347668000&ei=k5ZGZJrHPJOJgQa207ywCw&oq=governador+da+zamb%C3%A9zia+Ciclone+Fr&gs_lcp=Cgxnd3Mtd2l6LXNlcnAQARgAMgUIIRCgATIICCEQFhAeEB0yCAghEBYQHhAdOgoIABBHENYEELADOgUIABCABDoGCAAQFhAeOgoIIRAWEB4QDxAdSgQIQRgAUNknWJJTYLZfaAJwAXgBgAGGBYgB-CqSAQczLTIuMi43mAEAoAEByAEIwAEB&sclient=gws-wiz-serp#fpstate=ive&vld=cid:b8d040de,vid:r2AL6orVGrQ https://www.google.com/search?q=governador+da+zamb%C3%A9zia+ciclone+freddy&sxsrf=APwXEdd75P3Z-5RqpJyfuDqYQ7dTWSb9DQ%3A1682347668000&ei=k5ZGZJrHPJOJgQa207ywCw&oq=governador+da+zamb%C3%A9zia+Ciclone+Fr&gs_lcp=Cgxnd3Mtd2l6LXNlcnAQARgAMgUIIRCgATIICCEQFhAeEB0yCAghEBYQHhAdOgoIABBHENYEELADOgUIABCABDoGCAAQFhAeOgoIIRAWEB4QDxAdSgQIQRgAUNknWJJTYLZfaAJwAXgBgAGGBYgB-CqSAQczLTIuMi43mAEAoAEByAEIwAEB&sclient=gws-wiz-serp#fpstate=ive&vld=cid:b8d040de,vid:r2AL6orVGrQ https://www.google.com/search?q=governador+da+zamb%C3%A9zia+ciclone+freddy&sxsrf=APwXEdd75P3Z-5RqpJyfuDqYQ7dTWSb9DQ%3A1682347668000&ei=k5ZGZJrHPJOJgQa207ywCw&oq=governador+da+zamb%C3%A9zia+Ciclone+Fr&gs_lcp=Cgxnd3Mtd2l6LXNlcnAQARgAMgUIIRCgATIICCEQFhAeEB0yCAghEBYQHhAdOgoIABBHENYEELADOgUIABCABDoGCAAQFhAeOgoIIRAWEB4QDxAdSgQIQRgAUNknWJJTYLZfaAJwAXgBgAGGBYgB-CqSAQczLTIuMi43mAEAoAEByAEIwAEB&sclient=gws-wiz-serp#fpstate=ive&vld=cid:b8d040de,vid:r2AL6orVGrQ https://www.google.com/search?q=governador+da+zamb%C3%A9zia+ciclone+freddy&sxsrf=APwXEdd75P3Z-5RqpJyfuDqYQ7dTWSb9DQ%3A1682347668000&ei=k5ZGZJrHPJOJgQa207ywCw&oq=governador+da+zamb%C3%A9zia+Ciclone+Fr&gs_lcp=Cgxnd3Mtd2l6LXNlcnAQARgAMgUIIRCgATIICCEQFhAeEB0yCAghEBYQHhAdOgoIABBHENYEELADOgUIABCABDoGCAAQFhAeOgoIIRAWEB4QDxAdSgQIQRgAUNknWJJTYLZfaAJwAXgBgAGGBYgB-CqSAQczLTIuMi43mAEAoAEByAEIwAEB&sclient=gws-wiz-serp#fpstate=ive&vld=cid:b8d040de,vid:r2AL6orVGrQhttps://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fdefesamoz.info%2Fassist%25C3%25AAncia-humanit%25C3%25A1ria%2Ff%2Fdaniel-nivagara-monitora-atividades-do-ingd-em- https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fdefesamoz.info%2Fassist%25C3%25AAncia-humanit%25C3%25A1ria%2Ff%2Fdaniel-nivagara-monitora-atividades-do-ingd-em- 48 Impacto na sociedade O aviso prévio é um elemento importante na redução de risco de desastres. Evita a perda de vidas e reduz o impacto económico e material dos desastre. Análise SWOT do SAP de Ciclones para província da Zambézia Forças Fraquezas 1. Visita em diversos para países, com objectivos de melhorar dos meios usados na monitoria dos ciclones; 2. Capacidade Institucional de Previsão e Disseminação dos alertas sobre os ciclones; 3. Existência de coordenação entre o INAM, DNGRH e INGD; 4. Comunicação interpessoal com diversos actores; 5. Gestão centralizada do fluxo de informação (CTGRRD ou CCGRRD); 6. No aspecto de disseminação (SMS, DW, Facebook, WhatsApp, Mídias) que existe uma capacidade de comunicação e envio de informação em massa; 7. Disponibilidade da informação para actores a diferentes níveis, incluindo diferentes organizações e entidades. 1. Menos implementação das experiências acolhidas e alem disso, as mesmas não são publicadas; 2. A capacidade de abrangência dos sectores é muitos reduzido, visto que durante a passagem de ciclone, todos sectores são afectados; 3. Alguns serviços são apenas aplicáveis para o pessoal identificado, com acesso a um smartphone e com acesso a dados móveis (Internet), deixando a maior parte da população, algum são vitimas ao evento em causa; 4. Na disseminação de informação não há mecanismo de validação do envio e/ou recepção da informação e há necessidade de existência de rede de telefonia movel; 5. Capacidade técnica não descentralizada, com mais enfoque nas zonas de maior incidência dos ciclones; 6. Gestão inadequada da informação e criação de “fake news”; 7. Tradução dos alertas em língua local, usando imagens e vídeos, visto que, o número maior dos afectados quando acontece esse tipo de evento não possuem meios adequado para 49 recepção de informação e também não ignorando o nível de alfabetização na provincial da Zambézia. Oportunidades Ameaças 1. Criação de capacidades ao nível local para maior precisão e alcance das comunidades em risco; 2. Criação de mais estacões meteorológicas em zonas com mais incidências de ciclones; 3. Capacitação de mais intervenientes na matéria ligada aos ciclones; 4. Criação de um dispositivo com mais eficiência na disseminação de informação; 5. Criação de mais rádios comunitários; 6. Criação de parecerias publico privadas coma as empresas de telefonia móvel; 7. Acesso a várias entidades para a disseminação de informação; 8. Criação de comités comunitários na disseminação de informações; 9. Formação de mais quadros no órgão governamental. 10. Construção de infraestruturas que obedecem a situação de mudanças climáticas. 1. Corte a ligação telefónica na eminencia de ocorrência de ciclones; 2. Custos adicionais dos serviços básicos; 3. Custo encarecido e potencialmente insustentável; 4. A fiabilidade da informação pode estar comprometida, visto que a informação pode ser alterada pelo recipiente e encaminhada; 5. Limitação de uso de dados moveis; 6. Dificuldades operacionais da rádio pode comprometer o funcionamento pleno de certas rádios e por consequência, algumas podem fechar e áreas de interesse; 7. Perdas imensuráveis das infraestruturas publicas e privadas; 50 Capítulo V. Conclusões e Recomendações O governo moçambicano explora novos métodos de identificação de avisos prévios de ciclones. Isso mostra que o governo Moçambicano, tem a noção que as mudanças climáticas é algo real e merece grande atenção para evitar a perda da vida assim como a destruição das infraestruturas públicas e privadas, que como consequências, aumenta no nível da pobreza a nível nacional. Como propostas ou recomendações para sua melhoria, sugere-se: ❖ Criação de quadro legal que permite uma operacionalização plena dum sistema integrado de SAP que contempla as comunidades em causa; ❖ Existência uma identidade comunitário acreditável e com conhecimentos sobre ciclones; ❖ Introdução dos conteúdos relacionados com aviso prévio dos ciclones e suas causas nos currículos do Ensino Geral; ❖ Explorar e optar pelo uso de um mecanismo de envio de SMS mais abrangente e com envolvimento operadoras de telefonia móvel; ❖ Configuração e optar pelo uso de canais unificados de comunicação nas redes sociais e email de modo a evitar a duplicação de esforços e assegurar que os destinatários tenham o conhecimento de um canal oficial de comunicação das instituições; ❖ Criação de um processo de validação de mecanismos de monitoria e avaliação sobre a eficácia da disseminação da informação usando os diferentes mecanismos; ❖ Descentralização e alocação de mais fundos para garantir que as instituições responsáveis pelo processo de previsão, para que tenham suficientes quadros especializados e meios tecnológicos de processamento e de comunicação para recolha de dados necessários aos modelos, análise e previsão dos ciclones; ❖ Treinar pessoal do CENOE e COEs na interpretação dos avisos mais técnicos e na produção de mensagens curtas, elucidativas e focadas nas comunidades; ❖ Padronizar os conteúdos das mensagens consoante o tipo de evento e gravidade o horário dos avisos e alertas, com possibilidade de excepções em casos críticos; ❖ Criação de mecanismos de acesso rápido à internet, com custos bonificados, nas suas sedes, delegações e representações no País para o INAM, IP, INGD e DNGRH. 51 Referências Bibliográficas .MICOA, M. 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