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SGDM ( Sistema de Gestao de Desastres em Mocambique

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Universidade Eduardo Mondlane 
Faculdade de Ciências 
Departamento de Física 
Mestrado em Gestão do Risco de Desastres e Adaptação às Mudanças Climáticas 
 
M206: Resposta aos Desastres e Recuperação Sustentável 
 
 
 
 
 
 
Sistema de Gestão de Desastre em Moçambique: Avaliação e sua 
Análise 
 
 
 
Grupo 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maputo, Julho de 2023 
 
 
Discentes: 
Carmindo Dinis Mbanguine 
Mundeira Tomé Mundeira 
Narciso António Binze 
 
 
 
 
 Docentes: 
Prof. Dr. Rodrigues Nhiuane Cumbane 
MSc. Casimiro Sande 
 
i 
 
Glossário 
Gestão de desastre - organização, planificação e gestão de recursos e responsabilidades para lidar com 
uma emergência (PAC, 2021). 
Gestão do risco de desastres – conjunto de decisões e conhecimentos técnicos, administrativas e 
operacionais para reduzir os impactos das vulnerabilidade e exposição aos eventos extremos (PAC, 
2021). 
Preparação - os conhecimentos e capacidades desenvolvidas, a todos os níveis, para gestão e resposta a 
um evento extremo (PAC, 2021). 
Prevenção – conjunto de medidas padronizadas que visam proteger pessoas e bens em caso de ocorrência 
de um evento extremo (PAC, 2021). 
Prontidão – é o estado de preparação técnica, material, financeira e humana para mitigar os efeitos dos 
desastres (PAC, 2021). 
Plano de resposta aos desastres – conjunto de instrumentos, estratégias e decisões operacionais 
padronizadas e harmonizadas para a gestão e resposta a um evento extremo (PAC, 2021). 
Redução do risco de desastres - marco conceitual de elementos (normas e procedimentos) que têm a 
função de minimizar a vulnerabilidade e limitar o impacto adverso de ameaças (PAC, 2021) 
 
Resposta – conjunto de medidas que visam salvar vidas, garantir saúde e segurança pública e satisfazer 
as necessidades básicas das pessoas afectadas antes, durante e após a ocorrência de um evento extremo 
(PAC, 2021). 
Alerta – expressão usada para avisar sobre a possibilidade de aproximação do perigo. Dever-se-á 
iniciar acções antecipadas de resposta (CENOE, 2022). 
 
Eventos extremos - podem ser de origem hidrológicos, geológicos ou geofísicos, meteorológicos e 
climatológicos, que ocorrem de diversas formas como, enchentes, inundações bruscas, secas 
prolongadas, queimadas e incêndios florestais, ondas de calor, tufões e tornados (CENOE, 2022). 
 
Impactos significativos - Quando as cheias e ou inundações podem afectar até 500 000 (Quinhentas 
Mil) pessoas, criar cortes e intransitabilidade das principais vias de acesso, destruição de infra-estruturas 
socioeconómicos assim como a perda total de culturas diversas até 5 000 (Cinco Mil) hectares, cujos 
custos de reposição possam chegar até os 150 Milhões de Dólares Americanos (CENOE, 2022). 
 
Impactos severos - Quando as cheias e ou inundações podem afectar mais de 500 000 (quinhentas Mil) 
pessoas e destruição de infra-estruturas socioeconómicas assim como a perda total de mais de 5 000 
(Cinco Mil) hectares de culturas diversas, cujos custos de reposição ultrapassam os 150 milhões de 
Dólares Americanos (CENOE, 2022). 
 
Informação hidrológica - produto do processamento, análise e validação dos dados hidrológicos 
(CENOE, 2022). 
Informação meteorológica - produto do processamento análise e validação dos dados meteorológicos 
(CENOE, 2022). 
Informação hidrometeorológica - combinação da informação hidrológica e meteorológica (CENOE, 
2022). 
ii 
 
Abreviaturas e Acrónimos 
PAC 
 
Plano Anual de Contingência 
CCGD Conselho Coordenador de Gestão e Redução do Risco de Desastres 
CENOE Centro Nacional Operativo de Emergência 
ECGRD Entidade Coordenadora da Gestão e Redução do Risco de Desastres 
CTDGD Conselho Técnico Distrital de Gestão e Redução do Risco de Desastres 
CTPGD Conselho Técnico Provincial de Gestão e Redução do Risco de Desastres 
CTGD Conselho Técnico de Gestão e Redução do Risco de Desastres 
DGBH Departamento de Gestão de Bacias Hidrográficas 
DNGRH Direcção Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos 
 
INAM IP Instituto Nacional de Meteorologia Instituto Público 
INCM Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique 
INGD Instituto Nacional de Gestão e Redução de Risco de Desastres 
 
IP Instituto Público 
 
MOPHRH Ministério das Obras Publicas, Habitação e Recursos Hídricos 
 
PDRRD Plano Director de Redução do Risco de Desastres 
COE Centro Operativo de Emergência 
 
UNAPROC Unidade Nacional de Protecção Civil 
 
HCT Equipa Humanitária Nacional 
ENSO El Niño-Oscilação Sul 
MJO Oscilação Madden-Julian 
ITCZ Zona de Convergência Intertropical 
IOD Dípolo do Oceano Índico 
 
 
iii 
 
Lista de Figuras 
 
 
Figura 1. Diagramas de eventos extremos registados em Moçambique em 2023. Fonte: INAM (2023) ................ 2 
Figura 2. Ciclones tropicais que atingiram a costa Moçambicana: Fonte: Autores .................................. 2 
Figura 3. Localização Geográfica de Moçambique. Fonte : 
https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3 .................................................................................... 4 
Figura 4. Precipitação média até Abril de 2023. Fonte: (INAM, 2023) .................................................... 3 
Figura 5. Anomalia de temperatura de 1950-2022. Fonte: (INAM, 2023). .............................................. 4 
Figura 6. Diagrama de colaboração cooperação de sistema de gestão de desastres em Moçambique. 
Adaptados pelos autores ............................................................................................................................ 5 
Figura 7. Órgãos de Gestão do Risco de Desastres em Moçambique. Adaptado pelos Autores ............... 5 
Figura 8: Mecanismo de Coordenação entre o Governo e Equipe Humanitária ..................................... 10 
Figura 9. Fluxo de informação ideal após desastres. Fonte: (CENOE, 2022). ....................................... 13 
Figura 10. Conceptualização do fluxo de informação para de comunidade. Fonte: (CENOE, 2022). ... 13 
Figura 11. Níveis de transmissão de informações no processo de gestão de desastres. Fonte: (CENOE, 
2022). ....................................................................................................................................................... 14 
 
 
Resumo 
Moçambique situa-se na costa Este da África, entre as latitudes 10°20’ e 26°50’S, e entre as longitudes 
30°12′ e 40°51′ E. O país cobre uma área de 799,380 𝑘𝑚², apresentando uma longa costa de 2 770 𝐾𝑚 
e faz fronteira à Norte com a Tanzania, à Oeste com o Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e Suazilândia e à Sul 
com a África do Sul, numa extensão de fronteira terrestre de 2470 𝐾𝑚. Os impactos das mudanças 
climáticas em Moçambique, a curto e médio prazo, vão potenciar a intensificação de eventos extremos 
relacionados com o clima tais como cheias, secas, ciclones e o aumento gradual do nível médio do mar. 
O presente trabalho tem como objectivo de avaliar o sistema de gestão de desastres em Moçambique e 
foi feita uma revisão bibliográfica e assim como a entrevistas para obtenção de mais dados e os resultados 
mostram que o sistema de gestão de desastres constituído em Moçambique respeitas os padrões 
recomendados em diferentes literaturas e apresentada grande problema no envolvimento da comunidade 
na lei 10/2020 de 24 de Agosto assim como insuficiência de sistema de aviso prévio em locais mais 
frequentes a cheias e ciclones. 
Palavras chave: Sistema de gestão de desastres , Moçambique e plano de anual de contingência 
 
 
 
Índice 
 
Glossário .................................................................................................................................................................... i 
Abreviaturase Acrónimos ....................................................................................................................................... ii 
Lista de Figuras ...................................................................................................................................................... iii 
Resumo ................................................................................................................................................................... iii 
Capitulo I. Introdução e Objectivos ......................................................................................................................... 1 
Contextualização ...................................................................................................................................................... 1 
1.1. Objectivos ..................................................................................................................................................... 2 
1.1.1. Geral ......................................................................................................................................................... 2 
1.1.2. Específicos ............................................................................................................................................... 3 
Capítulo II. Metodologia .......................................................................................................................................... 3 
2.1. Caracterização da Área do Estudo ................................................................................................................ 3 
2.2. Métodos de recolha de dados ....................................................................................................................... 4 
2.3. Precipitação e temperaturas em Moçambique ............................................................................................. 3 
Capítulo III. Revisão Bibliográfica .......................................................................................................................... 4 
3.1. Sistema de Gestão de Desastre ..................................................................................................................... 4 
3.2. Sistema de Gestão de Desastre em Moçambique ......................................................................................... 4 
3.3. Órgãos de Gestão do Risco de Desastres...................................................................................................... 5 
3.4. Sistema de Gestão de Desastre ao Nível Central e Seus Componentes ....................................................... 6 
3.4.2. Conselho Coordenador De Gestão e Redução do Risco de Desastres (CCGRD) .................................... 6 
3.4.3. A Entidade Coordenadora da Gestão e Redução do Risco de Desastres (ECGRRD) .............................. 7 
3.4.4. Conselho Técnico de Gestão e Redução do Risco de Desastres (CTGRD) ............................................. 7 
3.4.4.1. Centro Nacional Operativo De Emergência (CENOE) ........................................................................ 7 
3.4.4.1.1. Sectores do CENOE: Papeis e Responsabilidades ............................................................................... 8 
3.4.5. Complementaridade Das Acções Da Equipe Humanitária Nacional ........................................................ 9 
3.4.6. Responsabilidades Sectorial para eventos hidroclimatológicos extremos tais como, cheias e ciclones 
3.7. Sistema de Gestão de Desastres ao Nível Descentralizado ou Local e os Seus Componentes .................. 12 
3.8. Analise crítica de sistema de gestão de desastres existente em Moçambique ............................................ 14 
4. Considerações Finais ..................................................................................................................................... 15 
5. Referências Bibliográficas ............................................................................................................................ 15 
Anexos .................................................................................................................................................................... 17 
 
 
1 
 
Capitulo I. Introdução e Objectivos 
1.1.Contextualização 
Moçambique situa-se na costa Este da África, entre as latitudes 10°20’ e 26°50’S, e entre as longitudes 
30°12′ e 40°51′ E. O país cobre uma área de 799,380 𝑘𝑚², apresentando uma longa costa de 2 770 𝐾𝑚 
e faz fronteira à Norte com a Tanzania, à Oeste com o Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e Suazilândia e à Sul 
com a África do Sul, numa extensão de fronteira terrestre de 2470 𝐾𝑚 (GNRH, 2017). 
O INAM (2023) e PAC (2022), Moçambique devido à sua localização geográfica e vulnerabilidade 
social está exposto a vários riscos e tem como factores climáticos, o El Niño-Oscilação Sul (ENSO), o 
Dípolo do Oceano Índico (IOD), os Anticiclones (do Índico e do Atlântico), a Zona de Convergência 
Intertropical (ITCZ), Oscilação Madden-Julian (MJO), Continentalidade/Maritimidade, Cobertura 
Vegetal, Latitude e Altitude. 
A temperatura média mundial já subiu 1,1 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais uma 
consequência directa de mais de um século de queima de combustíveis fósseis, bem como do uso 
desordenado e insustentável de energia e do solo (IPCC, 2023). 
A elevação da temperatura aumenta tanto a frequência quanto a intensidade dos eventos climáticos 
extremos, que causam impactos cada vez mais perigosos às pessoas e à natureza em todas as regiões do 
mundo (IPCC, 2023). 
Para que as temperaturas médias sejam mantidas em 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais 
(meta do Acordo de Paris), serão necessárias reduções profundas, rápidas e sustentadas das emissões de 
gases de efeito estufa em todos os sectores no decorrer desta década, afirma o relatório , (IPCC, 2023). 
A temperatura média anual da superfície na África Austral aumentou entre 1,04ºC e 1,44ºC de 1961 a 
2015 e o número anual de dias quentes tem aumentado na África Austral nas últimas quatro décadas 
devido às mudanças climáticas induzidas pelo homem (ACDI, 2023). 
A temperatura do ar em Moçambique continua com uma tendência de subida e algumas partes das regiões 
Sul e Centro do país, registaram um inverno mais chuvoso dos últimos 40 anos (INAM, 2023). 
No ano de 2022, a temperatura média do país esteve 0.8°C acima do normal climatológico (1981-2010). 
Este valor é o quarto maior registado após a ocorrência do El Niño de 2015, associado à maior anomalia 
de temperatura média do país dos últimos 70 anos (INAM, 2023). 
2 
 
Durante o ano de 2022 houve ocorrência de vários eventos extremos, desde as vagas e ondas de calor, 
descargas atmosféricas, ventos fortes, chuvas intensas e vendavais (figura 1). 
Em 2022, registamos quatro sistemas tropicais (DUMAKO, ANA, GOMBE e JASMINE) e uma continua 
tendência de aumento de ciclones tropicais a alcançar a costa Moçambicana de acordo com a figura 2 
(INAM, 2023). 
Segundo o Secretário Geral das Nações Unidas, actualmente, um terço da população mundial, 
principalmente nos países menos desenvolvidos e nos pequenos estados insulares em desenvolvimento, 
ainda não está coberto por sistemas de aviso prévio, pelo que o governo moçambicano foi desafiado a 
garantir que todos os moçambicanos sejam protegidos por sistemas de aviso prévio até 2027 (INAM, 
2023). 
Os impactos das mudanças climáticas em Moçambique, a curto e médio prazo, vão potenciar a 
intensificação de eventos extremos relacionados com o clima tais como cheias, secas, ciclones e o 
aumento gradual do nível médio do mar (Mavume & Queface, 2018). 
Com os factores mencionados acima o governo de Moçambique junto com Instituto de Nacional de 
Gestão e Redução do Risco de Desastre (INGD) e outras instituições têm empenhando na elaboração de 
instrumentos que visamconduzir a gestão de desastres em todos níveis. Neste trabalho visa avaliar o 
sistema de gestão de desastres existente em Moçambique. 
 
. 
Figura 1. Diagramas de eventos extremos registados em 
Moçambique em 2023. Fonte: INAM (2023) 
 
Figura 2. Ciclones tropicais que atingiram a costa Moçambicana: Fonte: Autores 
1.1.Objectivos 
1.1.1. Geral 
Avaliar o sistema de gestão de desastres em Moçambique 
3 
 
1.1.2. Específicos 
Identificar o sistema de gestão de desastres existente em Moçambique e seus componentes; 
Analisar o sistema de gestão de desastres ao nível nacional e seus componentes; 
Analisar o sistemas ao nível descentralizado e seus componentes; 
Fazer analise crítica de sistema de gestão de desastres e seus componentes existente em Moçambique 
 
Capítulo II. Metodologia 
2.1.Caracterização da Área do Estudo 
Moçambique é um país da costa oriental da África Austral 
que tem como limites: a norte, a Tanzânia; a noroeste, o 
Malawi e a Zâmbia; a oeste, o Zimbábwe, a África do Sul e 
a Suazilândia; a sul, a África do Sul; a leste, a secção do 
Oceano Índico designada por Canal de Moçambique ( 
https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Mocambique/Ge
ografia-de-Mocambique), veja a figura abaixo 3 
O país é dividido em três regiões topográficas através do rio 
Zambeze e do rio Save. A região norte localizada a norte do 
rio Zambeze, compreende a linha costeira estreita que vai 
entre as colinas e o litoral, até as montanhas do Niassa, 
Namúli e o planalto dos Macondes (Manjoro et al., 2020). 
 
2.3.Precipitação e temperaturas em Moçambique 
A época chuvosa em Moçambique, inicia em Outubro 
de um ano e termina em Março do ano seguinte pelo 
que, as análises aqui apresentadas abrangem o período 
Janeiro a Março e Outubro a Dezembro das épocas 
chuvosas 2021/22 e 2022/23, respectivamente. A figura 
abaixo mostra a precipitação média até abril de 2022 
em Moçambique. 
 
Figura 4. Precipitação média até Abril de 2023. Fonte: (INAM, 
2023) 
https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Mocambique/Geografia-de-Mocambique
https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Mocambique/Geografia-de-Mocambique
4 
 
Figura 3. Localização Geográfica de Moçambique. Fonte : 
https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3 
2.2.Métodos de recolha de dados 
Para o desenvolvimento deste trabalho foi feita revisão 
bibliográfica nos relatórios publicados sobre o estado do 
clima de Moçambique e sistema de gestão e redução de 
desastre em Moçambique e plano anual de contingência 
2021-2022. Também foi feita entrevista ao director do 
CENOE e a mesma decorreu no modelo virtual no dia 
14.07.2023. 
O gráfico mostra a variação da temperatura média anual de 
Moçambique, de 1950 a 2022 (figura 5). 
 
Figura 5. Anomalia de temperatura de 1950-2022. Fonte: (INAM, 
2023). 
 
Capítulo III. Revisão Bibliográfica 
3.1.Sistema de Gestão de Desastre 
Entender-se o sistema de gestão de desastres como uma estrutura organizacional e operacional projectada 
para lidar com a prevenção, preparação, resposta e recuperação de desastres. É um conjunto de políticas, 
procedimentos, protocolos e recursos que são implementados para ajudar a reduzir os riscos, mitigar os 
impactos e facilitar a recuperação após um desastre ou A gestão do risco de desastres constitui um sistema 
que visa a maximização dos esforços e sinergias em toda a cadeia compreendendo sub-sistemas ou etapas 
distintas, integradas e complementares (BR, 2020). 
3.2.Sistema de Gestão de Desastre em Moçambique 
Em Moçambique, a gestão de desastres é uma área de extrema importância devido à ocorrência frequente 
de eventos naturais, como ciclones tropicais, inundações, cheias e secas. De salientar que tremores de 
terra ocorrem em pequenas escalas. O país tem um sistema de gestão de desastres em vigor para lidar 
com essas situações e minimizar os impactos sobre a população e a infraestrutura. 
O sistema de gestão de desastre em Moçambique é regido pela lei no 10/2020 de 24 de Agosto com os 
seguintes objectos: a) A presente Lei estabelece o Regime Jurídico de Gestão e Redução do Risco de 
Desastres, que compreende a redução do risco, a gestão de desastres, a recuperação sustentável para a 
construção da resiliência humana, infraestrutural e dos ecossistemas, bem como a adaptação às mudanças 
climáticas; b) As acções referentes à gestão e redução do risco de desastres devem ser executadas de 
https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fwww.researchgate.net%2Fpublication%2F242487524%2Ffigure%2Ffig1%2FAS%3A393104772354048%401470734889186%2FFigura-1-Mapa-de-localizacao-de-Mocambique-O-clima-dum-modo-geral-e-tropical-humido.png&tbnid=uafQ2Umt5ojHWM&vet=12ahUKEwj-9oPmi-T-AhVPpycCHeZtCq4QMygGegUIARCjAQ..i&imgrefurl=https%3A%2F%2Fwww.researchgate.net%2Ffigure%2FFigura-1-Mapa-de-localizacao-de-Mocambique-O-clima-dum-modo-geral-e-tropical-humido_fig1_242487524&docid=735C0ZJNm--lDM&w=651&h=788&q=localiza%C3%A7%C3%A3o%20geogr%C3%A1fica%20de%20mo%C3%A7ambique%20pdf&ved=2ahUKEwj-9oPmi-T-AhVPpycCHeZtCq4QMygGegUIARCjAQ
5 
 
forma descentralizada, observando-se as competências dos órgãos de administração pública, das 
circunscrições territoriais abrangidas, sem prejuízo da intervenção dos órgãos centrais do Estado. O 
diagrama abaixo mostra como a situação de cooperação e colaboração é feira na gestão de desastres. 
 
Figura 6. Diagrama de colaboração cooperação de sistema de gestão de desastres em Moçambique. Adaptados pelos autores 
3.3.Órgãos de Gestão do Risco de Desastres 
De acordo com a lei 10/2020 de 24 de agosto no seu artigo 8, o sistema de gestão e redução do risco de 
desastres compreende os órgãos de nível central e de nível local. O diagrama abaixo mostra os órgãos ao 
nível central e nível local. 
 
Figura 7. Órgãos de Gestão do Risco de Desastres em Moçambique. Adaptado pelos Autores 
A lei 10/2020 de 24 de Agosto no artigo 27, a entidade responsável pela gestão e redução do risco de 
desastres coordena as acções atinentes ao ciclo de gestão de desastres, designadamente: a) a preparação; 
b) a prontidão; c) a resposta; d) a recuperação sustentável. 
6 
 
3.4.Sistema de Gestão de Desastre ao Nível Central e Seus Componentes 
O sistema de gestão de desastres ao nível central é descrito no artigo 8, ponto 2, a lei no10/2020 de 24 de Agosto : Lei de Gestão e Redução 
do Risco de Desastres. Os órgãos central é constituídos pelos seguintes componentes: 
3.4.1. Governo 
Compete ao Governo, no âmbito da presente Lei: 
a) aprovar as políticas, estratégias e planos de gestão e redução do 
risco de desastres, de construção da resiliência e de adaptação às 
mudanças climáticas; 
b) estabelecer e fortalecer parcerias a nível nacional, regional e 
internacional; 
c) aprovar os regulamentos que se mostrem necessários à boa 
implementação da presente Lei, ouvida a entidade responsável 
pela gestão e redução do risco de desastres; 
d) garantir a observância e implementação do disposto na presente Lei; 
e) aprovar o subsídio de risco para os funcionários e agentes de 
Estado quando destacados em operações de emergência; 
f) Compete ao Governo definir as atribuições, competências, 
composição, organização e funcionamento das entidades referidas 
nos números 2 e 3 do artigo 8. 
g) garantir o investimento na gestão e redução do risco de desastres, 
com enfoque no reforço das capacidades para a gestão financeira 
do risco de desastres; 
h) fortalecer programas de resiliência e gestão do risco de desastres. 
i) reforçar os mecanismos de coordenação e planeamento 
multissectoriais; 
j) garantir a integração das abordagens de desenvolvimento sustentável, 
de adaptação às mudanças climáticas e da gestão e redução do risco 
de desastres; 
k) aprovar o plano anual de contingência, tomando como base as 
previsões climáticas, os dados sismológicos, os impactos da acção 
humana e outras informações e a probabilidade de ocorrência de 
emergências complexas. 
 
 
3.4.2.Conselho Coordenador De Gestão e Redução do Risco de Desastres (CCGRD) 
 
7 
 
O CCGRD é presidido pelo Primeiro-Ministro e integra todos os membros do Conselho de Ministros dos sectores que intervêm directamente 
na área de gestão e redução do risco de desastres naturais. 
 O CCGRD é um órgão responsável pela coordenação e tomada de decisões relacionadas à gestão e redução de riscos de desastres e a 
implementação do Plano Director para a Redução do Risco de Desastres 2017-2030 no país. 
3.4.3. A Entidade Coordenadora da Gestão e Redução do Risco de Desastres (ECGRRD) 
São atribuições da entidade de Coordenação da Gestão e Redução do Risco de Desastres, de acordo com a lei 10/2020 de 24 de Agosto no 
artigo 11, as seguintes: 
a) Coordenar as acções de prevenção e mitigação de desastres; b) Coordenar a gestão e resposta às emergências; 
c) Coordenar o desenvolvimento das zonas áridas e semiáridas; d) Coordenar a reconstrução pós desastres; 
e) Coordenar a Unidade Nacional de Protecção Civil; f) Coordenar o processo de prevenção, mitigação, prontidão e 
resposta aos fenómenos mencionados no artigo 12 da presente Lei; 
g) Fortalecer programas de resiliência e gestão do risco de desastres. 
 
3.4.4. Conselho Técnico de Gestão e Redução do Risco de Desastres (CTGRD) 
O CTGD é dirigido pelo Presidente do INGD e é constituído pelos Directores Nacionais dos sectores relevantes, indicados pelos Ministros 
membros do CCGD. O CTGD tem como principal responsabilidade coordenar os sistemas sectoriais de aviso prévio sobre iminência de 
desastres de origem meteorológica, hidrológica, geológica, epidemias e segurança alimentar e garantir a implementação multissectorial dos 
diversos planos no âmbito da redução da vulnerabilidade e gestão do risco de desastres. Podem ser convidados para o CTGRD representantes 
da HCT e do sector privado. O CTGRD é constituídos por principais componentes: 
3.4.4.1.Centro Nacional Operativo De Emergência (CENOE) 
8 
 
O CENOE é uma estrutura de coordenação multissectorial e de tomada de decisões onde convergem representantes de instituições do Governo, 
Sociedade Civil e grupos de actores que participam directamente nas operações de resposta à desastres. O objectivo do CENOE é implementar 
acções de prevenção, mitigação e resposta aos desastres, incluindo monitoria dos eventos extremos e gestão das operações de emergência. 
O CENOE é coordenado pelo INGD e tem a sua sede em Maputo e representações operacionais em Vilanculos (Inhambane), Caia (Sofala) e 
Nacala (Nampula). Nas províncias, os Centros Operativos de Emergências (COEs) representam o desdobramento do CENOE. 
A Unidade Nacional de Protecção Civil (UNAPROC) é o órgão interventivo do CENOE em operações de emergência e tem como missão 
principal realizar operações de busca, salvamento e assistência humanitária. 
As operações de busca e salvamento serão realizadas e coordenadas pela Unidade Nacional de Protecção Civil (UNAPROC) para salvaguardar 
a vida das populações e segurança das infra-estruturas afectadas. A UNAPROC a nível central e nas Delegações provinciais tem disponíveis 
85 barcos para as operações de busca, salvamento. 
3.4.4.1.1. Sectores do CENOE: Papeis e Responsabilidades 
O CENOE está subdividido em quatro sectores principais: (i) Planificação e Informação, liderado pelo Ministério da Economia e Finanças 
(ii) Infraestruturas, liderando pelo Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, (iii) Social, liderado pelo Ministério da 
Saúde e (iv) Comunicação, liderado pelo Gabinete de Informação. Cabe a cada um dos sectores: 
a) Liderar os respectivos sectores em todo o processo de gestão e 
redução do risco de desastres; 
 
b) Elaborar de forma atempada e operacionalizar os planos de 
respostas; 
 
c) Assegurar a participação e colaboração activa das contrapartes 
sectoriais da HCT na coordenação e implementação da resposta; 
 
d) Partilhar de informação entre os sectores sobre as acções de resposta 
as emergências; 
 
A nível nacional, a informação de previsão seria produzida essencialmente pelo INAM IP e a DNGRH. O CENOE prepararia um comunicado, 
após concertação entre as 3 entidades, INGD, INAM IP e INGD e enviaria às Direcções Regionais, aos COEs Provinciais e Distritais e aos 
CLGRD, sem necessariamente passar de nível para nível. 
9 
 
3.4.5. Complementaridade Das Acções Da Equipe Humanitária Nacional 
A Equipa Humanitária Nacional (HCT), que complementa os esforços do Governo nas acções de planificação, coordenação, gestão e resposta 
aos desastres, está organizada em grupos especializados de trabalho, nomeadamente Educação, Protecção, Saúde, Nutrição, Água e 
Saneamento, Segurança Alimentar, Abrigo, Logística, Telecomunicações de Emergência e Recuperação Inicial. 
Estes grupos estão integrados nos quatro sectores do CENOE (Planificação e Informação, Infraestruturas, Social e Comunicação) e estão 
alinhados com as respectivas contrapartes ministeriais. O alinhamento contribui para redução da duplicação de esforços e de recursos bem 
como para maximização do uso eficiente dos recursos e a preservação dos direitos e dignidade das populações afectadas e sua participação ao 
longo de todo o processo de gestão e redução do risco de desastres. 
A HCT, através dos seus sectores, tem providenciado apoio técnico, material e financeiro de modo a aumentar a capacidade de resposta dos 
sectores do Governo, observando os padrões internacionais e princípios humanitários que regem a gestão e resposta a situações de emergência. 
Na perspectiva de garantir um alinhamento entre as acções planificadas pelo Governo e o apoio dos parceiros de cooperação, foram integrados 
nos sectores do Governo os meios humanos e materiais existentes bem como o tipo de intervenção a ser efectuada nas fases de prontidão, 
resposta e recuperação. O organigrama abaixo representa a coordenação entre o governo e equipa humanitária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNAPROC 
CENOE 
INGD 
CTGD 
CCGD 
Abrigo 
CMT HCT 
HCTWG 
Educação 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: Mecanismo de Coordenação entre o Governo e Equipe Humanitária 
 
3.4.6. Responsabilidades Sectorial para eventos hidroclimatológicos extremos tais como, cheias e ciclones 
INAM IP DNGRH INGD 
São competências do Ministério que superintende a área 
de meteorologia, através da Plataforma Electrónica 
Integrada de Disseminação de Fluxo de Informação de Aviso 
Prévio de Cheias e Ciclones, disponibilizar todos os dias da 
semana, incluindo aos fins-de-semana e feriados, às 10 horas 
ou em horário distinto em função da evolução do evento: 
São competências do Ministério que superintende 
a área de gestão de recursos hídricos, através da 
Plataforma Electrónica Integrada de Disseminação 
de Fluxo de Informação de Aviso Prévio de Cheias 
e Ciclones, disponibilizar todos os dias da semana, 
incluindo aos fins-de-semana e feriados, às 10 
horas ou em horário distinto em função da evolução 
do evento: 
São competências do sector de gestão e redução do 
risco de desastres, através da Plataforma Electrónica 
Integrada de Disseminação de Fluxo de Informação 
de Aviso Prévio de Cheias e Ciclones, disponibilizar 
diariamente, incluindo aos fins-desemana e feriados, 
às 12 horas ou em horário distinto em função da 
evolução do evento: 
 Dados diários de precipitação da rede de estações 
meteorológicas nacional; 
 mapas mostrando o vento máximo esperado ao 
longo dos dias seguintes em cada distrito; 
 mapas mostrando a precipitação acumulada 
esperada ao longo dos próximos 3 dias ou mais em 
cada distrito; 
 
 dados diários de precipitação das estações 
climáticas nas bacias hidrográficas 
partilhadas com os países de montante; 
 séries temporais de níveis de águas 
fluviais previstos pelos modelos 
hidrológicos do Ministério que 
superintende a área de gestão de recursos 
hídricos, enfatizando o tempo de 
 disseminar atempadamentemensagens 
claras e precisas de aviso prévio de cheias e 
de ciclones, para os órgãos de comunicação 
social, órgãos de governação 
descentralizada, governos distritais, 
lideranças locais e Comités Locais de Gestão 
e Redução de Risco de Desastres; 
Serviços Sociais 
Comunicação 
Informação e 
Planificação 
Infraestrutura 
Proteção 
Logística 
Recuperação 
Inicial 
Agua, 
Saneamento 
e Higiene 
Segurança 
Alimentar 
Telecomunicacoes Saúde 
Nutricação 
11 
 
propagação da onda e o pico de cheia para 
cada cidade/vila ao longo dos rios; 
 previsões de tempo diárias e dos próximos 5 dias; 
 
 séries temporais de vento e precipitação observadas 
e/ ou previstas para os 3 dias seguintes, nas áreas de 
maior impacto 
 dados diários de níveis hidrométricos e 
caudais nacionais provenientes de 
montante 
 mapas de risco de cheias, inundações e de 
eventos meteorológicos extremos à escala da 
comunidade, em formato e conformidade 
com os documentos já aprovados; 
 
 informação, comunicados, alertas e avisos de 
eventos meteorológicos extremos, com 
interpretação explícita dos impactos prováveis ou 
possíveis, dando indicação da magnitude, quando e 
onde prevê – se risco, que permitam o reforço 
atempado da prontidão e resposta, informação sobre 
as condições técnicas e materiais para o 
funcionamento efectivo do Subsistema de aviso 
prévio e de alerta de Cheias e Ciclones; 
 dados diários e mensais de níveis de 
armazenamento das albufeiras nacionais e 
de montante; 
 informação sobre os impactos verificados a 
nível comunitário, em consequência da 
precipitação intensa, ventos fortes, cheias e 
inundações observados 24h após a 
ocorrência do evento; 
 previsões hidrológicas de curto e médio 
prazos, incluindo mapas de magnitudes de 
riscos de cheias nas bacias hidrográficas e 
zonas urbanas, e com antecedência de 48 a 
 informação sobre o registo das respostas 
locais aos comunicados e avisos emitidos 
para efeitos de aferição da eficácia das 
medidas preconizadas; 
 
 Desenvolvimento das actividades de 
educação cívica e sensibilização sobre 
gestão e redução do risco de desastres 
nas comunidades, pelo sector de gestão e 
redução do risco de desastres, entre os 
dias 20 de Dezembro e 30 de Março de 
cada ano. 
 mapas com a trajectória prevista do ciclone, 
mostrando a intensidade e abrangência para cada 
momento e ainda o cone de incerteza, num intervalo 
entre a próxima hora até os próximos três dias ou 
mais, depois de ser publicado pelo Centro 
Meteorológico Regional Especializado das Ilhas 
Reunião; 
 96 horas, bem como, o impacto das cheias 
sobre as comunidades em risco; 
 informação de alertas e avisos de cheias e 
de inundações, com interpretação explícita 
dos impactos prováveis ou possíveis, 
indicando a magnitude, a data da 
ocorrência e o local de incidência, para 
permitir o reforço atempado da prontidão e 
resposta; 
 dados diários de precipitação da rede de estações 
meteorológicas da África Austral, disponível no 
sistema global de telecomunicações; 
 informação sobre as condições técnicas e 
materiais para o funcionamento do 
Subsistema de aviso prévio e de alerta de 
Cheias e Ciclones; 
 
 um texto com a interpretação clara e 
simplificada sobre os possíveis impactos 
nas comunidades mais vulneráveis, e 
qualquer outra informação hidrológica 
relevante. 
 informação sobre as condições técnicas e 
materiais para o funcionamento do 
Subsistema de aviso prévio e de alerta de 
Cheias e Ciclones 
 
12 
 
 
Plano de Contingência : De acordo com artigo 31 da lei 10/2020 de 24 de Agosto, o plano de 
contingência visa responder aos desastres e assegurar a assistência humanitária e recuperação rápida, 
eficaz e eficiente a todos os níveis. A recuperação sustentável do plano de contingência compreende 
acções que visam a restauração ou melhoria dos meios de subsistência da comunidade afectada pelos 
desastres, bem como restabelecer princípios e mecanismos de funcionamento dos ecossistemas para 
evitar ou reduzir futuros riscos de desastres. 
3.7.Sistema de Gestão de Desastres ao Nível Descentralizado ou Local e os Seus Componentes 
 
O Sistema de Gestão de Desastres ao Nível Descentralizado ou Local é uma abordagem que visa 
fortalecer a capacidade das comunidades e autoridades locais na gestão eficaz dos riscos de desastres em 
suas áreas. Essa abordagem reconhece que a gestão de desastres não deve ser centralizada apenas no 
nível nacional, mas também descentralizada para os níveis subnacionais, onde os impactos dos desastres 
são mais directamente sentidos. 
O sistema de gestão de desastres a nível descentralizados compreendem os seguintes componentes: COEs 
provinciais e distritais, comunidades, lideres comunitários, governos provincial, distrital e INAM IP local 
e INGD provincial e distrital. 
O Sistema de Gestão de Desastres ao Nível Descentralizado busca promover uma abordagem mais 
participativa, adaptável e eficaz para a gestão de desastres, envolvendo diretamente as autoridades e as 
comunidades locais. Isso contribui para uma resposta mais rápida e eficiente aos desastres, bem como 
para a construção de comunidades mais resilientes diante dos riscos existentes. 
 Para o nível provincial, o COE Provincial recebe a informação do CENOE e elabora o seu comunicado 
em estreita colaboração com os parceiros ao nível provincial,de acordo com o nível de alerta para a sua 
respectiva província. Espera-se que COEs provinciais ajudem a “traduzir” e refinar a informação emitida 
pelo INGD/CENOE de forma a ser melhor ajustada ao contexto local das comunidades em risco. Para 
além da comunicação para o nível distrital e, em paralelo,deverá comunicar com os CLGRD e as próprias 
comunidades, usando variados meios de disseminação apropriados. 
Para o nível distrital, o COE Distrital recebe a informação do CENOE e também dos COEs Provinciais. 
Se necessário, deverá trabalhar em conjunto com as ARAs IP/ representações das Divisões de Bacia 
13 
 
Hidrográfica, delegações do INAM IP e outras entidades, que possuam informação relevante, para redigir 
comunicados mais contextualizados aos seus distritos/municípios, e esta informação deverá fluir para os 
diferentes actores do distrito, incluindo as comunidades, com enfoque para as comunidades que precisam 
de levar a cabo acções imediatas. 
A nível das comunidades, os CLGRD recebem informação do COE Distrital, mas também do CENOE 
e do COE Provincial para avisar as comunidades. 
 
As comunidades podem ser instruídas, através dos CLGRD, a enviar-lhes, quanto antes, este tipo de 
informação, por via escrita ou oral, ou podem ser inquiridas directamente pelos CLGRD, que tomariam 
as suas notas e fariam chegar, em sentido inverso do envio de mensagens, até ao INGD/CENOE. 
O esquema a seguir mostra o conceito geral do fluxo de informação “ideal”, entre as instituições chave 
e com as entidades principais da cadeia de informação, até o aviso chegar à população. Pode-se ver que 
há circuitos paralelos para obviar quaisquer interrupções na cadeia de transmissão de comunicados. 
 
Figura 9. Fluxo de informação ideal após desastres. Fonte: (CENOE, 2022). 
 
Figura 10. Conceptualização do fluxo de informação para de comunidade. Fonte: (CENOE, 2022). 
14 
 
Nos esquemas a seguir estão representados os vários níveis de transmissão da informação, por meio de 
círculos de cores diferentes, centrados na comunidade, que é o alvo mais importante do aviso prévio. 
Todo o esquema está concentrado apenas na cadeia entre o CENOE e as comunidades. 
Estão representados os meios de comunicação, bem como os de difusão propostos para serem usados 
nesta Estratégia, tendo como base de saída o CENOE. Eles têm redundância, para garantir que a 
informação chega atempadamente às comunidades. Pode-se ver que os instrumentos usados “na última 
milha” são os mais diversificados, os quais são mobilizados consoante as característicasde organização 
das comunidades e o tempo de que se dispõe para accionar as medidas preconizadas. 
 
Figura 11. Níveis de transmissão de informações no processo de gestão de desastres. Fonte: (CENOE, 2022). 
 
3.8. Analise crítica de sistema de gestão de desastres existente em Moçambique 
 
Uma análise crítica do sistema de gestão de desastres existente em Moçambique revela desafios e áreas 
que podem ser aprimoradas para melhorar a eficácia e a resiliência diante de desastres. Alguns pontos de 
análise crítica podem incluir: 
Coordenação e colaboração: Embora exista um sistema de gestão de desastres em Moçambique, 
existem desafios na coordenação e colaboração efectiva entre as diferentes entidades. Isso pode resultar 
em lacunas na troca de informações, duplicação de esforços e falta de sinergia na resposta a desastres; 
Capacidade de resposta e recursos: A capacidade de resposta a desastres é um desafio em termos de 
disponibilidade de recursos adequados, incluindo equipamentos de emergência, pessoal treinado e 
financiamento suficiente. É essencial investir na capacitação adequada de equipes de resposta a desastres, 
na melhoria da infraestrutura de resposta e na mobilização de recursos adequados para garantir uma 
resposta eficaz e oportuna; 
15 
 
Enfoque preventivo e mitigação de riscos: Embora a gestão de desastres envolva a resposta a eventos 
catastróficos, é fundamental fortalecer as medidas preventivas e de mitigação de riscos. Isso incluindo a 
identificação e redução dos riscos existentes, a promoção da resiliência das comunidades e o investimento 
em infraestruturas resilientes a desastres; 
Participação comunitária e conscientização: A participação activa das comunidades é essencial para 
uma gestão eficaz de desastres. O envolvimento da comunidade não esta estabelecida na lei 10/2020 de 
24 de Agosto, visto que é importante envolver as comunidades na tomada de decisões, na disseminação 
de informações sobre riscos e na implementação de medidas de redução de riscos. 
4. Considerações Finais 
 
Considerando os objectivos traçados e tendo em conta o primeiro objectivo constatou -se que 
Moçambique possui sistema de gestão de desastres, estabelecido pela lei 10/2020 de 24 de Agosto. 
Durante as analises feitas de sistema de gestão de desastres ao nível central e local, verificou-se que 
existe uma coordenação activa em diferentes sectores e as responsabilidades já atribuídas pelo governo. 
É comum que não existe um sistema ou modelo perfeito assim como o sistema de gestão de desastres 
em Moçambique apresenta algumas lacunas, na disseminação de informação ( confirmação de 
informação), na reconstrução após desastres , falta de sistemas de aviso prévio em locais que são mais 
frequentes a eventos extremos, participação activa da comunidade e inclusão do líder comunitário no 
órgão de gestão de desastres e alguns factores mencionados ao longo de texto. 
 
 
5. Referências Bibliográficas 
 
ACDI. (2023). Sexto Relatório de Avaliação do IPCC: Impactos, opções de adaptação e áreas de 
investimento para uma África Austral resiliente às mudanças climáticas . Shutterstock . 
BR. (2020). Lei n.º 10/2020: Lei de Gestão e Redução do Risco de Desastres. Maputo. 
CENOE. (2022). Estratégia nacional para o estabelecimento de um sistema integrado do fluxo de 
informação de aviso prévio de cheias e ciclones em Moçambique 2022-2030. Maputo. 
GNRH. (2017). Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos. Maputo. 
INAM, I. (2023). Estado do clima de Moçambique em 2022. Maputo. 
16 
 
IPCC. (2023). Avaliação do sexto relatório do IPCC. 
Mavume, A., & Queface, A. (2018). Adaptação às Mudanças Climáticas e Redução do Risco de 
Desastres. Maputo. 
PAC. (2021). Plano Anual de Contingência 2021-2022. Maputo. 
PAC. (2022). Plano Anual de Contingência 2022-2023. Maputo. 
PNA. (2021). Plano Nacional de Adaptação de Moçambique. Maputo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
Anexos 
 
Anexo 1 : A imagem abaixo mostra a conversa que o grupo teve com o Director do CENOE no 
modelo virtual no dia 14.07.2023. 
 
 
 
 
Anexo 2. Questões da entrevista 
Análise do Sistema Nacional de Emergência do País: Caso de Estudo do Plano de Contingência 
Nacional 2021/2022 
Entrevista ao Director de CENOE 
1. Quais foram os resultados trazidos no plano anual de contingência 2021-2022? 
2. Os resultados encontrados foram plausíveis? 
3. Existem alguns factores que foram melhorados no plano anual de contingência 2022-2023, tendo 
em consideração os resultados alcançados no plano anterior? 
4. Como é feita a liderança na resposta de emergência? 
5. Como é feita a comunicação e coordenação nas várias fase de resposta: antes , durante e depois? 
6. Como é feita a comunicação com as comunidades? Como é feito o envolvimento comunitário, 
desde a planificação, resposta e reconstrução? 
7. Quais são as fraquezas e ameaças do sistema de gestão de risco de desastres? 
8. Diversos .

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