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Diarreia e Constipação Intestinal

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Rebeca Noronha – Medicina 
 
 
 
 
Objetivos: 
Revisar os tipos de diarreia e constipação e suas etiologias; 
Entender os fatores de risco, manifestações clínicas e complicações da diarreia e da constipação; 
Discutir como são feitos o diagnóstico e o diagnóstico diferencial da diarreia e da constipação; 
Compreender como se dá o tratamento da diarreia e da constipação; 
Descrever como se dá a prevenção da diarreia e da constipação. 
Diarreia 
Definição: 
A OMS define diarreia, como a “dejeção de fezes moles ou líquidas pelo menos três vezes em 24 
horas”, sendo a principal preocupação a consistência e não a frequência. 
A diarreia pode estar relacionada com uma simples alteração intestinal ou ser causada por 
bactérias, vírus, parasitas, medicamentos (iatrogênica), problemas intestinais ou intolerâncias 
alimentares. 
Classificação: 
Quanto à fisiopatologia: 
Diarreia osmótica – presença de moléculas solúveis em água que levam a retenção osmótica da 
água. 
Diarreia secretória – aumento da secreção dos fluídos isotônicos da mucosa intestinal. 
Diarreia exudativa – áreas inflamadas do intestino podem causar secreção de substâncias como 
pus, soro, muco e pus, causando diarreia. 
Diarreia motora – ressecção intestinal ou fístulas enteroentéricas. 
Quanto ao ponto de vista prático: 
Aguda – tem uma duração inferior ou igual a 2 semanas 
Rebeca Noronha – Medicina 
 
Persistente – duração de 14 dias ou mais 
Crônicas – duração igual ou superior a 4 semanas. 
Diarreia aguda aquosa: diarreia que pode durar até 14 dias e determina perda de grande volume 
de fluidos e pode causar desidratação. Pode ser causada por bactérias e vírus, na maioria dos 
casos. 
Diarreia aguda com sangue (disenteria): é caracterizada pela presença de sangue nas fezes. 
Representa lesão na mucosa intestinal. Pode associar-se com infecção sistêmica e outras 
complicações, incluindo desidratação. Bactérias do gênero Shigella são as principais causadoras 
de disenteria. 
Diarreia persistente: quando a diarreia aguda se estende por 14 dias ou mais. Pode provocar 
desnutrição e desidratação. Pacientes que evoluem para diarreia persistente constituem um grupo 
com alto risco de complicações e elevada letalidade. 
Assim, doença diarreica aguda pode ser entendida como um episódio diarreico com as seguintes 
características: início abrupto, etiologia presumivelmente infecciosa, potencialmente autolimitado, 
com duração inferior a 14 dias, aumento no volume e/ou na frequência de evacuações com 
consequente aumento das perdas de água e eletrólitos17. Apesar da definição de diarreia aguda 
considerar o limite máximo de duração de 14 dias, a maioria dos casos resolve- -se em até 7 dias. 
FISIOPATOLOGIA: 
1. Diarreia secretora: 
Aumento da secreção dos fluídos isotônicos da mucosa intestinal. Surge através de uma secreção 
ativa de sódio e cloro que causa perda de água, provocando a passagem desta água para o lume 
do intestino, originando uma diarreia aquosa que não é afetada pelo jejum. 
As causas incluem infeções virais (por exemplo rotavírus, vírus Norwalk), infeções bacterianas (por 
exemplo causadas por Vibrium Cholereae, Escherichia coli enteroxinogênica, Staphylococcus 
aureus), parasitas (por exemplo Giardia, Isospora, Crystosporidium), distúrbios associados ao HIV, 
causas iatrogênicas, síndrome de Zollinger-Ellison 
2. Diarreia exsudativa ou inflamatória: 
Á reas inflamadas do intestino podem causar secreção de substâncias como pus, soro, muco e 
pus, causando diarreia. É considerada uma inflamação, necrose e descamação da mucosa cólica. 
Este tipo de diarreia pode ser causado por lesões da parede do intestino delgado ou cólon. Estas 
lesões podem resultar em alterações no processo de absorção de água e, por outro lado, podem 
Rebeca Noronha – Medicina 
 
produzir exsudação de líquido para o lume do intestino. Podem ser devidas a causas infeciosas 
(Salmonella, Shigella, E. coli, Clostridium difficile), parasitárias (Entamoeba histolytica), doença 
inflamatória intestinal, doença de Crohn e tumores. 
3. Diarreia osmótica: 
Presença de moléculas solúveis em água que levam a retenção osmótica da água. Nestes casos, 
as fezes são de cor clara, aquosas e não apresentam elementos inflamatórios. Uma dieta consegue 
controlar e melhorar a diarreia. As causas para este tipo de diarreia são, por exemplo, intolerância 
à lactose, insuficiência pancreática, crescimento excessivo de bactérias e abuso de laxantes. 
4. Diarreia motora: 
Ressecção intestinal ou fístulas enteroentéricas. Consiste numa alteração do trânsito intestinal 
provocando uma diarreia intermitente (aumento e diminuição da dejeção) que perturba a adequada 
absorção dos nutrientes. Diabetes mellitus, insuficiência suprarrenal, hipertireoidismo, parasitas, 
laxantes, síndrome do cólon irritável e utilização de antibióticos são algumas das causas 
responsáveis por este tipo de diarreia. 
 
Etiologia: 
Diarreia aguda 
Normalmente a causa mais frequente de diarreia aguda nas crianças ocorre devido a uma infeção 
viral, enquanto nos adultos deve-se a uma infeção bacteriana. 
Os vários grupos de risco são os viajantes, consumidores de certos alimentos, pessoas 
imunocomprometidas, crianças e trabalhadores de creches e seus familiares e pessoas 
institucionalizadas. 
Os seguintes agentes infecciosos são os que causam a maior parte dos quadros da diarreia aguda: 
Rebeca Noronha – Medicina 
 
Vírus - rotavírus, coronavírus, adenovírus, calicivírus (em especial o norovírus) e astrovírus. 
Bactérias - E. coli enteropatogênica clássica, E. coli enterotoxigenica, E. coli enterohemorrágica, E. 
coli enteroinvasiva, E. coli enteroagregativa18, Aeromonas, Pleisiomonas, Salmonella, Shigella, 
Campylobacter jejuni, Vibrio cholerae, Yersinia 
Parasitos - Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Cryptosporidium, Isosopora 
Fungos – Candida albicans 
Pacientes imunocomprometidos ou em antibioticoterapia prolongada, podem ter diarreia causada 
por: Klebsiella, Pseudomonas, Aereobacter, C. difficile, Cryptosporidium, Isosopora, VIH, e outros 
agentes. 
Diarreia crônica 
A diarreia crônica pode ser dividida em três categorias: aquosa; esteatorreica; e inflamatória. A 
diarreia aquosa subdivide-se na secretória, osmótica e funcional; a diarreia esteatorreica, por sua 
vez, subdivide-se na síndrome de má absorção e na má digestão. 
As principais causas de diarreia crônica devem-se à síndrome do cólon irritável, à doença 
inflamatória intestinal, colite microscópica, diarreia mal absortiva, infeções crônicas, causas 
medicamentosas e endócrinas. Têm como causas doenças inflamatórias do intestino, cânceres 
intestinais, alterações da imunidade como AIDS, alergias alimentares. 
As doenças inflamatórias intestinais, que são uma das principais causas da diarreia crônica, 
normalmente são acompanhas de febre, dor abdominal e hemorragias. 
Manejo: 
 
 
 
 
 
 
Rebeca Noronha – Medicina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rebeca Noronha – Medicina 
 
 
 
 
Rebeca Noronha – Medicina 
 
Constipação intestinal (CI) 
Definição: 
É a dificuldade de eliminação intestinal, que acontece entre três a quatro dias, necessitando de 
maior força na defecação. 
A sua patogênese é multifatorial e perpassa por predisposição genética, hábitos alimentares com 
baixo consumo de fibras e/ou ingesta inadequada de líquidos, estilo de vida sedentário, distúrbios 
hormonais, efeitos colaterais de medicamentos e diversos outros possíveis fatores. 
Etiologia e classificação: 
A CI é classificada em causas primárias e secundárias. As causas primárias são resultantes de 
diversos fatores, envolvendo o não relaxamento da musculatura anorretal do assoalho pélvico, 
consumo inapropriado de fibras, a inércia colônica, alimentação incorreta, controle do hábito da 
evacuação. As causas secundárias são de ordem neurológica, provocadas por neuropatias 
traumáticas ou sistêmicas, doenças endócrinase tratamentos medicamentosos. 
Em associação aos aspectos fisiopatológicos, é classificada em três categorias distintas: 
constipação de trânsito lento, constipação de trânsito normal e doenças do ato evacuatório. A CI 
de trânsito normal é mais frequente, neste tipo as manifestações são: fezes duras ou defecação 
incompleta, porém o período percorrido pelo cólon seja regular. 
A CI de trânsito lento acontece mais em mulheres jovens que defecam até uma vez por semana, 
frequentemente começando-se na puberdade, apresentando desconforto abdominal, dor, 
flatulência e urgência fecal, sendo menos comum. Os casos mais leves reagem bem à terapêutica 
dietética como aumento do consumo de fibras, o que não acontece nos quadros mais sérios. 
Por fim, as patologias do ato de evacuação acontecem em razão da disfunção esfíncter anal ou do 
assoalho pélvico. O indivíduo geralmente descreve o medo da dor ao defecar, em razão das fezes 
volumosas e endurecidas, e pode possuir hemorroidas e fissura anal. Abuso sexual ou físico podem 
estar relacionados a distúrbios de evacuação. 
Manifestações: 
Observam-se, normalmente, as manifestações: fezes com volume diminuído, endurecidas ou de 
difícil eliminação, redução da frequência nas evacuações, assim como a sensação de defecação 
incompleta, desconforto abdominal. Todas essas manifestações podem estar associadas a 
Rebeca Noronha – Medicina 
 
náuseas, anorexia, vômitos, tenesmo, aumento abdominal, impactação fecal e incontinência 
paradoxal, podendo causar abdome agudo obstrutivo. 
Complicações: 
Alguns motivos como as manifestações crônicas, a ausência de orientação terapêutica e a 
utilização de laxantes, podem apresentar como consequência o aparecimento de outros problemas, 
como: hemorroidas, fissuras anais, doença diverticular do colón e fecalomas com impactação. Além 
disso, pode ser uma manifestação inicial de patologias graves como o câncer colorretal. 
A CI, quando grave, pode causar prolapso retal e infecções do trato urinário em alguns indivíduos, 
enquanto a obstrução fecal, em pacientes institucionalizados e idosos, pode provocar úlceras 
intestinais contaminadas. 
Tratamento: 
O tratamento da constipação intestinal crônica perpassa por uma abordagem gradativa, no qual 
inicialmente busca-se mudanças no estilo de vida e na dieta, aliados a métodos não farmacológicos 
e somente após, se necessário, o uso de medidas farmacológicas. 
Ressalta-se a importância da orientação ao paciente quanto à necessidade de uma dieta rica em 
fibras, com ênfase para os vegetais e de hidratação adequada. Outro ponto importante é a 
reeducação dos hábitos de evacuação. É importante reestabelecer a disciplina de horários e a 
obediência ao reflexo evacuatório. Ainda, é de suma importância o exercício físico durante o 
tratamento da constipação intestinal. 
O tratamento farmacológico da CI é efetuado com a utilização de laxantes, medicamentos que 
facilitam a defecação e objetivam transportar o líquido para o lúmen intestinal, elevar volume, 
causar amolecimento do bolo fecal e promover o peristaltismo intestinal. Porém, o seu uso crônico 
pode causar colite medicamentosa, diarreia com perda intensa de eletrólitos e água, especialmente 
potássio, provocando astenia e fraqueza muscular. 
Outras terapias não-famarcológicas incluem terapia de biofeedback, terapia comportamental e 
estimulação elétrica. A terapia de biofeedback envolve o retraimento do assoalho pélvico e dos 
músculos do esfíncter anal com um pequeno balão ou sonda elétrica. Esse tipo de terapia pode ser 
útil em pacientes com sintomas e achados no exame físico que sugiram disfunção do assoalho 
pélvico ou para aqueles nos quais terapias conservadoras fracassaram. 
Os laxantes são classificados conforme o seu mecanismo de ação em: emolientes, formadores de 
bolo, osmóticos, lubrificantes e estimulantes ou irritantes do peristaltismo intestinal. 
Rebeca Noronha – Medicina 
 
Os formadores de bolo fecal provocam o efeito laxativo pela retenção de água na luz intestinal, 
elevando o volume das fezes, e assim, promovendo o peristaltismo. O efeito laxativo acontece entre 
12 a 24 horas. É indicado aos indivíduos que não podem corrigir com dieta a CI. Devem ser 
ingeridos com muita água para não ocorrer flatulência. Normalmente, são bem tolerados e com 
baixos índices de reações adversas. O fitoterápico dessa classe é o Psyllium mil. Esta fibra pode 
ser usada na dose de um sachê (5,8 g) dissolvido em água de uma a três vezes ao dia. Pode ser 
encontrada em formas farmacêuticas, como Plantaben® Metamucil®. A distensão abdominal é um 
dos principais efeitos adversos. 
Os laxantes irritantes ou estimulantes agem causando a elevação da contração da musculatura lisa 
intestinal através de estímulo ao plexo mioentérico. A principal vantagem é a ação rápida, por volta 
de seis a doze horas; entretanto, sua utilização crônica pode causar danos no plexo mioentérico, 
provocando a dismotilidade colônica. Os fitoterápicos dessa classe podem agir no intestino 
delgado, como o óleo de rícino, ou no intestino grosso, que são compostos derivados 
antraquinônicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rebeca Noronha – Medicina 
 
Referências: 
Guia Prático de Atualização Departamento Científico de Gastroenterologia. 2017. 
MANEJO DO PACIENTE COM DIARREIA – Ministério da Saúde 
Diarreias - MESTRADO INTEGRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS. Mariana Godinho 
Cayatte Castanheira Antunes. 2014 
FREITAS, Aline Reis; AMORIM, Ítalo Filipe Cardoso. A influência dos hábitos de vida na 
constipação intestinal crônica funcional: uma revisão integrativa. Revista Eletrônica Acervo 
Saúde, v. 13, n. 10, p. e8978-e8978, 2021. 
PINHEIRO, Antônia Karmiles et al. Constipação intestinal: tratamento com fitoterápicos. 2018. 
GARCIA, Lillian Bolanheis et al. Constipação intestinal: aspectos epidemiológicos e 
clínicos. Saude e pesquisa, v. 9, n. 1, p. 153-162, 2016.

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