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Mortalidade e Recrutamento florestal

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UNIVERSIDADE ZAMBEZE 
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL 
DEPARTAMENTO DE ENHENHARIA FLORESTAL 
III ANO, V SEMESTRE 
DISCIPLINA: SILVICULTURA TROPICAL 
 
TEMA: RECRUTAMENTO E MORTALIDADE 
 
 
 
Discentes: 
Amade Coma 
Drubek Alves 
Hélio Matete 
Janete Varavatché 
Jovito Sandramo 
Luís João 
Manuel Bernardo 
Velela Majaua 
Zacarias Manete 
Docente: 
Eng˚ Adriano Materusse Chipinduro 
Mapiri MSc. 
Mocuba, Maio de 2023 
ÍNDICE 
I. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1 
1.1. OBJECTIVOS ................................................................................................... 1 
1.1.1. Geral: .......................................................................................................... 1 
1.1.2. Específicos .................................................................................................. 1 
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 2 
2.1. Recrutamento ..................................................................................................... 2 
2.1.1. Modelagem de recrutamento ...................................................................... 3 
2.1.2. Dificuldades na modelagem de recrutamento ............................................ 4 
2.2. Mortalidade ........................................................................................................ 5 
2.2.1. Tipos de mortalidade .................................................................................. 6 
2.2.2. Causas de mortalidade ................................................................................ 7 
2.2.3. Obtenção de dados de mortalidade ............................................................. 8 
2.2.4. Modelagem de mortalidade ........................................................................ 9 
III. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 10 
IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 11 
 
 
Silvicultura Tropical Página 1 
 
I. INTRODUÇÃO 
Recrutamento como a admissão de um ser em uma determinada população ou 
comunidade. O recrutamento de plântulas pode ser confundido com o seu aparecimento 
ou germinação. Muitas vezes o recrutamento também é chamado de ingresso, e nesse 
caso deve ser definido como o processo pelo qual as árvores pequenas aparecem em um 
povoamento, como, por exemplo, em uma parcela permanente, após a primeira 
medição. 
O recrutamento é usualmente quantificado por meio do número de árvores ou plântulas 
que alcançam ou excedem um tamanho limite específico em certo período, como 
resultado de diferentes processos de regeneração, como o estabelecimento, crescimento 
e mortalidade de plântulas (LEXERØD; EID, 2005). 
Dentre os parâmetros de dinâmica florestal a mortalidade tem um papel fundamental, 
sendo definida como “o volume ou número de árvores que havia inicialmente e que 
morreram num determinado período” (CAMPOS; LEITE, 2013). 
A mortalidade de árvores é fundamental para estudar a dinâmica florestal, a rotatividade 
do carbono acima do solo, a função e os serviços do ecossistema, biodiversidade, 
estrutura da floresta e padrões espaciais de produtividade e biomassa (STEPHENSON 
et al., 2014; MALHI et al., 2015; ANDEREGG et al., 2016). 
 
 
1.1.OBJECTIVOS 
1.1.1. Geral: 
 Descrever aspectos relacionados com a Mortalidade e Recrutamento. 
1.1.2. Específicos 
 Explicar tipos de modelagem de mortalidade e recrutamento; 
 Caracterizar tipos de mortalidade; 
 Descrever causas da mortalidade. 
 
Silvicultura Tropical Página 2 
 
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1. Recrutamento 
Carvalho (1997) define recrutamento como a admissão de um ser em uma determinada 
população ou comunidade. O recrutamento de plântulas pode ser confundido com o seu 
aparecimento ou germinação. Muitas vezes o recrutamento também é chamado de 
ingresso, e nesse caso deve ser definido como o processo pelo qual as árvores pequenas 
aparecem em um povoamento, como, por exemplo, em uma parcela permanente, após a 
primeira medição. 
O recrutamento é usualmente quantificado por meio do número de árvores ou plântulas 
que alcançam ou excedem um tamanho limite específico em certo período, como 
resultado de diferentes processos de regeneração, como o estabelecimento, crescimento 
e mortalidade de plântulas (LEXERØD; EID, 2005). 
Segundo Kohyama e Takada (1998), obtêm-se taxas de recrutamento aparente 
simplesmente pela contagem de árvores que são menores que um tamanho mínimo em 
um inventário, mas que entraram nesse tamanho em um segundo inventário. 
 Vanclay (1994b) diferencia os termos regeneração e recrutamento, sendo que 
regeneração é a renovação de povoamentos florestais por meios naturais ou meios 
artificiais (semeadura e plantio), enquanto que, o recrutamento refere-se aos indivíduos 
que alcançaram um tamanho especificado (em altura ou em diâmetro). Os conceitos 
estão relacionados, e a distinção entre eles depende de eventos arbitrários no 
desenvolvimento de um indivíduo, desde a semente até uma pequena árvore. 
Para Swaine et al. (1987), a taxa de recrutamento de uma espécie é a manifestação da 
fecundidade, crescimento e sobrevivência de plantas juvenis dessa espécie na 
população. Porté e Bartelink (2002), em uma revisão de modelos para florestas, 
consideram que a regeneração é definida como a progenia estabelecida de uma matriz, 
ou as plântulas ou mudas existentes em um povoamento. 
O ingresso corresponde à quantidade de árvores (em número, volume ou área basal) que 
são menores que um determinado diâmetro mínimo, ou o limite de altura no início de 
um período de crescimento, e que durante esse período atingiram o tamanho prescrito. 
O ingresso é frequentemente restrito quando se refere à regeneração, mas somente 
empregado em modelos de distribuição baseados em matrizes como FOREST, FIBER 
Silvicultura Tropical Página 3 
 
3.0 e no modelo de Hann (1980). Consequentemente, o termo recrutamento parece mais 
adequado para referir-se ao processo de instalação de novas plântulas no povoamento 
(PORTÉ; BARTELINK, 2002). 
2.1.1. Modelagem de recrutamento 
A predição do ingresso pode ser abordada em três estágios: 
 Modelagem da produção de sementes e germinação; 
 Modelagem da regeneração que tenta predizer o desenvolvimento das árvores a 
partir das sementes ou plântulas; 
 Modelagem do recrutamento, a qual prediz o número de árvores que atinge um 
tamanho predeterminado (MUHAIRWE, 2003). 
De acordo com Vanclay (1992), como os dados adequados para modelagem da 
regeneração são difíceis de obter, muitos modelos predizem o recrutamento em vez da 
regeneração. Esses modelos predizem o número de árvores que alcançam ou que 
excedem o limite de algum tamanho nominal especificado (por exemplo: 3 m de altura, 
10 cm de diâmetro). 
Vanclay (1994a) distingue dois procedimentos para a modelagem do recrutamento: o 
estático e o dinâmico. 
O procedimento estático leva relativamente pouco em conta as condições do 
povoamento e assim prediz uma quantidade constante de recrutamento, indicando uma 
média esperada em longo prazo sob condições típicas. 
O procedimento dinâmico corresponde às condições do povoamento, predizendo o 
recrutamento como uma função da densidade do povoamento, da composição e de 
outros parâmetros. 
A abordagem estática da predição do recrutamento considera que a quantidade de 
recrutamento observado durante o período de colecta de dados reflecte a média em 
longo prazo, e que essa quantidade não irá variar grandemente entre os períodos de 
projecção preditos pelo modelo. Tais suposições do recrutamento estático são comuns 
em projecção da tabela de povoamentos e em métodos matriciais. 
Procedimentos matriciais realísticospodem predizer a diminuição do recrutamento com 
o aumento da densidade do povoamento ou somente com a morte de outra árvore. 
Silvicultura Tropical Página 4 
 
Embora essas abordagens sejam um tanto empíricas, elas podem fornecer estimativas 
úteis de recrutamento para povoamentos que não diferem grandemente dos 
povoamentos-fontes usados para o desenvolvimento do modelo (VANCLAY, 1992). 
Quando os dados permitem, o melhor procedimento é estimar o recrutamento como uma 
função do sítio e das condições do povoamento. Diversos desses modelos têm sido 
publicados, e variam de altamente empíricos até aqueles com uma base biológica. As 
variáveis comumente usadas incluem a produtividade do sítio, a densidade do 
povoamento (área basal do povoamento, número de árvores,índices de competição) e 
tempo desde a última colheita. A inclusão de detalhes da última exploração no modelo 
pode ajudar a obter um bom ajuste aos dados, porém isso pode limitar as aplicações do 
modelo, já que esses detalhes podem não ser conhecidos para todos os povoamentos. 
Quando diversas espécies estão envolvidas, os modelos podem predizer o recrutamento 
para cada grupo de espécies independentemente, ou podem predizer o total e então 
determiná-los às espécies candidatas (VANCLAY, 1994b). 
2.1.2. Dificuldades na modelagem de recrutamento 
Os dados disponíveis para os objectivos de modelagem são deficientes em pelo menos 
dois aspectos. Primeiro, por causa das técnicas tradicionais de medição de parcelas, a 
taxa de entrada de novos indivíduos geralmente tem sido baseada na taxa de ingresso 
em uma classe de tamanho de cerca de 10 cm de DAP ou maior e muito ocasionalmente 
encontram-se dados abaixo de 2 cm. O problema de quando se usa taxa de ingresso em 
um diâmetro limite é o tempo de atraso. De fato, o ingresso actual depende parcialmente 
da regeneração de alguns anos anteriores. A segunda deficiência na disponibilidade dos 
dados é relativa à amplitude de condições de tipos florestais coberta pelos dados 
(LEAK; GRABER, 1976). 
Um dos mais difíceis aspectos da modelagem de crescimento e produção florestal é a 
previsão da regeneração. Por causa da alta mortalidade entre plântulas, da dificuldade de 
identificação e do alto custo de medições, o inventário usualmente apenas avalia as 
árvores maiores (aquelas maiores de 10 cm de DAP), e o modelo de crescimento simula 
somente o crescimento dessa fracção. É possível modelar o crescimento das árvores 
menores, porém os dados são escassos e isso adicionaria complexidade desnecessária, 
não fornecendo melhoria mensurável na precisão do modelo. Assim, normalmente os 
Silvicultura Tropical Página 5 
 
modelos predizem o recrutamento de árvores com 10 cm de DAP (VANCLAY, 
1994a,b). 
De acordo com Vanclay (1992), uma das dificuldades na modelagem do recrutamento é 
a grande variabilidade na regeneração. Ao contrário do relativamente regular 
crescimento das árvores individuais, a regeneração tende a ser esporádica, com pouca 
ou nenhuma regeneração por vários anos e frequentemente grandes quantidades nos 
anos em que ocorre. As condições do povoamento contribuem para algumas dessas 
variações, como a periodicidade de anos mais produtivos e o clima predominante, mas a 
regeneração permanece um processo estocástico, gerando dificuldades para uma 
eficiente estimativa do modelo. Boa parte da variabilidade associada com a regeneração 
é devida ao fato de que durante certo período alguma regeneração pode ou não ocorrer. 
2.2. Mortalidade 
Dentre os parâmetros de dinâmica florestal a mortalidade tem um papel fundamental, 
sendo definida como “o volume ou número de árvores que havia inicialmente e que 
morreram num determinado período” (CAMPOS; LEITE, 2013). 
A mortalidade de árvores é fundamental para estudar a dinâmica florestal, a rotatividade 
do carbono acima do solo, a função e os serviços do ecossistema, biodiversidade, 
estrutura da floresta e padrões espaciais de produtividade e biomassa (STEPHENSON 
et al., 2014; MALHI et al., 2015; ANDEREGG et al., 2016). 
Entretanto segundo Anderegg et al. (2016) “a mortalidade é mal monitorada em 
comparação com o crescimento e a produtividade das florestas devido à sua natureza 
altamente estocástica” 
A mortalidade em povoamentos inequiâneos é largamente dependente da estrutura do 
povoamento. Povoamentos com grande número de árvores pequenas e com 
proporcionalmente menor número de árvores de grandes dimensões, terão taxas de 
mortalidade mais altas do que povoamentos com poucas árvores e com uma pequena 
razão numérica entre número de árvores nas sucessivas classes de diâmetro. 
Desconsiderando a contribuição do ingresso, um povoamento florestal irá gradualmente 
ser reduzido, em número, a uma taxa decrescente com o tempo, até que todas as árvores 
eventualmente morram. Como o povoamento inequiâneo é caracterizado por um 
decréscimo na frequência de árvores à medida que os diâmetros das árvores aumentam, 
Silvicultura Tropical Página 6 
 
é esperado que as frequências de mortalidade sejam maiores nas classes de diâmetro 
inferiores. Biologicamente, tal relacionamento é esperado, pois a mortalidade 
relacionada com a supressão aumenta com o aumento da frequência de árvores 
(MOSER, 1972). 
De acordo com Botkin et al. (1972a), o fundamento básico sobre a mortalidade é que a 
maioria das árvores das espécies dos estratos médios e superiores que não possam 
manter uma taxa mínima de crescimento provavelmente não sobrevivem por longo 
tempo na floresta. Além disso, existem outros eventos, tais como ventos, secas, raios, 
parasitismo e ataque de pragas, que podem resultar na morte de qualquer árvore em 
qualquer momento. 
2.2.1. Tipos de mortalidade 
Lee (1971) distinguiu dois tipos de mortalidade: a regular e a irregular. 
Regular – ocorre quando as árvores crescem tão próximas umas das outras que elas 
competem pela sobrevivência. Essa competição por limitado fornecimento de luz, água 
e nutrientes é mais intensiva em povoamentos densos ou superestocados e não ocorre 
com árvores que crescem em ambientes totalmente abertos. As árvores cobertas e 
suprimidas eventualmente morrem; já as árvores vigorosas e aquelas mais adaptadas ao 
ambiente tendem a ter maior probabilidade de sobrevivência. Essa probabilidade 
aumenta com o tamanho e idade até que a árvore esteja madura. 
Irregular - mortalidade causada por danos de insectos, doenças, vento e fogo é 
chamada de mortalidade irregular. 
De acordo com Hann (1980), a mortalidade pode ser classificada em catastrófica 
(irregular) e não-catastrófica (regular). A morte catastrófica é o resultado de distúrbios 
em massa, normalmente imprevisíveis, como incêndios, tempestades, ventos, epidemias 
de doenças e ataques de insectos; já a mortalidade não-catastrófica acompanha o 
desenvolvimento normal do povoamento. 
Lee (1971) usou a expressão “mortalidade regular” para mortes relacionadas à 
competição por recursos somente, enquanto Vanclay (1983) usa-a em um contexto mais 
amplo. O autor emprega a expressão “mortalidade regular” para referir a mortalidade 
que pode ser esperada em relativamente pequeno número de árvores (tanto indivíduos 
como pequenos grupos) em intervalos regulares. Esse tipo de mortalidade refere-se 
Silvicultura Tropical Página 7 
 
principalmente ao envelhecimento, supressão e competição, e também à mortalidade 
oriunda do acaso, ocorrência normal de pragas e doenças, e de condições climatológicas 
(secas, raios e tempestades), as quais comummente ocorrem (eventos com uma 
probabilidade de ocorrência de não menos que uma vez em dez anos). Já a mortalidade 
catastrófica inclui incêndios, grandes epidemias, ataques de pragas e perdas ocasionadas 
por condições climáticas severas (VANCLAY, 1994a). 
Robert (2003) considera em floresta tropical dois tipos de mortalidades naturais: a 
mortalidade primária e a secundária. 
A mortalidade primária é composta pela morte dependenteda densidade do 
povoamento (morte da árvore em pé) e independente da densidade (queda de árvores). 
Essa mortalidade depende do estado de senilidade da árvore (representada pelo 
diâmetro), da competição a que a árvore tem sido submetida (representada pelo valor do 
crescimento prévio em diâmetro) e do estado de desequilíbrio causado pela assimetria 
da copa. 
 A mortalidade secundária é relacionada àquelas árvores cujas quedas são induzidas 
pela queda de outras árvores. 
2.2.2. Causas de mortalidade 
Segundo Carvalho (1997), a mortalidade pode ser causada por diversos factores, como: 
ataques de patógenos, parasitas e herbívoros; tempestades; danos causados por chuvas 
fortes, principalmente em árvores emergentes; danos durante a exploração e 
principalmente nos primeiros cinco anos seguintes; e morte por idade, considerando que 
todo ser vivo tem um período de vida finito. Em florestas tropicais, o padrão de 
mortalidade natural no tempo e no espaço está fortemente relacionado à máxima 
longevidade das árvores, distribuição em classes de tamanho, abundância relativa das 
espécies, e tamanho e número de aberturas no dossel da floresta. 
A competição e a supressão são os agentes sobre os quais foi concentrada a maior 
atenção em modelagem florestal, especialmente em povoamentos puros. Em florestas 
mistas, a situação é mais complexa e não existem teorias refinadas. Entretanto, a 
necessidade por luz, nutrientes e espaço físico é contínua e qualquer redução abaixo das 
necessidades mínimas irá eventualmente levar a árvore à morte (VANCLAY, 1983, 
1994a). 
Silvicultura Tropical Página 8 
 
Para Botkin et al. (1972a), os factores bióticos e abióticos afectam cada espécie 
diferentemente e a possibilidade de sobrevivência em qualquer dado ano é determinada 
pela idade máxima conhecida de cada espécie. Vanclay (1994a) considera que a idade 
da árvore pode ser um factor contribuinte na mortalidade, mas pode não ser a causa da 
morte, e muitas mortes podem ser atribuídas à competição, pragas, doenças e eventos 
aleatórios. O tamanho da árvore não parece ser uma causa da morte, mas na prática é 
um bom preditor da probabilidade de mortalidade. 
Outro importante agente de mortalidade em povoamentos florestais é o clima. A 
ocorrência de secas ou inundações prolongadas pode acelerar a morte de árvores 
suprimidas, doentes ou velhas, e pode, ainda que raramente, causar a morte de árvores 
saudáveis sem a presença de tais agentes associados. Os raios e tempestades também 
podem matar ou danificar árvores. Os danos do vento podem ser catastróficos, e podem 
ou não ser dependentes das condições do povoamento. Os incêndios também são causas 
de perdas catastróficas. Entretanto, muitas outras causas de mortes de árvores podem ser 
atribuídas ao acaso, já que nenhuma explicação aparente pode ser encontrada. (Vanclay 
1994a). 
A mortalidade causada directamente por actividades humanas é também considerada 
por Vanclay (1983), que afirma que o mais importante aspecto da interferência humana 
é a exploração em que as árvores são removidas por causa da madeira. 
2.2.3. Obtenção de dados de mortalidade 
A mortalidade natural é um evento raro, principalmente para árvores grandes não senis, 
que apresentam a taxa bem menor que 1 % ao ano (WYCKOFF; CLARK, 2002). Por 
isso os dados são limitados, mesmo se houver disponível um grande conjunto de dados 
medidos. Além disso, geralmente, não há dados suficientes sobre as condições extremas 
da floresta por causa dos procedimentos típicos de selecção de parcelas (YANG; 
TITUS, 2002). 
Carey et al. (1994) afirmam que o período de tempo é crítico em estudos de mortalidade 
de árvores, pois enquanto o crescimento é um processo constante, a morte é instantânea. 
Portanto, florestas estão sempre crescendo e acumulando biomassa em um dado 
intervalo de tempo, mas podem ou não perder biomassa por mortalidade no mesmo 
período de tempo, dependendo da área amostrada. Estudos de longo prazo são a única 
maneira de estimar com precisão a taxa de mortalidade em um determinado local. 
Silvicultura Tropical Página 9 
 
De acordo com De Graaf et al. (1999), a mortalidade é mais complicada e tem custos 
mais altos para se estudar do que o incremento. As taxas de mortalidade anuais devem 
ser derivadas de populações de várias centenas de indivíduos observados em um longo 
período de tempo, de no mínimo dez anos, para compensar os eventos irregulares no 
clima e o ritmo de crescimento das árvores. 
2.2.4. Modelagem de mortalidade 
O entendimento dos processos biológicos associados com o crescimento e mortalidade 
das árvores pode ajudar a modelagem de duas maneiras. Primeiro, auxilia a formular 
hipóteses entre os problemas de mortalidade e as variáveis independentes disponíveis. 
Segundo, é útil para a própria avaliação e interpretação de formas de modelo 
alternativas. Qualquer relação modelada que viola os princípios biológicos deve ser 
rejeitada, mesmo se resulta em predições eficientes da mortalidade para as condições de 
um conjunto de dados (HAMILTON JR., 1990). 
De acordo com Vanclay (1989), diversas abordagens para predizer a mortalidade têm 
sido descritas, mas a maioria foi desenvolvida para povoamentos monoespecíficos e não 
é adequada para modelagem de povoamentos de florestas naturais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Silvicultura Tropical Página 10 
 
III. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 O recrutamento é usualmente quantificado por meio do número de árvores ou plântulas 
que alcançam ou excedem um tamanho limite específico em certo período, como 
resultado de diferentes processos de regeneração, como o estabelecimento, crescimento 
e mortalidade de plântulas. A predição do ingresso pode ser abordada em três estágios: 
Modelagem da produção de sementes e germinação; Modelagem da regeneração que 
tenta predizer o desenvolvimento das árvores a partir das sementes ou plântulas; 
Modelagem do recrutamento, a qual prediz o número de árvores que atinge um tamanho 
predeterminado. 
Distinguiu-se dois tipos de mortalidade: a regular e a irregular. Regular, ocorre quando 
as árvores crescem tão próximas umas das outras que elas competem pela 
sobrevivência. Essa competição por limitado fornecimento de luz, água e nutrientes é 
mais intensiva em povoamentos densos ou superestocados e não ocorre com árvores que 
crescem em ambientes totalmente abertos. Irregular, mortalidade causada por danos de 
insectos, doenças, vento e fogo é chamada de mortalidade irregular. 
A mortalidade pode ser causada por diversos factores, como: ataques de patógenos, 
parasitas e herbívoros; tempestades; danos causados por chuvas fortes, principalmente 
em árvores emergentes; danos durante a exploração e principalmente nos primeiros 
cinco anos seguintes; e morte por idade, considerando que todo ser vivo tem um período 
de vida finito. Em florestas tropicais, o padrão de mortalidade natural no tempo e no 
espaço está fortemente relacionado à máxima longevidade das árvores, distribuição em 
classes de tamanho, abundância relativa das espécies, e tamanho e número de aberturas 
no dossel da floresta. 
 
 
 
 
 
 
Silvicultura Tropical Página 11 
 
IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALDER, D.; SILVA, J. N. M. An empirical cohort model for management of Terra 
Firme forests in the Brazilian Amazon. Forest Ecology and Management, Amsterdam, 
v. 130, n. 1-3, p. 141-157, 2000. 
BUCHMAN, R. G. Mortality functions. In: USDA-Forest Service. A generalized forest 
growth projection system applied to the Lake States regions. Saint Paul: Forest 
Service/North Central Forest Experiment Station, 1979. 
CARVALHO, J. O. P. Dinâmica de florestas naturais e sua implicação para o manejo 
florestal. In: CURSO DE MANEIO FLORESTAL SUSTENTÁVEL. Tópicos em 
manejo florestal sustentável. Colombo: Embrapa-CNPF, 1997. 
HAMILTON Jr., D. A. A logistic model of mortality in thinned and unthinned mixed 
conifer stands of Northern Idaho.Forest Science, Bethesda, v. 32, n. 4, p. 989-1000, 
1986. 
HAMILTON Jr., D. A. Extending the range of applicability of an individual tree 
mortality model. Canadian Journal of Forest Research, Ottawa, v. 20, n. 8, p. 1212-
1218, 1990. 
HANN, D. W. Development and evaluation of an even- and uneven-aged ponderosa 
pine/Arizona Fescue stand simulator. Ogden: Forest Service/Intermountain Forest and 
Range Experiment Station, 1980. 
LEE, Y. Predicting mortality for even-aged stands of lodgepole pine. Forestry 
Chronicle, Saint Annede-Bellevue, v. 47, n. 1, p. 29-32, 1971. 
ROBERT, A. Simulation of the effect of topography and tree falls on stand dynamics 
and stand structure tropical forests. Ecological Modelling, Amsterdam, v. 167, n. 3, p. 
287-303, 2003. 
SHEIL, D.; MAY, R. M. Mortality and recruitment rate evaluations in heterogeneous 
tropical forests. Journal of Ecology, Oxford, v. 84, n. 1, p. 91-100, 1996. 
VANCLAY, J. K. Techniques for modelling timber yield from indigenous forests with 
special reference to Queensland. 194 f. Dissertation (Master of Science in Forestry) - 
Linacre College, Oxford University, Oxford, 1983.

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