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Modelagem de Processos para a Qualidade e Certificação Análise e Modelagem de Processos Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria MICHELE D. DIPP AUTORIA Michele D. Dipp Sou formada em Engenharia Química e pós-graduada em MBA em Gestão de Projetos, com uma experiência técnico-profissional na área de qualidade de mais de 15 anos. Passei por empresas com sistemas de gestão de qualidade em fase de implementação e com sistemas certificados, com necessidade de modelagem de processos existentes e desejáveis para implementação de melhorias e descrição de processos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO BPM (Business Process Modeling) ......................................................... 12 O que são Processos? ................................................................................................................. 12 Tipos de Processos ................................................................................................... 13 Processos Primários ................................................................................ 13 Processos de Apoio ................................................................................ 13 Processos Gerenciais ............................................................................. 14 Processos AS IN ......................................................................................... 14 Processos TO BE ....................................................................................... 14 Modelagem de Processos ........................................................................................................ 14 Iniciando o Modelamento de Processos .................................................... 17 Ferramentas para Modelagem de Processos......................................... 19 UML – Linguagem Unificada de Modelagem ..................................20 O que são Notações de Modelagem de Processos? .......................................... 20 Notação de Fluxograma (Padrão ANSI) ....................................................... 21 Notação BPMN ..............................................................................................................23 Notação EPC ..................................................................................................................24 Notação UML .................................................................................................................26 Qualidade na Gestão de Processos .....................................................27 PDCA .........................................................................................................................................................27 Controles de Qualidade em Processos ..........................................................................29 Gestão de Documentação....................................................................................................... 30 Controle de Mudanças ................................................................................................................ 31 Controle de não Conformidades .........................................................................................33 Certificações de BPM ................................................................................ 37 Certificações Fornecidas pela ABPMP ............................................................................37 Certificação CBPA ...................................................................................................... 38 Certificação CBPP ....................................................................................................... 38 Certificação CBPL ....................................................................................................... 39 Certificações Fornecidas pela OMG ................................................................................. 40 Certificação OCUP 2 .................................................................................................. 40 Certificação OCEB 2 ................................................................................................... 41 Tópicos de Estudo Contemplados no Guia CBOK ..................................................42 9 UNIDADE 01 Análise e Modelagem de Processos 10 INTRODUÇÃO Você sabia que a área de análise de processos é uma das áreas que mais têm demanda nas organizações? A modelagem de processos é de extrema importância para a implementação de melhorias, reduzindo custos, aumentando produtividade e lucratividade, melhorando o fluxo dos processos existentes e implementando processos desejáveis. Essa área faz parte da gestão estratégica de uma empresa. Sua principal responsabilidade é realizar o mapeamento, análise e modelagem de processos existentes e desejáveis, gerando maior compreensão das atividades da organização, resolvendo problemas existentes, padronizando processos, entre outras melhorias nos negócios. Entendeu? Ao longo desta unidade você vai mergulhar neste universo! Análise e Modelagem de Processos 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Conceituar modelagem de processos de negócios (BPM) e como realizar a modelagem desses processos. 2. Relacionar e identificar a simbologia de notações de modelagem. 3. Conceituar a importância da qualidade na gestão de processos. 4. Relacionar e identificar como funcionam as certificações em BPM. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Análise e Modelagem de Processos 12 BPM (Business Process Modeling) OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de conceituar modelagem de processos de negócios e saber como realizar essa modelagem em seu negócio. Esta etapa será fundamental para o exercício de sua profissão, pois um processo com uma modelagem bem elaborada ajuda a conhecer melhor as atividades da empresa e a verificar quais pontos podem ser ajustados para se obter um resultado mais eficiente.. As pessoas que conseguem realizar uma modelagem de processos adequada, implementam processos mais eficazes e com maiores lucro para o negócio, tendo geralmente seu trabalho reconhecido pela alta gerência. E então? Motivado para desenvolver esta competência?Então vamos lá. Avante! O que são Processos? Processos podem ser definidos como uma sequência contínua de fatos ou fenômenos que apresentam certa unidade ou se reproduzem com certa regularidade, andamento e desenvolvimento. Em um negócio, podemos definir processos como uma sequência de atividades que resultam no produto final desejado. Para que o aluno possa concluir o curso (resultado do processo), ele necessita passar pelas etapas de realizar sua matrícula, assistir às aulas, estudar, realizar as provas, retirar seu certificado de conclusão. Nas empresas, o conhecimento dos processos de negócios, também chamado de BPM (Business Process Modeling), é muito importante para que se saiba o detalhamento das atividades necessárias e avaliação de pontos de melhorias para obtenção de melhores resultados, tais como agilidade, lucratividade, redução de gastos, entre outros. Análise e Modelagem de Processos 13 Tipos de Processos Para iniciarmos o estudo sobre análise e modelagem de processos, é importante conhecermos os tipos de processos existentes: primários, apoio e gerenciais. Estes tipos são definidos para detalhar a hierarquia entre os processos, de forma a conseguirmos definir o tipo de gestão de cada um. A inter-relação entre os tipos de processos é visualizada por meio do macroprocesso. Processos Primários Os processos primários são aqueles que apresentam as atividades principais para obtenção do produto ou do serviço desejado, sendo também conhecidos como processos principais. A inter-relação entre processos primários, mesmo não obrigatória, ajuda no desenvolvimento das atividades e implementação de melhorias. Processos de Apoio Os processos de apoio, também chamados de secundários, servem para auxiliar os processos primários. As atividades que ocorrem neste tipo de processo não são classificadas como principal na linha de produção/serviço, porém são essenciais para que os processos primários sejam executados. Para que ocorra o processo de produção (primário) é necessário que haja os seguintes processos de apoio: processo de controle de qualidade (acompanhamento de produção e análise de produtos), processo de Recursos Humanos (contratação e treinamento de pessoal qualificado a realizar as atividades), processo de compras (compra de matérias- primas, embalagens, EPIs). Se estes processos de apoio não existissem, não haveria como realizar a produção de forma a entregar o produto com qualidade ao cliente. Análise e Modelagem de Processos 14 Processos Gerenciais Os processos gerenciais são realizados pelas áreas que exercem atividades de gestão e seus resultados geralmente são acompanhados pela alta gerência. Estes processos têm como finalidade planejar, medir e controlar os processos de apoio e os principais. Processos AS IN São chamados processos AS IN (“como está”) a modelagem de processos existentes, tais como estão no momento, sem inclusão de mudanças. Processos TO BE São chamados processos TO BE (“como será”) a modelagem de processos na situação desejada, ou seja, com inclusão de mudanças nos processos já existentes, ou para processos que ainda não existem na organização, por exemplo, a inclusão de nova atividade na organização. Modelagem de Processos O modelamento de processos consiste em traduzir a complexidade de um processo em uma forma simples de entendimento, para que ele possa ser repetido ou melhorado futuramente. Análise e Modelagem de Processos 15 EXPLICANDO MELHOR: Mas para que é tão importante isso? Se você observar ao seu redor, você realiza milhares de diferentes processos diariamente, sem nem perceber. Porém se alguém questionar como você faz determinada atividade, como por exemplo ir ao trabalho, você pode responder com “vou de carro” ou “eu saio de casa, entro no meu carro, dirijo 2 km e chego ao trabalho”. Nestes dois exemplos, a pessoa que está questionando tem condições de repetir os teus passos e ir da sua casa até seu trabalho sem dificuldade? Não! Mesmo a segunda resposta sendo mais detalhada que a primeira, nenhuma delas possui informações essenciais, tais como, onde você estaciona o carro e qual o modelo/placa dele, quais ruas deve seguir, onde estaciona ao chegar no trabalho, para entrar no prédio tem que apresentar alguma identificação, entre outras informações que em um primeiro momento não aparentam ser importantes, mas que por fim são essenciais. Para realizar a modelagem de processos, a organização deve considerar o trabalho como um novo projeto e para tanto deve definir e manter documentado: • Escopo de trabalho - escolher e descrever quais os processos que serão modelados. Importante ressaltar que um escopo não detalhado pode acarretar em erros futuros e gastos de recursos importantes, como tempo e recursos humanos, por necessitar de retrabalho. Por isso, o que não estiver descrito no escopo, não deve ser considerado no projeto. A definição de escopo deve ser realizada por meio da identificação da necessidade do negócio e, posteriormente, dos processos envolvidos nesta necessidade. • Estrutura de pessoal - deve ser descrito claramente quem serão as pessoas envolvidas e quais os seus papéis no projeto. Análise e Modelagem de Processos 16 EXEMPLO: colaborador 1 – entrevistará todos os envolvidos no processo e alimentará o software adquirido; colaborador 2 – disponibilizará tempo de sua equipe para responder aos questionamentos do colaborador 1; colaborador 3 – disponibilizará recursos financeiros para compra de software; colaborador 4 – analisará os dados coletados pelo colaborador 1 e alimentará o software adquirido; colaborador 5 – ministrará todos os treinamentos de capacitação necessários aos colaboradores e à equipe envolvida. Na estrutura de pessoal, é importante identificar as seguintes pessoas chave: • Patrocinador - os patrocinadores podem ser a alta gerência, gestores, clientes ou outros envolvidos que tenham condições de fornecer os recursos necessários, tais como recursos de pessoal, infraestrutura, ambiente, entre outros. • Responsável pelo processo - esta pessoa deve ter o poder de intervir em caso de necessidade e também deve ter pleno conhecimento do processo em questão, sendo uma fonte fundamental de informação. Geralmente é o gestor da área a ser avaliada. • Especialista - quando necessário implementar alguma mudança, pode ser importante a presença de um especialista no assunto, por exemplo, um representante de equipamento. • Cronograma - deve-se definir um cronograma de atividades detalhado, para que os envolvidos nas etapas do projeto estejam disponíveis quando forem requeridos. Análise e Modelagem de Processos 17 REFLITA: O prazo para realização do mapeamento de processos irá variar de acordo com a complexidade do escopo definido, porém não se deve estipular um prazo muito longo, ou seja, com muita folga, pois dificilmente a alta gerência irá autorizar gasto com recursos de pessoal e outros, sem necessidade. Qualquer alteração nas informações, definidas nos itens mencionados, deve ser documentada e considerada como mudança de projeto, e com isso ser realizada uma análise crítica de mudança a fim de verificar quais pontos serão afetados, por exemplo, a necessidade de mais colaboradores, mais recursos financeiros, alteração do cronograma, entre outras questões importantes. Iniciando o Modelamento de Processos A modelagem de processos, como já dito anteriormente, é uma atividade complexa e, para facilitar é recomendável que, após as definições já citadas, sejam adotados os seguintes passos: 1. Treinar a equipe envolvida nas ferramentas a serem utilizadas e na conscientização de colaboradores sobre o inter-relacionamento entre departamentos e possíveis reflexos em mudanças realizadas sem uma comunicação efetiva. 2. Definir o fluxo do processo AS IN, por meio da coleta de dados in loco, seguindo ofluxo de atividades realizadas, entrevistando os colaboradores e coletando detalhes de suas ações. Neste momento é importante a comunicação com o responsável do processo e, se necessário, de especialistas no processo, para que o coletor não fuja do fluxo correto no meio do processo ou, por desconhecimento do processo, deixe de obter alguma informação importante (lembre-se do exemplo sobre o caminho realizado de casa até o trabalho). Análise e Modelagem de Processos 18 3. Identificar problemas existentes no fluxo definido, tais como retrabalhos desnecessários, dificuldades de ações, fragilidades de sistema. 4. Analisar criticamente os problemas identificados, avaliando possíveis melhorias no processo, juntamente com o responsável por esse processo, para que ele consiga avaliar se há alguma informação divergente e com a alta gerência considerar os custos envolvidos nas mudanças identificadas. NOTA: Quando houver informações divergentes com a realidade, é importante que seja avaliado se algum operador mudou o procedimento executado sem falar com o responsável do processo ou se houve falha na comunicação durante a coleta de dados. Havendo mudança no processo, deve- se avaliar quais os benefícios e consequências dessa mudança perante todo o processo e a organização, pois muitas vezes, operadores modificam seus procedimentos para facilitar seu trabalho, mas não avaliam se há impactos, como por exemplo a falta de dados para outra área, falta de atendimento às legislações vigentes, geração de custo de licenças. 5. Desenvolver o mapeamento do processo TO BE com as soluções e as melhorias detectadas na análise crítica realizada. 6. Definir, implementar e monitorar medidas de controle para as atividades críticas. 7. Realizar treinamento das mudanças realizadas com a equipe envolvida. É importante que ao longo do projeto de modelagem de processo, todas as informações e reuniões sejam documentadas para análise dos dados coletados e para a evolução das etapas do projeto que são realizadas periodicamente. Análise e Modelagem de Processos 19 Ferramentas para Modelagem de Processos Para a modelagem dos fluxos de processos mapeados, podem ser utilizadas diversas ferramentas, sendo elas manuais ou softwares, off-line ou on-line, gratuitas ou pagas, com linguagens mais simplificadas ou mais complexas. A escolha da ferramenta vai depender do nível de conhecimento da organização e do aporte financeiro destinado ao projeto, lembrando que por mais que se utilizem softwares gratuitos ou ferramentas manuais, há o custo de pessoal envolvido, que pode variar com o tempo de trabalho no projeto. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o site BPMN Tool Matrix, clicando aqui. Esse material apresenta uma relação de diversos tipos de ferramentas que auxiliam no modelamento de processos. Disponível aqui. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu tudo mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir o que vimos. Você deve ter aprendido que a modelagem de processos é muito importante para a padronização de atividades, implementação de melhorias e obtenção de melhores resultados. Toda nova modelagem de processos deve ser tratada como um projeto, tendo todas suas informações devidamente documentadas. Lembre-se também que qualquer alteração nesse projeto poderá acarretar mudanças significativas, então mantenha atenção e cuidado com alterações não previstas. Para que você consiga desenvolver a modelagem dos processos existentes e desejáveis, você pode utilizar de diversas ferramentas, mas lembre-se de avaliar qual é a mais adequada para o uso da organização. Análise e Modelagem de Processos https://bpmnmatrix.github.io 20 UML – Linguagem Unificada de Modelagem OBJETIVO: A modelagem de processos pode ser representada em diversas formas, e para facilitar o entendimento pelos profissionais envolvidos foram padronizados alguns tipos de linguagens, chamadas de UML (linguagem unificada de modelagem) ou notações de modelagem de processo. Ao término deste capítulo você será capaz de relacionar e identificar os diferentes tipos de linguagens e avaliar qual a melhor forma de representar os processos em sua organização. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! O que são Notações de Modelagem de Processos? DEFINIÇÃO: Segundo a CBOK (2013), notação é um conjunto padronizado de símbolos e regras que determinam o significado desses símbolos. Em outras palavras, notações de modelagem de processos são a forma utilizada para padronizar e registrar o mapeamento dos processos realizados, para que todos os envolvidos consigam entender corretamente seu fluxo. Mas por que isso é importante? Não posso simplesmente fazer quadrinhos e setas? Bom, se você está trabalhando com pessoas leigas, pode ser que seja suficiente, mas quando você está trabalhando em um nível profissional, deve adequar a linguagem de acordo com o nível de compreensão dos envolvidos. Análise e Modelagem de Processos 21 Neste capítulo iremos falar sobre as quatro primeiras notações (BPMN, fluxograma INSI, EPC e UML) por serem as mais conhecidas e utilizadas nas organizações. Notação de Fluxograma (Padrão ANSI) O fluxograma INSI é a linguagem mais simplificada de processos, que utiliza um conjunto de símbolos disponibilizados na sequência em que os eventos ocorrem, sendo mais utilizado por estudantes ou profissionais aprendizes. Os símbolos de fluxograma são padronizados pelo Instituto Nacional Americano de Padronização (ANSI). Os principais símbolos são: Início/Fim – representados por círculos alongados, indicam o início ou término de processos. Operação – representada por retângulos, indicam as atividades executadas ao longo do processo. Ponto de decisão – representado por losangos, indicam pontos de interseção do processo, ou sejam, onde o processo é dividido em dois ou mais caminhos, conforme a resposta ao questionamento indicado. Conexão – representado por círculos pequenos com uma letra interna, indicam a saída de uma parte do processo e entrada em outra parte. Há diversos outros tipos de símbolos específicos que podem ser utilizados, que devem ser avaliados a cada caso. Os softwares que utilizam este tipo de notação possuem as legendas necessárias para identificação destes símbolos. Análise e Modelagem de Processos 22 A figura 1 apresenta o exemplo de fluxo de processo descrito pela notação de fluxograma INSI. Figura 1 - Fluxograma de processo de produção Fonte: Elaborado pela autora (2020). VOCÊ SABIA? O pacote Microsoft Office utiliza como notação oficial a linguagem de fluxograma INSI. Para usar essa ferramenta, basta acessar o menu Inserir>Formas>Fluxograma. Análise e Modelagem de Processos 23 Notação BPMN BPMN (Business Process Model and Notification) é uma notação, desenvolvida em 2002, e é uma das mais utilizadas pelas organizações para modelagem de processos, por ser facilmente compreendida. A notação BPMN é habitualmente confundida com a notação de fluxograma INSI, porém o BPMN é uma linguagem mais completa, contendo melhor visualização de seus símbolos. A maioria dos softwares de modelagem de processos utiliza esta linguagem por ela ser um padrão aberto, ou seja, não é propriedade de nenhuma empresa e pode ser utilizada sem pagar taxas ou royalties pelo seu uso. Na modelagem BPMN, os objetos são divididos em três tipos: • Eventos: símbolos utilizados para representar uma alteração no fluxo de processo. São representados por círculos: Início - assinala o início de processo. Intermediário - assinala evento que ocorre no meio do processo e que altera seu fluxo. Fim - assinala o término de processo. • Atividades: símbolo utilizado para representar as atividades executadas no processo. É representada porretângulo: Atividade de processo – cada retângulo representa uma atividade diferente. Atividade de subprocesso – representa um outro processo executado dentro do processo demonstrado. • Gateways: símbolos utilizados para representar pontos de decisões no fluxograma, ou seja, quando há duas ou mais opções de caminho. Junção ou separação exclusiva – representa a ação de separação ou junção de duas ou mais atividades, na qual somente uma das ações originais (quando junção) ou finais (quando separação) são seguidas. Análise e Modelagem de Processos 24 Junção ou separação inclusiva – representa a ação de separação ou junção de duas ou mais atividades, na qual se pode seguir o caminho simultaneamente por somente uma atividade, ou por parte das atividades, ou por todas as atividades relacionadas. Junção ou separação paralelas de fluxos – representa a ação de separação ou junção de duas ou mais atividades, no qual, obrigatoriamente, o fluxo deve seguir o caminho por todas as atividades relacionadas. • Dados: símbolos utilizados para representar entradas ou saídas de informações. Uso de dados – representa a entrada ou saída de documentos, dados ou informações. Armazenamento de dados – representa a entrada ou saída de armazenamento de documentos, dados ou informações. Há diversos outros tipos de símbolos específicos que podem ser utilizados conforme cada caso. Os softwares contêm as legendas necessárias para identificação destes símbolos. Notação EPC A notação EPC (Event-driven Process Chain) é utilizada para conjuntos mais complexos de processos, possuindo uma linguagem mais técnica e completa do que a notação BPMN. O EPC, por sua complexidade, procura envolver elementos como resultados, riscos, KPI, problemas, entre outros. Os principais símbolos de notação EPC são: Evento – descreve ocorrência que causa um efeito (função). Função – descreve transformação (mudança de estado do sistema). Regras – estabelecem conexões lógicas entre funções e eventos (E, OU e EXCLUSIVAMENTE OU), expressando decisões, testes, paralelismo e convergência de fluxos de processos. Unidades organizacionais – representam departamentos envolvidos no processo. Análise e Modelagem de Processos 25 Pessoas ou cargos – representam pessoas ou cargos envolvidos no processo. Informações ou dados – apresentam informações/dados utilizadas ou gerado em um processo. Produtos ou serviços – apresentam os produtos ou serviços gerados ou consumidos pelo processo. Objetivos – representam o motivo da realização de um processo ou tarefa. Figura 2 - Fluxograma de processo de produção em notação EPC OP recebida OP incorretaOP correta OP Qualidade Produção XOR OP preenchida Conferir OP Dados produto OP Preencher OP Fonte: Elaborado pela autora (2020). A notação EPC é utilizada no sistema ARIS (Architecture of Integrated Information Systems), uma plataforma completa de modelagem, controle e execução de processos. Análise e Modelagem de Processos 26 Notação UML A UML (Unified Modeling Language) é a linguagem de notação de processos utilizado em projetos de sistemas. Este sistema é composto por diagramas estruturais e comportamentais e elementos gráficos com relações entre si. Os diagramas estruturais especificam a parte estática do sistema, ou seja, trazem os detalhes da estrutura de sistema, tais como métodos, interfaces, serviços, componentes que devem ser instalados, entre outros. Os diagramas comportamentais especificam a parte dinâmica, trazendo os detalhes do comportamento do sistema, tais como funcionalidades do sistema, como componentes estruturais devem trocar mensagens ou respondem às chamadas, como o processo do negócio deve ser tratado, entre outros. ACESSE: Para mais informações sobre notações de sistemas, você pode ler o Guia CBOK – Guia para gerenciamento de processos – versão 3.0. RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu tudo mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que existem diversas linguagens para expressar modelagem de processos e que cada tipo de notação tem características diferentes, adequadas para vários tipos e níveis de organizações. A notação mais comum nas organizações é o BPMN, trazendo uma linguagem completa de processos, enquanto a notação de fluxograma INSI, por ser mais simples e de fácil acesso, é utilizada por pessoas e organizações com menor nível de conhecimento do assunto. Para sistemas de tecnologia de informação (TI), a notação mais utilizada é a UML, que é mais completa e com maior complexidade de informações. Análise e Modelagem de Processos 27 Qualidade na Gestão de Processos OBJETIVO: Neste capítulo iremos discutir a importância da qualidade na gestão de processos de negócios. . A qualidade e a gestão de processos devem andar em conjunto para que o trabalho realizado obtenha mais resultados e possa ser utilizado como referências futuras. Qualidade não é apenas para empresas que precisam um certificado na parede? Não! Mas então o que é a qualidade? E para que serve a gestão da qualidade? A gestão de qualidade em uma organização é um conjunto de elementos interligados entre si e que tem como objetivo atender às políticas e objetivos da empresa, garantindo que os processos sejam seguidos, conforme definido previamente e resultando em produtos ou serviços que gerem a satisfação do cliente interno e externo. Ah, mas então a Gestão de Qualidade avalia todos os processos que a empresa tem? O ideal seria ter essa avaliação para todos os processos existentes, mas no mundo real, isso depende da definição de priorização da alta gerência. Então, se você quer se destacar em sua organização, pode mostrar a importância de haver controles de qualidade nos processos e os resultados que a empresa obterá com este trabalho. Então vamos lá conhecer mais sobre princípios da qualidade que podem ser aplicados na gestão de processos! PDCA Você já deve ter ouvido alguém falar sobre essa sigla “PDCA”, mas você sabe o que significa e como funciona? Análise e Modelagem de Processos 28 O ciclo PDCA, também conhecido como ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, tem origem na combinação das palavras em inglês: Plan (Planejar), Do (Executar), Check (Verificar) e Action (Agir). Figura 3 - Ciclo de PDCA Fonte: Freepik (2021). A implementação do ciclo PDCA é realizado em etapas sequenciais e progressivas. • PLAN (Planejar) – consiste em realizar o diagnóstico de melhorias necessárias aos processos. • DO (Executar) – consiste na implementação das melhorias identificadas. • CHECK (Verificar) – consiste no acompanhamento do que foi executado, por meio de implementação de controles de processos, por exemplo, check list ou indicadores e verificar os seus resultados. Análise e Modelagem de Processos 29 • ACT (Agir) – consiste em analisar os resultados obtidos e avaliar se os objetivos foram alcançados. Sempre que os objetivos não forem alcançados, devem ser avaliadas quais foram as falhas entre o alinhamento do que foi planejado e o que foi executado. Estas informações irão alimentar a próxima rodada do ciclo PDCA, que deve ser reiniciado a partir do PLAN, gerando assim uma sequência infinita de rodadas, proporcionando a melhoria contínua dos processos. NOTA: Sempre que houver mudanças significativas nos processos, a modelagem do processo TO BE deve ser avaliada e refeita, se aplicável. Controles de Qualidade em Processos Como já foi dito anteriormente, todos os processos mapeados e modelados devem conter controles de processos. Mas o que são controles de processos? Controle de processos, também chamados de controles de qualidade, consiste no conjunto de registros de ações realizadas, com a finalidade de acompanhar os resultados ao longodo processo (não somente no final), garantindo que o resultado do processo seja satisfatório, conforme planejado. Existem diversos tipos de controles que podem ser utilizados, os mais comuns são: • Check list - é uma lista de verificação de ações a serem realizadas, de forma que o colaborador realize sua atividade sem esquecer de alguma ação importante. Todo o desvio deve ser identificado e justificado, para avaliação posterior sobre possíveis impactos no processo. • Formulários de registros de atividades - são formulários criados para registrar informações-chave das atividades realizadas Análise e Modelagem de Processos 30 ao longo de determinado período. Essas informações servem para acompanhamento dos processos e avaliação de perfil da atividade, podendo indicar a necessidade de ações preventivas ou corretivas. • Indicadores - são resultados coletados em pontos considerados como críticos nos processos, e possuem a finalidade de acompanhar, avaliar, interferir ou modificar esse processo ou parte dele. Indicadores devem ser alinhados com as políticas e as metas da organização e devem ser acompanhados periodicamente pelo gestor (responsável pelo processo). NOTA: Desvios detectados por meio de controles de processos devem ser pontuais e não rotineiros. Desvios pontuais indicam um momento de instabilidade no processo, que deve ser corrigido para não voltar a ocorrer. Quando os desvios se tornam rotineiros, indicam que o processo está fora de controle e necessita de uma análise crítica para que soluções sejam identificadas e implementadas. Gestão de Documentação A gestão de documentação garante maior organização dos processos, aumentando a possibilidade de resultados satisfatórios. Ela atua no controle de todos os documentos que possuam informações essenciais aos processos, como procedimentos, instruções de trabalhos e registros. Para a execução da gestão de documentação, é necessário haver a rastreabilidade de todos os documentos envolvidos nos processos, ou seja, cada documento deve ter um código específico e o número de sua revisão, para evitar que documentos obsoletos sejam utilizados. O controle de revisão de documentos é realizado por meio do preenchimento de uma lista mestra, que deve conter, no mínimo, código do documento, nome do documento, número da revisão vigente e data da aprovação da última revisão. Análise e Modelagem de Processos 31 A gestão de documentos pode ocorrer de forma manual ou por meio de softwares específicos. Quando se tratam de registros, eles devem conter a data e a identificação de quem realizou seu preenchimento. Isto serve para que as atividades executadas possam ser revistas passo a passo e, se necessário, conversar com o responsável pelo registro para entender melhor possíveis desvios ocorridos. O controle de registros deve conter informação de onde e como são armazenados os documentos preenchidos, qual o tempo de armazenamento destes arquivos e se possui alguma forma de proteção. Controle de Mudanças Você já sabe que toda a mudança realizada nos processos deve ser analisada criticamente para avaliar as vantagens e as desvantagens. Também já sabe que a mudança deve ser devidamente documentada. Mas qual a real importância disso? Vamos responder isso com um exemplo. EXPLICANDO MELHOR: Você está realizando sua tarefa na empresa, na qual tem que ficar preenchendo a informação de quantidade de embalagens recebidas (informação que a área em que você trabalha não utiliza para nada), em um sistema operacional que, para você, só atrapalha a vida. Então você propõe a exclusão desta atividade, afinal, se você nem seus colegas de departamento a utilizam, não deve servir para nada, não?! O que você não avaliou é que aquela informação alimenta um banco de dados gerencial, utilizado para a realização de cálculos de previsão de estoque para a área de compras. Se a mudança for realizada sem análise, vai impactar diretamente o planejamento de previsão de compras e, consequentemente, a previsão de programação de produção, ou seja, uma simples informação, que inicialmente não agrega em nada, pode causar o caos em outros processos da empresa. Análise e Modelagem de Processos 32 Agora, por que documentar a mudança? Quando avaliamos e planejamos uma mudança, é importante registrar toda a análise realizada e os passos necessários, envolvendo uma equipe multidepartamental. Desta forma, todos os envolvidos conseguem saber qual é o status de andamento da mudança e quem foram os aprovadores e verificar se todas as equipes foram envolvidas e comunicadas. Após a mudança ser implementada, ela aparentemente não é mais importante e poderia ser descartada, correto? Não!!! Todo o histórico de mudanças é importante e deve ser mantido sob controle, para que no futuro, quando alguém propuser uma mudança em um processo existente, pode ser avaliada se já não foi proposta anteriormente, tendo sido reprovada por alguma questão específica (custo, ineficiência, complexidade, outros) ou se a mudança proposta não retorna a um modelo de processo alterado por melhoria, ou seja, uma involução. EXPLICANDO MELHOR: Em 2005, a empresa implementou uma mudança no processo de homologação de fornecedores, no qual foi inserido, no sistema, o campo de validade de documentos legais de fornecedores, que era alimentado via planilha manual e não possuía sistema de notificação para as áreas de qualidade e compras solicitarem a atualização de documentos a vencer. Esta mudança, além de ter custado alto valor para a empresa, gerou a eliminação de uma não conformidade (NC), detectada por organismo de certificação, que era requisito legal para o controle de documentos de fornecedores. Ao passar dos anos, toda a equipe de qualidade e de compras foi trocada, e em 2020, o novo colaborador da área de compras que seria responsável pelo preenchimento deste campo achou que o sistema era muito complicado de acessar, pois teria que sair de sua tela para entrar na tela específica, então propôs criar uma planilha manual com essa informação, o que facilitaria seu trabalho. Análise e Modelagem de Processos 33 Sem um histórico de mudanças, eles não saberiam que a planilha já existia, e que havia uma NC detectada por não ter um controle efetivo sobre os vencimentos. Se eles retornassem ao que era, corriam o risco de receber novamente a mesma não conformidade, podendo ocasionar perdas para a empresa. No exemplo citado, qual seria a solução para o caso? Esquecer a mudança e continuar com o trabalho complicado? Pode ser, mas também podiam utilizar o histórico para avaliar novas alternativas, como criar uma planilha com sistema de alerta, ou passar o campo necessário para a tela de trabalho rotineiro do setor de compras, com interface nas telas da área de qualidade. Lembrem-se que o PDCA deve estar sendo sempre em avaliação e que as melhorias devem ser sempre progressivas! Controle de não Conformidades Antes de entrarmos mais a fundo neste assunto, é importante definirmos alguns conceitos: • Não conformidade (NC) - condição em discordância de processos modelados, isto é, não atendimento a requisitos especificados. • Não conformidade potencial - situação detectada que pode gerar futuramente uma não conformidade, caso não seja estabelecida uma ação preventiva. • Ação imediata - ação tomada para corrigir, reduzir ou amenizar a não conformidade no momento de sua ocorrência. • Ação corretiva - conjunto de ações tomadas para corrigir a causa raiz da não conformidade e prevenir sua repetição. • Ação preventiva - conjunto de ações para eliminar as causas de não conformidades potenciais, de forma a evitar sua ocorrência. • Verificação da eficácia - verificar se as ações implementadas foram eficazes, evitando assim a reincidência da não conformidade. • Causa raiz - é a origem de uma não conformidade, ou seja, a causa maisbásica ou fundamental para o defeito ou problema em Análise e Modelagem de Processos 34 um produto ou serviço. A prova de que a definição de uma causa como “raiz” foi correta é a sua eliminação, da qual deve decorrer a não repetição da não conformidade. Bom, agora que você já está a par dos principais conceitos relacionados a não conformidades, vamos começar a falar sobre o controle dessas não conformidades. Sempre que um processo não é seguido, conforme sua modelagem, o resultado do processo será afetado, gerando uma não conformidade. Para que esta não conformidade não seja considerada sistêmica (que ocorre constantemente em um ou mais processos), ela deve ser tratada o quanto antes, preferencialmente antes mesmo de ser NC, ou seja, quando é uma NC preventiva. Para tanto, é muito importante o acompanhamento de análise de controles de processos, para identificar tendências negativas em tais situações. Quando a NC é identificada, após sua ocorrência, deve ser tomada imediatamente uma ação para corrigir o desvio identificado, não afetando o resultado do processo em andamento. Em seguida, deve ser realizada uma reunião de análise com todos os envolvidos, para identificar a causa raiz e definir ações corretivas, evitando que a ocorrência aconteça novamente. NOTA: É importante que a reunião para análise de causa raiz e tomada de ações corretivas não demore para ocorrer, de forma a evitar que haja reincidência da NC. EXPLICANDO MELHOR: Durante o acompanhamento do controle estatístico de processo (CEP), que trata de pesar amostras de produtos em intervalos especificados de tempo, o operador observou que a amostra pesada no meio do lote em andamento, estava abaixo do peso mínimo especificado. Análise e Modelagem de Processos 35 No mesmo momento, o líder de produção ordenou as seguintes ações de correção: parada imediata do envase, avaliação das unidades envasadas entre os tempos de controle do CEP, segregação das unidades com peso abaixo do limite, ajuste do setup do equipamento de envase. Após tomada todas estas ações, o processo de envase foi novamente liberado. Após esse fato, o líder de produção realizou uma reunião com a equipe para analisar mais detalhadamente a ocorrência, e depois de várias análises, descobriram que não foi realizado o checklist de verificação da máquina no início de cada turno (causa raiz), no qual seria identificado que uma das peças estava gasta e deveria ser trocada para não afetar o setup do equipamento ao longo do processo de envase. Como ação corretiva, foi definida a necessidade de treinamento da equipe nos procedimentos existentes para aquele processo e da avaliação do checklist do equipamento, pelo líder de produção, antes de iniciar todos os processos de envase. Assim como o controle de mudanças, também é importante fazer o controle de não conformidades. O histórico do controle de NC nos permite saber se o desvio foi pontual ou reincidente. No caso de reincidência, deve ser avaliado qual a causa raiz identificada anteriormente, para verificar se ela foi identificada corretamente ou não. Também devem ser avaliadas as ações tomadas, para ver se houve realmente uma ação para correção da causa raiz e a efetividade das ações tomadas. Análise e Modelagem de Processos 36 RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu tudo mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido a importância de se ter uma gestão de qualidade sobre os processos modelados, para que os objetivos desejáveis sejam sempre atendidos e melhorias sejam identificadas com maior assertividade. O ciclo PDCA é a base do sistema de gestão de qualidade, sendo importante para todas as análises realizadas por controle de mudanças ou não conformidades. Os controles de processos são importantes para avaliar tendências positivas ou negativas e identificação de pontos de fragilidade do processo. Controles de mudanças e de não conformidades são importantes para que os processos sejam executados com maiores controles, evitando-se que novos desvios ocorram. Análise e Modelagem de Processos 37 Certificações de BPM OBJETIVO: A certificação em gestão de processos qualifica o profissional, dando-lhe destaque nas organizações por seu conhecimento aprofundado no assunto.. O profissional certificado em gestão de processos propicia a empresa alinhar os processos aos objetivos da organização, contribuindo com a estratégia organizacional, melhorando ainda mais os resultados da empresa. Agora iremos relacionar e identificar como funcionam as certificações em BPM, conhecendo mais seus requisitos e níveis de dificuldade. Siga conosco e conheça as principais certificações existentes no Brasil. Certificações Fornecidas pela ABPMP A ABPMP (Association of Business Process Management Professionals) é uma organização internacional, sem fins lucrativos, e que tem como objetivo a atualização de conceitos de gestão de processos de negócios e suas práticas. A ABPMP desenvolveu um modelo de competência BPM que apresenta o caminho de desenvolvimento de habilidade, conhecimentos e nível de experiência de profissionais que seguem carreira na área de análise e modelagem de processo. A ABPMP disponibiliza três níveis de certificação: CBPA, CBPP e CBPL. Vamos tratar de cada uma. Análise e Modelagem de Processos 38 Certificação CBPA A certificação CBPA (Certified Business Process Associate) tem como público- alvo os profissionais com nível analista (básico) de conhecimento em notação BPMN. Para o profissional inscrever-se neste nível de certificação, deve comprovar 1250 h (equivalente a 1 ano), documentadas de experiência de trabalho na área relacionada a processos ou então qualificação de quatro anos de curso universitário. Além disto, o profissional deve realizar o exame presencial, com 2h de duração, contendo 90 questões de múltiplas escolha de conhecimento específico. As questões são baseadas no conteúdo do Guia CBOK. A recertificação ocorre a cada três anos em 30h de educação profissional continuada. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o site para informações completas dessa certificação, clicando aqui. Certificação CBPP A certificação CBPP (Certified Business Process Professional) tem como público-alvo os profissionais com nível arquiteto (avançado) de conhecimento de notação BPMN. Para o profissional inscrever-se neste nível de certificação, deve comprovar ter quatro anos de experiência em processos de negócios e possuir aprovação em outras certificações, como PMP ou CPIM. Além disto, o profissional deve realizar o exame, contendo 130 questões de múltiplas escolha de conhecimento específico, em 3h de duração. Análise e Modelagem de Processos https://www.abpmp-br.org/certificacao/certificacao-cbpa/ 39 A prova pode ser realizada de forma on-line, porém o candidato terá que instalar software específico e ao longo da realização da prova, a webcam deverá estar conectada, em modo de reunião, com a equipe da ABPMP, e não poderá haver nenhum tipo de interrupção na conexão da internet. O conteúdo da prova tem como base o Guia CBOK e vivência prática do profissional em gestão de processos. A recertificação ocorre a cada três anos e 60h de educação profissional continuada. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto acesse o site, que contém as informações completas dessa certificação, clicando aqui. Certificação CBPL A certificação CBPL (Certified Business Process Leader) está em fase de produção, não estando disponível no mercado, porém terá como público-alvo os profissionais com domínio de conhecimento de notação BPMN. O foco desta certificação são profissionais com mais de 10 anos de experiência em processos de negócios, cinco anos de Gestão de Projetos deTransformação de Negócios, possuir certificação em CBPP, além de possuir seis meses de crédito de grau avançado na ABPMP e certificação aprovada em Indústria de Lean, PMP ou CBA. A prova será aplicada durante 3h de duração com 130 questões de múltiplas escolha de conhecimento específico, com foco no Guia CBOK Análise e Modelagem de Processos https://www.abpmp-br.org/certificacao/certificacao-cbpp/ 40 e em todas as fases do ciclo de vida de transformação de negócios, bem como questões relacionadas à execução da estratégia e uso de tecnologias de BPM. A recertificação ocorrerá a cada três anos e 60h de educação profissional continuada. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o site que contém as informações completas dessa certificação, clicando aqui. Certificações Fornecidas pela OMG A OMG (Object Management Group) é uma organização internacional, sem fins lucrativos, e que tem como objetivo o avanço de conceitos de gestão de processos de negócios e suas práticas. A OMG é responsável pelo registro das notações de UML (Unified Modeling Language) e MDA (Model Driven Architecture), assim como outros tipos de linguagem registradas. As certificações oferecidas pela OMG são OCUP 2 (Certificação UML), OCEB 2 (Certificação BPM), OCSMP (Certificação SysML) e OCRES (Certificação em tempo real). Nesta unidade, vamos trazer informações sobre as duas primeiras certificações. Certificação OCUP 2 A certificação OCUP 2 (Certificação em UML) testa o nível de conhecimento e habilidade do profissional no uso da linguagem unificada de modelagem (UML), em três níveis de dificuldade: Foundation (cerca de 20% da prova), Intermediário (nível analista, arquiteto e desenvolvedor) e Avançado (nível guru em UML). Análise e Modelagem de Processos https://www.abpmp-br.org/certificacao/certificacao-cbpl/ 41 Os exames têm como base o guia de estudo OCUP 2 Certification Guide, escrito por Michael Chonoles. Para o nível Avançado, além da linguagem UML, o profissional terá que responder questões com foco nos metamodelos MOF, fUML e Alf. O exame é aplicado em uma duração de 120 minutos em países de língua inglesa, e 150 min para outros países. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o site que contém as informações completas dessa certificação, clicando aqui. Certificação OCEB 2 A certificação OCEB 2 (Certificação em BPM) testa o nível de conhecimento e habilidade do profissional em BPM, em cinco níveis de dificuldades: Fundamental, Business Intermediate, Business Advanced, Technical Intermediate e Technical Advanced. Os níveis Business Intermediate e Technical Intermediate são realizados em dois exames de 180 questões. Para os níveis Business Advanced e Technical Advanced são realizados três exames com 270 questões. Cada exame possui o tempo de 90 minutos em países de língua inglesa e de 120 minutos em outros países. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o site que contém as informações completas dessa certificação, clicando aqui. Análise e Modelagem de Processos https://www.omg.org/ocup-2/index.htm https://www.omg.org/oceb-2/index.htm 42 Tópicos de Estudo Contemplados no Guia CBOK A ABPMP lançou, em 2013, o Guia CBOK V3.0 que contempla os requisitos de referência para profissionais da área de modelagem de processos em BPMN. O guia está dividido em nove áreas de conhecimento: • Gerenciamento de processos de negócios - contempla os conceitos de BPMN, tipos de processos, componentes de processos e o ciclo de vida da modelagem de processos de negócios. • Modelagem de processos - contempla técnicas de compreensão, formalização e comunicação dos principais componentes de BPM. Este capítulo descreve a visão geral de modelagem de processos, incluindo o propósito e benefícios da modelagem de processos de negócios, ferramentas e padrões de modelagem. • Análises de processos - contempla a compreensão de processos no negócio, eficiência e eficácia no entendimento dos objetivos dos processos mapeados. Este capítulo foca no entendimento de compreensão dos processos AS IS. • Desenho de processos - contempla a concepção de novos processos no negócio e definição de modelos de processos TO BE. Apresenta técnicas de análises, princípios de boas práticas de desenho de processos, considerações sobre conformidades, liderança executiva e alinhamento estratégico. • Gerenciamento de desempenho de processos - contempla a apresentação de monitoramento formal e planejado da execução de processos e o acompanhamento de seu desempenho por meio de controles de processos. • Transformação de processos -contempla a abordagem de importância da gestão de mudança em processos, tais como melhorias, redesenho e reengenharia. Inclui a análise de aspectos Análise e Modelagem de Processos 43 psicológicos e fatores-chave de sucesso no gerenciamento de mudanças. • Organização do gerenciamento de processos -define a estrutura de pessoal e responsabilidades da organização orientada por processos. Contempla também a importância da governança de processos no negócio e o conceito de escritório de processos. • Gerenciamento corporativo de processos: - apresenta a necessidade de maximizar os resultados de processos, alinhados à estratégia organizacional, com foco no cliente e partes interessadas. Este capítulo trata dos requisitos de gerenciamento corporativo de processos, modelos de referência, avaliação de processos modelados, gerenciamento de portfólio de processos e repositório de processos. • Tecnologias de BPM -apresenta as tecnologias para apoio de modelagem, análise, desenho, execução e monitoramento de processos de negócios. Estas são os tópicos que o profissional deve estudar para realizar os exames de certificação de nível básico. Para os demais níveis, o profissional deverá utilizar sua vivência profissional, agregado de requisitos específicos destacados a cada nível. Análise e Modelagem de Processos 44 RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu tudo mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido a importância do profissional da área de análise de processos ter uma ou mais certificação em BPM. Apresentamos quais são as principais certificações internacionais existentes na área de modelagem de processos e os seus diferentes níveis de conhecimento, assim como seus conteúdos e o custos para a realização dos exames. Também apresentamos os principais tópicos do Guia CBOK V3.0, utilizado para padronizar os requisitos de implementação de modelagem de processos nas organizações e aperfeiçoamento de profissionais da área. Interessado nas informações estudadas nesta unidade? Então vamos agora testar seus conhecimentos na realização das atividades propostas na disciplina! Análise e Modelagem de Processos 45 REFERÊNCIAS Association of Business Process Management Professionals Brazil Chapter. ABPMP. [online] Disponível em: https://www.abpmp-br. org. Acesso em: 13 abr. 2020. ALMEIDA, V. N. Fluxograma de processos: o que é e como utilizar essa ferramenta de modelagem de processos. [online] Disponível em: https://www.euax.com.br/2020/02/fluxograma-de-processo/ Acesso em:12 abr. 2020. CAMPOS, A. L. Modelagem de Processos com BPMN. Rio de Janeiro: BRASPORT Lucros e Multimídia, 2013. CORREA, P. J. Ferramentas de gestão fluxograma padrão. Disponível em: http://rhcomprofessorjuliano.blogspot.com/2013/02/ ferramentas-de-gestao-fluxograma-padrao.html/ Acesso em: 14 abr. 2020. FARGNOLI, M. EPC vs BPMN: Reviewing Modelling Notations. Disponível em: https://blog.leonardo.com.au/epc-vs-bpmn-reviewing- modelling-notations/ Acesso em: 13 abr. 2020. OLIVEIRA, W. Notação BPMN, a mais usada para modelar processos. Disponível em: https://www.heflo.com/pt-br/bpm/notacao- bpmn/Acesso em: 12 abr. 2020. OMG Object Management Group. Disponível em https://www. omg.org. Acesso em: 12 abr. 2020. RONNEY, A. Express: exemplo prático de modelagem de processos - Revista Engenharia de Software Magazine 39. Disponível em: https:// www.devmedia.com.br/aris-express-exemplo-pratico-de-modelagem- de-processos-revista-engenharia-de-software-magazine-39/21960. Acesso em:11.abr.2020. VENTURA, P. O que é UML (Unified Modeling Language). Disponível em: https://www.ateomomento.com.br/diagramas-uml/ Acesso em:11 abr. 2020. Análise e Modelagem de Processos Análise e Melhoria Contínua de Processos Análise e Modelagem de Processos Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria MICHELE D. DIPP AUTORIA Michele D. Dipp Sou formada em Engenharia Química e pós-graduada em MBA em Gestão de Projetos, com uma experiência técnico-profissional na área de qualidade de mais de 15 anos. Passei por empresas com sistemas de gestão de qualidade em fase de implementação e com sistemas certificados, com necessidade de modelagem de processos existentes e desejáveis para implementação de melhorias e descrição de processos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Identificação de Oportunidades de Melhorias ............................... 12 Lista de Verificação ........................................................................................................................ 12 Gráfico de Pareto ............................................................................................................................. 14 Cartas de Controle ......................................................................................................................... 15 Observação Instantânea ............................................................................................................ 21 Análises de Processos ...............................................................................23 Brainstorming ...........................................................................................................................23 Diagrama de Causa e Efeito ....................................................................................................25 5 Porquês ..............................................................................................................................................27 5W2H ........................................................................................................................................................29 Capacitação de Colaboradores ............................................................ 31 Planejamento de Treinamentos ............................................................................................32 Treinamentos Internos .................................................................................................................34 Treinamentos Internos EAD ..................................................................................35 Avaliação de Eficácia ................................................................................................ 36 Treinamentos Externos ............................................................................................................... 36 Treinamentos Presenciais ...................................................37 Treinamentos in Company .....................................................................................37 Treinamentos Externo EAD .................................................................................. 38 Avaliação de Eficácia ................................................................................................ 38 Gestão de Risco ..........................................................................................40 Princípios da Gestão de Risco .............................................................................................. 40 Matriz SWOT .......................................................................................................................................43 Matriz GUT ............................................................................................................................................43 Matriz de Risco ................................................................................................................................. 46 FTA ............................................................................................................................................................ 46 FMEA ....................................................................................................................................................... 46 9 UNIDADE 02 Análise e Modelagem de Processos 10 INTRODUÇÃO Você sabia que a área de análise de processos é uma das áreas que mais estão em demanda nas organizações? A aplicação de ferramenta de qualidade para análises de falhas em processos é fundamental para a melhoria contínua dos processos, reduzindo as não conformidades detectadas e preventivas. Nesta unidade iremos lhe apresentar algumas ferramentas para facilitar a identificação e análises das causas de não conformidades dos processos, assim como identificação de oportunidades de melhorias. É importante para essas melhorias, falarmos sobre capacitação de colaboradores e os tipos de treinamentos existentes para desenvolvimento dos colaboradores e equipes envolvidos nos processos empresariais. E, finalizando, apresentaremos metodologias de análise de risco, para redução das falhas potenciais de processo e produtos. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Análise e Modelagem de Processos 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Conceituar e relacionar as ferramentas para identificação de oportunidades de melhorias. 2. Conceituar e relacionar as ferramentas para análises de processos. 3. Identificar a importância de realizar a capacitação de colaboradores envolvidos nos processos. 4. Relacionar as ferramentas para auxílio na gestão de risco em processos. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Análise e Modelagem de Processos 12 Identificação de Oportunidades de Melhorias OBJETIVO: Ao términodeste capítulo, você será capaz de conceituar e relacionar as ferramentas para identificação de oportunidades de melhorias, realizando análise dos processos modelados, identificando pontos críticos do processo para implementação de melhorias, assim como identificar suas soluções. Lembrando que problemas identificados por meio de controles de processos e não conformidades já indicam quais são os pontos de maior atenção. Sempre que uma ou mais oportunidades de melhoria é identificada na organização, o profissional responsável pela análise realizada fica em destaque, aumentando seu reconhecimento e suas chances de crescimento profissional. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Lista de Verificação Conforme Silva (2017), a lista de verificação é uma ferramenta utilizada para coleta de dados e quantificação de frequência com que certos eventos ocorrem. O seu objetivo é obtenção e utilização fácil dos dados, organização na disposição desses dados, avaliação por tipo de defeito/erro e seu percentual e facilitar a avaliação das causas dos defeitos. Esta ferramenta permite rápida percepção de realidade e interpretação da situação, ajudando a identificar focos de melhoria, diminuindo erros. Toda a lista de verificação deve conter o registro do local e data da coleta de dados, assim como o nome do responsável por essa coleta. O Análise e Modelagem de Processos 13 layout da lista de verificação pode variar de acordo com a necessidade de cada processo. EXPLICANDO MELHOR: Os quadros 1 e 2 apresentam dois modelos diferentes de lista de verificação. Quadro 1 - Lista de verificação para levantamento de frequência de reclamações em uma indústria de cosméticos LISTA DE VERIFICAÇÃO RECLAMAÇÕES RECEBIDAS DE COSMÉTICOS Categoria das reclamações Ocorrências Total % 1. Cor não conforme IIIII III 8 14% 2. Odor não conforme III 3 5% 3. Ocorrência de alergia IIIII IIII 9 15% 4. Textura não conforme II 2 3% 5. Ocorrência de vazamento IIIII IIIII IIIII II 17 29% 6. Quantidade menor do que a declarada na embalagem IIIII IIIII IIII 14 24% 7. Outras ocorrências IIIII I 6 10% Total: 59 Mês/ano: abril/20 Responsável pela coleta de dados: Michele Fonte: Elaborado pela autora (2020). Você pode observar que, no quadro 1, a maior parte das reclamações está nos itens de ocorrência de vazamento e volume menor do que o Análise e Modelagem de Processos 14 declarado. A partir destas informações, você pode começar a análise de melhoria dos processos. Gráfico de Pareto O gráfico de Pareto, também conhecido como diagrama de Pareto, foi criado a partir do princípio de Vilfredo Pareto, no século XIX, com base no estudo da desigualdade social, cuja conclusão foi que 20% da população detinha 80% das riquezas (JUNIOR, 2012). Conforme Júnior (2012), o gráfico de Pareto, implementado nas organizações, é uma ferramenta utilizada para identificar as causas responsáveis pelas perdas, que quase sempre são pouco identificadas como vitais (20%) e muito identificadas como triviais (80%). Focando os recursos na eliminação das causas vitais, excluem-se em torno de 80% das perdas. O gráfico de Pareto é um gráfico de barras, construído por meio de coleta de dados realizado previamente. Passo a passo para elaboração do gráfico de Paretos (SILVA, 2012): 1. Classificar os dados coletados: produto, máquina, turno, entre outros. 2. Construir tabela, colocando os dados em ordem decrescente. 3. Calcular a porcentagem de cada item sobre o total e o acumulado. 4. Traçar o gráfico e a linha de porcentagem acumulada. EXPLICANDO MELHOR: Uma indústria de cosméticos estava apresentando muita perda de matéria- prima no setor de manipulação, conforme dados apresentados a seguir: Análise e Modelagem de Processos 15 Quadro 2- Levantamento de perdas de matéria-prima no setor de manipulação PERDAS NO SETOR DE MANIPULAÇÃO X PERÍODO Período Kg de MP perdida % total % acumulado 15h - 18h 70 28% 28% 21h - 24h 60 24% 52% 9h - 12h 50 20% 72% 18h - 21h 31 12% 84% 6h - 9h 25 10% 94% 12h - 15h 15 6% 100% Total 251 100% Fonte: Elaborado pela autora (2020). Por meio destes dados, você consegue gerar o Gráfico de Paretos, conforme apresentado no quadro 2. Analisando o gráfico de Paretos, você pode observar que até 80% das perdas se concentram nos períodos de final de turno (15h-18h, 21h-24h e 9h-12h) e implementar medidas de controle para eliminar a repetibilidade de ações ao longo do dia, como revezamento de colaboradores e mais intervalos para refeições ao longo do turno, reduzindo assim as perdas vitais. Cartas de Controle Controle Estatístico de Processo (CEP), conforme Campos (2016), é uma técnica estatística (método preventivo) que compara os resultados de um processo com os padrões, identificando a partir de dados estatísticos as tendências para variações significativas, a fim de eliminar/controlar essas variações. É necessário seguir as quatro ações do PDCA (Plan, Do, Check, Act), visando à melhoria contínua da capacidade do processo. O Controle Estatístico do Processo encontra-se na ação Check. O objetivo principal no CEP, conforme Ribeiro (2012), é reduzir cada vez mais a variabilidade de um processo, prevenir defeitos, contribuindo para a melhoria da qualidade intrínseca, da produtividade, da confiabilidade Análise e Modelagem de Processos 16 e da redução do custo do que está sendo produzido. Seus quatro passos básicos incluem: • Medição do processo. • Eliminação das suas variações para torná-lo consistente. • Monitoramento. • Melhoria do desempenho em relação aos seus padrões. Uma Carta de Controle consiste num gráfico, com limites superior e inferior, na qual é marcada a evolução dos valores estatísticos de medidas para séries de amostras ou subgrupos. Esta carta mostra uma linha central (média) para ajudar a detecção da tendência dos valores marcados em relação a qualquer dos limites de controle. A organização consegue identificar quando o processo está fora de controle, exigindo ações de correção, ações corretivas ou ações de melhorias, por meio do acompanhamento do CEP ao longo do processo, verificando as seguintes condições: • Todos os pontos devem estar entre os limites superior e inferior de controle, conforme apresentado na figura 1. Figura 1 - Carta de controle de processo com todos os pontos dos limites de controle especificados Fonte: Elaborado pela autora (2020). Análise e Modelagem de Processos 17 Quando ocorrer a saída de um ponto destes limites, o operador deve parar o processo e tomar ações de correção para retomada desse controle e ações corretivas para avaliação retroativa das unidades produzidas entre o intervalo de medição do CEP. • O gráfico não pode apresentar tendência. A ocorrência de uma tendência constituída de sete pontos (ou mais) consecutivos ascendentes ou descendentes é uma indicação de falta de controle no processo. Figura 2 - CEP com tendência ascendente Fonte: Elaborado pela autora (2020). Quando ocorrer a identificação de uma tendência, ações preventivas devem ser tomadas, para que monitoramentos futuros não saiam dos limites de controle. • . O processo não pode apresentar deslocamento dos pontos, ou seja, 10 pontos consecutivos aparecem em um mesmo lado da linha da média (região superior ou inferior da média) e depois descerá/subirá para a outra região média, marcando mais 10 pontos consecutivos, conforme apresentado na figura 2. Análise e Modelagem de Processos 18 Figura 3- CEP com apresentação de deslocamento de processo Fonte: Elaborado pela autora (2020). A ocorrência de deslocamento de processo indica uma mudança significativa no processo ocorrido. Deve ser realizada uma investigação para avaliar o que gerou nele esta mudança repentina. • O processo não pode apresentar periodicidade dos pontos, ou seja, quando a curva traçada no gráfico decontrole apresenta cinco pontos consecutivos na região superior da média (com amplitudes próximas) e após descer (com uma diferença de amplitude alta) para a região inferior da média, marcando cinco pontos consecutivos (com amplitude próxima), assim repetidamente, o gráfico seguirá até o final do processo), conforme figura 3. Análise e Modelagem de Processos 19 Figura 4 - CEP com apresentação de periodicidade Fonte: Elaborado pela autora (2020). A ocorrência de periodicidade de processo exige uma avaliação crítica, pois pode indicar influência de mão de obra (alteração de operadores), ou outro fator que a altere periodicamente ao longo do processo. Outro fator indicativo de processo sob controle é a avaliação dos índices de capacidade do processo: • Índice Cpk: a capacidade do processo produtivo pode ser classificada com base nos possíveis valores do seu índice. O quadro 3 fornece as três situações de diretrizes para a análise dos índices. Quadro 3 - Classificação de processos a partir do índice ICPs CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO VALOR DE ICPS (CPK) Processo capaz ou adequado (verde) ≥ 1,33 Aceitável (amarelo) 1 ≤ CPk < 1,33 Incapaz ou inadequado (vermelho) < 1 Fonte: Ribeiro (2012). Análise e Modelagem de Processos 20 O Cpk é medido pela seguinte equação: Entendendo que Quadro 4- Valores de fator de correção da amplitude N d2 n d2 2 1,128 9 2,970 3 1,693 10 3,078 4 2,059 11 3,173 5 2,326 12 3,258 6 2,534 13 3,336 7 2,704 14 3,407 8 2,847 15 3,472 Fonte: Ribeiro (2012). Índice Ppk: é um índice de capacidade global. O parâmetro utilizado para a análise de Ppk é: Ppk ≥ 1. Quanto maior esse índice mais satisfató- rio é o processo, ou seja, maior a sua performance. Deverá ser avaliado o Ppk mínimo, denominado também de crítico que é o valor que se deve trabalhar para que o indicador fique dentro do esperado de um processo. Análise e Modelagem de Processos 21 Deverá ser avaliado o Ppk mínimo, denominado também de crítico que é o valor que se deve trabalhar para que o indicador fique dentro do esperado de um processo. no qual o valor do desvio- padrão global e o σ é calculado pela equação: Observação Instantânea Conforme Silva (2017), a técnica de observação instantânea foi criada, em 1934, por L.H.C. Tippet, para realização da medição de tempo de espera de máquinas e trabalhadores na indústria. É uma ferramenta de análise e diagnóstico que trabalha sob forma de percentual. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto, leia o artigo publicado por Dayr Américo dos Reis, Método abreviado das observações instantâneas, na Revista de Administração de Empresas, vol.7, número 23, São Paulo, abril/ junho/1967. Análise e Modelagem de Processos 22 RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu tudo mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido sobre algumas ferramentas para identificação de pontos de melhorias nos processos da empresa. A lista de verificação é um método simples de coleta de dados, que apresenta como a empresa pode iniciar as análises para melhorias de processos. O gráfico de Pareto é a técnica que apresenta as principais causas de falhas no sistema, priorizando-as para implementação de melhorias no processo de 20% destas causas e reduzindo 80% das falhas. O Controle Estatístico de Processo (CEP) é a técnica de acompanhamento por amostragem do processo produtivo, identificando a necessidade de ações preventivas, evitando falhas futuras. Esta ferramenta também identifica falhas pontuais e sistêmicas no processo, permitindo a avaliação de causas e a implementação de ações corretivas e de melhorias. Análise e Modelagem de Processos 23 Análises de Processos OBJETIVO: A análise de processos permite maior conhecimento sobre os pontos críticos já identificados, facilitando a tomada de decisão sobre as ações necessárias. As ferramentas que serão apresentadas neste capítulo facilitam a realização das análises destes pontos críticos, fazendo com que as ações tomadas sejam mais assertivas, atacando a causa raiz, economizando recursos que seriam desperdiçados em ações superficiais, que servem apenas para disfarçar os resultados, mas que não impedem nova ocorrência de desvios. Ao término deste capítulo, você será capaz de conceituar e relacionar as ferramentas para análises e avaliar qual é a melhor a ser utilizada na sua organização. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Brainstorming O brainstorming é uma ferramenta criada, por volta da década de 1940, nos EUA. Conhecida como “tempestade de ideias”, tem o objetivo de juntar todas as ideias criativas e funcionais para identificar soluções para problemas críticos já identificados, por meio de controles de processos ou não conformidades. Para realizar o brainstorming é necessário efetuar uma reunião com uma equipe de cinco a 12 pessoas, preferencialmente com participação voluntária, em uma mesa redonda, ou seja, que não indique nenhum tipo de superioridade por parte de gestores que estiverem presentes. Análise e Modelagem de Processos 24 As principais características do brainstorming são: • Liberdade de expressão, ou seja, ausência de inibições ou preconceitos próprios ou de outros presentes na reunião e ausência de julgamentos prévios. • Liberdade da criatividade. • Delimitação de tempo. • Ausência de hierarquia durante o processo. • Registro de todas as ideias expressas. Para a realização do brainstorming, são necessários os seguintes passos (SILVA,2017): 1. As pessoas envolvidas devem se reunir em um ambiente neutro, preferencialmente, dispostas em círculo. O horário de início e fim deve ser previamente definido e seguido por todos. 2. As pessoas, uma por vez, começam a expressar suas ideias, sobre o assunto determinado. Uma pessoa do grupo deve realizar o registro de todas as ideias. 3. Quanto mais ideias houver, melhor. Nenhuma ideia deve sofrer censura. É proibido qualquer pessoa falar “não” para qualquer ideia expressa. 4. As pessoas podem utilizar de ideias já expostas, para desenvolver novas ideias. 5. Após realizada duas rodadas sem que se apresente ideias novas, o processo de brainstorming, propriamente dito, é encerrado. 6. As ideias registradas devem ser enumeradas. 7. Ideias repetidas e que não possam ser executadas devem ser descartadas. 8. Juntar, combinar e completar as ideias mantidas na lista. 9. Organizar as ideias consideradas válidas para que sejam analisadas por meio de outras ferramentas existentes. Análise e Modelagem de Processos 25 Diagrama de Causa e Efeito O diagrama de Causa e Efeito, também conhecido como diagrama de Ishikawa ou diagrama de espinha de peixe, conforme Toledo (2015), é uma técnica utilizada, desde a década de 1940, com o objetivo de levantar e classificar as possíveis causas em categorias predeterminadas como: mão de obra, meio ambiente, equipamentos, materiais, métodos/ processos, medição. Esta técnica é muito utilizada como ferramenta complementar de análise, sendo combinada com outras ferramentas como brainstorming ou “5 porquês”. O diagrama de Causa e Efeito é realizada por meio de reunião com os envolvidos no processo em avaliação. Assim como o brainstorming, as pessoas devem colocar suas ideias de possíveis causas, sem haver censuras. O responsável pelo registro deve anotar todos as ideias, separando- as nos respectivos espaços de categorias. Para facilitar o preenchimento do diagrama, podem ser utilizadas as seguintes perguntas: Medição: - Os controles são confiáveis? - São adequados e úteis? - Há análise crítica dos dados obtidos? Método: - A documentação atual cumpre a sua finalidade? - As rotinas são simples, objetivas e práticas? - Existe excesso de burocracia? - A programação éadequada? - Os registros são acessíveis? Análise e Modelagem de Processos 26 - Há pessoal refazendo atividades? Mão de obra: - Está qualificada? - Possui experiência? - Cumpre as normas? - Está motivada? - É desatenta? - É suficiente? - É adequada? Máquinas: - São suficientes? - São adequadas? - A manutenção é adequada? - O layout está adequado? Meio ambiente: - A temperatura é adequada? - A iluminação é adequada? - O mobiliário atende às condições ergonômicas? - O ambiente é seguro? Materiais: - Chegam em tempo certo? - Têm qualidade adequada? - São em quantidades suficientes? - Estão sendo conferidos? Após finalizarem as ideias de possíveis causas, todas devem ser analisadas, eliminando aquelas que são causas superficiais, mantendo Análise e Modelagem de Processos 27 aquelas que são possíveis causa raiz, ou seja, as que realmente sejam as responsáveis pela falha e suas recorrências. Para cada causa selecionada como causa raiz, deve ser definida uma ou mais ações corretivas. Uma vez tratadas as causas, o problema não deve voltar a se repetir. Se houver reincidência da falha, indica que a causa raiz não foi atacada, ou por não ter sido selecionada na análise realizada ou pelas ações definidas serem superficiais. 5 Porquês A técnica do “5 porquês” tem o objetivo de aprofundar a análise da causa raiz de falhas ocorridas. Esta ferramenta é complementar a outras como brainstorming ou diagrama de Causa e Efeito, e consiste em responder o máximo de “porquês” possível. O último porquê consistentemente respondido traz a real causa raiz, que deve ser atacada com o planejamento de um plano de ação. EXPLICANDO MELHOR: Em uma indústria foi detectado falha na operação da ETA (estação de tratamento de afluentes). Após análise pelo diagrama de Ishikawa, foi identificada a causa como sendo “falta de entrada de água”. Aplicando a técnica dos 5 porquês, temos: Causa primária - falta de entrada de água. 1. Por que houve falta de entrada de água? Resposta: porque a válvula de entrada de água estava fechada. 2. Por que a válvula de entrada de água estava fechada? Análise e Modelagem de Processos 28 Resposta: porque ela não foi aberta, após a realização da limpeza da caixa d’água. 3. Por que a válvula não foi aberta, após a realização da limpeza da caixa d’água? Resposta: porque o operador responsável pelo processo de limpeza da caixa d’água não se lembrou de abrir a válvula. 4. Por que o operador responsável pelo processo de limpeza da caixa d’água não se lembrou de abrir a válvula? Resposta: porque não estava descrito no procedimento de limpeza da caixa d’água. 5. Por que não estava descrito no procedimento de limpeza da caixa d’água? Resposta: porque quando o procedimento foi descrito não havia sido mapeado o processo de limpeza da caixa d’água para verificar pontos críticos do processo. Causa raiz - falta de mapeamento de processo e verificação de pontos críticos. Nesse exemplo, podemos observar que inicialmente foi identificada uma causa que poderia ter sido ocasionada por problemas externos, por exemplo, falta de água na rede pública, porém aprofundando a análise, podemos observar que a causa foi uma falha interna, causada por falta do mapeamento de processo, faltando avaliação de detalhamento de pontos críticos nos procedimentos descritos, ou seja, atacando a causa definida, pode-se eliminar muitas outras possíveis falhas e não somente a já identificada. Em muitos casos, a causa raiz poderá ser devidamente identificada antes de chegar ao 5° porquê, mas para isso é necessário muita prática com essa técnica. Análise e Modelagem de Processos 29 5W2H A técnica 5W2H, conforme Júnior (2012) e Silva (2017), consiste em avaliar a viabilidade de desenvolvimento de ações de melhorias identificadas, assim como as variáveis do processo, causas identificadas e objetivos a serem alcançados, por meio da aplicação de sete perguntas, que conferem o nome à técnica: • What = O quê/Qual? O que deve ser feito? O que deve ser medido? Qual o assunto? • Who = Quem? Quem vai realizar? Qual departamento será responsável? • Where = Onde? Onde será implementado? Onde a operação será realizada? • When = Quando? Qual a periodicidade? Quando será realizado? • Why = Por quê? Por que será feio? • How = Como? Como será conduzido o processo? • How much = Quanto custa? Quanto custará? Análise e Modelagem de Processos 30 As respostas destas perguntas permitirão à organização avaliar se o que está sendo proposto é realmente viável ou se necessita de mais recursos, além dos já disponíveis. Algumas organizações estão aplicando uma variável desta ferramenta, aplicando mais um H, referente a How many, ou seja, quantas pessoas serão necessárias. RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu tudo mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido como trabalhar com técnicas de análise de causas para eliminação/redução de falhas ocorridas nos processos e implementação de oportunidades de melhorias. São estas as ferramentas: Brainstorming, técnica que consiste no levantamento de ideias, com liberdade de expressão para todos envolvidos, não podendo haver nenhum tipo de censura ou crítica. Diagrama de Ishikawa, técnica que permite reconhecer todas as possíveis causas responsáveis pela falha identificada no processo, classificando-as em categorias predefinidas para facilitar o levantamento e análise realizada. Técnica dos “5 porquês” consiste em fazer uma avaliação mais profunda da causa raiz, aplicando cinco perguntas consecutivas. A técnica “5W2H” tem como objetivo principal priorizar as ações definidas e verificar a viabilidade de implementação dessas ações. Agora é com você! Seja criativo e mescle essas ferramentas para obtenção de melhores resultados para sua organização! Análise e Modelagem de Processos 31 Capacitação de Colaboradores OBJETIVO: A capacitação de colaboradores é essencial para o desenvolvimento de processos organizacionais, isso não é segredo.. Mas de que tipo de capacitação estamos falando? Somente da capacitação de formação profissional (escolaridade)? Ou exclusivamente das atividades que serão executadas? Quem sabe o que é capacitação para gestão de negócios? Na verdade, é tudo isso e muito mais! As empresas devem garantir que seus colaboradores e até parceiros estejam atualizados com rotinas, processos, assuntos da atualidade que envolvem a organização, desenvolvimento pessoal e profissional, desenvolvimento de equipes e assim por diante. Ah, mas agora você vai me dizer: “Mas com tudo isso, o colaborador não terá mais tempo para executar suas atividades!”. Isso não será verdade se houver um planejamento anual efetivo de treinamentos. Bom, vamos conversar um pouco mais sobre isso? Como planejar os treinamentos e qual o melhor jeito de capacitar os colaboradores de sua empresa para obtenção de melhores resultados nos processos executados. Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar a importância de realizar a capacitação de colaboradores envolvidos nos processos. Análise e Modelagem de Processos 32 Planejamento de Treinamentos Você sabe como a sua organização realiza o planejamento de treinamentos dos colaboradores? Se a resposta é “não”, procure saber. Quem sabe você não aproveita para realizar a modelagem deste processo e implementa melhorias, conforme o conhecimento obtido nesta disciplina. O planejamento ideal é aquele que prevê a distribuição de todos os tipos de treinamento que o colaborador deve realizar ao longo do ano, e revisto mensalmente junto com os gestores envolvidos, avaliando os treinamentos já realizados, aqueles a realizar e os treinamentos atrasados. Fácil? Nem um pouco. A rotina faz com que muitos treinamentostenham que ser remarcados. E as melhorias implementadas e mudanças realizadas nos processos fazem com que sejam necessários treinamentos não previstos no planejamento anual. Na verdade, não existe um caminho único ou uma técnica específica para isso, por isso, nós vamos indicar um método não padronizado, para controle de treinamentos. PASSO A PASSO PARA PLANEJAMENTO ANUAL DE TREINAMENTOS: 1. Centralizar a gestão de treinamentos em um departamento específico, como RH, qualidade, outro. 2. Criar uma matriz de treinamentos internos x cargo, conforme exemplo apresentado na figura 5. Análise e Modelagem de Processos 33 Figura 5 - Exemplo de matriz de processos versus cargos MATRIZ DE PROCEDIMENTOS POR FUNÇÃO Legenda: I Imprescindível (devem ser realizados em até 90 dias). N Necessário (devem ser realizados em até 120 dias). - Não necessita conhecimento para exercer as atividades. O Documento obsoleto. Área Área 1 Área 2 Cargo Processo / Procedimento Fu n çã o 1 Fu n çã o 2 Fu n çã o 3 Fu n çã o 4 Processo 1 I N - - Processo 2 - N I I Processo 3 - I N I Fonte: Elaborado pela autora (2020). 1. Em conjunto com os gestores das áreas, relacionar todos os processos existentes na organização com os cargos, indicando se o conhecimento daquele processo é: a. Imprescindível - o colaborador não pode executar sua função se não receber o treinamento inicial ou de atualização daquele processo. Análise e Modelagem de Processos 34 b. Necessário - o colaborador pode executar a função sem o treinamento no processo, porém ele deve ter conhecimento sobre as atualizações em determinado processo por haver relação cruzada com suas atividades. c. Nenhum - o cargo não tem nenhum tipo de influência no determinado processo e por isso o colaborador não necessita realizar treinamentos inicial e de atualização do processo. 2. Alinhar com a área responsável por mapeamentos de processos e qualidade qual é a previsão de atualização dos processos internos. 3. Alinhar com os gestores de todas as áreas quais são os treinamentos externos necessários para o desenvolvimento dos seus colaboradores. 4. Gerar agenda da previsão destes treinamentos e compartilhar com os gestores. O compartilhamento do treinamento com os colaboradores deve ser realizado de forma individual e somente para os treinamentos que eles forem convocados. 5. Mensalmente, a previsão deve ser revisada para confirmação dos treinamentos futuros e remarcação dos atrasados. Treinamentos Internos Os treinamentos internos são aqueles que são ministrados por colaboradores da própria empresa. Estes treinamentos são realizados para atualizar o conhecimento dos demais colaboradores envolvidos nos processos (aqueles marcados como imprescindíveis e necessários). Para os colaboradores que possuam seus cargos marcados como imprescindíveis, o ideal é realizar o treinamento em até 15 dias, após a mudança realizada no processo, ou quando não há mudança de processo, a cada dois ou três anos. Análise e Modelagem de Processos 35 Para os colaboradores com cargos marcados como necessários, o treinamento pode ocorrer em até 60-90 dias, após as mudanças no processo, ou a cada dois ou três anos, se não houver mudanças. O ideal é que o tempo de treinamento não exceda uma hora, para não gerar cansaço mental dos participantes e não afetar suas atividades rotineiras. Geralmente as empresas realizam o treinamento na forma presencial, ou seja, o ministrante e os participantes se reúnem em uma sala ao mesmo tempo. Porém, com a evolução da tecnologia de informação (TI), muitas empresas estão adotando o método de realizar o treinamento em EAD. Treinamentos Internos EAD O treinamento em EAD possui como vantagem: • Diminuição de tempo do ministrante, pois ele não necessita se afastar de suas tarefas diversas a cada turma agendada. • Maior mobilidade dos horários dos colaboradores, podendo estes participar nos horários de menor pico de trabalho, ou em intervalos, ou até mesmo em casa, dependendo da tecnologia disponibilizada. • Maior alcance do treinamento em menor tempo, pois pode ser disponibilizado para todas as filiais da organização, por mais espalhadas no mundo que sejam, ao mesmo tempo. • Maior atenção por alguns colaboradores que têm dificuldades de ficarem parados em uma sala por longo tempo. Este tipo de treinamento também possui algumas desvantagens que são: • Colaborador não consegue tirar dúvidas de forma imediata, necessitando aguardar resposta futura do ministrante. • Pode gerar maior falta de atenção de alguns colaboradores ao treinamento, uma vez que não estão em um ambiente isolado. Análise e Modelagem de Processos 36 Avaliação de Eficácia Todo o treinamento realizado internamente deve possuir uma forma de avaliar a eficácia do aprendizado. Para isso, existem algumas formas conhecidas: • Prova objetiva ou subjetiva, com questões realizadas sobre o assunto, e gabarito específico. • Atividades práticas, simulando atividades relacionadas ao treinamento. • Acompanhamento das rotinas de trabalho dos colaboradores, após o treinamento, por um tempo predefinido, como por exemplo 30 ou 60 dias, avaliando se conseguiram captar e colocar em prática todos os pontos importantes discutidos no treinamento. Para qualquer forma que seja definida como avaliação de eficácia, é importante a empresa definir uma nota mínima de aprovação, por exemplo 70% de acerto. O não atingimento da nota mínima indica que o colaborador não conseguiu compreender o que foi passado no treinamento e por isso é importante que o refaça. Treinamentos Externos Estamos falando de modelagem de processos de negócios, então por que tratar de treinamentos externos? Simples, a menos que a organização seja responsável por criar uma metodologia inovadora de análise de processos, o conhecimento sobre ferramentas, metodologias e assuntos relacionados aos processos deve vir de partes externas à empresa. O treinamento externo deve ocorrer sempre que: • Houver necessidade de atualização de conhecimentos ou • Surgirem novos conhecimentos no mercado. Os treinamentos externos podem ser realizados de três formas: presenciais (fora da empresa), in company e EAD. Análise e Modelagem de Processos 37 Treinamentos Presenciais Os treinamentos externos presenciais, realizados fora da empresa, quando não in company, são ideais para no máximo 10 colaboradores, sendo o mais indicado um a três colaboradores, por questões de custos. A vantagem deste tipo de treinamento é: • Realização de network, com troca de experiência entre pessoas de diversas empresas. • Custo-benefício quando se tratam de poucos inscritos. A desvantagem é: • Custo de deslocamento do colaborador até o local do treinamento. • Custo de alimentação do colaborador. • Não ter flexibilidade de horários, pois tanto o colaborador quanto a empresa precisam aceitar o horário disponível. É aconselhável que o colaborador que participar deste tipo de treinamento repasse os conhecimentos obtidos para os demais colegas por meio de treinamento interno. Treinamentos in Company Os treinamentos in company são realizados por um ministrante externo (que não trabalha na organização) na empresa. As vantagens do curso in company são: • Maior custo-benefício quando se deseja a participação de mais de 10 colaboradores no treinamento. Lembrando que quanto mais colaboradores tiver, maior será o benefício e menor será o custo por colaborador. • Flexibilidade de horário, podendo a empresa negociar o melhor horário para a realização do treinamento, visando menor impacto aos colaboradores. Análise e Modelagem de Processos 38 • A empresa não tem custo adicional de deslocamento e alimentação de seus colaboradores (a menos que seja realizadofora do horário de trabalho). A desvantagens do treinamento in company é o custo elevado de contrato, quando comparado a inscrição individual para até cinco colaboradores. Treinamentos Externo EAD Da mesma forma que o treinamento interno, o treinamento externo também pode ser realizado via EAD, facilitando a participação do colaborador que pode assistir ao treinamento no horário e ambiente que julgar melhor. Os benefícios são: • Geralmente tem menor custo de inscrição. • A empresa não tem custo de deslocamento e alimentação do colaborador. • O material fica disponibilizado por tempo ilimitado, podendo o participante acessar quando achar melhor. Como desvantagem, assim como no treinamento interno, no treinamento externo o colaborador pode não conseguir tirar dúvidas de forma imediata, necessitando aguardar resposta do ministrante. Avaliação de Eficácia Em treinamentos externos não têm como a empresa garantir que será realizada a avaliação de eficácia por parte da organização do treinamento. Então a forma de avaliar a eficácia do treinamento é a emissão do certificado. Esta parte não tem uma fonte específica. É conhecimento adquirido com a experiência profissional de realização do treinamento e Análise e Modelagem de Processos 39 acompanhamento das ações de implementação do conhecimento obtido no curso. RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu tudo mesmo ? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido a importância da realização de capacitação dos colaboradores para manter os processos atualizados e para que melhorias possam ser implementadas. Existem diversas formas de realizar a capacitação de colaboradores: treinamento interno, presencial ou em EAD, no qual um colaborador da própria empresa repassa às atualizações realizadas nos processos para os demais colegas, ou treinamentos externos, os quais são ministrados por uma pessoa de fora da organização, com a finalidade de ensinar novas metodologias ou atualizar os conhecimentos, conforme mudanças dos métodos no mercado de trabalho. Mas o mais importante de tudo é que seja realizado um planejamento efetivo de treinamentos, de forma a gerar menos impacto nas rotinas de trabalho e maior satisfação dos colaboradores. Análise e Modelagem de Processos 40 Gestão de Risco OBJETIVO: Ao término deste capítulo você verá que a evolução tecnológica mundial, o setor econômico instável, o meio ambiente prejudicado, o setor da saúde em crise e as exigências legais são alguns fatores críticos que geram inseguranças às organizações e que podem afetar diretamente ou indiretamente os processos de negócios.. Para que as organizações possam enfrentar esses fatores e seguir com sucesso nos negócios, deve-se ter uma avaliação crítica de riscos a que podem estar suscetíveis. O mercado está buscando cada vez mais profissionais que conheçam ferramentas adequadas de gestão de riscos e é por isso que, neste capítulo, iremos apresentar algumas ferramentas para análise e gestão de riscos. Você está preparado? Ao final deste capítulo, você será capaz de relacionar as ferramentas para auxílio na gestão de risco em processos. Então vamos aprender mais sobre este assunto e se destacar mais ainda em sua empresa! Princípios da Gestão de Risco Lidar com risco não é algo novo para ninguém, já nascemos lidando com os riscos do dia a dia, como os problemas de um parto, do bebê dormir de bruços, comer algo estragado, ir brincar na rua, levar o primeiro fora na adolescência, fazer a primeira entrevista e assim por diante. O que é relativamente novo é a avaliação de risco existente nos processos de negócios, exemplificado na figura 6. Análise e Modelagem de Processos 41 Figura 6 - Relação de riscos com os processos Fonte: Elaborado pela autora (2020). De acordo com o ISO GUIDE 73 (ABNT, 2009), gestão de risco compreende “as atividades coordenadas para direcionar e controlar uma organização no que tange ao risco.” Conforme, Recht (2016), os benefícios da gestão de risco são: • Melhorar a confiança das partes interessadas. • Estabelecer uma base confiável para a tomada de decisão e o planejamento. • Melhorar os controles de processos. • Alocar e utilizar eficazmente os recursos para o tratamento de riscos. • Melhorar a eficácia e eficiência operacional. • Melhorar a prevenção de perdas e a gestão de incidentes. • Minimizar perdas. • Melhorar a aprendizagem organizacional. • Aumentar a resiliência da organização. A gestão de riscos permite a organização conseguir visualizar e analisar todos os riscos identificados, priorizando as tomadas de decisões, elencando riscos aceitáveis ou inaceitáveis. Análise e Modelagem de Processos 42 EXPLICANDO MELHOR: Um grupo de executivos estava projetando a compra de uma pequena empresa familiar, e para tanto, começou a estudar seus processos, modelando-os e analisando seus riscos. No estudo, foram encontrados os seguintes riscos: Área financeira - faturamento está abaixo da meta nos três últimos meses. Área de compras - os fornecedores são internacionais, com longo lead time para entrega dos insumos. Área de produção - equipamentos com tecnologia ultrapassada e com capacidade no limite de produção. Analisando individualmente todos estes riscos, o grupo de executivos diria que todos são críticos e que teriam que trabalhar urgentemente para eliminá-los. Porém olhando-os em conjunto, o grupo observou que o faturamento baixo, somente nos três últimos meses, poderia ser revertido com o aumento de produção. Também avaliou que não adiantava fazer uma programação de compra de mais insumos, se não houvesse capacidade produtiva para tal. Então, por fim, os executivos verificaram que a prioridade alta deveria ser a compra de equipamentos novos para a área produtiva. A troca de fornecedores para insumos nacionais ou com menor lead time foi tomada como prioridade média e o baixo faturamento foi tido como prioridade baixa, ou aceitável, visto o contexto global da empresa. De acordo com a norma ISO 9001:2015 (ABNT, 2015), que incluiu como requisito a gestão de riscos nos processos organizacionais, a avaliação do risco não se pode limitar somente ao contexto interno da empresa, mas ser estendida às partes interessadas. A gestão de riscos tem como princípio o ciclo de PDCA: • Plan -fazer a análise dos riscos existentes e planejar ações para tratar esses riscos. Análise e Modelagem de Processos 43 • Do -executar as ações planejadas. • Check acompanhar os processos, após a execução das ações, e implementar controles de processos para acompanhamento dos resultados. • Act -analisar os resultados obtidos, verificando se houve diminuição ou eliminação dos riscos identificados. De acordo com a norma NBR ISO 14971 (ABNT, 2009), “risco é a combinação da probabilidade de ocorrência do dano e da severidade desse dano.” Os riscos podem ser identificados por meio do mapeamento e modelagem de processos, auditorias, abertura de controle de mudanças, planejamento estratégico, entre outras situações que podem ocorrer na empresa. Agora vamos conhecer algumas metodologias existentes para auxiliar na identificação e na análise de riscos. Matriz SWOT A matriz SWOT é um importante método que descreve o contexto de qualquer nova atividade e detecta oportunidades e potenciais riscos. O nome desta metodologia foi concebido pelo uso das palavras em inglês Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). A matriz SWOT é preenchida por meio do levantamento das forças, das fraquezas, das oportunidades e das ameaças do negócio. Matriz GUT A matriz GUT é uma das metodologias mais utilizadas nas organizações para análise de riscos, por ser fácil de ser utilizada e permitirmodificações para melhor adaptação dos processos. Análise e Modelagem de Processos 44 A matriz GUT representa os problemas ou riscos potenciais, estabelecendo prioridade de análise, minimizando os impactos (JUNIOR, 2012). Os riscos identificados anteriormente são classificados nos parâmetros de Gravidade (G), Urgência (U) e Tendência (T). Para cada parâmetro é atribuída uma nota entre um e cinco, sendo um a menor intensidade e cinco a maior intensidade. Posteriormente, é realizado a multiplicação das três notas (Risco=GxUxT). Análise e Modelagem de Processos 45 EXPLICANDO MELHOR: No processo produtivo foram identificados os riscos a seguir, sendo classificados pela matriz GUT, conforme quadro 6. Quadro 6 -Matriz GUT do processo de produção de cosméticos MATRIZ GUT Processo: Data: Produção de cosméticos abril/20 Avaliação: R = GxUxT Classificação: Legenda: 1 = muito baixo G = Gravidade 2 = baixo U = Urgência 3 = médio T = Tendência 4 = alto R = grau de risco 5 = muito alto Riscos G U T R Equipamento com tecnologia ultra- passada 1 1 5 5 Equipamento com capacidade no limite da produção 2 4 5 40 Operador não é qualificado 4 4 2 32 Sala de manipulação não possui sistema de ar independente 5 5 4 100 Mobiliário da sala de pesagem é de madeira 4 4 3 48 A transferência do produto entre tanques é realizada de forma ma- nual 3 4 5 60 Fonte: Elaborado pela autora (2020). Análise e Modelagem de Processos 46 De acordo com a matriz GUT avaliada, pode-se observar que o risco com maior prioridade é o número quatro (sala de manipulação não possui sistema de ar independente) e o com menor prioridade é o risco número um (equipamento com tecnologia ultrapassada). Matriz de Risco A matriz de risco surgiu de uma variação da matriz GUT, no qual o risco é avaliado por meio da combinação de dois parâmetros, como probabilidade de ocorrência e severidade/impacto. FTA O FTA (Fault Tree Analisys) é uma ferramenta utilizada para analisar os riscos identificados, partindo-se de uma consequência indesejada, ou “evento principal” e, a partir de níveis e operadores, descobrir o problema até os “eventos base”. FMEA O FMEA (Failure Mode and Effect Analysis - análise do tipo e efeito da falha), segundo Toledo (2015), é uma metodologia desenvolvida em 1940, pelo Military Standard 1629, utilizado para o desenvolvimento de aeronaves. Na década de 1970, foi introduzida na indústria automotiva pela Ford Motor Company, em decorrência ao caso “Ford Pinto.” Atualmente, o FMEA é ferramenta obrigatória para todas as indústrias automotivas e seus fornecedores, devido ser uma ferramenta com estrutura mais completa do que outros métodos de avaliação de riscos. O FMEA pode ser aplicado tanto no desenvolvimento de projetos do produto como nos processos, diferenciando-se somente quanto ao seu objetivo: • FMEA de produto - considera as falhas que poderão ocorrer nas especificações de projeto do produto. Tem como objetivo evitar falhas nesse produto ou processo decorrente ao projeto. Análise e Modelagem de Processos 47 • FMEA de processo - considera as falhas de planejamento e execução de modelagem de processos. Também existem os FMEAS de procedimentos administrativos, FMEA de sistema e FMEA de serviços, sendo estes não muito utilizados. O FMEA aplica-se nas seguintes situações: • Reduzir a probabilidade de ocorrência de falhas em projetos de novos produtos ou processos. • Reduzir a probabilidade de falhas potenciais ou não conformidades preventivas, em produtos e processos em operação. • Aumentar a confiabilidade do produto ou processo em operação por meio de análise de falhas já ocorridas. • Reduzir os riscos de erros e aumentar a qualidade de procedimentos administrativos. O FMEA é registrado e analisado por formulário apresentado na figura 7. Figura 7 - Modelo de formulário-padrão FMEA C ab e ça lh o ANÁLISE DO MODO E EFEITO DAS FALHAS FMEA de Projeto ( ) de Processo ( ) FMEA N°: Página: de Projeto / Processo: Nome/Código do produto:Máquina/Operação: Data Início: Data Limite: Revisão da data: Preparado por: Respons. Progjeto/Processo: Aprovação da Gerência: Equipe: D e se nv o lv im e nt o Item/ Etapa Fun- ção Modo de Falha Efeito da Falha S ev e rid ad e Causa da Falha O co rr ê n ci a Con- troles Atuais D e te cç ão R is co (N R P ) Ações Reco- mendas Respons/ Prazo Resultado S ev e rid ad e O co rr ê n ci a D e te cç ão R is co (N R P ) Fonte: BVQI, 2015. Análise e Modelagem de Processos 48 Os parâmetros de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D) são definidos conforme quadros 7, 8 e 9, respectivamente. Quadro 7 – Severidade Severidade Índice Severidade Critério 1 Mínima O cliente mal percebe a falha quando esta ocorre. 2 3 Pequena Ligeira deterioração no desempenho, com leve descon- tentamento do cliente. 4 5 6 Moderada Deterioração significativa no desempenho de um sistema, com descontentamento do cliente. 7 8 Alta Sistema deixa de funcionar e há descontentamento do cliente. 9 10 Muito Alta Idem ao item anterior, porém afeta a segurança. Fonte: Silva (2017). Quadro 8 – Ocorrência Ocorrência Índice Ocorrência Proporção Cpk 1 Remota 1:1.000.000 Cpk > 1,67 2 3 Pequena 1:20.000 1:4.000 1,67 > Cpk > 1,00 4 5 6 Moderada 1:1000 1:400 1:80 Cpk < 1,00 7 8 Alta 1:40 1:20 - 9 10 Muito Alta 1:8 1:20 - Fonte: Silva (2017). Análise e Modelagem de Processos 49 Quadro 9 – Detecção Detecção Índice Detecção Critério 1 Muito grande Certamente será detectado. 2 3 Grande Grande probabilidade de ser detectado. 4 5 6 Moderada Provavelmente será detectado. 7 8 Pequena Provavelmente não será detectado. 9 10 Muito pequena Certamente não será detectado. Fonte: Silva (2017). O NPR (número de prioridade de risco) é definido pela multiplicação da severidade, ocorrência e detecção: RPN = (S) x (O) x (D). Os critérios de NPR aceitável ou que necessitam de tratamento devem ser definidos pela organização. Análise e Modelagem de Processos 50 RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu tudo mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Neste capítulo apresentamos diferentes metodologias de análise de riscos que podem ser aplicadas na sua empresa para avaliação dos processos e implementação de melhorias. Das ferramentas apresentadas, temos a matriz GUT, que avalia a gravidade, urgência e tendência dos riscos identificados. Já a matriz de riscos utiliza geralmente somente dois parâmetros e tem um formato que facilita a visualização da priorização dos riscos. O FTA é uma ferramenta que apresenta a análise do risco em formato de fluxograma. Agora a principal ferramenta utilizada para a análise de riscos é o FMEA, que devido a sua complexidade e ser completo nas suas informações, é obrigatório em indústrias automotivas e fornecedores. Gostou destas ferramentas? Está pronto para utilizá-las? Experimente fazer combinação delas ou criar métodos com base nessas ferramentas, o que pode ser um bom caminho para seu sucesso profissional! Gostou das informações estudadas nesta unidade? Então vamos agora testar os conhecimentos adquirido por meio da realização das atividades propostas na disciplina! Análise e Modelagem de Processos 51 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 14791 - Aplicação de gerenciamento de risco a produtos para a saúde. Rio de Janeiro: ABNT, 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO Guia 73: 2009. Gestão de riscos - vocabulário. Rio de Janeiro: ABNT,2009. ASSSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS . NBR ISO 9001:2015 - Sistema de gestão da qualidade - Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. CAMPOS, V. F. TQC: Controle de qualidade total (no estilo japonês). Belo Horizonte:Bloch Editores, 1992. RIBEIRO, C. S. Controle estatístico do processo: cartas de controle para variáveis, cartas de controle para atributos. Função de Perda Quadrática, Análise de Sistemas de Medição. Porto Alegre: FEENG/ UFRGS, 2012.Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/ disciplinas/388_apostilacep_2012.pdf Acesso em: 22 abr.2020. SILVA, R. N. Gestão da qualidade: diretrizes, ferramentas, métodos e normatização. São Paulo: Érica / Saraiva, s.d. Disponível em: https://www.amazon.com.br/Gest%C3%A3o-Qualidade- Diretrizes-Ferramentas-Normatiza%C3%A7%C3%A3o-ebook/dp/ B07DQVLJ81?asin=B07DQVLJ81&revisionId=&format=2&depth=1 Acesso em: 22 abr.2020. TOLEDO, M. Diagrama de Ishikawa: espinha de peixe ajudando sua startup. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/diagrama- de-ishikawa-espinha-de-peixe-ajudando-sua-startup. Acesso em: 22 abr.2020. Análise e Modelagem de Processos Gestão e Mapeamento de Processos Análise e Modelagem de Processos Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria MICHELE D. DIPP AUTORIA Michele D. Dipp Sou formada em Engenharia Química e pós-graduada em MBA em Gestão de Projetos, com uma experiência técnico-profissional na área de qualidade de mais de 15 anos. Passei por empresas com sistemas de gestão de qualidade em fase de implementação e com sistemas certificados, com necessidade de modelagem de processos existentes e desejáveis para implementação de melhorias e descrição de processos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Organização de Tarefas ............................................................................ 10 Importância da Organização de Tarefas ......................................................................... 10 Trello ......................................................................................................................................................... 13 Asana ........................................................................................................................................................ 15 Quire .......................................................................................................................................................... 17 Notas do Keep ................................................................................................................................... 19 Gestão de Informações ............................................................................ 21 Importância da Gestão de Informação nas Organizações ................................ 21 Sistema de Armazenamento e Controle de Dados ..............................................22 Sistema de Criação, Edição e Proteção de Documentos ..............23 Programas de PDF ......................................................................................................25 Aplicativos de Armazenamento de dados ................................................27 Softwares de Controle de Documentos ......................................................27 Comunicação ...............................................................................................30 Importância da Comunicação em Processos............................................................ 30 Utilização de E-mail....................................................................................................................... 31 Aplicativo de Troca de Mensagens Instantâneas ....................................................32 Programas de Videoconferência .........................................................................................34 Programas de Comunicação Interna ...............................................................................35 Mapeamento de Processo ....................................................................... 37 Bizagi Modeler ...................................................................................................................................37 Aris Express ........................................................................................................................................ 40 Draw.io .....................................................................................................................................................42 Heflo ..........................................................................................................................................................44 7 UNIDADE 03 Análise e Modelagem de Processos 8 INTRODUÇÃO A área de análise e modelagem de processos exige muito estudo, trabalha com muitas informações simultâneas e exige comunicação com diferentes níveis de pessoas, desde funcionários operadores a diretores, clientes, fornecedores, parceiros, comunidade. Portanto, o profissional que optar por trabalhar nesta área deve assegurar que as tarefas estejam sempre organizadas, com os prazos em dias e seguindo os planos de ações necessários, além de construir uma gestão de informações confiável. Além disso, também deve ter cuidado na sua comunicação verbal, visual e escrita. Por este motivo, nesta unidade vamos apresentar alguns programas que podem auxiliar você nestes trabalhos de organização de tarefas, gestão de informação e comunicação ativa. Também iremos apresentar alguns programas úteis para diagramação das modelagens de processos realizadas pela sua equipe. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Análise e Modelagem de Processos 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Aprender a utilizar softwares para auxílio na organização de tarefas. 2. Aprender a utilizar softwares para auxílio na gestão de informações relacionada aos processos. 3. Aprender a utilizar softwares para auxílio na comunicação com parceiros e colaboradores. 4. Aprender a utilizar softwares para auxílio no mapeamento de processos. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Análise e Modelagem de Processos 10 Organização de Tarefas OBJETIVO: A organização de tarefas é fundamental quando se trata de modelagem de processos, pois o controle efetivo de atividades gera maior produtividade e melhores resultados. Ao término deste capítulo, você iráaprender a utilizar softwares e aplicativos que lhe ajudarão a organizar as tarefas necessárias para realizar as etapas de mapeamento, modelagem e análise de processos. Os softwares que serão apresentados neste capítulo são aplicativos que possuem versão gratuita, podendo ser baixados facilmente ou utilizados de forma on-line. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Importância da Organização de Tarefas Todo ambiente de trabalho deve ter o mínimo de organização para que o funcionário possa encontrar todos seus documentos e não ter atrasos em suas entregas. Quando falamos em processos e projetos, a organização deve ir além da área de trabalho dos colaboradores envolvidos. Deve haver organização de suas tarefas, uma vez que, geralmente, a ação de um colaborador está associada ou afeta a ação de outros colaboradores. Quando não há organização das tarefas, a informação sobre o status das ações ou quem deve realizar o quê, não fica explícito, dificultando o andamento dos processos, acarretando atrasos ou falhas nas entregas. Análise e Modelagem de Processos 11 Alguns métodos tradicionais de organização de tarefas são: • Método Kanban - um dos mais utilizados para a organização de tarefas em programação e controle de sistemas de produção, reduzindo estoques. Segundo Abrantes (2020), esta técnica consiste na utilização de cartões individuais, coloridos, que acompanham o material a cada etapa do processo ou equipes de mão de obra, associados a um quadro de programações. Cópia dos cartões ficam em um quadro de tarefas e trazem as informações do que deve ser feito, o que está em andamento e o que foi concluído, assim como quem deve fazer a tarefa. Figura 1 - Ilustração de quadro de tarefas de Kanban Fonte: Pixabay (2020). Cronograma de atividades- é uma forma de visualização das tarefas, avaliando seus prazos e interação com as demais ações necessárias. Este método é muito utilizado em projetos por ser uma ferramenta muito visual, identificando facilmente quando há atrasos e implicações nas demais atividades ainda não iniciadas. Análise e Modelagem de Processos 12 Figura 2 - Cronograma de projetos Fonte: Freepik (2020) • Lista de tarefas - é uma forma mais simples de organizar, muito utilizada para organização pessoal, e em algumas vezes, profissional. Consiste em colocar as atividades em forma de checklist, assinalando o que já foi concluído. Pensando em facilitar a organização de tarefas de pessoas e empresas no mundo moderno, no qual a tecnologia nos permite estar conectados a todo momento, foram criados diversos softwares/ aplicativos, combinando diferentes métodos existentes para organização de tarefas. Análise e Modelagem de Processos 13 Trello O Trello é um aplicativo gratuito multiplataforma, podendo ser acessado de forma on-line ou off-line, em sistema Windows, IOS e Android ou diretamente pelo site www.trello.com. O Trello utiliza a metodologia de Kaban como base de organização de tarefas, separando-as por cartões e prioridades, identificando os responsáveis por cada tarefa, no qual todos os envolvidos (e autorizados) podem acessar as informações em tempo real e simultaneamente. Este aplicativo é um dos gerenciadores de tarefas mais utilizados por profissionais no mundo, com uma interface de fácil utilização, na qual o usuário consegue criar quadros de projetos e cartões de tarefas e prioridades. Figura 3 - Interface de quadro de projetos cadastrados no Trello Fonte: Trello (2020). Análise e Modelagem de Processos http://www.trello.com 14 Figura 4- Tela de cartões de tarefas, relacionada ao quadro do projeto selecionado Fonte: Trello (2020). Para cada cartão, é possível definir prazo de entrega e gerar checklist de tarefas, identificando os responsáveis em cada ação. Figura 5 - Cartão de tarefas com checklist de ações Fonte: Trello (2020). Os usuários, autorizados para acessar cada quadro, recebem notificações sobre atualizações realizadas e alertas de prazos pelos demais usuários, cadastrados no quadro de projeto. Análise e Modelagem de Processos 15 Asana O aplicativo Asana tem opção de acesso gratuito (com ferramentas limitadas) ou planos pagos, podendo ser acessado pela web ou baixado em sistema IOS ou Android. O aplicativo trabalha com grupos de projetos, no qual as tarefas inseridas para esses projetos podem ser visualizadas em forma de lista, quadro, calendário ou cronograma (este último, em planos pagos), conforme for mais conveniente ao usuário. As telas de apresentação das tarefas estão apresentadas nas figuras 6, 7 e 8. Figura 6 - Apresentação das tarefas em formato de lista Fonte: Asana (2020). Figura 7 - Apresentação das tarefas em formato de quadros Fonte: Asana (2020). Análise e Modelagem de Processos 16 Figura 8 - Tarefas apresentadas em formato de calendário Fonte: Asana (2020). A versão gratuita é limitada em seu uso, sendo indicada para profissionais que estão iniciando na área de projetos ou pequenas empresas, com poucos processos e projetos. Os planos pagos possuem recursos mais avançados: • Premium - para equipes que precisam criar planos de projeto com confiabilidade. • Business -para empresas que precisam gerenciar o trabalho que ocorre entre diferentes equipes. • Enterprise -para organizações que precisam de segurança, controle e suporte adicionais. É importante o usuário avaliar a versão que melhor atenda à demanda de sua empresa. Análise e Modelagem de Processos 17 Quire O Quire é um aplicativo de organização de tarefas gratuito, podendo ser acessado via web ou pelos sistemas operacionais Android e IOS. Utiliza como base a lista de tarefas e o quadro de Kanban. As tarefas podem ser descritas em uma lista comum a todos os projetos ou por projetos e classificadas em “Por fazer”, “Em progresso” ou “Concluída”. Comparando aos demais sistemas apresentados neste capítulo, as telas de apresentação das tarefas deixam um pouco a desejar em sua aparência, mas mesmo assim, trazem as informações fundamentais para uma adequada organização (tarefa, prazo, responsável). Figura 9 - Lista de tarefas gerais do Quire Fonte: Quire (2020). Figura 10 - Quadro de projeto com relação de tarefas separadas por cartões Fonte: Quire (2020). Análise e Modelagem de Processos 18 Quando se deseja transferir as ações constantes na lista geral para um quadro de projeto específico, as ações devem ser arrastadas para a aba do projeto ou selecionadas individualmente no cartão desejado no quadro do projeto. Figura 11 - Board de estatística de andamento de projeto Fonte: Quire (2020). Conforme apresentado na figura, o sistema Quire contém uma ferramenta que o destaca, que é a visualização de estatísticas de andamento dos projetos. Análise e Modelagem de Processos 19 Notas do Keep Notas do Keep é um aplicativo do grupo Google, que consiste em um sistema simples de cadastro de lista de tarefas e anotações, conforme apresentado na figura 12. Figura 12 - Telas de quadro de blocos de anotações e tarefas do Keep Notes Fonte: Keep (2020). O aplicativo pode ser baixado em sistemas operacionais IOS e Android e permite o compartilhamento e atualização em tempo real das informações por todos os usuários autorizados a acessarem o quadro de tarefas. O sistema não permite fazer marcação de usuário responsável por realizar cada tarefa ou determinar prazos. O sistema também não indica histórico de ações realizadas e quem realizou a ação de marcar/ desmarcar ações ou excluí-las, e, por este motivo, é indicado mais para uso pessoal. Em organizações pode ser utilizado por pequenas equipes, não sendo indicado para processos importantes. Análise e Modelagem de Processos 20 RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu tudo mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo destecapítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a organização de tarefas é uma atividade muito importante para análise e acompanhamento de processos e projetos. Para facilitar a vida dos profissionais, existem diversos aplicativos que auxiliam na organização de tarefas, com suas funções em sistemas Kanban, cronogramas de tarefas, listas, entre outras ferramentas. Estes aplicativos podem ser gratuitos ou com planos pagos, dependendo do que a organização procura para seus negócios e gerenciamento de processos. Análise e Modelagem de Processos 21 Gestão de Informações OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você aprenderá a utilizar softwares para realizar gestão de informação, que vão lhe ajudar a realizar o compartilhamento seguro de documentos e arquivos envolvidos em processos, assim como armazenamento e proteção destes arquivos.. Os softwares que serão apresentados neste capítulo são aplicativos que contém grande utilização por organizações, devido a sua facilidade de manuseio. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante! Importância da Gestão de Informação nas Organizações Para iniciarmos, vamos retomar o que é informação. Informação é todo dado gerado por alguém ou pela organização. Ela pode ser gerada por gestos, palavras, desenhos e pode ser registrada por documentos (cadernos, procedimentos, livros, entre outros) ou por imagens (vídeos, fotos, pinturas etc.). E você sabe o que é a gestão de informação? Gestão da informação é a forma de controlar onde e como os dados gerados pelas empresas são armazenados e quem pode ter acesso a estes dados. Com o avanço da tecnologia, a conectividade global, a internet das coisas e a 4ª era industrial, a preocupação com segurança da informação e a transmissão de seu conteúdo têm sido cada vez mais questionadas, sendo um tema muito importante para as organizações. Análise e Modelagem de Processos 22 Para realizar uma adequada gestão de informação, a organização deve ter ferramentas eficazes para realizar o backup, o armazenamento e o compartilhamento de dados, e para os desenvolvedores criaram-se diversos tipos de softwares/aplicativos para ajudar empresas e pessoas nesta tarefa. Sistema de Armazenamento e Controle de Dados Os dados gerados pelas pessoas e pelas organizações geralmente contêm teor importante e confidencial, portanto, a preocupação com sua segurança é vital. Com o avanço da tecnologia, as informações estão, cada vez mais, em formatos digitais, implicando em maior facilidade de criar cópias não autorizadas, perda de arquivos importantes, quebra de sigilo, entre outros itens não desejados, e por isso, o cuidado com o armazenamento de dados deve ter uma atenção especial. Internamente na organização, os arquivos devem ser armazenados de forma controlada para evitar que suas informações sejam acessadas por pessoas não autorizadas, que sejam copiadas sem autorização e utilizados arquivos obsoletos (que não tem mais validade) ou que não foram aprovados. Outra preocupação é com o armazenamento dos arquivos. Geralmente as organizações tendem a manter seus dados salvos na rede interna, ligada a um servidor interno. Porém, para segurança de dados, o ideal é realizar backup em mídias externas, guardadas em local seguro e fora da organização, ou em servidor externo. Análise e Modelagem de Processos 23 Sistema de Criação, Edição e Proteção de Documentos O sistema Office da Microsoft é um pacote de software para criação e edição de arquivos, sendo o sistema mais utilizado mundialmente. Todos os programas do pacote Office abrangem diversas ferramentas que auxiliam na proteção dos arquivos, evitando assim cópias ou alterações não autorizadas. • Word - em Revisão/Proteger, o arquivo pode ser protegido para restrição de edição, com opção de abertura do arquivo como somente leitura ou com aplicação de senha de proteção para abertura do arquivo. Também no menu “Revisão”, há a opção de “Controlar Alterações”, no qual toda a alteração realizada ao longo do texto será destacada de forma a assinalar o que foi alterado e o que foi excluído. Também pode ser apresentado alteração de fonte, conforme apresentado na figura 13. Figura 13 - Exemplo de alterações controladas no Microsoft Word Fonte: Microsoft Word (2020) • Excel - A função de proteção pode ser aplicada no arquivo, restringindo sua abertura como somente leitura ou somente com acesso por senha. Também pode ser aplicada a pastas de trabalho específicas ou até mesmo por células. Análise e Modelagem de Processos 24 Figura 14- Proteção de arquivo Excel para abertura como leitura ou com acesso por senha Fonte: Excel (2020). Figura 15 - Proteção de planilhas e células Fonte: Excel (2020). Os demais programas do Microsoft Office também abrangem sistemas de proteção, porém não serão destacados nesta unidade por serem considerados arquivos com menor relevância na maior parte das vezes. Análise e Modelagem de Processos 25 Programas de PDF Os programas de PDF são considerados seguros contra alterações pela grande maioria das pessoas, porém isto não é verdade, pois os arquivos podem ser convertidos em texto com o auxílio dos próprios programas de PDF. Também há programas que permitem realizar alteração do texto em formato PDF. Figura 16 - Página de arquivo original, em formato PDF Fonte: Soda PDF (2020). Figura 17 - Alterações realizadas no arquivo em formato PDF Fonte: Soda PDF (2020). Análise e Modelagem de Processos 26 Para isso que isto não ocorra em arquivos importantes para a organização, alguns programas de PDF têm opção de segurança do arquivo, contra alterações, impressão ou até mesmo leitura, conforme você pode observar nas figuras a seguir, que apresentam as opções de segurança oferecidas pelo programa SODA PDF. Figura 22 - Configurações de segurança para edição de arquivo PDF Fonte: Soda PDF (2020). Figura 23 - Proteção de arquivo PDF para acesso somente com senha Fonte: Soda PDF (2020). Análise e Modelagem de Processos 27 Com o auxílio destas ferramentas, o usuário do arquivo pode garantir que esse material não seja copiado, impresso ou alterado por pessoas não autorizadas. Aplicativos de Armazenamento de dados O Google Drive e o Dropbox são exemplos de serviços de armazenamento de dados em disco virtual, também chamado de “nuvem”, onde esses dados são protegidos em servidores seguros e que podem ser acessados por usuários autorizados por meio de login e senha individual. Os arquivos armazenados nestes aplicativos podem ser compartilhados com outros usuários, desde que autorizado pelo usuário responsável pelo armazenamento no drive. Estes aplicativos podem ser utilizados como sistema de backup, apesar da segurança de acesso aos dados estar vinculada à realização de login e senha, não havendo outras barreiras de segurança. Softwares de Controle de Documentos Existem diversos tipos de softwares para controle de histórico, revisões e acessos de documentos digitais (vídeos, fotos, documentos, planilhas). A grande maioria está vinculada a módulos de gestão de qualidade. Cada programa tem suas características especiais e deve ser analisado, conforme a necessidade de cada empresa. Aqui serão destacados somente alguns programas/sistemas para este tipo de ação. Análise e Modelagem de Processos 28 Alguns sistemas que integram a função de controle de documentos são: • MICROSIGA/TOTVS - sistema ERP (Enterprise Resource Planning, ou sistema de gestão integrado) que tem diversos módulos e funções. No módulo de qualidade/controle de documentos, os usuários autorizados podem inserir documentos no sistema. Estes documentos podem ser alterados, revisados, aprovados, homologados e lidos somente por usuários autorizados a realizar cada uma dessas ações. O sistema mantém o histórico de revisões e controla a revisão de todosos documentos, não permitindo o uso de arquivos obsoletos. • DOO - software especializado em sistema de gestão de qualidade. No módulo de controle de documentos, a organização consegue realizar o controle de todo o processo de elaboração e revisão do documento (revisão, aprovação e publicação) assim como o controle dos históricos dessas revisões, com data e usuário responsável. O controle de permissão de acesso é realizado por pasta e documento. • ORQUESTRA ECM- é um sistema de controle de documentos e informações digitais pela interação e digitalização desses documentos, captura por dispositivos móveis, importações de documentos eletrônicos. Este programa realiza o tratamento e o armazenamento dos documentos, a recuperação de informações protegidas, garantindo a proteção e a rastreabilidade desses documentos por auditorias e assinaturas digitais. Além destes sistemas, existem outros que realizam a função de controle de documentos e que podem auxiliar na área de análise de processos, assim é muito importante que você entenda o que a sua empresa necessita e escolher o melhor programa para isto. Análise e Modelagem de Processos 29 RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu tudo mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter compreendido a importância da gestão de informações e proteção de dados. Existem softwares que auxiliam na proteção de edição de arquivos, proteção de abertura, leitura e gerenciamento de documentos e armazenamento de dados de forma segura para que estes não sejam utilizados de forma incorreta ou por pessoas não autorizadas. Análise e Modelagem de Processos 30 Comunicação OBJETIVO: Neste capítulo você irá aprender a utilizar ferramentas de programas digitais, utilizados para comunicação envolvida em processos, assim como conhecer e evitar algumas falhas de comunicação comuns que acontecem no dia a dia de profissionais, envolvidos em análise de processos.. Importância da Comunicação em Processos A comunicação é, de longe, muito importante para a convivência social de todas as espécies e está presente em nossas vidas desde os princípios dos tempos. Nos animais, observamos a comunicação, por exemplo, por meio do latido de cachorros, quando querem nos “falar” algo como pedir comida, pedir para passear, avisar que tem um invasor no espaço etc. As plantas se comunicam por meio de seus perfumes, informando que estão na época de floreio, de poda ou coleta de seus frutos. Nós humanos também nos comunicanos, correto? Então, usamos a comunicação a todo instante, seja por meio da fala, da escrita, das pinturas, dos gestos ou até mesmo com pensamentos. Agora quando tratamos de processos, a comunicação se torna uma ferramenta essencial para evitar falhas, pois temos que ter uma comunicação efetiva interna (entre colegas, equipes, departamentos) e externa (com clientes, fornecedores, parceiros, vizinhança, entre outros) para podermos saber como está o real andamento do processo, status das ações definidas, tarefas realizadas ou atrasadas, impactos, mudanças requeridas, entre outros itens importantes. Análise e Modelagem de Processos 31 Utilização de E-mail O e-mail é a substituição tecnológica das correspondências, sem o custo de selagem e o tempo de entrega. Atualmente, conseguimos enviar os e-mails com arquivos, fotos, mídias, textos, entre outros conteúdos para quem quisermos, incluindo destinatários em cópias, sem nenhuma dificuldade, chegando a mensagem instantaneamente a quantos destinatários quisermos. E, devido a essa facilidade, os e-mails têm sido considerados um meio oficial de comunicação, sendo utilizados para envio de documentos importantes. Porém, sempre que for enviar um e-mail, você deve ter alguns cuidados, que acarretam diversos problemas em processos de negócios: • Destinatário errado - muitas vezes, pela correria do dia a dia, acabamos trocando o destinatário do e-mail. Isto pode gerar erros leves com uma resposta “acho que errou o destinatário”, mas também podem acarretar falhas gravíssimas, com o envio de informações sigilosas a pessoas que não deveriam receber tais informações. • Anexar arquivo muito grande - quando o arquivo é muito grande, o e-mail pode não conseguir ser enviado ou ser recebido, devido a limitação dos provedores em questão e regras de segurança das empresas. Quando o arquivo em questão é muito importante, deve-se solicitar a confirmação de seu recebimento. • Interpretação de texto - sempre que tratamos com pessoas, estamos correndo o risco de falha na interpretação do texto. Isso ocorre por diversos motivos, incluindo a cultura e meio social no qual as pessoas convivem. Para minimizar este tipo de falha, procure não escrever todo texto em letras maiúsculas (isso pode ser considerado como grito por algumas pessoas), utilize corretamente a pontuação de texto (a falta ou excesso de pontuação pode alterar totalmente o sentido da frase) e evite utilizar abreviações ou gírias (o destinatário pode não conhecer estes termos). Análise e Modelagem de Processos 32 Agora como podemos utilizar os softwares para nos ajudar a evitar algumas destas falhas? Os e-mails podem ser criados, editados e enviados pela página do provedor (na web) ou, o que é mais comum, por meio de programas específicos para esse envio e recebimento como o Microsoft Outlook ou Opera Mail. Estes programas incluem ferramentas para: • Confirmação de recebimento e leitura do e-mail pelos destinatários - muito útil para não depender do destinatário confirmar que recebeu algum e-mail importante. Porém, o remetente deve estar alerta de que os programas também possuem opção de não enviar a confirmação de recebimento. A figura a seguir apresenta a localização destas opções no Microsoft Outlook 365. Figura 24 - Botões de confirmação de entrega e leitura no Microsoft Outlook Fonte: Microsoft Outlook (2020). • Correção ortográfica - esta função ajuda a corrigir falhas gramaticais e ortográficas de palavras erradas ou com acentuação incorreta. Com estas informações, você conseguirá efetuar uma comunicação mais efetiva por e-mail. Aplicativo de Troca de Mensagens Instantâneas Os aplicativos de mensagens instantâneas como Whatsapp e Messenger fazem parte de nosso dia a dia, de forma que estamos ficando, cada vez mais, “aprisionados” a estas tecnologias. Estes aplicativos começaram a funcionar com o objetivo de comunicação social entre amigos e familiares, não tendo a intenção de ser utilizado como meio de comunicação de informações importantes, Análise e Modelagem de Processos 33 porém devido a facilidade de acesso (instalado em nossos dispositivos móveis), acabamos nos comunicando também com outros membros de nossa equipe de trabalho, fornecedores e clientes. Exatamente por isso, as conversas realizadas nestes aplicativos têm sido consideradas como oficiais em algumas organizações, e até mesmo servindo como prova em questões jurídicas. Por este motivo, alguns cuidados a serem tomados, quando tratamos de negócios: • Não confundir contato profissional com contato pessoal, enviando gifs, figuras e links de assuntos não relacionados ao trabalho - você não sabe qual será a impressão que o destinatário da mensagem terá, podendo ficar ofendido com algum conteúdo que para você pode ser uma simples brincadeira. Isto pode afetar relacionamentos profissionais futuros. • Não enviar informações confidenciais sem autorização de seus gestores. Isto pode ser considerado como falta de ética ou vazamento de informações e prejudicar os negócios de sua empresa. • Quando se está em grupo de conversa de negócios, cuidado ao falar de outras pessoas. Elas podem estar no grupo ou ter amigos no grupo, o que pode afetar seus relacionamentos profissionais.• Ao utilizar mensagem escrita, cuide para não cometer erros ortográficos e gramaticais, nem escrever tudo em letras maiúsculas. Isto pode ocasionar falha na interpretação de texto. Análise e Modelagem de Processos 34 Programas de Videoconferência Uma tecnologia que, cada vez mais, é utilizada são os aplicativos como Skype, Google Hangout, Whatsapp, FaceTime, entre outros, que realizam videoconferência e conseguem reunir diversas pessoas em uma única chamada (há limitação de usuários nos aplicativos). Este tipo de reunião é tão importante quanto uma reunião presencial e, a tendência mundial é que venha substituir cada vez mais as reuniões tradicionais, por não haver a necessidade de deslocamento de pessoas para o local marcado, fazendo com que elas consigam aproveitar mais seu tempo, obtendo maior produtividade no trabalho. Este tipo de aplicativo/software utiliza comunicação visual e verbal e por este motivo, alguns cuidados devem ser tomados ao entrar em reuniões de negócios: • Ambiente -como as reuniões são realizadas por vídeo, deve- se ter cuidado com o ambiente escolhido para fazer a reunião, evitando-se lugares com muito barulho ou movimento e lugares bagunçados (pode causar uma má impressão). • Aparência - você deve estar usando roupas que utilizaria em uma reunião presencial. Às vezes, quando a pessoa trabalha em home office, esquece que está tratando de assunto profissional e acaba causando má impressão com clientes ou fornecedores por não estar adequadamente vestida. Lembre-se que a boa aparência ajuda a causar boas impressões. • Registro de reunião - assim como uma reunião presencial, a reunião virtual deve possuir uma pauta e uma ata que registrará tudo que foi tratado. Por isso, uma das pessoas convocadas deve ser responsável por redigir e enviar a ata a todos os presentes, via e-mail. • Tempo de reunião - tanto reuniões presenciais quanto virtuais, não devem ser muito extensas para que se evite o desinteresse dos participantes. Além do mais, na maioria das vezes, as reuniões são realizadas em aplicativos móveis, podendo acabar a bateria de algum participante, se o tempo for longo. Análise e Modelagem de Processos 35 Programas de Comunicação Interna Além de todos os programas já citados para comunicação, temos os canais de comunicação interna das empresas que facilitam aos colaboradores expressar suas opiniões sobre processos ou outros assuntos relacionados à empresa. Para este tipo de comunicação, as empresas podem utilizar quadros de avisos, urnas de opiniões, pesquisas, entre outras ferramentas. Com o avanço da tecnologia, as empresas podem utilizar softwares/ programas que auxiliem neste tipo de comunicação. A seguir alguns exemplos: • Intranet - muitas organizações usam um sistema de comunicação interna, chamada intranet, na qual são disponibilizadas na rede de computadores internos, informações, notícias e eventos. A intranet também pode ser utilizada como recurso de pesquisas internas ou meio para colaboradores expressarem suas sugestões de melhorias. • Rede Social Colaborativa - programa estilo “facebook”, porém para acesso somente aos colaboradores da empresa. Este programa permite a todos se conhecerem melhor, agregando maior união nos trabalhos e nos processos. A intenção deste tipo de programa é divulgar quais os projetos e processos que cada colaborador está envolvido e apresentar seus resultados, destacando-os e fazendo com que os demais vejam que também podem participar destas conquistas. Análise e Modelagem de Processos 36 RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu tudo mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido sobre as principais formas de comunicação e como lidar em cada caso. A comunicação pode ser externa, com fornecedores, clientes e parceiros, ou interna, entre colegas, equipes e departamentos, para tanto, deve-se ter sempre cuidado para não causar falha na interpretação do que se deseja comunicar. Quando a comunicação é escrita, deve-se cuidar da linguagem utilizada e a formatação da fonte, evitando que haja falha na interpretação de textos. Já quando for realizado comunicação por vídeo, deve- se cuidar do ambiente e da aparência do colaborador escolhido para a realização da reunião. Análise e Modelagem de Processos 37 Mapeamento de Processo OBJETIVO: O mapeamento de processos é a base desta disciplina e conforme você já deve ter aprendido, é muito importante para os negócios da organização, aumentando a produtividade, reduzindo perdas e melhorando os resultados da empresa. Os softwares de modelagem de processos são programas e aplicativos que auxiliam a montar os diagramas de processos, utilizando diversos tipos de notação, conforme o aplicativo escolhido. Neste capítulo, você irá conhecer e aprender a utilizar algumas opções de programas de diagramação de processos, podendo ser manuseados de forma on-line, pelos de sites da internet, ou off-line, por meio de download de programas. Preparado para conhecer algumas ferramentas que lhe auxiliarão a seguir carreira nesta área? Vamos lá! Bizagi Modeler O Bizagi Modeler é um dos programas mais utilizados por profissionais de escritório de BPM (Business Process Modeling), por sua facilidade de acesso e de utilização. Análise e Modelagem de Processos 38 Figura 25 - Tela inicial do programa Bizagi Modeler Fonte: Bizagi Modeler (2020). Na figura observamos a barra de ferramentas, o quadro principal (diagrama 1), no qual deve ser montado o fluxograma de processo, a barra lateral, com a paleta de notação BPMN e o quadro inferior (validação de diagrama) que descreverá erros no diagrama ativo. Para montar o diagrama, o usuário deve arrastar o símbolo desejado para o quadro de “Processos 1.” Quando o processo tiver mais de um nível de trabalho (multidepartamentos), o quadro pode ser dividido em duas ou mais lanes (níveis), conforme apresentado na figura 22. Figura 22- Processo dividido em duas lanes Fonte: Bizagi Modeler (2020). Análise e Modelagem de Processos 39 Quando o processo contiver um subprocesso, ele pode ser montado em outra tela, sendo o conjunto de diagramas visualizado na tela principal de “diagramas”, conforme figura 23. Figura 23 - Quadro de diagramas de processos montados Fonte: Bizagi Modeler (2020). Para utilizar o diagrama montado em algum documento externo ao programa, o usuário pode ir na aba de “Importar/Exportar” e selecionar o formato que deseja utilizar (Imagem, Visio, XPDL, BPMN) e salvar no local desejado. Figura 24 - Modelo de diagrama de processo criado e exportado do programa Bizagi Fonte: Bizagi Modeler (2020). Análise e Modelagem de Processos 40 Na figura podemos observar o resultado da diagramação de processo simples, criado pelo programa Bizagi Modeler. Aris Express O Aris Express é um programa em que o usuário necessita realizar download e cadastro pelo site para que possa utilizá-lo, mesmo em momento off-line. Para iniciar o trabalho, o usuário deve selecionar o tipo de diagrama que deseja montar, tendo opção de trabalhar com diferentes notações, incluindo EPC e BPMN, conforme apresentado na figura 25. Nesta unidade, iremos focar nosso trabalho em notação BPMN. Figura 25 - Opções de formatos de diagramas do ARIS Express Fonte: ARIS Express (2020). A tela inicial, apresentada na figura, contempla a barra de ferramentas, na parte superior, a barra de símbolos de notação, na barra lateral e o quadro de diagrama, no qual será montado o processo desejado. Análise e Modelagem de Processos 41 Figura 26 - Tela inicial de trabalho do ARIS EXPRESS Fonte: ARIS Express (2020). Para a montagem do diagrama de processos, o usuário deve arrastar os símbolos desejados para o quadro de trabalho. Os símbolos seguintespodem ser selecionados a partir de uma caixa de símbolos que se abre ao clicar em cima de alguma figura, já colocada no quadro de diagrama. Figura 27- Caixa de símbolos possíveis a serem conectados Fonte: ARIS Express (2020). Análise e Modelagem de Processos 42 Ao finalizar o mapeamento do processo, o usuário poderá exportá- lo em formato de imagem, pdf e rtf, conforme o uso desejado. Figura 28- Modelo de processo mapeado pelo ARIS Express Fonte: ARIS Express (2020). A figura apresenta o resultado da criação de um processo simples, com notação BPMN, a partir do programa Aris Express. Draw.io O Draw.io é um programa de uso gratuito e on-line, que se encontra no site: https://app.diagrams.net/. A interface de trabalho é mais simples, sendo ótima escolha para estudantes e profissionais iniciantes em modelagem de processos. O programa tem anotações em formato general (Fluxograma ANSI), UML, BPMN, entre outros formatos menos conhecidos. Análise e Modelagem de Processos https://app.diagrams.net/ 43 Figura 29 - Tela de trabalho do Draw.io Fonte: Draw.io (2020). Na tela inicial, temos os elementos de notação alocados na barra lateral esquerda, e na barra lateral direita, temos algumas opções de configuração do diagrama. Para iniciar a modelagem do diagrama de processo, o usuário deve arrastar o símbolo desejado para a área central da tela. Os símbolos seguintes devem ser arrastados até a seta direcional do símbolo anterior ficar azul escuro (conforme A figura 30). Figura 30 - Conexão de novo elemento ao símbolo anterior Fonte: Draw.io (2020). Análise e Modelagem de Processos 44 Os símbolos são apresentados sem coloração (preto e branco), mas o usuário pode alterar suas cores por meio da barra de configuração de diagrama. O arquivo do diagrama pode ser salvo pelo usuário em pasta local ou em nuvem, e o diagrama pode ser exportado nos formatos de imagem, pdf, visio, xml, html, url ou outro formato avançado. Figura 31- Modelo de processo criado e exportado pelo Draw.io Fonte: Draw.io (2020). A figura 31 apresenta o diagrama de processo, gerado pelo programa Draw.io, com notação BPMN. Heflo Heflo é um sistema completo de modelagem e análise de processos, com trabalho on-line, disponível em https://www.heflo.com/ free-business-process-modeling-software/. O usuário deve realizar um cadastro no site para poder utilizar gratuitamente os serviços oferecidos de modelagem e análise de processo. A tela de diagramação de mapeamento de processos tem uma interface boa para se trabalhar, ideal para estudantes e profissionais iniciantes na área. A linguagem técnica é na notação BPMN. Análise e Modelagem de Processos https://www.heflo.com/free-business-process-modeling-software/ https://www.heflo.com/free-business-process-modeling-software/ 45 Figura 32 - Tela de diagramação de processos pelo Heflo Fonte: Heflo (2020). Na tela de diagramação é apresentada a barra de símbolos de notação, ao lado esquerdo. Para iniciar o diagrama, o usuário deve arrastar o primeiro símbolo para o campo de trabalho e depois ir seguindo, conforme as opções de conexões apresentadas. O diagrama pode ser exportado em arquivo BPMN, em formato de imagem (png) ou em formato de documento (pdf, word, excel, html) para ser utilizado em outros programas. O diagrama também será salvo para futuro acesso no site da Heflo. Figura 33 - Modelo de processo criado pelo Heflo Fonte: Heflo (2020). Análise e Modelagem de Processos 46 A Heflo possui outras ferramentas que podem ser utilizadas em análise de processos, tais como gerenciamento de documentação, análise de não conformidades, cadastros de usuários, departamentos, entre outros serviços oferecidos pelos planos pagos. Os programas apresentados contêm diversas opções de notação de processos, sendo o utilizado nos exemplos a notação BPMN. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto, acesse o site BPMN Tool Matrix, clicando aqui, que apresenta uma relação de diversos programas de modelagem de processos. Gostou destes programas? Está pronto para utilizá-los? Então experimente, teste, crie processos e veja qual você tem mais facilidade de utilizar e qual é o mais adequado para o público-alvo de sua empresa! Gostou pelas informações estudadas nesta unidade? Então vamos agora testar os conhecimentos adquiridos por meio da realização das atividades propostas na disciplina! RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu tudo mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir o que vimos. Neste capítulo apresentamos algumas opções de programas de montagem de diagrama de mapeamento de processos, com serviços gratuitos e de fácil acesso que podem ser utilizadas por diferentes níveis de profissionais e estudantes. Análise e Modelagem de Processos 47 REFERÊNCIAS ABRANTES, L. Kanban - Entenda o que é e como funciona o método Kanban. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/kanban/ Acesso em: 13 maio 2020. ARIS Community. Gerenciamento de processo. Versão 2.4d. Disponível desde 29 de junho de 2017. Disponível em: https://www. ariscommunity.com/aris-express Acesso em: 13 maio 2020. ASANA. Gerenciamento de processo. Disponível em: https://asana. com/ Acesso em: 13 maio 2020. BIZAGI. Disponível em: https://www.bizagi.com/ Acesso em: 13 maio 2020. BPMN Tool Matrix. Disponível em:https://bpmnmatrix.github.io/ Acesso em: 9 maio 2020. DRAW.IO. Disponível em: https://app.diagrams.net/ Acesso em: 13 maio 2020. HEFLO. Disponível em: https://www.heflo.com/free-business- process-modeling-software/ Acesso em: 13 maio 2020. QUIRE. Disponível em: https://quire.io/ Acesso em:13 maio 2020. TRELLO. Disponível em: https://trello.com/home. Acesso em: 13 maio 2020. Análise e Modelagem de Processos Gestão e Mapeamento de Processos Análise e Modelagem de Processos Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria MICHELE D. DIPP AUTORIA Michele D. Dipp Sou formada em Engenharia Química e pós-graduada em MBA em Gestão de Projetos, com uma experiência técnico-profissional na área de qualidade de mais de 15 anos. Passei por empresas com sistemas de gestão de qualidade em fase de implementação e com sistemas certificados, com necessidade de modelagem de processos existentes e desejáveis para implementação de melhorias e descrição de processos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento deuma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO O que é Indústria 4.0? ................................................................................ 12 História do Desenvolvimento Industrial 4.0 ................................................................. 12 4ª Era Industrial ................................................................................................................................. 14 Robôs Autônomos ....................................................................................................... 15 Simulações ....................................................................................................................... 16 Integrações de Sistemas ........................................................................................ 16 Internet das Coisas...................................................................................................... 17 Cibersegurança ............................................................................................................. 17 Computação em Nuvem ........................................................................................ 18 Impressão 3D .................................................................................................................. 18 Realidade Aumentada .............................................................................................. 19 Análise de Dados e Big Data .............................................................................. 20 Ética ....................................................................................................................................... 20 Manufatura 4.0 Versus Processo 4.0 ...................................................22 O que é Manufatura? ....................................................................................................................22 Manufatura 4.0................................................................................................................23 Processos Contínuos .................................................................................................24 Processos 4.0 .....................................................................................................................................25 Principais Diferenças do Processo 4.0 para os Processos Atuais .....................................................................................................................................26 Gestão de Processos na Indústria 4.0 ................................................30 Gestão de Processos ................................................................................................................. 30 Evolução do Ciclo de PDCA ................................................................................. 31 Gestão de Informações ...........................................................................................32 Gestão de Controle de Mudanças ..................................................................33 Gestão de não Conformidades ..........................................................................34 Sistemas Integrados de Gestão ............................................................................................35 MES ........................................................................................................................................35 ERP ......................................................................................................................................... 36 SCM ........................................................................................................................................37 Desafios na Implementação de Processos 4.0 ...............................38 Desafios da Indústria 4.0 ........................................................................................................... 38 Falta de Conhecimento .......................................................................................... 38 Alto Custo de Implantação .................................................................................. 39 Qualificação dos Funcionários ........................................................................... 39 Ausência de Infraestrutura e Incentivos ..................................................... 40 Inexperiência no Processo de Transição .................................................. 40 Dificuldades da Implantação de Processos 4.0 ........................................................ 41 Alteração do Perfil de Qualificação dos Funcionários ......................42 Falta de Foco no Objetivo ....................................................................................42 Visão sobre Modelagem de Processos pela Organização ...........43 9 UNIDADE 03 Análise e Modelagem de Processos 10 INTRODUÇÃO Ao longo da história, houve muito avanço na tecnologia e nos processos fabris e de negócios e passamos da produção artesanal de produtos em pequenas quantidades a produção industrial em larga escala por meio de processos automatizados e conectados. Com este avanço, os processos estão em constante mudança, em melhoria contínua dos negócios, aumentando os resultados, a lucratividade das organizações. Nesta unidade, iremos lhe apresentar a história da evolução industrial, a partir das quatro eras industriais. Você também irá aprender a diferença entre manufatura e processos, conhecerá as mudanças que estão ocorrendo nos negócios e nas áreas industriais e os desafios de implementação de novos processos. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Análise e Modelagem de Processos 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Conhecer as eras industriais e identificar a importância da indústria 4.0. 2. Identificar as diferenças entre manufatura e processo na indústria 4.0. 3. Relacionar como é realizada a gestão de processos na indústria 4.0. 4. Identificar os desafios na implementação de processos 4.0 e aprender como lidar com eles. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Análise e Modelagem de Processos 12 O que é Indústria 4.0? OBJETIVO: No século XVI começou a evolução tecnológica, adequando as empresas para realizarem produção em massa e não mais de forma artesanal e em pequenas quantidades.. Ao longo dos séculos, houve muitas invenções que afetaram o desenvolvimento das empresas e levaram ao crescimento das indústrias e, consequentemente, empresas em geral. Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer quais foram as eras industriais e identificar a importância da Indústria 4.0. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! História do Desenvolvimento Industrial 4.0 Antes do início da Revolução Industrial, segundo Silva (2020), ocorrida no início do século XVIII, a produção ocorria de forma manual e o trabalhador realizava sua tarefa por meio da capacidade artesanal. Segundo Almeida (2019), em 1712, iniciou-se, na Inglaterra, a Revolução Industrial que durou mais de 200 anos. Neste período, a fabricação que era de produtos inteiros, passou a ser realizada por parte dos produtos, iniciando o conceito de manufatura de linha de produção, no qual os profissionais passaram a produzir mais e pensar menos (trabalho mais mecânico e menos intelectual), o que também iniciou o conceito de “processo de produção”. Um dos grandes marcos da primeira era industrial, foi em 1765, com a invenção da máquina a vapor pelo o britânico James Watt. Durante a segunda era industrial (1913 – 1969), Henry Ford criou o conceito de produção em massa, reduzindo os custos e popularizando os produtos, com a produção em larga escala. Neste período foiintroduzido Análise e Modelagem de Processos 13 o uso da energia elétrica nos processos produtivos. O gerenciamento de processos então passou a contar com processos múltiplos (ou subprocessos) para a produção de um único produto. Na terceira era industrial, que durou de 1969 até 2010, foram implementados os sistemas computadorizados no chão de fábrica, iniciando o uso de controles eletrônicos, dispositivos e sensores capazes de gerenciar grandes quantidades de variações nos processos. Este período teve como característica mais qualidade dos produtos, maior produção, mais segurança na produção e a gestão de custos produtivos. Neste período também foi utilizado o conceito de processos em negócios não fabris. Em 2010, foi iniciado a quarta era industrial, também conhecida como Indústria 4.0. Esta era tem como principal característica a conectividade de pessoas e máquinas. Figura 1 - Linha do tempo da história das eras industriais Fonte: Elaborado pela autora (2020). Você pode observar que os períodos estão ficando cada vez menores, o que acontece devido à velocidade do crescimento da informação. Estamos inventando mais e, cada vez mais, conectados, gerando maior agilidade de comunicação mundial. Com isso, os processos também evoluíram ao longo dos séculos, passando de um processo simples e manual para processos múltiplos, interligados e conectados. Análise e Modelagem de Processos 14 4ª Era Industrial A quarta era industrial, também chamada de Indústria 4.0, teve início na Alemanha, como um programa institucional de tecnologia, envolvendo empresas, universidade e governo, com o intuito de aumentar a competitividade da indústria alemã, modernizando-a. Conforme o programa foi avançando, os sistemas de manufaturas, que eram internos e ligados ao sistema da própria empresa, passaram a ser integrados a armazenamentos em nuvens de dados. Os sistemas utilizados passaram a ficar mais inteligentes e capazes de realizar previsões de produção e suprimentos, fazendo o acompanhamento em tempo real. A integração de sistemas permite que a produção possa ser realizada de forma seriada de vários tipos de produtos, inclusive customizados. Figura 2 - Fundamentos da Indústria 4.0 Fonte: Elaborado pela autora (2020). Análise e Modelagem de Processos 15 A figura 2 apresenta, conforme Vitalli (2018), os 10 fundamentos que servem como base para a Indústria 4.0. Vamos falar sobre estes fundamentos a seguir. Robôs Autônomos Na Indústria 4.0, conforme Almeida (2019), os robôs autônomos são utilizados para realização de tarefas produtivas, para gerar produtos customizados ou de grandes lotes, sem a necessidade de supervisão humana. Figura 3 - Ilustração de robô x humano Fonte: Freepik (2020) Os robôs são capazes de trabalhar para automatizar e coordenar uma série de tarefas logísticas e de produção, interagindo com outras máquinas e com seres humanos, segundo Vitalli (2018). Análise e Modelagem de Processos 16 Simulações A simulação computacional é importante para garantir a qualidade e a eficácia dos produtos, assim como avaliação dos processos produtivos. Também conhecida como Computer Aided Engineering (CAE), conforme Almeida (2019), a simulação computacional auxilia os processos e produtos que passam a ser testados e ensaiados durante a fase de concepção, proporcionando redução de custos e de tempo de projeto e produção, aumentando produtividade e auxiliando na detecção de falhas e identificação de soluções. Na Indústria 4.0, a simulação ainda pretende acompanhar as informações na planta, em tempo real, gerando dados para aproximar o mundo físico e o virtual, melhorando as análises de simulações de projetos e processos futuros. Integrações de Sistemas A Indústria 4.0 contempla seus processos de fabricação integrados com as fases pertinentes à fabricação do produto e com outros processos transversais que causam impacto na fabricação de todos os produtos. Figura 4 - Ilustração de integração de sistemas industriais Fonte: Freepik (2020). Análise e Modelagem de Processos 17 Para isto, são criados sistemas de análises de diversos processos em uma plataforma única, disponibilizado na empresa a todos os envolvidos, interna e externamente. Internet das Coisas Segundo Almeida (2019), a Internet das coisas (Internet of Things - IoT) é a conexão entre redes de objetos físicos, ambientes, veículos e máquinas por meio de dispositivos eletrônicos, permitindo a coleta e troca de informações. A IoT é essencial para a integração de sistemas e robôs autônomos. Figura 5 - Ilustração de Internet das coisas Fonte: Pixabay (2020). Cibersegurança Na Indústria 4.0, todas as áreas da empresa devem estar conectadas, tanto as redes corporativas quanto as de automação e operacionais, conforme o conceito de integração de sistemas. Por isso, segundo Altus (2019), é fundamental que a indústria tenha um sistema de segurança de informações virtuais (cibersegurança) para proteger de possíveis ameaças e falhas que podem vir a causar transtornos na produção. Análise e Modelagem de Processos 18 Computação em Nuvem Cada vez mais, as tarefas, relacionadas à produção, na da Indústria 4.0, necessitam de uso de aplicativos e dados compartilhados entre diferentes localidades e sistemas, além dos limites dos servidores da empresa. Figura 6 - Ilustração de computação em nuvem Fonte: Pixabay (2020). Por este motivo, a computação em nuvem é importante, possibilitando eficiência nos resultados, redução de custo e de tempo. Impressão 3D A produção de peças, a partir de impressão 3D, por meio de um software integrado à linha de produção, favorece a fabricação de produtos personalizados, oferecendo vantagens em construção de desenhos complexos, além da produção de protótipos, o que proporciona redução de custos em grandes processos de ferramentaria. Análise e Modelagem de Processos 19 Figura 7 - Ilustração de impressão 3D Fonte: Freepik (2020). Realidade Aumentada A realidade aumentada é a tecnologia menos desenvolvida na Indústria 4.0, porém aplicada às suas necessidades, permitindo que informações de montagens ou para gestão de operações de maquinários sejam enviadas pelo celular. Figura 8 - Ilustração do uso da realizada aumentada Fonte: Pixabay (2020). Análise e Modelagem de Processos 20 Análise de Dados e Big Data A Indústria 4.0 tem gerado grande quantidade de informações com os novos sistemas. Para Almeida (2019), a análise e a gestão destes dados gerados têm possibilitado a otimização dos processos industriais, melhorando o consumo de energia e a qualidade dos produtos. Figura 9 - Ilustração de análise de dados Fonte: Pixabay (2020). Ética Segundo Vitalli (2018), na Indústria 4.0, a ética é de fundamental importância na transparência dos negócios, na cultura entre as empresas e na formulação dos preços das consultorias. Análise e Modelagem de Processos 21 RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido sobre as características das quatro eras industriais e como cada uma impulsionou a evolução dos processos industriais. Também conheceu os pilares da Indústria 4.0: robôs autônomos, simuladores, integração de sistemas, internet das coisas, cibersegurança, computação em nuvem, impressão 3D, realidade aumentada, análise de dados e Big Data e ética. Análise e Modelagem de Processos 22 Manufatura 4.0 Versus Processo 4.0 OBJETIVO: Manufatura e processo, mesmo que próximos, não possuem o mesmo significado, por isso neste capítulo você entrará neste universo e, ao seu término, será capaz de entender mais sobre o que é a manufatura 4.0 e o que são processos 4.0, quais as diferenças entre eles e os processos como conhecemos atualmente e aqueles4.0.. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! O que é Manufatura? A manufatura é um produto industrial, ou seja, é a transformação das matérias-primas em um produto totalmente terminado que já está em condições de ser colocado à venda. A manufatura, também conhecida como Indústria da Transformação, conforme Venturelli (2019), tem como base a produção puxada com os seguintes objetivos: • Transformar e agregar materiais. • Fabricar componentes ou conjuntos. • Construir um produto final ou subproduto. A manufatura tem sua produção apoiada em tempos e movimentos, produzindo lotes para um nicho específico de cliente. Análise e Modelagem de Processos https://queconceito.com.br/transformacao 23 Manufatura 4.0 Ao longo da era industrial, o processo de manufatura mudou, indo de sistemas manuais para os sistemas automatizados e autônomos. A manufatura 4.0 é a referência ao processo mais evoluído, na qual o sistema é controlado por softwares que recebem e enviam os dados para gestão da produção, conforme ilustrado na figura 10. Figura 10 - Sistema de manufatura 4.0 Fonte: Freepik (2020). Segundo Venturelli (2019), os desafios da manufatura na Indústria 4.0 são a produção em baixa escala com custo competitivo de produtos especiais, produção desses produtos em grande escala sob medida e eliminar o Lead Time da cadeia de fornecimento (desde o P&D até a venda do produto acabado). As soluções para estes desafios são: • Baixa escala com custo competitivo de produtos especiais -trabalhar com fábricas flexíveis que têm sistemas de produção altamente automatizados, capazes de produzir uma grande variedade de peças e produtos por meio de um único equipamento e software. Análise e Modelagem de Processos 24 • Produção de produtos especiais em grande escala sob medida - trabalhar com fábricas descentralizadas, permitindo a customização em massa, por meio de sistemas de robôs automatizados controlados e aplicativos nos quais o próprio cliente realiza a customização de seu produto no momento da compra. • Eliminar o lead time da cadeia de fornecimento - fábricas que permitam que a cadeia de valor tenha interoperabilidade, ou seja, utilizando a integração de sistemas por toda a cadeia produtiva, desde o projeto até a venda do produto acabado. Processos Contínuos Diferentemente da manufatura 4.0, os processos contínuos se baseiam na produção de safra ou lotes, produzindo grandes lotes (commodities). A produção é apoiada na transformação fisioquímica/ biológica. Somente a escala de produção viabiliza o custo operacional, conforme exemplo apresentado na figura 11. Figura 11 - Sistema de processo contínuo de tratamento de água Fonte: Freepik (2020). Análise e Modelagem de Processos 25 Segundo Venturelli (2019), os desafios dos processos contínuos são a influência da variabilidade de carga no custo de produção, identificação de lacunas de oportunidades de elevação de produção e a antecipação de eventos de operação e manutenção. Para lidar com estes desafios, a indústria necessita implementar sistemas de inteligência artificial (AI) para: • Realizar controles avançados para eliminar as variabilidades do processo. • Otimização em tempo real (RTO) para elevação de ponto ótimo de operação. • Realizar gestão de ativos para focar na manutenção com prognósticos. Processos 4.0 Como você já deve ter observado, uma das características da Indústria 4.0 é o desenvolvimento dos processos tradicionais, com a aplicação de tecnologias que avançam a cada dia. Os processos que eram, no início da revolução industrial, simples e sem ligação com outros processos existentes, atualmente são compostos por múltiplos subprocessos, ou processos paralelos, que contêm interligação entre si, gerando sistemas complexos para atender à demanda da manufatura 4.0, em outras palavras, podemos dizer que o processo 4.0 é o conjunto de processos de fabricação integrados. Segundo Almeida (2019), os processos de fabricação de produtos exigem soluções cada vez mais econômicas e produtivas, tornando assim a venda dos produtos mais competitiva. O processo de produção envolve a reunião de máquinas, equipamentos, métodos, ferramentas, insumos, matérias-primas, instalações industriais e outros recursos necessários à fabricação. Análise e Modelagem de Processos 26 Como você sabe, para todo processo deve haver medição e controle das etapas críticas. Em um sistema com grande quantidade de máquinas, robôs e sistemas e os controladores também necessitam ser mais precisos e com grande capacidade de controlar diversidade de variáveis, em níveis mínimos de alterações, o que pode acarretar grande custo operacional. Para que o processo produtivo seja viável, segundo Almeida (2019), não adianta a integração de sistemas eficiente entre os processos envolvidos e o gerenciamento de dados se não houver lucro para a empresa. Por isso, os conceitos básicos de planejamento e controle de produção são essenciais para a eficiência dos resultados. O processo 4.0 deve considerar que os equipamentos envolvidos, sejam eles robôs, sistemas de transportes internos ou externos ou sistemas inteligentes, consigam ficar conectados entre si por meio de rede e de um sistema inteligente. Principais Diferenças do Processo 4.0 para os Processos Atuais Como já comentamos, a grande diferença desta nova era é a conectividade, o que é o ponto principal desta discussão. Com a entrada da IoT e dados compartilhados em nuvem, os processos passaram a não ficar mais restritos à área interna da organização, sendo expandido para interação por clientes, fornecedores, colaboradores externos à organização, entre outras partes interessadas. O aumento da automatização e a autonomia de máquinas também são pontos de grande mudança, pois com a implementação de robôs e a realidade aumentada, conectadas aos sistemas integrados, afastam as pessoas do chão de fábrica, levando-as para posições de controle e análises de processos. Outra grande mudança é que os processos tendem a mudar de produção empurrada (figura 12), ou seja, cada processo produz uma determinada quantidade, independente do consumo do processo seguinte, para uma produção puxada (figura 13) que é um sistema de Análise e Modelagem de Processos 27 produção no qual cada ciclo da fabricação “puxa” a etapa do processo anterior e a ordem de produção sai a partir da demanda dos clientes para só então ser produzida (Machado, 2019). Figura 12 - Sistema de produção empurrada Fonte: Adaptado de Voitto (2020). Figura 13 - Sistema de produção puxada Fonte: Adaptado de Voitto (2020). EXPLICANDO MELHOR: Avaliando o processo tradicional de venda de roupa, o cliente (consumidor final) escolhe o produto desejado na loja por meio de um expositor ou catálogo preexistente (não personalizados). Caso seja necessário algum ajuste, este é realizado pela loja ou pelo consumidor. O processo de venda da roupa, neste caso, não interfere no seu processo de produção, pois a fábrica produz os lotes de roupas com tamanhos e cores já estabelecidos, avaliando somente a demanda de quantidade de venda, sem se preocupar com ajustes que possam ser necessários ao cliente. Análise e Modelagem de Processos 28 Neste caso, a fábrica define quais os produtos que irá vender e não tem a preocupação de fazer a personalização do produto. A venda do produto final ao cliente é de responsabilidade maior da loja que define a demanda de compra ao fabricante e realiza os ajustes necessários no produto final para a satisfação do cliente. Neste caso, os controles de processos estão basicamente na quantidade em estoque do produto. Figura 14- Diagrama de processo simplificado de venda de roupa ao consumidor - processo tradicional Fonte: Elaborado pela autora (2020). Na indústria 4.0, o processo de venda inicia pela demanda do cliente, oqual pode escolher variáveis do produto como cor, tamanho, quantidade, dizeres, entre outros itens de personalização. O cliente define o que deseja e realiza seu o pedido de forma on-line pelos catálogos de produtos com opções de personalização. O pedido é enviado, via sistema de nuvem, para a fábrica que, por sua vez, avalia a demanda do cliente e remete o pedido para a linha de produção. O produto acabado é enviado, por transporte com sistema de rastreio de localização real, para a loja que intermediou a venda ou diretamente ao cliente final (consumidor). Neste caso, a loja, quando existente, é apenas um meio de ligação do cliente com a fábrica, não havendo preocupação com estoque de produtos ou realização de ajustes. Análise e Modelagem de Processos 29 Figura 15 - Processo simplificado de venda de roupa na Indústria 4.0 Fonte: Elaborado pela autora (2020). Neste processo, observa-se a grande importância da conexão do consumidor ao fabricante. Também conseguimos observar que todo o processo tem maior quantidade de pontos de controle. RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter compreendido que a manufatura 4.0 é o conjunto de processos modelados pela Indústria 4.0. Esta altera o formato dos processos como conhecemos atualmente, com novas etapas e novos controles. As principais alterações ocorridas nos processos tradicionais para os processos 4.0 são a extensão destes para fora do ambiente fabril, inserindo partes interessadas como pontos críticos, com a implementação de transmissão de dados via computação em nuvem e conectividade pela IoT. Os controles de processos também sofreram impacto, sendo necessário maiores controles e transmissão on-line para análise de dados. E por fim, mudança de processo puxado para empurrado. Análise e Modelagem de Processos 30 Gestão de Processos na Indústria 4.0 OBJETIVO: Como você já observou até o momento, as estruturas dos processos estão sendo alteradas com a evolução da tecnologia, e, com isso, os processos também estão em constante mudança, sendo gerados novos processos e maior interligação entre os existentes.. Para que você não perca o controle dos processos na Indústria 4.0, neste capítulo vamos relacionar como deve ser realizada a gestão de seus processos, revendo conceitos já estudados e suas alterações. Gestão de Processos Antes de iniciarmos este assunto, vamos relembrar alguns conceitos importantes. Segundo M. Júnior (2012), tanto a ISO 9000 e o Modelo de Excelência de Gestão (MEG) contêm a mesma definição de processos: “Conjunto de atividades interrelacionadas ou interativas que transformam insumos (entradas) em produtos (saídas).” Os processos estão presentes em diversos momentos de nossas vidas, não sendo exclusivos das organizações em que trabalhamos. Os processos tradicionais, ou seja, aqueles que estamos acostumados a trabalhar há décadas, são classificados, segundo M. Júnior (2012), em processos principais, processos de apoio e processos gerenciais. Para que possamos ter conhecimento de todos os processos em que somos responsáveis, necessitamos realizar a sua gestão. Análise e Modelagem de Processos 31 A gestão de processos tradicionais é realizada pela aplicação do ciclo de PDCA, implementação de controles de qualidade, como o uso de indicadores de gestão, checklists e listas de tarefas, realização de gestão de documentação, gestão de controles de mudanças e gestão de não conformidades. Como já vimos ao longo desta unidade, os processos 4.0 trazem uma quantidade muito grande de dados gerados e compartilhados em tempo real, por meio de sistemas integrados e de computadores em nuvem. A aplicação de inteligência artificial para resolução de sistemas também é uma novidade, que faz com que os processos estejam em constante mudanças, gerando maior dificuldade na sua gestão. Para realizar a gestão de processos 4.0, vamos rever as mudanças necessárias a serem tomadas na gestão de processos tradicionais. Evolução do Ciclo de PDCA O ciclo PDCA é a base para se ter um sistema de gestão efetivo. Aplicando-o em processos, temos as fases de planejamento, execução, verificação e ação. Figura 16 - Ciclo de PDCA Fonte: Stock.adobe (2020). Análise e Modelagem de Processos 32 Quando aplicamos o PDCA em processos 4.0, devido às etapas de execução, verificação e ação serem realizadas em tempo real, concomitantemente ao andamento do processo, é necessário que a fase de planejamento seja trabalhada com maior atenção. Para isso, é muito importante o uso dos simuladores de processos combinados com análise de dados coletados previamente, gerando uma situação muito mais próxima da realidade, fazendo com que a execução das ações sejam realizadas com o mínimo de desvios possíveis, havendo uma verificação de resultados, com tendência positiva ao processo, requerendo o mínimo de ações de correções necessárias. Gestão de Informações Em processos tradicionais, a gestão de informação é focada principalmente na gestão de documentação, na qual as informações são registradas. Figura 17- Compartilhamento de informações na Indústria 4.0 Fonte: Pixabay (2020). Porém, com a entrada da Indústria 4.0, a informação começa a sair do papel e tomar diferentes formas. Análise e Modelagem de Processos 33 As informações agora são geradas em tempo real, por controles de processos que acompanham o trabalho de robôs autônomos e as avaliações de controles de produtos, com resultados de análises realizadas não mais em amostragem, mas por acompanhamento de 100% das peças/lote produzidos, com auxílio de equipamentos de medições automatizados e conectados à rede de dados. Também são geradas informações em formato de vídeos de acompanhamento de processos que auxiliam na utilização de realidade aumentada para execução de atividades à distância. A impressão em 3D utiliza dados gerados pelos processos para construir peças de reposição de forma rápida e com menor custo, evitando o seu estoque. Todos estes dados tendem a ir e vir, a todo momento, por meio de sistemas integrados conectados à computação em nuvem. Para a gestão destas informações, é necessário um mapeamento extremamente detalhado do processo 4.0, de forma a identificar a fonte de todas as informações importantes e definir a forma de armazenamento e acesso a elas. Neste momento, é muito importante a utilização de cibersegurança para garantir que os dados compartilhados em nuvem para diversas localidades e usuários não sejam alterados nem acessados por pessoas não autorizadas. Gestão de Controle de Mudanças Como já dito, a tecnologia empregada na Indústria 4.0 está trazendo mudanças mais constantes nos processos, mudanças estas que muitas vezes acontecem em tempo real, ao longo do andamento do processo, por meio da aplicação da inteligência artificial, que realiza a análise de dados prévios com dados gerados ao longo do processo para corrigir possíveis desvios e solicitar, automaticamente, a reposição de peças de manutenção. Análise e Modelagem de Processos 34 Como sabemos, as mudanças devem ser registradas para que possam ser utilizadas em análises futuras. Para isso, a utilização de análise de dados e Big Data é fundamental, alinhados aos sistemas integrados para que se evite implementação de mudanças que afetem negativamente outros processos correlacionados. Na avaliação de gestão de mudanças, os profissionais qualificados devem observar as mudanças requisitadas ou outras realizadas pelos sistemas (como implementação novas tecnologias ou necessidade de alteração de tipos equipamentos), avaliando as viabilidades financeira, operacional e tecnológica. Gestão de não Conformidades Assim como em gestão de mudanças, a inteligência artificial, integradaaos controladores de processos e robôs, realiza a análise de resultados e descarta produtos com desvios de qualidade. Os sistemas inteligentes de análise de dados e Big Data também são utilizados para avaliar a não conformidades e identificar ações preventivas ao longo do processo e não somente no produto, podendo inclusive identificar a necessidade de troca de algum equipamento em linha. Porém, estes desvios também devem ser registrados para que possam ser analisados futuramente em auditorias ou como dados para aprendizagem, evitando a reincidência dos desvios. Neste contexto, verificamos que os sistemas de análises de dados e Big Data, alinhados à inteligência artificial, conseguem identificar ações de correção e preventivas, porém as ações corretivas e análise de causa raiz ainda irão depender de uma avaliação mais detalhada por profissionais capacitados que possuam um entendimento profundo dos processos envolvidos. Análise e Modelagem de Processos 35 Sistemas Integrados de Gestão Com o aumento da tecnologia e a integração dos processos, as organizações precisam utilizar sistemas de manufatura controlada ou corporativa, como ERP, MES e SCM para realizar a gestão de seus processos. Segundo Almeida (2019), dois fatores devem ser levados em consideração para utilização destes sistemas: a. É necessário que haja um método contínuo e sem amarras para gerenciamento do processo de aquisição de dados e transferi- los ao servidor central, no qual deve haver protocolos específicos efetivamente úteis. b. Os sensores selecionados devem ser apropriados, conforme tipo e especificação. MES O Sistema de Execução de Fabricação (MES – Manufacturing Execution System) é responsável por coletar dados, realizar análises e despachar as informações resultantes para demais áreas. O MES permite a troca de informações no âmbito organizacional, geralmente suportado por um sistema de planejamento de recurso corporativo (ERP – Enterprise Resource Planning) e por sistemas de controle para o chão de fábrica. Segundo Almeida (2019), os sistemas foram inicialmente implementados em indústrias, focadas nas áreas químicas e farmacêuticas, e, posteriormente, disseminados para empresas de pequeno porte, gerando benefícios de suporte lucrativo. Os principais objetivos do MES são: • Lidar com fluxo de dados de cima para baixo, ou seja, os requisitos e necessidades do nível organizacional devem ser transformados em planejamento de sequência de recursos ideal para atendimento de metas como equipe, máquinas, materiais e inventário e levar Análise e Modelagem de Processos 36 em conta as restrições existentes do processo analisado, como tempos de processamento, configurações e capacidade das estações de trabalho. • Gerenciar o fluxo de dados de baixo para cima, no qual esses dados de desempenho do processo e qualidade do produto podem ser coletados no nível operacional da fábrica. • O MES tem o papel de coleta de dados e analisá-lo, por meio de técnicas matemáticas apropriadas, permite-se extrair informações sucintas para fornecer no campo estratégico uma visão exaustiva do estado atual do processo. Na Indústria 4.0, estes dados são coletados em tempo real, proporcionando tomada de decisões para controle de processos com a rapidez necessária. ERP ERP (Enterprise Resource Planning ou Planejamento dos Recursos da Empresa) é um sistema de gestão empresarial, responsável por organizar atividades diárias de uma empresa, desde o nível administrativo até o nível operacional. Segundo Augelli (2017), a principal função do ERP é apoiar as empresas no controle total de suas informações, integrando e gerenciando dados, recursos e processos para que as companhias tenham maior assertividade na tomada de decisão e sucesso nos negócios. O sistema é capaz de mensurar os detalhes dos processos, de forma automatizada e em tempo real, garantindo agilidade e eficiência das rotinas organizacionais. Análise e Modelagem de Processos 37 SCM O sistema de gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM) realiza o gerenciamento do fluxo de mercadorias, dados e finanças do produto ou serviço, desde a aquisição de matérias-primas até a entrega do produto acabado. O SCM da Indústria 4.0, conforme a Oracle, oferece uma vantagem significativa sobre o SCM tradicional, pois permite o planejamento e a execução alinhados e, ao mesmo tempo, proporciona uma economia de custo substancial. As soluções inteligentes de SCM podem ajudar a organização a atender a demanda e os objetivos financeiros do cliente ao mesmo tempo. O SCM inteligente também tem outras vantagens, por exemplo, pode liberar funcionários da cadeia de suprimentos para contribuir com os negócios de maneira que gerem mais valor. Os melhores sistemas SCM podem equipar os profissionais da cadeia de suprimentos com as ferramentas necessárias para fornecer com sucesso os produtos e serviços nos quais a cadeia de suprimentos é projetada. RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido sobre as principais mudanças ocorridas no sistema gestão de processos, com os impactos nas ferramentas de gestão de qualidade, como o PDCA, gestão de informações, controles de mudanças e não conformidades. Você também conheceu os principais sistemas de gestão de processos integrados, utilizados pela Indústria 4.0, como os sistemas MES (gestão de manufatura), ERP (gestão de recursos) e SCM (gestão da cadeia de suprimentos). Gostou? Então vamos continuar os estudos e entender quais são os desafios de implementação da Indústria 4.0. Análise e Modelagem de Processos 38 Desafios na Implementação de Processos 4.0 OBJETIVO: A implementação de tecnologias para crescimento das indústrias, fazendo com que estas se enquadrem cada vez mais no conceito de Indústria 4.0, não é nada fácil. Requer muito estudo, muitas mudanças e quebra de barreiras até então desconhecidas.. Ao final deste capítulo, você será capaz de identificar quais são os desafios na implementação de processos 4.0 e como trabalhar para enfrentá-los da melhor forma. Preparado para este novo conhecimento? Vamos lá! Desafios da Indústria 4.0 Conforme a Voz da Indústria (2018), existem cinco principais desafios que ocorrem na fase de transição da indústria tradicional para a Indústria 4.0. São elas: falta de conhecimento, alto custo de implantação, qualificação de funcionários, ausência de infraestrutura e incentivos e inexperiência no processo de transição. A seguir vamos falar sobre estes desafios e como solucioná-los. Falta de Conhecimento A falta de conhecimento é ocasionada pela falta de cultura digital e incentivo à modernização por parte das organizações e pode causar atrasos no desenvolvimento, perdendo competitividade no mercado. Para enfrentar este desafio, é importante que os gestores conheçam seus papéis, importância, benefícios e forma de implementação da Indústria 4.0. Análise e Modelagem de Processos 39 Alto Custo de Implantação Muitos gestores questionam os altos custos envolvidos na implantação. A falta de linha de crédito para investimento para transição e implantação da Indústria 4.0 dificulta mais ainda o julgamento dos gestores. A solução deste desafio é o gradual avanço e popularização da Indústria 4.0, fazendo com os preços e mais opções das tecnologias necessárias sejam cada vez mais acessíveis, além de que o alto valor do investimento é rapidamente compensado devido ao aumento da efetividade e produtividade, redução de falhas de produção, economia de energia e potencialização da mão de obra. Qualificação dos Funcionários O avanço de tecnologias nas diversas áreas da indústria tem gerado um grande problema que é a falta de mão de obra qualificada para operaçãodo maquinário e análise de dados gerados. A conectividade e a grande quantidade de dados exigem que a qualificação dos funcionários seja mais elevada, sendo capazes de realizar tarefas que demandam maior discernimento e envolvimento com outros níveis organizacionais. Por isso, a empresa deve focar na capacitação de seus colaboradores, preparando-os para lidar com os novos sistemas com que vão trabalhar, assim como conscientizá-los da importância da mudança. Outra solução para este desafio é a criação de comitês de trabalho multidisciplinares que sejam capazes de manusear grande quantidade de dados gerados pelas novas tecnologias e buscar o melhor aproveitamento de conhecimento dos colaboradores, trazendo troca de informações e ideias para motivar ainda mais o avanço da Indústria 4.0. Análise e Modelagem de Processos 40 Ausência de Infraestrutura e Incentivos A ausência de infraestrutura interna e externa é um dos problemas mais identificados pelas empresas, pois ela inibe a utilização das novas tecnologias como o desenvolvimento de uma internet capaz de suportar a transmissão da grande quantidade de dados, a capacidade de um servidor ou computador de nuvem para armazenamento de dados ou até instalação para novas tecnologias. Para isto, é importante que as organizações contribuam para discussões públicas, relacionadas ao avanço tecnológico das indústrias, considerando as vantagens de transição para a empresa e para o mercado. O governo deve buscar atender às demandas necessárias para este desenvolvimento, uma vez que o setor de indústria é um dos setores que mais movimentam a economia do país. Inexperiência no Processo de Transição Em nenhum momento da história da evolução industrial, houve uma grande mudança como está ocorrendo agora. E isto assusta as pessoas, por não estarem preparadas para lidar com tamanho avanço. Este caso é um dos mais difíceis, pois se trata de uma grande quebra de cultura. Para isto, novamente é importante focar na qualificação de gestores de funcionários, de modo a conscientizá-los dos benefícios que todos terão profissionalmente, com a aquisição de novos conhecimentos e tecnologias. Também pode ser necessária a utilização de serviços de consultoria, para organizar da melhor forma possível a transição, conforme o caso de cada empresa. Outra alternativa é a criação de projetos-piloto, em menor escala, com a finalidade de estudar os efeitos da transição completa e aprender com as dificuldades apresentadas nestes projetos. Análise e Modelagem de Processos 41 Dificuldades da Implantação de Processos 4.0 Conforme já foi estudado nesta unidade, os processos 4.0 incorporam em seus mapeamentos uma grande quantidade de controles que não eram avaliados anteriormente. Os novos processos também requerem estruturas mais complexas e conhecimento para processar tantas informações. Entre os desafios enfrentados no dia a dia dos processos, conforme Almeida (2019), estão: a. Eficiência e qualidade. b. Diminuição de estoques. c. Redução do tempo de entrega. d. Sustentabilidade e meio ambiente. e. Menor uso de materiais, energia e recursos. f. Utilização de robótica e transportes autônomos. g. Inteligência artificial e aprendizagem de máquina. h. Nanotecnologia, impressão 3D e materiais avançados. i. Realidade aumentada. j. Biotecnologia e avanços na pesquisa genética. k. Gestão operacional na extração digital de conhecimento. l. Utilização de Big Data e sistemas em nuvem. m. Modelagem e simulação de processos, produtos e serviços. n. Gestão on-line de ativos. Porém, além destes desafios, temos aqueles que devem ser enfrentados para realizar a transição dos processos tradicionais para aqueles 4.0 e sua modelagem. São estes desafios que focaremos a seguir. Análise e Modelagem de Processos 42 Alteração do Perfil de Qualificação dos Funcionários Com o aumento de tecnologia, envolvida nos processos, utilização de robôs, inteligência artificial e sistemas integrados, a tendência é haver menos funcionários trabalhando no chão de fábrica e mais funcionários trabalhando com a gestão de operações. Com isso, ocorre também uma mudança no perfil profissional, envolvido nos processos que se tornam menos operacionais e mais tecnológicos, havendo maior desconhecimento sobre como irão funcionar efetivamente esse novo momento. Para resolver isto, o profissional da área de análise de processos deve fazer uma pesquisa profunda sobre todas as tecnologias envolvidas na mudança, incluindo os sistemas que serão integrados e os controladores necessários nos processos e suas especificações. Também deve ser avaliada como funcionará a integração de processos e como ela afetará e será afetada pelos outros. Além de avaliar como se dará a mudança do perfil de conhecimento dos funcionários envolvidos. Falta de Foco no Objetivo De acordo com Sampaio (2019), a execução da modelagem de processos 4.0 deve seguir quatro passos básicos: 1. Definir o objetivo - importante saber qual o objetivo para entender o motivo da modelagem. 2. Modelar a realidade- a modelagem de processos deve reportar a realidade e não o que as pessoas julgam ser a melhor forma de se fazer. 3. Analisar com foco em dados -as evidências são importantes para seguir o mapeamento, conforme a realidade dos processos e entender o que deve ser melhorado nele. Análise e Modelagem de Processos 43 4. Redesenhar de acordo com o objetivo -somente após o término da modelagem da realidade e a análise de dados, é que o processo deve ser redesenhado, com foco no objetivo. Em muitos casos, a empresa está tão certa de que tem que alterar sua tecnologia que esquece de estabelecer um objetivo concreto, como aumentar produtividade, reduzir custos ou reduzir tempo de processo. Sem este objetivo definido, as melhorias serão realizadas sem foco e poderá acabar levando a empresa ao fracasso. Por isso, o objetivo da organização é muito importante para levar ao sucesso da modelagem de processos e obtenção dos resultados esperados por ela. Visão sobre Modelagem de Processos pela Organização De acordo com Sampaio (2019), a forma que as empresas enxergam o trabalho de modelagem de processos muitas vezes não é adequada, sendo exigido apenas um fluxograma para “pendurar na parede”, ou seja, apenas documentar o que estava acontecendo e deixar para os gestores aplicar as melhorias, mas que acabavam engavetando-as e não fazendo nada. Isto não acarreta melhorias, mas era muito realizado em processos tradicionais, os quais já conhecíamos como funcionavam, sendo visto até como muita burocracia e exigência de muita documentação e registros. Agora para a Indústria 4.0, isto não funcionará, pois não é possível modelar processos sem entender o que está acontecendo. Se não mudar a forma das empresas lidarem com os processos, será muito difícil chegar aos resultados que as empresas necessitam para entrar nesta nova era. A modelagem de processos entra para entender como funcionam os cenários atuais, entender quais são os gargalos e pontos de melhorias e modelar uma nova forma de gestão. Análise e Modelagem de Processos 44 RESUMINDO: E então? Gostou das informações que lhe mostramos? Aprendeu mesmo? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Neste capítulo apresentamos algumas dificuldades enfrentadas pelas indústrias para a transição de sua forma tradicional para o contexto da quarta era industrial (Indústria 4.0) como falta de conhecimento, alto custo de implantação, qualificação de funcionários, ausência de infraestrutura e incentivo e inexperiência no processo de transição. Neste capítulo, também apresentamos as dificuldades apresentadas na transição dos processos tradicionais para os processos 4.0, sendo elencados como principais a alteração do perfil de qualificação dos funcionários,falta de foco no objetivo da modelagem e mudança da visão sobre modelagem de processos pelas organizações. Gostou de conhecer mais sobre o universo da Indústria 4.0 e Processos 4.0? Está pronto para utilizá-los? Então avalie com sua empresa como entrar nesta nova era, coloque em prática os conhecimentos adquiridos e obtenha melhores resultados para sua empresa! Gostou das informações estudadas nesta unidade? Então vamos agora testar os conhecimentos adquiridos por meio da realização das atividades propostas na disciplina! Análise e Modelagem de Processos 45 REFERÊNCIAS ALMEIDA, P. S.Indústria 4.0: Princípios básicos, aplicabilidade e implantação na área industrial. São Paulo: Saraiva Educação / Érica, 2019. AUGELLI, C. ERP, o que é e para que serve? Exame.com. 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Notação de Fluxograma (Padrão ANSI) Notação BPMN Notação EPC Notação UML Qualidade na Gestão de Processos PDCA Controles de Qualidade em Processos Gestão de Documentação Controle de Mudanças Controle de não Conformidades Certificações de BPM Certificações Fornecidas pela ABPMP Certificação CBPA Certificação CBPP Certificação CBPL Certificações Fornecidas pela OMG Certificação OCUP 2 Certificação OCEB 2 Tópicos de Estudo Contemplados no Guia CBOK Identificação de Oportunidades de Melhorias Lista de Verificação Gráfico de Pareto Cartas de Controle Observação Instantânea Análise de Processos Brainstorming Diagrama de Causa e Efeito 5 Porquês 5W2H Capacitação de Colaboradores Planejamento de Treinamentos Treinamentos Internos Treinamentos Internos EAD Avaliação de Eficácia Treinamentos Externos Treinamentos Presenciais Treinamentos in Company Treinamentos Externo EAD Avaliação de Eficácia Gestão de Risco Princípios da Gestão de Risco Matriz SWOT Matriz GUT Matriz de Risco FTA FMEA Organização de Tarefas Importância da Organização de Tarefas Trello Asana Quire Notas do Keep Gestão de Informações Importância da Gestão de Informação nas Organizações Sistema de Armazenamento e Controle de Dados Sistema de Criação, Edição e Proteção de Documentos Programas de PDF Aplicativos de Armazenamento de dados Softwares de Controle de Documentos Comunicação Importância da Comunicação em Processos Utilização de E-mail Aplicativo de Troca de Mensagens Instantâneas Programas de Videoconferência Programas de Comunicação Interna Mapeamento de Processo Bizagi Modeler Aris Express Draw.io Heflo O que é Indústria 4.0? História do Desenvolvimento Industrial 4.0 4ª Era Industrial Robôs Autônomos Simulações Integrações de Sistemas Internet das Coisas Cibersegurança Computação em Nuvem Impressão 3D Realidade Aumentada Análise de Dados e Big Data Ética Manufatura 4.0 Versus Processo 4.0 O que é Manufatura? Manufatura 4.0 Processos Contínuos Processos 4.0 Principais Diferenças do Processo 4.0 para os Processos Atuais Gestão de Processos na Indústria 4.0 Gestão de Processos Evolução do Ciclo de PDCA Gestão de Informações Gestão de Controle de Mudanças Gestão de não Conformidades Sistemas Integrados de Gestão MES ERP SCM Desafios na Implementação de Processos 4.0 Desafios da Indústria 4.0 Falta de Conhecimento Alto Custo de Implantação Qualificação dos Funcionários Ausência de Infraestrutura e Incentivos Inexperiência no Processo de Transição Dificuldades da Implantação de Processos 4.0 Alteração do Perfil de Qualificação dos Funcionários Falta de Foco no Objetivo Visão sobre Modelagem de Processos pela Organização