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1 A Evolução da Tecnologia da Informação Marcelo Vilaça de Oliveira Introdução O impacto da transformação digital nas organizações, suas vantagens e desvantagens, a mudança de paradigmas do trabalhador, novas oportunidades de cargos e salários, fatores de disrupção tecnológica e a criação de novos nichos de trabalho, aspectos sobre o futuro do trabalho em home office, transformações exponenciais, inovação tecnológica, indústria 4.0, novos modelos de negócio e vantagens competitivas baseadas em plataformas tecnológicas. Objetivos Ao final deste capítulo espera-se que o(a) aluno(a) possa: • identificar o impacto da transformação digital nas organizações; • analisar novas oportunidades de cargos e salários e fatores de disrupção tecnológica, que tragam oportunidades de novos nichos tecnológicos; • argumentar transformações exponenciais e inovação tecnológica, ao seu tempo, sobretudo a cerca de novos modelos de negócio e vantagens competitivas baseadas em plataformas tecnológicas. Esquema 1.1 A Evolução da tecnologia da informação 1.2 O futuro do trabalho em home office 1.1 A evolução da tecnologia da informação A evolução tecnológica da informação, sobretudo observadas nas últimas décadas, dista dos idos dos anos 60, onde a maciça maioria das empresas despendiam seus recursos para o processamento centralizado de dados, em computadores à época, conhecidos como mainframes (enormes computadores), bem como voltados aos controles operacionais, próprios de empresas (faturamento, folhas de pagamentos, contabilidades, estoques...). Com o passar do tempo, o que se verificou foi uma mudança do emprego destes sistemas computacionais, que passaram a realizar a gestão de negócios, ferramentas muito mais dinamizadas e estruturadas à modelos estatísticos capazes de organizar a tomada de decisão. Assim, podemos claramente afirmar a transformação da conhecida “informática” em “tecnologia da informação” ou simplesmente TI. Ainda, podemos atualmente dizer que a TI é vista como recursos tecnológicos e computacionais, eficazes no armazenamento de dados, sua própria geração em novos dados e emprego direto desta informação que serão traduzidos em novos conhecimentos para a tomada de decisões. Importa dizer que esta gestão é condição necessária para um elaborado plano de contingencias, como um bom plano de segurança de tais dados e informações. O TI ainda possibilitou que tais informações, antes confinadas dentro das empresas, passassem a também serem compartilhadas, o que unificou e eliminou redundâncias, tornando os sistemas mais completos e integrados, legando satisfação e rapidez aos usuários, desaguando em vantagens competitivas na formação de uma inteligência empresarial. No início desta transformação, poder-se-á dizer que tais usuários possuíam perfil muito hesitante, indeciso, tímidos ou pouco envolvidos com a tecnologia. Mais tarde, quando da conhecida informatização, os usuários passaram a ser mais responsáveis pelos sistemas e se postulavam em prol da utilização das novas tecnologias, então agora eram mais participativos e integrativos, claramente focando seus esforços, no que ficou conhecido como gestão dos processos e logo seus dados. Surgiram também as equipes multidisciplinares (pessoas com conhecimentos de outras áreas do saber) em prol de projetos de TI, intuídos na concepção, desenvolvimento e implantação de soluções empresarias. O que ficou claro, que com o uso dos computadores, os profissionais da área de TI, para criarem tais soluções empresariais, claramente eram dependentes dos conhecimentos dos demais profissionais, posto que é impossível ter conhecimento pleno de todas as áreas do saber. Mas perceba que, no exemplo anterior, o primeiro passo foi a informatização das tarefas antes realizadas em papel, o que, em primeiro momento satisfazia os parcos anseios de quem contratava serviços de informatização. Hoje, muito além da mera informatização, que podia ser realizada por um simples técnico solucionador, evoluiu para a plena gestão dos negócios, prazendo um aprimoramento e volume expressivo de dados estatísticos, podendo claramente afirmarmos que a evolução teve duplo caráter, ou seja, evolução dos usuários finais e dos próprios profissionais de TI. Um dentista (área de saúde) deseja implantar um sistema informatizado para gerir seu consultório dentário, que, ao contratar um profissional de TI, terá necessidade de expor como ele realiza suas tarefas no dia-a-dia, para primeiramente ser criado um fluxograma dos dados necessários ao pleno funcionamento daquele negócio, logo, uma atuação em equipe, de áreas do saber diferentes terão emprego para o pleno sucesso, ocorrendo o mesmo em todo tipo de organização empresarial, independentemente da área de atuação da mesma. Exemplificando Certo afirmar que para o alcance da desejada qualidade, produtividade e efetividade de todas as rotinas empresariais, necessário será um novo perfil de profissional de TI, que contemple bom domínio das habilidades técnicas, do negócio em questão e sensibilidade comportamental. Tais habilidades técnicas são adquiridas com a boa formação em cursos acadêmicos de ponta e ainda outros saberes complementares (fora do campus), com destaque a boa escolha de ferramentas tecnológicas de melhor emprego de linguagens computacionais. Já as chamadas habilidades de negócio, iram sendo adquiridas ao longo do pleno exercício profissional e no desenvolvimento de solução que contribuam para a diferença para a empresa contratante. Ainda, as competências em habilidades comportamentais, irão sendo adquiridas ao longo da vida, através dos relacionamentos pessoais e corporativos, como a proação (atos de iniciativa, boa execução dos trabalhos e sua conclusão aos moldes contratados), na administração participativa de todos os envolvidos e a disponibilidade que o profissional dedicará na implantação do melhor modelo de negócio. No caráter administrativo, desde o gerente ao CIO (sigla inglesa para Chief Executive Officer), a tomada de decisões oriundas destes, necessita de plena confiabilidade nos sistemas computacionais. E por falar em CIO, você sabe quem é exatamente é esta figura no mundo empresarial? O profissional tido como CIO e na verdade conhecido em nosso Brasil como sendo o Diretor Presidente, termo este que surgiu com o advento da globalização (evento que interligou os negócios entre praticamente todas as nações pelo planeta), sendo que para tanto, tal profissional necessitava ter tino comercial para interpretar as necessidades e estratégias das grandes empresas no vasto mercado internacional. Importante papel tem este profissional, com sensibilidade para entender as demandas de diversas culturas e seus anseios na aquisição de serviços e produtos, sendo ainda responsável por alocar capital operacional da empresa que representa, e estes, claramente dependente dos melhores softwares de gestão empresarial. Exemplos de CIO, que fizeram e ainda fazem história no mundo das mudanças tecnológicas em que vivemos neste milênio: ✓ Mark Zuckerberg – Facebook ✓ Tim Cook – Apple ✓ Lary Page – Google ✓ Steve Ballmer – Microsoft ✓ Marissa Mayer – Yahoo! ✓ Larry Ellison – Oracle ✓ Brian Krzanich – Intel ✓ Oh-Hyun Kwon – Samsung ✓ Kevin Systrom – Instagram ✓ Dick Costolo – Twitter ✓ Ben Sibermann – Pinterest ✓ Jeff Bezos – Amazon ✓ Virginia Rometty – IBM ✓ Stephen Elop – Nokia Um modelo que pode ser observado à época dos primórdios desta evolução tecnológica, sobretudo nos anos 70, centrou na figura dos gerentes de CPD (Centro de Processamento de Dados), que atuavam em sistemas fechados, em gestões hierarquizadas e autoritárias, que com o passar dos anos deu lugar a Unidade de TI, uma unidade departamental revitalizada, absolutamente transparente e na clara prestação de serviços destinadas ao melhor sucesso da empresa.Tal mudança, podendo ser dentro ou fora da empresa, operacionalizadas por pessoas e recursos computacionais, desaguam na melhor geração de cenários, simulações e oportunidade de gerir todo o conhecimento, que complementa o sentido da informação, que possuam valor relevante e obviamente de propósito definido que formarão o capital intelectual empresarial. Os chamados agora SI (Sistemas de Informação), vieram para contemplar o pleno processamento de operações e transações de rotina e procedimentos resultando em diversas informações que, agrupadas promoverão a melhor gestão. Importa ressaltar que o SI podem ser observados nas formas: a) departamental; b) organizacional; c) de pessoas; d) interorganizacionais (aquelas que interligam diversas empresas). E para tal mister, são necessárias tecnologias modernas para a geração destas informações, como: a) Executive Information Systems (EIS), sistema de apoio à decisão, desenvolvido para níveis empresariais; b) Enterprise Resource Planning (ERP), desenvolvido para gerenciar e integrar os processos e departamentos de empresas; c) Sistemas de Apoio a Decisões (SAD), sistema (de informação) baseado em computadores que combina modelos e dados, com a participação de seus usuários; d) Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados (SGBD), sistema que disponibiliza uma interface para que seus clientes possam incluir, alterar ou consultar dados previamente armazenados; e) Data Warehouse (DW), sistema que consolida o armazenamento de dados (informações), na forma de banco de dados que irão gerar relatórios para a tomada de decisões; f) Recursos da Inteligência Artificial (IA), sistemas capazes de raciocinar, perceber, planejar e processar informações; g) Sistemas Especialistas; Data Mining (DM), sistemas “mineradores”, aqueles que conseguem explorar grandes quantidades de dados; h) Database Marketing (DBM), sistemas capazes de coleta e análise de dados para otimizar a experiência de um consumidor de serviços ou produtos; i) On-Line Analytic Processing (OLAP), software caracterizado pela análise dinâmica e multidimensional dos dados consolidados de uma organização; j) On-Line Transaction Processing (OLTP), focado nas análises de forma interativa, permite a obtenção de dados de várias fontes auxiliando no processo de tomada de decisão. Neste norte, importante citar os comentários de James A O´Brien: A tecnologia da informação está redefinindo os fundamentos dos negócios. Atendimento ao cliente, operações, estratégias de produto e de marketing e distribuição dependem muito, ou às vezes totalmente da tecnologia de informação (TI). A tecnologia da informação e seus custos passaram a fazer parte integrante do dia-a-dia da empresa. (O´BRIEN, 2004, p. 122). Com simples vista aos dizeres do aclamado autor, o custo de tecnologia da informação é regra a considerar na plena gestão empresarial, e clara dependência da mesma, na gestão, o que promoverá para o profissional de TI lugar garantido em todas as organizações. Para Porter, que nos traz suas afirmações: A TI não somente afeta a maneira como cada atividade individual é realizada, mas, através de novos fluxos de informação, a TI está aumentando a habilidade das empresas para explorar os elos entre as atividades, tanto interna como externamente à empresa. A tecnologia está criando novas ligações entre as atividades e agora as empresas podem coordenar suas atividades em conjunto com as atividades de seus clientes e fornecedores. (PORTER, 1985, p. 152). O festejado autor, demostra em seu livro que, a tecnologia da informação foi muito além da mera atividade que era realizada intramuros, mas trouxe verdadeira nova função gerencial, conectando atividades entre seus clientes e fornecedores, para melhor sorte dos objetivos comuns. Concordando com Porter, a sempre crescente busca de informações para sustentar os anseios das empresas em plenamente satisfazer seus destinatários: Clientes. Nas também palavras de Barbosa: "...entendido como um processo de busca e utilização de informações externas para subsidiar decisões estratégicas." (BARBOSA, 1997, p. 52). Barbosa, lega a ideia de que as informações internas da empresa são insuficientes para realizar as demandas dos clientes, logo informações destes devem embasar as decisões daqueles, obtidas pelos softwares de coleta de dados informações, por exemplo, de navegações no cyber espaço. Segundo Keen, o desenvolvimento da TI, pode ser dívida em quatro períodos distintos: ➢ processamento de dados (década de 1960); ➢ sistemas de informações (década de 1970); ➢ inovação e vantagem competitiva (década de 1980); ➢ integração e reestruturação do negócio (década de 1990). (KEEN, 1996, p. XXV). Claramente pautados em decênios, a evolução da tecnologia da informação, veio agregando novos valores e propósitos, na visão de Keen, chegando inclusive na década de 90, a causar verdadeira reestruturação do negócio em sua matriz funcional. Ainda Keen (1996, p. XXXVII), “a maior evolução técnica dessa época foi a passagem do processamento de transações para o gerenciamento de banco de dados.” Ou seja, o autor demostra em sua obra cabalmente que o simples processar dos dados, tornou-se insuficiente à sempre crescente demanda pela gestão do negócio e o seu banco de dados constituído, verdadeiro acervo a ser resguardado e melhor usado. Outros autores (HENDERSON; VENKATRAMAN, 1993; LUFTMAN; LEWIS; OLDACH, 1993; ROCKART; EARL; ROSS, 1996; WILLCOCKS; LESTER, 1997; LUFTMAN, 1996; AVISON; EARDLEY; POWELL, 1998) entendem que o simples emprego de TI é insuficiente se o mesmo não estiver alinhado com o propósito do próprio negócio e sua estratégia de mercado. Também em suas obras, denotam a clara necessidade do dinamismo destes processos, sendo necessária a constante atualização para manter almejada vantagem competitiva nos mercados, já que tais softwares passaram a ser comum entre empresas do mesmo segmento. 1.2 O futuro do trabalho em home office É notório que após os anos 80, as relações de trabalho, antes trazidas daquela que ficou conhecida 3ª Revolução Industrial, que para Castells (2000), denominou de “Era da Informação ou da Revolução Tecnológica da Informação”, sendo a chegada dos computadores pessoais ao mercado consumidor doméstico e a própria expansão da internet (rede mundial de computadores), trazendo verdadeira metamorfose nos processos organizacionais. Igualmente muito ficou conhecida também como Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), com a proposta de solucionar situações diversas no âmbito administrativo, com a melhor precisão e velocidade. Neste contexto, integrou diversos ambientes de trabalhos virtuais colaborativos, extramuros às empresas, conectando indivíduos em redes virtuais de negócios. Alavanca que prosperou a internacionalização dos serviços e venda de produtos que, mais tarde foi denominada globalização. (CASTELLS, 2000). De acordo com Zuppo: Os indivíduos unidos pela rede (internet) e sistemas disponíveis, conseguem exercer a gestão de suas atividades, tendo à sua disposição informações operacionais e gerenciais que lhes proporciona a tomada de decisões e a verificação do desempenho alcançado, sem a necessidade do contato pessoal físico. (ZUPPO, 2003, p.12). Assim, possível dizer que Zuppo, traz à baila, um dos primeiros conceitos voltados ao trabalho realizado à distância, que realizado e organizado pelo indivíduo que não está fisicamente dentro da empresa, realiza função em prol dela, recebendo remuneração por demanda. O FEM (Fórum Econômico Mundial), ocorrido no ano de 2015, nos legou a publicação do relatório “Technology Tipping Points and Societal Impacts”, neste importante documento, fácil perceber os impactos que tais tecnologias lançadas à sociedade, que certamente causarão possíveis alterações até o ano de 2025. No relatório,podemos observar as possíveis tendências neste sentido: ✓ as pessoas e a internet; ✓ informática, comunicações e armazenamento em toda parte; ✓ a internet das coisas; ✓ inteligência artificial; ✓ big data; ✓ a economia de compartilhamento e; ✓ a digitalização da matéria através da impressão 3D. (FEM, 2015, p. 1). Possíveis tendências neste sentido, em 2021: ✓ Internet móvel e tecnologia em nuvem – 34% ✓ Crescimento no poder de computação e Big Data – 26% ✓ Novas fontes e tecnologias de energia – 22% ✓ Internet das coisas – 14% ✓ Crowdsourcing e economia de compartilhamento – 12% ✓ Robótica avançada e transportes autônomos – 9% ✓ Inteligência artificial – 7% ✓ Produção avançada e impressão 3D – 6% ✓ Materiais avançados, biotecnologia e genômica – 6%. (FOURSALES, 2021, p. 1). Mas ainda falando em home office, importante colaboração nos dá as várias modalidades de flexibilização do trabalho, sobretudo aquelas propostas por Azevedo e Tonelli (2014), assim classificadas: ✓ Flexibilidade de contrato: contratos diferenciados que atendem parcialmente as regulações normais trabalhistas, contrato por tempo determinado; ✓ Flexibilidade no padrão de organização do trabalho: numérica – com ajuste de horas trabalhadas e de número de trabalhadores de acordo com a demanda) e temporal – com ajuste de horas trabalhadas e sua distribuição ao longo do tempo); ✓ Flexibilidade de remuneração; ✓ Flexibilidade de local de trabalho; ✓ Flexibilidade funcional: de tarefa ou conteúdo do trabalho. (AZEVEDO; TONELLI, 2014, p. 197). Visível notar que, todas as propostas dos autores se assentam na “Flexibilidade” da então ordem jurídica brasileira e sua CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, hoje ainda distantes da plenitude de tais ideias. Logo, estavam estes autores vislumbrando em 2014, aquilo que no planeta fora acelerado pela nefasta pandemia sanitária do vírus COVID-19, que “obrigou” os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em realizar a demanda do trabalho à distância em prol da segurança da saúde dos empregados e empregadores envolvidos. Fez então surgir novos atores, como a mão de obra terceirizada, a jornada de trabalho em meio período (diferente das 40 ou 44 horas semanais), o trabalho realizado em domicilio do empregado, fomentou as cooperativas de trabalho e reviveu o trabalho free-lance (por ocasião da demanda - temporário). Na própria Constituição Federal do Brasil (BRASIL, 1988), Cap. 2º, Art. 7º, inc. XIII e na também na legislação própria da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) Art. 58, ainda mantém esculpido a jornada de trabalho semanal de 44 horas (BRASIL, 1943). Ainda que pesem algumas modificações nas leis trabalhistas, sobretudo com a reforma trabalhista, LEI Nº 13.467/2017, com claro fito de flexibilizar as leis trabalhistas brasileiras, viabilizando melhorias nas relações de trabalho, regrando temas como: ✓ a terceirização; ✓ banco de horas; ✓ trabalho intermitente; ✓ rescisão do contrato de trabalho; ✓ trabalho em home-office. Masuda (1981), sociólogo japonês, destacava a valorização temporal e sua importância na evolução da raça humana. Segundo ele: O valor do tempo está em um plano mais alto na vida humana do que os valores materiais, como o valor básico da atividade econômica. Isso porque o valor do tempo corresponde à satisfação de desejos humanos e intelectuais, enquanto que os valores materiais correspondem à satisfação de desejos fisiológicos e materiais. (MASUDA, 1981, p.74). Em que pese a poética frase, ela claramente nos remete a observar com a devida importância o valor do tempo, então pense nos intervalos de “Tempo Intinerante”, entre as idas e vindas da residência do empregado até as dependências da empresa, tempo este rotineiro e na maioria das vezes completamente improdutivo e desonerado, logo a atividade laboral em home office, por si só já seria forte argumento em seu favor. Trope (1999) alerta para as condições do contrato de trabalho em regime de home office: ✓ remuneração, idêntica para ambos os trabalhadores, remoto ou presencial; ✓ horário de trabalho, que pode ser fixo ou não, facilitando o contato com a organização em horários comerciais; ✓ oferta de material pelo empregador; instalações e manutenções necessárias para a realização do trabalho, que podem incluir equipamento e insumos como internet e energia elétrica consumida. Logo, podemos perceber as diversas nuances de um trabalho realizado à distância da empresa e seu paralelo com o os direitos e deveres dos empregados em igual função que estejam nas dependências da empresa, precisam caminhar de forma igualitária. Por fim, na trilha das tendências tecnológicas e seus aspectos, sobretudo na contratação de empregados em regime de home office, deverá ser observado a formalização do contrato de trabalho com cláusulas específicas, completamente claras, que viabilizem o formato de trabalho remoto. A legislação vigente desde 2017, permite a contratação em home office logo o empregado deverá concordar em assinar um termo se responsabilizando em seguir orientações de cuidados acerca da maneira em que irá desempenhar o trabalho, mais especificamente no que diz respeito à ergonomia e ao conforto no trabalho. Referências AVISON, D.; EARDLEY A.; POWELL, P. Suggestions for capturing corporate vision in strategic information systems. 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Acesso em: set. 2021. FOURSALES. Futuro do trabalho: as previsões do Fórum Econômico Mundial sobre o futuro do trabalho. São Paulo: Foursales, 2021. Disponível em: https://blog.foursales.com.br/as-previsoes-do-forum-economico-mundial-sobre-o-futuro-do- trabalho/. Acesso em: set. 2021. KEEN, Peter G. W. Guia gerencial para a tecnologia da informação: conceitos essenciais e terminologia para empresas e gerentes. Rio de Janeiro: Campus, 1996. LUFTMAN, J. N. Applying the strategic alignment model. In: LUFTMAN, J. N. (org.) Competing in the information age strategic alignment in practice. New York: Oxford University Press. p. 43-69, 1996. LUFTMAN, J.N.; LEWIS, P. R.; OLDACH, S. H. Transforming the enterprise: the alignment of business and information technology strategies. IBM Systems Journal, Riverton, v. 32, n. 1, p. 198-221, 1993. MASUDA, Y. A sociedade de informação como sociedade pós-industrial. Rio de Janeiro: Ed. Rio, 1981. O´BRIEN, James A. 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