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Dibe CÂNCER DE TIREOIDE Introdução Neoplasia endócrina maligna mais frequente. -1% de todas as neoplasias. -Incidência anual baixa, porém vem aumentando: → 5-9 casos/100.000 mulheres e 2-4 casos/100.000 homens Tipos Podem se originar de três diferentes tipos de células: foliculares, parafoliculares e outras células tireoidianas. - Foliculares 90% e se subdividem em bem diferenciados ou indiferenciados. Bem diferenciados: Papilar, Folicular e os de Células de Hurthle. Indiferenciados ou anaplásicos (<5%) - Carcinoma Medular de Tireoide (3-4%): derivado das células parafoliculares. - Outros: Linfomas, sarcomas, metástases, teratomas, hemangioendoteliomas... Há importantes diferenças entre os principais tipos de câncer de tireoide: Carcinomas diferenciados de tireoide (CDT): bom prognóstico, mortalidade similar ao da população geral, porém recidivas são comuns. Alguns tem doença agressiva, com metástases ao diagnóstico Carcinoma medular de tireoide (CMT): pior prognóstico, sendo frequente metástases ao diagnóstico. Carcinoma anaplásico: é um dos mais agressivos do ser humano. CARCINOMAS DIFERENCIADOS DE TIREOIDE (CDT) Carcinoma papilar (> 80%), folicular e o de células de Hurthle. Quadro clínico: nódulos em um paciente eutireoideo. Esporádicos, raramente familiar (familiar isolado ou associado a doenças hereditárias como: doença de Cowden, síndrome de Gardner ou complexo de Carney, entre outras) Mutações: - Carcinoma Papilar de Tireoide: BRAF V600E 55%; RET/PTC 8%; RAS 6% - Carcinoma Folicular de Tireoide: RAS 40-50%; PAX/PPARγ 35% CARCINOMA PAPILAR DE TIEOIDE -80% dos carcinomas tireoidianos -Qualquer faixa etária, porém predomina 3ª-5ª décadas -crescimento e progressão lentos -Bom prognóstico, (80% sobrevida em 10 anos) -Raramente leva a óbito pacientes com menos de 40-45 anos -Disseminação para outras partes da tireoide e para linfonodos cervicais. -Lesões multicêntricas são comuns -25% têm metástases cervicais, 20% invasão extratireoidiana e 5% metástases a distância (pulmão mais comum) → ao diagnóstico METÁSTASE PULMONAR – PADRÃO MILIAR CARCINOMA FOLICULAR DE TIREOIDE 10% de todos os carcinomas tireoidianos Pico na 5ª década de vida Quadro clínico: nódulo único, descoberto casualmente; crescimentode nódulo em bócio de longa duração ou por metástase a distância (15 a 20% dos casos) → pulmonar ou ósseo (associado ou não a fraturas patológicas) Metástases a distância podem ser a manifestação inicial, mesmo quando o tumor é < 1 cm Raramente metástases para linfonodos cervicais. Metástase óssea – vertebral CARCINOMA FOLICULAR DE TIREOIDE METÁSTASE ÓSSEA – FEMORAL CARCINOMA FOLCULAR DE TIREOIDE Dibe METÁSTASE ÓSSEA – QUADRIL CARCINOMA FOLICULAR DE TIREOIDE Carcinomas diferenciados de tireoide (CDT) QUADRO CLÍNICO: Doença nodular atóxica (nódulo em paciente eutireoideo) → Nódulo com valores normais de TSH e T4 livre Descoberto acidentalmente na maioria, por US cervical, pelo próprio paciente ou pelo médico, à inspeção ou palpação do pescoço. Raramente uma massa com sintomas compressivos (rouquidão, disfagia, disfonia e/ou dispneia) Prognóstico Idade é o mais importante mortalidade aumenta a partir dos 45 anos, e a taxa de recorrência é maior nos extremos de idade (< 20 e > 60 anos) Invasão vascular ou de cápsula, bem como de metástases a distância, está associado a pior evolução Tratamento TIREOIDECTOMIA: total x subtotal Há a possibilidade de acompanhamento em casos selecionados - IODORADIOATIVO: A indicação do iodo e a dose é dependente do risco de recorrência - TERAPIA SUPRESSIVA COM LEVOTIROXINA: É mantido o TSH suprimido conforme o risco de recorrência RET + TIREOIDECTOMIA PROFILACTICA Monitoramento Ecografia cervical 3 meses após tireoidectomia para avaliar doença estrutural Pode ser repetida na suspeita de recorrência Ver doença suspeita e nódulo residual TSH, tireoglobulina (estimulada x não-estimulada), anticorpo antitireoglobulina, 3 meses após cirurgia Repetida anualmente nos pacientes livres de doença Neoplasia folicular tireoidiana não invasiva com aspectos nucleares semelhantes ao carcinoma papilífero – niftp Descrita em 2016 Devido ao baixo risco e progressão indolente, pode ser manejado da mesma forma que adenomas tireoidianos. Carcinoma medular de tireoide -Se origina das células C ou parafoliculares -ESPORÁDICA (75 a 80%) x FAMILIAR (20 a 25%) -Fundamental essa diferenciação - Casos familiares são decorrentes de mutações germinativas, algumas vezes de novo. - Esporádicos são decorrentes de mutações somáticas. É obrigatória a pesquisa de mutações ativadoras no proto-oncogene RET. -Quadro clínico: nódulo palpável, duro, localizado nos dois terços superiores da tireoide, onde estão as células parafoliculares -A produção de substâncias pelo CMT pode causar manifestações sistêmicas, como diarreia aquosa ou flushing. Síndrome de Cushing pode ocorrer pela secreção de ACTH. - Metástases linfonodais em 50% e metástases para o fígado, pulmão e ossos em 20% ao diagnóstico Diagnóstico: função tireoidiana normal e níveis elevados de calcitonina (CT), CT > 100 pg/mℓ. PAAF: pode dar o diagnóstico (sensibilidade aumentada se for dosado a calcitonina no lavado) Tratamento: Tireoidectomia total!! ± esvaziamento linfonodal / não se faz iodo nem terapia supressiva. Prognóstico A sobrevida em 10 anos: • 90% na doença confinada à tireoide, • 70% metástase para linfonodos cervicais • 20% metástases a distância. Carcinoma indiferenciado ou anaplásico • 1-3% dos casos • Mais em mulheres e idosos Dibe • Tipo mais grave e o menos comum das neoplasias malignas da tireoide • Crescimento rápido, invasão local precoce e prognóstico extremamente desfavorável. • Pode causar dificuldade para respirar ou engolir, e traqueostomia é frequentemente necessária. • A sobrevida pós-operatória em 5 anos é de 3,6% (90% morrem em menos de 6meses)
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