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Maria Vitória Videira São João → sistema nervoso central – composto por encéfalo e medula espinal → sistema nervoso periférico – todo tecido nervoso que fica fora do SNC O SNC e SNP se comunicam de modo que apresentamos fibras neuronais que partem do SNC e inervam estruturas que ficam na periferia → nele, há fibras pré-sinápticas ou pré-ganglionares que partem da medula espinhal e se comunicam com fibras pós-sinápticas no gânglio, e dele, inervam uma série de órgãos/glândulas f Função → fazem a regulação autônoma de diversos órgãos, ou seja, não há controle consciente (planeja funções que não temos domínio) f Divisão SNA simpático → relacionado com respostas de luta ou fuga → fibras pré-ganglionares partem da região toracolombar → fibras pré-ganglionares são menores e as fibras pós-ganglionares são maiores SNA parassimpático → relacionado com respostas de repouso ou tranquilidade → fibras pré-ganglionares partem da região crânio- sacral → fibras pré-ganglionares são maiores e as fibras pós- ganglionares são menores f Neurotransmissor – acetilcolina → está presente em: -> sinapses pós ganglionares parassimpáticas (inervação dos órgãos-alvo) -> sinapses ganglionares simpáticas e parassimpáticas -> sinapses pós ganglionares do SNP Somático (inervação de músculos estriados esqueléticos) -> sinapses do SNC (regulação de funções cognitivas, controle motor, controle do apetite, nocicepção...) f Receptores Nicotínicos → são canais iônicos regulados por ligante (Ach) permeável a íons Na+ e Ca2+ (despolarização de membrana e excitação) Muscarínicos → são receptores acoplados à proteína G f Mecanismo de ação dos receptores → a fibra pré-ganglionar interage o gânglio e lá a acetilcolina vai interagir com o receptor nicotínico (Nn) → dessa forma, tem a fibra pós-sináptica que interage com o órgão efetor (musculo liso), lá a acetilcolina vai interagir com o receptor muscarínico, caso o órgão receptor for tecido muscular vai interagir com o receptor nicotínico (Nm) → são canais iônicos formadas por 5 subunidades em volta de um poro central, onde o mesmo é permeável a íons de sódio e cálcio → esses íons são os responsáveis pela despolarização da membrana e a excitação f Receptor Nm → são encontrados no músculo esquelético e em outros órgãos →estão envolvidos na sinapse pós ganglionar f Receptor Nn → encontrados nos gânglios autônomos Os receptores se diferenciam pelas subunidades que o compõem → são receptores acoplados a proteína G que podem ter 5 subtipos f Receptores M1, M3 e M5 (ímpares) → são acoplados a proteína Gq (que tem como proteína efetora a fosfolipase C e tem como resultado o aumento de cálcio) f Receptores M2 e M4 (pares) → são acoplados a proteína Gi (inibitória- tem como resultado o não aumento de AMPc). Mecanismo de ação – síntese de Ach → há a fibra pós-sináptica fazendo uma sinapse com o órgão que ele está inervando, tendo como Farmacologia “A escolha do Nogueira” Maria Vitória Videira São João neurotransmissor acetilcolina (que é sintetizada a partir da união de 2 moléculas: colina e acetil-CoA) → a colina entra no neurônio a partir de um transportador de membrana, interagindo com a Acetil-CoA formando acetilcolina, que é armazenada em vesículas (a partir de um transportador FAT) → quando há um potencial de ação, abre o canal de sódio, despolarizando a membrana, e também abre o canal de cálcio, promovendo a exocitose da vesícula, liberando acetilcolina na fenda sináptica, que interage com os receptores M1, M2, M3, M4 e M5 → há receptores expressos no neurônio pré-sináptico que são regulatórios, ou seja, se há a liberação de acetilcolina, os receptores percebem que a concentração de acetilcolina está aumentando, mandando uma resposta (feedback), diminuindo a liberação → quando a acetilcolina é liberada na fenda sináptica e interage com os receptores M3 (localizados no vaso sanguíneo – células endoteliais), ativa enzimas óxido nítrico sintetase, que aumenta a produção de óxido nítrico, resultando em vasodilatação → o óxido nítrico, é produzido a partir da quebra de um aminoácido (arginina), que é clivada pela oxidonitricosintetase, e ativa uma enzima chamada de guanilil-ciclase que vai ativar proteínas quinases, tendo como resultado o oxidonitrico se difundindo para célula muscular, ativando a enzima guanilil- ciclase que quebra GTP em GMPc, que promove reações de desfosforilação de cadeias leves de miosina, levando a uma vasodilatação (relaxamento da musculatura) → em casos do vaso estiver lesado, a acetilcolina não vai achar mais a célula endotelial, se ligando direto no M3 da célula muscular lisa, tendo uma resposta oposta, uma vasoconstrição → no coração há receptores M2, e sua interação com a acetilcolina diminui o efeito inotrópico, cronotrópico e dromotrópico, ou seja, diminui frequência cardíaca, força de contração e a condução do músculo → no pulmão, há o receptor M3, e sua interação com a acetilcolina promove broncoconstrição Não pode usar acetilcolina na pratica clínica, pois, é rapidamente degradada pela acetilcolinesterase na fenda sináptica, então são utilizados os agonistas que vão fazer os mesmos efeitos, porém, vão conseguir interagir com os receptores f Metacolina → diagnóstico de hiperatividade brônquica (broncoconstrição severa em asmáticos) f Betanecol → tratamento de retenção urinária sem obstrução (pós-cirúrgico, neuropático ou atônico) f Pilocarpina → xerostomia e diminuição da pressão intraocular (↑ contração pupilar promove ↑ de tensão no esporão escleral e abertura dos espaços da malha trabecular, ↓ resistência ao efluxo do humor aquoso) – utilizado para tratar catarata → as principais drogas que são utilizadas como agonistas de acetilcolina são Maria Vitória Videira São João f Pilocarpina – aminas terciárias (apolares) → absorção – boa por V.O. (administração V.O., E.V. ou tópica) → distribuição – boa pelos tecidos (ultrapassam barreiras e membranas plasmáticas) → eliminação – renal f Metacolina – aminas quaternárias (polares) → absorção – ruim por V.O. (administração E.V.) → distribuição – ruim pelos tecidos (não ultrapassam barreiras e dificuldade de ultrapassar membranas plasmáticas) → eliminação – renal → diaforese (transpiração excessiva) → diarreia → náuseas → cólicas abdominais → hipotensão → dificuldade de acomodação visual → asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica -> na asma, quando a Ach se liga ao receptor M3, ocorre broncoconstrição, dessa forma, não podemos administrar um agonista → obstrução urinária ou do trato gastrintestinal → hiperplasia prostática benigna → doença péptica → doenças cardiovasculares → podem ser divididos em duas classes quando interagem com os receptores -> alcaloides naturais – atropina, escopolamina -> alcaloides semissintéticos e sintéticos – homatropina, N-butilescopolamina, tropicamida, tiotrópio, ipratrópio, pirenzepina, propantelina, tolterodina... Características importantes → quando interagem com os receptores vão bloquear a ligação da acetilcolina, que não exerce seu efeito → esse bloqueio é competitivo (2 moléculas que se ligam ao mesmo receptor e quem tiver em maior concentração ou tiver em maior afinidade se liga mais) → nesse caso (dos antagonistas colinérgicos), quem vai ligar mais é quem tiver em maior dose → há a ocorrência de “reações paradoxais” – no início do tratamento, o bloqueio dos receptores muscarínicos pré-sinápticos ↑ liberação de Ach na fenda sináptica, o que gera efeitos agonistas muscarínicos; ao longo do tratamento, o bloqueio pós-sináptico supera o bloqueio pré-sináptico f Atropina → tratamento de bradicardia sinusal ou bloqueio atrioventricular (↑ frequência cardíaca e reversão de vasodilatação periférica) f Ipratrópio e tiotrópio → tratamento de asma, doença pulmonarobstrutiva crônica e rinorreia (broncodilatação, reversão de broncoconstrição causada por histamina, bradicininas e eicosanoides, ↓ da secreção brônquica) f Escopolamina e N-butilescopolamina → prevenção de cinetose e uso antiespasmódico (↓ contração do trato gastrintestinal) f Homatropina e tropicamida → exames de retina e disco óptico, tratamento de iridociclite e ceratite (midríase e ciclopegia) f Propantelina → tratamento de diarreia associada à síndrome do intestino irritável (↓ motilidade e tônus gastrintestinal) f Pirenzepina → tratamento de doenças acidopépticas (↓ secreção gástrica – desuso devido necessidade de altas doses, associadas com importanes reações adversas) f Tolterodina → tratamento de bexiga hiperativa e incontinência urinária em doenças neurológicas (promove retenção urinária) f Tiotrópico – aminas quartenárias (polares) → absorção ruim por V.O. (administração E.V. ou inalatória) → distribuição ruim pelos tecidos (não ultrapassam barreiras e dificuldade de ultrapassar membranas plasmáticas) → eliminação hepatobiliar f Atropina – aminas terciárias (apolares) → absorção boa por V.O. (administração V.O., E.V., inalatória) → distribuição boa pelos tecidos (ultrapassam barreiras e membranas plasmáticas) → eliminação renal → xerostomia → constipação → dispepsias → visão turva → prejuízos cognitivos → glaucoma de ângulo fechado → obstrução urinária ou do trato gastrintestinal → hiperplasia prostática benigna → trata da inervação de músculos esqueléticos, e é diferente do sistema nervoso autônomo (tanto Maria Vitória Videira São João simpático quanto parassimpático) pois não tem gânglio, ou seja, é uma fibra que sai da medula espinhal e vai direto no músculo. Seu neurotransmissor é a acetilcolina e receptor é do tipo nicotínico (Nm- canal iônico, permeável a íons de sódio e cálcio) f Como ocorre? → a fibra pré-sináptica sai da medula espinal e interage com a membrana do músculo esquelético, tendo acetilcolina sendo liberada na fenda que interage com os receptores nicotínicos (canal iônico permeáveis a sódio e cálcio), tendo a entrada de sódio, despolarizando a membrana, que abre canais de cálcio, promovendo o deslizamento das miofibrilas de miosina e actina, tendo contração muscular → podem ser classificados em despolarizantes ou não despolarizantes f Representantes → succinilcolina (ou suxametônio) – éster dicolínico → molécula estruturalmente similar à Ach f Mecanismo de ação → ação similar à Ach na junção neuromuscular (se liga no receptor nicotínico promovendo despolarização), entretanto, demora mais para ser degradada pela enzima acetilcolinesterase (tempo de ação: 6 a 11 min) → Isso provoca uma despolarização excessiva, e consequentemente uma hiper estimulação do músculo, provocando uma paralisia muscular f Efeito → inicialmente fasciculação e, posteriormente, paralisia flácida (“bloqueio de fase 1”) f Representantes → benzilinoquinolinas (atracúrio, cisatracúrio, mivacúrio), ésteres de amônio (rocurônio, pancurônio, vecurônio) f Mecanismo de ação → ligam-se aos mesmos receptores nicotínicos da Ach, impedindo que está se ligue e exerça seus efeitos, ou seja, a contração não acontece (“bloqueio de fase 2”) f Efeitos → paralisia flácida, diretamente f Usos clínicos → auxiliar em anestesia (cirurgias em que a imobilidade muscular seja importante – videolaparoscopias, por exemplo) → intubação orotraqueal (↓ risco de edema e sangramentos) → reversão da paralisia – sugamadex (forma um complexo irreversível com o rocurônio, impedindo que se ligue aos receptores de Ach) e inibidores de colinesterases f Efeitos adversos Hipercalemia (succinilcolina) → durante a despolarização de membrana, ocorre um efluxo de K+ para o plasma → não usar para pacientes com níveis de K+ descontrolados Bloqueio ganglionar (pancurônio e succinilcolina) → baixa seletividade para receptores de Ach da junção neuromuscular, bloqueando receptores ganglionares do SNA Simpático e Parassimpático Liberação de histamina (succinilcolina e atracúrio) → evitar uso em pacientes asmáticos Hipertemia maligna (succinilcolina) → herança genética autossômica dominante – distúrbio no retículo sarcoplasmático, que libera Ca2+ sem controle, que ocorre com uma complicação anestésica, sendo potencialmente fatal → tratamento – dantrolene (bloqueador de canais de Ca2+ que age no retículo sarcoplasmático) f Interação medicamentosa → o bloqueador neuromuscular interage no receptor muscarínico, porém, não são somente eles que interagem → vão haver alguns fármacos, por exemplo, que vão regular a liberação da acetilcolina dentro da vesícula, Bloqueio de Fase 1 X Bloqueio de Fase 2 → o bloqueio de fase 1 é imediato, uma vez que a succinilcolina é análoga à Ach, e o término da ação também é mais rápido, porque a acetilcolinesterase irá degradá-la. No início do bloqueio muscular, ocorre fasciculações, depois, paralisia flácida →o bloqueio de fase 2 o início da ação é mais lento, porém a ação é mais prolongada. A resposta muscular é paralisia flácida, diretamente Isso pode nos direcionar para a escolha do fármaco de acordo com o tipo de cirurgia. Por exemplo, em uma cirurgia mais rápida, em uma intubação, usa- se a succinilcolina, uma vez que o objetivo é um bloqueio muscular mais rápido Maria Vitória Videira São João outros vão estimular a degradação de acetilcolina por ação da acetilcolinesterase → é uma amina quaternária → absorção – ruim por V.O. (administração E.V.) → distribuição – ruim pelos tecidos (não ultrapassa barreiras e dificuldade de ultrapassar membranas plasmáticas) → degradada (metabolizada) – na fenda sináptica por esterases plasmáticas pela hidrólise dos grupos ésteres → início de ação rápida, em torno de 1 minuto e o tempo de ação é entre 6 a 11 min → é uma amina quaternária → pouco seletivos aos receptores de Ach (ou seja, além de atuar na junção neuromuscular, também exerce bloqueio ganglionar e respostas vagais – vagolíticos) → não promovem liberação de histamina → pode ter início de ação rápido, em torno de 1 min (rocurônico) ou lento, em trono de 3 mins (pancurônico e vecurônico) → tempo de ação prolongado de 25 a 73 minutos f Farmacocinética → absorção – ruim por V.O. (administração E.V.) → distribuição – ruim pelos tecidos (não ultrapassa barreiras e dificuldade de ultrapassar membranas plasmáticas) → metabolização – é hepática → eliminação – renal → é uma amina quaternária → Mais seletivos aos receptores de Ach (não apresentam atividade bloqueadora ganglionar e vagolítica) → Tendência à liberação de histamina (cuidado com pacientes asmáticos) → início de ação lento (3 mins) → pode ter tempo de ação rápido (mivacúrio – 15 a 21 min) ou lento (cisatracúrio, atracúrio – 45 a 120 min) -> limita seu uso para cirurgias curtas f Farmacocinética → absorção – ruim por V.O. (administração E.V.) → distribuição – ruim pelos tecidos (não ultrapassa barreiras e dificuldade de ultrapassar membranas plasmáticas) → degradada (metabolizada) – na fenda sináptica por esterases plasmáticas pela hidrólise dos grupos ésteres e via de Hoffmann (degradação espontânea na porção N-alquil) -> útil para pacientes com insuficiência hepática e renal
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