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SAÙDE ME���L Nadielson Abas DEFINIÇÕES Fonte: Google fotos. Saùde X Doença: A saúde não é meramente a ausência de doença. Saúde: um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades. Doença: Estado causado por uma afecção num ser vivo, que altera o seu estado ontológico de saúde Sofrimento psíquico X Transtorno mental Os transtornos mentais estão associados a diagnósticos clínicos enquanto o sofrimento psíquico se vincula a situações de vida como violências e outras vulnerabilidades, gerando muitos prejuízos, inclusive o risco aumentado de transtornos mentais. Transtornos mentais são aqueles que afetam a funcionalidade etiologicamente apresentam indicações genéticas e químicas. Saùde mental: De acordo com a OMS não existe um conceito definido de saúde mental, contudo para a organização a definição vai além da ausência de transtornos mentais. Critérios: ● Atitudes próprias em relação a si próprio. ● Integração e resposta emocional. ● Autonomia e autodeterminação ● Percepção apurada da realidade. ● Domínio ambiental e competência social ENFERMAGEM EM SAÙDE MENTAL O enfermeiro está presente em todos os ambientes, desde a promoção até no pòs-venção . Atuando na promoção, identificação, acolhimento, intervenções, acompanhamento e cuidado compartilhado. Obs: A residência de enfermagem em saúde mental é uma área especializada na prática de enfermagem que emprega teorias do comportamento. REFORMA PSIQUIÁTRICA SAÙDE ME���L Nadielson Abas A humanidade convive com a loucura há séculos e, antes de se tornar um tema essencialmente médico, o "o Louco" habitou o imaginário popular de diversas formas. Prè-História: As pessoas com transtornos mentais eram tratadas de acordos com os ritos tribais. Se esses fracassaram, deixava-se que os indivíduos morressem de inanição ou fossem atacados por feras. Grécia Antiga: As causas do diferente remeteram ao sobrenatural/místico. Doentes mentais eram pessoas 'Agraciadas por deuses"” Hipócrates: É o primeiro que relata o primeiro conceito médico de loucuras. A loucura estava relacionada com os fluidos orgânicos, deixando de lado o aspecto místico. Renascença: A segregação dos loucos se dava pelo seu banimento dos muros das cidades europeias. As pessoas eram transportadas em embarcações sem destino. Idade Média: Atribuíam os transtornos aos demônios, o indivíduo era considerado possuído. Os loucos inofensivos viviam soltos. Criação dos Asilos ou leprosários: Os loucos são confinados em grandes asilos ou leprosários destinados a toda sorte de indesejáveis, inválidos, leprosos, portadores de doenças venéreas, mendigos e libertinos. Nessas instituições, os mais violentos eram acorrentados, a alguns era permitido sair para mendigar. SEGREGAÇÃO SOCIAL DA LOUCURA: Fonte: Google Fotos. Os loucos foram isolados justamente a camada da população que era considerada "inútil", exemplo dos mendigos, paralíticos, homossexuais e prostitutas. Philippe Pinel: Considerado o pai da psiquiatria foi influenciado pelas ideias do iluminismo e da Revolução francesa, onde propõe uma nova forma de tratamento aos loucos, libertando-os das correntes e transferindo-os aos manicômios, destinados somente aos doentes mentais. Pinel: Status de doença a loucura, "isolar para tratar" loucos= alienados. O asilo era por excelência o lugar do tratamento moral, era antes de tudo, a ordem da moralidade reduzida a esquemas de leis, SAÙDE ME���L Nadielson Abas obrigações e constrições e que levariam a cura do alienado. Criação dos manicômios: Medicações, e formas de tratamentos como lobotomia, eletrochoque, camisa de força, solitária, contenções, agressões físicas, afogamento. Morel: Defendeu a teoria que dominou o cenário psiquiátrico por mais de meio século. Combinando as ideias de Charles Darwin + Lamarck = Degenerescência, ou seja, a doença é causada por diversas etiologias.. Século XIX: A primeira classificação internacional de doenças ( CID) foi aprovada em 1893 e, desde então, vem sendo periodicamente revisada. Cida-11: Distúrbios dos jogos eletrônicos, síndrome de burnout ( ganhou capitulo especifico), transexualidade deixou de figurar na lista de doenças mentais, autismo reuniu todos os transtornos que fazem parte do espectro autista. HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL Até o século XIX não havia uma assistência planejada aos doentes mentais. Andavam pelas ruas, eram encarcerados nas prisões ou reclusos em celas especiais das Santas casas de misericórdia. (Antunes,199). As primeiras intervenções ocorreram com a chegada da corte portuguesa, seu objetivo principal era o controle social. Em 1830 a comissão de medicina elabora um diagnóstico sobre os "Loucos" na cidade e marca a mudança do status de louco para doente mental. Em 1841 é criado o hospício Pedro II, inaugurado em 1852, na praia vermelha no Rio de Janeiro. Sua gerência é de responsabilidade das santas casas de misericórdia. Outro local importante da psiquiatria como ciência no Brasil foi o "Hospital Juquery" construído fora da zona urbana na cidade de São paulo. Dava legitimidade à exclusão de indivíduos indesejáveis, mas que não se enquadravam no sistema penal. As técnicas mais utilizadas eram: Alternância de banhos quentes e frios, laborterapia ( terapia pelo trabalho) e terapias medicamentosas. Em 1950: Psicofarmacologia, Fármacos psicotrópicos que a partir desse surgimento cresce as profissões como psicologia. No Brasil a partir da década de 70-80 iniciam-se os movimentos antimanicomiais, luta pelo fim dos maus tratos nos manicômios, inspirado no movimento italiano de reforma psiquiátrica. Hospital colônia de barbacena Fonte: Google fotos. Foi fundado em 1903 e desativado em 1980. Durante seu funcionamento a maioria dos internos eram sãos, eram SAÙDE ME���L Nadielson Abas etilistas, positivados para sífilis, prostitutas/profissionais do sexo, homossexuias, epileticos, mães solteiras e esposas substituidas por uma amante. Cerca de 60.000 internos morreram de fome, frio ou diarreia até o seu fechamento completo. Cadáveres de mais de 1800 pacientes foram vendidos para universidades até os anos setenta. Obs: Era visto como um campo nazista. REFORMA PSIQUIÁTRICA Fonte: Google fotos. A Reforma Psiquiátrica tornou-se processo político e social complexo, composto de atores, A Reforma Psiquiátrica no Brasil instituições e forças de diferentes origens, e que incide em territórios diversos, nos governos federal, estadual e municipal, nas universidades, no mercado dos serviços de saúde, nos conselhos profissionais, nas associações de pessoas com transtornos mentais e de seus familiares, nos movimentos sociais, e nos territórios do imaginário social e da opinião pública. Compreendida como um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços de saúde e saúde mental e das relações interpessoais que o processo da Reforma Psiquiátrica avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios. A EXPERIÊNCIA ITALIANA Franco Basaglia sugeria que as questões ligadas às loucuras deveriam ser tratadas no meio social, ou seja, que essas questões também possuíam um caráter político, pois não era somente de responsabilidade dos profissionais de saúde mental, mas sim, de toda a sociedade. ( OLIVEIRA, 2011) Sua crítica radical ao manicômio é inspiradora, e revela a possibilidade Sua crítica radical ao manicômio é inspiradora, e revela a possibilidade de ruptura com os antigos paradigmas. MOVIMENTO DE TRABALHADORES EM SAÙDE MENTAL O ano de 1978 costuma ser identificado como o de início efetivo do movimento social pelos direitos dos pacientes psiquiátricos em nosso país. Formados por trabalhadores integrantes do movimento sanitário. Em 2001 è sancionada a lei 10.216 trata do direito dos usuários. 3 conferência nacional de SM: "Cuidar sim, excluir não" SAÙDE ME���L Nadielson Abas O QUE SÃO OS CAPS? Fonte: Google fotos. Foram criados oficialmente a partir da portaria GM 224/92e eram definidos como "Unidades de saùde locais/regionalizadas que contam com uma população adscrita definida pelo nível local e que oferecem atendimento de cuidados intermediários entre o regime ambulatorial e a internação hospitalar, em um ou dois turnos de quatro horas, por equipe multiprofissional". É um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. Lei da Reforma psiquiátrica no Brasil O projeto de lei da reforma psiquiátrica foi apresentado em 1989 pelo então deputado Paulo Delgado. Prevendo: Substituição progressiva dos manicômios.. Trata da proteção e dos direitos das pessoas portadoras dos transtornos mentais, redireciona o modelo assistencial em saúde mental, sendo base do projeto original de Paulo Delgado. Fortalecimento da desinstitucionalização Portaria 106/2000/ms: As residências terapêuticas constituem-se como alternativas de moradia para um grande contingente. LEGISLAÇÃO EM SAÙDE MENTAL 10.2016 de 2021 - Lei da saúde mental, paulo delgado, lei da reforma psiquiátrica. Trata-se sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mental e redireciona o modelo assistencial em saùde mental. I- ter acesso ao melhor tratamento de saúde, conforme as suas necessidades. II- Ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade. III- Ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração. IV- Ter garantia de sigilo nas informações prestadas. V- Ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária. VI- Ter livre acesso aos meios de comunicação disponiveis. VII- Receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento SAÙDE ME���L Nadielson Abas VIII- Ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis IX- Ser tratada, preferencialmente, em serviço comunitários de saùde mental. Art.4 a internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. 1. O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio 2. . O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais. 3. É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições com características asilares. Art.6 A internação psiquiátrica será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os seus motivos. São considerados os seguintes tipos de internação clínica: I- Internação voluntária: Aquela que se dá com o consentimento do usuário. II- Internação involuntária: Aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro. III- Internação compulsória: Aquela determinada pela justiça. Art.8 internação involuntária/voluntária somente será autorizada por médico devidamente registrada pelo conselho regional de medicina. A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao ministério público. Art.9 A internação compulsoria è determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários. Art.10 Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e falecimento serão comunicados pela direção do estabelecimento de saúde mental aos familiares, ou ao representante legal do paciente, bem como a autoridade sanitária responsável, no prazo máximo de vinte e quatro horas da data da ocorrência. Portaria N 336, de 19 de fevereiro de 2002 Estabelecer que os centros de atenção psicossocial poderão constituir-se nas seguintes modalidades de serviços: CAPS I, CAPS II E III, definidos por ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional, conforme disposto nesta portaria. As três modalidades de serviços cumprem a mesma função no atendimento público em saúde mental, distinguindo-se pelas características descritas no artigo 3 desta portaria, e verão estar capacitadas para realizar prioritariamente o atendimento de SAÙDE ME���L Nadielson Abas pacientes com transtornos mentais severos e persistentes. 2. Os CAPS deverão constituir-se em serviço ambulatorial de atenção diária que funcione segundo a lógica do território 3. Estabelecer que os centros de atenção psicossocial ( CAPS) sò poderão funcionar em área física específica e independente de qualquer estrutura hospitalar. 4. CAPS I - Serviço de atenção psicossocial com capacidade operacional para atendimento em municípios com população entre 20.000 e 70.000 habitantes, com a seguinte características: Funciona durante os cinco dias da semana, è realizado atendimento individual, atendimentos em grupos, atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissionais de ensino superior ou médio, visitas domiciliares, atendimento de família, atividades comunitárias e os pacientes assistidos em um turno receberão uma refeição diária e em dois turnos duas refeições diárias. Recursos Humanos: 1 médico ( com formação em saùde mental) , 1 enfermeiro e 3 profissionais de nível superior ( psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional) CAPS II- Atende em municípios de 70.000 e 200000, pode funcionar em ate 3 turnos. Um médico psiquiatra, enfermeiro com formação em saúde mental e 4 profissionais. CAPS III- Acima de 200.000 h e constitui em um serviço ambulatorial de atenção contínua, durante 24 horas diariamente, incluindo feriados e finais de semana. Estar referenciado a um serviço de atendimento de urgência/emergência geral de sua região , que fará o suporte de atenção médica. Acolhimento noturno, nos feriados e finais de semana, com no máximo 05 leitos, para eventual repouso e/ou observacão. Para o período de acolhimento noturno, em plantões corridos de 12 horas, a equipe deve ser composta por: 1- três técnicos de enfermagem e um profissional de nível médio da área de apoio. CAPS I II- Serviço de atenção psicossocial para atendimento a crianças e adolescentes, constituindo-se na referência para uma população de cerca de 200.000 habitantes. Constitui-se em serviço ambulatorial de atenção diária destinado a crianças e adolescentes com transtornos mentais, funciona em dois turno e podem comportar um terceiro turno. Desenvolvimento de ações intersetoriais, principalmente com as áreas sociais e educacionais. Atendimento intensivo aquele destinado aos pacientes que, em funcão de seu quadro clínico atual, necessitem de acompanhamento diário. PORTARIA 30.88 DE 2011 fica instituída a rede de atenção psicossocial, constituem diretrizes para o funcionamento da rede de atenção psicossocial: Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, saúde SAÙDE ME���L Nadielson Abas regionalizada e intersetoriais, tendo como eixo central a construção do projeto terapêutico singular. Fonte: Google fotos
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