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Empreendedorismo e tecnologia unidade 1 e 2

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O que é empreendedorismo, conceitos do empreender a natureza do empreendedorismo
O que é empreendedorismo? Podemos defini-lo como uma característica pessoal de perceber oportunidades e desenvolver soluções, gerando mudanças. Empreendedorismo, ainda, pode ser entendido como a criação de um novo negócio ou de uma nova iniciativa, seja como criador de um negócio próprio ou como colaborador de uma empresa.  
O que você já deve ter percebido é que o empreendedorismo pode ser descrito, ou melhor, compreendido por características que são observadas nos empreendedores; além disso, existe uma relação muito clara entre empreendimento e empreendedor.  
Uma boa ideia e um bom planejamento não são suficientes para o sucesso de uma empresa, e o contrário também acontece, ou seja, um bom empreendedor sem uma boa ideia e planejamento não é suficiente. 
“Uma combinação que gera empreendimentos de sucesso é a associação de uma boa ideia (que foi devidamente planejada) que gere um empreendimento a um empreendedor (seu gerador ou que a tenha adotado como sua) disposto a transformá-la em realidade.” (SALIM, 2010, p. 22). 
Existem dois tipos de empreendedores: os empreendedores por necessidade e os empreendedores por oportunidade. 
As pessoas que empreendem por necessidade, normalmente, são aquelas que perderam seus empregos ou encontram-se em uma situação que faz com que empreendam por necessidade e, assim, se aventuram numa situação por falta de opção. Já os empreendedores por oportunidade, normalmente, são pessoas que conseguem perceber oportunidades de negócio, às vezes ainda pouco exploradas, e a partir dessa percepção criam ou exploram algo novo. Geralmente, esse empreendedor realiza um planejamento para verificar a viabilidade do seu projeto, e o nome dado a esse tipo de planejamento é Plano de Negócio, o qual você conhecerá mais adiante. 
Agora, muita atenção quanto a esse conceito, pois será que apenas donos de negócios possuem características empreendedoras? A resposta é NÃO! Dentro das empresas, existem funcionários que possuem características empreendedoras. Quem são eles? São aqueles funcionários que trazem ideias e inovações para as empresas, são aqueles que empreendem dentro delas, e a essa característica damos o nome de intraempreendedorismo. Já posso adiantar que essa é uma característica pessoal muito procurada por selecionadores, pois pessoas com esse perfil ajudam no desenvolvimento e crescimento das empresas.  
Imagine-se dono de uma empresa. Você gostaria de ter um funcionário com essas características? Com certeza, sim! Então, as definições de empreendedorismo são entrelaçadas às características dos empreendedores, e os empreendedores são confiantes e acreditam que podem fazer algo diferente. Eles sonham e batalham para colocar o seu sonho em ação, em prática. 
Gostou? Tenho certeza de que você se encantará com esse assunto. Você perceberá a importância dessas pessoas para a nossa sociedade e para a economia de um país.
Conceitos do empreender
A ideia, agora, é aprofundar um pouco mais nos conceitos já apresentados. Então, vamos lá! 
A busca contínua por oportunidades é o que caracteriza o empreendedor, e seu instrumento é a inovação. Empreendedores analisam cenários e enxergam oportunidades que outras pessoas não enxergam.  
É importante dizer aqui que o empreendedorismo bem-sucedido precisa de ferramentas e técnicas de gestão e não está apenas baseado em ideias. 
Dornelas (2007) descreve oito tipos principais de empreendedores, conforme pesquisa desenvolvida por ele: 
· Empreendedor Nato ou Mitológico: é o que mais se destaca, suas ideias são brilhantes e, normalmente, começam do nada. 
· Empreendedor que Aprende ou Inesperado: é aquele que, de repente, se depara com uma oportunidade de negócio e decide se dedicar ao negócio próprio. 
· Empreendedor Serial: é apaixonado pelo ato de empreender. Prefere criar algo e gosta da criação de um novo negócio. 
· Empreendedor Corporativo: geralmente, são pessoas muito competentes que assumem riscos, criam, inovam e trabalham em organizações. 
· Empreendedor Social: deseja construir um mundo melhor e envolve-se em causas humanitárias. 
· Empreendedor por Necessidade: geralmente, cria o próprio negócio porque não tem alternativa, seja por falta de acesso ao mercado de trabalho ou por uma demissão. 
· Empreendedor Herdeiro: normalmente, recebe logo cedo a responsabilidade de levar à frente o legado da família. 
· Empreendedor Planejado: é aquele que se prepara para a atividade e elabora um plano de negócios antes da abertura e acompanha sua implementação. 
Agora está ficando mais fácil entender as diferenças. Talvez, você já tenha tido contato ou observado esses tipos de empreendedores no seu dia a dia, mas essa diferenciação poderia gerar dúvidas. 
Falaremos mais um pouco sobre as oportunidades de negócios, afinal, identificar uma oportunidade de negócios é uma das principais características de um empreendedor de sucesso. 
O termo oportunidade está relacionado a um contexto favorável, então, quando falamos de oportunidade negócio, estamos falando de quando temos um cenário favorável para a criação de um produto ou serviço. 
Como saber se realmente temos uma boa oportunidade de negócio? De maneira bem simplista, até porque voltaremos a falar nesse assunto lá na frente, precisamos ver se ela atende a uma necessidade, se resolve um problema, se será desejada, se satisfaz uma vontade e se é durável. 
Mas, precisamos tomar alguns cuidados, porque é necessário, por exemplo, conhecer o seu perfil. De nada adianta identificar uma oportunidade se você não tem nenhuma familiaridade com o negócio a ser criado, isso será válido caso você tenha alguém para suprir essa falta de familiaridade. Um outro cuidado que devemos tomar é com os ramos que já estão saturados, então dê preferência a áreas que tenham espaço para inovação. 
E, assim, finalizamos esse bloco, agora entendendo um pouco mais sobre os tipos de empreendedores e oportunidade de negócio.
A importância de estudar empreendedorismo
Um dos objetivos principais de você estudar empreendedorismo é que o conhecimento que você adquirirá permitirá uma melhor análise das oportunidades e dos caminhos que surgirão na sua vida e em sua carreira; além disso, ao abordar esse assunto, com questões relacionadas ao mercado de trabalho e à carreira, você desenvolverá a sua autoconfiança e se sentirá mais preparado para identificar oportunidades de negócio e o momento de empreender. 
Darei a você alguns exemplos para melhor compreensão dos conceitos estudados até o momento. 
Falamos dos empreendedores por necessidade, então quero contar a história de uma ambulante que conheci na praia. Estava apreciando o mar durante um feriado com a minha família, quando fui abordada por Sandra, uma ambulante que vende brigadeiros gourmet na praia. Você pode pensar que esse ambiente não combina com esse produto, mas compramos muitos brigadeiros. Fiquei encantada com o atendimento, pois ela sabia falar sobre os ingredientes dos brigadeiros, se possuíam glúten, lactose, entre outros elementos que poderiam causar intolerância. Sandra também tinha uma embalagem bem pensada, na qual ela colocava cinco brigadeiros em potes plásticos (não descartáveis), o que agregava valor ao seu produto e não gerava lixo, o que é melhor para o meio ambiente. Outra coisa que me chamou atenção foi a entrega de um cartão para que solicitássemos brigadeiro pelo aplicativo WhatsApp sempre que estivéssemos na praia. Sandra visivelmente possuía qualificação e perguntei a ela o que a levou a se tornar ambulante e vender brigadeiros na praia. Ela logo me respondeu que perdeu o emprego e precisou encontrar uma forma de criar seus filhos e sustentar a moradia. Podemos ver que Sandra encontrou uma oportunidade de negócio e com os diferenciais que possui acabou desenvolvendo clientela.  
Agora é a sua vez!  
Você conhece um empreendedor de sucesso? Que tipo de empreendedor ele é? Qual a área de atuação dele: saúde, educação, comércio etc.? Qual a razão que fez você classificá-locomo empreendedor de sucesso? Quais as características pessoais que essa pessoa possui que te chamam a atenção? 
Já é sabido que a população brasileira está envelhecendo, você identifica alguma oportunidade de negócio para empreender? Você se vê como empreendedor? Pretende empreender no futuro? 
Mesmo que você não queira ter um negócio próprio, você pode empreender na sua carreira de técnico em administração. Vamos pensar... Quais são as oportunidades que a sua carreira traz? 
Você consegue perceber como esse conceito é aplicável em sua vida? 
Então, finalizamos essa aula com os principais conceitos de empreendedorismo. 
Não deixe de assistir ao vídeo da aula. 
Introdução
Caro, estudante! Seja bem-vindo a mais uma aula da disciplina Empreendedorismo e Tecnologias. 
Nessa aula, você aprenderá sobre a história do empreendedorismo e a sua evolução, conceitos importantes sobre empreendedorismo, que serão necessários para a compreensão das próximas aulas, além de aumentar a sua cultura geral. 
Você verá que, embora o comportamento empreendedor seja algo que sempre existiu, o conceito de empreendedorismo surgiu apenas no século XVII, na França, e demorou bastante tempo para chegar ao Brasil. Você também aprenderá que, apesar de o conceito, ou a definição, seja novo, os nossos ancestrais possuíam comportamento empreendedor. 
Vamos aprender um pouco dessa história? Então, vamos lá! 
Introdução
Caro, estudante! Seja bem-vindo a mais uma aula da disciplina Empreendedorismo e Tecnologias. 
Nessa aula, você aprenderá sobre a história do empreendedorismo e a sua evolução, conceitos importantes sobre empreendedorismo, que serão necessários para a compreensão das próximas aulas, além de aumentar a sua cultura geral. 
Você verá que, embora o comportamento empreendedor seja algo que sempre existiu, o conceito de empreendedorismo surgiu apenas no século XVII, na França, e demorou bastante tempo para chegar ao Brasil. Você também aprenderá que, apesar de o conceito, ou a definição, seja novo, os nossos ancestrais possuíam comportamento empreendedor. 
Vamos aprender um pouco dessa história? Então, vamos lá! 
Um pouco de história
Falaremos, agora, sobre a história do empreendedorismo. Salim (2010) apresenta a ideia de que o empreendedorismo é praticado pelos humanos desde quando o homem começou a caçar para trazer o sustento da família, porém a forma como o empreendedorismo é visto e praticado hoje é muito diferente da observada naquela época. 
Com certeza, nossos ancestrais tinham talento empreendedor, caso contrário não estaríamos onde estamos. Eles não conheciam o nome, mas sabiam gerir recursos e fazer negócios, o que foi fundamental para a nossa evolução. 
Para exemplificar, podemos ver o empreendedorismo em construções importantes, como as pirâmides do Egito e tantas outras, assim, não seria correto dizer que empreendedorismo é um fenômeno atual. 
É importante chamar a atenção para uma questão: a história do empreendedorismo é diferente da história do conceito de empreendedorismo. O comportamento empreendedor sempre existiu, já o conceito surgiu na França, no século XVII, e no Brasil só chegou nos anos 1990. É por esse motivo que temos a impressão de ser algo novo, mas, na verdade, ele existe há muito tempo, apenas recebeu um nome e a utilização desse termo é bem mais recente. 
A palavra entrepreneur, que surgiu em 1725, traz em seu significado aquele que assume risco e começa algo novo, portanto o conceito de empreendedorismo criado no século XVII continua trazendo a inovação como seu traço principal. 
É claro que estamos vivendo um momento especial, o empreendedorismo tem sido visto como fundamental, pois os empreendedores são agentes de mudanças e são importantes para o crescimento econômico de uma comunidade, região ou país.  
E por que isso acontece? Porque é a partir dele que são criadas inúmeras oportunidades de empregos, novos produtos e novas soluções, inclusive, para questões sociais. 
A pesquisa GEM 2019/20, realizada com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), é a maior e mais importante pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, pois levantou dados que revelam que a taxa de empreendedorismo potencial no Brasil teve um crescimento de 75% de 2019 para 2020, o que nos leva a concluir que 50 milhões de brasileiros ainda não empreendem. Essa mesma pesquisa mostrou que a taxa de formalização dos negócios cresceu 29% nesse mesmo período (entre os anos de 2019 e 2020) (GEM, 2020). 
O Global Entrepreneurship Monitor (GEM) é um consórcio de equipes de pesquisadores na área de empreendedorismo vinculados a renomadas instituições acadêmicas de pesquisa de mais de 100 países, e é a única pesquisa global que coleta dados diretamente com os empreendedores. 
Para falarmos da evolução do empreendedorismo, não podemos deixar de citar essa pesquisa, pois ela nos mostra essa evolução. 
A evolução do empreendedorismo
O empreendedorismo no Brasil é algo muito discutido, pois grande parte da população brasileira sonha em ter um negócio próprio em algum momento da vida. Um grande problema é que muitas pessoas dão início ao negócio próprio sem nenhum conhecimento do mercado, sem conhecer o cenário econômico e4m que a sua empresa estará inserida e, além disso, não podemos esquecer que o Brasil é considerado um dos países mais burocráticos para abrir uma empresa. Sabemos que o brasileiro é considerado criativo, mas apenas criatividade não basta. É necessário ser ousado para tirar os sonhos do papel e sem criatividade, mesmo que o empreendedor tenha abundância de recursos, será muito difícil empreender e fazer o negócio sobreviver em longo prazo. 
Você já viu que o comportamento empreendedor é algo bem já sabe que o conceito é bem recente no Brasil. Também, sabe da existência de alguns resultados da pesquisa realizada pelo GEM. Então, quero apresentar a você alguns resultados dessa pesquisa para que você possa aprofundar um pouco mais o seu conhecimento no assunto.  
Para que você possa entender melhor a pesquisa, preciso que compreenda alguns conceitos definidos pelo GEM. Segundo a pesquisa GEM 2019 (GEM, 2020), é preciso entender o estágio de vida do empreendedor como iniciais ou estabelecidos, sendo o primeiro de pessoas que estão à frente de seus negócios com menos de 3,5 anos de existência, enquanto os empreendedores estabelecidos são aqueles que são proprietários de negócios consolidados e seus proprietários recebem algum tipo de remuneração por um período superior a 3,5 anos. Ao citar os empreendedores iniciais, a pesquisa ainda os classifica em nascentes (envolvidos na estruturação e em um novo negócio, e esses proprietários ainda não receberam remuneração por mais de três meses) e novos (administram e são donos de um empreendimento, mas já receberam alguma forma de remuneração por um período inferior a 3,5 anos). 
Figura 1 | Evolução das taxas de empreendedorismo nascente e novo segundo a pesquisa GEM 2019. Fonte: GEM (2020, p. 30).
A Figura 1 mostra o crescimento do empreendedorismo classificado em estágio inicial (novo ou nascente) no Brasil, o que nos mostra o interesse do brasileiro em empreender. 
Essa mesma pesquisa trouxe a evolução dos números de empreendedores potenciais no Brasil. Considere empreendedor potencial aquele que tem desejo de começar um novo negócio nos próximos três anos.
Quadro 1 | Taxa (em %) e estimativa (em unidades) de potenciais empreendedores – Brasil 2017:2019. Fonte: GEM (2020, p. 36).
O Quadro 1 mostra um crescimento de quase 100% dos potenciais empreendedores entre os anos de 2017 e 2019. 
Para entender melhor o trabalho dos empreendedores, o GEM busca entender o comportamento deles. 
Quadro 2 | Distribuição percentual da ocupação paralela dos empreendedores por estágio – Brasil – 2019. Fonte: GEM (2020, p. 52).
O Quadro 2 mostra que empreendedores iniciais ou estabelecidos, além de terem o seu próprio negócio, muitas vezes exercem outra ocupação. 
Ainda tomando como basea pesquisa GEM 2019, apresentarei a você o “retrato” do empreendedor brasileiro.
O empreendedor brasileiro
Agora, vamos entender o perfil do empreendedor brasileiro, segundo a pesquisa GEM 2019.  
O Quadro 3, a seguir, mostra que, nos empreendedores iniciais, não houve diferença entre homens e mulheres, porém, nos empreendedores estabelecidos, é possível notar uma maioria masculina.  
Quadro 3 | Empreendedores iniciais e estabelecidos por sexo. Fonte: GEM (2020, p. 53).
O Quadro 4 apresenta a composição etária dos empreendedores brasileiros. Nota-se que existem diferenças entre iniciais e estabelecidos. Somente na faixa de 35 a 44 anos que existe uma certa semelhança entre empreendedores iniciais e estabelecidos. 
Quadro 4 | Composição etária dos empreendedores brasileiros separados em iniciais e estabelecidos. Fonte: GEM (2020, p. 53).
Com relação ao nível de escolaridade, a pesquisa mostrou que a maioria dos empreendedores iniciais tinha, no mínimo, o ensino médio completo, e isso também ocorreu com os empreendedores estabelecidos. Os empreendedores estabelecidos brasileiros que não possuíam o ensino fundamental completo são, aproximadamente, um terço, conforme mostra o Quadro 5.
Quadro 5 | Nível de escolaridade entre empreendedores iniciais e estabelecidos. Fonte: GEM (2020, p. 53).
Não foram percebidas diferenças relevantes entre os empreendedores iniciais ou estabelecidos em nenhuma das faixas de renda, conforme mostra o Quadro 6. 
Quadro 6 | Renda familiar dos empreendedores iniciais e dos estabelecidos. Fonte: GEM (2020, p. 53).
A motivação, ou seja, o motivo para a ação de empreender, também foi pesquisado pelo GEM. 
Quadro 7 | Percentual dos empreendedores iniciais segundo as motivações para começar um novo negócio – Brasil – 2019. Fonte: GEM (2020, p. 57).
O Quadro 8 mostra que os empreendedores são pessoas que querem fazer a diferença no mundo, e a maioria vê o empreendedorismo como uma maneira de ganhar a vida, uma vez que os empregos estão cada vez mais escassos.  
Aos entrevistados, foram feitas quatro afirmações, e eles puderam escolher mais de uma afirmação como suas motivações para empreender. Esse resultado consta nos Quadro 7 e 8. 
As quatro motivações apresentadas aos empreendedores foram: para continuar uma tradição familiar, para construir uma grande riqueza ou uma renda muito alta, para fazer a diferença no mundo e/ou para ganhar a vida porque os empregos estão escassos. Segundo a Pesquisa GEM (2020), falando apenas da motivação dos empreendedores brasileiros nascentes, para 30,4%, é manter a tradição familiar; 45,6%, construir uma grande riqueza ou uma renda muito alta; 65,3%, para fazer a diferença no mundo; 88,7%, para ganhar a vida porque os empregos estão escassos. Caso você deseje se aprofundar mais nessas motivações, a pesquisa faz um comparativo do Brasil com outros países e mostra as variações da motivação para empreender segundo as condições de ocupação dos empreendedores brasileiros, ou seja, ela apresenta o percentual das motivações para empreendedores que têm as seguintes ocupações: empregado, aposentado, desempregado, dona de casa, estudante e nenhuma ou outra ocupação. 
Quadro 8 | Tipos de motivação dos empreendedores iniciais. Fonte: GEM (2020, p. 57).
*Empreendedores iniciais que concordam totalmente ou parcialmente com cada uma das motivações. O empreendedor pode ter concordado com mais de uma motivação.  
Nessa aula, você entendeu a diferença entre empreendedor inicial e estabelecido e conheceu suas características demográficas, como também compreendeu os principais motivos que levam as pessoas à abertura de um negócio. 
Com certeza, você conhece empreendedores, então escolha um e pergunte a ele sobre as motivações que o levaram a abrir um negócio. Utilize as afirmações feitas pela pesquisa GEM Brasil 2019 e veja se ele se encaixa no perfil da maioria. 
Bom trabalho!
Introdução
Caro estudante! Nessa aula, você aprenderá sobre o que significa inovação, porque é tão importante inovar no processo empreendedor, as fases do processo e os fatores que influenciam o processo empreendedor.  
Estudar essas fases dará a você um novo olhar sobre o processo de empreender, pois entenderá que, para empreender, não basta apenas ter uma boa ideia, mas há necessidade de planejamento e muita persistência. Você perceberá também que, para conseguir levar adiante a sua ideia, o empreendedor precisará ter um conjunto de características pessoais que o levarão ao sucesso.  
Vamos lá?
A inovação e o processo de empreender
Começaremos essa aula pela definição de inovação. 
Quando falamos de inovação, falamos daquilo que é novo, ou melhor, queremos nos referir a uma novidade. A inovação está relacionada a construções de soluções diferentes diante dos desafios apresentados. Isso serve para a criação de produtos ou serviços que atenderão a uma demanda existente que ainda não foi atendida. 
Anteriormente, quando falamos de empreendedorismo, ficou claro que a capacidade de identificar problemas e oportunidades está ligada à capacidade empreendedora, e que o empreendedorismo está ligado à inovação. Você já sabe que empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados. 
Mas, por que é tão importante inovar na hora de empreender? Porque estamos em um mercado muito competitivo. Imagine-se iniciando um negócio que faz ou fornece algo que muitos já fazem. O que levaria as pessoas a deixarem de consumir produtos e serviços com quem elas já estão satisfeitas e acostumadas para passarem a consumir com você? Você entende agora por que é necessário que seu produto ou serviço tenham diferenciais para chamar a atenção dos consumidores? Porque só assim você terá a chance de fazê-los trocar de fornecedor e passar a consumir na sua empresa. 
Tenho que fazer um alerta aqui! Mesmo que a sua empresa tenha iniciado com uma inovação, um produto ou serviço inovador, isso não bastará para a sobrevivência dela. São muitos os fatores necessários para a sobrevivência de uma empresa, porém, quando falamos de inovação, é preciso entender que, para que a sua empresa continue competitiva no mercado e sobreviva, é necessário inovar continuamente, assim inovação e empreendedorismo andam de mãos dadas. A inovação estará ligada ao maior crescimento e à capacidade de atingir mais pessoas, ou seja, estará ligada à capacidade de expansão. 
Um outro alerta que precisa ser feito é que a inovação nem sempre significa investimento alto em tecnologia. Cuidado, pois isso não é verdade! Entretanto, é importante considerar o uso da tecnologia, pois vivemos em um mundo cada vez mais tecnológico. 
Quando falamos do processo empreendedor, falamos das atividades e ações ligadas à criação de novas empresas, desde o início, quando alguém decide empreender, mesmo que por acaso.  
Figura 1 | Fatores que influenciam no processo empreendedor. Fonte: Dornelas (2018, p. 31).
Segundo Dornelas (2018), o processo empreendedor inicia-se quando um fator externo, ambiental, social ou até aptidões pessoais, ou um somatório desses, dá início a um novo negócio. A Figura 1 mostra alguns dos fatores que mais influenciam o processo durante as fases da jornada empreendedora. Eles são chamados de fatores pessoais, sociológicos e organizacionais. 
É chamado de processo empreendedor por tratar-se de sequências de atividades ordenadas com o objetivo de chegar a um resultado esperado, que é o desenvolvimento de um negócio. 
Vv
Introdução
Caro, estudante! Seja muito bem-vindo a mais uma aula da disciplina Empreendedorismo e Tecnologias, na qual falamos dos fundamentos do empreendedorismo. 
Nessa aula, você aprenderá sobre planejamento. Iniciarei explicando o que é planejamento; na sequência, abordarei a importância do planejamento para o empreendedor e, por fim, mostrarei o que exatamente o empreendedor precisa planejar. 
Estudar sobre planejamento abrirá os seus olhos para essa habilidade necessária ao empreendedor, pois ela, com certeza, terá grande participação no sucesso do seu empreendimento,mas é importante dizer que planejar não será suficiente, outras habilidades serão necessárias. 
Vamos aprender sobre planejamento no universo empreendedor?  
O planejamento no universo empreendedor
Começaremos essa aula pela definição do que é planejamento. 
A Figura 1 traz a definição de planejamento de acordo com o Dicionário Online de Português. Nela podemos ver que, quando falamos de planejamento, falamos da ação de planejar e elaborar um plano.
Figura 1 | Significado de Planejamento. Fonte: Dicio (2022).
Quando falamos de planejamento, muitas pessoas não gostam, ou até mesmo dizem que planejamento não serve para nada, mas será que isso realmente é verdade? 
Infelizmente, muitas pessoas não acreditam na importância e na funcionalidade do planejamento, e isso, normalmente, acontece porque a maior parte das pessoas veem o planejamento de forma equivocada. Muitas vezes, acham que o plano é algo imutável e, por isso, se frustram e acham que nada adiantou fazê-lo. Essa é uma crença muito comum em nosso país. Ocorre que o planejamento não deve ser visto dessa forma, e sim como se fosse uma bússola. Sim, precisamos ver um plano como uma bússola, que nos aponta a direção, mas que, em função de muitas variáveis e incertezas, pode sofrer alterações. Pensar no planejamento dessa forma, com certeza, reduzirá a sensação de frustração, caso ele precise sofrer alterações. Depois dessa introdução, fica fácil entender a importância do planejamento no universo empreendedor, não fica? 
Você consegue imaginar alguém iniciando um novo negócio sem planejamento? Sem um plano para indicar a direção? Certamente, o risco será enorme. 
Segundo Dornelas (2018, p. 81), “um negócio bem planejado terá mais chances de sucesso do que aquele sem planejamento na mesma igualdade de condições”
e isso é evidente, pois, como foi dito, o planejamento mostra o caminho, e sem saber o caminho o risco de errar é muito maior. 
Ao falar de planejamento no universo do empreendedorismo, como você já viu, o empreendedor deve elaborar um Plano de Negócios, também conhecido como business plan.  O famoso Plano de Negócios, que veremos de maneira aprofundada mais adiante, é muito mais do que uma lista de ideias, ele contém informações importantes sobre o futuro negócio. 
A elaboração do planejamento é fundamental, pois é fato que o índice de mortalidade das micro e pequenas empresas nos primeiros anos de existência tem um percentual muito significativo e, para reduzir esse risco, o planejamento é muito importante.  
O planejamento ajudará a prever o futuro e os riscos no ato de começar a empreender, logo o Plano de Negócios norteará a empresa para que ela alcance os objetivos alcançados. 
Você consegue entender agora como o planejamento é fundamental para alguém que esteja entrando no mundo dos negócios? Acredite, muitas pessoas abrem suas empresas sem planejamento, e é por esse motivo que o índice de mortalidade das micro e pequenas empresas é tão alto. 
Vamos aprofundar mais um pouco esse assunto? 
A importância do planejamento para o empreendedor
Agora você já sabe que o índice de mortalidade de micro e pequenas empresas brasileiras nos primeiros anos atinge percentuais significativos. Para mostra5r isso a você, apresentarei alguns dados de uma pesquisa realizada pelo Sebrae (2021), com os objetivos de calcular a taxa de sobrevivência das empresas (de 1 a 5 anos) e identificar os “fatores determinantes” da sobrevivência/mortalidade. A pesquisa foi realizada com uma amostra de 3.047 empresas criadas em 2018 e 2019. 
Figura 2 | Principais resultados da pesquisa "Sobrevivência de Empresas" realizada pelo SEBRAE em abril de 2021. Fonte: Sebrae (2021).
Na Figura 2, você consegue ver facilmente pontos identificados a respeito das empresas que fecharam em 2020. Neles pode-se perceber a presença da falta de planejamento em sete dos nove pontos, criação dos seus negócios com “pressa”, pois precisavam sobreviver. A seguir, veja o que indicam os nove itens verificados nas empresas fechadas. 
1. Maior proporção de pessoas que estavam desempregadas antes de abrir o negócio: podemos inferir, neste caso, que temos muitos empreendedores por necessidade, pois precisaram abrir os seus negócios, muitas vezes, como forma de sobrevivência, e a velocidade com que isso precisa acontecer não permite planejamento. 
2. Maior proporção de quem abriu por exigência de cliente/fornecedor: abrir um negócio por exigência, para poder prestar um serviço, por exemplo, não permite, na maioria das vezes, tempo de planejamento e, muitas vezes, na perda de contrato, a empresa não consegue mais sobreviver, pois não planejou para evitar ter que fechar as portas numa situação como essa. 
3. Maior proporção de quem abriu por necessidade: novamente, aqui, falta de tempo hábil para planejamento; a necessidade faz com que tenhamos pressa e, normalmente, as pessoas deixam de planejar nessa situação. 
4. Maior proporção de quem conhecia menos aspectos relevantes dos negócios: aqui, podemos inferir a falta de planejamento por saber que as pessoas não entendiam muito de negócios, e aí o Plano de Negócios parece ser algo difícil de ser feito. 
5. Tinham menos iniciativa em aperfeiçoar o negócio: pessoas com baixa iniciativa tendem a não planejar nem replanejar. 
6. Fizeram menos esforço de capacitação: aqui, não temos clareza sobre qual o tipo de capacitação, mas podemos inferir a falta de planejamento ao menos para desenvolvimento das pessoas envolvidas no negócio. 
7. Perto de ½ das empresas que fecharam em 2020 considera que a “pandemia foi determinante”: quando se tem um negócio, é necessário analisar possíveis cenários futuros. Vivemos em um mundo de incertezas, então os empreendedores precisam estar preparados para conseguirem sobreviver mesmo que nos piores cenários. Isso também pode nos levar a pensar na falta de planejamento. 
O brasileiro é visto como um povo criativo e persistente, mas sabemos que planejamento não é uma característica da nossa cultura. Então, se você quiser abrir um negócio e empreender com seriedade e possibilidade de sucesso, planeje!
O planejamento na prática: a ferramenta 5W2H
Agora, apresentarei a você uma ferramenta para planejamento muito utilizada e bastante simples. 
Todo planejamento deve ter um plano de ação, que é uma forma de acompanhar as atividades que devem ser executadas. Ter um plano de ação faz parte de qualquer planejamento bem-sucedido. 
Mostrarei a você uma ferramenta muito conhecida e simples de ser utilizada: o 5W2H. Ela consiste em responder a sete perguntas: 
1. O quê? (O que será feito?). 
2. Por quê? (Por que será feito?). 
3. Como? (Como será feito?). 
4. Quando? (Quando será feito?). 
5. Onde? (Onde será feito?). 
6. Quanto? (Quanto custará?). 
7. Quem? (Por quem será feito?). 
O 5W2H foi criado no Japão, com o objetivo de auxiliar no planejamento de qualquer atividade. É de fácil compreensão, utilização e de grande valia para acompanhamento do planejamento, além da atribuição de responsabilidades. 
Ela se chama assim por se referir às sete palavras em inglês: What, When, Who, Where, Why, How e How Much. 
Essa ferramenta é uma grande aliada dos empreendedores que querem o crescimento das suas empresas, pois ela permite a manutenção da competitividade da empresa mesmo diante de cenários difíceis e que ajustes e modificações no planejamento sejam feitos de forma rápida e ágil. Além disso, possibilita a gestão à vista, ou seja, que todos os envolvidos acompanhem as atividades que estão sendo desenvolvidas por todos.  
Quadro 1 | Ferramenta 5W2H. Fonte: elaborado pela autora.
Em que situações você poderá usar o 5W2H? Essa ferramenta pode ser utilizada em diversas situações, incluindo planejamento pessoais. Quer ver um exemplo? 
Imagine que você e seus amigos farão uma viagem e para isso precisam iniciar o planejamento e dividir as tarefas. Montar um 5W2H pode evitar que vocês passem por problemas e desgastes desnecessários. 
Na primeira coluna, você deve colocar o que precisa ser feito, isto é, as atividades, e depois preencher o restantedas colunas, atribuindo responsabilidades e fixando prazos. É importante preencher todas as colunas para que o planejamento funcione. 
Você perceberá o benefício dessa ferramenta no decorrer dos preparativos para a viagem. 
Uma outra aplicação seria na divisão de um trabalho em grupo, que é o que acontece nas equipes das empresas. Mesmo que você esteja fazendo um plano de ação em que apenas você desempenhará as atividades, apenas o seu nome constará na coluna quem, mas todas as outras colunas te ajudarão no andamento do seu projeto.  
Então, você poderia dizer que a empresa onde trabalha é pequena, são apenas duas pessoas. Como disse anteriormente, mesmo que apenas uma pessoa esteja envolvida, o 5W2H trará benefícios. 
Agora que estamos chegando ao final da aula, tenho certeza de que você está vendo o planejamento não mais como um entrave, mas, sim, como a bússola que você precisava para os seus projetos, sejam eles pessoais ou não. 
Conceitos básicos do empreendedorismo
Caro estudante, você chegou ao final da primeira unidade da disciplina Empreendedorismo e Tecnologias! 
Aqui, você vai rever os conceitos estudados e aplicará os conhecimentos adquiridos até o momento em uma situação da vida real, que será apresentada em forma de estudo de caso. 
Você entrou em contato com conceitos básicos do empreendedorismo e viu que ele pode ser definido como uma característica pessoal de perceber oportunidades e desenvolver soluções, gerando mudanças; ainda, pode ser entendido como a criação de um novo negócio, seja como dono de um negócio próprio ou como funcionário em uma empresa. Para que se tenha empreendimentos de sucesso, é necessária a junção de uma boa ideia, do planejamento e da gestão. 
Vimos também que existem empreendedores por necessidade e por oportunidade, sendo o primeiro aquele que empreende em função de um desemprego ou em uma situação que o “obrigue”, e o segundo tipo aquele que consegue perceber oportunidades de negócio. A ferramenta de um empreendedor é a inovação, e empreendedores por oportunidade, muitas vezes, conseguem enxergar oportunidades que outras pessoas não conseguem vislumbrar. Dornelas (2007) descreve oito tipos principais de empreendedores, e estudamos cada um deles: empreendedor nato, o que aprende, o serial, o corporativo, o social, o por necessidade, o planejado e o herdeiro.  
Um dos objetivos de estudar o empreendedorismo é que o conhecimento adquirido nessas aulas permitirá uma melhor análise das oportunidades que surgirão em sua vida/carreira, ajudando-o em sua autoconfiança e melhorando a sua tomada de decisão, pois você se sentirá mais preparado para identificar oportunidades e o melhor momento para empreender, caso esse seja o seu desejo. 
Você viu também que o empreendedorismo é praticado pelos humanos desde quando o homem precisou sair para caçar o sustento da família e, portanto, o comportamento empreendedor já era praticado pelos nossos ancestrais. O conceito de empreendedorismo foi criado no século XVII, na França, então pode ser considerado recente. 
Você também conheceu resultados da pesquisa GEM 2019/20, que é a mais importante pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, realizada com o apoio do Sebrae. Viu a evolução do empreendedorismo no Brasil e teve contato com o perfil do empreendedor brasileiro. 
O processo empreendedor e os fatores que podem impactar esse processo também foram apresentados, e você entrou em contato com as fases desse processo, que são: identificar e avaliar a oportunidade, desenvolver o plano de negócios, determinar a captar os recursos necessários e gerenciar a empresa criada. 
Por último, você entendeu o conceito de planejamento e sua importância para o empreendedor, pois a taxa de mortalidade das micro e pequenas empresas nos primeiros anos de existência tem um percentual muito significativo, e a falta de planejamento tem um papel definitivo nisso.  
Estudo de caso
Para contextualizar a sua aprendizagem, leia a história real que contarei a seguir: 
Anderson e Ilsa eram um casal que sempre sonhou em ter um negócio próprio. Motivados pela perda do emprego de Anderson, ambos decidiram montar uma loja de roupa feminina. A ideia surgiu da observação do bairro em que moravam, o qual, embora fosse de classe média-alta e afastado do centro, não tinha nenhuma loja deste tipo, o que faria com que as pessoas procurassem o estabelecimento. Para eles, por ser um bairro afastado do centro, a proximidade da loja das residências, a ausência de concorrência no bairro e o preço mais baixo do que no shopping garantiria o sucesso da loja. Logo encontraram um ponto em uma rua bem movimentada de carros e poucos pedestres. Ele era bem localizado e possuía duas vagas de estacionamento, além de ficar ao lado de um salão de beleza bem movimentado.  
Eles foram às compras e adquiriram, com o pouco do dinheiro da rescisão do Anderson, os equipamentos para infraestrutura da loja, como araras, cabides, manequins e provadores. Parte das roupas foi comprada de forma parcelada, e a outra parte era deixada em consignação em função de uma parceria com uma marca famosa de Minas Gerais. Por se tratar de um bairro de classe média alta, o aluguel era um custo fixo considerável, o que preocupava bastante o casal. 
O tempo passou e o movimento da loja não era como os dois esperavam. Durante o primeiro ano de funcionamento, Anderson conseguiu uma recolocação no mercado de trabalho, e Ilsa tinha seu trabalho de professora, por esse motivo precisaram contratar uma funcionária. O casal começou a perceber que as coisas não eram tão fáceis quanto pareciam ser quando tiveram a sua ideia de montar a loja. 
Durante os 12 meses de funcionamento da loja, a receita e a despesa eram iguais, fazendo com que nenhum lucro fosse obtido. Anderson e Ilsa chegaram a um impasse ao final dos 12 meses, período em que precisariam renovar o contrato de aluguel por mais um ano. Passados 12 meses, sem resultados financeiros significativos e muito trabalho, eles deveriam continuar com a loja em funcionamento?
Reflita
Um estudo de caso é uma excelente oportunidade para entrar em contato com situações que podem ser reais ou não, mas que colocarão você numa posição de tomada de decisão e de aplicação de conhecimentos e habilidades. Não perca essa oportunidade de aplicar os seus conhecimentos. 
Analise o estudo de caso, mobilize todos os conhecimentos que você adquiriu após estudar essa Unidade, reflita e responda: 
1. O que você faria na situação do casal? Daria continuidade ou interromperia o sonho de empreender? Justifique, apresentando os motivos que levaram você a essa decisão. 
2. Que tipo de empreendedores eles eram? Justifique os motivos que te levaram a classificá-los dessa forma. 
3. Com os conhecimentos adquiridos nessa unidade, você consegue identificar falhas nesse processo empreendedor? Se sim, qual ou quais? O que você faria diferente? 
4. Quais os fatores que você consegue identificar que impactaram o processo empreendedor apresentado nesse caso?
5. Olá, estudante! Acredito que você tenha lido e refletido sobre o estudo de caso e as questões apresentadas. 
6. 1. O que você faria na situação do casal? Daria continuidade ou interromperia o sonho de empreender? Justifique, apresentando os motivos que levaram você a essa decisão.
7. Ao refletir sobre a primeira questão, é possível que você tenha caído no mesmo impasse que o casal. O que fazer? Seguir adiante com a loja ou não? Contarei a solução real encontrada pelo casal. Diante de tal impasse, eles resolveram buscar o Sebrae para ajudá-los nessa tomada de decisão. Na época, foram atendidos por um consultor que apresentou uma cartilha a eles sobre a abertura de novos negócios, e lá puderam entender que, para não terem prejuízos maiores, aquele seria o momento ideal para encerrar a loja. A partir deste aconselhamento, eles encerraram os trabalhos antes mesmo da renovação do contrato, pois eles não tinham capital para continuar investindo na empresa. 
8. Fica claro perceber o quão importante é o papel do Sebrae, como ele ajuda os novos empreendedores;outra coisa a observar é que a habilidade de tomada de decisão é fundamental ao empreendedor, assim como a atitude de buscar apoio de um órgão que existe exatamente para isso. 
9. 2. Que tipo de empreendedores eles eram? Justifique os motivos que te levaram a classificá-los dessa forma.
10. Eles eram empreendedores por necessidade. O momento da abertura da loja mostra claramente isso, pois foi quando Anderson ficou desempregado que eles resolveram dar início à loja. 
11. 3. Com os conhecimentos adquiridos nessa unidade, você consegue identificar falhas nesse processo empreendedor? Se sim, qual ou quais?
12. Considerando que o processo empreendedor é composto pelas fases: identificar e avaliar a oportunidade, desenvolver o plano de negócios, determinar e captar os recursos necessários e gerenciar a empresa criada, você deve ter percebido que o casal não elaborou um Plano de Negócios e que as decisões foram tomadas a partir das observações e percepções que eles tinham sobre as pessoas do bairro; eles não realizaram pesquisa, não se aprofundaram na forma de consumo das pessoas que ali residiam, o que demonstra que faltou planejamento.   
13. 4. Quais os fatores que você consegue identificar que impactaram o processo empreendedor apresentado nesse caso?
14. Você deve ter identificado alguns fatores, mas logo de início pode-se pensar em fatores pessoais, como o desemprego, que foi o evento inicial, e fatores ambientais, como não ter concorrência no bairro.  
Resumo visual
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O comportamento empreendedor
Nessa aula, abordaremos três conceitos importantes: perfil comportamental, comportamento empreendedor e atitude empreendedora. 
Quando falamos de perfil, estamos falando de traços característicos de uma pessoa, e quando falamos de comportamento, nos referimos às ações dadas como respostas por um indivíduo a partir de estímulos vindos do meio externo. Portanto, quando o assunto é perfil comportamental, estamos nos referindo ao modo de agir de cada um, ou melhor, como cada indivíduo com traços de personalidade específicos reage frente a diferentes situações.  
Quando falamos de contratações em empresas, quando o recrutamento e a seleção são profissionalizados, para cada vaga aberta há uma descrição e o perfil comportamental desejado em função da vaga que será preenchida. Entender o perfil do funcionário desejado tornará a contratação mais assertiva. Para identificar o perfil comportamental de alguém, são necessários entrevistas e testes e, no mercado, existem vários disponíveis. 
Abordei esse assunto para que você entenda o que é perfil e perceba que pessoas possuem um perfil comportamental. Você verá que empreendedores de sucesso possuem características que resultam em um perfil comportamental muito semelhante. 
Apesar dos traços dos empreendedores prevalecerem mais em algumas pessoas, o empreendedorismo pode ser desenvolvido gerando um círculo virtuoso, que promove o aparecimento de mais empreendedores. 
Figura 1 | Distribuição de empreendedores na sociedade. Fonte: Sarkar (2010, p. 78).
Conforme mostrado na Figura 1, uma pequena parcela de pessoas nasce com capacidades empreendedoras, ao passo que outra parte pode ser influenciada pela educação e pela cultura, tornando-se empreendedora. O terceiro círculo representa a parcela de pessoas que pode ser influenciada pelos empreendedores, e o círculo maior representa a parcela da população que não está apta a ser empreendedora. 
Estava usando o termo comportamento, mas usarei a partir de agora o termo atitude empreendedora, porque não é apenas uma questão ligada à maneira de se comportar, mas, sim, uma postura, a forma de enfrentar um problema. 
Na Figura 2, é possível ver os componentes de uma atitude definidos por Robbins (2010). Vou te explicar melhor através de um exemplo. A afirmação “meu chefe é desagradável” é um exemplo de componente cognitivo, ele estabelece a base para a parte mais crítica de uma atitude: o componente afetivo. O afeto está refletido na afirmação “estou com raiva do meu chefe”. O sentimento de afeto (raiva) provocará um determinado comportamento, isso pode ser mais bem explicado com a afirmação “vou procurar uma empresa com um chefe melhor”. Então, o componente cognitivo mais o componente afetivo levarão ao comportamento, que é a busca de outra empresa para trabalhar. A junção desses três componentes levará à atitude de sair da empresa. 
Essa figura esclarece por que o empreendedor faz acontecer. No cognitivo, ele enxerga a oportunidade de negócio; no afeto; a paixão e a vontade de ver o sonho realizado; no comportamento, ele executa, resultando na atitude de não esperar acontecer. 
É importante dizer que pesquisadores, na década de 1960, contrariaram essa forma de pensar e trouxeram o conceito de dissonância cognitiva, que é a incompatibilidade entre duas ou mais atitudes ou entre comportamento e atitudes. Sabe aquele ditado “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”? 
Figura 2 | Componentes de uma atitude. Fonte: Robbins (2010, p. 67).
A atitude nos faz pensar em ação e está ligada a fazer algo acontecer, e ser empreendedor tem muito a ver com atitude. O empreendedor não espera acontecer, ele faz acontecer. 
Conhecendo melhor o perfil empreendedor
Falarei agora das características do empreendedor. Porto (2013, p. 5) apresenta um quadro sobre as características dos empreendedores de sucesso. 
Quadro 1 | Características do empreendedor. Fonte: Porto (2013, p. 5).
Fica fácil perceber que as características citadas não são encontradas em todas as pessoas. Empreendedores: 
· São visionários: eles enxergam à frente, acreditam em inovações e possuem habilidade para colocar em ação o seu sonho. 
· Sabem tomar decisões: eles são seguros, têm a habilidade de tomar a decisão certa na hora certa. 
· São indivíduos que fazem a diferença: eles são realizados e trazem valor à sociedade. 
· Sabem explorar ao máximo as oportunidades: conseguem transformar ideias em oportunidades, são curiosos e bem-informados. 
· São determinados e dinâmicos: não desistem fácil e superam obstáculos. 
· São dedicados: não importa o tempo, eles se dedicam ao máximo ao seu negócio. São incansáveis e loucos pelo trabalho. 
· São otimistas e apaixonados pelo que fazem: adoram o trabalho, e esse combustível os mantêm animados e determinados. 
· São independentes e constroem o próprio destino: não querem ser comandados e desejam independência. Querem estar à frente das mudanças. 
· Ficam ricos: esse não é o principal objetivo deles, mas acreditam que dinheiro é consequência do próprio sucesso. 
· São líderes e formadores de equipe: possuem uma liderança incomum, costumam ser respeitados e adorados pelos seus funcionários. Entendem que, para ter sucesso, dependem dos resultados de outras pessoas: a sua equipe. 
· São bem relacionados e organizados: constroem uma rede de relacionamento assertiva e sabem alocar recursos sem desperdício. 
· Planejam, planejam e planejam: cuidam do planejamento do seu negócio e replanejam sempre que necessário, nunca perdendo o objetivo de foco. 
· Possuem conhecimento: têm sede de conhecimento, gostam de aprender. 
· Correm riscos calculados: não só dimensionam os riscos como sabem gerenciá-los. 
· Criam valor para a sociedade: geram empregos e inovam criando soluções para as pessoas. 
As características dos empreendedores podem variar de autor para autor, mas, segundo Dornelas (2007), encontraremos sempre os seguintes aspectos em comum, são eles: 
· Iniciativa para criar um negócio. 
· Paixão pelo que fazem. 
· Saber utilizar os recursos disponíveis de forma criativa. 
· Transformar o ambiente social e econômico onde vivem. 
· Assumir riscos e aceitam a possibilidade de fracassar. 
Para Dornelas (2007, p. 8), “o empreendedor é aquele que faz acontecer, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização”. 
Olhando o Quadro 1 e analisando cada uma das explicações dadas para cada característica, podemos incluir muitas outras características, tais como: coragem, resiliência, iniciativa,determinação, persistência, fazer escolhas, entre outras.  
Como você pode perceber, a atitude proativa é um traço de comportamento nos empreendedores. Você também já deve ter ouvido a expressão “atitude empreendedora” e saiba que, quando usam essa terminologia, estão associando a alguém as características encontradas nos empreendedores, então podemos ter atitude empreendedora em nossas próprias vidas. Isso é fácil? Não, mas pode ter certeza de que fará toda diferença!
Identificando características do empreendedor
Imagino que, nesse momento, você deve estar se perguntando: será que tenho as características dos empreendedores? 
Vou contar a você uma pequena história e aplicaremos o que estudamos até aqui e identificaremos ou não as características empreendedoras das pessoas envolvidas na história. 
Rick Chesther foi um menino que cresceu em uma situação difícil. Hoje, ele é um influenciador com três livros publicados, e eu mesma fui à última Bienal do Livro, em São Paulo, para conhecê-lo. Mesmo não tendo recursos para abrir uma empresa, ele enxergou oportunidades e conseguiu crescer. Até palestra na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, ele ministrou. Quando estava desempregado, pediu 10 reais a um amigo e comprou garrafas de água para vender nas praias do Rio de janeiro. Alguns dias foram suficientes para ele perceber que seu pensamento estava certo, afinal as pessoas precisam de água para se refrescar quando estão na praia. Ele chegou a lucrar 200 reais por dia e decidiu compartilhar na internet seu aprendizado. Ouviu muitas críticas, mas não desistiu. Rapidamente, seu canal no YouTube alcançou milhares de visualizações, e não parou por aí, porque a sua experiência já está em três livros publicados, além de ministrar palestras que não saem por menos de 40 mil reais. 
Agora, peço que você analise essa história e veja se as características listadas no Quadro 1 se assemelham às características do Rick Chesther.  
É possível observar, principalmente, se você se aprofundar na história do Rick Chester, que ele possui todas as características do quadro citado. Também, é possível observar na história: iniciativa para criar um negócio, paixão pelo que faz, utilizar os recursos disponíveis de forma criativa e assumir o risco do negócio, aceitando a possibilidade de fracassar. 
Convido você a fazer uma lista de empreendedores que você conhece e verificar se eles possuem as características listadas no Quadro 1. 
Agora, um exercício de autoconhecimento. Siga os passos a seguir: 
1. Olhe para você e verifique se possui as características do Quadro 1. O autoconhecimento é fundamental ao empreendedor. Reconhecer suas forças e suas fraquezas é importante para o sucesso. 
2. Para cada característica do Quadro 1, dê uma nota de 0 a 10 para você mesmo, sendo 0 péssimo e 10 excelente. 
3. Analise o resultado e veja quais são as características que você tem acima de 6. Provavelmente, essas são as suas forças. 
4. Identifique quais são as características que você tem abaixo de 5, essas devem ser as suas fraquezas. 
5. Trace um plano de ação para melhorar as suas fraquezas e potencializar as suas forças. 
Para te ajudar nesse processo de autoconhecimento e fazer com que você olhe um pouco para si mesmo, na seção Saiba Mais há o link para um teste do Sebrae de Santa Catarina. Não deixe de fazê-lo, pois você poderá se surpreender.
Entendendo competências
Você já deve ter ouvido falar que empreendedores precisam ter algumas competências, então começaremos definindo o que é competência.  
De acordo com Dutra (2004), na década de 1970, pesquisadores americanos definiram competência como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que credenciam a pessoa a exercer determinado trabalho. Ainda segundo o autor, uma segunda corrente de pesquisadores, agora na década de 1990, definiu competência como as realizações da pessoa em determinado contexto, ou seja, aquilo que ela é capaz de produzir e realizar no trabalho. 
Usaremos a definição de competência proposta por Carbone (2006), segundo o qual a competência humana é a combinação sinérgica de conhecimentos, habilidades e atitudes expressas pelo desempenho profissional, em um determinado contexto, que agregam valor à pessoa e à empresa em que está inserida. 
Explicaremos a teoria do C.H.A. que é uma das teorias mais praticadas em Gestão de Pessoas na atualidade, e isso se deve à facilidade de compreensão que ela nos traz. 
O que significa C.H.A.? São as iniciais de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes. 
Como competência é uma habilidade muito ampla, para sua melhor compreensão, ela foi “dividida” em conhecimentos, habilidades e atitudes. 
Para que você entenda melhor, explicaremos em separado cada um deles: 
· Conhecimento: são os conhecimentos ou saberes teóricos necessários. É o saber o que fazer. 
· Habilidade: é a capacidade de mobilizar os seus conhecimentos para executar as atividades necessárias. Refere-se à capacidade do profissional de aplicar o conhecimento que possui para resolver problemas. É o saber fazer. Sobre habilidade, é importante falar que é algo treinável; quanto mais fizermos, melhor ficaremos. Para facilitar a compreensão, podemos pensar em jogar bola ou elaborar planilhas no Excel. 
· Atitude: é a disposição, intenção e/ou desejo de mobilizar os conhecimentos e as habilidades para atender aos objetivos definidos. É o fazer acontecer. 
O conjunto conhecimentos, habilidades e atitudes formam as competências. Desmembrar a competência dessa forma permite que as pessoas compreendam melhor o que precisam desenvolver. Daremos dois exemplos:  
EXEMPLO 1: 
Competência: desenvolver novos relacionamentos estratégicos para o seu negócio, com critérios de respeito ao próximo e cordialidade. 
· Conhecimentos: saber quais os tipos de relacionamentos serão estratégicos para o seu negócio, conhecer formas de criar e manter relacionamento profissionais (networking). 
· Habilidades: criar situações em que se possa conhecer pessoas de forma estratégica, aumentar o networking, usar a cordialidade. 
· Atitudes: respeitar o próximo, ter iniciativa e proatividade, mobilizar conhecimentos e habilidades para desenvolver novos relacionamentos estratégicos para o seu negócio. 
 EXEMPLO 2: 
Competência: ser capaz de encontrar caminhos e soluções viáveis e reais. 
· Conhecimentos: conhecer bem o segmento de atuação do seu negócio, conhecer o mercado onde o seu negócio está inserido, conhecer sobre finanças, saber fazer análise de viabilidade. 
· Habilidades: criar caminhos para o seu negócio, analisar a viabilidade dos caminhos criados para a melhor tomada de decisão. 
· Atitudes: ter iniciativa e proatividade, mobilizar seus conhecimentos e habilidades para encontrar caminhos e soluções viáveis e reais. 
Vamos adiante! 
Vvvv
A inteligência emocional no trabalho
Quando me refiro à inteligência emocional no trabalho, estou me referindo a ela em todos os contextos profissionais, seja empreendendo ou não. 
Expandir a inteligência emocional deve ser a meta de qualquer profissional. Segundo Weisinger (1997), para conseguirmos essa expansão, precisamos: ampliar a autoconsciência, controlar as nossas emoções, nos motivar, melhorar a nossa comunicação e desenvolver a nossa destreza interpessoal.  
Ampliando a autoconsciência 
A autoconsciência é a consciência de seus próprios sentimentos e atitudes e a percepção que os outros têm de você. Ela pode influenciar seus atos de tal maneira que eles funcionem em seu benefício. Imagine que você tenha um cliente insatisfeito, com argumentos equivocados, e que começa a te destratar. Você tem consciência de que ele está sendo injusto e que o tratar da mesma forma que você está sendo tratado pode trazer consequências desastrosas para o seu negócio. O que fazer? Olhe para si mesmo, acalme-se e, em seguida, acalme o seu cliente, não o irrite ainda mais, caso contrário não conseguirá estabelecer diálogo e não conseguirá resolver a questão, apenas irá levá-lo a um desfecho desastroso. Para ampliar a sua autoconsciência, você precisará olharpara si mesmo e entender o seu modelo de funcionamento, quero dizer, como responder às situações e prestar muita atenção em seus atos.  
Controle as suas emoções 
 Para controlar as suas emoções, você precisa compreendê-las. As emoções são produzidas sempre por interações de seus pensamentos, alterações fisiológicas e atitudes em reação ao ambiente externo. A autoconsciência é necessária aqui, por exemplo, imagine que você está em uma conversa com um fornecedor da sua empresa, e ele, por achar o seu pedido muito pequeno, passe o pedido de outra empresa na sua frente, prejudicando o seu negócio. Isso pode despertar a sua ira, mas você, como uma pessoa com autoconsciência, percebeu isso e sabe que a sua resposta pode ser afetada por essa emoção. Usando a inteligência emocional, você ajustará a sua fala, evitando prejuízos ao negócio.  
A motivação é importante 
Quando estamos motivados, somos capazes de iniciar uma tarefa e persistir nela até concluí-la, mesmo que surjam obstáculos.
Conforme Weisinger (1997, p. 75), “motivar-se significa usar o seu sistema emocional para catalisar todo o processo e mantê-lo em andamento”.
Imagine que você precisa fazer uma atividade, mas está com dificuldade de iniciá-la, então você procura outras atividades para adiar a tarefa que tem dificuldade. Como uma pessoa emocionalmente inteligente, você perceberia de imediato a falta de motivação e não deixaria isso te afetar.  
Melhore a sua comunicação 
É necessário pensar que a comunicação é a base de qualquer relacionamento, e ninguém trabalha sozinho. Então, você precisa ter autoconsciência da sua capacidade de comunicação e desenvolvê-la sempre, pois o seu sucesso dependerá dela também. Comunicar-se eficazmente tem um valor incalculável para o seu negócio. Procure cursos e pense sempre em melhorar a comunicação.  
Relacione-se bem 
Aqui, estou falando especificamente sobre relacionamento. A destreza interpessoal é que permitirá um bom relacionamento interpessoal, e a base do negócio de qualquer empreendedor é o relacionamento. Veja como você estabelece as suas relações, ajude as outras pessoas, tenha interesse genuíno nas pessoas e mantenha os seus relacionamentos ativos.
A inteligência emocional no empreendedorismo
Você, nesse momento, já tem um bom conhecimento sobre inteligência emocional e deve saber responder às questões a seguir: 
1. O que é inteligência emocional? 
2. Como a falta de inteligência emocional pode afetar a vida/os negócios de um empreendedor? 
3. A inteligência emocional pode ser considerada um fator de sucesso de um empreendedor? 
Considerando que essas respostas já são do seu domínio, trarei para você algumas situações para que esses conhecimentos possam ser aplicados. 
Imagine-se querendo abrir um negócio próprio, o negócio dos seus sonhos. Você, com certeza, precisará de muitas informações a respeito da área em que atuará, como concorrentes, produtos e fornecedores. Para conseguir essas informações, você precisará de muita inteligência emocional, e sabe por quê? 
· Precisará ter autocontrole, porque não conseguirá todas as informações da noite para o dia, e por isso precisará saber esperar (inteligência intrapessoal). 
· Deverá ir atrás das informações necessárias, mas sem se privar de sono e trazer prejuízos para as outras áreas da sua vida, portanto precisará ter autoconsciência e reconhecer os seus limites (inteligência intrapessoal). 
· Terá que aprender muitas coisas novas e precisará de pessoas para isso, portanto terá que respeitar o tempo delas (inteligência interpessoal). 
· Deverá fazer uma pesquisa de fornecedores, conhecer muita gente, e para isso precisará aprender a fazer e manter uma rede de relacionamento, chamada também de networking (inteligência interpessoal). 
· Será necessário conhecer os concorrentes e o mercado em que quer entrar, e isso exige muita dedicação e relacionamento (inteligência intrapessoal e interpessoal). 
· Perceberá que não fará tudo sozinho e precisará de pessoas com você, então necessitará de destreza relacional, ou seja, você precisará ter um bom relacionamento com as pessoas (inteligência interpessoal). 
· Precisará negociar em diversas situações, e isso exigirá de você uma excelente comunicação, além de saber relacionar-se (inteligência interpessoal). 
· Terá que estudar e planejar e suas decisões não deverão ser impulsivas, evitando erros e arrependimentos. Assim, você precisará ter autoconsciência, evitando a impulsividade (inteligência intrapessoal). 
São inúmeras situações pelas quais você passará. Poderia ficar aqui listando muitas outras, mas saiba que em todas elas você precisará de inteligência emocional. Situações diversas que acontecerão não só no momento do planejamento da abertura do negócio, mas também quando ele já estiver em funcionamento. E vamos falar a verdade: não é fácil lidar com clientes, é necessário ter muita inteligência emocional.  
Poderia também listar várias situações novamente, mas deixarei essa tarefa para você. Enumere algumas situações que você vivenciou, nas quais percebeu que um dono de negócio/vendedor/atendente teve que mobilizar a inteligência emocional para atender a um cliente.  
Finalizando, você precisará mobilizar as suas emoções a seu favor para atingir o objetivo desejado. Isso é fácil? Claro que não, mas a melhor notícia é que a inteligência emocional pode ser desenvolvida e só depende de você.
Oportunidades de negócio
Qual a diferença entre ideia e oportunidade? 
Entendo que a viabilidade econômica é o que diferencia ideia de oportunidade. Ideia não tem compromisso com a sua viabilidade econômica, surge de maneira espontânea e pode se tornar uma oportunidade, mas não necessariamente é uma oportunidade. Já a oportunidade precisa ter viabilidade. 
Ao ter uma ideia, o empreendedor deve testá-la com possíveis consumidores. Normalmente, os empreendedores escondem as suas ideias com medo do “roubo” por parte de outros empreendedores, mas esse pode ser um grande erro, pois nem sempre aquilo que se considera uma grande ideia será de interesse de outras pessoas. É importante entender a necessidade a ser atendida e atendê-la antes que outros o façam, mas isso não quer dizer que uma ideia revolucionária baste para um negócio de sucesso, o empreendedor precisa conhecer o mercado em que atua, é necessário ter visão de negócio, não perder o momento certo para abrir e, claro, conhecer a concorrência. Falamos bastante disso quando estudamos as competências de um empreendedor. 
Quando você tiver uma ideia que pensa em transformar em negócio, pergunte a você mesmo e a pessoas próximas quem serão os possíveis clientes desse produto ou serviço. Esse mercado está em crescimento ou está estagnado? É possível dimensionar esse mercado em números? 
Todo esse estudo sempre foi importante para os empreendedores, mas, hoje, mais do que nunca. Vivemos em um mundo ainda mais cheio de incertezas do que no passado (antes da pandemia), e investir em um mundo incerto assim não é nada fácil, os riscos precisam ser dimensionados. Os tempos mudaram muito, a internet trouxe muitas possibilidades de trabalho e, consequentemente, muitas oportunidades de negócio. 
Convido você a pensar em oportunidades de negócio criadas em função da pandemia. As pessoas consomem e continuaram tendo necessidades de consumo mesmo precisando ficar em suas casas em isolamento, mas o comportamento do consumidor mudou, e este passou a comprar estando em casa, e esse hábito permaneceu para muitos deles. 
Recentemente, vi uma reportagem sobre o aumento dos serviços de entrega durante a pandemia. Negócios que antes não trabalhavam com delivery passaram a trabalhar, pois era isso ou estariam fora do mercado.  
A crise gerada pela pandemia trouxe o desemprego e, como consequência, os empreendedores, por necessidade ou por oportunidade, também podem ter tido o seu momento de glória. Assisti a uma reportagem realizada na rua 25 de Março, na cidade de São Paulo, que é uma rua cheia de comércios que fornecem mercadorias para o Brasil todo, por possuírem um custo muitobaixo. Donos de lojas e pessoas físicas costumam frequentar o local, que normalmente é muito cheio, para levar produtos para suas lojas e respectivas cidades. Nessa reportagem, um empreendedor contava o seu sucesso ao abrir um negócio de entrega na cidade, uma vez que, durante a pandemia, as pessoas estavam impossibilitadas de ir até o local. Locou um pequeno ponto comercial e, quando alguma loja vendia algo pelo WhatsApp, levava até o seu negócio, que garantiria a entrega no mesmo dia dentro da cidade. Seu negócio possibilitou a sobrevivência de muitas pequenas lojas do local. Que ideia! Conseguiu identificar a oportunidade e executá-la em tempo hábil e, mesmo após a pandemia, o seu negócio continua realizando as entregas, porque o consumidor se adaptou ao delivery.
Analisando cenários
Tudo hoje é muito rápido! Aqueles que conseguirem implementar suas ideias mais rapidamente para não perderem o momento exato e ideal para o seu negócio terão mais sucesso. Sim, porque a oportunidade também está ligada ao momento. Novas oportunidades surgirão, mas uma ideia pode ser uma oportunidade, dependendo do momento dessa ideia. Como você viu, antes da pandemia, os consumidores comportavam-se diferente da forma como se comportam hoje. A compra era feita de forma diferente, e novos comportamentos foram incorporados. 
Essa rapidez na tomada de decisão, necessária, traz a necessidade de alguns comportamentos importantes aos empreendedores, por exemplo, rapidez, agilidade, flexibilidade, adaptabilidade, entre outros, ou seja, as competências que eles possuem exigem o momento certo de agir. 
Imagine, no início da pandemia, o que teria acontecido se os donos de restaurantes, padarias e mercadinhos não tivessem aderido ao delivery. Certamente, muitos teriam fechado os seus negócios e, infelizmente, isso aconteceu com muitos deles.  
A mudança de cenário, ocorrida com a pandemia, acontecerá muitas outras vezes, e o empreendedor precisará saber como analisar cenários e como agir diante deles com rapidez.  
Uma ferramenta muito utilizada para análise de cenários é a Análise SWOT. Ela foi criada por Albert Humphrey, pesquisador na renomada Universidade de Stanford, e é datada entre as décadas 1960 e 1970. Essa é uma ferramenta de planejamento estratégico bastante conhecida pelas empresas e, basicamente, ela é utilizada para análise de cenários e tomada de decisões dentro das organizações. 
Com a Análise SWOT, é possível analisar forças, fraquezas, oportunidades e ameaças de uma organização e pode ser usada em qualquer tamanho de empresa, inclusive, naquelas que estão começando ou as que ainda começarão. 
Por que a ferramenta se chama SWOT? Trata-se de um acrônimo de Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). No Brasil, ela também é conhecida como FOFA, por ser um acrônimo das palavras em português.
Figura 1 | Matriz SWOT. Fonte: Chiavenato (2014, p. 71).
A matriz SWOT é apresentada na Figura 1, e a primeira etapa da ferramenta é a análise do ambiente interno. No quadrante forças, você deverá listar todas as forças da sua empresa, características que ela possui que a fortalecem. No quadrante fraquezas, é exatamente o contrário, é necessário identificar os pontos fracos da sua empresa.  
A segunda etapa é a análise do ambiente externo, é o momento de avaliar as oportunidades e as ameaças para o seu negócio. Nesse momento, é necessário olhar para fora da organização, ver quais as situações externas que podem colocar em risco ou atrapalhar a sua empresa (ameaças) e quais são as oportunidades possíveis em função das situações externas também. 
Feita a análise, você deve elaborar um plano de ação para minimizar as ameaças, aproveitar as oportunidades, potencializar as forças e encontrar formas de minimizar os pontos fracos. Não comece pelas fraquezas, e sim pelas forças, descubra formas de usar esses pontos fortes a seu favor. 
A velocidade e os cenários mudam, exigindo que o empreendedor faça constantemente a análise dos cenários, e a Análise SWOT é uma ferramenta muito poderosa e de fácil utilização.
Os novos empreendedores
Durante toda a unidade, falamos sobre o perfil empreendedor, pois esse foi o foco. Mas, será que o perfil empreendedor também será sempre o mesmo? 
Está aí uma questão para se pensar... 
Eu acredito que sim, o que mudará é o cenário. E algo que não pode deixar de ser dito aqui, e que abordei apenas indiretamente, é a importância do uso das novas tecnologias. 
O empreendedor precisa analisar cenários futuros e se antecipar. Veja quanta coisa mudou após a pandemia: escolas ministraram aulas remotas, reuniões empresariais aconteceram por plataformas que possibilitam videoconferência (evitando custos com deslocamento), vendas feitas pelo WhatsApp, serviços que antes não atendiam por delivery passaram a atender, enfim, foram inúmeras mudanças, e o empreendedor precisa, no mínimo, acompanhá-las. Não é mais possível deixar a tecnologia de lado, a forma de consumir e de divulgar os produtos mudou, e o empreendedor precisa aproveitar essas mudanças, as quais que trazem diversas oportunidades. 
Tenho uma amiga que possui uma empresa de consultoria que não possui mais escritório, ela e sua sócia trabalham em home office. Antes, isso não seria possível, pois ter um escritório em um endereço de peso traria confiabilidade, porém, hoje, isso não é mais necessário, as ferramentas tecnológicas permitem a elas atenderem seus clientes remotamente e, quando precisam, se deslocam até eles. Atualmente, é aceitável uma consultoria não ter um escritório físico e, se houver necessidade, aluga-se uma sala de reuniões ou um espaço em um coworking. Isso reduziu os custos fixos da empresa, e o valor do investimento que faziam antes com o aluguel do local passou para marketing, com campanhas nas redes sociais. 
Novas profissões, produtos e serviços surgirão, e o empreendedor precisa entender que ele precisa estar atento a esses movimentos e não perder o “timing”. 
Então, concluo para você: o perfil comportamental do novo empreendedor não mudou, o que sempre mudará serão as competências que ele precisará desenvolver em função dos cenários futuros que ele precisará saber analisar com maestria. 
Acredito que essa unidade tenha trazido muito conhecimento a você sobre o perfil dos empreendedores e que, agora, você conseguiu compreender o quanto o comportamento empreendedor é fundamental para um empreendedor de sucesso. Compreender a importância de os negócios acompanharem os movimentos tecnológicos é tão importante que nossa próxima unidade será dedicada a isso.  
Agora, vamos ao momento de reflexão e aplicação de conceitos. 
Você se sente preparado para as incertezas futuras? Está aberto a mudanças? Sabe analisar cenários? Uma excelente atividade é realizar uma Análise SWOT pessoal. Com todo o conhecimento que você possui sobre o perfil empreendedor, olhe para você e faça uma Análise SWOT listando as suas forças, fraquezas, ameaças e oportunidades. Pegue uma folha sulfite, dívida em quatro quadrantes e coloque a cabeça para pensar! Vamos lá? 
Compreendendo o perfil de competências necessárias ao empreendedor
Caro estudante, você chegou ao final dessa unidade da disciplina Empreendedorismo e Tecnologias! 
Aqui, você vai rever os conceitos estudados e aplicará os conhecimentos adquiridos até o momento em uma situação da vida real, que será apresentada em forma de estudo de caso. 
Você entrou em contato com conceitos importantes sobre o perfil do empreendedor e viu que o comportamento faz toda a diferença. Pode concluir, junto comigo, que o comportamento empreendedor não mudará, mas, sim, as competências necessárias à sua atuação e ao seu negócio, em função da mudança dos cenários. 
Você também viu, nessa unidade, os componentes de uma atitude e o conceito de competência, com vários exemplos de competências necessárias aos empreendedores e sua explicação a partir do modelo C.H.A. (acrônimo de conhecimentos, habilidade e atitudes). 
A inteligência emocional também foi abordada, e falamosespecificamente da inteligência intrapessoal e da inteligência interpessoal, sendo aquela ligada ao nosso autoconhecimento, e esta, aos nossos relacionamentos. Foram fornecidos exemplos para melhor compreensão e para ilustrar a sua importância. Além de compreender o significado de inteligência emocional, você entendeu a importância dela na sua vida e em seu trabalho e viu, através de exemplos, que o sucesso profissional de alguém está diretamente ligado à sua inteligência emocional. 
Por último e não menos importante, você conheceu e aprendeu a utilizar uma ferramenta de planejamento estratégico conhecida como SWOT, ou FOFA, no Brasil. Na Aula 4 da Unidade 2, falamos bastante sobre o novo empreendedor, sobre o cenário pós-pandemia e sobre as novas competências necessárias ao empreendedor, assim como a transformação digital necessária aos negócios. 
Acredito que todas as informações apresentadas a você até aqui tenham aguçado a sua curiosidade sobre a nossa disciplina e tenham te dado muita vontade de aprender sobre o que está por vir, por isso, posso adiantar que a nossa próxima unidade trará a você mais conhecimentos ligados à tecnologia. 
Espero que você esteja gostando! Agora é hora do vídeo de revisão, vamos lá?
Para contextualizar a sua aprendizagem, leia a história real que contarei a seguir. 
Belina é um restaurante fundado pela família Belina na década de 1990. Ele era localizado em um bairro de classes B e C. Quando abriu, era o único restaurante de um centro comercial localizado no bairro, mas, com o passar do tempo, a sua concorrência aumentou e outros dois restaurantes passaram a dividir a clientela do local. Seu preço sempre foi acessível e, embora bastante atrativo, ficava evidente que o público do restaurante começava a diminuir. O ambiente era bem familiar, inclusive, a própria família fundadora estava sempre por lá e, por serem moradores antigos do bairro, os maiores frequentadores do restaurante eram os amigos dos filhos dos fundadores. Era comum ver a família toda almoçando por lá: filhas, genros e netos. Os fundadores, marido e mulher, estavam envelhecendo e, portanto, precisavam diminuir o ritmo de trabalho. As duas filhas do casal, uma formada em Arquitetura, e a outra, em Psicologia, trabalhavam no local, mas o sonho daquele negócio não era delas e acabaram herdando algo de que não gostavam. Os restaurantes concorrentes começaram a ter aumento de clientes e era visível o quanto o Restaurante Belina permanecia esvaziando. Enquanto os outros restaurantes possuíam um cardápio variado e a opção de churrasco, o Belina tinha um cardápio menos variado, sendo até mesmo repetitivo, além de o atendimento ficar aquém dos restaurantes concorrentes. O tempo passou e os fundadores precisaram se afastar e decidiram mudar de cidade, deixando o restaurante sob responsabilidade das filhas. Não demorou e o restaurante foi colocado à venda e, por ter pouca clientela, seu valor de mercado não foi tão bom. 
Reflita
Um estudo de caso é uma excelente oportunidade para entrar em contato com situações que podem ser reais ou não, mas que colocarão você numa posição de tomada de decisão e de aplicação de conhecimentos e habilidades. Não perca a oportunidade de aplicar os seus conhecimentos na situação contada a você. 
Analise o estudo de caso, mobilize todos os conhecimentos que você adquiriu após estudar essa unidade, reflita e responda: 
1. Quais competências você acredita que tenha faltado ao casal empreendedor para manter a sua clientela? Explique. 
2. Cite uma habilidade que você acredita ter faltado às herdeiras. Justifique a sua escolha. 
3. Com os conhecimentos adquiridos nessa unidade, você consegue identificar competências ou habilidades que, se estivessem presentes, teriam mudado a história do Restaurante Belina? Se sim, qual ou quais? O que você faria diferente?
lá, estudante! Acredito que você tenha lido e refletido sobre o estudo de caso e as questões apresentadas. 
1.  Quais competências você acredita que tenha faltado ao casal empreendedor para manter a sua clientela? Explique.
Poderia enumerar várias, mas citarei três competências que foram fundamentais: 
· Dinamismo: capacidade de agir de modo adequado sobre a realidade, sendo rápido e apresentando soluções. Com dinamismo, teriam respondido rapidamente à chegada dos concorrentes, procurando inovar, diversificar, agradar os seus clientes, para não os perder, por exemplo. 
· Criatividade: ser capaz de encontrar caminhos e soluções viáveis e reais. Diante das dificuldades que foram surgindo com a chegada dos concorrentes, buscar novos caminhos viáveis para manter a sua clientela e atrair novos. 
· Análise de cenários e reinventar-se: ser capaz de fazer análise de cenários e elaborar um plano de ação para situações complexas. Faltou a eles encontrar novos caminhos a partir da análise do que estava acontecendo. Poderiam ter realizado uma Análise SWOT como ferramenta de apoio para um planejamento estratégico.  
2. Cite uma habilidade que você acredita ter faltado às herdeiras. Justifique a sua escolha.
Uma habilidade faltante, ou que precisaria ser melhor desenvolvida, é o atendimento ao cliente. Elas precisariam mobilizar seus conhecimentos sobre isso e ter atitude de mudança nesse quesito, mas, provavelmente, o componente afetivo da atitude não permitiu que tivessem tal atitude, afinal, o restaurante não era o sonho delas, e sim de seus pais.  
3. Com os conhecimentos adquiridos nessa unidade, você consegue identificar competências ou habilidades que, se estivessem presentes, teriam mudado a história do Restaurante Belina? Se sim, qual ou quais? O que você faria diferente?
Sim. Algumas habilidades e/ou competências que teriam mudado a história do Restaurante seriam: análise de cenários, planejamento, dinamismo, agir no tempo certo e inovação. Tudo isso seria importante também para valorizar na hora da venda. Identificar a melhor hora para vender também teria sido fundamental, evitando perdas financeiras.

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