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Fisiologia Kamila Bahia Estrutura anatômica dos rins Os rins são órgãos pares avermelhados que se situam em ambos os lados da coluna vertebral entre o peritônio e a parede posterior da cavidade abdominal ao nível da 12ª vertebra torácica e das três primeiras vértebras lombares. O rim direito fica um pouco mais baixo do que o esquerdo graças ao fígado, que ocupa uma grande área acima do rim direito. Ambos os rins têm proteção pelas costelas falsas. Externamente, a anatomia dos rins se apresenta com o tamanho aproximado de 11 cm de comprimento, 5 a 7 cm de largura e em torno de 2,5 cm de espessura. Têm um centro de margem medial contendo o hilo renal, pela qual o ureter deixa o rim e também por onde os vasos sanguíneos, a artéria, as veias renais e os nervos também chegam ao rim. Recobrindo cada rim, está presente uma camada fina e transparente denominada de cápsula renal, formada por uma bainha de tecido conectivo que ajuda a manter a forma do rim e atua como barreira contra traumas. Envolvendo cada cápsula renal existe um tecido adiposo eu ajuda a fixar os rins em conjunto com uma camada fina de tecido conectivo denso não modelado que ancora os rins à parede posterior do abdome. A anatomia interna dos rins apresenta duas principais regiões: Região externa: chamada de córtex renal, tendo coloração vermelha-clara. As extensões do córtex renal, chamadas colunas renais, preenchem os espaços entre as pirâmides renais e Região interna: chamada de medula renal, tendo coloração vermelha- castanha escura. Dentro da medula renal, encontramse várias pirâmides renais coniformes. A cápsula renal recobre o rim. Internamente, as duas principais regiões do rim são o córtex renal, superficial, e a medula renal, profunda. O suprimento sanguíneo renal ocorre pelas artérias renais direita e esquerda, que fornecem cerca de 1.200 ml de sangue por minuto. No interior de cada rim, a artéria renal se divide em vasos de diâmetro cada vez menor, chamadas artérias do segmento, interlobares, arqueadas e interlobulares. Estas fornecem sangue para as arteríolas aferentes e as aferentes se dividem em uma rede capilar enovelada chamada glomérulo. Os vasos capilares do glomérulo se unem para formar uma arteríola eferente, que se divide para formar uma rede de vasos capilares ao redor dos túbulos renais. Na sequência, capilares peritubulares finalmente se reúnem para formar as veias peritubulares, se fundindo às veias interlobulares, arqueadas e interlobulares. Enfim, todas essas veias menores drenam e se direcionam para a veia renal que drena o sangue que sai do rim. Néfrons Os néfrons são as unidades funcionais dos rins. Estão presentes aproximadamente em número de 1 milhão em cada rim. Cada néfron é composto por duas partes: Corpúsculo renal: onde o plasma sanguíneo é filtrado. É formado pelo glomérulo e pela cápsula glomerular (de Bowman). Essa estrutura apresenta forma de taça bilaminada de células epiteliais que circunda os capilares glomerulares. O filtro glomerular entra na cápsula glomerular e, em seguida, passa para o túbulo renal. Túbulo renal: por onde passa o líquido filtrado, ganhando o nome de filtrado glomerular. Diretamente associado ao néfron, encontramos seu suprimento sanguíneo. Enquanto o líquido se move pelos túbulos renais, os resíduos e as substâncias em excesso são adicionados e os materiais úteis são devolvidos ao sangue pelos vasos capilares peritubulares. No túbulo renal existem três seções principais: túbulo contorcido proximal, alça do néfron e túbulo contorcido distal. A parte proximal se refere à parte do túbulo ligada à cápsula glomerular e o distal se refere à parte que está mais distante. Por último, o contorcido quer dizer que o túbulo é levemente retorcido ao invés de reto. A primeira porção da alça do néfron se inicia no local em que o túbulo contorcido proximal faz sua curva descendente final, que começa no córtex renal e se estende para baixo até a medula renal, sendo chamada de ramo descendente da alça do néfron. Na sequência, acontece uma curva fechada para o retorno do córtex renal, em que termina no túbulo contorcido distal, sendo conhecido como ramo ascendente da alça do néfron. Os túbulos contorcidos distais de diversos néfrons são esvaziados em um túbulo coletor comum. Vários túbulos coletores se fundem para formar o ducto papilar, que leva a um cálice menor, um cálice maior, uma pelve renal e um ureter. A função do néfron de produzir urina depende de ação dos túbulos coletores, realizando três processos básicos: Filtração: passagem forçada de líquidos e substâncias dissolvidas por uma membrana, sob pressão. Ocorre nessa etapa a filtração glomerular, que é o primeiro estágio da produção da urina, sendo que a pressão sanguínea força a saída da água e da maioria dos solutos do plasma sanguíneo pelas paredes dos capilares glomerulares. O líquido ali filtrado entra na cápsula glomerular e é chamado de filtrado glomerular. Reabsorção tubular: vai ocorrendo à medida que o filtrado flui ao longo do túbulo renal e pelo túbulo coletor Os túbulos têm células e ductos que retornam cerca de 99% de água filtrada e muitos solutos úteis para o sangue e que convergem pelos capilares peritubulares. Secreção tubular: ocorre à medida que o líquido flui ao longo do túbulo e pelo túbulo coletor. Túbulos e ductos têm células que removem substâncias indesejadas, como resíduos, fármacos e excesso de íons do sangue nos capilares peritubulares, conduzindo-os para o líquido dos túbulos renais. Assim que o líquido filtrado sofre reabsorção e secreção tubulares e entra nos cálices menores e maiores, recebe o nome de urina. Com todo esse processo, os néfrons realizam a tarefa de manter a homeostasia do volume e a composição do sangue. Hormônios sintetizados pelos rins Um importante aspecto da fisiologia renal é que, além de ter as funções de filtrar substâncias resultantes de todo o nosso metabolismo celular, os rins exercem uma função endócrina. Os hormônios agem na reabsorção de sódio, cloro, cálcio e água, e também como a secreção de potássio pelos túbulos renais. Os dois hormônios reguladores mais importantes nessa ação são a angiotensina II e a aldosterona. A angiotensina II aumenta a reabsorção de sódio e cloretos, além de estimular o córtex suprarrenal a liberar aldosterona, que, por sua vez, estimula as células tubulares na última parte do túbulo contorcido distal e ao longo dos túbulos coletores e reabsorve mais sódio e cloro para secretar mais potássio. • • Quanto mais sódio e cloro forem reabsorvidos, mais água também é reabsorvida por osmose. A secreção de potássio estimulada pela androsterona é o principal regulador do nível de potássio no sangue. Um nível elevado de potássio gera a hipercalemia no plasma sanguíneo, causando sérios distúrbios no ritmo cardíaco ou até mesmo parada cardíaca. A angiotensina II é um potente vasoconstrictor agindo na função circulatória e na pressão arterial de dois modos: Vasoconstrição: aumenta a resistência vascular periférica e causa aumento do retorno venoso por constrição de veias. Diminuição da excreção de sal e água pelos rins, aumentando o volume de líquido extracelular e, consequentemente, elevando a pressão arterial. • • A angiostensina II age de duas maneiras nos rins: Promove a constrição das arteríolas renais, diminuindo o fluxo sanguíneo no rim. Esse fluxo sanguíneo lento possibilita o aumento da reabsorção de líquidos pelos túbulos. Atua sobre células tubulares, aumentando a reabsorção de sal e água. Os resultados desses eventos são significativos, pois podem reduzir até 80% do débito urinário. A angiotensina II também atua nas glândulas suprarrenais, fazendo com que elas secretem aldosterona. A aldosterona causa um aumento intenso da reabsorção de sódio pelos túbulos renais, elevando a quantidade de líquido extracelular e, consequentemente, aumentando a pressão arterial a longo prazo. Resumidamente, os eventos do sistema renina-angiotensina- aldosterona são os seguintes: 1 -Quando a pressão é reduzida, os rins produzem renina. 2 - A renina cai na corrente sanguínea convertendo o angiotensinogênio em angiotensina I. A angiotensina I tem efeito vasoconstrictor leve. 3 - A angiotensina I é convertida em angiotensina II pela enzima conversora de angiotensina presente nos pulmões. 4 - A angiotensina II é um potente vasoconstrictor que irá promover o aumento da resistência vascular periférica e diminuir a excreção renal de sal e água, elevando a pressão sanguínea. A angiotensina II atua sobre as suprarrenais, fazendo com que elas secretem a aldosterona. 5 - A aldosterona causa um aumento intenso da reabsorção de sódio pelos túbulos renais. Atuando em conjunto temos o principal hormônio regulador da reabsorção de água: o hormônio antidiurético (ADH), que atua por meio de retroalimentação negativa. Quando a concentração de água no sangue diminui aproximadamente 1%, osmorreceptores no hipotálamo estimulam a neuro- hipófise a liberar ADH. Um segundo estímulo poderoso para a secreção de ADH é a diminuição do volume de sangue, como ocorre na hemorragia ou na desidratação grave. O ADH age nas células tubulares presentes na parte final dos túbulos contorcidos distais e ao longo dos túbulos coletores. Na ausência do ADH, essas partes do túbulo renal têm pouca permeabilidade à agua. O ADH aumenta essa permeabilidade à água nas células tubulares ao inserir proteínas que funcionam como canais de água em suas membranas plasmáticas. Quando a permeabilidade à água das células tubulares aumenta, as moléculas de água se movem do líquido tubular para as células e, em seguida, para o sangue. Os rins produzem aproximadamente 400 a 500 ml de urina concentrada por dia, quando a concentração de ADH é máxima, como durante a desidratação grave. No entanto, quando o nível de ADH diminui, os canais de água são removidos das membranas. Os rins produzem um grande volume de urina diluída, quando o nível de ADH é baixo. Os túbulos renais também respondem a um hormônio que regula a composição de íons. Como exemplo, citamos o cálcio. Quando ele se encontra em nível abaixo do normal no sangue, as glândulas paratireoides liberam o paratormônio (PTH). Este, por sua vez, estimula as células dos túbulos contorcidos distais a reabsorverem mais cálcio no sangue. O PTH também ajuda a inibir a reabsorção de fosfato nos túbulos contorcidos proximais, promovendo, com isso, a excreção de fosfato pela urina. Os rins também são responsáveis por sintetizar a EPO nos fibroblastos intersticiais, ou seja, no tecido conectivo renal. Pode correr eventualmente a síntese desse hormônio no fígado. A função mais conhecida da EPO se dá nos processos de estímulo à medula óssea para a síntese de células da série vermelha, os eritrócitos. Deficiência na síntese da EPO pode resultar em anemia. Anatomia do sistema urinário RINS Os rins são um par de órgãos de coloração avermelhada em forma de feijão (faseoliformes). Essa estrutura está localizada nos dois lados da coluna vertebral, entre o peritôneo e a parede posterior da cavidade abdominal, na altura da 12ª vértebra torácica e das três primeiras vértebras lombares. Os pares da 11ª e da 12ª costela (costelas flutuantes) fornecem proteção para a parte superior dos rins. O rim esquerdo é mais elevado do que o rim direito, pois o fígado ocupa grande parte do quadrante superior e parte do quadrante inferior direito do abdome. O rim de um adulto tem, aproximadamente, 12 cm de comprimento, 6 cm de largura e 3 cm de espessura, e pesa cerca de 150 g, embora a variação desses parâmetros seja extremamente comum. De forma externa, próximo à margem medial, os rins apresentam um espaço chamado hilo renal, que liga o ureter, as artérias, as veias renais e os nervos ao órgão. Na parte superior de cada rim, estão localizadas as glândulas suprarrenais (sistema endócrino). Cada rim é envolvido por uma cápsula renal que é formada por tecido conectivo e que protege os órgãos contra possíveis traumas. A cápsula adiposa envolve a cápsula renal e fixa os rins na parte posterior do abdome. No seu interior, os rins apresentam o córtex renal (externo) e a medula renal (interna). Os néfrons (unidades funcionais) estão localizados no córtex e na medula. A medula renal é caracterizada por 8 a 15 pirâmides renais (separadas pelas colunas renais), que se estreitam no ápice para formar a papila renal, onde a urina goteja no interior de um cálice menor. Vários cálices menores formam um cálice maior, e vários cálices maiores desembocam dentro da pelve renal (região dilatada proximal do ureter). A urina produzida pelos néfrons é drenada nos cálices menores, que se unem para formar os cálices maiores, e estes, a pelve renal. A pelve renal drena a urina para os ureteres e, em seguida, para a bexiga urinária. A urina, então, é eliminada pelo corpo pela uretra. URETERES A função dos ureteres é o transporte da urina. O par de ureteres liga a pelve renal dos rins até a bexiga urinária. Os ureteres são divididos da seguinte forma: porção abdominal — abdome; porção pélvica — dentro da cintura pélvica; porção intramural — atravessa a parede da bexiga para evitar o refluxo Essas estruturas estão localizadas alguns centímetros abaixo da bexiga, o que provoca um efeito de compressão dos ureteres para esse órgão e, assim, evita o refluxo da urina quando a pressão é acumulada nesse local durante a micção. Esse mecanismo é considerado uma válvula fisiológica que, quando não está em condições normais, pode causar inflamação na bexiga (cistite) que pode migrar para os rins. Os ureteres são formados pelas seguintes camadas/túnicas túnica mucosa (interna) — tem capacidade de distensão para acomodar o trânsito de líquido; túnica intermediária — formada por músculo liso que promove as contrações peristálticas; túnica superficial — composta por tecido conectivo que tem os vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. BEXIGA A bexiga é um órgão muscular oco, localizado na cavidade pélvica que tem como função armazenar a urina. Quando vazia, tem forma de um balão distendido e, quando cheia, tem forma esférica. A sua estrutura é dividida em ápice (anterior), corpo, fundo (posterior) e colo. Esse órgão urinário é formado por túnicas, que são: túnica mucosa — contém pregas que permitem a expansão do órgão; túnica muscular — formada por músculo liso (músculo detrusor); túnica serosa — formada pelo peritônio; túnica fibrosa — formada por uma camada externa. Na face interior, próximos da base da bexiga, estão localizados os óstios dos ureteres, onde se dá a passagem da urina dos ureteres para o interior da bexiga. Também na face interior, próximo ao colo, está localizado o óstio interno da uretra, que faz a passagem da urina da bexiga para a uretra. Os óstios dos ureteres e o óstio interno da uretra formam o trígono da bexiga. Uretra A uretra é formada por um tubo que vai da base da bexiga até o exterior do corpo e tem a função de eliminar a urina. Nas mulheres, a uretra tem, em média, 4 cm e fica localizada diretamente atrás da sínfise púbica, ligada à parede anterior da vagina. A abertura da uretra para o exterior, o óstio externo da uretra, fica entre o clitóris e o óstio da vagina. Nos homens, esse canal tem, aproximadamente, de 17 a 20 cm; passa pela próstata (uretra prostática), pelo músculo transverso profundo do períneo (uretra membranosa) e, finalmente, pelo pênis (uretra esponjosa). O óstio externo da uretra fica na glande do pênis. Na mulher, a uretra permite apenas a passagem de urina e, no homem, de urina e de sêmen. Fisiologia da função renal O rim tem um papel exócrino que é a formação de urina e também desenvolve suas funções endócrinas, por meio de células secretoras específicas. A função homeostática do meio interno, que é a principal função desse órgão, é efetuada pela formação de urina na unidade funcional básica, que é o néfron, um conjunto de estruturas vasculares e renais que produzem urina. Cada rim possui mais de um milhão de néfrons e os processos de filtragem,reabsorção e parte da excreção ocorrem a partir das suas estruturas. Porém, isso não significa que todos os néfrons funcionam ao mesmo tempo, pois essa atividade varia de acordo com o ritmo da função renal (néfrons ativos e de repouso), assim, existe uma reserva funcional para o rim, que será utilizada em situação de sobrecarga renal. A porção anatômica do néfron é formada por uma rede de túbulos, que fazem o transporte do filtrado. Os túbulos são envolvidos por capilares sanguíneos, que fazem a reabsorção de elementos importantes para o organismo, por exemplo, a glicose e a água. A porção funcional do rim está no córtex renal e a urina é produzida na medula. A filtragem inicia com a artéria renal, que tem origem na artéria aorta abdominal, que penetra no rim a partir do hilo e chega até o córtex pela arteríola aferente, que está conectada ao glomérulo renal e apresenta sensibilidade ao fluxo sanguíneo, secretando a renina. O glomérulo é uma estrutura abrigada na cápsula de Bowman formada por muitos capilares enrolados uns aos outros, o que forma uma grande área superficial para pouco espaço. A pressão sanguínea dentro do glomérulo (60 a 80 mm/Hg) é maior do que a da circulação do corpo (13 mm/Hg). Essa pressão vai comprimir a entrada do líquido nas estruturas tubulares do néfron. A estrutura do néfron é distribuída entre o córtex e a medula renal e é composta pelos seguintes segmentos: cápsula de Bowman; túbulos contorcidos proximal e distal no córtex; alça de Henle; túbulo coletor na medula renal. A cápsula de Bowman participa do primeiro processo de filtragem, pois o conteúdo do glomérulo é aspirado para a cápsula. O filtrado que é extraído do tecido sanguíneo para o glomérulo é composto pelos seguintes elementos: água (H2 O); cloro (Cl); sódio (Na); potássio (K); bicarbonato (HCO3 ); aminoácidos; glicose; creatinina; ureia. Elementos maiores como glóbulos, plaquetas e proteínas plasmáticas não entram na cápsula e saem pela arteríola eferente, permanecendo na corrente sanguínea sem passar pelos néfrons. A arteríola eferente tem musculatura lisa desenvolvida; porém as contrações, que estimulam o fluxo de líquidos, ocorrem por influência de substâncias vasoativas ou sobre a ação do sistema nervoso autônomo Todo conteúdo líquido que passa pela cápsula de Bowman e segue pelos túbulos recebe o nome de filtrado glomerular. A primeira parte dos túbulos chama-se túbulo contorcido proximal, que possui a forma de uma serpentina; isso faz com que o filtrado passe devagar e permaneça mais tempo na estrutura, assim é feita a primeira parte da reabsorção. Todos os aminoácidos e a glicose (100%) serão reabsorvidos nessa etapa; além de HCO3 (90%), H2 O, Na, Cl e K (65–70%). O conteúdo reabsorvido sai do túbulo contorcido proximal, passando por capilares sanguíneos, e segue para a arteríola eferente, retornando para a circulação sanguínea. O túbulo contorcido proximal contém células epiteliais com grande quantidade de mitocôndrias para sustentar os vigorosos processos de transporte ativo. Nas bordas, esse segmento apresenta moléculas proteicas transportadoras, que possibilitam o mecanismo de transporte de sódio ligado a nutrientes orgânicos (aminoácidos e glicose). O restante do filtrado que não foi reabsorvido irá para a próxima estrutura, a alça de Henle. Essa alça tem duas porções: a descendente, onde o filtrado desce, e a ascendente, onde o filtrado sobe. Nesse segmento também ocorre o processo de reabsorção (capilares e arteríola eferente). Na porção ascendente, o NaCl (25%) é reabsorvido. Essa porção só é permeável ao cloreto de sódio. A porção descendente, por sua vez, só é permeável à água e faz a sua reabsorção (25%). Assim, pode-se dizer que a alça de Henle vai gerar um equilíbrio químico, pois o excesso de NaCl em uma porção vai estimular a reabsorção de água em outra, por meio da osmose. O que não será absorvido na alça de Henle irá seguir para a próxima estrutura, o túbulo contorcido distal, onde ocorre a reabsorção de NaCl e H2 O (5%) (capilares e arteríola eferente). O restante do filtrado que não for reabsorvido será excretado; ou seja, o excesso de água, de cloreto de sódio, de creatinina e de ureia, será encaminhado para o túbulo coletor que é conectado aos cálices renais (menores e maiores), à pelve renal e ao ureter. O túbulo coletor também exerce certa capacidade de reabsorção de eletrólitos e ureia participando dos processos de concentração e diluição da urina. No túbulo coletor, são encontradas as células intercalares que secretam o íon H+ ou HCO3 e conferem ao rim equilíbrio ácido-base; e as células principais, que reabsorvem sódio e secretam potássio sob o controle dos hormônios aldosterona e arginina vasopressina, que é o hormônio antidiurético (origem na neuro-hipófise). A maior importância da fisiologia renal é a manutenção da homeostase do meio interno, atividade realizada pelo rim e que envolve os seguintes passos: controle e manutenção do conteúdo de água corporal; manutenção da osmolaridade extracelular; manutenção da concentração de eletrólitos; manutenção da concentração de íons hidrogênio (pH); manutenção da concentração de metabólitos. Essa ação renal permite a manutenção e o controle da pressão arterial, ocasionados por meio de processos de depuração plasmática renal, de absorção e de reabsorção tubular de água, açúcares, vitaminas, sais minerais e, por fim, de formação do produto final a ser excretado: a urina Fatores reguladores da função renal A funcionalidade renal é um dos fatores responsáveis por equilibrar o conteúdo de água e de sódio no corpo humano, o que influencia diretamente no volume e na pressão arterial média do sangue. Os rins recebem 10% do débito cardíaco em repouso; esse volume pode ser utilizado para manter a circulação (encefálica e coronária) em condições críticas no caso de um choque circulatório. O fluxo sanguíneo renal (FSR) é controlado pelo sistema nervoso autônomo por rotas endócrinas e neurais. Na rota neural, as arteríolas glomerulares são inervadas e ativadas quando a pressão arterial média cai. Essa ativação aumenta a resistência vascular por limitar o fluxo sanguíneo nos rins, causando constrição na arteríola eferente, que reduz o FSR e mantém a taxa de filtração glomerular (TFG) em níveis que asseguram a função renal. O estímulo neural intenso diminui o fluxo sanguíneo nas arteríolas glomerulares e a formação de urina é interrompida. Em casos de hemorragia severa, pode agravar a situação do suprimento sanguíneo das arteríolas, podendo causar infarto e insuficiência renal. Na rota endócrina, o FSR é regulado pela adrenalina e por um peptídeo natriurético atrial (PNA). A liberação da adrenalina na circulação sanguínea estimula as rotas de noradrenalina que apresenta suas principais ações no sistema cardiovascular e está relacionada com o aumento do influxo celular de cálcio, além disso, a noradrenalina mantém a pressão sanguínea em níveis normais. O PNA é liberado pelos átrios cardíacos quando eles apresentam estresse por elevados volumes sanguíneos, resultando no aumento do FSR e da TFG e na excreção de água e de sódio. A regulação hormonal na reabsorção e na secreção de íons envolve a angiotensina II e a aldosterona. Nos túbulos contorcidos proximais, a angiotensina II aumenta a reabsorção de Na+ e Cl– . Em adição, a angiotensina II estimula a liberação de aldosterona pelo córtex suprarrenal, um hormônio que age nas células tubulares da última porção do túbulo contorcido distal, estimulando-as a reabsorverem Na e Cl e a secretarem mais K+ . Quanto mais Na e Cl forem reabsorvidos, mais água também é reabsorvida por osmose. Na absorção de água, o hormônio atuante é o antidiurético (ADH), por meio de retroalimentação negativa. Quando a concentração de água no sangue diminui, osmorreceptores que estão no hipotálamo (encéfalo) estimulam a neuro- hipófise a secretar o ADH, que irá agir nas células tubulares presentes dos túbulos contorcidos distais e ao longo dos túbulos coletores. Quando não há secreção do ADH, os túbulostêm pouca permeabilidade, portanto esse hormônio aumenta a permeabilidade das células tubulares à água e, assim, a água se move do líquido tubular para as células e, em seguida, para o sangue. Os rins produzem, aproximadamente, de 400 a 500 mL de urina concentrada por dia, quando a concentração de ADH é máxima (durante uma desidratação grave). No entanto, quando o nível de ADH diminui, os canais de água são removidos das membranas. Os rins produzem um grande volume de urina diluída quando o nível de ADH é baixo. O nível de cálcio no sangue abaixo do normal estimula as glândulas paratireoides a liberar o paratormônio (PTH), que estimula as células dos túbulos contorcidos distais a reabsorverem mais cálcio no sangue. Além disso, esse hormônio inibe a reabsorção de fosfato nos túbulos contorcidos proximais, promovendo a excreção de fosfato. Algumas teorias sugerem a autorregulação do sistema, que podem ser observadas a seguir: Teoria da miogênica — o aumento da pressão arterial média provoca estímulo na musculatura lisa da arteríola aferente levando à vasoconstricção e à redução na filtração glomerular. Em contrapartida, provoca relaxamento na musculatura da arteríola aferente, levando à vasodilatação e aumentando a filtração glomerular. Teoria do metabolismo — indica que a redução do fluxo sanguíneo provoca o acúmulo de substâncias vasodilatadoras (cininas, prostaglandinas) que, como consequência, provocam o aumento do fluxo sanguíneo. O contrário também funciona, pois, um aumento de fluxo faz com que ocorra uma rápida drenagem de substâncias vasodilatadoras, diminuindo a vasodilatação e reduzindo o fluxo sanguíneo. Teoria da mácula densa — indica que, na porção final da alça de Henle, existe uma porção chamada mácula densa. Ela capta as alterações na concentração de sódio (quanto mais sódio, mais elevada é a TFG) e envia estímulo para a arteríola aferente gerando vasoconstricção. Com isso, diminui o fluxo sanguíneo e a TFG. Quando ocorre a diminuição da concentração de sódio, acontece o inverso, há o aumento da TFG Material complementar: https://www.youtube.com/watch?v=I9Rf2qf4rvs https://www.youtube.com/watch?v=H2KEKG8ja-k https://www.youtube.com/watch?v=9edGHgbY0ok a) 1 – Defina néfron apontando as funções de filtração, reabsorção e secreção tubular. 2 – Aponte as funções dos hormônios Angiotensina II, Aldosterona e ADH 3 – Qual a principal função do rim? 4 – Descreva as funções dos seguintes órgãos: Bexiga b) Ureter c) Uretra 5 – Como é dividido o néfron? 6 – Resuma como agem os fatores de regulação renal
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