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Ebook_História da Arte e do Design e Cultura Brasileira_SER e CENGAGE (Versão Digital)

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Prévia do material em texto

HISTÓRIA DA ARTE 
E DO DESIGN
ORGANIZADORES FERNANDO LUIGI PADOIN FONTANELLA; MARCIA MERLO
História da arte e do design
GRUPO SER EDUCACIONAL
Os movimentos da sociedade e suas consequências transformam todas as 
áreas do conhecimento, e não é diferente com a arte. Esta obra abrangente 
e bem ilustrada mostrará as in�uências sofridas pela arte no decorrer dos 
tempos diante das transformações.
Os autores farão uma análise dos períodos históricos e iniciará cada perío-
do com uma aproximação ao contexto geral o qual está inserido, aspectos 
geográ�cos, econômicos e sociais e então serão aprofundados os temas de 
cada ramo da arte.
Obra fundamental para os estudantes de vários cursos que tenham a 
história da arte e dodesign em seu currículo. 
HISTÓRIA DA ARTE 
E DO DESIGN E 
CULTURA BRASILEIRA
ORGANIZADORES: FERNANDO LUIGI PADOIN FONTANELLA;MARCIA 
MERLO; LEONARDO DE LUCCA; ANDREIA JULIANE DRULA.
gente criando futuro
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
20/11/2019 17:26:50eBook Completo para Impressao - Fundamentos da Educacao - Aberto.indd 1
LIVRO 1 
HISTÓRIA DA ARTE 
E DO DESIGN
LIVRO 2 
ARTESANATO E 
CULTURA BRASILEIRA
HISTÓRIA DA ARTE 
E DO DESIGN
(LIVRO 1) 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Fontanella, Fernando Luigi Padoin.
 História da arte e do design / Fernando Luigi Padoin Fontanella ; 
Marcia Merlo. – São Paulo: Cengage, 2020.
 
 Bibliografia.
 ISBN 9786555580495
 1. Arte - história. 2. História da arte. 3. Design - história. 4. Merlo, Marcia.
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Fernando Luigi Padoin Fontanella
Arquiteto e Urbanista, formado pela Universidade do Vale do Itajaí, Mestre pelo Programa de Pós-
Graduação em Turismo e Hotelaria da UNIVALI. Trabalha com Arquitetura e Urbanismo, ênfase em 
projeto arquitetônico residencial, comercial e restauro do patrimônio.
Márcia Merlo
Doutora em Ciências Sociais – Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2003); 
mestrado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997); graduada em 
licenciatura plena em História pela Pontifícia Católica de São Paulo (1992) e bacharelado em História 
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1990). Autora de material didático para Educação 
à Distância - EAD. Idealizadora do Projeto Inquietude no IED-SP (2017-2019). Docente convidada 
da disciplina de Design & Brasilidade na pós-graduação lato sensu em Design de Mobiliário na 
UNIGRAN. Dirige o projeto de Museu (Online) da Indumentária e da Moda – MIMo (www.mimo.
org.br). Idealizadora e organizadora do Seminário Moda Documenta, e, a partir de 2014, lançou o 
Congresso Internacional de Memória, Design e Moda (www.modadocumenta.com.br). Atua, desde 
2019, como consultora educacional e como professora de ensino superior desde 1998.
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Introdução a arte, a arte no mundo antigo e a arte no renascimento ........................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Introdução ao conceito de arte .......................................................................................................... 11
2 Arte no Antigo Egito ........................................................................................................................... 12
3 Arte na Grécia Antiga ......................................................................................................................... 19
4 Arte na Roma Antiga .......................................................................................................................... 27
5 Arte no Renascimento........................................................................................................................ 35
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................42
UNIDADE 2 - Arte, design e modernidade ......................................................................................43
Introdução.............................................................................................................................................44
1 Noções Preliminares .......................................................................................................................... 45
2 Barroco e Rococó ............................................................................................................................... 45
3 Neoclassicismo e Romantismo ........................................................................................................... 55
4 Art Nouveau e Art Déco ..................................................................................................................... 60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................66
UNIDADE 3 - Vanguardas modernas, Bauhaus e modernismo no brasil ..........................................67
Introdução.............................................................................................................................................68
1 Vanguardas modernas ....................................................................................................................... 69
2 Bauhaus .............................................................................................................................................77
3 Modernismo no Brasil ........................................................................................................................ 81
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................87REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................88
UNIDADE 4 - Arte, design e contemporaneidade ............................................................................89
Introdução.............................................................................................................................................90
1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 91
2 Pop arte e arte retrô .......................................................................................................................... 93
3 Arte contemporânea .......................................................................................................................... 97
4 Design e arte: conexões conceituais .................................................................................................. 104
5 Designers de interiores: dois casos brasileiros ................................................................................... 107
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................109
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................110
Esta obra abrange vários aspectos da história da arte e do design, oferecendo 
conceitos, detalhes dos movimentos da sociedade e como eles influenciam na arte. O 
conteúdo será apresentado em quatro unidades de forma ampla e didática. 
Na primeira unidade, faremos uma introdução à arte, à arte no mundo antigo e a arte no 
renascimento. Discutiremos brevemente sobre as teorias que envolvem o tema, os conceitos e a 
importância do estudo da história da arte e ampliaremos a discussão para os principais períodos 
históricos iniciando no Antigo Egito, tratando na sequência da arte clássica Grega e Romana e, 
por fim, abordaremos o Renascimento. Nosso percurso dentro de cada período iniciará com uma 
aproximação ao contexto geral o qual está inserido, aspectos geográficos, econômicos e sociais e 
então serão aprofundados os temas das artes visuais como a pintura, a escultura e a arquitetura.
Na segunda unidade, arte, design e modernidade, apresentará a relação intrínseca 
entre arte e design no período moderno, sobretudo entre o fim da Idade Média e 
a construção da Era Moderna. A discussão será estendida à história do design como 
campo criativo e produtivo e como ela está ligada às transformações socioculturais e 
de mentalidade. A arte está imbricada aos movimentos da sociedade, por ser um forte 
elemento da cultura e isto também trataremos nesta unidade. Faremos uma visita aos 
movimentos artísticos do período que revelaram um novo olhar sobre o mundo real e 
sobrenatural e sobre os indivíduos, que também influenciaram o design. 
A terceira unidade tratará das vanguardas Modernas, Bauhaus e Modernismo no Brasil. 
Iniciaremos nosso estudo compreendendo o que originou as grandes mudanças pelas quais 
a arte passou no início do século XX. Havia um mundo em transformação e a arte respondeu 
a essas transformações; veja nesta unidade. Vamos aprofundar o conhecimento sobre a 
Escola Bauhaus, importante momento para o desenvolvimento do design no mundo. Por fim, 
trataremos sobre o Modernismo no Brasil e a busca por uma identidade própria nas artes.
Finalizando este livro, falaremos sobre arte, design e contemporaneidade. 
Apresentaremos a relação intrínseca entre arte e design na atualidade dos anos pós 
Segunda Guerra Mundial. Apontaremos como o mundo passa a ser repleto de objetos 
globalizados e como o design e os designers dialogam com a arte e a cultura em geral para 
preencherem os “vazios” existenciais ou a busca pela satisfação/insatisfação dos desejos. 
Qual é o lugar da arte e do design nessa contemporaneidade? Abordaremos os assuntos 
pertinentes a essa questão nesta unidade. Verificaremos como isso passa a ser engendrado 
pela Pop arte; como o Retrô reconstitui um passado idílico por meio das memórias afetivas 
colocadas nas coisas; como o designer de interiores entra na intimidade das pessoas, e, 
ainda, o que é e em que contexto verificamos o surgimento da arte contemporânea e quais 
conceitos ela nos oferece para pensarmos a atualidade e novos projetos de design. 
Conheça a história da arte e do design com este livro. Bons estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Introdução a arte, a arte no mundo 
antigo e a arte no renascimento
Olá,
Você está na unidade Introdução a arte, a arte no mundo antigo e a arte no renascimento. 
Iniciaremos nosso estudo compreendendo um pouco sobre as teorias que envolvem 
o tema, os conceitos e a importância do estudo da história da arte. Na sequência 
abordaremos a arte dentro dos principais períodos históricos: primeiramente no Antigo 
Egito, na sequência a arte clássica Grega e Romana e, por fim, o Renascimento.
Nosso percurso dentro de cada período iniciará com uma aproximação ao contexto 
geral no qual está inserido, seus aspectos geográficos, econômicos e sociais, e então, 
aprofundaremos os temas das artes visuais como a pintura, a escultura e a arquitetura.
Bons estudos!
Introdução
11
1 INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE ARTE
Para ARGAN (1994) a arte é um tema dificilmente delimitável. Enquanto tempo de duração, a 
arte se estende desde as manifestações humanas pré-históricas até os dias atuais. De um ponto 
de vista territorial, engloba todas as áreas onde há ocupação humana. A arte pode abranger uma 
vasta relação de atividades: as artes visuais, a poesia, a música, a dança, os espetáculos e outras 
manifestações. Do ponto de vista dimensional, têm-se cidades inteiras, obras de arquitetura, 
esculturas, gravuras e outros exemplos que podem demonstrar a variedade de dimensões que a 
arte pode ter. Há ainda uma ampla gama de técnicas que podem ser apropriadas para a produção 
de obras artísticas.
O conceito de arte é ligado ao trabalho humano e a relação entre a atividade operacional e a 
mental. A razão está presente na fabricação dos objetos artísticos, em uma técnica empregada e 
na ordenação lógica de ideias para a expressão de um resultado. Mas a obra escapa do domínio 
puramente racional, há a emoção, o espanto, a intuição e as associações. A arte pode assumir 
função prática, representativa, ornamental e tantas outras. Um objeto assume valor artístico 
quando a sua forma, isto é, aquilo que é visível, adquire um significado a uma consciência.
1.1 Valor artístico
O conceito de arte não é comum a todas as culturas, cada qual possui uma maneira específica 
de a conceber e interpretar. Ao julgar um objeto artístico, “gosto” ou “não gosto”, constrói-se 
uma relação que depende de instrumentos internos do observador, não é dependente somente 
daquilo que o artista quis expressar através da obra. Assim se percebe que o juízo e o valor 
artístico não são definitivos, dependem da época, da cultura e de quem a faz e de quem a observa 
(COLI, 1995).
O parâmetro para juízo de valor artístico ao longo do tempo variou. Houve épocas onde 
se observava a fidelidade na reprodução da natureza, conformidade com regras e formas de 
composição, havia um significado religioso, narrava-se um fato histórico ou outros parâmetros. 
Atualmente vivemos em um meio com a valorização da ciência, sendo a história e a ciência que 
estudam as ações do homem. Um dos atuais parâmetros de juízo de valor artístico é a história. 
Cada obra é localizada no tempo, no espaço e na situação em que foi produzida, assim pode ser 
avaliada por sua relevância e consequências dentro de um contexto histórico (ARGAN, 1994).
1.2 História da arte
O estudo da história da arte busca a compreensão dos fenômenos artísticos a partir da 
análise de um conjunto de elementos que são tomados como objeto de pesquisa. Os objetos 
possuem semelhanças e diferenças que permitem caracterizá-los e agrupá-losem conjuntos que 
conformam períodos históricos. Os objetos artísticos possuem uma ligação íntima com o contexto 
12
cultural em que estão inseridos. Eles promovem a cultura, mas são promovidos por ela também 
(COLI, 1995).
2 ARTE NO ANTIGO EGITO
A civilização do Antigo Egito se desenvolveu ao longo do vale do Rio Nilo, um dos maiores 
rios do mundo, no norte da África, durante 3000 anos. Pode-se dividir o período da civilização 
do Antigo Egito em três fases: Reino Antigo (2649 – 2134 a.C.), Reino Médio (2030 – 1640 a.C.) e 
Reino Novo (1550 – 1070 a.C.).
Para compreender o Antigo Egito deve-se considerar o Rio Nilo, pois seus ciclos determinavam 
a vida dos egípcios. Havia a época de cheias do rio, quando as inundações promoviam terras 
férteis e então a época de plantio e colheita. O rio também era utilizado para comunicação e 
navegação entre o alto e o baixo Nilo. O território possuía barreiras naturais como as montanhas, 
o deserto e o mar mediterrâneo, assim, em um ambiente protegido houveram períodos de paz e 
prosperidade que permitiram grandes avanços em diversas áreas. No ano de 30 a.C. aconteceu o 
domínio Romano e o Egito se tornou uma província de Roma.
A sociedade no Antigo Egito era hierarquizada e rígida. Com pouca mobilidade social, 
era formada pelo Faraó, nobreza e sacerdotes, escribas e exército, artesãos e comerciantes, 
camponeses e escravos. O governo era centrado na figura do Faraó, considerado filho dos deuses. 
A religião era predominantemente politeísta (crença a vários deuses) estes se manifestavam no 
mundo de diversas formas. No Egito Antigo havia a crença na vida após a morte que acabou por 
influenciar no desenvolvimento da arte Egípcia (FARTHING, 2011).
2.1 Características
Os temas das artes no Antigo Egito eram predominantemente funerários e religiosos, ligados 
a vida após a morte e ao culto aos deuses. Junto a estes temas principais apareciam a vida 
cotidiana, a colheita, criação de animais e temas da natureza. A arte se manifestou de diversas 
formas geralmente de porte monumental e suntuoso, com a utilização de cores, formas naturais 
e padrões geométricos (FARTHING, 2011).
2.2 Pintura
Pode-se destacar algumas particularidades da pintura egípcia. Uma das principais é a 
“bidimensionalide”. Como pode ser observado na figura “Detalhe: Pintura Egípcia”, a imagem 
humana se apresenta distorcida, a cabeça é representada em perfil enquanto os olhos são vistos 
de frente. O corpo da figura apresenta o tórax visto de frente e os membros inferiores e os pés 
são vistos de perfil. Não há perspectiva nas representações (BECKET, 2006).
13
Figura 1 - Detalhe de uma pintura egípcia 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos a pintura de duas figuras em uma parede. A esquerda um deus 
com cabeça de ave e a direita uma figura humana. Compõem ainda a pintura pequenos desenhos e 
símbolos de fundo.
Na pintura egípcia a representação de figuras de deuses e de faraós eram sempre maiores que as 
demais, o que reforçava aspectos de hierarquia e superioridade. As pinturas narravam histórias através 
de uma sequência de figuras, muitas vezes acompanhadas de hieróglifos (sistema de escrita egípcia) 
que auxiliava na contextualização e transmissão de mensagens. Além das representações principais 
com motivos religiosos haviam aquelas com cenas do cotidiano, como na figura “Inspecionando os 
campos para Nebamun”, pintura encontrada em um túmulo no Antigo Egito (FARTHING, 2011).
Figura 2 - Inspecionando os campos para Nebamun 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos uma placa da parede um túmulo com a pintura de figuras 
humanas e de animais simulando o trabalho no campo.
14
2.3 Escultura
A escultura no Antigo Egito foi explorada em diversas escalas, desde pequenas estátuas em 
cerâmica, estátuas em tamanho natural até colossos em pedra maciça, como no caso da figura 
“Templo de Abu Simbel”. Em geral a postura das estátuas eram rígidas, com expressão precisa.
Figura 3 - Templo de Abu Simbel, Aswan 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos a fachada de um templo escavado na rocha, ao lado de sua 
entrada quatro grandes estátuas esculpidas em pedra.
Outra técnica artística utilizada pelos egípcios era esculpir peças em baixo relevo. Assim como 
na pintura, predominava a representação das figuras em perfil, com as figuras principais em 
tamanhos maiores e com os súditos em tamanho reduzido. Neste caso, em geral, havia poucos 
elementos de fundo, predominavam os hieróglifos contextualizando a cena. Os baixos-relevos 
eram executados em diversas escalas, desde placas menores em paredes, até em fachadas 
inteiras como no caso da figura “Templo de Hórus” (FARTHING, 2011; COLE, 2011).
Figura 4 - Templo de Hórus, local: Edfu 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos a fachada de uma grande edificação em pedra, ao lado do portão 
de acesso desenhos em baixo relevo de figuras divinas.
15
2.4 Arquitetura
As principais estruturas arquitetônicas do Antigo Egito localizavam-se em uma área específica 
destinada aos ritos funerais e ao culto aos deuses, não dentro da cidade onde ocorria a vida 
cotidiana. Assim como a arte, a arquitetura mais desenvolvida era aquela ligada aos ritos 
funerários e à adoração aos deuses, ainda que houvessem arquitetura de palácios, residências 
e outros (CHING, 2006; COLE, 2011). A seguir, conheceremos alguns exemplos arquitetônicos:
a) Mastaba: São os túmulos das primeiras dinastias de faraós, procuravam ser estruturas resistentes 
e duradouras, pois seriam a morada na vida após a morte. Internamente haviam divisões de ambientes e 
decorações nas paredes. Na figura “Mastaba: simulação” percebe-se a simplicidade formal.
Figura 5 - Mastaba: simulação 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos a simulação de uma estrutura trapezoidal em pedra.
b) Pirâmide: São os elementos arquitetônicos mais associados ao Antigo Egito. A “pirâmide 
escalonada” é uma das primeiras versões, formada por 6 degraus, e se assemelha a mastabas 
empilhadas. Exemplo na figura “Pirâmide Escalonada”.
Figura 6 - Pirâmide Escalonada, local: Saqqara 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos uma grande estrutura de pedra em formato de pirâmide dividida 
em degraus.s
16
As pirâmides lisas de Gizé (Quéops, Quéren e Miquerinos) marcam o auge deste tipo de 
construção, o desenvolvimento da matemática, da engenharia e o domínio de técnicas obtiveram 
uma geometria apurada. Na figura “Pirâmide de Gizé e Esfinge” percebe-se a monumentalidade 
da pirâmide e também a monumentalidade da Esfinge que faz parte do complexo funerário. 
Internamente as pirâmides possuíam corredores de circulação que conduziam às câmaras 
funerárias e outras salas internas que não recebiam luz natural.
Figura 7 - Pirâmide de Gizé e Esfinge, local: Gizé 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos no primeiro plano uma grande estátua em pedra, a estátua é 
uma esfinge: possui corpo de leão e uma cabeça humana. No segundo plano uma grande estrutura 
em pedra em formato de pirâmide.
c) Túmulos cavados na rocha: Com o tempo os faraós adotaram câmaras cavadas em morros 
como túmulos. Uma série de tuneis e ambientes compunham a estrutura. Internamente eram 
decorados com pinturas nas paredes como na figura “Interior Túmulo de Ramsés III”. Sistemas de 
pisos e câmaras falsas protegiam os túmulos de violações.
Figura 8 - Interior do túmulo de Ramsés III 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos um corredor central subterrâneo com colunas laterais decoradas 
em baixo relevo pintado
17
Um exemplo célebre deste tipo de sítio é o “Vale dos Reis” onde se localizam várias tumbas, 
inclusive a do Faraó Tutancâmon que reinou no Antigo Egito de 1333 – 1323 a.C.). A tumba 
manteve-se intacta por milênios e preservou alguns um dos mais famosos exemplares de arte 
egípcia. Na figura “Máscara mortuária de Tutancâmon” pode-se perceber a grandeza da arte 
funerária, pois é feita em ouro elápis-lazúli com detalhes e simbologias.
Figura 9 - Máscara mortuária de Tutancâmon 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos uma máscara mortuária em outro com a face de um homem que 
utilizada touca típica dos faraós (nemes). Destaca-se as listras em dourado e azul da touca.
d) Templos: Os templos eram estruturas que abrigavam a devoção aos deuses, formados por 
uma série de espaços que, quanto mais se adentravam ao templo, mais sagrado era o local e mais 
restrito era o acesso. A entrada era geralmente marcada por grandes estátuas e desenhos em 
baixo relevo com a representação dos deuses e dos faraós. Na figura “Templo de Karnak” têm-se 
um exemplo do templo e seu acesso através de uma série de estátuas.
18
Figura 10 - Templo de Karnak, local: Tebas 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos um amplo corredor de acesso, nas duas laterais há uma série de 
grandes estátuas em pedra.
Pode-se destacar ainda outros elementos que compunham a arte e a arquitetura no Antigo Egito:
Obelisco: Grande pilar quadrado de pedra maciça com topo piramidal, era utilizado na 
decoração de templos, como exemplificado na figura “Obelisco no Templo de Karnak”. Muitas 
vezes possuía inscrições em hieróglifos em suas laterais.
Figura 11 - Obelisco no Templo de Karnak, local: Tebas 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos ruínas de edificações em pedra e ao centro se destaca um bloco 
de pedra monolítico vertical com inscrições em suas laterais.
Colunas: Elementos estruturais muitas vezes ornamentados e com capitéis inspirados em 
vegetações como flor de lótus, palmeiras, papiros e também em motivos humanos. Na figura 
“Coluna e Capitel do Templo de Karnak” têm-se um exemplo de capitel com motivos vegetais e 
detalhes de hieróglifos no corpo da coluna.
19
Figura 12 - Coluna e Capitel do Templo de Karnak, local: Tebas 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos uma série de colunas em pedra com inscrições de hieróglifos e 
capitel com motivos florais.
3 ARTE NA GRÉCIA ANTIGA
A civilização da Grécia Antiga se desenvolveu a partir da península grega, estendendo-se no mar 
Egeu. Ao leste alcançou a Ásia Menor, ao sul a costa Africana e a oeste a Sicília. A história da Grécia 
Antiga pode ser compreendida em três grandes fases: Grécia Arcaica (750 - 500 a.C.); Grécia Clássica (500 
- 323 a.C.); Período Helenístico (323 – 30 a.C.). Anteriormente têm-se o período pré-clássico formado 
pela Civilização Minoica (1650 – 1450 a.C.), baseada na Ilha de Creta, e a Civilização Micênica (1600 – 
1200 a.C.), uma cidade no continente. Estas civilizações desenvolveram a Arte Egeia que influenciou a 
formação da civilização Grega. No ano 30 a.C. a Grécia foi anexada ao Império Romano e passou a estar 
sob o domínio do imperador Augusto. A geografia acidentada da península grega dificultava a circulação 
e a comunicação entre os povos que ali habitavam, assim, o isolamento destes povos favoreceu o 
desenvolvimento de cidades-estados, cidades autônomas sem um governo central a todas.
A geografia também não favorecia a agricultura e o cultivo em grande escala, por outro lado 
constituía portos naturais que auxiliavam na navegação. O mar era utilizado para a comunicação 
FIQUE DE OLHO
A arte e arquitetura egípcia influenciaram outros povos ao longo do tempo, suas técnicas, 
matérias e formas foram exploradas em diferentes períodos. Hoje pode se perceber elementos 
que remontam ao Antigo Egito no mundo contemporâneo, como por exemplo, as estruturas 
piramidais de aço e vidro construídas em 1898 no acesso ao museu do Louvre em Paris, França.
20
entre as ilhas, para transporte e comércio de produtos. No período pode-se destacar as cidades-
estados de Atenas e Esparta.
A sociedade da Grécia Antiga contribuiu para a formação do mundo ocidental com a Democracia, 
uma forma de governo onde os cidadãos possuíam direito de participar. A religião era politeísta 
marcada pelo caráter humanista dos deuses, isto é, eles possuíam características humanas. A arte 
se desenvolveu no culto aos deuses como Zeus (deus dos deuses), Apolo (deus do sol), Artêmis 
(deusa da caça), Afrodite (deusa do amor) e outros (FARTHING, 2011; COLE, 2011).
3.1 Características
A arte na Grécia Antiga, de forma geral, é caracterizada pela busca do equilíbrio entre a beleza, 
harmonia e proporção. Notadamente ao longo do tempo se percebe maior apuração das técnicas 
e mudanças na forma de composição. Na Grécia houve grande desenvolvimento da escultura e 
da pintura, entretanto, muito da pintura se perdeu com o tempo.
3.2 Pintura
A pintura era utilizada na decoração de objetos, como nas ânforas e outros itens de cerâmica. 
Utilizava padrões simples e lineares com influência das culturas precedentes Minoica e Micênica. 
No período Arcaico, a pintura de vasos cerâmicos também foi explorada e os temas eram variados 
como cenas mitológicas, aspectos da vida cotidiana, ritos funerários, competições esportivas e 
feitos heroicos (BECKET, 2006; FARTHING, 2011).
Pode-se destacar dois estilos, ou técnicas:
a) Estilo figura negra: as figuras se destacavam em negro em um fundo avermelhado. O 
desenho das figuras pintadas em preto se sobressaem no fundo em argila não esmaltada. Na 
figura “Vaso com pintura estilo figura negra” percebe-se a representação de uma cena de luta, 
ornamentos florais e geométricos.
b) Estilo figura vermelha: o esquema de cores é invertido, as figuras aparecem em tom 
avermelhado como a argila não esmaltada e o fundo em preto esmaltado. Com esta técnica era 
possível maior riqueza de detalhes.
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Figura 13 - Vaso com pintura estilo figura negra 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos um vaso com duas alças, destaca-se a cor avermelhada do vaso 
com uma cena de luta pintado na cor preto.
3.3 Escultura
O primeiro período (Arcaico) da escultura da Grécia Antiga é marcado pela influência egípcia, 
um arquétipo simétrico e inicialmente geométrico. Haviam dois tipos de esculturas: o kouros, 
um nu masculino em pé e a kore, uma jovem vestida. Como pode ser visto na figura “Kouros 
de Anavissos”, a estátua representava o ideal grego do ser humano: jovem, belo, livre e do sexo 
masculino. Muitas esculturas se apresentam atualmente monocromáticas, no próprio material 
(mármore) que foram esculpidas, entretanto eram decorados com pinturas coloridas.
Figura 14 - Kouros de Anavissos, local: Ática, ano: 530 a.C 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem uma estátua em mármore de um nu masculino, em pose rígida.
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O segundo período (Clássico) se desenvolve em um contexto histórico de prosperidade, 
crescimento da cultura grega na literatura, filosofia e artes. A escultura deste período buscou 
poses de ação e movimento, como observado no exemplo na figura “Agias”. Detalhes como joelho 
dobrado, a cabeça inclinada e expressão contemplativa trazem movimento e reflexão, a figura 
parece mais natural e humanizada.
Figura 15 - Agias, local: Farsala, século V a.C. 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem uma estátua em mármore de um nu masculino, os joelhos levemente 
dobrados sugerem movimento e a cabeça inclinada sugere reflexão.
No terceiro período (Helenístico), a arte grega é disseminada em várias partes do mundo 
antigo pelas conquistas de Alexandre, o Grande. As esculturas se destacavam pelo movimento 
que transmitiam, expressões e poses contorcidas, como é representado na figura “Laocoonte”. 
Tensões físicas e psicológicas podiam se evidenciar na face das esculturas. Além das representações 
de feitos heroicos, deuses e a mitologia, surgem representações de temas relacionados ao humor, 
retratos e o nu feminino (anteriormente a figura feminina era representada vestida). Nesse 
período a arte passou também a ser utilizada para embelezar casas e palácios.
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Figura 16 - Laocoonte, local: Roma 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem uma estátua em mármore. A figura central é um homem, há um jovem 
no lado esquerdo e um outrono lado direto. A representação de uma cobra os ataca, as figuras se 
contorcem e possuem expressão de sofrimento.
3.4 Arquitetura
A arquitetura da Grécia Antiga refletia os ideais de beleza ligados à matemática e às 
proporções. Uma medida utilizada para alcançar as ideias era um módulo que correspondia ao 
diâmetro da base de uma coluna. O sistema mais clássico utilizado na arquitetura era o de colunas 
e vigas com pouco uso de arcos. Os materiais utilizados comumente para construção eram pedras 
e mármores, estruturas de telhado em madeira e cobertura com telhas de terracota. Assim como 
as esculturas, as estruturas arquitetônicas também eram caracterizadas pela policromia, detalhes 
eram muitas vezes realizados com pinturas (CHING, 2006; COLE, 2011).
A cidade grega possuía uma Acrópole, como pode ser visto na figura “Acrópole de Atenas”. 
Trata-se de uma cidadela localizada na parte mais elevada da cidade, um local sagrado onde se 
encontravam templos e tesouros. Na porção mais baixa da cidade destaca-se a Ágora, espaço onde 
ocorriam relações comerciais, ou a praça pública da cidade onde ocorriam reuniões populares e 
políticas. A Ágora geralmente era circundada por edifícios e pórticos (CHING, 2006).
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Figura 17 - Acrópole de Atenas 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem uma vista da cidade de Atenas, sobre um monte as ruínas de templos, 
no entorno na porção mais baixa no terreno o restante da cidade.
A busca dos gregos por uma harmonia em suas edificações levou a definição de regras 
de composição para a edificação. Cada estilo de arquitetura clássica é caracterizado pelo tipo 
de coluna e entablamento adotados. A coluna é o elemento vertical cilíndrico da estrutura e 
é composta basicamente por uma base, o fuste e o capitel. Por sua vez, o entablamento é a 
estrutura horizontal apoiada sobre as colunas (CHING, 2006).
a) Ordem Dórica: É a mais antiga e simples dentre as ordens, caracteriza-se por coluna canelada, 
desprovida de base e capitel sem ornamentos. Representa solidez e traz um caráter masculino.
Figura 18 - Representação da Ordem Jônica 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos o desenho do detalhe do capitel da ordem Dórica, a coluna com 
frisos longilíneos na vertical e no topo capitel sem ornamentos.
b) Ordem Jônica: Aparece na Grécia da Ásia Menor, possui coluna canelada, base e capitel 
com volutas. As volutas são ornamentos em espiral que se assemelham a um pergaminho 
enrolado, como observado na figura “Representação da Ordem Jônica”. Inspiravam leveza, 
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fantasia e elegância.
Figura 19 - Representação da Ordem Jônica 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos o desenho do detalhe do capitel da ordem Jônica, a coluna com 
frisos longilíneos na vertical e no topo duas espirais em cada lado da coluna.
c) Ordem Coríntia: É a ordem mais ornamentada desenvolvida pelos gregos, entretanto, foi 
utilizada em maior destaque pelos romanos. Possui características semelhantes ao estilo Jônico, 
porém com proporções mais delgadas. Capitel decorado com motivos vegetais: folhas de acanto como 
pode ser visto na figura “Representação da Ordem Coríntia”. Possui caráter feminino e delicado.
Figura 20 - Representação da Ordem Coríntia 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos o desenho do detalhe do capitel da ordem Coríntia, com 
elementos que remetem a folhas.
d) Cariátide: Coluna constituída pela escultura de figuras femininas utilizada para sustentar o 
entablamento. Exemplo mais célebre pode-se observar na figura “Cariátides de Erectêion”, onde 
no pórtico sul do templo é utilizado este estilo.
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Figura 21 - Cariátides de Erectêion 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem um templo grego em ruínas, destaque para um pórtico (ou tribuna), 
onde há uma cobertura sustentada por seis pilares em formatos de corpos femininos.
Os templos eram estruturas arquitetônicas da Grécia Antiga onde se destacara o uso das 
regras matemáticas de proporção. Em cada templo era adotado somente uma ordem e, em 
algumas situações, adotava-se uma ordem internamente e outra externamente. O templo era 
o santuário da divindade a qual o templo era consagrado, o ingresso não era destinado a todos, 
somente aos sacerdotes a pessoas específicas (COLE, 2011).
Havia uma grande preocupação com o efeito externo. A planta básica era basicamente 
retangular circundada por uma colunata, estas características podem ser observadas na figura 
“Templo de Concordia”. Internamente o templo era dividido em três partes: vestíbulo ou pórtico 
de acesso, santuário com a estátua da divindade e o alpendre posterior (CHING, 2006).
Figura 22 - Templo de Concordia, local: Sicília 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem um templo grego em ruínas, destaque a elementos básicos da 
arquitetura, base em degraus, colunata, entablamento e frontão.
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Na fachada do templo se destacava a colunata e o frontão. O frontão é a empena triangular 
da fachada principal, apoiada nas colunas e no entablamento, muitas vezes era decorado com 
motivos religiosos. Na figura “Reconstrução virtual do Parthenon” pode-se observar o templo em 
sua completude, destaque para o frontão com as estatuas que representam uma disputa entre 
deusa Atenas e o deus Poseidon (CHING, 2006).
Figura 23 - Reconstrução virtual do Parthenon 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem a reconstrução virtual de um templo grego, um edifício retangular com 
uma série de colunas no entorno, a cobertura é em formato triangular com esculturas.
Outra estrutura que se destaca eram os teatros, locais onde aconteciam uma das formas de 
expressão mais característicos da arte grega. No teatro grego encenavam-se os gêneros clássicos: 
a tragédia e a comédia. A estrutura era a céu aberto, normalmente em uma encosta, de forma 
semicircular onde se localizavam os assentos.
4 ARTE NA ROMA ANTIGA
A Roma Antiga se desenvolveu na porção central da península itálica e abrangeu no seu auge 
territórios que iam desde as ilhas britânicas, passando por toda a Europa e alcançando Grécia, 
norte da África, Oriente Médio até o Mar Cáspio. A civilização precedente era o povo Etrusco que 
habitava a península e deixou legados para a arte e a arquitetura romana. Outra grande influência 
foi a cultura grega da qual Roma se apropriou de muitas características. A história da Roma Antiga 
FIQUE DE OLHO
Estilos arquitetônicos ao longo do templo reviveram elementos da Antiga Grécia, no período 
Romano, na Renascença e no período Neoclássico. O neoclassicismo foi apropriado em larga 
escala na Europa e na América do Norte, adotado em muitos edifícios públicos e civis, como 
sedes governamentais, instituições de ensino e outros.
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é compreendia em dois principais períodos: República (509 – 27 a.C.) e Império (27 a.C. – 476 d.C.).
Roma possuía uma política de expansão de territórios, a forma de governo superou as 
cidades-estados e unificou diferentes povos sobre um mesmo governo. Assim como a cultura 
grega, a romana exerceu papel fundamental na formação da sociedade ocidental. As leis e o 
direito romano que conseguiam ser aplicadas a tantos povos diferentes influenciaram o mundo 
moderno. Tal dimensão territorial que a Roma Antiga atingiu e o longo período de duração da 
civilização (aproximadamente mil anos) dificultam até mesmo na definição de uma arte romana 
(FARTHING, 2011).
4.1 Características
A arte romana combinou elementos etruscos e gregos. Muitos aspectos da arte grega eram 
reproduzidos e inclusive copiados, mas se pode identificar contribuições originais da arte romana 
principalmente na pintura, escultura, arquitetura e na arte de mosaicos.
4.2 Pintura
A pintura romana era executada sobre bases de madeira (as quais não se conservaram com o 
tempo) e em murais de paredes. As pinturas murais utilizavam a técnica do afresco, onde se pintava 
sobre uma superfície de argamassa recém aplicada ainda úmida, o que garantiu maior durabilidade. 
Os registros deste tipo de pinturase preservaram nas cidades de Pompeia e Herculano.
Figura 24 - Villa dei Misteri, local: Pompeia 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem pintura realizada em uma parede, são representadas figuras humanas 
femininas com poses diversas em um ritual, há a representação de elementos arquitetônicos na 
pintura como se as figuras humanas estivem dentro de um ambiente.
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Pode-se identificar temas naturais como plantas, flores, pássaros, paisagens e natureza morta, 
as pinturas em geral buscavam o realismo (BECKET, 2006). Identifica-se quatro estilos de pintura:
Primeiro estilo ou Estilo de alvenaria
Relevos pintados sobre o reboco que lembravam mármores coloridos;
Segundo estilo
Representava elementos arquitetônicos como peitoris e colunas junto a cenas de paisagens, 
como se fosse a vista a partir de uma janela. Para tal se utilizava efeitos de luz e sombra. Na 
figura “Villa dei Misteri” têm-se um exemplo preservado deste estilo, a cena retrata um ritual com 
mulheres e elementos arquitetônicos pintados o que ressalta o aspecto de tridimensionalidade;
Terceiro estilo
Figuras bidimensionais e paisagens livres em meio a desenhos ornamentais;
Quarto estilo
Uma combinação do segundo e terceiro estilo, que compunham vários níveis espaciais.
4.3 Escultura
As esculturas Romanas eram caracterizadas pela execução de bustos realistas, representações 
religiosas ou mitológicas e representação de feitos militares que eram utilizados para fins 
de propaganda política. Estátuas de imperadores em tamanho real e monumentos públicos 
retratavam o poder e os ideais políticos da época, como exemplo a estátua do Imperador Augusto 
na figura “Augusto de Prima Porta” e figuras equestres. Também eram produzidas esculturas em 
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baixo e alto relevo com cenas de batalhas, lendas, caça e outros (FARTHING, 2011).
Figura 25 - Augusto de Prima Porta, local: Roma 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem a estátua em mármore de um imperador romano, com vestes militares, 
pés descalços, ele aponta mão para o alto como se pronunciasse um discurso, segura uma túnica e um 
bastão consular. A baixo a esquerda há a figura do cúpido.
4.4 Mosaico
O desenvolvimento do mosaico foi uma das mais importantes contribuições romanas para 
a área das artes. Os mosaicos eram aplicados em grandes e importantes edificações e até 
em residências. Os temas eram variados, com a representação humana, natureza, padrões 
geométricos e outros. Na figura “Cena de Caça em Mosaico” têm-se um exemplo desta arte. 
Utilizava-se materiais de grande resistência, como mármores, uma vez que eram aplicados 
também como pavimento.
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Figura 26 - Cena de caça em mosaico romano, local: Mérida 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos um mosaico com a representação de um homem montado em 
um cavalo, ele está armado com um escudo e uma lança. O homem aponta a lança para um animal, 
semelhante a uma pantera, como num ato de caça. Completam a imagem representação de vegetação 
e uma moldura de faixas entrelaçadas.
4.5 Arquitetura
A arquitetura Romana se caracteriza pela fusão de tradições etruscas, gregas e o uso de 
tecnologias construtivas próprias, como tijolos e concreto. Dos etruscos destaca-se a utilização 
de arcos e abóbodas, dos gregos as ordens e estilos. Dava-se grande importância ao aspecto 
funcional das obras, especialmente aquelas de grandes dimensões (CHING, 2006; COLE, 2011).
Os arcos eram elementos amplamente utilizados, permitiam maiores vãos entre os pilares (em 
relação a tradicional arquitrave) e exigiam o domínio de técnica de construção. O arco era utilizado 
em edificações e em obras de infraestrutura como pontes e aquedutos. Na figura “Aqueduto 
Romano” tem-se um exemplo de aqueduto formado por arcos de pedra (CHING, 2006; COLE, 2011).
Figura 27 - Aqueduto Romano, local: Segóvia 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos uma estrutura longilínea em pedra formada por uma série de 
arcos. Possui dois níveis de arcos.
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A abóboda, como um arco expandido em linha reta, formava um teto curvo para cobertura de 
uma sala. A cúpula era outro elemento utilizado para cobertura, como um arco que faz um giro de 
360º. Na figura “Panteão” o referido templo é um exemplo da utilização da cúpula que possuía um 
raio de 43 metros e no alto um óculo (abertura circular que permitia a entrada de luz) (CHING, 2006).
Figura 28 - Panteão, local: Roma, ano: 128 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos o desenho da sessão transversal de um templo romano, onde se observa 
a grande cobertura em formato de cúpula, o topo da cúpula aparece aberto o que representa o óculo.
Como já enunciado, a arte romana se apropriou de elementos da arte grega. O mesmo ocorreu 
com as ordens dórica, jônica e coríntia que foram incorporadas e modificadas na arquitetura 
romana (CHING, 2006). Foram desenvolvidas outras duas ordens:
a) Ordem Toscana: tem origem na arquitetura etrusca e no dórico, possui coluna, capitel 
e entablamento lisos, e também possui uma base. Pode ser observado na “Representação da 
Ordem Toscana” que a ordem inspira mais rusticidade em relação as demais.
Figura 29 - Representação da Ordem Toscana 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos o desenho do detalhe do capitel da ordem toscana, uma coluna 
lisa, com um friso e capitel simples.
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b) Ordem Compósita: Uma criação romana com união da ordem dórica e de capitel jônico. Na 
figura “Representação da Ordem Compósita” destaca-se as volutas dispostas diagonalmente e a 
presença de folhas de acanto. Era um dos estilos mais empregados e associados a Roma.
Figura 30 - Representação da Ordem Compósita 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos o desenho do detalhe do capitel da ordem compósita, 
representam folhas vegetais e espirais.
A arquitetura romana construiu grandes obras como os Anfiteatros. Na figura “Vista Aérea do 
Coliseu” percebe-se o edifício em formato oval (alguns anfiteatros eram circulares) com acentos 
em seu entorno, no centro se realizavam espetáculos como as lutas de gladiadores. O Coliseu 
na cidade de Roma é o maior exemplo deste tipo de edificação, comportava até 50 mil pessoas. 
Na sua fachada tem-se o uso das ordens clássica, no primeiro pavimento a ordem toscana, no 
segundo pavimento a ordem jônica e no último pavimento a ordem coríntia (COLE, 2011).
Figura 31 - Vista Aérea do Coliseu, local: Roma, ano: 80. 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos a vista aérea atual das ruínas de um anfiteatro romano, uma 
grande construção em formato oval. Sua estrutura é composta por uma série de arcos. Destaca-se a 
sua dimensão em relação do resto da cidade.
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O teatro romano por sua vez é baseado no formato do teatro grego em semicírculo, entretanto, 
era erguido a partir do nível do solo (não em uma encosta). Outras edificações se destacavam 
como: Templos (dedicados aos deuses); Fórum (praça pública, local de reunião popular, vida 
jurídica e comercial da cidade); Arco do Triunfo e Colunas (monumentos comemorativos); Estádios 
esportivos; Termas e outras edificações. Na figura “Arco de Tito” observa-se um arco do triunfo 
executado para homenagear o Imperador Tito pela conquista de Jerusalém, a ordem utilizada é a 
compósita (CHING, 2006; COLE 2011).
Figura 32 - Arco de Tito, local: Roma, ano: 81 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos uma estrutura em arco de grande dimensão.
Assim como a arte grega, a arte romana foi uma das principais influências de períodos 
artísticos seguintes como o Renascimento no século XV e o Neoclássico no século VXIII. A arte 
grega e a arte romana compõem a chamada “Antiguidade Clássica”.
FIQUE DE OLHO
Além da questão de estilos e ordens, a tipologia dos edifícios romanos foram transmitidas e 
influenciaram outros períodos da história da arte e da arquitetura. Um exemplo é a Basílica, 
um edifício longo junto ao fórum romano utilizado para reuniõespúblicas. O edifício 
era caracterizado por um espaço central de grande altura, uma abside semicircular na 
extremidade e uma série de colunatas. A basílica romana serviu de modelo para as igrejas 
cristãs primitivas e inclusive o nome é atualmente empregado dentro do contexto de um 
templo cristão.
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5 ARTE NO RENASCIMENTO
O Renascimento aconteceu no início do século XV, iniciou na cidade italiana de Florença e depois 
se expandiu para outras cidades. O período é marcado pela transição entre a Idade Medieval e a Idade 
Moderna. Neste período há o interesse na “Antiguidade Clássica”, na superação de valores medievais 
e no aparecimento do humanismo e do antropocentrismo, o homem como centro do universo.
Alguns fatores fazem Florença ser o berço do renascimento, era uma cidade em pleno 
desenvolvimento, possuía um governo em forma de república e havia um período de estabilidade. 
Na figura “Vista de Florença” têm-se um panorama da cidade com destaque a catedral e sua 
cúpula. A cúpula foi uma das primeiras obras de arquitetura do Renascimento. Projetada por 
Brunelleschi foi a maior cúpula erguida desde a antiguidade (COLE, 2011).
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Figura 33 - Vista de Florença 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos uma vista aérea de uma cidade, a grande dimensão e os detalhes 
da catedral se sobressaem.
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Em Florença destacava-se uma classe social burguesa que passou a ter papel fundamental 
na sociedade devido ao poder econômico adquirido. O papel se estendia da política até a 
cultura, naquele ponto não somente a igreja, mas esta classe também passou a apoiar artistas. 
O mecenato permitiu uma intensificação da atividade artística e a família Médici foi uma das 
responsáveis (FARTHINF, 2011).
A aproximação à cultura clássica, à filosofia, à literatura, mitologia e principalmente a 
descoberta dos “Códices de Vitruvius” promoveram uma visão mais humanista. O homem e seus 
feitos passaram a ser o centro do mundo Junto a isso, uma visão mais racional de mundo com 
valorização das ciências naturais: observação da natureza e a experimentação. Mesmo assim, o 
conhecimento teológico cristão continuou a ser explorado (FARTHING, 2011).
A renascença teve seu início em Florença, e na sequência, ocorre a Alta Renascença ocorrida 
principalmente na cidade de Roma. Os artistas foram para Roma fomentados pela igreja e pelos 
papas, lá puderam desenvolver importantes obras e aprofundar in loco suas pesquisas na arte 
clássica romana.
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5.1 Características
A arte renascentista trabalhava com temas religiosos, mas também fez a retomada de temas 
históricos e da mitologia grega e romana. O realismo é uma das características. O mundo é 
observado para ser compreendido em sua complexidade. Por exemplo, o artista Leonardo da 
Vinci, fez vários estudos a respeito da anatomia humana e, para representá-la com realismo, 
buscou proporções que encaixam o homem dentro de proporções matemáticas.
Na figura “O homem Vitruviano” podemos visualizar um pouco desta pesquisa, há duas 
imagens de um homem sobrepostas e suas proporções se encaixam dentro de um círculo e um 
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quadrado, figuras racionais que enunciam o homem como a medida das coisas (BECKET, 2006; 
FARTHING, 2011).
Figura 34 - O Homem Vitruviano. Artista: Leonardo Da Vinci, ano: 1492 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos a reprodução do desenho do artista onde há dois corpos nus 
masculinos sobrepostos, um em posição ereta e outro com os braços e pernas abertas. Os desenhos 
são inscritos em um círculo e um quadrado de forma perfeita.
5.2 Pintura
Na pintura renascentista destaca-se o desenvolvimento de técnicas como a da perspectiva 
linear, o sfumato e uso da tinta a óleo. A perspectiva linear dava ao artista a capacidade de criar 
profundidade em uma superfície plana pois, através de um sistema matemático era possível 
calcular a proporção das figuras em relação a posição que ocupavam na cena. Junto à perspectiva, 
os efeitos de luz e sombra davam ainda mais tridimensionalidade e faziam a pintura parecer quase 
uma escultura. Na figura “Escola de Atenas” tem-se o afresco executado por Rafael, observa-se 
o uso da perspectiva e o apreço pelo período clássico. Esse apreço se destaca pela ambientação 
com as ordens clássicas e a representação de filósofos, matemáticos, astrônomos e cientistas da 
antiguidade (BECKET, 2006; FARTHING, 2011).
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Figura 35 - Escola de Atenas. Artista: Rafael, local: Vaticano, ano: 1511 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos a pintura de uma basílica, destacam-se os arcos e os tetos em 
abóbodas, a utilização de elementos clássicos na pintura da arquitetura, uma escadaria e a pintura 
uma série de homens em poses de reflexão e conversa.
Outra técnica apurada na pintura era o sfumato, onde o artista fazia uma suave transição 
entre as cores diferentes na pintura, criando uma sensação de distanciamento. Uma das obras 
mais célebres que utiliza a técnica é a Mona Lisa de Leonardo Da Vinci, executada no ano de 1506 
(BECKET, 2006; FARTHING, 2011).
5.3 Escultura
A escultura na história aparece geralmente junto a uma obra arquitetônica ou ornamentação, 
no renascimento há um fortalecimento da sua independência enquanto arte. Há uma busca pelo 
realismo e o interesse pela figura humana, seu corpo e expressões. Na figura “Davi” pode-se 
perceber o domínio da anatomia para a produção de esculturas. A escultura do Renascimento 
usou vários tipos de materiais, principalmente o mármore, mas foram produzidas peças em bronze 
e madeira também. A escultura no renascimento foi explorada através de alto e baixo relevo na 
composição de painéis que retratavam histórias religiosas. São reconhecidas as concorrências 
entre artistas para a execução de obras que seriam aplicadas nas portas de templos (BECKET, 
2006; FARTHING, 2011).
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Figura 36 - Davi, Artista: Michelangelo, local: Florença, ano:1504 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos a escultura de Davi, um homem nu esculpido em mármore, 
percebe-se sua monumentalidade e o realismo nos detalhes físicos.
5.4 Arquitetura
A arquitetura do Renascimento buscava uma linguagem equilibrada, através de simetria, 
proporção entre as partes e ritmo na sua composição. Apresentavam um efeito de racionalidade 
e ordem, com a adoção de formas puras, como o círculo e o quadrado, que simbolizavam a 
harmonia e o equilíbrio (CHING, 2006; COLE, 2011).
Duas tipologias de edificações podem ser destacadas: as igrejas e os palácios. As igrejas 
utilizavam os elementos clássicos da arquitetura grega e romana e buscavam uma simplicidade 
formal. Pode-se observar ainda um predomínio de linhas horizontais. A racionalidade entre a 
planta baixa, a elevação e o volume da edificação eram exploradas, isto pode ser observado 
na figura “Tempietto”, um pequeno templo projetado por Bramante. Os palácios, muitas vezes 
de famílias burguesas, possuíam geralmente três andares e um pátio central, edifícios que 
transmitiam poder e riqueza (CHING, 2006; COLE, 2011).
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Figura 37 - Tempietto, Arquiteto: Bramante, local: Roma, século: XVI 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos um templo religioso construído com as características do 
Renascimento, destaca-se a planta centralizada, cúpula e colunata no estilo dórico.
41
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Entender sobre o conceito geral de arte, a importância de estudar este tema e a 
relação que a arte tem com o contexto histórico que está inserido;
• Compreender que a arte no Egito Antigo era ligada principalmente aos ritos funerários 
e à religião, aspirava a monumentalidade e suntuosidade;
• Estudar que arte grega buscava a beleza através do equilíbrio e proporção entre as 
partes de uma obra, e que as ordens arquitetônicas estabeleciam padrões a serem 
seguidos;
• Entender como a arte romana foi influenciada pela arte grega e etrusca, e que sua 
maior expressão foi atravésda arquitetura monumental;
• O Renascimento ocorre após o período da Idade Média, quando houve uma retomada 
dos ideais gregos e romanos. O homem e seus feitos são colocados como o centro 
do mundo.
PARA RESUMIR
ARGAN, G. C. Guia de história da arte. 1ª ed. Lisboa: Editorial Estampa, 1992.
BECKET, W. História da Pintura. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2006.
CHING, F. D. K. Dicionário Visual de Arquitetura. 1ªed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
COLI, J. O que é Arte. 15ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.
COLE, E. História Ilustrada da Arquitetura. 1ªed. São Paulo: Publifolha: 2011.
FARTHING, S. Tudo Sobre Arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 2
Arte, design e modernidade
Você está na unidade Arte, Design e Modernidade. Conheça aqui a relação intrínseca entre 
arte e design no período moderno, sobretudo entre o fim da Idade Média e a construção 
da Era Moderna. A história do design como campo criativo e produtivo está ligada às 
transformações socioculturais e de mentalidade. A arte está imbricada aos movimentos 
da sociedade, por ser um forte elemento da cultura.
Nesta Unidade observaremos como alguns movimentos artísticos do período que 
revelaram um novo olhar sobre o mundo real e sobrenatural e os indivíduos, os quais 
também influenciaram o design.
Bons estudos!
Introdução
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1 NOÇÕES PRELIMINARES
No Design, a arte pode ser compreendida como influenciadora de novas linguagens estéticas 
e propulsora do campo da visualidade, ou seja, na criação de imagens e na construção de signos. 
A materialidade está carregada de significados e a visualidade a compõe de sentidos. A tecnologia 
amplia os acessos. Design e arte relacionam-se aos nossos modos de ser e viver, uma vez que o 
design, da palavra , que, segundo Cardoso (p. 2008, p. 20), carrega dois sentidos:
O conceito de arte não define, pois, categorias de coisas, mas um tipo de valor. Este está sempre 
ligado ao trabalho humano e às suas técnicas e indica o resultado de uma relação entre uma atividade 
mental e uma atividade operacional. [...] O valor artístico de um objeto é aquele que se evidencia 
na sua configuração visível ou como vulgarmente se diz, na sua forma, o que está em relação com a 
maior ou menor importância atribuída à experiência do real, conseguida mediante a percepção e a 
representação.
Nesta unidade faremos um recorte temporal e contextualizaremos movimentos artísticos 
que construíram o que denominamos de arte moderna, trazendo alguns artistas e obras para 
exemplificar. Trataremos dos movimentos artísticos: Barroco e Rococó; Neoclassicismo e 
Romantismo; e , seguindo uma cronologia para apontar estilos, porém, com a atenção para o 
que se sobrepõe e avança em termos dos movimentos artísticos de cada momento histórico 
e mostrar, em forma texto e imagem, como a arte influenciou a criação de estilos que foram 
incorporados pela sociedade e como estes valores foram interiorizados no cotidiano.
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2 BARROCO E ROCOCÓ
A arte do Século XVI ao XVIII muda o foco do olhar e dramatiza, de forma espetacular, a 
existência terrena. O olhar volta-se para o céu, para os tetos, para os excessos. Aqui a arte é 
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um meio de fortalecer e propagar o catolicismo fragilizado pela Reforma Protestante. O Barroco 
é persuasivo, traz o apelo emocional, a exuberância e a grandiosidade em seu escopo para 
embasbacar os meros humanos. O cotidiano incorpora a expressão “barroco”. Ele se populariza 
e a vida vira barroco, sobretudo no Século XVII. A forma, o volume, as linhas e seus contornos, 
o grandioso e a dramaticidade contemplados nas obras de arte ( seja na pintura, escultura ou 
arquitetura) revelam o movimento barroco, que marca profundamente a sociedade em expansão 
colonial e industrial.
O Rococó dá continuidade ao Barroco, porém com menos apelo religioso e mais requinte, 
em um momento que a burguesia tinha mais poder e demonstrava seus interesses estéticos. 
A arte também foi um meio para essa burguesia se posicionar política e socialmente, uma vez 
que ninguém duvidava de seu poder econômico. De qualquer modo era preciso lapidar o gosto 
e adequar ao contexto socioeconômico e cultural da época. Não basta ser artista, é preciso 
sobreviver, assim como não era suficiente ser rico para ser aceito.
2.1 Barroco
A arte aparece como a representação de valores, aos quais orientam comportamentos e 
pontos de vistam desde que consideremos que para além das técnicas, há também a subjetividade 
do artista, a elaboração de seu tempo e a de quem a contempla ou estuda. Com o barroco não 
foi diferente. O barroco foi comparado, por volta do século XVI, ao que havia de mais grotesco, 
ou seja, aquilo que representava falta de estilo ou de gosto. Isto porque o novo é sedutor, mas 
assusta. Mudar ou sobrepor-se a um estilo clássico em uma sociedade conservadora, que tinha 
como parâmetro o modelo de arte e arquitetura greco-romana, foi desafiador. Além disso, havia 
questões religiosas envolvidas no movimento barroco, já que a contrarreforma redefiniu a forma 
como alguns artistas trabalharam seus projetos artísticos redesenhando um novo estilo mais 
robusto e mais marcante em sua variedade e detalhes.
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Figura 1 - Pintura Madonna de Loretto (1604–1606), de Michelangelo Merisi da Caravaggio 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem apresenta a obra Madonna de Loretto, do pintor Merisi da Caravaggio. A 
pintura utiliza contrastes de luz e sombra, representando duas pessoas descalças e ajoelhadas perante 
Virgem Maria que carrega um bebê.
Caravaggio foi um artista crítico do seu tempo. Para ele a beleza não era privilégio da 
aristocracia e por isso pintava temas religiosos usando pessoas do povo como modelo. Uso de 
contrastes: luz e sombra e pontuais focais de luz, conforme podemos observar na obra acima. 
A origem desse movimento artístico está ligada a uma época de transformações no continente 
europeu e influenciará as colônias. O berço do barroco é a Itália, contudo, segundo estudos das 
obras arquitetônicas e das assinaturas de artistas renomados, irradiará para Holanda, Bélgica, 
França e Espanha, onde existem peculiaridades em sua contextualização. Notoriamente, tratar-
se-á, inicialmente, de arte que pretende propagar e recuperar o catolicismo, deixando bem 
marcado seu caráter espiritual ou religioso.
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Figura 2 - Interior de uma igreja barroca em Porto, Portugal. 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem consiste no interior de uma igreja barroca portuguesa que apresenta 
características marcantes desse estilo: imagens religiosas, teatralidade, excessos visuais, linhas curvas, 
vestes drapeadas e ostentação: ouro e dourado, madeiras esculpidas com muitos contornos e relevos.
A riqueza de detalhes e a robustez arquitetônica, aparecem nas igrejas, fora e dentro, assim 
como nos palácios e outros monumentos imperiais ou dos homens abastados da época, conforme 
imagem a seguir.
Figura 3 - Interior de um palácio em Viena. 
Fonte: Shutterstock, 2020.
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#PraCegoVer: A imagem apresenta o interior de um palácio em Viena. A decoração possui grande 
carga dramática e teatralidade, composição assimétrica, em diagonal. Alegorias e simbolismos 
presentes na pintura do teto, com efeitos ilusionistas - céu no teto. Possui um estilo grandioso, 
monumental, retorcido. Excesso de elementos decorativos - curvas, contracurvas, colunas retorcidas. 
Entrelaçamento entre a arquitetura e escultura.
As características mais marcantes do movimento artístico barroco referem-se às seguintes 
abordagens:
• Sobreposição da emoção à razão, observada nas alegorias, simbolismos, contrastes de 
luz e sombra, assim como nos efeitos causados pelas curvas, contracurvas, colunas retor-
cidas e volumes devido à exploração de entrelaçamentos e quantidade de elementos na 
obra. O excesso é uma marca barroca;
• Teatralidade e dramaticidade atingidas pelos temas e estilo grandioso, monumental do 
barroco;
• Observa-se uma composição assimétrica,em diagonal, diferentemente do equilíbrio e 
geometrização encontrados na arte renascentista.
É claro que tais elementos sofreram a intervenção dos artistas e das particularidades históricas 
e culturais de cada lugar em que foi inserido o estilo, como veremos a seguir.
O Barroco foi um movimento que ocorreu na Europa, a partir de elementos renascentistas, 
gerando novos estilos e influências estéticas que chegaram às colônias, sobretudo na América 
Latina, no século XVII permanecendo até o final do século XVIII. Os principais centros propagadores 
de arte barroca no continente foram: Peru, Equador, Paraguai, Bolívia, México e Brasil.
Apesar da influência dos artistas europeus que migraram para as Américas, podemos afirmar 
que o barroco criado em territórios americanos teve seus próprios elementos e marcaram uma 
arte colonial multiforme e com características populares, desenvolvendo feições únicas. Vale 
reiterar a presença de escravos-artesãos na constituição das obras barrocas e a forte propagação 
do catolicismo nas colônias portuguesas e espanholas. Desse modo, temos elementos do barroco 
europeu hibridizado com elementos das colônias.
Assim, a sociedade colonial com seus artistas, artesãos, escravos e povo criou um ambiente 
propicio, uma vida barroca, que interferiu nas obras. Uma viagem a Ouro Preto, Salvador ou 
outros municípios brasileiros que preservam a memória histórica fornecerá elementos suficientes 
para compreender como o Barroco brasileiro se fez presente nas igrejas, espaços públicos, 
monumentos, assim como nas residências.
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Figura 4 - Santuário de Bom Jesus do Matosinhos, Minas Gerais, Brasil 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A figura apresenta o exterior de uma igreja barroca. Obra de Aleijadinho onde há as 
esculturas dos 12 apóstolos de Cristo.
Figura 5 - Interior da igreja São Francisco de Assis em São João del Rei, Minas Gerais, Brasil 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A figura apresenta o interior de uma igreja barroca, com decoração rica em detalhes 
característicos do Barroco.
Inicialmente, igrejas mais simples por fora e muito ricas e elaboradas por dentro. As estatuas 
tinham expressividade acentuada, olhar penetrante e proporção quase real. A riqueza interior 
seguia os padrões barrocos e representava a excentricidade e o valor do ouro como símbolo do 
poder e ostentação tanto nas colônias quanto nas metrópoles europeias. Era evidente a disputa 
religiosa entre o protestantismo e o catolicismo. O que é bonito de se ver gera atração e devoção. 
Essa era uma grande aposta do apelo religioso barroco.
2.2 Rococó
O Rococó é considerado um movimento artístico surgido na França, no século XVIII, durante o 
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reinado de Luís XIV (1643-1715), oriundo de um desdobramento do Barroco ou Classicismo Barroco. 
Por esse motivo passou a ser o estilo oficial da corte francesa. Difundiu-se em países que possuíam 
uma vertente católica, como uma parte da Alemanha, Prússia e Portugal. Uma vez que se irradia 
da França para outros territórios, inclusive o Brasil. Derivado da palavra francesa rocaille, passa a 
ser compreendido como um estilo que utiliza linhas em formato de concha, muito utilizado para 
decoração de interiores. Foi um movimento que se iniciou, portanto, sob o signo do Barroco, sofreu 
críticas durante a Revolução Francesa e declinou ao ressurgir o Neoclássico nas artes.
O Rococó foi uma tendência artística que sai da aristocracia conservadora e autoritária e entra 
nas casas e salões dos burgueses. Esses homens de negócio possuíam poder econômico, mas 
eram considerados “sem classe” e “sem gosto”, por não pertencerem à aristocracia. Havia uma 
evidente disputa de poder, também, refletida nas artes. No entanto, esses homens ricos do século 
XVIII passaram a financiar e proteger os artistas, de modo que, aos poucos, começam a ser aceitos 
entre os aristocratas. Em uma cultura das aparências, a arte passa a ser um convite e um cartão 
de visita à burguesia industrial e aos banqueiros dessa sociedade capitalista emergente.
A arte passa a atuar como um forte elemento identitário para os homens do poder e “as 
coisas” significam esse lugar. Dito de outra forma, a morada burguesa passa a ser um lugar 
propício para contemplar a riqueza e quanto mais obras de arte se possui e mais as mobílias 
encenassem sofisticação e requinte, mais seus proprietários teriam prestígio social. Por outro 
lado, passa a representar menos a aristocracia clássica e mais a aristocracia decadente e outras 
situações mundanas, o que pode ser observado no intimismo das obras, na leveza dos tecidos, 
na sensualidade ou cenas eróticas, no apelo naturalista ou mitológico. Assim, as cores e as linhas 
ganham fluidez, elegância, delicadeza e, ao mesmo tempo, exuberância.
Figura 6 - Veneza: O Dogana e San Giorgio Maggiore, obra de Joseph Mallord William Turner, 
1834, óleo sobre tela 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A figura apresenta uma pintura de uma paisagem veneziana, do autor Joseph 
Mallord William Turner. Na obra observa-se os efeitos de luz na paisagem criando uma atmosfera em 
tons alaranjados, brilho dourado e um toque de realidade. Sutileza e riqueza em detalhes, movimentos 
próprios do estilo rococó.
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O estilo rococó abre-se para temas fugidios de uma realidade dura e nem tão leve. A felicidade 
era um lema, mas só parte dessa sociedade a prestigiava. As tensões começam a pontuar a arte, 
e a arte a escamotear a realidade, mas ainda assim a representa. Para alguns, uma ludicidade 
necessária, para outros uma frivolidade inaceitável, principalmente quando começam a florescer 
as ideias iluministas e uma burguesia que reincorpora os ideais clássicos, e sobretudo, durante e 
após a Revolução Francesa, quando passa a ser considerada superficial e meramente decorativa. 
De qualquer modo, no século XIX, o rococó será reconhecido como uma estética que marcou 
a geração de uma arte moderna, reiterando um hedonismo nascente em uma sociedade que 
introjetou uma teatralidade espetacular. O rococó traz um forte apelo cênico.
Figura 7 - Hall de entrada de uma residência imperial na Alemanha pintada por Melchior Seidl 
(1657-1727). 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem apresenta uma pintura no interior de uma residência imperial alemã. Na 
pintura, alguns tons de verde representam um jardim, onde mulheres de vestes vermelhas e amarelas 
sentam-se perto de uma fonte de água.
A pintura rococó comparada a barroca mostra elementos simplificados, contornos em forma 
de conchas, muitos preenchimentos deixando os cantos indefinidos, as cores são mais claras com 
o uso do branco e tons amarelados, alaranjados e com detalhes em dourado.
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Figura 8 - Interior de uma igreja germânica. 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem apresenta uma pintura no teto de uma igreja germânica, que consiste na 
representação de um céu com anjos e santos. Na pintura, tons de azul e vermelho são utilizados para 
destacar os mantos e santos.
A decoração exterior concentra-se nas portas e janelas, nas mísulas (peça arquitetônica 
saliente para a utilização de estatuetas, vasos ou para salientar/ ornamentar, simplesmente). O 
estilo rococó cria um estilo bastante particular ligado as miniaturas e aos objetos que se tem em 
casa, inserindo tanto no exterior quanto no interior um elemento de requinte e poder. Pode-se 
afirmar que a há um forte elemento de reificação da cultura com a introdução dessa estetização.
Em suma, o estilo rococó foi marcante, durante o século XVIII, em Paris, Alemanha, Itália 
e, com suas particularidades, se espalhou em outros territórios. Relaciona-se a fachadas mais 
alinhadas e alisadas, com simplificação das colunas, frontões e esculturas, suavizando os ângulos 
retos com a utilização de curvas e no requinte do interior das casas e palácios. Entre os elementos 
mais comuns, externos e internos, encontram-se:
• Portas e janelas ficaram maiores e ganharam arcos de volta-perfeita, trazendo leveza e 
suavidade;
• A proporçãoganhou novas medidas e os edifícios ficaram com menos andares. O mesmo 
ocorreu nos telhados, que passaram a ter duas águas;
• O uso de ferro forjado é amplificado em grades para jardins, lagos, portas e varandas. 
Isto porque os jardins, tal como no período barroco, compõem-se de grandes relvados 
com arvoredos, esculturas, rampas e lagos, pavilhões de caça, pequenos apartamentos, 
pagodes chineses e quiosques turcos. Locais apropriados para reuniões e festas, íntimas 
e públicas;
• A decoração ganha diferentes tipos de móveis bastante estilizados com os elementos do 
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pós-barroco: espelhos, lustres, candeeiros, escadarias, cômodos principais e secundários 
divididos com mobília em madeira encrustadas e desenhadas, ornamentadas; lustres e 
bibelôs em prata e porcelana, mármores ou imitação desses por meio de pinturas; gran-
des relógios, pinturas nas paredes e tetos, muito tecidos, tapeçarias, molduras, relevos, 
misturando-se, a tudo isso, cores claras com dourado e prateado;
A utilização dos sofitos (superfícies curvas) denotam uma continuidade e grandiosidade aos 
ambientes e no mobiliário.
Figura 9 - Sofá real e paredes ornamentadas em estilo rococó 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem apresenta um sofá bege estilo real e paredes ornamentadas com alto 
relevo em estilo rococó, hoje mais conhecido como vintage.
Os elementos do rococó servem de referência para o design de interiores e mobiliário, sejam 
no estilo, tapeçaria, estampas formas e ambientação. Ainda hoje, muito presente dentro das 
moradas, independente de estrato social.
FIQUE DE OLHO
O filme A moça com brinco de pérola se passa em pleno século XVII vive Griet (Scarlett 
Johansson). A jovem camponesa holandesa é obrigada, por motivos financeiros, a trabalhar 
na casa de Johannes Vermeer (Colin Firth), um renomado pintor de sua época. Com o 
tempo, Johannes começa a prestar atenção na jovem de apenas 17 anos, que se torna sua 
musa inspiradora para um de seus mais famosos trabalhos: a tela “Girl with a Pearl Earring”. 
O filme mostra como os artistas do período começam a buscar inspiração no povo e seu 
cotidiano para retratar a existência mundana na obra de arte.
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3 NEOCLASSICISMO E ROMANTISMO
Nas artes, predominava valores da razão, valores clássicos da forma e apreço pela ciência. 
Ausência de emoção, precisão da forma e presença da razão também eram preocupações no 
campo das artes durante o neoclassicismo.
O período neoclássico iniciou-se como medida de sobrevivência, pois todos aqueles que se 
vestiam ao estilo Rococó, quando identificados, eram perseguidos e mortos por serem os que 
gastavam todo o dinheiro do povo com futilidades.
Uma nova historiografia e a arte no período, sobretudo a literatura e a pintura evidenciaram 
o interesse na retomada de um espírito heroico, hedonista, narcisista e mesmo de padrões 
decorativos da Antiguidade clássica. Prova disso são as obras dos pintores Anton Raphael Mengs 
(1728 - 1779) e Jacques-Louis David (1748-1825), a edição de Ruínas dos Mais Belos Monumentos 
da Grécia (1758) de J.-D. Le Roy e A Antigüidade de Atenas(1762), dos ingleses James Stuart e 
Nicholas Revett, entre outros.
3.1 Neoclassicismo
O Neoclassicismo foi um movimento artístico iniciado na Europa dos séculos XVIII e XIX. Seus 
criadores e defensores retomaram elementos da antiguidade clássica, em especial a arte greco-
romana para sobreporem valores que julgaram perdidos ou pervertidos com o barroco e o rococó. 
Tais valores estavam ligados as noções de proporção, equilíbrio, clareza e proporção, mas sobretudo 
porque para esses adeptos da mudança, os estilos supracitados eram excessivamente ornamentais 
e fúteis, principalmente por não possuírem, aparentemente, um rigor formal e técnico necessários 
para uma arte em tempos modernos e de apelo racionalista. A arte neoclássica passa a defender 
a supremacia técnica e uma cultura do projeto, que recai na arte como o rigor formal do desenho, 
seja nas artes ou nas engenharias. Volta-se aqui ao dualismo encontrado no designar e no desenhar. 
As transformações sociais provenientes do aumento da produção manufatureira e do mercado 
consumidor fizeram com que uma nova questão aparecesse à sociedade da época. Dito de outro 
modo, a retomada de padrões e ideários clássicos passa a ser uma bandeira para a constituição de 
uma nova subjetividade. Tanto que se começa a defender a formalização do ensino da arte.
O que isso quer dizer, enfim? Que a posição da arte e do artista muda e passa a responder 
e elaborar sobre as questões sociais e econômicas. Aquilo que Argan (1994, p. 34) vai explicitar 
como o método sociológico na historiografia crítica da arte:
A obra de arte produz-se no interior de uma sociedade e de uma sua situação histórica especifica: 
dessa sociedade, o próprio artista é parte activa; a sua obra é requestada, promovida, avaliada, 
utilizada. Como qualquer outro produto, é fruída; e no ciclo econômico em que se insere, a fruição 
influi na produção.
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Esse é o olhar do historiador ou crítico da arte, que está em um outro tempo e distanciado 
retoma o passado com o olhar seletivo do presente. De qualquer modo, compreender a arte é 
uma tarefa complexa e exige muitas leituras e reflexão. Que temos uma tradição ocidental na 
arte e na vida não há dúvida e os movimentos neoclássico e romântico são a exacerbação disso. 
A modernidade é um valor e o que fazemos ao olhar para o passado, e aqui inclui a arte, é o 
exercício de juízos de gosto e de valor.
3.2 Características do neoclassicismo
Segundo o historiador de arte Agra (2004, pp. 11-12), a partir do século XVIII algumas manifestações 
no campo da cultura viriam a apontar uma transformação na face da arte ocidental. Ele escreve:
Uma transformação que trouxe uma nova percepção do que era ou deveria ser dali por diante, o 
tal do Moderno. Como várias outras dessas mudanças, foi na literatura que alguns artistas começaram 
a se cansar de uma receita artística que era a mesma há pelo menos 400 anos. Esta receita, 
inaugurada a partir do Renascimento, suspensa durante algum tempo pelos períodos Maneirista 
e Barroco (arrastados à decadência pelo Rococó) e posta de novo em circulação, requentada, pelo 
Neoclassicismo, consistia em dar valor absoluto aos ditames a arte chamada “clássica”. Esta, por sua 
vez, era um legado dos fundadores da cultura ocidental (gregos e latinos) e, por esse motivo, via-se 
como “universal”, perene, imutável. Continha regras rígidas para o fazer artístico, de tal modo que 
a excelência de um pintor, músico ou poeta estava na forma como ele melhor se adequava a esses 
parâmetros. Ao artista cabia apenas acrescentar-lhes um novo sabor que, no entanto, jamais deveria 
suplantá-los, mas glorificá-los ainda mais. A palavra de ordem desta arte era a “tradição”, tida como 
valor inquestionável e como supremo degrau de evolução da ate humana [...].
O neoclassicismo teve como premissa temas da antiguidade clássica e o academicismo nas artes. 
A pintura de Jacques-Louis David (1748-1825), abaixo, traz uma representação da retomada do tema 
clássico, apresentando um despojamento dos trajes e o retorno de ideias de justiça, moral e ética, e 
saberes. Ao mesmo tempo que demonstra um domínio técnico e um equilíbrio das formas e cores.
Figura 10 - A morte de Sócrates, por Jacques Louis David, 1787, óleo sobre tela 
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem corresponde a uma intura neoclássica francesa que retrata a morte do 
filósofo grego Sócrates um pouco antes dele beber cicuta venenosa. Na pintura, observa-se o equilíbrio 
e a precisão das formas.
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Esse mesmo artista pintou Napoleão e mostrou-se fiel ao novo modelo político adotado na 
França. Foi um pintor da Revolução Francesa. Aqui a arte revela a história. As transformações 
ocorridas em função das revoluções burguesas e da revolução industrial, tendo como palco a 
Inglaterra e a França e suas reverberações no resto do Mundo (Velho e Novo), corroboram com 
essa nova posição da arte e

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