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Dependências Químicas

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Dependências Químicas – Substâncias Psicoativas 
Mecanismos Fisiopatológicos da 
Dependência Química: 
Os principais neurotransmissores possivelmente envolvidos no 
desenvolvimento de abuso e dependência de substância são os 
sistemas opioides, de catecolamina (particularmente dopamina) e de 
ácido γ-aminobutírico (GABA). Os neurônios dopaminérgicos na área 
tegmentar ventral são particularmente importantes. Esses neurônios 
se projetam para as regiões cortical e límbica, especialmente para o 
nucleus accumbens. Essa via provavelmente está envolvida com a 
sensação de recompensa e pode ser o mediador principal dos efeitos 
de substâncias como anfetamina e cocaína. O locus ceruleus, o maior 
grupo de neurônios adrenérgicos, provavelmente medeia os efeitos 
dos opiatos e dos opioides. Essas vias foram chamadas coletivamente 
de circuito de recompensa do cérebro. 
As substâncias relacionadas com os transtornos produzem, de modo 
geral, sensações de prazer ou excitação, ao causar uma ativação direta 
e intensa do sistema de recompensa do cérebro, o qual está envolvido 
no reforço de comportamentos e na produção de memórias. As 
principais estruturas desses circuitos são o nucleus accumbens (NAc), 
a área tegmental ventral e a amígdala, e o principal neurotransmissor 
envolvido é a dopamina. No entanto, os mecanismos farmacológicos 
pelos quais cada classe de drogas produz recompensa são diferentes. 
Além disso, indivíduos com baixo nível de autocontrole, o que pode 
ser reflexo de deficiências nos mecanismos cerebrais de inibição, 
podem ser particularmente predispostos a desenvolver transtornos por 
uso de substância. 
Os transtornos relacionados a substâncias dividem-se em dois grupos: 
transtornos por uso de substância e transtornos induzidos por 
substância (intoxicação e abstinência). 
Maconha: 
Epidemiologia: 
A Cannabis é a droga ilícita mais utilizada no mundo. No Brasil, o 
atual índice de uso da droga foi de 2,1% para a população em geral, e 
ser do sexo masculino, ter melhor nível educacional, estar 
desempregado e morar nas Regiões Sul e Sudeste associaram-se aos 
maiores índices de consumo. 
O início precoce do uso dessa droga, particularmente antes dos 15 
anos, é um forte preditor de desenvolvimento do transtorno por uso de 
Cannabis. Fatores de risco incluem também situação familiar instável 
ou violenta, fracasso escolar, tabagismo, uso de maconha por 
familiares próximos e facilidade de acesso à substância. 
O uso geralmente é intermitente e autolimitado: os jovens param por 
volta dos seus vinte anos e poucos entram em um consumo diário. 
Ação no Organismo: 
Cannabis é o nome abreviado da planta Cannabis sativa, conhecida 
popularmente como maconha. Todas as partes da planta contêm 
princípios ativos, cerca de 400, dentre os quais o ∆9 -
Tetraidrocanabinol (∆9 -THC) é o mais abundante. A planta é 
processada e consumida mais frequentemente na forma de cigarros. 
Os efeitos euforizantes são conhecidos há milhares de anos. Os 
potenciais efeitos medicinais são analgésico, anticonvulsivante e 
hipnótico. 
Os canabinoides agem sobre os receptores CB1 e CB2, encontrados 
em todo o sistema nervoso central. O princípio ativo mais importante 
para os transtornos por uso de maconha é o delta-9-
tetrahidrocanabinol (delta-9-THC). Seus efeitos são muito variáveis, 
mas os mais comuns são relaxamento, sensação de prazer, risos 
espontâneos sem motivos e fome. Pode haver também distorções da 
percepção do tempo e do espaço leves a moderadas, dificuldade na 
atenção e na concentração, sensação de que os sentidos estão 
aguçados, hiperemia da mucosa conjuntival e boca seca. 
 
Diagnóstico e Características Clínicas: 
Em fases mais avançadas do transtorno por uso de maconha, há 
prejuízo psicossocial e das funções cognitivas, com 
comprometimento das funções executivas frontais. Além disso, a 
fumaça do cigarro de maconha contém altos níveis de compostos 
carcinogênicos, o que produz risco semelhante ao do tabaco, no 
sentido de causarem doenças pulmonares e câncer. Uma parte das 
pessoas com consumo crônico da substância também pode 
desenvolver um quadro apático-depressivo semelhante a uma 
distimia, às vezes denominado “síndrome amotivacional da 
maconha”. 
Os critérios diagnósticos passam pelo mesmo padrão dos 4 grupos 
comportamentais nos quais se baseiam os transtornos por uso de 
substâncias. 
Exames biológicos para metabólitos de canabinoides são úteis para 
determinar se um indivíduo usou Cannabis recentemente. Esses 
exames ajudam a estabelecer um diagnóstico, especialmente em casos 
mais leves, se um indivíduo nega o uso enquanto outras pessoas 
manifestam preocupação quanto a um problema decorrente do uso da 
substância. 
Sintomas de Intoxicação: 
A característica essencial da intoxicação por Cannabis é a presença de 
alterações comportamentais ou psicológicas problemáticas e 
clinicamente significativas que se desenvolvem durante ou logo após 
o uso da substância. A intoxicação geralmente se inicia com uma 
sensação de prazer, seguido de sintomas que incluem euforia, com 
risos inadequados ou ideias de grandeza, sedação, letargia, 
comprometimento da memória de curto prazo, dificuldade na 
execução de processos mentais complexos, julgamento prejudicado, 
percepções sensoriais distorcidas, prejuízo no desempenho motor e 
sensação de lentidão do tempo. Às vezes ocorrem ansiedade, disforia 
ou retraimento social. Não parece haver risco de depressão 
respiratória, nem complicações cardiovasculares. Também pode haver 
depressão, aumento da percepção de cores, sons, textura e paladar, 
despersonalização, desrealização e até mesmo sintomas psicóticos, 
como delírios persecutórios e alucinações. 
Esses efeitos psicoativos são acompanhados por dois ou mais dos 
seguintes sinais, desenvolvidos no prazo de 2 horas após o uso de 
Cannabis: conjuntivas hiperemiadas, apetite aumentado, boca seca e 
taquicardia. A intoxicação desenvolve-se em minutos se a Cannabis 
for fumada, mas pode levar algumas horas se for ingerida por via oral. 
Os efeitos em geral duram de 3 a 4 horas, mas podem ser mais 
prolongados quando a substância é consumida por via oral. 
Sintomas de Abstinência: 
A característica essencial da abstinência de Cannabis é a presença de 
uma síndrome de abstinência típica que se desenvolve após a cessação 
ou redução substancial do uso pesado e prolongado da substância. 
Os principais sintomas são: irritabilidade, raiva ou agressividade, 
ansiedade, insônia, apetite reduzido ou perda de peso, inquietação, 
humor deprimido, dor abdominal, tremor, sudorese, febre, calafrios ou 
cefaleia. É possível observar também os seguintes sinais/ sintomas no 
período pós-abstinência: fadiga, bocejos, dificuldade de concentração, 
períodos de rebote de aumento no apetite e hipersonia que se seguem 
a períodos iniciais de perda de apetite e insônia. 
Muitos usuários de Cannabis relatam fumá-la ou consumir outras 
substâncias para aliviar os sintomas de abstinência, e muitos relatam 
que os sintomas de abstinência tornam difícil o abandono do hábito e 
contribuem para a recaída. Os sintomas em geral não são 
suficientemente graves a ponto de exigir atenção médica, mas 
estratégias medicamentosas ou comportamentais podem ajudar a 
aliviar os sintomas e melhorar o prognóstico dos indivíduos que estão 
tentando abandonar o hábito. 
Complicações: 
- Agudas: o consumo de maconha pode desencadear quadros 
temporários de ansiedade, tais como reações de pânico ou sintomas 
psicóticos. Esse último pode ter sido desencadeado pela droga em 
indivíduos predispostos. O surgimento dos efeitos psíquicos pode 
estar relacionado à potência da droga, à via de administração, à técnica 
de fumar, à dose, ao contexto, à experiência passada do usuário e à 
vulnerabilidade biológica aos efeitos. 
- Crônicas: a síndrome amotivacional tem sido associada ao uso 
pesado em longo prazo e tem sido caracterizadapela relutância de a 
pessoa persistir em uma tarefa, seja na escola, no emprego ou em 
qualquer contexto que exija atenção prolongada ou tenacidade. O 
indivíduo é descrito como apático e sem energia. Há risco respiratório 
semelhante ao causado pela nicotina. 
Tratamento: 
O tratamento para o uso abusivo de cannabis se baseia nos mesmos 
princípios relatados na abordagem do uso abusivo de cocaína: 
abstinência e apoio. Podem ser usados ansiolíticos em caso de 
ansiedade quando da abstinência. Os usuários devem ser informados 
sobre os riscos do uso: risco de acidentes, danos respiratórios, risco 
de dependência para usuários diários e deficits cognitivos para 
usuários crônicos. Pode ser necessário o uso de antidepressivos para 
a síndrome amotivacional. 
Cocaína/Crack: 
Introdução: 
A cocaína é um alcaloide derivado da planta Erythroxylum coca, 
nativa da América do Sul, cujas folhas são mascadas pelos habitantes 
locais com a finalidade de obter seus efeitos estimulantes. A 
substância ainda é usada como anestésico local, especialmente para 
cirurgias envolvendo olhos, nariz e/ou garganta, devido à utilidade de 
seus efeitos vasoconstritores e analgésicos. 
A cocaína pode ser consumida por meio de diversas preparações que 
diferem em potência devido a variados níveis de pureza e de rapidez 
de início dos efeitos. Contudo, em todas as formas da substância, a 
cocaína é o ingrediente ativo. 
O crack, uma forma de cocaína de base livre, é extremamente potente. 
Ele é vendido em quantidades pequenas e prontas para o fumo, 
frequentemente chamadas de “pedras”. É extremamente aditivo; 
mesmo 1 ou 2 experiências com a droga podem causar fissura intensa 
por consumir mais. Sabe-se que usuários apelam a comportamentos 
extremos para obter dinheiro para comprar mais crack. Relatos de 
setores de emergência em centros urbanos também associaram abuso 
de crack a casos extremos de violência. 
Epidemiologia: 
A cocaína é uma das drogas ilícitas mais aditivas e perigosas, 
atualmente consumida por 0,3% da população mundial. A prevalência 
entre os homens é duas vezes maior do que entre as mulheres, com 
variações relacionadas à idade, sendo mais comum nos adultos jovens. 
Ação no Organismo: 
O mecanismo de ação se dá principalmente pela inibição da 
recaptação de dopamina, mas há também bloqueio da recaptação da 
noradrenalina e da serotonina. 
A euforia desencadeada reforça e motiva, na maioria dos indivíduos, 
o desejo por um novo episódio de consumo. Quanto mais rápido o 
início da ação, quanto maior a sua intensidade e quanto menor a 
duração, maior a chance de o indivíduo evoluir para situações de uso 
nocivo e dependência. Desse modo, a via de administração é um 
importante fator de risco para este comportamento prejudicial; as vias 
endovenosas e pulmonar (crack) parecem ser as vias de maior risco. 
Metabólitos podem ser detectados na urina em até dez dias após o 
consumo. 
A principal ação farmacodinâmica da cocaína relacionada a seus 
efeitos comportamentais é o bloqueio competitivo da recaptação de 
dopamina pelo transportador dopaminérgico. Esse bloqueio aumenta 
a concentração de dopamina na fenda sináptica e resulta em aumento 
da ativação de ambos os receptores dopaminérgicos, tipo 1 (D1) e tipo 
2 (D2). Embora os efeitos comportamentais sejam atribuídos 
principalmente ao bloqueio da recaptação de dopamina, a cocaína 
também bloqueia a recaptação de norepinefrina e de serotonina. 
Os efeitos comportamentais da cocaína são sentidos quase de imediato 
e duram um período de tempo relativamente curto (30 a 60 minutos); 
assim, os usuários necessitam de doses repetidas da droga para manter 
as sensações provocadas pela intoxicação. Apesar dos efeitos 
comportamentais de curta duração, metabólitos da cocaína podem 
estar presentes no sangue e na urina até 10 dias após o uso. 
A cocaína tem fortes qualidades aditivas. Devido a sua potência como 
reforçador positivo de comportamento, pode-se desenvolver 
dependência psicológica após um único uso. A administração repetida 
pode originar tanto tolerância como sensibilidade aos diversos efeitos 
da substância, o desenvolvimento de tolerância ou sensibilidade 
parece ser causado por diversos fatores, não podendo ser previsto. 
Dependência fisiológica ocorre, embora a abstinência de cocaína seja 
leve em comparação à abstinência de opiatos e opioides. 
Diagnóstico e Características Clínicas: 
Deve-se suspeitar de uso de cocaína em indivíduos que apresentem 
mudanças em seu comportamento habitual, tais como irritabilidade, 
capacidade comprometida para concentrar-se, comportamento 
compulsivo, insônia severa e perda de peso. Os colegas de trabalho e 
a família podem perceber uma incapacidade para executar tarefas 
esperadas associadas com o trabalho e a vida familiar. Os critérios 
para dependência de cocaína são semelhantes àqueles para as outras 
substâncias (desejo compulsivo de consumo, tolerância, abstinência, 
abandono progressivo de outras atividades, persistência do uso a 
despeito de prejuízo etc.). Seu uso está associado a complicações 
agudas e crônicas. 
A cocaína possui múltiplas ações periféricas e centrais, ligadas ao seu 
efeito estimulante. Os efeitos agudos produzem sinais e sintomas 
psíquicos e físicos. Geralmente ocorre euforia, aumento do estado de 
vigília, aumento da autoestima, melhor desempenho em atividades 
físicas e psíquicas. Pode haver delírios persecutórios e alucinações, os 
quais melhoram depois de cessado o efeito da droga. Os efeitos físicos 
estão ligados à hiperatividade autonômica: taquicardia, hipertensão 
arterial, taquipneia, hipertermia, sudorese, tremor leve de 
extremidades, tiques, midríase, espasmos musculares (língua e 
mandíbula), vasoconstricção. Há também efeito anestésico. 
Sintomas de Intoxicação: 
Doses maiores estão associadas a irritabilidade, sintomas maníacos, 
agitação, comportamento sexual compulsivo. Estas doses também 
estão associadas a complicações clínicas, ligadas à ação 
simpaticomimética. A overdose pode ser definida como a falência de 
um ou mais órgãos decorrentes do uso agudo da substância e é uma 
emergência clínica que requer atenção imediata. Os principais 
sistemas afetados costumam ser o cardiovascular e o sistema nervoso 
central. 
Sintomas de Abstinência: 
Após a cessação do uso de cocaína ou após a intoxicação aguda, a 
depressão pós-intoxicação (“aterrisagem”) caracteriza-se por disforia, 
anedonia, ansiedade, irritabilidade, fadiga, hipersonolência e, 
ocasionalmente, agitação. Pode haver também ideação suicida. Com 
o uso de cocaína leve a moderado, esses sintomas de abstinência 
costumam melhorar em até vinte e quatro horas; porém, com o uso 
pesado, podem durar até uma semana. No estado de abstinência, a 
avidez por cocaína pode ser poderosa e intensa, pois o indivíduo sabe 
que o consumo de cocaína pode aliviar estes sintomas. 
Tratamento: 
O maior obstáculo a ser superado no tratamento dos transtornos 
relacionados à cocaína é a intensa avidez do paciente pela droga. No 
entanto, até o momento, nenhum medicamento mostrou-se eficaz para 
proporcionar alívio aos sintomas de abstinência. Desse modo, os 
reforçadores negativos, como problemas no trabalho e na família, se 
colocam como importantes na motivação do paciente pelo tratamento. 
Intervenções psicológicas em grupo, familiares ou individuais, e 
grupos de apoio, como os Narcóticos Anônimos (NA) podem ajudar. 
Anfetaminas: 
Introdução: 
A mais conhecida e utilizada de forma ilegal no Brasil é a 3,4-
Metilenedioxi-Metanfetamina (MDMA), o ecstasy, uma anfetamina 
inicialmente identificada com os clubbers, e suas festas conhecidas 
por raves. 
Epidemiologia: 
Entre os estudantes, o uso de anfetamina é eminentemente feminino, 
provavelmente com o intuito de perder peso, mas há também o uso 
em pessoas que estão se preparando para provas, atletas em 
competições e motoristas de caminhão.Ação no Organismo: 
O uso se justifica pela melhora do desempenho, diminuição do sono, 
atuação como anorexígenos e indução de sensação de euforia, por 
serem estimulantes do SNC. Por esse motivo, há também aumento da 
atividade autonômica, com hipertensão, hipertermia, taquicardia e 
midríase. 
Todas as anfetaminas são rapidamente absorvidas por via oral e têm 
um rápido início de ação, em geral em 1 hora após o consumo oral. 
As anfetaminas clássicas também são administradas por via 
intravenosa e têm efeito quase imediato por essa rota. 
As anfetaminas clássicas (i.e., dextroanfetamina, metanfetamina e 
metilfenidato) produzem seus efeitos primários ao causar a liberação 
de catecolaminas, especialmente dopamina, a partir dos terminais pré-
sinápticos. Os efeitos são particularmente potentes para os neurônios 
dopaminérgicos que se projetam da área tegmentar ventral para o 
córtex cerebral e áreas límbicas. Esse caminho foi chamado de via do 
circuito de recompensa, e sua ativação provavelmente seja o principal 
mecanismo de adição no caso de anfetaminas. As anfetaminas 
desenhadas causam a liberação de catecolaminas (dopamina e 
norepinefrina) e de serotonina, o neurotransmissor envolvido na 
principal via neuroquímica para alucinógenos. Portanto, os efeitos 
clínicos de anfetaminas desenhadas são um misto dos efeitos de 
anfetaminas clássicas e de alucinógenos. 
intomas de Intoxicação: 
 
Sintomas de Abstinência: 
A síndrome de abstinência chega a atingir 87% dos usuários de 
anfetamina. Sintomas depressivos e exaustão podem suceder períodos 
de uso ou abuso. Pode haver fissura intensa, ansiedade, agitação, 
pesadelos, redução da energia, lentificação e humor depressivo. O 
tratamento medicamentoso dos sintomas de abstinência não tem se 
mostrado promissor, devendo ser guiado pela clínica individual. 
Podem ser utilizados benzodiazepínicos de ação curta 
Complicações: 
As complicações crônicas incluem sintomas psicóticos em usuários 
crônicos, podendo ser indistinguível da fase aguda da esquizofrenia. 
A tentativa de abandonar ou diminuir o uso resulta em depressão, 
havendo o risco de suicídio nestes momentos. Além disso, pode haver 
IAM, vasoespasmos sistêmicos, edema agudo do pulmão. 
As complicações agudas incluem sintomas de inquietação, 
irritabilidade, tremor, ansiedade, cefaleia, calafrios, vômitos, 
sudorese. O uso de MDMA pode causar crises hipertensivas, 
precordialgias, arritmias cardíacas, hepatites tóxicas, hipertermia, 
convulsões, rabdomiólise e morte. Sintomas ansiosos e psicóticos 
agudos e crônicos podem aparecer. 
Opióides: 
Introdução: 
O termo opioide é aplicado a qualquer substância, seja endógena ou 
sintética, que tenha similaridade à morfina. Opiáceos são geralmente 
substâncias sintéticas. A heroína é a substância mais frequentemente 
usada de forma abusiva dentre os opiáceos. Outras substâncias são: 
ópio, morfina, codeína, metadona, meperidina, fentanil. 
Os opiáceos constituem drogas de primeira escolha na clínica médica, 
quando se deseja a analgesia em quadros dolorosos de grande 
intensidade. Entretanto, este uso deve ser controlado e bem indicado. 
Podem ser consumidos por via oral, inalados ou injetados 
intravenosamente ou no subcutâneo. 
Ação no Organismo: 
Os opioides atuam no SNC e em órgãos 
periféricos, como o intestino. Há, pelo 
menos, cinco tipos de receptores 
específicos: Mu (µ), Kappa (κ), Delta 
(δ), Epsilon (ε) e Sigma (σ). Os efeitos 
primários dos fármacos opioides são 
mediados pelos receptores de opioides. 
Os receptores µ de opioides estão 
envolvidos na regulação e mediação de 
analgesia, depressão respiratória, 
constipação e dependência química; os 
receptores κ de opioides, com analgesia, 
diurese e sedação; e os receptores δ de 
opioides, com analgesia. 
- Endorfinas: estão envolvidas na 
transmissão neuronal e na supressão da 
dor. São liberadas de forma natural no 
corpo quando alguém sofre um 
ferimento físico ou se encontra 
extremamente estressado, e acredita-se 
que sejam responsáveis pela ausência de 
dor em ferimentos agudos. 
- Dinorfinas 
- Encefalinas 
Os opioides endógenos também apresentam interações significativas 
com outros sistemas neuronais, como o dos neurotransmissores 
dopaminérgicos e dos noradrenérgicos. Vários tipos de dados indicam 
que as propriedades de recompensa aditivas dos opioides são 
mediadas por meio da ativação dos neurônios dopaminérgicos da área 
tegmentar ventral que se projetam para o córtex cerebral e para o 
sistema límbico. 
Quadro Clínico e Diagnóstico: 
Abuso de opioides é a expressão utilizada para designar um padrão de 
uso desadaptativo de um fármaco opioide que leva a prejuízo ou 
sofrimento clinicamente significativo em um período de 12 meses, 
mas cujos sintomas nunca satisfizeram os critérios para dependência 
de opioides. 
Os transtornos induzidos por opioides 
incluem fenômenos comuns, como 
transtornos por uso de opioides, 
intoxicação por opioides, abstinência 
de opioides, transtorno do sono 
induzido por opioides e disfunção 
sexual induzida por opioides. 
Delirium por intoxicação por opioides 
eventualmente é observado em 
pacientes hospitalizados. Transtorno 
psicótico induzido por opioides, 
transtorno do humor induzido por 
opioides, e transtorno de ansiedade 
induzido por opioides, em 
contrapartida, são bastante raros com 
opioides mi (µ), mas foram 
observados com determinados 
agonistas opioides mistos agonistas-antagonistas que atuam em outros 
receptores. O diagnóstico de transtorno relacionado a opioides não 
especificado é usado para situações que não satisfazem os critérios 
para nenhum dos outros transtornos relacionados a opioides. 
Sintomas de Intoxicação: 
A intoxicação aguda inclui graus progressivos de miose, 
sedação/inconsciência, depressão respiratória, bradicardia acentuada, 
convulsões, coma. Constitui quadro de emergência médica, devendo 
ser abordada em sala de emergência clínica, com manobras básicas de 
suporte à vida e naloxone, uma antagonista opioide. A tríade clássica 
de intoxicação inclui: coma, pupilas em ponta de alfinete e depressão 
respiratória. 
Presença de alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente 
significativas e problemáticas, que se desenvolvem durante ou logo 
após o uso de opioides. A intoxicação é acompanhada por miose e um 
ou mais dos seguintes sinais: torpor, fala arrastada e prejuízo na 
atenção ou na memória, sendo que o torpor pode progredir para coma. 
Indivíduos com intoxicação por opioides podem demonstrar 
desatenção quanto ao ambiente a ponto de ignorarem eventos 
potencialmente perigosos. Os sinais ou sintomas não podem ser 
atribuíveis a outra condição médica nem serem mais bem explicados 
por outro transtorno mental. 
Sintomas de Abstinência: 
A regra para definir o início e a duração dos sintomas de abstinência 
é que substâncias com ação de curta duração tendem a produzir 
síndromes de abstinência curtas e intensas, e substâncias com ação de 
longa duração produzem síndromes de abstinência prolongadas, 
porém leves. Uma exceção à regra é a abstinência precipitada por 
antagonista narcótico após dependência de opioides de duração 
prolongada, que pode ser grave. 
Uma síndrome de abstinência pode ser precipitada pela administração 
de um antagonista de opioides. Os sintomas podem ter início segundos 
após a injeção intravenosa de um desses agentes e chegam ao pico em 
cerca de 1 hora. A fissura por opioide raramente ocorre no contexto 
de administração de analgésicos para dor devido a distúrbios de 
natureza física ou cirurgia. A síndrome de abstinência completa, 
incluindo fissura intensa por opioides, normalmente se dá apenas em 
decorrência de cessação abrupta do uso em indivíduos com 
dependência de opioides. 
- Morfina e Heroína: tem início em 6 a 8 horas após a última dose, 
normalmente depois de um período de 1 a 2 semanas de uso contínuo 
ouapós a administração de um antagonista narcótico. A síndrome de 
abstinência alcança sua intensidade máxima durante o segundo ou 
terceiro dia e se abranda durante os 7 a 10 dias seguintes, mas alguns 
sintomas podem persistir por seis meses ou mais. 
- Meperidina: tem início rápido, alcança o ápice em 8 a 12 horas e 
termina em 4 a 5 dias. 
- Metadona: se inicia de 1 a 3 dias após a última dose e termina em 
10 a 14 dias. 
- Sintomas: cãibras musculares graves e dores ósseas, diarreia intensa, 
cólicas abdominais, rinorreia, lacrimejamento, piloereção ou pele 
arrepiada, bocejo, febre, dilatação das pupilas, hipertensão, 
taquicardia e desregulação da temperatura, incluindo hipotermia e 
hipertermia. Sintomas residuais – como insônia, bradicardia, 
desregulação da temperatura e fissura por opioides – podem persistir 
por meses após a abstinência. Características associadas à abstinência 
de opioides incluem inquietação, irritabilidade, depressão, tremor, 
fraqueza, náusea e vômito. 
Tratamento: 
- Tratamento da Intoxicação: deve ser feito em unidades de 
emergência médica, a fim de proporcionar suporte ventilatório 
adequado, correção da hipotensão e tratamento do edema pulmonar. 
Medicamento → NALOXONA. 
- Tratamento da Síndrome de Abstinência: 
• METADONA - droga mais administrada nos casos de síndrome de 
abstinência a opiáceos. 
• IPq-HCFMUSP, o tratamento consiste em desintoxicação a curto-
prazo, EM REGIME DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR, com 
metadona. 
- Tratamento da Dependência: 
• NALTREXONA (antagonista opióide) – pacientes abstinentes de 
opióide por 10 dias. 
• METADONA (opiáceo) - tratamento ainda controverso - principais 
modelos de tratamento utilizado e estudado. 
Solventes-Inalantes: 
Introdução: 
Drogas inalantes (também chamadas de substâncias voláteis ou 
solventes) são hidrocarbonetos voláteis que se tornam vapores 
gasosos em temperatura ambiente e são inalados pelo nariz ou pela 
boca para entrar no fluxo sanguíneo por via pulmonar. Esses 
compostos normalmente são encontrados em vários produtos de uso 
doméstico e se dividem em quatro classes comerciais: (1) solventes 
para colas e adesivos; (2) propelentes (p. ex., latas de tinta em 
aerossol, laquê para cabelos e creme de barbear); (3) diluentes (p. ex., 
para tintas e fluidos corretivos); e (4) combustíveis (p. ex., gasolina, 
propano). Acredita-se que esses fármacos compartilhem algumas 
propriedades farmacológicas apesar de suas diferenças químicas. 
Epidemiologia: 
No Brasil, estão entre as drogas mais consumidas entre adolescentes 
de baixa renda. 
As pessoas, especialmente adolescentes, gostam de inalar esses 
produtos devido a seu efeito intoxicante. Inalantes estão associados a 
uma série de problemas, incluindo transtorno da conduta, transtornos 
do humor, suicidalidade e abuso ou negligência de natureza física e 
sexual. 
Aproximadamente 6% dos norte-americanos usaram inalantes pelo 
menos uma vez, e cerca de 1% faz uso atualmente. Entre jovens 
adultos dos 18 aos 25 anos de idade, 11% usaram inalantes pelo menos 
uma vez, e 2% eram usuários atuais. Entre adolescentes na faixa dos 
12 aos 17 anos de idade, 7% haviam usado inalantes ao menos uma 
vez, e 1,2% era usuário atual. 
Ação no Organismo: 
Os inalantes em geral agem como depressores do SNC. A tolerância a 
eles pode se desenvolver, embora os sintomas de abstinência 
costumem ser razoavelmente leves. 
Inalantes são absorvidos rapidamente pelos pulmões e, em seguida, 
conduzidos ao cérebro. Os efeitos surgem em 5 minutos e podem 
durar de 30 minutos até várias horas, dependendo da substância 
inalada e da dose. As concentrações de várias substâncias inalantes no 
sangue aumentam quando usadas em combinação com álcool, talvez 
devido à competição por enzimas hepáticas. Embora cerca de um 
quinto de uma substância inalante seja excretado sem alterações pelos 
pulmões, o restante é metabolizado pelo fígado. Consegue-se detectar 
inalantes no sangue de 4 a 10 horas após o uso, e amostras de sangue 
devem ser obtidas no setor de emergência quando houver suspeita de 
seu uso. 
De forma muito semelhante ao álcool, inalantes apresentam efeitos 
farmacodinâmicos que não são bem compreendidos. Como seus 
efeitos geralmente são semelhantes e aditivos aos efeitos de outros 
depressores do SNC (p. ex., etanol, barbitúricos e benzodiazepínicos), 
alguns pesquisadores sugeriram que eles funcionam por meio de 
fluidificação das membranas, mesmo mecanismo que se supõe ser um 
efeito farmacodinâmico do etanol. 
Sintomas de Intoxicação: 
Os critérios diagnósticos para intoxicação por inalantes especificam a 
presença de alterações comportamentais desadaptativas e pelo menos 
dois sintomas físicos. O estado de intoxicação costuma ser 
caracterizado por apatia, redução do funcionamento social e 
ocupacional, julgamento prejudicado e comportamento impulsivo ou 
agressivo e pode estar acompanhado de náusea, anorexia, nistagmo, 
reflexos diminuídos e diplopia. No caso de doses elevadas e 
exposições prolongadas, o estado neurológico do usuário pode 
progredir para estupor e perda dos sentidos, e, posteriormente, o 
indivíduo pode desenvolver amnésia do período de intoxicação. Às 
vezes, pode-se identificar um usuário recente de inalantes pelas 
erupções ao redor do nariz e da boca do paciente, odores incomuns 
em seu hálito, resíduo de substâncias inalantes em seu rosto, suas 
mãos ou roupas, e irritação de olhos, garganta, pulmões e nariz. O 
transtorno pode ser crônico. 
Quadro Clínico: 
Em pequenas doses iniciais, os inalantes podem ser desinibidores e 
causar sensações de euforia e excitação, bem como sensações 
agradáveis de flutuar, efeitos pelos quais as pessoas supostamente 
usam essas substâncias. Doses elevadas de inalantes podem causar 
sintomas psicológicos de medo, ilusões sensoriais, alucinações 
auditivas e visuais, bem como distorções do tamanho do corpo. Os 
sintomas neurológicos podem incluir fala arrastada, redução na 
velocidade da fala e ataxia. O uso prolongado pode estar associado a 
irritabilidade, labilidade emocional e prejuízo da memória. 
Alguns usuários chegam a desenvolver tolerância, e síndrome de 
abstinência pode acompanhar a interrupção do uso de inalantes. A 
síndrome de abstinência não ocorre com frequência, mas, quando 
acontece, pode ser caracterizada por perturbações do sono, 
irritabilidade, nervosismo, sudorese, náusea, vômito, taquicardia e (às 
vezes) delírios e alucinações. 
Complicações: 
Tratamento: 
A intoxicação por inalantes, assim como ocorre com a intoxicação por 
álcool, normalmente não exige atenção médica e se resolve 
espontaneamente. Contudo, os efeitos da intoxicação, como coma, 
broncoespasmo, laringospasmo, arritmias cardíacas, trauma ou 
queimaduras, precisam de tratamento. Caso contrário, os cuidados 
primários envolvem tranquilização, apoio discreto e atenção aos sinais 
vitais e ao nível de consciência. Fármacos sedativos, incluindo 
benzodiazepínicos, são contraindicados porque agravam a intoxicação 
por inalantes. 
Programas abrangentes de apoio e serviços sociais são oferecidos para 
adultos sem-teto dependentes de inalantes em condições deterioradas. 
Os pacientes podem precisar de amplo apoio familiar ou das pessoas 
responsáveis por elas. 
O curso e o tratamento do transtorno psicótico induzido por inalantes 
são semelhantes aos de intoxicação por inalantes. O transtorno é breve 
e dura de algumas horas (no mínimo) até poucas semanas após a 
intoxicação. Indica-se um tratamento diligente de complicações 
possivelmente letais como parada respiratória ou cardíaca, juntamente 
com manejo conservador da intoxicação em si. Confusão, pânico e 
psicose requerem atenção especial à segurança do paciente. Agitação 
grave pode exigir controle cauteloso com haloperidol (5 mg IM por 
70 kg de peso corporal). Fármacos sedativos devem ser evitados 
porque podem agravar a psicose. Ansiedadee transtornos do humor 
induzidos por inalantes podem precipitar ideação suicida, 
possibilidade que deve ser avaliada cuidadosamente. Ansiolíticos e 
antidepressivos não ajudam na fase aguda do transtorno, mas podem 
ser úteis em casos de doença depressiva ou ansiedade coexistente. 
Programas residenciais e de tratamento-dia vêm sendo usados com 
sucesso, especialmente no caso de adolescentes que abusam de 
inalantes (dependência de substância) em combinação com outros 
transtornos psiquiátricos. Usa-se terapia tanto em grupo como 
individual com ênfase comportamental, com recompensas imediatas 
para o progresso de objetivos definidos no tratamento e punições no 
caso de regressão a comportamentos anteriores. Os pacientes 
frequentam escolas no local com professores de educação especial, 
em conjunto com atividades recreativas planejadas, e os programas 
proporcionam orientação sobre controle de natalidade. A família do 
paciente, com frequência caótica, é envolvida em terapia familiar de 
modificação estrutural ou terapia multissistêmica, sendo que ambas 
gozam de bom respaldo empírico. Exige-se a participação em 
programas de 12 passos. As intervenções de tratamento são 
coordenadas de perto com intervenções realizadas por assistentes 
sociais da comunidade e supervisores de liberdade condicional. O 
progresso é monitorado por meio de amostras de urina e de respiração 
analisadas para a presença de álcool e outras drogas no início do 
programa terapêutico e, frequentemente, durante o tratamento. 
O tratamento em geral dura de 3 a 12 meses. O término é considerado 
bem-sucedido se o jovem colocou em prática um plano para manter a 
abstinência; se demonstra menos comportamentos antissociais; se tem 
um plano para dar continuidade a qualquer tipo necessário de 
tratamento psiquiátrico (p. ex., tratamento para depressão comórbida), 
um plano para viver em um ambiente que lhe oferece apoio e é livre 
de drogas; interage com a família de forma mais produtiva; trabalha 
ou frequenta a escola; está associado a pares que não usam drogas e 
não são delinquentes. 
Tratamento para Transtornos por Uso de 
Substâncias (TUS): 
Vale distinguir entre procedimentos ou técnicas específicas (p. ex., 
terapia individual, terapia familiar, terapia em grupo, prevenção de 
recaída e farmacoterapia) e programas de tratamento. A maioria dos 
programas utiliza uma quantidade específica de procedimentos e 
envolve várias especialidades profissionais, bem como indivíduos não 
profissionais que têm habilidades especiais ou experiência pessoal 
com o problema com substância que está sendo tratado. Os melhores 
programas de tratamento combinam procedimentos e disciplinas 
específicos que satisfazem as necessidades de cada paciente após uma 
avaliação criteriosa. 
Os programas costumam ser agrupados de forma ampla com base em 
uma ou mais de suas características mais evidentes: se o programa se 
destina apenas a controlar abstinência aguda e as consequências de 
uso recente de drogas (desintoxicação) ou se está voltado para uma 
alteração comportamental de longo prazo; se o programa faz amplo 
uso de intervenções farmacológicas ou não; e se o programa se baseia 
em psicoterapia individual, Alcoólicos Anônimos (AA) ou outros 
programas de 12 passos, ou princípios de comunidade terapêutica. Por 
exemplo, órgãos governamentais de financiamento público 
recentemente categorizaram programas de tratamento para 
dependência de drogas como (1) manutenção com metadona 
(principalmente ambulatorial); (2) programas ambulatoriais sem 
fármacos; (3) comunidades terapêuticas; ou (4) programas de 
internação de curta duração. 
Nem todas as intervenções são aplicáveis a todos os tipos de uso ou 
dependência de substâncias, e algumas das intervenções mais 
coercitivas usadas para drogas ilícitas não podem ser aplicadas a 
substâncias disponíveis legalmente, como o tabaco. 
Propuseram-se cinco estágios nesse processo gradual: pré-
contemplação, contemplação, preparação, ação e manutenção. Para 
alguns tipos de adições, a aliança terapêutica é intensificada quando a 
abordagem de tratamento é feita sob medida para o estágio de 
propensão para mudança em que o paciente se encontra. Intervenções 
para alguns transtornos por uso de drogas podem ter como 
componente importante um agente farmacológico específico. Nem 
todas as intervenções podem ser úteis para profissionais de assistência 
médica. 
Referências Bibliográficas: 
1. Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria 
clínica. 11ª.ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. Capítulo 20 (pg 639-
680). 
2. MedCurso 2019 – Psiquiatria 
3. SuperMaterial SanarFlix – Transtornos por Uso de Substâncias 
4. Resumos da Med

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