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RESUMO DO GENERO DO DISCURSO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
LETRAS (LIC EM LINGUA PORTUGUESA) - TOME-ACU - INTENSIVO - Tomé-Açú Presencial - MTN – LICENCIATURA
OS GÊNEROS DO DISCURSO – Mikhail Bakhtin
Tomé – Açu
2019
RESUMO: OS GÊNEROS DO DISCURSO – Mikhail Bakhtin
I
Problemática e definição
Segundo Bakhtin, a comunicação é indispensável pelos seres humanos. Ela pode se dar por inúmeras manifestações linguísticas, tais como a escrita, a oralidade, os sons, os gestos e etc...Tais manifestações são bastante diversificadas, pois estão ligadas a todas as esferas da atividade humana.
E todas as esferas da atividade humana, por mais que sejam diversificadas, se relacionam diretamente com a língua. E esse uso da língua dar – se em forma de enunciados, sejam eles orais ou escritos. Para Bakhtin, não pode haver um uso da atividade humana sem os enunciados. As esferas da atividade humana forma – se em padrões típicos de atividades humanas, de maneira similar as esferas da comunicação vão construindo formas típicas de uso da língua. Bakhtin chamou essas formas de tipos relativamente estáveis de enunciados, denominando de gênero dos discurso.
De início pode – se perceber três conceitos importantes: língua, enunciado e gênero do discurso. E para Bakhtin, esses conceitos estão ligados intimamente, para que haja um bom funcionamento da comunicação. As grandes variedades de esferas da atividade humana dão origem a vários gêneros do discurso. Bakhtin vai muito além ao dizer que só nos comunicamos, escrevemos ou falamos por meio dos gêneros do discurso, ou seja os gêneros fazem parte do nosso dia a dia. Diz ainda que os gêneros podem sofrer constante modificações, de acordo com o amadurecimento intelectual que o indivíduo com a gramática. A este respeito, Bakhtin (1997, p. 106) diz que o gênero sempre é e não é ao mesmo tempo, sempre é novo e velho ao mesmo tempo. Esse trecho de certa forma explica o relativamente estável. Pois, bem como a sociedade, os gêneros também se modificam para atender às necessidades desta sociedade. Como, por exemplo, a carta, meio de comunicação bastante usado em épocas passadas. Hoje, de certa forma, perdeu o espaço para o e-mail, uma vez que a sociedade moderna necessita de agilidade, praticidade e rapidez na transmissão das informações; necessidade esta que a carta não é capaz de suprir. No entanto, a carta não deixou de existir. O que houve foi uma atualização do gênero carta, para melhor atender à sociedade. Bakhtin (1997, p. 284) diz que Cada esfera conhece seus Gêneros, apropriados à sua especificidade, aos quais correspondem determinados estilos. Uma dada função seja ela, técnica, cientifica, ideológica e dadas condições, específicas para cada uma das esferas da comunicação verbal, geram um dado gênero, ou seja, um dado tipo de enunciado, mais ou menos estável do ponto de vista temático, composicional e estilístico.
Os gêneros vão sofrendo constantes modificações de acordo com a evolução histórica de seu contexto. De acordo com a situação social surgem os gêneros com suas particularidades. Deve – se levar em consideração as infinidades de situações comunicativas e que elas só podem acontecer por meio do uso da língua, percebendo as infinidades dos gêneros. Bakhtin relaciona o surgimento de novos gêneros ao surgimento de novas esferas da atividade humana com o proposito discursivo exclusivo. Estas características fez com que Bakhtin sugerisse uma classificação, dividindo os gêneros em dois grupos: os primários (simples) e os secundários (complexos). Os primários relacionam-se às situações comunicativas cotidianas, espontâneas, informais e imediatas, como a carta, o bilhete, o diálogo cotidiano. Os gêneros secundários, geralmente aparecem mediados pela escrita, aparecem em situações comunicativas mais complexas e elaboradas, como o teatro, o romance, os artigos científicos, etc. Tanto os gêneros primários quanto os secundários possuem a mesma essência, ambos tem semelhança com os enunciados verbais. A partir dessa semelhança entre primários e secundários é o que esclarece a natureza do enunciado. O que diferencia um do outro é o alto nível de complexibilidade. 
Para Bakhtin, Não há razão para minimizar a extrema heterogeneidade dos gêneros do discurso e a consequente dificuldade quando se trata de definir o caráter genérico do enunciado. O que realmente importa é a diferença que há entre os gêneros primários (simples) e os secundários (complexos). Os gêneros primários, ao se tornarem complementos dos gêneros secundários, transformaram - se dentro destes e adquirem uma característica particular: perdem sua relação imediata com a realidade existente e com a realidade dos enunciados alheios...
Por outro lado o gênero não pode ser pensando fora do espaço temporal. Pois suas formas são representadas igualmente pelo espaço e tempo. Os gêneros surgem dentro de algumas tradições com as quais se relacionam de algum modo, permitindo a reconstrução da imagem espaço-temporal da representação estética que orienta o uso da linguagem: o gênero vive do presente mas recorda o seu passado, o seu começo, afirma Bakhtin.
Percebe-se a relação dos gêneros com o espaço e o tempo, característica que Bakhtin denomina cronotopos. O gênero não surge do nada, ele está sempre ligado a uma cultura e aspectos sociais relacionado ao tempo. Até o presente tópico, tratou se do gênero, sua classificação e seu conceito. É nítida a ligação que gênero e enunciado possuem.
II
O enunciado, unidade da comunicação verbal
Bakhtin (1997, p. 293) conceitua o enunciado como:
… unidade real da comunicação verbal: o enunciado. A fala só existe, na realidade, na forma concreta dos enunciados de um indivíduo: do sujeito de um discurso-fala. O discurso se molda sempre à forma do enunciado que pertence a um sujeito falante e não pode existir fora dessa forma. Quaisquer que sejam o volume, o conteúdo, a composição, os enunciados sempre possuem, como unidades da comunicação verbal, características estruturais que lhes são comuns e acima de tudo, fronteiras claramente delimitadas. (…) As fronteiras do enunciado compreendido como uma unidade da comunicação verbal, são determinadas pela alternância de sujeitos falantes ou de interlocutores.
No trecho acima o autor afirma que o enunciado é delimitado pela alternância de sujeitos falantes. Onde, o receptor não é passivo ao ouvir e compreender o enunciado, mas podendo opinar, interromper, discutir, exercendo assim um papel ativo na comunicação, caracterizando assim o enunciado. Bakhtin afirma que esta atitude é a principal característica do enunciado. Diz também que o enunciado é único e jamais repetido, podendo ser citado no momento da interação social. Exemplos de enunciados são os romances, as cartas, as notícias, etc... O enunciado, como afirma Bakhtin no trecho acima, é uma unidade real, estritamente delimitada pela alternância dos sujeitos falantes. Isso se dar por conta de uma relação dialógica. O conceito de dialogismo percorreu em toda sua obra. Esta noção foi aplicada no estudo da linguagem como fator determinante para a formulação de suas ideias. Bakhtin tentou demostrar como se estabelece um discurso com o outro.  Neste sentido, o discurso do outro pode ser inserido no enunciado de duas maneiras: abertamente citado e nitidamente separado do discurso citante ou de forma não muito nítida, chamado bivocal, aquele que está relacionado com o indivíduo e o seu princípio de ação, ou seja, a resposta que cada pessoa dá às diversas vozes presentes na realidade em que está imerso. Porém, vale lembrar que nem todo enunciado é um discurso.
Com base nos estudos aqui expostos, vale ressaltar que o que importa para Bakhtin, é como os gêneros do discurso se constituem e como se comportam na interação de atividades humanas. Ou seja, os gêneros estabelecem uma ligação entre a linguagem e a vida social. 
Este trabalho apresentado tem como requisito parcial para aprovação na disciplina Teoria do texto Narrativo do Curso de letras, da Universidade Federal do Pará.
Profª. Rosa MariaDiscente: DANIELE COSTA ALEIXO

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