Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 1 Células de Küpffer: são os macrófagos do fígado e estão localizadas dentro do capilar sinusóide. Tríade portal: artéria hepática, veia porta e ducto biliar (junção dos canalículos). Irrigação: veia porta (60-50% do suprimento) e artéria hepática (30-40% do suprimento). Bile: cursa o sentido contrário da circulação sanguínea. Gordura: a gordura ingerida não e metabolizada no fígado. Primeiro o quilomícron vai para o sistema linfático e sofre ação das lipases e oque sobra desses quilomícrons volta para o fígado e ele metaboliza, formando HDL, LDL e VDL. • Se tem um excesso de gordura, o fígado as recebe, metaboliza e acumula – Esteatose hepática. Divisão do lóbulo: pode ser dividido em três zonas. I. ZONA 1: mais próximo da periferia e tem os hepatócitos formando a zona. II. ZONA 2: não dá para ver sua delimitação, mas sabemos que ela está entre as zonas 3 e 1. III. ZONA 3: mais próximo do centro e apresenta hepatócitos formando essa zona. HEPATÓCITOS DA ZONA 1 E 3 SÃO DIFERENTES, MAS NÃO SÃO PERCEPTÍVEIS. • As diferenças das zonas é importante pois tem determinadas doenças que acometem a zona 1 e outras que acometem a zona 3. EX: Isquemia -> Zona 1 sofre primeiro. EX: Alterações na vesícula biliar -> Zona 3 sofre primeiro. Principais causas de doença no fígado: temos 4 principais causas. I. TÓXICAS E TÓXICO-INFECCIOSAS: envenenamento por CC14, benzeno, clorofórmio, etionina, fósforo, bismuto, álcool, drogas, medicamentos, ureia e toxinas de diversos microrganismos. II. DIETÉTICAS E METABÓLICAS: obesidade, desnutrição, erros inatos do metabolismo lipídeos e DM. III. INDETERMINADAS: esteatose aguda da gravidez e síndrome de Reye (crianças com quadros virais em tratamento com AAS). DOENÇA HEPÁTICA ALCOOLICA (DHA) A principal causa de morte é o alcoolismo (40%). Essa doença pode chegar no estado de cirrose e comprometer toda a estrutura funcional do fígado. • Essa doença é um fator desencadeante para o carcinoma hepatocelular (30%). • Mulheres são mais sensíveis a essa doenças, mas não se sabe o motivo de tal sensibilidade. Estágios da DHA: o fígado normal geralmente segue para um fígado com esteatose e se não parar de consumir álcool, evolui para uma esteatohepatite e se continuar a persistência, pode chegar a uma cirrose. • A maioria segue esse curso, porém, depende da quantidade de bebida, histórico familiar e fatores ambientais. Características dos pacientes com DHA: são sintomas muito inespecíficos, oque dificulta o diagnostico. Nos exames clínicos: aumento do níveis séricos de fosfatase alcalina, mas só esse aumento não fecha o diagnóstico. Fígado – Processo inflamatório Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 2 ESTEATOSE HEPÁTICA É caracterizada pelo aumento/acúmulo de gordura no fígado – fígado grande, mole e amarelo. • 10-15% de chance de evoluir para cirrose. Patogênese: enzimas do metabolismo hepático agem sob o efeito de álcool, o transformando em acetaldeído -> EXCESSO. • Para o ADH formar o acetaldeído, tem a conversão de NAD+ em NADH, ou seja, quanto mais álcool, mais ação das enzimas e maior a conversão. • NADH em excesso favorece a maior produção de ácido graxo - NAD+ escasso causa uma menor oxidação dos ácidos graxos -> FAVORECE A MAIOR PRODUÇÃO DE GORDURA. Morfologia microscópica: apresenta uma degeneração gordurosa ou esteatose – presença de tecido adiposo. • Balonização hepatocitária, focos de necrose nos hepatócitos e infiltrado rico em neutrófilos. ESTEATOHEPATITE É caracterizada pela inflamação no fígado devido o excesso de gordura. • Presença de esteatose associada á evidências de agressão hepática, como elevação de enzimas hepáticas e de parâmetros inflamatórios no sangue. Patogênese: o metabolismo de álcool favorece a produção de EROS. • ADH gera espécies reativas de oxigênio que reagem com o DNA, proteínas estruturais e componentes do tecido conjuntivo de sustentação – Destruição das estruturas de sustentação dos hepatócitos. • O acúmulo favorece uma função desordenada de acetaldeído. Morfologia microscópica: tem menos lipídeos acumulados e presença de células inflamatórias (neutrófilos). • As setas apontam o corpúsculo de Mallory- Denks que fica no citoplasma do hepatócito. • Corpúsculo é formado pelo acúmulo de colágeno associado as ubiquitina. ESTEATOFIBROSE ALCOOLICA É caracterizada pela cicatrização das lesões como resposta hepática. • Cicatrização feita através da deposição de colágeno. Patogênese: o fígado com lesão crônica perde as vilosidades que estão voltadas para a parede do capilar – Faz com que perca sua função de absorção. • Na cronificação, os espaços de Disse (espaço subendotelial) começam a ficar mais rígidos devido o acúmulo de fibras de colágeno. • Se o acúmulo de colágeno persistir pode desencadear uma cirrose. Morfologia microscópica: apresenta muitos focos inflamatórios. Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 3 DONÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOOLICA A única diferença da DHGNA é a sua causa. Acomete cerca de 30% da população mundial. • Considerada uma doença hepática crônica. • Não é detectado clinicamente e é mais comum em hispânicos, afro-americanos e caucasianos. Causas da DHGNA: dieta, sedentarismo, resistência a insulina, intolerância a glicose, DM, obesidade, hipertensão, dislipidemia, jejum prolongado, lipodistrofia e medicamentos. • A associação da resistência a insulina junto a outro fator, leva a uma síndrome metabólica. Patogênese: se ocorre uma diminuição das respostas dos receptores de insulina (resistência a insulina), a insulina não age e se ela não age, ela deixa de favorecer a produção de energia e senão tem a principal via energética, o organismo entende que deve ativar as vias secundárias (carboidratos e lipídeos). • A maioria do conteúdo lipídico dessa doença não é o lipídeo que vem da alimentação, e sim proveniente do tecido adiposo periférico. Morfologia microscópica: ocorre o acúmulo de gorduras (como na DHA), a diferença da DHA é o histórico do paciente. HEPATITE É uma doença que pode ser autoimune, medicamentosa ou viral. • Pode ser tipo A, B, C, D e E. Oque devemos saber da hepatite: tipo de vírus, forma de transmissão, tempo de incubação, diagnostico e se ela crônifica. Características clínicas: paciente pode apresentar icterícia, febre, fadiga, perda de peso, náuseas, vômitos, dor abdominal, dor nas articulações, urina escura e fezes cor de argila. HEPATITE A - HAV É uma hepatite aguda, viral e autolimitada, ou seja, o paciente cursa com a manifestação dos sintomas (1-2 semanas) e depois acaba. • Mesmo sendo autolimitada, ela pode causar insuficiência hepática fulminante, mas não é comum que ocorra. • Não crônifica. • Clínica leve ou assintomática. Vírus: o vírus causador desse tipo de hepatite, é um vírus com gene de RNA. • Ostras, mexilhões e mariscos -> Comuns na transmissão da Hepatite A. Transmissão: transmitida via oral-fecal. • Tem incidência e prevalência em países onde as condições sanitárias são inadequadas (índia). Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 4 Período de incubação: 2-6 semana. Período de manifestação clínica: 2-12 semana. IgM: muito presente na fase aguda, junto a replicação viral. • Vai caindo e não passa dos 10 dias normalmente. IgG: fica para a vida toda – Vacina gera IgG. Morfologia microscópica: é comum a presença de infiltrados inflamatórios com predomínio de linfócitos e focos de lesão com morte de hepatócitos. • As setas apontam os hepatócitos apoptóticos. • HEPATITE B - HBV É causada por um vírus de DNA e acredita-se que cerca de 1/3 da população tenha. • 5-10% dos casos se crônifica. • Maioria dos pacientes se recuperam. Transmissão: via sexual, uso de drogas injetáveis e principalmente de forma vertical.I. FORMA VERTICAL: principalmente em países em pobres. II. DROGAS INJETÁVEIS: principalmente em países desenvolvidos. III. VIA SEXUAL: principalmente em países em desenvolvimento. HBsAg: proteína presente no sangue quando se tem infecção ativa – Aguda – Desaparece com a recuperação. Anti-HBs: quando tem a presença de anticorpos no sangue – Paciente em recuperação ou vacina eficaz – Indica imunidade. HBcAg: detectada dentro do hepatócito pois ela ajuda na replicação viral – Proteína nuclear presente no núcleo do vírus – Antígeno. Anti-GBc: IgM anti-HBc é o primeiro anticorpo produzido após a infecção – Marcador de infecção prévia – Persiste em casos crônicos. HBeAg: antígeno do vírus da hepatite B – Marcador da infecção ou tratamento. Na fase crônica tem aumento de todos esses antígenos, mas eles permaneces, ao contrário da fase aguda que cai depois de um tempo. Morfologia microscópica: hepatócitos acometidos tem aparência de “vidro fosco e o citoplasma fica mais espesso. • Esse marrom é o antígeno de superfície. É possível fechar o diagnostico através da análise imuno-histoquímica. • O rosa dentro das células são as inclusões citoplasmáticas causadas pela perda de função do hepatócito, que no momento da infecção vive em função do vírus. • HEPATITE C - HCV Causada por um vírus de RNA e é o único tipo de hepatite que tem uma grande chance de cronificar, todos os outros apresentam uma baixa porcentagem. • Normalmente tem uma fase aguda mais leve. • Por mais que seja um vírus que tenha a característica crônica, 20% dos pacientes desenvolvem cirrose. Forma de transmissão: via sexual, compartilhamento de agulhas e tatuagem. Tem anticorpos sendo produzidos por esse vírus e segue o mesmo padrão da hepatite B – Tem aumento das transaminases. • Vírus semelhante ao vírus da AIDS. • A dificuldade da vacina se dá ao fato da desorganização do vírus, que favorece mutações virais. Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 5 Tratamento: é feito nos pontos de replicação viral. • Quando é bem sucedido abaixa a carga viral a ponto de nem detectar mais, porém o paciente continua com o vírus e a qualquer momento pode reativar. Morfologia microscópica: inflamatório portal crônico, não é específico, mas é característico da infecção por Hepatite C. • Corpos apoptóticos dos hepatócitos. • O meio roxo são as células de defesa. • HEPATITE D - HDV Acontece através da infecção por um vírus de RNA. Esse tipo de hepatite é autolimitante e depende da hepatite B por conta dos mecanismos de replicação que ela realiza. • Aproveita a mesma maquinaria celular da HBV • Vírus de RNA cuja infecção aumenta as chances de hepatite fulminante e de cronificação da hepatite B. Transmissão: transmissão oral-fecal. • HEPATITE E - HEV Acontece através da infecção por um vírus de RNA. • 20% dos casos podem causar um cirrose. • Pode ser fatal em mulheres gravidas. • É uma hepatite aguda esporádica. Transmissão: via fecal-oral, zoonótica (pode ser transmitida por animais), autolimitante, via sexual, compartilhamento de agulhas e tatuagens. • HEPATITE CRÔNICA x HEPATITE AGUDA Hepatite crônica: geralmente causa necrose, inflamação e deposição de fibras de colágeno – Fibrose – Cirrose. • Pode acontecer a necrose em ponte: necrose em um lóbulo que se estende até o ponto de outro lóbulo. Hepatite aguda: quando tem necrose, é necrose focal. • HEPATITE AUTOIMUNE É causada pelo próprio organismo – organismo faz anticorpos contra ele mesmo. • Nesse caso é possível recuperar o fígado desde que não evolua para uma cirrose com o tratamento de terapia autoimune. Tipo I: tem a produção de anticorpo antinucleares – Corpo produz anticorpos que destroem o núcleo do hepatócito e a actínia do musculo liso. Tipo II: tem dois anticorpos, mas o principal é o anticorpo anticitosol I – Destrói o citoplasma da células do hepatócito. • Presença de infiltrado inflamatório (principalmente plasmócito). • HEPATITE MEDICAMENTOSA Previsíveis: está na bula, já foi estudado então sabe a metabolização do fármaco é difícil. Imprevisíveis – idiossincrasia: é uma situação particular, acontece só com o paciente. Não tem relação com a dose, as vezes na dose terapêutica pode resultar esse tipo de hepatite. Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 6 • Tipos de lesão que o medicamento pode causar.
Compartilhar