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Hepatite C Diagnóstico Aluno: Anderson Guilherme de Lima Soares Disciplina: TICs – Clínicas Integradas I Curso: Medicina/IESVAP – 6º período ENUNCIADO Como podemos, do ponto de vista laboratorial, definir um paciente que já teve contato com o Vírus da Hepatite C como "caso ativo" e como "cicatriz sorológica"? Como proceder em caso de acidentes de trabalho com perfurocortantes para, do ponto de vista laboratorial, afastar contágio pelo vírus da Hepatite C? DISCUSSÃO O período de transmissão do vírus da hepatite C ocorre quando está em fase ativa, ou seja, uma semana antes do início dos sintomas e mantém-se enquanto o paciente apresentar HCV-RNA detectável. A presença do HCV-RNA, que determina a condição de viremia do HCV, indica o risco de transmissão da hepatite C. Alguns estudos indicam que a carga viral do HCV é diretamente proporcional ao risco de transmissão do vírus. Em gestantes coinfectadas pelo HCV e HIV, a chance de transmissão vertical é maior do que em gestantes infectadas apenas pelo HCV. Este, portanto, é o primeiro marcador a aparecer entre uma a duas semanas após a infecção. É utilizado para confirmar a infecção em casos crônicos, monitorar a resposta ao tratamento e confirmar resultados sorológicos indeterminados, em especial em pacientes imunossuprimidos. Já para entender a cicatriz sorológica, que significa o contato do indivíduo com a doença em algum momento inespecífico da vida, faz-se necessária a pesquisa de anticorpos contra o vírus HCV. O Anti-HCV é o marcador de triagem para a hepatite C. Indica contato prévio com o vírus, mas não define se a infecção é aguda, crônica ou se já foi curada. A conduta diante de acidentes com alto risco de contágio da doença deve prosseguir com a dosagem combinada dos marcadores supracitados, ao passo que O diagnóstico de infecção aguda só pode ser feito com a viragem sorológica documentada, isto é, paciente inicialmente anti-HCV negativo que converte, tornando-se antiHCV positivo e HCV-RNA positivo, detectado por técnica de biologia molecular. A avaliação e conduta em acidentes com risco de contágio da doença deve seguir um protocolo: 1- Cuidados imediatos com a área exposta: em exposições percutâneas ou cutâneas, lavar com agua e sabão; e em mucosas, lavar com água. 2- Determinar o risco da exposição: tipo de material biológico envolvido e qual tipo de exposição 3- Avaliar o paciente fonte, dosando riscos, testagem do paciente-fonte. 4- Avaliar o profissional acidentado, com anamnese direcionada, em especial para investigar imunização. 5- Iniciar medidas profiláticas para HBV e HIV, pois não existe para HCV. 6- Realizar aconselhamento, testagem sorológica e outros exames laboratoriais durante o período de acompanhamento a. Orientar ao profissional acidentado que procure assistência médica caso apresente qualquer sinal ou sintoma sugestivo de soroconversão. b. Exposição ao HBV i. Realizar testagem após vacinação contra hepatite B 1. Pesquisar anti-HBs 1 a 2 meses após a última dose da vacina em profissionais que fizeram esquema vacinal incompleto ou diferente do recomendado 2. A pesquisa de anti-HBs para avaliação de resposta vacinal não pode ser considerada se foi utilizada a IGHAHB nos 3 a 6 meses prévios c. Exposição ao HCV i. Pesquisar anti-HCV e dosar ALT/TGP no momento do acidente e 4 a 6 meses após a exposição; ii. Realizar exames confirmatórios (RIBA, PCR) nos casos de exames imunoenzimáticos (EIA/ELISA) positivos d. Exposição ao HIV i. Realizar a testagem anti-HIV por pelo menos 6 meses após a exposição (p.ex. 6 semanas, 3 e 6 meses após a exposição) ii. Realizar a pesquisa de anticorpos anti-HIV na investigação de infecção aguda pelo HIV iii. Orientar sobre a necessidade da prevenção de transmissão secundária do HIV (p.ex. evitar engravidar, doação de sangue/tecidos/córneas/sêmen) iv. Avaliar profissionais que iniciaram PEP dentro de 72 horas após a exposição e monitorar a toxicidade medicamentosa por pelo menos 2 semanas após a exposição Referência BRASIL. Hepatites Virais. Ministério da Saúde. Brasília 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Exposição a materiais biológicos. Departamento de ações programáticas e estratégicas. Série A, normas e manuais técnicos. Saúde do trabalhador – protocolos – complexidade diferenciada 3, Brasília (DF) 2011. FRANCISCO, Analu Bernardo. Exposição ocupacional e acidentes com material biológico entre profissionais da área de saúde. 2019.
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