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CLÍNICA CIRÚRGICA VETERINÁRIA

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Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
CLÍNICA CIRÚRGICA VETERINÁRIA 
 Síndrome Braquiocefálica: 
o Braquiocefálico: Focinho achatado; 
o Mesocefálico: Crânio normal; 
o Doliocefálico: Focinho mais alongado – crânio dolicocefálicos; 
 
 
1. Estenose de narinas: 
Comumente observada em raças braquicefálicas de pequeno e grande porte; 
Refere-se a uma combinação de estenose das narinas, alongamento de palato mole e 
eversão de sáculos laringianos; 
Raças mais afetadas: Buldog Inglês, Boston Terriers, Pequinês, Pug, Shih Tzus, Boxer, 
Lhasa Apso, Mastif. 
A síndrome é importante devido à gravidade dos sinais clínicos e em seu potencial risco 
de morte; 
Um dos sinais clínicos importantes é a respiração pela boca, difícil e ruidosa. Animais 
com orifícios nasais estenosados, durante a inspiração, apresentam deslocamento medial 
da asa da narina, colapsando e fechando o espaço aéreo; 
O diagnóstico da síndrome braquicefálica baseia-se no histórico de obstrução das vias 
aéreas superiores ocorrendo em raças sabidamente predispostas à síndrome e deve ser 
identificada em exame físico durante a anamnese; 
Nas raças braquiocefálicas é indicado realizar a correção cirúrgica das narinas 
estenóticas o mais jovem possível, já que os cães menores de dois anos submetidos a 
cirurgia têm um melhor prognóstico, diferentemente dos que sofrem desta síndrome 
durante muitos anos. 
A técnica cirúrgica utilizada pode ser a ressecação em cunha nasal onde é feita uma 
excisão em cunha estendendo-se a partir da asa da narina caudalmente para incluir parte 
da cartilagem alar, sendo essa a técnica de eleição. A base da cunha deve incluir um 
terço da metade da borda livre da narina. 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
2. Prolongamento de palato mole: 
Considerado uma alteração primária nos cães braquicefálicos, já podendo ser observado 
em animais ainda jovens, porém muitos autores acreditam que o gene responsável pelo 
encurtamento do focinho, não afeta os tecidos moles, não estando correlacionado com o 
prolongamento do palato; 
O diagnóstico se dá de forma terapêutica, onde o animal deve ser anestesiado, para um 
exame mais aprofundado, com o uso do laringoscópio examina-se a faringe, deslocando 
a língua ventralmente, podendo se avaliar a borda caudal do palato mole, que em um 
paciente normal deveria tocar a ponta da epiglote, porém, em um paciente com 
prolongamento do palato mole ela ultrapassa esse limite, causando a obstrução. 
Tratamento se dá de forma cirúrgica, sendo seu principal objetivo a desobstrução 
causada pelo prolongamento do palato mole. 
A cirurgia é bem realizada quando o animal é jovem (ou seja, quatro a vinte e quatro 
meses de idade) antes das cartilagens laringianas degenerarem e colabarem. 
3. Eversão de sacos laríngeos: 
As alterações consideradas como primárias são: estenose de narina, prolongamento de 
palato mole, cornetos nasais aberrantes, macroglossia e hipoplasia de traqueia. As 
alterações secundárias são subsequentes de esforço respiratório excessivo e crônico, 
levando a inflamação local, edema, eversão de sacos laríngeos e colapso laríngeo, 
diminuindo ainda mais o fluxo de ar, sendo capaz de levar o animal a óbito. 
Sinais: Dispneia inspiratória culminando em angústia respiratória, ronco, tosse, 
intolerância ao exercício, cianose, edema de tecidos moles, obstrução de vias aéreas 
superiores, fluxo turbulento de ar, aparecimento de ruído inspiratório e síncope, 
podendo culminar em morte. 
4. Hipoplasia traqueal: 
A hipoplasia de traqueia é o estreitamento da luz da traqueia em toda a sua extensão, 
dificultando a passagem do ar. Trata-se de uma anomalia congênita e está 
frequentemente associada a animais braquicefálicos, juntamente com outras alterações 
anatômicas que caracterizam a síndrome braquicefálica. Neste pacientes, os anéis 
cartilaginosos da traqueia são pequenos e com as extremidades sobrepostas; a 
membrana traqueal é estreita e em alguns casos pode ser ausente. 
A hipoplasia da traqueia pode passar despercebida, por ser assintomática, e acaba sendo 
diagnosticada como achado incidental em exames radiográficos do tórax. Tratamento 
cirúrgico não é indicado! 
Quanto maior a obstrução, maior a dificuldade respiratória apresentando, portanto, um 
potencial risco de morte ao animal. Os sinais clínicos tendem a piorar progressivamente 
caso os problemas não sejam tratados oportunamente. 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
Cabeça: 
 Cirurgia Nasal: 
o Rinoplastia 
 
Correção cirúrgica da estenose de narina – durante a cirurgia pode sangrar, mas é 
controlável; 
Cauterização pode causar edema, por isso não é indicado; 
Em casos de fazer rinoplastia e palatoplastia é indicado fazer primeiro a rinoplastia, uma 
vez que a palatoplastia é uma cirurgia que causa bastante infecção por ser na boca. 
Utilizado ponto simples interrompido por oferecer maior estabilidade e estética. 
Também deve utilizar linha monofilamentar devido a contaminação, pois o 
multifilamentar por ter capilaridade pode favorecer a contaminação; 
o Palatectomia ou estafilectomia: 
O palato mole pode passar da epiglote e chegar até a traqueia, portanto podemos retirar 
o palato até antes da epiglote ou na linha da epiglote. 
Antes da cirurgia devemos aproveitar que o animal está sedado e avaliar o alongamento 
do palato e marcar onde deve ser retirado. A anestesia pode ser a TIVA ou inalatória, 
mas a TIVA favorece mais no decorrer da cirurgia. 
Não deve ser retirado na base do palato, pois pode favorecer o surgimento de doenças 
de ocorrência bacteriana. 
Sinais clínicos: Além da dificuldade da passagem do ar, é causada uma vibração que 
leva exatamente a sons de ronco, engasgos e excesso de saliva. Além de dificultar a 
passagem do ar, pode até mesmo resultar em pneumonia, já que esse excesso de tecido 
pode obstruir o fechamento correto da epiglote. 
 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
 
Técnica tradicional: Tracionar o palato com pinça e fazer um ponto de sustentação. Não 
deve ser cortado de uma vez; faz um ponto e depois passa a linha de sutura de forma 
espiral e corta aos poucos para evitar que sangre. Também é importante não tracionar a 
língua, pois pode causar parada cardíaca. 
o Saculectomia: 
Correção da eversão dos sacos laríngeos; 
Técnica realizada com objetivo de remover os sacos evertidos, permitindo uma maior 
passagem de ar e menor pressão negativa; 
o Hipoplasia traqueal: 
A hipoplasia traqueal o animal já nasce com a conformação alterada e o diâmetro é 
alterado. 
Estreitamento da luz da traqueia em toda a sua extensão, dificultando a passagem do ar. 
 
Diagnóstico: Raio X ou traqueoscopia; 
o Palatoplastia: 
Fenda palatina acontece de forma congênita ou traumática e a cirurgia deve ser feita de 
forma rápida, pois a alteração pode interferir na qualidade de vida do animal. Em 
recém-nascidos, pode esperar até duas semanas. 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
Procedimento mais comum a ser feito em casos de fenda palatina congênita em que o 
animal ainda não tem formação óssea, realiza-se a reverberação de um lado e solta o 
tecido do outro lado para doar e fazer a sobreposição. A cicatrização ocorre por segunda 
intenção. Pode ser feito a técnica em ambos os lados também. 
 
o Marsupialização: 
 
o Glossorrafia: 
 
o Prolapso da bolsa jugal em hamster: 
 
o Correção dentária em roedores: 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
 
o Fístula oronasal: 
Comunicação anormal entre as cavidades oral e nasal. 
Causas: Doenças periodontais, abscessos periapicais, traumatismos, neoplasias, má 
formação congênita, necrose por radiação, extrações dentárias mal executadas, queda de 
pontos cirúrgicos. 
A ocorrência é devido a pequena quantidade de tecido ósseo palatino nasalexistente 
entre o ápice do dente e a cavidade nasal. As fístulas podem ocorrer em qualquer região 
do palato duro em função do comprometimento de qualquer dente maxilar. 
Algumas fístulas oronasais discretas não causam sinais clínicos, além disso, a 
identificação das mesmas durante o exame físico de rotina em pacientes despertos e 
inquietos pode ser difícil. 
Cirurgia Bucal 
 Fratura mandibular: 
Fraturas maxilares e fraturas mandibulares podem resultar de trauma, periodontite grave 
ou neoplasia. Periodontite é uma reação inflamatória do tecido que circunda um dente e 
que geralmente resulta da extensão de inflamação gengival para o peridonto. 
A reparação definitiva das fraturas muitas vezes deve ser retarada até que o animal 
tenha sido apropriadamente estabilizado. 
Fraturas mandibulares associadas a neoplasia são tratadas por mandibulectomia e não 
por reparação definitiva da fratura. 
Dentes envolvidos em fraturas não devem ser removidos a não ser que estejam frouxos. 
Isto é especialmente importante nos casos de fraturas que envolvem o corpo mandibular 
caudal, porque os dentes pré-molares e molares são grandes, ocupam uma porção 
substancial deste osso e contribuem, essencialmente, para a estabilidade da fratura. 
Diagnóstico: 
 Predisposição: Cães jovens estão sob maior risco de ocorrer fraturas; fraturas 
patológicas da mandíbula são particularmente comuns em cães idosos de raças 
pequenas e miniaturas que não receberam profilaxia dentária regular e são 
alimentados com comida mole e sobras de refeições. 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
 Histórico: Usualmente, uma história de trauma é vista nos animais com fraturas 
orais traumáticas. Disjunções da sínfise mandibular e fraturas do palato duro 
podem ocorrer em gatos que caem de grande altura. 
 Exame físico: Os animais com fraturas podem salivar excessivamente, exibir dor 
à abertura da boca, e frequentemente relutar em comer. A saliva pode estar 
tingida de sangue; crepitação e instabilidade podem ser palpadas durante exame 
oral cuidadoso; disjunções da sínfise mandibular permitem que uma mandíbula 
seja movida separadamente da outra. 
 Diagnóstico por imagem: Radiografias da mandíbula e maxila geralmente 
exigem que os animais sejam anestesiados. Exame radiográfico completo do 
crânio geralmente requer um mínimo de quatro vistas radiográficas: dorsoventral 
ou ventrodorsal, lateral e oblíqua lateral direita e esquerda. Tomografia 
computadorizada pode ajudar a identificar fraturas no corpo mandibular caudal, 
ramo vertical e côndilo mandibular. 
 Alterações laboratoriais: Anormalidades específicas não estão presentes em 
fraturas mandibulares ou maxilares de qualquer causa. Animais traumatizados 
devem ser submetidos a exame hematológico para determinar se existe 
contraindicações a anestesia. 
Tratamento cirúrgico: Tratamento conservador com focinheira de esparadrapo ou 
adesão com composto dentário pode ser apropriado para algumas fraturas; sistemas de 
fixação interna aplicáveis para fraturas mandibulares são o fio ortopédico, fios de 
Kirschner, e placas e parafusos. Pinos intramedulares são contraindicados porque o 
canal mandibular contém a artéria alveolar mandibular e o nervo alveolar inferior. 
Fixadores externos são muitos eficazes para fraturas cominutivas não redutíveis. Muitas 
fraturas maxilares não tem desvio e necessitam apenas de terapia conservadora; 
entretanto, fraturas maxilares segmentares ou linhas de fratura afundadas podem exigir 
reposicionamento e estabilização. Fraturas mandibulares ou maxilares que alteram a 
oclusão normal/fraturas maxilares que resultam em mau posicionamento nasal ou 
instabilidade devem ser reduzidas ou estabilizadas. 
 Mandibulectomia: 
Remoção total ou parcial de uma ou de ambas as mandíbulas. Dentre suas indicações 
em cães, a mais frequente é o tratamento de neoplasias da cavidade oral, tratamento de 
fraturas cominutivas e de alterações funcionais adquiridas. 
 Maxilectomia: 
Procedimento cirúrgico em que parte ou toda a maxila é removida. A maxilectomia é 
frequentemente realizada para ressecação de neoplasia oral. Dependendo da área a ser 
estirpada, maxilectomias parciais podem ser classificadas como rostral, central ou 
caudal ou pré-maxilectomia bilateral rostral. 
 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
 
As complicações mais comuns encontradas com a realização dos procedimentos 
cirúrgicos de hemimaxilectomia e maxilectomia caudal incluem sangramento intra-
operatório, epistaxe, inchaço incisional e ulceração labial. O sangramento 
intraoperatório é mais comum com hemimaxilectomia e maxilectomia caudal, seja por 
meio de abordagem intraoral ou combinada dorsolateral intra oral, do que outros tipos 
de maxilectomias, por causa da transecção da artéria maxilar a medida que ela percorre 
o aspecto ventral da órbita inferior. 
Cirurgia Oftálmica: 
 Alterações palpebrais: 
o Triquíase: Cílio nasce em direção ao olho de origem da pálpebra de cima 
ou de baixo, e por ser visto como corpo estranho pode gerar sinais de 
dor, inflamação. Deve ser feito teste de fluoresceína. Resolução: 
Epilação. 
o Distriquiase: O cílio saí da glândula tarsal ou meibômio em direção. 
Resolução: Epilação. 
o Cílio ectópico: O cílio saí da glândula tarsal e toca diretamente o olho 
por atravessar a mucosa. 
 Blefarorrafia ou tarsorrafia: 
o Baseia-se em suturar a pálpebra, e pode ser feito em animais com muitas 
dobras. 
o Também é indicado para pacientes em que há indicação da enucleação. 
 Entrópio: 
o Utilizada em casos de pálpebra voltada para dentro do olho causando 
trauma por causa dos pelos. 
o Deve ser retirado um retalho e é juntado novamente. 
 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
 
 Ectrópio: 
o Ocorre quando a pálpebra está voltada para fora que gera muita 
lacrimejamento resultando em pálpebra ressecada; 
o Técnica: incisão em V e transforma em Y. 
 
 Protrusão da glândula da 3° pálpebra: 
Definições: A protrusão, prolapso ou eversão da glândula da membrana nictitante é 
causada por defeitos nos anexos entre a glândula da terceira pálpebra e periórbita. 
Pode estar associada a adenite primária ou secundária, anormalidades de adesão fascial 
ou patógenos específicos, comprometendo as glândulas. A condição não é causada por 
inflamação primária, neoplasia ou hiperplasia. Se ocorrer ceratoconjuntivite seca após o 
prolapso, isso sugere envolvimento tanto da glândula lacrimal quanto da glândula 
nictitante. 
Diagnóstico: Predisposição (em determinadas raças e em animais mais jovens), 
histórico (presença de massa, secreção ocular e/ou conjuntivite), exame físico (massa 
avermelhada protundindo-se de trás da terceira pálpebra, próximo ao canto medial, 
conjuntivite, epífora e irritação local), diagnóstico por imagem (não há necessidade) e 
alterações laboratoriais (inespecíficos). 
Conduta médica: Antibióticos tópicos com corticosteroides podem ser usados para tratar 
casos precoces, leves, se a ulceração da córnea não estiver presente. A redução da 
inflamação e do edema da conjuntiva permite que a glândula retorne a sua posição e 
tamanho normais. 
Tratamento cirúrgico: 
 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
 
1. Enucleação: Retirada do bulbo ocular. 
2. Evisceração: Retirar o conteúdo interno do olho. 
3. Exenteração: Indicado para processos tumorais; retirada do globo ocular + 
músculos + tecidos adjacentes; 
Cirurgia Auricular: 
 Otohematoma: 
Considerações gerais e fisiopatologia clinicamente relevante 
Os hematomas aurais podem ocorrer em cães ou gatos e geralmente são caracterizados 
como inchaços cheios de fluído flutuantes na superfície côncava do pavilhão auricular. 
A causa do hematoma aural não é bem compreendida, no entanto, em muitos casos, 
parece ser o resultado de agitação da cabeça ou arranhõesno ouvido provocado por ddor 
ou irritação associada a otite externa (geralmente bacteriano devido a infestação por O. 
cynotis em gatos). Agitar a cabeça pode causar movimentos de ondas sinusoides no 
ouvido, resultando em fratura da cartilagem. 
Formação de hematoma em alguns pacientes pode ser associada ao aumento da 
fragilidade capilar. 
O ouvido pode ser lacerado como resultado do combate ou outro trauma. Essas feridas 
podem ser superficiais, envolvendo a pele em uma superfície de apenas o ouvido ou 
pode perfurar a cartilagem e envolver ambas as superfícies da pele. Dependendo da 
gravidade dos ferimentos, alguns podem ser deixados para cicatrizar por segunda 
intenção, ao passo que outros tem uma aparência mais estética, se as suturas são 
colocadas. 
Diagnóstico: 
Predisposição: cães e gatos com otite externa têm um risco maior de desenvolver 
hematoma aural. 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
Histórico: Agitação da cabeça violenta e/ou aguda ou otite crônica externa, alguns 
animais podem não ter histórico anterior de doença do ouvido. 
Exame físico: Hematomas inicialmente cheios de líquido, suaves e flutuantes, mas 
podem tornar-se firmes e espessos, como resultado de fibrose. Aparência de couve-flor. 
Diagnóstico por imagem e alterações laboratoriais: Radiografia ou tomografia 
computadorizada do crânio pode ser indicada se otite externa está presente, e não há 
anormalidades. 
Tratamento cirúrgico: 
Diversas técnicas cirúrgicas têm sido descritas para o tratamento de hematomas aurais. 
Os objetivos da cirurgia são remover o hematoma, prevenir a recorrência e manter a 
aparência natural do ouvido. O procedimento mais comumente usado envolve uma 
incisão no tecido que cobre o hematoma, evacuando os coágulos de sangue e fibrina, e 
segurando a cartilagem em justaposição com suturas até que o tecido de cicatrização 
possa se formar. 
Como alternativos drenos ou cânulas foram usados para permitir o escoamento por 
várias semanas, durante o processo de cura. Para evitar o alargamento ou fibrose, 
hematomas devem ser tratados logo depois que eles ocorrem, de preferência, dentro de 
vários dias. O laser é usado para fazer uma incisão no hematoma de modo a permitir a 
evacuação do sangue e, depois, várias pequenas incisões são feitas sobre a superfície do 
hematoma para estimular a formação de aderências. Nenhuma sutura é colocada. 
 
 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
 
 Ressecação do canal auditivo: 
Ressecção do canal auditivo lateral aumenta a drenagem e melhora a ventilação do 
canal auditivo. Também facilita a colocação de agentes tópicos dentro do canal 
horizontal. 
A ressecção do canal auditivo lateral é indicada em pacientes com hiperplasia mínima 
do epitélio do canal auditivo ou com pequenas lesões neoplásicas do aspecto lateral do 
canal vertical. 
Não deve ser realizada em animais com obstrução ou estenose do canal auditivo 
horizontal ou otite média concorrente, ou em pacientes com hiperplasia epitelial grave. 
Pescoço 
 Mucocele salivar: 
É uma coleção de saliva secretada por uma glândula ou ducto salivar lesionado que é 
envolvida por tecido de granulação. 
Tipos: Mucocele cervical, mucocele sublingual, mucocele faríngea (tecidos conjuntivos 
da faringe), mucocele zigomática e mucoceles complexas (consiste em dois ou mãos 
tipos de mucocele). 
Fisiopatologia: A ruptura da glândula salivar ou ducto resulta em extravasamento de 
saliva para o tecido adjacente. As mucoceles salivares não são cistos. Cistos são 
cavidades revestidas por epitélio, enquanto o tecido de granulação que reveste a 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
mucocele é produzido secundariamente à inflamação causada pela saliva livre nos 
tecidos. A causa da mucoceles salivares raramente é identificada, apenas de trauma 
contuso, corpos estranhos e sialólitos terem sido sugeridas. A saliva tende a tomar o 
caminho de menor resistência, acumulando-se nos tecidos das regiões cervical cranial 
intermandibular, sublingual ou faringe. A saliva irrita o tecido e causa inflamação. O 
inchaço podem ser firmes e doloridos, mas o animal é usualmente assintomático. O 
tecido de granulação se forma em resposta a inflamação e evita que a saliva migre ainda 
mais. 
Diagnóstico: Histórico, sinais clínicos e exame citológico. Radiografias podem 
determinar quais glândulas estão envolvidas. 
Conduta clínica: Aspiração de emergência da mucocele pode ser necessária para os 
animais em sofrimento respiratório. Drenagem repetida ou injeção de cauterização ou 
agentes anti-inflamatórios não eliminam mucocele, no entanto complica a cirurgia 
posterior por causar abscessos ou fibrose. Raramente se resolvem sem cirurgia. 
Tratamento cirúrgico: Excisão completa do complexo glândula-ducto envolvido e a 
drenagem da mucocele são curativas. O lado de origem da mucocele pode ser 
determinado por exame oral, palpação, sialografia ou exploração da mucocele. 
Comentário: Incisão feita em cima da glândula e deve ser retirada a porção 
monoestomatica e poliestomatica da glândula. Fazer sutura simples. 
Se você tem dificuldade para identificar o lado afetado em um animal com mucocele 
cervical, coloque o animal de costas. O conteúdo da mucocele muitas vezes vai, por 
gravidade, para o lado da glândula acometida. 
 Traqueostomia: Criação de uma abertura temporária ou permanente na traqueia, 
feita com o objetivo de facilitar o fluxo de ar. 
 Ruptura traqueal: 
Pode ocorrer devido a trauma; está especialmente associada à insuflação exagerada do 
manguito do tubo endotraqueal em gatos. A traqueoscopia pode ser o método de eleição 
para documentar a ruptura traqueal. 
Os sinais primários de ruptura traqueal são pneumomediastino e enfisema subcutâneo. 
A ruptura traqueal sem causar pneumotórax é tratada de forma mais eficaz em gaiola de 
repouso, e a traqueoscopia é desnecessária. A ruptura traqueal com pneumotórax pode 
requerer cirurgia, sendo geralmente necessária uma traqueoscopia. 
 Colapso traqueal: 
Definição: É uma forma de obstrução traqueal causada por flacidez e achatamento da 
cartilagem. 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
Fisiopatologia: Causa multifatorial. As cartilagens traqueais acometidas tornam-se 
hipocelulares e suas matrizes se degeneram. A cartilagem hialina normal é substituída 
por fibras de colágeno e fibrocartilagem, e a quantidade de glicoproteína e 
glicosaminoglicanos é reduzida. As cartilagens perdem a rigidez e sua capacidade de 
manter a conformação traqueal normal durante o ciclo respiratório. 
Sinais clínicos: O colapso reduz o tamanho do lúmen e interfere no fluxo de ar para os 
pulmões. Ocorrem ruídos respiratórios anormais, intolerância ao exercício, náusea e 
vários graus de dispneia nos casos de colapso de traqueia. A inflamação crônica da 
mucosa traqueal leva a tosse, o que exacerba a inflamação. 
Diagnóstico: Predisposição de raças toy e miniaturas; histórico; exame físico 
(cartilagens traqueais flácidas, com bordas laterais proeminentes, ocasionalmente são 
observadas a palpação da traqueia cervical; A palpação pode induzir a tosse); 
diagnóstico por imagem (radiografia lateral do pescoço e tórax, realizados durante 
inspiração e expiração); laringoscopia (simultâneo a traqueoscopia); traqueoscopia 
(confirmar o grau de gravidade do colapso). 
Conduta médica: O tratamento conservador é recomendado para todos os animais com 
sintomas leves e para aqueles com colapso menor que 50%, pois resulta em melhora dos 
sinais na maioria dos cães. Modificações no ambiente também são importantes, como 
uso de peitoral e ambiente sem cigarros. O tratamento clinico para cães inclui uso de 
antitussígenos (tartarato de butorfanol), antibióticos (ampicilina, enrofloxacina), 
broncodilatadores (terbutalina, aminofilina), e/ou corticosteroides (prednisolona). Pode 
sernecessário sedação com acepromazina e/ou diazepam e oxigenioterapia. 
Tratamento cirúrgico: Recomenda-se cirurgia para todos os cães com sintomas 
moderados a graves, para os casos de redução de 50% ou mais do lúmen traqueal ou 
quando os sintomas são refratários ao tratamento médico. O objetivo da cirurgia é 
estabilizar as cartilagens da traqueia e o músculo traqueal, preservando o máximo 
possível do suprimento nervoso e sanguíneo dos segmentos da traqueia. Atualmente o 
uso de próteses de anéis extraluminais ou stent endoluminal é muito utilizado. Próteses 
traqueias extraluminais podem ser implantadas em cães com colapso traqueal cervical 
ou colapso traqueal intratorácico proximal. O stent intraluminal pode atender o colapso 
em qualquer nível, e a colocação envolve menor risco de interromper o suprimento 
sanguíneo e nervoso. 
Complicações: Pode ocorrer morte, se a traqueia estiver obstruída por inflamação ou 
danificada por infecção ou necrose grave com as próteses intra ou extraluminais. A 
tosse pode ocorrer após a cirurgia, até que haja remissão da inflamação. Hematomas e 
inchaço cervical leve são esperados no período pós-operatório, após a colocação de 
próteses extraluminais. 
Tórax 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
 Toracocentese: Consiste em puncionar o espaço pleural (entre o pulmão e a 
parede do tórax) para retirar efusão ou pneumotórax. O procedimento não 
necessita anestesia geral, mas recomenda-se leve sedação e analgesia ou 
bloqueio no local no ponto onde iremos puncionar. 
 Toracotomia: 
Definição: Incisão da parede torácica que pode ser feita entre as costelas. 
Conduta: Animais com lesões traumáticas que dificultam a respiração ou com 
insuficiência respiratória aguda geralmente precisam de estabilização de emergência, 
seja, estabilização de segmentos costais, toracocentese e administração de antes da 
cirurgia. 
Pode ser realizada através de uma incisão entre as costelas ou dividindo o esterno. 
Independente do tipo de toracotomia deve-se fazer tricotomia e a assepsia de uma área 
grande para a cirurgia, o que permite a extensão da incisão. 
 Lobectomia parcial: 
Pode ser feita para a remoção de uma lesão focal envolvendo a metade ou dois terços 
periféricos do lobo pulmonar ou para biópsia. Ela pode ser feita através de uma 
toracotomia lateral no quarto ou quinto espaço intercostal ou esternotomia mediana. 
Técnica: Identificar o tecido pulmonar a ser removido e prendê-lo com um par de pinças 
proximalmente a lesão. Fazer uma sutura contínua, sobreposta, usando fio absorvível 
(2-0 a 4-0), a 4 a 6 mm e distância das pinças. Se for necessário, fazer uma segunda 
linha de sutura de maneira semelhante. Seccionar o tecido pulmonar entre a sutura e as 
pinças, deixando uma margem de 2 a 3 mm distalmente a sutura. Suturar o pulmão 
usando um padrão simples, contínuo, com fio de sutura absorvível. Colocar o pulmão 
dentro da cavidade torácica e encher o tórax com solução fisiológica morna. Insuflar os 
pulmões e verificar se há vazamento de ar. Remover o líquido antes de fechar o tórax. A 
lobectomia parcial também pode ser feita usando-se um grampeador que deve ser 
escolhido com base na largura do pulmão, de forma que a linha de grampos se estenda 
por toda a extensão do pulmão a ser removida.

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