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Relatório Reflexivo - Análise Linguística e Semiótica

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Relatório Reflexivo: Ensino de Língua Portuguesa e Análise Linguística e Semiótica
Este relatório tem como objetivo discorrer sobre a relação entre a análise linguistica e semiótica e o ensino de Língua portuguesa, bem como apontar reflexões acerca das abordagens de ensino mencionadas no vídeo "A Análise Linguística E Semiótica Leitura/Escuta E Produção De Textos Verbais E Multissemióticos", disponibilizado pela Secretaria da Edcucação do Estado de São Paulo e no artigo "Ensino de gramática/análise linguística: uma professora, múltiplas práticas" de Fabiana Júlia de Araújo Tenório e Alexsandro da Silva, bem como suas possíveis contribuições para a prática docente, no âmbito dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. 
No vídeo, o professor Roberto Clemente contextualizou de forma ilustrada e elucidativa a análise sintática, partindo desde os fundamentos de Linguística, já apresentados previamente no curso de Letras da Claretiano, até as diretrizes curriculares estipuladas pela BNCC e pelo currículo estadual paulista com relação à análise linguistica e semiótica. Vale ressaltar, neste ponto da transmissão online, a importância dada pelo palestrante ao constante aprimoramento da prática docente, que deve se dar não só pelos curso de formação continuada, mas também pela revisão bibliográfica referente aos estudos linguísticos, ao ensino contextualizado da língua materna e à prática da leitura. O principio que norteou todas as colocações do primeiro palestrante foi que a língua não se limita a meras prescrições gramaticais. Seu uso exige uma intenção comunicativa tanto do emissor quanto do receptor da mensagem, processo este que sofre influência do contexto social, econômico e cultural. A gramática normativa, por seu turno, é uma ferramenta pela qual escolhemos quais estruturas usar e como ordená-las na frase, de forma que todos os indivíduos de dada comunidade linguistica (um país, por exemplo). Estabelece-se assim um paralelo com a dicotomia saussuriana paradigma X sintagma.
Feita a contextualização inicial, a professora Grace demonstrou os conceitos apresentados de forma prática através de exercícios de análise da função discursiva dos substantivos e adjetivos em textos literários, conforme o que o currículo paulista, assim como a BNCC, prevê para o componente de Língua Portuguesa no Ensino Médio. Neste instante do vídeo, foi interessante notar a interação entre a leitura literária e a análise lingüística. No entanto, já que os fragmentos utilizados vieram de textos literários, seria preciso, a meu ver, discorrer brevemente sobre as obras das quais o trecho foi extraído a fim de esclarecer melhor sobre o contexto em que a obra foi produzida e, em conseqüência disso, as funções das palavras em destaque para produzir o sentido do texto.
Outro ponto a ser destacado no vídeo são os momentos de interação entre os professores ouvintes da transmissão ao vivo e os palestrantes pelo chat, já que os conhecimentos acumulados por ambas as partes se complementavam, facilitando ainda mais a reflexão sobre a prática docente.
O artigo, por sua vez, desdobra os conceitos apresentados no vídeo, retomando o panorama histórico do ensino de língua materna e apresentando as respostas obtidas de uma entrevista com uma professora do ensino básico sobre sua metodologia de ensino. A princípio, demonstrar as vivências práticas desta professora, com ampla experiência em sala de aula, certamente contribui para que nós, futuros docentes, tracemos possíveis caminhos para o ensino e a aprendizagem efetiva da língua materna em todos os seus aspectos. 
O cenário do ensino de língua materna foi marcado tanto por aspectos sociolingüísticos quanto por aspectos estruturalistas, conforme as necessidades observadas na clientela escolar. Na década de 1960, por exemplo, o ensino de língua materna com ênfase na comunicação ganhou mais destaque do que a abordagem meramente gramatical, que remonta a era pombalina. O mesmo se observa no objeto de estudo das práticas relatadas pela entrevistada, que se alterna entre a demonstração das normas gramaticais e a reflexão sobre seu uso, não necessariamente seguindo esta ordem. 
No que diz respeito ao livro didático, largamente utilizado nas escolas, a professora apresentou um novo olhar sobre este recurso em sala de aula, o qual, segundo ela, apesar da importante função de informar os tópicos a serem apresentados em aula, não corresponde necessariamente às necessidades educacionais de todos os alunos. Afinal, a diversificação de fontes de consulta ao preparar as aulas desenvolve a postura crítica esperada do docente de língua portuguesa no que diz respeito ao uso consciente dos instrumentos didáticos. Um dos livros indicados no vídeo que se relaciona diretamente a esta reflexão é "A Gramática do Português relevada em Textos" de Maria Helena de Moura Neves.
A título de exemplo, o material didático obrigatório para a rede estadual paulista, na qual se inclui a escola onde atualmente realizo estágio supervisionado, se divide em dois volumes: um mais voltado para a gramática e outro para a interpretação e produção de gêneros textuais. Observei que, mesmo na apostila de gramática, há atividades voltadas à análise lingüística. Porém, a docente responsável pela disciplina não diversifica os recursos didáticos para adequar às peculiaridades da sala, utiliza somente o material do professor e o quadro branco para retomar os conteúdos das apostilas.
Diante disso, a docente concilia atividades não somente de análise lingüística, mas também de leitura e produção de textos, ampliando assim o lugar comum da Língua Portuguesa como uma disciplina limitada a normas gramaticais. Algumas estratégias relatadas pela docente que chamaram minha atenção positivamente foram o incentivo à leitura prévia dos textos pela turma, a fim de prepará-los para participarem mais efetivamente da aula, além da reescrita de produções textuais escritas conforme os apontamentos da docente, seguida da discussão sobre os erros mais freqüentes, tanto no âmbito gramatical quanto em relação à adequação ao gênero textual solicitado. Mais uma vez se observa por parte da educadora o incentivo à reflexão acerca da natureza sociocultural da língua materna. 
Em segundo plano, a professora aborda mais diretamente os tópicos gramaticais, não só apresentando textos de materiais didáticos alheios ao adotado pela escola para contextualizá-los, como também se apropriando de uma sequência didática mais tradicional (definição, exemplificação e exercicios) de forma a relembrar com os alunos classes gramaticais já vistas em anos anteriores. Nota-se que as aulas em questão não apresentam a classe gramatical de forma isolada, e sim vinculada a um dado contexto. Assim como as estratégias anteriores, esta exemplifica o dialogismo preconizado pelo círculo de Bakhtin, haja vista a preocupação pelo “diálogo” entre os conhecimentos de mundo do aluno e do docente, além do grau de familiaridade dos alunos com o tópico da aula. 
É importante ressaltar que o planejamento das aulas relatadas no artigo foi norteado por convicções pessoais relacionadas à necessidade de aprimorar as habilidades de leitura e às vivências da professora como discente. Afinal, a evolução do ensino de língua materna no decorrer da história comentada anteriormente de certa forma ainda pode impactar nossa prática docente.
Em suma, tanto o vídeo quanto o artigo solicitado para leitura não apenas estabeleceram muitas ligações com a teoria vista na presente disciplina e nas anteriores e com o cotidiano observado no estágio supervisionado, como também elucidaram sobre possíveis maneiras de aplicá-las em sala de aula. Ademais, fortaleceu-se ainda mais minha convicção de que o ensino de Língua Portuguesa definitivamente não deve se limitar às estruturas gramaticais, apesar de sua importância na construção da mensagem a ser transmitida no ato comunicativo. Além de ampliar meu olhar sobre o objeto de estudo da língua materna e os pressupostos teóricos, mudei um pouco meu ponto de vista sobreas possibilidades de uso do livro didático e como diversificar os instrumentos e metodologias de ensino, conforme as necessidades da turma e sempre exercitando o senso crítico sobre o uso social de nossa língua.
REFERÊNCIAS
- SÃO PAULO, Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. A análise linguística e semiótica leitura/escuta e produção de textos verbais e multissemióticos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VV-0nXrNz68. Acesso em: 22 Nov. 2020.
- TENÓRIO, Fabiana Júlia de Araújo e SILVA, Alexsandro da. Ensino de gramática/análise linguística: uma professora, múltiplas práticas. Revista Linhas Críticas. Brasília: DF, n.46, set./dez. 2015, p. 727-749. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/4714/4301 Acesso em 06 de Jan. de 2020.

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