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MONITORIA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA Monitores: Davi Farias Santos, Edmara Souza Santana, Mateus Moreira Dias, Thaynara Kássia Pires da Silveira. DOENÇAS ORTOPEDICAS MAIS COMUNS NA INFÂNCIA DISPLASIA DE DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL (DDQ) Malformação mais comum, mais frequente em meninas, acometendo o lado esquerdo; Um espectro de desordens relacionadas com o desenvolvimento do quadril, que inclui displasia do quadril, subluxação da cabeça do fêmur e luxação da cabeça femoral, problemas associados com a formação do acetábulo; Fatores de risco: sexo feminino (estrógeno aumenta a chance de desenvolver DDQ), crianças caucasianas, histórico familiar, oligodrâmnio e bebês GIG, apresentação pélvica durante o parto; Sinais físicos que sugerem DDQ: assimetria de pregas nas coxas e poplíteas, encurtamento aparente do fêmur (sinal de Galeazzi positivo), assimetria das pregas inguinais; Sintomas: dificuldade de abrir a perna, diferença no comprimento das pernas, marcha claudicante, pode apresentar marcha de pato se houver displasia dos dois lados; Diagnostico: manobra de Ortolani e Barlow em bebês até 6 meses (teste de Ortolani é positivo quando ao final do movimento é possível sentir um clunk que representa o quadril sendo reduzido). Em crianças de 6 aos 12 meses, solicitaremos RX +exame físico (sinal de Hart, Galeazzi e assimetria das pregas); Os dois testes positivos diagnosticam DDQ; Lembrando que sinal de Hart e o sinal de Galeazzi podem ser simétricos em crianças com displasia bilateral; A criança anda com claudicação por conta da fraqueza do glúteo médio e do encurtamento aparente do membro afetado. Em ortostatismo, apresenta lordose lombar excessiva, rotação externa do membro inferior, trocânter maior proeminente e sinal de Trendelenburg positivo; Até 6 meses é melhor avaliado pelo USG, por dois métodos estático de Graf e dinâmico de Harcke, RX é indicado por volta de 2 ou 3 meses em diante; Tratamento: de acordo com a idade; 4 a 6 meses: suspensório de Pavlik; Mais velhas: gesso pélvico-podálico; Cirurgia: casos mais complexos; PÉ TORTO CONGÊNITO (PTC) Pé torto congênito (PTC) é o termo usado para descrever a deformidade complexa que inclui alterações de todos os tecidos músculo-esqueléticos distais ao joelho, ou sejam, dos músculos, tendões, ligamentos, ossos, vasos e nervos. A deformidade resultante consiste de equino do retropé, varo (ou inversão) da subtalar, cavo por flexão plantar do antepé e adução do médio e do antepé. O osso que apresenta maior deformidade é o tálus, que tem seu colo encurtado e sua superfície medial diminuída. O ângulo formado pelo eixo longo da cabeça e do colo com o eixo longo do corpo do tálus é chamado ângulo de declinação, que num pé do adulto normal é de aproximadamente 150º a 160º e no PTC seu valor está entre 115º e 135º. O navicular e o calcâneo estão deslocados medial e plantarmente em relação ao tálus; o cubóide está deslocado medialmente em relação ao calcâneo; e o tornozelo encontra-se em equino. Pode ser uma deformidade idiopática ou associada a outras alterações; A causa é desconhecida e não resolve espontaneamente; Mais frequente no sexo masculino e geralmente acomete bilateralmente na metade dos casos, porém quando unilateral, o lado direito é mais acometidos; Diagnostico: clínico no RN, mas pode ser diagnosticado no pré-natal através da USG; pode ser feito RX (AP+P com dorsiflexão e eversão máximas), entretanto, o RX é útil em crianças maiores, para identificar as deformidades e fazer um acompanhamento do tratamento conservador; Tratamento: Tecnica de Ponseti: envolve manipulações suaves e trocas gessadas realizadas semanalmente, sendo geralmente necessárias cinco semanas em média para obter a correção de todos os componentes da deformidade, exceto pelo equinismo, que exige um pequeno procedimento cirúrgico, a tenotomia do tendão calcâneo. Após a retirada do último gesso, a manutenção da correção é realizada por uma barra de abdução em rotação externa de cerca de 70º e 10º de dorsiflexão, em uso contínuo por três meses, seguido por uso noturno num período de três a quatro anos. Quando a deformidade é unilateral o membro normal deve ficar em rotação externa de 40º. Cirurgia: tentar a técnica de Ponseti antes da cirurgia, a tendência é diminuir as indicações de cirurgia, devido a ineficácia dela, pois não consegui corrigir totalmente. DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES (DLCP) É uma afecção autolimitada de origem idiopática, decorrente da interrupção do suprimento sanguíneo arterial para a epífise femoral proximal e que resulta em uma área de necrose óssea. A etiologia exata da doença de LCP não é conhecida, embora autores tenham mostrado que 70% dos pacientes portadores dessa patologia apresentam anormalidades trombolíticas, demonstradas pela presença de proteínas anormais C e S e hipofibrinólise. A sinovite é a primeira reação clínica a ocorrer no quadril, provavelmente em resposta à necrose da cabeça femoral já, então, instalada. Distúrbio do suprimento sanguíneo da epífise, de intensidade variável e provavelmente em diferentes episódios isquêmicos, é a causa mais aceita. A maioria dos casos de DLCP ocorre entre os três e 10 anos de idade, predominantemente em meninos, e somente 10% são bilaterais. Fase potencial: primeiro ocorre necrose, depois revascularização, esta fase é assintomática e a cabeça do fêmur é reconstruída sem deformidade ou luxação; Fase verdadeira: primeiramente ocorre fratura da cabeça do fêmur, depois ocorre reabsorção e reossificação da epífise femoral; FASES: necrose-fragmentação-reossificação-sequela; Sintomas: claudicação dolorosa e melhora ao repouso, dor no quadril, face lateral da coxa ou no joelho e o antecedente de queda ou trauma direto. Abdução e rotação interna são os primeiros movimentos a sofrer limitação. Após um período inicial de irritação da articulação, a doença causa pouco desconforto, mesmo quando não tratada. Sinais tardios são: teste de trendelenburg positivo, atropia por desuso de coxa, panturrilha e nádegas, se houver uma discrepância relacionada ao colapso da cabeça, esse paciente possui um mau prognóstico; Diagnostico: anamnese + exames de imagem; RX; (duas incidências sempre) Cintilografia; Ressonancia magnética; Conduta: tto conservador (uso e cadeira de rodas, muletas ou imobilização temporária); Tto cirúrgico: indicado em apenas algumas situações específicas; Sempre investigar a causa da necrose; Cç com acometimento bilateral apresenta pior prognostico. ESCORREGAMENTO EPIFISÁRIO PROXIMAL DO FÊMUR (EEPF) OU EPIFISIOLISE PROXIMAL DO FÊMUR (EPF) OU EPIFISIÓLISE Deslizamento epifisário da cabeça do fêmur geralmente ocorre no início da adolescência, afetando preferencialmente os meninos, geralmente ocorre durante períodos de crescimento rápido,logo após o início da puberdade. Principal fator de risco: obesidade, mas fatores genéticos também contribuem. Ele é bilateral em um quinto dos pacientes, e o deslizamento epifisário da cabeça do fêmur unilateral torna-se bilateral em dois terços deles. A etiologia exata do deslizamento epifisário da cabeça do fêmu é desconhecida, mas provavelmente está relacionada com enfraquecimento da fise (placa de crescimento), o que pode ser provocado por trauma, alterações hormonais ou inflamação ou aumento de sobrecarga pela obesidade. Biótipo mais comum é aquele adiposos genitais que possui uma obesidade distribuída ginecoide e subdesenvolvimento da genitália, insuficiência de esteroides sexuais e predomina excesso de Gh; Sintomas: rigidez do quadril, que desaparece com o repouso, seguido de claudicação e dor no quadril que se irradia para a parte anteromedial inferior da coxa e do joelho.Em casos mais graves, pode-se perceber dor à movimentação com limitação da flexão, abdução e rotação medial, dor nojoelho sem anormalidades específicas do joelho; e claudicação ou marcha de Trendelenburg. O membro inferior acometido apresenta rotação externa. Se o suprimento sanguíneo da região estiver comprometido, podem ocorrer necrose avascular e colapso epifisário. Pode ser aguda quando os sintomas estão presentes há menos de 3 semanas, crônica pode levar meses a anos e epifisiólise crônica agudizada quando ocorre intensificação dos sintomas; Posição característica da epifisiolise: abdução, rotação externa e encurtamento; Diagnostico: RX (AP+P) das 2 pernas, vai apresentar: alargamento da cartilagem, rarefação metafisária, reabsorção local, diminuição da altura do núcleo cefálico; RM ou USG (utilizar esses exames, se RX normal); Traçar uma linha de Klein para obsermos se tem uma epifisiolise; Grau de evolução: Grau I: pré deslocamento; Grau II: deslocamento da cabeça em relação ao colo femoral <1/3; Grau II: deslocamento da cabeça em relação ao colo femoral >=1/3; Grau IV: deslocamento da cabeça em relação ao colo femoral >50%; Tratamento: **urgência Cirurgia: O deslizamento epifisário da cabeça do fêmur é geralmente progressivo e requer cirurgia tão logo o diagnóstico seja confirmado. Os pacientes não devem suportar objetos pesados do lado afetado até que o DECF seja descartado ou tratado. O tratamento cirúrgico consiste na fixação de pinos através da fise. **Não deve ser feito: imobilização com gesso, osteossíntese intempestiva, redução incruenta brutal;
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