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Discente: Bruna Lago Docente: Lucas CM – Medicina Jequié 18.05.23 Distúrbios Hidroeletrolíticos Água e Sódio Cálcio Potássio Magnésio 01 03 02 04 Fósforo05 01 ÁGUA E SÓDIO Movimento do líquido: Parede vascular Forças de Starling: Pressão hidrostática e Pressão oncótica LEC Alguns conceitos … Se difunde livremente por esses compartimentos Menor → Maior concentração, até que seja igualada Água Não promove nenhum movimento da água: ureia (ativa, porém, não efetiva) Soluto orgânico Na+ e seus ânions (Cl– e HCO3–) LEC K+ e os ésteres de fosfato orgânico (ATP, fosfato e fosfolipídeos) LIC Baixa tonicidade Água ingerida: mecanismo da sede (limiar 290 mOsm/L, hipovolemia) Perda de água: ocorre pelas vias renal (ADH “vasopressina” – limiar menor que a sede, hipovolemia) e extra-renais Controle razão entre a massa total de soluto e o volume total de solvente. Pode ser calculada pela soma das osmolaridades do sódio, da glicose e da ureia Na: (140 mEq/L) Ureia (30 mg%) Glicose (90 mg%) Osmolaridade plasmática (290 mOsm/L) Osmolaridade do plasma Alterações da osmolaridade efetiva provocam oscilações no volume das células, prejudicando, particularmente, a função do neurônio, que não tolera tais variações. Hiponatremia < 135 mEq/L Distúrbio mais comum da prática clínica (15 – 30%) Célula-alvo: NEURÔNIO TIPOS DE HIPONATREMIA Hipertônica Presença de outros solutos aumenta a osmolaridade, “puxam” a água e diluem o sódio Infusão de soluções hipertônicas (manitol), intoxicação por álcoois e hiperglicemias (Sódio real = Sódio medido + 1,6 x (glicose sérica – 100/100) Isotônica Hipotônicas Artefatos na medição do sódio Proteínas séricas (paraproteinemias como no mieloma, hiperbilirrubinemia, imunoglobulinas) Hipertrigliceridemia Divididos conforme o estado volêmico do paciente: Hipovolêmica Hipervolêmica Euvolêmica Hiponatremias verdadeiras, que apresentam significado clínico Hipovolêmica Decorrente das perdas de água e sódio (maior quant.) Perdas renais de sódio: UNa > 20 mEq/L. Diuréticos: Tiazídicos Insuficiência adrenal Nefropatia perdedora de sal: DRC, Acidose tubular renal Síndrome cerebral perdedora de sal: Neurocirurgia, TCE, Hemorragia subaracnóidea Origem extra-renal: UNa < 20 mEq/L por causa da resposta renal à hipovolemia. Causas: Sistema digestivo (vômito e diarreia), retenção no erceiro espaço (queimadura, trauma, rabdomiólise), suor, hemorragiaSíndrome Cerebral Perdedora de Sal: liberação de peptídeo natriurético cerebral (BNP) -> natriurese -> hipovolemia -> estímulo apropriado do ADH -> reabsorção de H2O no coletor, mas é ineficaz -> hiponatremia + hipovolemia Hipervolêmica São as que cursam com aumento da água corporal total. A marca desse grupo é o edema. Volume circulante efetivo reduzido: ICC, cirrose, síndrome nefrótica, gravidez. A hiponatremia desenvolve-se por causa da elevação do ADH no plasma. A concentração do sódio na urina é menor que 20 mEq/L Volume circulante efetivo normal ou aumentado: IRA, DRC Euvolêmica Hiponatremia dilucional. Não apresentam edema porque o balanço do sódio é mantido Produção excessiva do ADH + administração inadvertida de soluções hipotônicas (ex. pós- operatório). Síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIHAD) ADH -> reabsorção de H2O no coletor -> hiponatremia -> hipervolemia transitória -> distensão dos átrios -> liberação de peptídeo natriurético atrial -> natriurese (Na urinário > 40) -> aumento da osmolaridade urinária -> Normovolemia Aguda: < 48h Crônica: >48h Edema celular (cerebral): cefaleia, náuseas/vômitos, cãibras musculares, agitação, desorientação, letargia, sonolência, hiporreflexia, rigidez, tremor . Leve: 130-135 mEq/L. Moderada: 125 a 129 mEq/L. Grave: < 125 mEq/L Hiponatremia aguda grave: crise convulsiva tônico-clônica generalizada, estupor, coma, hipertensão intracraniana, lesão cerebral irreversível, herniação cerebral, apneia e óbito MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 04 05 06 01 02 03 Avaliar se há edema e/ou ascite. Caso positivo, existem três causas principais: – Insuficiência cardíaca. – Cirrose. – Síndrome nefrótica. Se não tem edema, pesquisar sinais de hipovolemia (perdas renais x extrarrenais). Nos pacientes euvolêmicos, avaliar sódio urinário e a osmolaridade urinária → Aferir glicemia capilar, a fim de se excluir hiponatremia hipertônica induzida por hiperglicemia. Procurar evidências de hiponatremia hipertônica ou isotônica: cirurgias com uso de solução hipotônica, uso de manitol, aspecto lipêmico do soro. Excluídos os fatores já citados, provavelmente tem-se hiponatremia hipotônica. 2 causas muito importantes devem ser lembradas: Uso de diuréticos tiazídicos e DRC. DIAGNOSTICO ETIOLÓGICO 06 07 Sódio urinário < 25 mEq/L e osmolaridade urinária < 100 mEq/L: ingesta intencional excessiva de água ou uso de ecstasy. Se sódio urinário > 40 mEq/L e osmolaridade urinária > 100 mOsm/L: deficiência de glicocorticoide e hipotireoidismo. DIAGNOSTICO ETIOLÓGICO Caso testes negativos, o diagnóstico de exclusão é SIADH (S: SNC / IA: iatrogenias – psicofármacos / D: doença pulmonar / H: HIV) OBJETIVOS DO TRATAMENTO Não corrigir rápida e/ou excessivamente o sódio sérico para evitar síndrome da desmielinização osmótica. Risco maior quanto mais crônico. Reduzir pressão intracraniana em pacientes com risco de herniação. Aliviar os sintomas da hiponatremia. Prevenir maiores reduções no sódio sérico.01 02 03 04 Repõe muito sódio e a água sai do encéfalo de forma rápida -> letargia, tetraparesia, disartria, disfagia HIPONATREMIA AGUDA SINTOMÁTICA 01 02 03 04 Reposição calculada de sódio, utilizando-se soluções hipertônicas ↑3 mEq/L em 3h e e 12 mEq/L em 24h Repor com NaCl 3% (lembrar que são 3g para cada 100 ml; lembrar que 1g de NaCl = 17 mEq) Déficit de Sódio = HOMEM: 0,6 × peso × (variação desejada de Na+) MULHER: 0,5 × peso × (variação desejada de Na+) Prescrição: salina a 3% 210 ml em 3h e 640 ml em 21h. Monitorização seriada da natremia (a cada 2-4h), com eventuais reajustes na taxa de reposição! 3h 0,6 x 60 x 3 = 108 mEq/L 21h 1g – 17 mEq → 6,35 g NaCl 3 g – 100 ml → 210 ml/3h 01 02 03 Paciente de 50 anos, 60 kg, sexo masculino, com hiponatremia aguda pós-ressecção de próstata, sódio = 110 mEq/L e apresentando crise convulsiva tônico-clônica generalizada e estado torporoso 0,6 x 60 x 9 = 324 mEq/L 1g – 17 mEq→ 19 g NaCl 3 g – 100 ml → 640 ml/21h HIPONATREMIA HIPERAGUDA SINTOMÁTICA 01 02 03 Uma estratégia segura e bem mais simples do que a reposição calculada de sódio é a infusão padronizada de 100 ml de NaCl 3%, IV, em 10min. O bolus pode ser repetido por até 2x, caso o paciente não melhore o quadro neurológico dentro de minutos Quanto mais "aguda" for a hiponatremia, menor será a chance de ocorrer a síndrome de desmielinização osmótica! HIPONATREMIA CRÔNICA Hipernatremia > 145 mEq/L Célula-alvo: NEURÔNIO Toda hipernatremia é hipertônica, ou seja, aumento da osmolaridade plasmática efetiva. As pessoas são protegidas da hipernatremia pelo mecanismo de sede Distúrbio associado a perda de água ou incapacidade de ingerir/ ter acesso a líquidos. 01 02 03 04 TIPOS DE HIPERNATREMIA Hipovolêmica Perde água livre e sódio, porém mais água. Perdas renais (uso de diuréticos) ou extrarrenais (diarreia). Euvolêmica Hipervolêmica Desidratação, ou seja, ocorre perda de água livre do plasma, porém a quantidade total de sódio corporal não muda. Diabetes insipidus (insuficiência de ADH – urina diluída) e/ou perdas insensíveis (sudorese, taquipneia). Sobrecarga de volume, geralmente devido à infusão excessiva de soluções cristaloides.Pode ocorrer também devido a erros em hemodiálise ou ingesta excessiva de sal (tentativa de suicídio). Aguda: < 48h – coma, convulsões, irritabilidade. Crônica: >48h – oligo/assintomático, letargia, confusão mental. É perigosa a reposição rápida de água livre na hipernatremia crônica, o plasma se torna subitamente hipo-osmolar em relação aos neurônios, provocando edema cerebral agudo MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS TRATAMENTO Objetivo: reduzir em taxa máxima de 10 mEq/L em 24h Perda de água livre (perda cutânea, pela respiração, diabetes insipidus): água potável, VO ou VE, e soro glicosado 5%, taxa de infusão de 3-6 mL/kg/hora, IV. Perda de fluidos hipotônicos (diarreia, poliúria): se houver franca hipovolemia, inicialmente faremos SF 0,9% em bolus. Se estabilidade hemodinâmica: salina hipotônica, que pode ser 0,2% ou 0,45%. Após calcular o L, acrescenta-se a reposição das "perdas insensíveis" normais (cerca de 10 ml/kg/dia)01 02 03 04 Água corporal total = peso × 0,6 (homens) ou 0,5 (mulheres) / se idoso 0,5 (homens) ou 0,45 (mulheres) Déficit de água livre (L) = [(sódio sérico – 140)/140] × água corporal total. 02 POTÁSSIO Hipocalemia < 3,5 mEq/L Total influência nas propriedades eletrofisiológicas de neurônios e células musculares. A Célula-alvo: CORAÇÃO. Alterações alteram perigosamente a eletrofisiologia cardíaca ao modificarem o potencial de repouso. Íon de predomínio intracelular. O maior reservatório é o musculoesquelético. É excretado na urina. CB Só após 6-8h, o potássio que sobrou começa a ser eliminado pelos rins, por ação do principal hormônio regulador de potássio – a aldosterona (no néfron distal). D Na homeostase do potássio, sua distribuição é regulada pela insulina e adrenalina (receptores beta- 2), que elevam a captação celular via bomba Na+ /K+ ATPase. A hipocalemia está fortemente associada à alcalose. FE 04 05 01 02 03 Bicarbonato de sódio: administrado em pacientes com acidose tubular renal tipo II (proximal). Causas não induzidas por drogas: Shift transcelular de potássio (delirium tremens), Ingestão dietética inadequada, perda nas fezes, perda renal, Diabetes descontrolado. Drogas associadas a shift intracelular de potássio: Agonistas beta-2-adrenérgicos: epinefrina, descongestionantes nasais (pseudoefedrina), broncodilatadores (salbutamol, fenoterol, terbutalina). – Insulina. Drogas que aumentam a excreção renal: – Diuréticos: Furosemida. Glicocorticoides e ATB em altas doses. Drogas associadas à depleção de magnésio: anfotericina B. Drogas que aumentam a perda de potássio nas fezes: – Poliestirenossulfonato de cálcio (Sorcal®). – Fosfato de sódio oral alguns serviços utilizam o fosfato de sódio disponível no nosso meio (Fleet enema) administrado por VO. DIAGNOSTICO ETIOLÓGICO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fraqueza muscular; Fadiga; Palpitações; Dispneia (fraqueza dos músculos respiratórios); Hiporreflexia; Constipação. As arritmias cardíacas são os efeitos mais temíveis da hipocalemia aguda. São mais frequentes quando associadas à hipomagnesemia. ECG Onda T aplainada e aumento do intervalo QT; Aumento da onda U; Onda U proeminente, maior que a onda T; Desaparecimento da onda T + onda U proeminente; Onda P apiculada e alta; Alargamento do QRS (raro) Venus Jupiter Saturn TRATAMENTO Xarope de KCl a 6% na dose de 15- 30 ml, três vezes ao dia. Em pacientes que podem ingerir alimentos e que não apresentem distúrbios gastrointestinais. Ampola de KCl a 10%, IV - (1) intolerância gastrointestinal; (2) perdas gastrointestinais importantes – vômitos, diarreia, fístulas; e (3) hipocalemia grave. Reposição de cloreto de potássio (KCl). Se após 72h não houver melhora, deve-se suspeitar de depleção de magnésio associada. Confirmada esta hipótese, indica- se a reposição de sulfato de magnésio 2-3 g/dia. 01 02 03 Hipercalemia > 5,5 mEq/L Menos frequente, mas assusta mais! A insuficiência renal está entre as causas mais comuns. Na falta da diálise, pode evoluir para parada cardíaca. A A rabdomiólise e a síndrome de lise tumoral são as causas de IRA que mais elevam a calemia (> 12) CB MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As arritmias mais frequentes da hipercalemia são: (1) fibrilação ventricular; (2) bradiarritmias e bloqueios; e (3) assistolia. A maioria dos pacientes é assintomática. Por outro lado, fraqueza muscular, paralisia flácida, arritmias cardíacas, redução da motilidade intestinal são sintomas associados. ECG Redução do intervalo QT, com ondas T altas e apiculadas; Achatamento da onda P; Alargamento do QRS; Desaparecimento da onda P Venus Jupiter Saturn CÁLCIO ECG Atua antagonizando diretamente o efeito do potássio no potencial de membrana. Vale ressaltar que o cálcio não reduz os níveis de potássio! Gluconato de cálcio: 10 mL diluído em 100 mL SF 0,9% IV em 3-5 min. Poderá ser repetida após 5 minutos. Deve-se realizar ECG seriado devido ao alto risco de arritmias cardíacas. ECG alterado? = ESTABILIZAR A MEMBRANA! Etapas do tratamento DIURÉTICOS DE ALÇA GLICOINSULINA Função: eliminação do excesso de potássio corporal. Aumento da eliminação do potássio na urina: boa ou moderada função renal. Furosemida. 40 mg IV. Em pacientes hipervolêmicos, doses superiores podem ser utilizadas. Solução polarizante. Aumenta a atividade da bomba Na-K-ATPase e consequentemente coloca o potássio para dentro das células. Insulina regular 10 UI IV + glicose 50% 100 mL IV em 30- 60 min. A administração concomitante de glicose visa evitar hipoglicemia. Função: diminuir os níveis de potássio transitoriamente. DIÁLISE RESINAS DE TROCA Função: eliminação do excesso de potássio corporal. Preferencialmente a hemodiálise, é indicada em pacientes que apresentem disfunção renal grave. Função: eliminação do excesso de potássio corporal. Transferem potássio para o interior do trato gastrointestinal e subsequente excreção. Poliestirenosulfonato de cálcio (Sorcal): 30-60 g + manitol 100 mL VO. Via retal é uma opção. O principal risco associado ao seu uso é a necrose intestinal. OUTROS Outras medidas translocacionais de potássio disponíveis são os ß2- agonistas e o bicarbonato de sódio, porém com menos evidência de benefício na literatura. Salbutamol 5 mg/mL – inalação 10-20 mg + SF 5 mL em 10 min. NaHCO3 8,4% 150 mL + SG 5% 850 mL, IV em 2-4 horas 03 CÁLCIO É ligado a proteínas como albumina e globulina (40%), íons complexos (5- 15%) e livre – fração fisiologicamente ativa (50%). A ingestão diária de cálcio é de cerca de 1 g ao dia, dos quais 300 mg são absorvidos pelo intestino. A excreção do cálcio é realizada pelos rins, sendo que 98% do cálcio é reabsorvido via renal. Predominantemente extracelular e seus níveis séricos são mantidos por alguns hormônios reguladores como o paratormônio (PTH), vitamina D, fator de crescimento de fibroblastos 23 (FGF23) e a calcitonina Alguns conceitos … Hipocalcemia Cálcio total: < 8,5 mg/dL ou 2,2 mM ou Cálcio ionizado: < 4,4 mg/dL ou 1,10 mmol/L Hiperfosfatemia pode induzir o paciente a hipocalcemia, assim como a infusão de citrato (presente, por exemplo, como anticoagulante nos principais hemoderivados). Anticonvulsivantes, medicações antineoplásicas, bifosfonados. Hipoalbuminemia pode levar a mensuração de cálcio total diminuído. Ca corrigido = Ca medido + [(4,0 – albumina) × 0,8]. Baixo PTH: Hipoparatireoidismo. É insuficiente para manter adequado o metabolismo do cálcio Principais etiologias MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Aguda: TETANIA. Em casos leves, os pacientes apresentam parestesias de extremidades e periorais, e, em casos graves, espasmo carpopedal, laringoespasmo e contrações musculares graves. Manifestações cardíacas → disfunção sistólica, ↑ QT MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O sinal de Chvostek consiste na contração de músculos faciais ipsilateraisao se percutir o trajeto do nervo facial próximo à orelha. O sinal de Trousseau consiste na indução do espasmo carpopedal ao se insuflar o manguito de pressão arterial acima da pressão arterial sistólica por 3 minutos. TRATAMENTO Hipomagnesemia: 2 g de sulfato de magnésio (2 ampolas a 10% de 10 mL) em 100 mL de SF em 10 minutos como esquema de reposição. Hipocalcemia grave sintomática: Gluconato de cálcio: 1-2g (10-20 mL) + SG 5% 100 ml, IV central, 10-20 min A reposição de vitamina D também é recomendada nesses pacientes, e o calcitriol em dose de 0,25 a 0,5 μg 2x/dia é a medicação de escolha em pacientes com hipocalcemia aguda Hipocalcemia leve sintomática: reposição de cálcio - Carbonato de cálcio ou citrato de cálcio, VO. 01 02 03 04 Hipercalcemia Cálcio sérico: > 10,5 mg/dL Cálcio iônico: > 4,68 a 5,28 mg/dL Outros: Pacientes com doenças infecciosas granulomatosas como tuberculose, hanseníase, histoplasmose e outras doenças fúngicas; intoxicação por vitamina D. Em pacientes com insuficiência renal crônica, pode ocorrer hiperparatireoidismo terciário, com função autônoma das paratireoides. O hiperparatireoidismo primário é a causa mais comum de hipercalcemia. As formas mais graves, no entanto, são causadas por neoplasias malignas. Principais etiologias MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Letargia, fraqueza, anorexia, náusea, vômitos, constipação, poliúria e polidipsia. Sintomas neurológicos denotam hipercalcemia grave: dificuldade de concentração, alterações de personalidade, ansiedade e depressão. A crise hipercalcêmica é definida com um cálcio corrigido > 14 mg/dL associada com disfunção de múltiplos órgãos. Os pacientes se encontram profundamente desidratados. TRATAMENTO Hemodiálise sem cálcio no fluido deve ser considerada em pacientes refratários a outros tratamentos. Os diuréticos de alça (diminui a reabsorção de cálcio e magnésio) podem ser usados conjuntamente: 20 a 40 mg de furosemida endovenosa ao dia A terapia antirreabsortiva óssea é de extrema importância no tratamento dos pacientes, e os bifosfonados representam droga de escolha. Pamidronato: 90 mg + SF 250 mL → infundir em 2-4 h 1-3 dias → inibe reabsorção óssea (bifosfonato). Não repetir em menos de 7 dias. Duração de efeito 2-4 semanas Hipercalcemia aguda: hidratação vigorosa – SF, 4-6 L/dia (200-300 mL/h → débito urinário 100-150 mL/h) Calcitonina: Utilizar somente em se CaT > 14 mg/dL 01 02 03 04 04 MAGNÉSIO 04 05 01 02 03 Achados ECG: aumento do intervalo QT e depressão do segmento ST. Há uma predisposição a arritmias ventriculares e potencialização da toxicidade digitálica. VR: 1,8 a 2,6 mg/dL < 1,8 mg/dL As causas em geral são as alterações do TGI: síndromes disabsortivas, alimentação enteral prolongada sem suplementação de magnésio e uso excessivo de laxativos. Fraqueza generalizada e hiperexcitabilidade neuromuscular com hiperreflexia, espasmo carpopedal, tremores e, raramente, tetania. HIPOMAGNESEMIA 2 g de sulfato de magnésio diluídos em 100 mL de solução em 5 a 10 minutos seguido por infusão contínua de 4 a 6 g/d durante 3 a 5 dias se a função renal for próxima ao normal 04 05 01 02 03 Pode ocorrer perda dos reflexos tendíneos musculares profundos, quando a concentração sérica de magnésio encontra-se em torno de 7,2 mg/dL. Concentrações acima deste nível podem ocasionar paralisia respiratória, hipotensão, anormalidades de condução cardíaca e perda de consciência. >2,6 mg/dL Em concentrações até 3,6 mg/dL, a hipermagnesemia é assintomática. HIPERMAGNESEMIA 06 Tratamento: Administração intravenosa de sais de cálcio (10 mL de gluconato de cálcio a 10% durante 5 a 10 minutos). Geralmente encontrada em pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica; Uso farmacológico de magnésio 05 FÓSFORO 04 05 01 02 03 Geralmente sintomas < 1 mg/dl. Reposição venosa de fósforo em 6 a 8 horas (1 a 2 mMol/kg de fosfato de potássio) nos casos mais graves. Aaumento do aporte diário (0,5 a 1,0 mMol/kg/dia) nos casos leves a moderados. VR: 2,7 a 4,5 mg/dL Encontrado na forma inorgânica (sais de fosfato) e orgânica, como participante de importantes funções metabólicas (ATP, 2,3- DPG), concentrando-se principalmente nos ossos e no compartimento intracelular. Depleção pré-existente: Desnutrição, deficiência de vitamina D, perdas renais crônicas. Redistribuição aguda do fósforo extracelular: Alcalose respiratória, sepse, encefalopatia hepática, intoxicação salicílica. Contratilidade diafragmática diminuída e insuficiência respiratória aguda, hipóxia tecidual, diminuição da contratilidade do miocárdio, paralisia, fraqueza, parestesias, disfunção neurológica, convulsões e morte. HIPOFOSFATEMIA 04 05 01 02 03 A elevação aguda pode levar à precipitação de fosfato de cálcio no coração, rins e pulmões, podendo ocasionar distúrbios de condução cardíaca (bloqueios) e calcificações nesses órgãos. >4,5 mg/dL. Aporte excessivo: Via enteral (dieta com muito fósforo, principalmente em insuficiência renal) Administração excessiva (parenteral) Redistribuição aguda do fósforo intracelular: Trauma tecidual maciço, rabdomiólise, lise tumoral, hemólise Excreção prejudicada: Insuficiência renal, depleção do extracelular, hipoparatireoidismo HIPERFOSFATEMIA Tratamento: Uso de quelantes orais de fósforo (hidróxido de alumínio) nos que puderem utilizar a via digestiva e através de diálise nos casos muito graves, o que é raro. REFERÊNCIAS DE FREITAS DUTRA, Valeria et al. Desequilíbrios hidroeletrolíticos na sala de emergência. Rev Bras Clin Med. São Paulo, v. 10, n. 5, p. 410-419, 2012. HALL, John E. Guyton & Hall. Tratado de fisiologia médica. Elsevier Health Sciences, 2017. MARTINS, Milton de Arruda et al. Clínica Médica Vol. 5-Doenças Hematológicas, Oncologia, Doenças Renais e Geniturinárias (Versão digital). 2013. Medicina de emergência : abordagem prática / editores Irineu Tadeu Velasco ... [et al.]. - 14. ed., rev., atual. e ampl. - Barueri [SP] : Manole, 2020. . Slide 1: Distúrbios Hidroeletrolíticos Slide 2: 01 Slide 3: 01 Slide 4: Alguns conceitos … Slide 5 Slide 6 Slide 7: Hiponatremia Slide 8: TIPOS DE HIPONATREMIA Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Slide 13: DIAGNOSTICO ETIOLÓGICO Slide 14: DIAGNOSTICO ETIOLÓGICO Slide 15: OBJETIVOS DO TRATAMENTO Slide 16: HIPONATREMIA AGUDA SINTOMÁTICA Slide 17 Slide 18: HIPONATREMIA HIPERAGUDA SINTOMÁTICA Slide 19: HIPONATREMIA CRÔNICA Slide 20: Hipernatremia Slide 21 Slide 22: TIPOS DE HIPERNATREMIA Slide 23: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Slide 24: TRATAMENTO Slide 25: 02 Slide 26: Hipocalemia Slide 27 Slide 28 Slide 29: DIAGNOSTICO ETIOLÓGICO Slide 30: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Slide 31: ECG Slide 32: TRATAMENTO Slide 33 Slide 34: Hipercalemia Slide 35 Slide 36: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Slide 37: ECG Slide 38: CÁLCIO Slide 39: DIURÉTICOS DE ALÇA Slide 40: DIÁLISE Slide 41: OUTROS Slide 42: 03 Slide 43: Alguns conceitos … Slide 44: Hipocalcemia Slide 45: Principais etiologias Slide 46: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Slide 47: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Slide 48: TRATAMENTO Slide 49: Hipercalcemia Slide 50: Principais etiologias Slide 51: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Slide 52: TRATAMENTO Slide 53: 04 Slide 54: HIPOMAGNESEMIA Slide 55: HIPERMAGNESEMIA Slide 56: 05 Slide 57: HIPOFOSFATEMIA Slide 58: HIPERFOSFATEMIA Slide 59: REFERÊNCIAS