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Chikungunya A infecção por este vírus acarreta uma síndrome febril com início instantâneo e fatigante, que pela severidade dos sintomas articulares os pacientes começam a andar curvados. Manifestações consideradas atípicas têm sido relatadas com maior frequência e incluem alterações cardíacas, renais, oculares e neurológicas. Sinais e sintomas ➢ Os sintomas normalmente começam 4-8 dias após uma picada do mosquito, mas pode aparecer no período de 2 a 12 dias; ➢ Início abrupto de febre alta, frequentemente acompanhada pela dor articular e prostração, são os sintomas mais comuns; ➢ Sinais e sintomas adicionais incluem mialgia, dor de cabeça, náusea, fadiga, conjuntivite, dor atrás dos olhos, dor de garganta e erupção cutânea; ➢ Difere das demais arboviroses principalmente pelos sintomas musculares e articulares, que afetam principalmente as extremidades do esqueleto apendicular, como punhos, tornozelos e falanges. Diagnóstico ➢ O diagnóstico baseia-se na sorologia e em particular a detecção de anticorpos de imunoglobulina M (IgM), os anticorpos IgM são produzidos dentro de alguns dias após o patógeno; ➢ Além destes, outros biomarcadores devem ser pesquisados, como Proteína C Reativa (PCR), velocidade de hemossedimentação (VSH), fator reumatoide (FR) e anticorpo antipeptídeo cíclico citrulinado (anticorpo anti-CCP) para confirmação diagnóstica; ➢ Acredita-se que a infecção pelo vírus da Chikungunya possa contribuir para o desenvolvimento de uma doença inflamatória reumática ou até mesmo colaborar para o diagnóstico precoce de artrite reumatoide e artrite psoriásica em pacientes que já possuam alguma predisposição genética para essas condições. Repercussões musculoesqueléticas ➢ Apresenta características de artrite, durando alguns dias, semanas ou anos. A dor articular é geralmente intensa e constante ou intermitente; ➢ O inchaço articular é frequentemente simétrico e envolve predominantemente as pequenas articulações, punhos e tornozelos, com significativo edema de partes moles, sinovite e tenossinovite, um quadro clínico evocativo de AR; ➢ Dor na coluna é responsável pela característica de postura encurvada do caminhante, resultante do comprometimento musculoesquelético. Recomendações de tratamento ➢ Fase aguda: terapia biológica para sua doença base, interrupção medicamentosa, evitar o uso de calor, educação do paciente, orientações de postura e terapia manual devem ser recomendadas, além de exercícios de intensidade leve; ➢ Intervenções de reabilitação: em todas as fases de febre chikungunya são recomendados como medida não farmacológica complementar; ➢ Fases subaguda e crônica: recomendações anteriores, uso de calor, exercícios livres, resistidos, proprioceptivos e aeróbicos ativos, alongamentos, terapia manual e fisioterapia aquática. Aspectos avaliados ➢ Os casos que evoluem para as formas subaguda e crônica requerem uma avaliação mais criteriosa do ponto de vista musculoesquelético, que deve ser realizado pelo reumatologista, clínico geral e fisioterapeuta; ➢ O exame físico deve focar no envolvimento articular e periarticular, envolvimento do tendão deve ser minuciosamente pesquisado; ➢ Outras manifestações associadas devem ser avaliadas: falta de apetite, sono não restaurador, comprometimento do trabalho e das atividades diárias, urgência e incontinência urinária, alterações de humor e depressão. Fisioterapia ➢ Crioterapia: favorece a analgesia e ajuda a reduzir o inchaço local e a inflamação articular; ➢ TENS: útil para o alívio da dor, pois alguns estudos têm mostrado resultados satisfatórios em pacientes com AR; o Indicada principalmente para pacientes com dor persistente, mesmo em uso de analgésicos e anti-inflamatórios, e para casos de dor neuropática. ➢ Terapia manual: drenagem linfática manual combinada com bandagens compressivas; o Melhora a circulação linfática em casos de edema extra-articular e linfedema. ➢ Exercícios ativos de intensidade leve: recomendados para manter a função articular, com cuidado para não exacerbar os sintomas inflamatórios; ➢ Repouso relativo deve ser indicado, evitando movimentos que desencadeiem a dor portanto, órteses podem ser usadas; ➢ Orientações posturais: evitar a adoção de posturas antálgicas, recomenda-se decúbitos que favoreçam a circulação de retorno. Terapia por exercícios ➢ Exercícios passivos, ativos livres e resistidos: introduzidos progressivamente (isométricos => isotônicos => isocinéticos) para manter ou ganhar ADM, força e resistência muscular; ➢ Alongamentos: contribuem para manter a flexibilidade músculo-tendínea e prevenir alterações posturais; Artralgia por Chikungunya ➢ Treinamento proprioceptivo: fornece estímulos para a reeducação do movimento e a recuperação das habilidades funcionais; ➢ Exercícios aeróbicos: indicados para melhorar o condicionamento físico geral do paciente e reduzir a fadiga; ➢ Recursos terapêuticos manuais (mobilização de tecidos moles e articular): indicados para o relaxamento muscular, redução da tensão muscular e restauração da ADM indolor são úteis na recuperação de tendinites, tenossinovites, atrites e artralgias; ➢ Fisioterapia aquática: alivia a dor, reduz o inchaço e melhora a mobilidade articular e as habilidades funcionais em diferentes fases da febre Chikungunya. desfecho ➢ A artralgia por Chikungunya é uma condição que é relativamente nova e ainda precisa de mais estudos para ser compreendida, principalmente na sua fisiopatologia; ➢ Por outro lado, já existem evidências suficientes para afirmar que o exercício multiarticular parece ser o melhor método de tratamento para a poliartralgia; ➢ Os tipos e parâmetros dos exercícios podem ser variáveis, contanto que abordem condições de mobilidade, força e resistência; ➢ A dor crônica pode persistir independente dos efeitos benéficos do exercício. Para isso, é preciso pensar em estratégias de intervenção para essa condição, como o uso de técnicas com essa ênfase.
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