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LS INTRODUÇÃO A endodontia faz a limpeza e modelagem (preparo) das cavidades pulpares e a obturação hermética (isso significa preencher o canal com um material com propriedades biológicas e físico-químicas em toda sua extensão). Limpa microrganismos, resto de polpa, sangue, esvaziando a cavidade pulpar. Em volta da dentina, protegendo-a, teremos o esmalte. Em volta da dentina radicular teremos o cemento que protege. Esmalte proteção da coroa e cemento proteção da raiz. A polpa fica em uma cavidade interna. FUNÇÕES DA POLPA Polpa dental é um tecido conjuntivo frouxo de origem ectomesenquimal que desempenha várias funções. Tem uma consistência fibrótica. A polpa tem configurações bem especificas. Núcleos dos odontoblastos: parte mais periférica da polpa. Cada núcleo tem o prolongamento deles que entra no túbulo dentinário. O núcleo fica dentro da polpa. Essa combinação se chama complexo dentinho-pulpar, pois parte das células odontoblásticas ficam na polpa e na dentina. Tudo o que ocorre na dentina acomete a polpa devido a esses prolongamentos. Zona central da polpa/coração da polpa: predomina os fibroblastos, além dos macrófagos (defesa), é rica em células mesenquimais diferenciadas (células tronco), vasos sanguíneos e fibras nervosas que ficam logo após a camada celular da polpa. Pré-dentina: é uma dentina que já sendo formada pelos odontoblastos, mas que ainda não foi totalmente mineralizada. Função da polpa: ela possui 4 funções. 1. Função formadora: formação de dentina por toda a vida, através dos odontoblastos. É a principal função. Primeiro para a formação do próprio dente e depois outros tipos de dentina (secundária, terciária). Ao fazer o tratamento endodôntico, acaba a formação de dentina, pois não tem mais a polpa. 2. Função sensorial: percepção de estímulos por meio de fibras nervosas mielínicas (tipo A- delta) e amielínicas (tipo C). O conjunto de fibras nervosas da polpa se chama Plexo de Raschkow, é o que faz com que o dente tenha sensibilidade. O dor só sente a sensação de dor (não sente frio, calor). Fibras nervosas mielínicas (tipo A-delta): responsáveis pela a dor de dente aguda. Fibras nervosas amielínicas (tipo C): responsáveis pelos estímulos crônicos de baixa intensidade, com sensibilidade, menos aguda. 3. Função de nutrição: nutrição das células através da rica vascularização. Ao fazer canal, o tecido sangra devido a sua vascularização. 4. Função de defesa: a defesa ocorre em duas formas. Dentina Zona central da polpa Núcleos dos odontoblastos fibras Pré-dentina Compõe o Plexo de Raschkow I. Pela presença de macrófagos, linfócitos e outras células de defesa através da vascularização. II. Pela formação de dentina reparadora. LS COMPONENTES A cavidade interna acompanha a forma externa do dente, ela segue a anatomia do dente. Por exemplo, na região das cúspides tem uma elevação da cavidade pulpar. A parte que é visível clinicamente é chamada de coroa e a parte não visível é a raiz. Câmara pulpar: espaço interno que corresponde à coroa. Canal radicular: espaço interno que corresponde à raiz. Ápice radicular: é a ponta da raiz. CÂMARA PULPAR Possui as seguintes denominações: Teto (T): voltado para o bordo incisal ou a face oclusal. Parte de cima da coroa. É onde irá romper para chegar na polpa. Assoalho (A): limita a câmara pulpar e os canais radiculares, se encontra ao nível da linha cervical. Dente unirradicular não há assoalho, pois a câmara pulpar é contínua. Cornos pulpares (C): prolongamentos que acompanham os ângulos incisais ou as cúspides dos dentes. Paredes (P): circundam a câmara e recebem o nome das faces correspondentes. Ex.: parede distal e parede mesial. Face mesial é mais robusta e alta que a distal. Face distal é mais arredondada e menor (dentes posteriores). CANAL RADICULAR O canal radicular é da porção cervical até o forame apical. A polpa é inervada e para isso ela precisa ter comunicação com a inervação maior. A polpa se comunica com o exterior do dente através do forame apical. O canal se divide em 2 canais: Canal dentinário: cercado de dentina. Canal cementário: o cemento invagina no forame apical que forma um pequeno canal. Divisão em terços (3 porções): é dividido assim, pois a instrumentação do canal é feita em terços, ou seja, aos poucos. Terço cervical: mais próxima da câmara pulpar. Terço médio: Terço apical: engloba tanto o canal dentinário como o cementário. Zona crítica apical: fica no terço apical onde possui parte do canal dentinário e canal cementário. A zona crítica apical são os últimos 3 a 5mm finais da raiz, é a porção mais difícil de trabalhar, pois o canal é muito estreito e onde normalmente se encontram as curvaturas. Ápice radicular ou radiográfico: ponto mais extremo da raiz. Visível apenas na radiografia. Forame apical ou anatômico: orifício pelo qual o canal radicular se comunica com o ligamento periodontal. Zona crítica apical Limite CDC Laterais LS Limite CDC: no encontro do canal dentinário com o canal cementário tem o estrangulamento (porção estreita), é a porção mais estreita de todo canal radicular, chamado de limite CDC. Características do Limite CDC: é o encontro do cemento, dentina e canal. Há uma nítida constricção do canal radicular no limite CDC; É a região de menor diâmetro do canal radicular (volta alarga no canal cementário); Situa-se de 0,5 a 1,00 mm do ápice radicular; Limita os tecidos endodônticos e periodontais; É o limite de trabalho do endodontista. Canal cementário tem o ligamento periodontal. Polpa e o ligamento periodontal são semelhantes. Eles se encontram no limite CDC. É no limite CDC onde é o limite do procedimento endodôntico. Não pode passar do limite CDC. Aspecto microscópico: o canal cementário pode ser reto ou ir para distal, mesial. Mais normal para distal. Sistema de canais radiculares (SCR): várias canais se entrelaçando. Canal principal: é o mais amplo. Terá outros canais que se interligam. É o que a endodontia irá usar. Canal recorrente: sai do canal principal e depois volta. Canal lateral: sai na dentina externa. Irrigação dos canais: limpa os canais secundários, onde a lima não alcança. Quanto mais irrigar, mais segurança terá. PQM: preparo químico mecânico. Delta apical: raramento o cimento entra nesses canais. Quando consegue, terá um prolongamento desse canal tratado. DEPOSIÇÃO DE DENTINA SECUNDÁRIA Dentina de origem fisiológica, que se forma lentamente ao longo de toda a vida. Quanto mais jovem maior o espaço pulpar e menor dentina. Quanto mais idosa maior dentina secundária e menor a polpa (canais calcificados). A polpa produz dentina. Jovem Idoso Idoso Jovem LS DEPOSIÇÃO DE DENTINA TERCIÁRIA (ESCLEROSADA, REACIONAL OU REPARADORA) Forma-se em virtude de algum agente agressivo crônico como forma de proteção. DILACERAÇÕES RADICULARES CALCIFICAÇÕES DISTRÓFICAS NÓDULOS PULPARES REABSORÇÕES DENTÁRIAS INCISIVO CENTRAL SUPERIOR Término da rizogênese: entre 9 e 10 anos. Raiz única e reta, canal normalmente único e amplo. INCISIVO LATERAL SUPERIOR Término da rizogênese: entre 10 e 11 anos. Ex.: microrganismo da cárie Raízes extremamente curvas Atrapalha o tratamento endodôntico Degeneração pulpar que a própria polpa quando agredida começa a fazer um processo degenerativo, formando cristais de colesterol que calcificam. Comum em dentes que sofreram trauma (acidente) Massa dentro da cavidade pulpar. Redonda ou difusa. Dificulta no tratamento de canal. Remove com broca ou colher de dentina.É uma resposta da polpa ao baixo estimulo de intensidade (bruxismo, apertamento) Dificulta a forma do canal radicular. Ao fazer modelagem do canal, pois fica irregular. Ausência do limite CDC: usa o localizador apical onde acaba a ponta e começa o ligamento periodontal. Raiz única, frequentemente com curvatura apical para a distal; canal normalmente único e delgado Grau de dificuldade (pequena) um pouco maior devido sua curvatura. LS INCISIVOS INFERIORES Término da rizogênese: entre 9 e 10 anos. Raiz única e achatada no sentido mésio-distal; canal normalmente único e achatado no sentido mésio-distal, o que pode determinar sua bifurcação (V e L). CANINO SUPERIOR Término da rizogênese: entre 13 e 14 anos. Raiz única e reta, ou com curvatura apical para a distal; canal normalmente único, longo e amplo. CANINO INFERIOR Término da rizogênese: entre 12 e 14 anos Raiz única com pequeno achatamento mésio-distal; canal normalmente único e amplo. 1ºPRÉ-MOLAR SUPERIOR Término da rizogênese: entre 12 e 13 anos. Normalmente duas raízes (vestibular e palatina) podendo variar o nível da bifurcação; um canal em cada raiz (vestibular e palatina). 2ºPRÉ-MOLAR SUPERIOR Término da rizogênese: entre 12 e 14 anos. Raiz normalmente única; canal normalmente único pode ser bifurcado. PRÉ-MOLARES INFERIORES Término da rizogênese: entre 12 e 14 anos. Raiz normalmente única, podendo ser bifurcado ou trifucarda; canal único, bifurcado ou trifurcado. 1ºMOLAR SUPERIOR Término da rizogênese: entre 9 e 10 anos. Três raízes: mésio-vestibular, disto-vestibular e palatina; pode apresentar quatro canais localizados na raiz mésio-vestibular, denominado mésio-palatino ou MV2. 2ºMOLAR SUPERIOR Término da rizogênese: entre 14 e 16 anos. Três raízes: mésio-vestibular, disto-vestibular e palatina; um canal em cada raiz: MV, DV e P. Característica dos dentes inferiores é o achatamento Mais fácil de tratar. Dificuldade em achar uma lima ideal Por ser achatado, mas grande é raro a bifurcação birradicular Terço cervical Terço médio Terço apical De repente o canal amplo fica estreito ou quando muda bruscamente seu direcionamento, sugere que o dente tenha bifurcação do canal. LS MOLARES INFERIORES Término da rizogênese: entre 9 e 10 anos (1ºMI) e entre 14 e 15 anos (2ºMI). Duas raízes: mesial e distal; dois canais na raiz mesial (mésio- vestibular e mésio-lingual) e um ou dois canais na raiz distal (distal ou disto-vestibular e disto-lingual). É mais frequentes em 2º molares inferiores (de vez em quando no 2ºmolar superior). Radiograficamente parece um dente unirradicular. É uma variação de forma. Rizogênese (término): fechamento da raiz por completo. Quando ele se forma, teremos o limite CDC. Os molares decíduos dão lugar aos pré-molares permanentes e os molares permanentes rompem atrás dos dentes decíduos. Molares superiores 3 raízes e molares inferiores 2 raízes.
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