Buscar

Infeccoes Bacterianas e Neurotoxinas

Prévia do material em texto

João Manuel – Medicina Nove de Julho 
NEUROTOXINAS	
	
INTRODUÇÃO	
Sistema	 imune	 no	 Sistema	 nervoso:	 É	 mais	
tranquilo,	 tem	 os	 componentes,	 porém	
reduzidos,	para	não	gerar	processo	inflamatório	
exacerbado.		
 
 
As	 meninges	 recobre	 todo	 sistema	 nervoso	
central,	 elas	 servem	 como	 um	 mecanismo	 de	
defesa.		
	
	
Características	do	líquido	cefalorraquidiano	
(LCR):	Tem	função	de	absolver	impacto,	reduz	o	
peso	do	encéfalo	em	30X,	menos	pressão	sobre	
os	vasos	sanguíneos	e	nervos.	Facilita	a	difusão	
de	 substâncias	 e	 de	 seus	 componentes.	
Homogeneização	dos	mecanismos	de	defesa.	Ele	
é	produzido	pelas	células	ependimárias.		
	
Encéfalo:	sítio	imuno	privilegiado,	escassez	de	
células	dendríticas.		
Micróglia:	possui	alto	limiar	de	ativação.		
BHE:	 impede	 a	 passagem	 de	 leucócitos	 e	
citocinas.		
	
Barreira	 hematoencefálica:	 É	 um	 barreira	
funcional	entre	o	líquido	intersticial	e	o	sangue.	
Isola	 substâncias	 nocivas:	 patógenos	 e	 toxinas	
presentes	no	sangue.		
MENINGITES	
Principais	agentes	causadores	de	meningites:	
	
	
Sinais	e	sintomas:	rigidez	na	nuca	e	alteração	
de	reflexos.	
• Infecciosa:	 cefaleia	 de	 inıćio	 súbito	 e	
persistente,	 febre,	 mialgia,	 prostração,	
petéquias.	
• Síndrome	de	hipertensão	intracraniana:	
fotofobia,	 alterações	 de	 consciência	
(sonolência,	torpor	ou	coma)convulsões.		
	
Diagnóstico:	punção	lombar	da	L3/L4/L5,	sinal	
de	Kernig	e	Brudzinski.	Cultura	a	partir	de	LCR,	
bacterioscopia	com	GRAM	e	hemocultura.		
	
	
	
	
	
	
Epidemiologia:	 no	 mundo,	 estiam-se	 a	
ocorrência	 de	mais	 de	 um	milhão	 de	 casos	 de	
meningites	 bacterianas,	 com	 cerca	 de	 200	mil	
óbitos	por	ano.		
João Manuel – Medicina Nove de Julho 
Etiologia	 e	 fatores	 de	 risco:	 a	 mortalidade	
varia	 com	 a	 idade,	 sendo	mais	 alta	 nas	 faixas	
extremas	 da	 vida.	 Com	 o	 advento	 de	
antibioticoterapia,	 teve	 um	 redução	 na	
letalidade	 de	 cerca	 de	 90%	 para	 15/30%,	 em	
nível	global.		
 
	
Porta	de	entrada:		
• Via	 hematogênica	 (via	 principal):	
colonização	das	bactérias	na	orofaringe,	
assim,	através	do	sangue,	atinge	o	SNC.		
• Via	 contiguidade:	 a	 partir	 de	 focos	
pertos	do	SNC,	como	–	otites,	mastoidites	
ou	sinusites.	
• Acesso	 direto:	 traumatismos	 craniano,	
punção	 liquórica,	 uso	 de	 cateter	 ou	
implantes	sem	devida	assepsia.		
	
	
Neisseria	meningitidis		
 
 
 
Meningococo:	 gram	 negativa	 de	 catalase	
positiva.		
 
 
Fator	de	virulência:	cápsula,	LOS	–	endotoxina,	
aumenta	a	produção	de	TNF,	fimbrias	de	adesão	
(proteínas	OPA),	produção	de	proteases	e	beta-
lactamase.	
Existem	 13	 sorogrupos	 baseados	 no	
polissacarídeo	 da	 cápsula,	 os	 mais	 frequentes	
são:	A,B,	C,	W	e	Y.		
	
OBS.:	existem	uma	vacina	para	ACWY	no	SUS,	já	
a	vacina	para	B	é	no	setor	privado.		
	
Patogenicidade:	 Aderência	 em	 células	
epiteliais	 da	 nasofaringe	 e	 consequente	
interação	 das	proteínas	Opa	 com	 a	 superfıćie	
das	 células	 epiteliais.	 São	 internalizadas	 em	
vacúolos	 fagocıt́icos,	 multiplicam-se	 e	 então	
migram	 para	 os	 espaços	 subepiteliais.	 As	
propriedades	 antifagocíticas	 da	 cápsula	
polissacarídica	 protege	 da	 fagocitose.	 O	 dano	
vascular	 é	 devido	 à	 ação	 da	 endotoxina	 LOS	
presente	na	membrana	externa.		
	
Meningococcemia:	 sepse	 com	 ou	 sem	
meningite.	
• Características	 clinicas:	 trombose	 de	
pequenos	 vasos	 sanguıńeos	 e	 o	
envolvimento	 de	 múltiplos	 órgãos.	
Lesões	de	pele	em	forma	de	petéquias,	no	
tronco	e	nos	membros	inferiores	podem	
formar	 lesões	 hemorrágicas	 maiores.	
Pode	ocorrer	a	coagulação	intravascular	
disseminada	 (CID),	 com	 choque,	 junto	
com	a	destruição	bilateral	das	glândulas	
adrenais.		
	
 
 
 
 
João Manuel – Medicina Nove de Julho 
Haemophilus	influenzae		
Sua	 morfologia	 é	 bacilos	 gram	 negativos	
curtos	(cocobacilos),	são	imóveis	e	anaeróbicos	
facultativo.	 Sua	 característica	 bioquímica	 é	
catalase	 positiva.	 Participa	 da	 microbiota	 –	
colonização	 de	 nasofaringe	 (não	 capsulados).	
Comum	em	crianças.		
 
 
 
	
	
Fator	 de	 virulência:	 cápsula	 polissacarídeo	
(antifagocítica),	 membrana	 externa	 com	 LPS,	
adesinas	por	conta	de	Pili,	IgA	protease.		
	
Resposta	 imune:	 opsonização	 ->	 ativa	 o	
sistema	complemento	->	fagocitando	e	gerando	
inflamação.	
• Resposta	 humoral:	 anticorpos	 contra	
antígenos	 da	 cápsula	 polissacarídea	 (t-
independente).		
	
	
Streptococcus	pneumoniae		
Sua	 morfologia	 é	 coco	 gram	 positivo,	
anaeróbicos	facultativos	com	catalase	negativa.	
São	 residentes	 da	 microbiota	 da	 nasofaringe:	
infecções	assintomáticas.		
	
Fator	 de	 virulência:	 cápsula,	 parede	 celular	
(ácido	 teicóico),	 adesina	 A	 e	 Pili,	 produção	 de	
proteases	IgA1,	hialuronidase	e	neuraminidase.		
	
	
	
Resposta	imune:	ativa	o	sistema	complemento,	
levando	a	fagocitose	e	inflamação.	
• Resposta	humoral	t-indepedente.	
• Antígenos	proteico	ativam	a	 resposta	 t-
dependente	–	Th1	e	Th17.	
	
	
Listeria	monocytogenes			
É	 um	 bacilo	 gram	 positivo,	 catalase	 positiva,	
anaeróbico	 facultativo,	 produz	 hemolisina.	
Sobrevive	 em	 baixo	 pH	 e	 alta	 concentração	
salina.	Contamina	alimentos.	
	
	
	
Fator	 de	 virulência:	 adesinas,	 invasinas	 e	
listeriolisina.	
	
Como	 está	 associada	 a	 pacientes	
imunocomprometidos:	 gestantes,	 AIFDS,	
linfoma	e	transplantados.		
João Manuel – Medicina Nove de Julho 
NEUROTOXINAS		
São	as	toxinas	tetânica	e	botulínica.	
	
Clostridium	tetani	
É	 um	 bacilo	 esporulado	 gram	 positivo,	 está	
presente	no	solo	e	dezes	de	animal,	é	anaeróbico	
obrigatório/estrito.		
	
	
	
A	 sua	 transmissão	 se	 dar	 uma	 contaminação	
acidental	de	ferimentos	profundos	com	material	
contaminado	com	esporos	da	bactéria.	
	
Sintomas:	hiper-reflexia,	espasmos	musculares	
e	paralisia	espástica.		
	
Tratamento	 e	 profilaxia:	 utilização	 de	 soro	
anti-tetânico	 +	 antibiótico.	 Vacina	 tríplice	
bacteriana	(dTp).		
	
	
	
Fator	 de	 virulência:	 tetanospasmina	 (toxina	
AB),	neurotoxina	termolábil	–	liberada	quando	a	
bactéria	 sofre	 lise,	 hemosilina	 inibida	 pelo	
oxigênio.		
	
Mecanismo:	 Toxina	 liga-se	 a	 receptores	 na	
membrana	 pré-sináptica	 dos	 neurônios	
motores.	 Migra	 pelo	 sistema	 de	 transporte	
axônico	 retrógrado,	 chega	 a	 medula	 espinal	 e	
tronco	cerebral.	Se	difunde	para	terminações	de	
neurônios	inibitórios,	isso	leva	um	bloqueio	na	
liberação	 de	 GABA	 e	 glicina	 -	 inibitórios.	
Neurônios	motores	não	são	inibidos	–	continua	
a	liberar	acetilcolina.		
	
	
Clostridium	botulinum	
É	 um	 bacilo	 esporulado	 gram	 positivo,	 está	
presente	no	solo	e	dezes	de	animal,	é	anaeróbico	
obrigatório/estrito.	
	
Transmissão:	 intoxicação	 alimentar	 pela	
toxina	 botulínica,	 comum	 em	 alimentados	
enlatado,	ocorre	a	germinação	do	esporo.		
	
Sintomas:	 paralisia	 muscular	 flácida	 e	
dificuldades	respiratórias.		
	
Tratamento:	uso	de	soro	heterólogo	antitoxina	
e	antibióticos.		
	
 
	
Paralisia	 flácida:	 inibe	 a	 liberação	 de	
acetilcolina	 na	 sinapse	 e	 junções	
neuromusculares,	 resultando	 na	 ausência	 de	
contração	muscular	e	paralisia	.		
	
	
	
OBS.:	não	pode	oferecer	mel	para	criança	menor	
de	2	anos	de	idade,	 já	o	adulto	consegue	inibir	
essa	toxina	se	o	mel	estiver	contaminado.

Continue navegando