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PBL 8
Definir o agente etiológico, suas
características morfofuncionais e as
formas de transmissão.
• O agente etiológico do caso em questão é o
Staphylococcus aureus, um importante patógeno para
os seres humanos.
Morfologia
• Estafilococos: células esféricas com cerca de 1 μm
de diâmetro,
geralmente dispostas
em cachos irregulares
semelhantes a cachos
de uvas.
• Quatro espécies de importância clínica:
Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis,
Staphylococcus lugdunensis e Staphylococcus
saprophyticus.
• Bactérias gram-positivas, imóveis e não formam
esporos.
• Crescem rápido em condições aeróbias ou
microaerofílicas.
↪ Velocidade maior à 37º C
↪ Pigmento melhor formado à 20 – 25ºC
• Colônias em meio sólido são arredondadas, lisas,
elevadas e brilhantes
• As colônias de S. aureus podem apresentar uma
coloração amarelo‑ouro, como resultado da expressão
de pigmentos carotenoides que se formam durante o
seu crescimento (aureus = dourado, amarelo)
• Metabolicamente ativos: fermentam lentamente
carboidratos, produzindo ácido láctico, mas não gás.
• Os estafilococos produzem catalase, o que os
distingue dos estreptococos
• S. aureus é coagulase-positivo
• Resistentes a ressecamento, calor (suportam 5OºC
durante 30 min.) e cloreto de sódio
• Uma cultura de estafilococos pode conter algumas
bactérias que diferem das demais na população, pela
expressão de determinadas características
(tamanho, presença de pigmento, ocorrência de
hemólise), elaboração de enzimas, resistência a
fármacos e patogenicidade ⟶ Variação ou
Resistência Heterogênea
Estrutura antigênica
• Contêm polissacarídeos e proteínas antigênicas na
estrutura da parede celular.
• Peptidoglicano: polímero de polissacarídeos;
proporciona o exoesqueleto rígido da parede celular.
↪ Destruído por ácido forte ou por exposição à
lisozima
↪ Importante na patogênese da infecção: induz a
produção de interleucina 1 (pirógeno endógeno) e
de anticorpos opsônicos pelos monócitos.
↪ Pode atuar como quimioatraente para leucócitos
polimorfonucleares; apresenta atividade
semelhante a endotoxina e ativa o complemento.
S. aureus
Letícia Froede – 29/04/2021
• Ácidos teicóicos: polímeros polirribitol-fosfato; são
ligados cruzadamente ao peptidoglicano e podem ser
antigênicos.
• Proteína A: componente da parede celular
↪ Proteína de
superfície do grupo das
adesinas, denominadas
componentes de
superfície microbiana
reconhecedores de
moléculas adesivas de
matriz (MSCRAMMs,
microbial surface
components recognizing adhesive matrix
molecules).
↪ Importante fator de virulência: media a fixação
bacteriana à célula hospedeira
↪ Liga-se à porção Fc das moléculas de IgG, exceto
IgG3.
↪ A porção Fab da IgG ligada à proteína A
permanece livre para combinar-se com um
antígeno específico.
↪ Importante reagente: proteína A, ligada a
moléculas de IgG contra um antígeno bacteriano
específico, aglutina bactérias que apresentam
esse antígeno ("coaglutinação", clumping factor).
• S. aureus possuem cápsulas de origem polissacarídica
que inibem a fagocitose por leucócitos
polimorfonucleares, exceto na presença de
anticorpos específicos
↪ Tipos capsulares são alvos para vacinas
conjugadas
Enzimas e Toxinas
• S. aureus produz muitas toxinas, entre elas:
↪ Cinco citolíticas ou que danificam membranas
(alfa, beta, delta, gama e leucocidina
Panton‑Valentine PVL); também chamadas de
hemolíticas
↪ Duas toxinas esfoliativas (A e B),
↪ 18 enterotoxinas (de A a R)
↪ Toxina‑1 da síndrome do choque tóxico (TSST‑l,
toxic shock syndrome toxin‑1)
• Capacidade de multiplicação, ampla disseminação nos
tecidos, produção de substâncias extracelulares
(enzimas e toxinas) ⟶ Fatores de Patogenicidade
• Toxinas podem estar sob o controle genético dos
plasmídeos ou sob controle tanto cromossômico
quanto extracromossômico.
↦ Estafilococos produzem catalase, que converte o
peróxido de hidrogênio em água e oxigênio.
↦ O teste da catalase diferencia os estafilococos,
que são positivos, dos estreptococos, que são
negativos.
↦ Coagulase: proteína enzimática produzida pelo S.
aureus;
↪ Quando em contato com o plasma, liga-se a um
fator sérico (fator globulina do plasma) para
formar estafilotrombina, fator semelhante à
trombina que catalisa a conversão de fibrinogênio
em fibrina insolúvel, e pode resultar na formação
de coágulo.
↪ Liga-se à protrombina e ambas tornam-se
enzimaticamente ativas, iniciando a polimerização
da fibrina.
↪ Coagulase ligada à parede celular dos
estafilococos pode converter diretamente
fibrinogênio em fibrina insolúvel e causar a
agregação dos estafilococos.
↪ Pode depositar fibrina na superfície dos
estafilococos, alterando a ingestão ou destruição
citoplasmática por células fagocíticas.
↪ Produção de coagulase é considerada sinônimo
de potencial patogênico invasivo.
↦ Fator de agregação (clumping factor): MSCRAMM
presente na superfície da parede celular
↪ Responsável pela aderência dos
microrganismos ao fibrinogênio e à fibrina.
↪ Se liga, de forma não enzimática, ao fibrinogênio
e a plaquetas, resultando em agregação da
bactéria quando em contato com o plasma
↪ Distinto da coagulase, pois induz uma forte
resposta imunogênica do hospedeiro.
↦ Apesar do nome “hemolisinas”, também podem
afetar outras células, não só hemácias.
↪ Podem causar lise em neutrófilos e
macrófagos, o que resulta na liberação de
enzimas lisossômicas que danificam os tecidos
circunjacentes.
↪ PVL não causa lise em eritrócitos.
↦ α-hemolisina: proteína heterogênea que atua nas
membranas das células eucarióticas
↪ Pode ser codificada no cromossomo e em
plasmídeos
↪ Rompe a musculatura lisa dos vasos sanguíneos
↪ Tóxica para células como eritrócitos, leucócitos,
hepatócitos e plaquetas.
↪ Se integra às regiões hidrofóbicas das
membranas das células do hospedeiro, levando à
formação de poros.
↪ O rápido efluxo de K+ e influxo de Na+, Ca2 +e
outras moléculas leva ao desequilíbrio osmótico,
turgescência e consequente lise celular.
↦ β-toxina: também chamada esfingomielinase C;
degrada a esfingomielina
↪ Especificidade para esfingomielina e
lisofosfatidilcolina
↪ É tóxica para células como eritrócitos,
fibroblastos, leucócitos e macrófagos.
↪ Catalisa a hidrólise dos fosfolipídios de
membrana; a lise é proporcional à concentração
de esfingomielina exposta na superfície celular.
↦ δ-toxina: heterogênea; dissocia-se, em
subunidades, em detergentes não iônicos.
↪ Afeta eritrócitos e outras células
↪ Toxicidade não específica para membranas:
atua como surfactante, rompendo membranas
celulares por meio de uma ação detergente
↪ Desestrutura membranas biológicas e pode
atuar nas doenças diarreicas causadas por S.
aureus.
↦ γ-hemolisina: leucocidina que lisa leucócitos;
composta por duas proteínas, S e F.
↪ Componente S: proteínas que eluem
vagarosamente; slow‑eluting proteins.
↪ Componente F: proteínas que eluem
rapidamente; fast‑eluting proteins.
↪ Atua interagindo com outras proteínas,
incluindo a leucocidina de Panton-Valentine (PVL),
para formar toxinas proteicas
↪ Lisam os leucócitos pela formação de poros nas
membranas intracelulares, o que aumenta a
permeabilidade dos cátions.
↪ Maior permeabilidade dos cátions induz
liberação maciça de mediadores inflamatórios,
como IL-8, leucotrienos e histamina, responsáveis
por necrose e inflamação grave.
↦ Toxina PVL, também é uma toxina citolítica
↦ Possui componentes (S e F) codificadas por um
fago móvel.
↦ Pode destruir os leucócitos humanos, mas não
exibe atividade hemolítica.
↦ Lise celular mediada pela formação de poros,
ocorrendo aumento da permeabilidade aos cátions e
instabilidade osmótica.
↦ Componentes atuam sinergisticamente na
membrana dos leucócitos
↦ Fator de virulência em infecções causadas por
CA-MRSA.
↦ Relacionada a infecções pulmonares e cutâneasgraves.
↦ Toxinas epidermolíticas compostas por duas
proteínas de mesma massa molecular (MM).
↦ São serina proteases que quebram a
desmogleína‑1, um dos membros de estruturas de
adesão celular (desmossomos) responsável por
formar pontes intercelulares no estrato granuloso
da epiderme
↦ Produzem descamação generalizada na síndrome
estafilocócica da pele escaldada por dissolução da
matriz mucopolissacarídica da epiderme.
↦ Não são associadas à citólise ou inflamação:
normalmente não são encontrados estafilococos e
leucócitos na camada da epiderme atingida
(importante indício para o diagnóstico).
↪ Após a exposição da epiderme à toxina, são
desenvolvidos anticorpos neutralizantes que
levam à resolução do processo tóxico.
↦ São superantígenos.
↦ Toxina esfoliativa A (esfoliatina): codificada pelo
gene ETA localizado em um fago; é termoestável
(resiste à fervura por 20 minutos).
↦ Esfoliatina B: mediada por plasmídeo; termolábil.
↦ Toxina da síndrome do choque tóxico 1 (TSST 1,
toxic shock syndrome toxin-1): encontrada em
pacientes com a síndrome do choque tóxico, é
semelhante à enterotoxina F.
↦ Protótipo de um superantígeno
↦ Resistente ao calor e à proteólise, é codificada no
cromossomo.
↦ Se liga a molécula de histocompatibilidade principal
(MHC) classe II, levando à estimulação das células T,
que promove as manifestações da síndrome do
choque tóxico.
↦ Estimula a liberação de citocinas que, em baixas
concentrações, escapam de células endoteliais e em
altas concentrações produzem efeito citotóxico
para as células.
↦ Possui habilidade de penetrar nas barreiras
mucosas, mesmo em infecções localizadas na vagina
ou no sítio de uma ferida ⟶ efeitos sistêmicos da
síndrome
↦ Associada a febre, choque e comprometimento
multissistêmico, incluindo erupção cutânea
descamativa.
↦ A morte nos pacientes com TSS é causada por
choque hipovolêmico que leva à falência múltipla de
órgãos.
↦ São termoestáveis a 100 °C por 30 minutos e
resistem à hidrólise pelas enzimas intestinais.
↦ Cerca de 50% das cepas de S. aureus podem
produzir uma ou mais enterotoxinas.
↦ Várias enterotoxinas (A-E, G-J, K-R e U, V) são
consideradas superantígenos.
↪ Capazes de induzir ativação de células T e
intensa liberação de citocinas.
↦ Importante causa da intoxicação alimentar: são
produzidas quando o S. aureus cresce em alimentos
que contenham carboidratos e proteínas.
↦ A ingestão de 25 μg de enterotoxina B resulta
em vômitos e diarreia.
↪ Efeito emético pode resultar da estimulação do
sistema nervoso central (centro dos vômitos)
após atuar sobre receptores neurais no intestino.
↦ Hialuronidase, ou fator de propagação; hidrolisa os
ácidos hialurônicos presentes na matriz acelular do
tecido conjuntivo.
↦ Estafiloquinase ou Fibrinolisina: pode dissolver os
coágulos de fibrina; provoca fibrinólise.
↦ Nuclease termoestável: pode hidrolisar o DNA
viscoso.
↦ Proteinases, lipases; e β-lactamase.
Genética
• Genética: define e analisa a hereditariedade,
relacionando-a com funções estruturais e fisiológicas
que constituem as propriedades dos organismos.
• Gene: unidade da hereditariedade; segmento do ácido
desoxirribonucleico (DNA); codifica, em sua sequência
de nucleotídeos, a informação sobre determinada
propriedade fisiológica
• Genótipo: composição genética ou grupo de genes.
• Fenótipo: propriedades estruturais e fisiológicas
coletivas de um organismo determinadas pelo
genótipo.. (ex.: cor dos olhos)
• Genoma: totalidade da informação genética contida
em determinado organismo.
• Enzimas de restrição: proteínas que clivam o DNA
em locais específicos, dando origem a fragmentos de
restrição de DNA.
• Plasmídeos: pequenos elementos genéticos
portadores de genes capazes de replicação
independente em bactérias e leveduras.
↪ Introdução de um fragmento de restrição do
DNA em um plasmídeo permite que esse
fragmento seja amplificado muitas vezes.
• Promotores bacterianos de alta expressão:
permitem a expressão de proteínas codificadas em
níveis aumentados; controlam os genes.
• Ilhas de Patogenicidade: genes agrupados no DNA;
contêm genes importantes para a patogênese,
incluindo resistência a antibióticos, adesinas, invasinas
e exotoxinas
• Conjugação: acasalamento ou troca “quasisexual” de
informação genética de uma bactéria (doadora) para
outra (receptora); requer o contato da célula doadora
com a célula receptora para transferir uma fita de
DNA que será completada em fita dupla pelo
receptor, sintetizando a fita que a complementa.
• Transformação: absorção ativa e incorporação de
DNA exógeno ou estrangeiro; captação direta do DNA
"nu" do doador pela célula receptora, pode ser natural
ou forçada.
• Transdução: transferência de informação genética
a partir de uma bactéria para outra por um
bacteriófago; DNA do doador é transportado em um
envelope de fago e transferido para o receptor pelo
mecanismo utilizado na infecção por fagos
↦ A reprodução das bactérias ocorre de forma
assexuada: a população de células-filhas derivadas
de uma mesma célula-mãe serão todas idênticas
↦ A transferência gênica é um mecanismo
importante para a variabilidade gênica das bactérias,
porém não resulta em aumento do número de células
geradas, portanto, não é um mecanismo de
reprodução.
Crescimento
• Aumento ordenado da soma de todos os
componentes de um organismo; resulta na
multiplicação celular.
• Leva ao aumento no número de indivíduos de uma
população ou cultura de bactérias unicelulares.
• As concentrações microbianas podem ser medidas
em concentração celular (número de células viáveis
por unidade de volume de cultura) ou concentração de
biomassa (peso seco de células por unidade de volume
de cultura).
• Bactérias se reproduzem por divisão binária
• Tempo de geração ou tempo de duplicação: tempo
médio necessário para que a população ou a biomassa
duplique.
↪ Tempo de duplicação baixo (rápido) = alta
constante da velocidade de crescimento.
↪ Alta constante da velocidade de crescimento =
grande quantidade de células produzidas por cada
grama de células da cultura por hora
• O crescimento em uma população de células
bacterianas (e não de células individuais) pode ser
classificado em 4 fases
↦ Período durante o qual as células adaptam-se ao
novo ambiente.
↦ Há depleção dos metabólitos e enzimas das células,
em consequência das condições desfavoráveis no
final da cultura anterior
↦ Há formação de enzimas e intermediários que se
acumulam até alcançarem concentrações
suficientes para permitir o reinício do crescimento.
↦ As células encontram-se em estado de equilíbrio
dinâmico.
↦ Novo material celular sendo sintetizado a uma
velocidade constante
↪ Esse novo material é catalítico, e a massa
aumenta de modo exponencial.
↦ Bactérias crescem e se dividem com tempo de
duplicação característico da cepa e determinado
pelas condições do meio.
↦ Número de bactérias crescerá a 2n (n = número
de gerações ou duplicações)
↦ Bactérias se dividem até que ocorra esgotamento
de um ou mais nutrientes do meio ou acúmulo de
produtos metabólicos tóxicos que inibem o
crescimento.
↦ O crescimento é progressivamente retardado.
↦ A exaustão de nutrientes ou o acúmulo de
produtos tóxicos resulta em interrupção do
crescimento.
↦ Pode ocorrer renovação celular: lenta perda de
células por morte, compensada pela formação de
novas células por crescimento e divisão.
↪ Contagem total de células aumenta lentamente,
mas a contagem viável permanece constante.
↦ Depois de um período na fase estacionária a
velocidade de morte aumenta até atingir o nível de
equilíbrio dinâmico.
↦ Taxa de morte celular é mais lenta do que a taxa
de crescimento exponencial na fase exponencial.
↦ Após a morte da maioria das células, a velocidade
de morte pode diminuir drasticamente
↦ Um pequeno número de sobreviventes pode
persistir durante meses ou anos.
↪Pode haver renovação celular e crescimento de
algumas células devido aos nutrientes liberados
pelas células que morrem e sofrem lise.
↪ Em condições adequadas, bactérias que tem
capacidade de tornar-se dormentes podem
retomar o crescimento.
Fontes e Vias de Infecção
• S. aureus estão presentes na pele e nas membranas
mucosas humanas, mais comumente nas narinas.
• Pode permanecer por períodos variáveis como
colonizante da narina anterior de pessoas sadias.
↪ 20 e 40% dos adultos saudáveis podem portar
S. aureus em algum momento, de modo
assintomático.
• Microrganismo pode colonizar a pele em regiões
como axila e prega inguinal, em 10 a 20% das pessoas
sadias
• Vagina, períneo e reto também podem ser
colonizados.
• Infecções estafilocócicas podem ser adquiridas na
comunidade ou no ambiente hospitalar.
• Em pacientes hospitalizados: transmissão pelas mãos
dos profissionais da saúde contaminadas
• Ao colonizar as células da mucosa nasal, S. aureus
pode aderir à pele lesada e a corpos estranhos.
↪ Após adesão, pode ocorrer invasão dos tecidos
através da superfície mucosa ou cutânea.
• Estafilococo presente na narina anterior é
transferido para a pele
↪ Lesão traumática pode ser a porta de entrada
e possibilitar a generalização da infecção
• Pode ser transmitido pelo contato direto, pessoa a
pessoa, principalmente no ambiente hospitalar
• Infecção por S. aureus pode resultar da
contaminação direta de uma ferida
↪ Ex.: infecção estafilocócica pós-operatória da
ferida; infecção após traumatismo (osteomielite
crônica após fratura exposta, meningite após
fratura do crânio).
• Pacientes com infecções cutâneas com presença de
secreção purulenta, infecção em ferida cirúrgica ou
pneumonia podem disseminar grande número de
bactérias no ambiente hospitalar.
↪ Qualquer lesão localizada, pode ser fonte
potencial para disseminação hematogênica da
infecção.
• Estafilococo acumula-se rapidamente na roupa de
cama, no mobiliário e nos equipamentos ao redor do
paciente infectado.
↪ Sobrevive por muito tempo no mobiliário
hospitalar.
• S. aureus resistentes à meticilina (MRSA,
methicillin‑resistant Staphylococcus aureus) são
agentes de infecções graves em pacientes
hospitalizados e, no ambiente extra‑hospitalar, em
crianças e adultos previamente sadios.
• As doenças associadas ao S. aureus são:
↪ Doenças mediadas por toxina: intoxicação
alimentar, síndrome da pele escaldada, síndrome do
choque tóxico
↪ Doenças cutâneas: carbúnculo, foliculite,
furúnculo, impetigo, infecções de feridas
↪ Outras, como bacteremia, endocardite,
pneumonia, empiema, osteomielite, artrite séptica
Elucidar a patologia e a resposta imune
ao agente em questão, relacionando às
manifestações clínicas e ao
agravamento do quadro do paciente.
Patogênese
• O estado de portador nasal do S. aureus é observado
em 20 a 50% dos humanos.
• Estafilococos são encontrados regularmente no
vestuário, roupas de cama e em outros fômites em
ambientes humanos.
• Capacidade patogênica: efeito combinado dos
fatores extracelulares, toxinas e propriedades
invasivas de determinada cepa de S. aureus.
↪ Depende da habilidade em evadir a fagocitose,
expressar proteínas de superfície que aderem aos
tecidos do hospedeiro e produzir dano tecidual
(elaboração de toxinas e enzimas hidrolíticas)
• Expressão de fatores de virulência em estafilococos
é controlada por um complexo de sistemas
regulatórios; o mais importante é o sistema regulador
de genes acessórios (AGR, accessory gene regulator)
↪ Sistema de controle por quorum‑sensing que
determina a expressão de proteínas de adesão,
promovendo a colonização dos tecidos quando a
densidade celular bacteriana é baixa
↪ Expressa enzimas hidrolíticas e toxinas quando
densidade celular bacteriana é alta.
• Espectro patológico varia desde intoxicação
alimentar estafilocócica devido à ingestão de
enterotoxina pré-formada até bacteriemia
estafilocócica e abscessos disseminados em todos os
órgãos.
• S. aureus patogênico e invasivo produz coagulase,
tende a formar um pigmento amarelo e ser
hemolítico.
• Podem ser refratários ao tratamento devido à
formação de biofilmes.
• Há presença de características fenotípicas, como
hemolisinas e fator de agregação.
Patologia
• O protótipo de uma lesão estafilocócica é o furúnculo
ou outros abscessos localizados.
• Grupos de S. aureus em um folículo piloso provocam
necrose tecidual (fator dermonecrótico).
• Coagulase: coagula a fibrina ao redor da lesão e no
interior dos vasos linfáticos
↪ Resulta na formação de uma camada ao redor
do abscesso, que limita a infecção localmente e
protege o microrganismo da fagocitose.
↪ É reforçada pelo acúmulo de células inflamatórias
e de tecido fibroso.
• No centro da lesão, ocorre liquefação do tecido
necrótico (intensificada por hipersensibilidade tardia),
e o abscesso "aponta" na direção da menor
resistência.
• Após drenagem do líquido do centro do tecido
necrótico ocorre lento preenchimento da cavidade
por tecido de granulação, com cicatrização final.
• A supuração focal (abscesso) é típica da infecção
estafilocócica.
• Os microrganismos propagam-se a partir de um
foco, através dos vasos linfáticos e da corrente
sanguínea, para outras partes do corpo.
• Comumente ocorre supuração no interior das veias,
associada à trombose
• O estímulo de liberação de mediadores inflamatórios
dos mastócitos pode ser responsável pela êmese,
característica da intoxicação alimentar por
estafilococos.
↪ Na infecção gastrointestinal, alterações
histológicas características no estômago e no
jejuno incluem a infiltração de neutrófilos no epitélio
e na lâmina própria subjacente, com perda das
bordas ciliadas das células epiteliais no jejuno.
• Toxina esfoliativa A, enterotoxinas e TSST-l se ligam
às moléculas do complexo principal de
histocompatibilidade de classe II (MHC II) presentes nos
macrófagos
↪ MHC classe II interagem com as regiões variáveis
da subunidade β dos receptores específicos de
células T (VβTCR, variable regions of β‑subunit of
T‑cell receptor).
↪ Resulta na intensa liberação de citocinas, tanto
por macrófagos (IL‑1β e fator de necrose tumoral
TNF‑α), quanto por linfócitos T (IL‑2, interferon‑γ,
e TNF‑β).
↪ A liberação de TNF‑α e TNF‑β está relacionada
a hipotensão e choque
↪ A febre está associada à liberação de IL‑1β.
• Febre: elevação da temperatura corporal em 1º a 4ºC
• Resposta de fase aguda de muitas infecções, é
induzida por pirógenos
• O aumento da temperatura corporal é causado pelas
prostaglandinas que são produzidas nas células
vasculares e perivasculares do hipotálamo.
• Produtos bacterianos (pirógenos exógenos)
estimulam os leucócitos a liberar citocinas como a IL-
1 e o TNF (pirógenos endógenos), as quais aumentam
as enzimas (ciclooxigenases) que convertem o ácido
araquidônico em prostaglandinas.
• No hipotálamo, as prostaglandinas (PGE2) estimulam
a produção de neurotransmissores, que
reprogramam o ponto de ajuste da temperatura para
um nível mais alto.
• AINEs, como a aspirina, reduzem a febre pela
inibição da síntese de prostaglandinas.
• Febre possivelmente ajuda a eliminar infecções
microbianas: pode ativar as proteínas de choque
térmico, que aumentam as respostas dos linfócitos
aos antígenos microbianos.
• Outras manifestações da resposta de fase aguda:
↪ Aumento da pulsação e da pressão sanguínea;
diminuição do suor: redirecionamento do fluxo de
sangue do leito cutâneo para os leitos vasculares
profundos, a fim de minimizar a perda de calor
através da pele;
↪ Calafrios (tremores), frio intenso (busca por
calor), anorexia, sonolência e mal-estar:
provavelmente por causa da ação das citocinas nas
células cerebrais.
• Nas infecções bacterianas graves (sepse), a grande
quantidade de bactérias e de seus produtos no sangue
estimula a produção de enormes quantidades de
citocinas, com destaquepara TNF e IL-1.
• Altos níveis de citocina no sangue: manifestações
clínicas generalizadas, como coagulação intravascular
disseminada, choque hipotensivo e perturbações
metabólicas (resistência à insulina; hiperglicemia)
↪ Tríade clínica do choque séptico
Imunidade a bactérias extracelulares
• As bactérias extracelulares configuram as
infecções bacterianas de caráter agudo.
• Bactérias extracelulares: replicam-se fora das
células hospedeiras (sangue, tecidos conjuntivos,
lumens das vias aéreas e trato gastrintestinal)
• Mecanismos patogênicos:
↪ Indução de inflamação, resultando na destruição
dos tecidos no local da infecção
↪ Produção de toxinas com efeitos patológicos ⟶
endotoxinas (LPS componentes da parede celular
de bactérias gram-negativas) ou exotoxinas
(secretadas pelas bactérias; citotóxicas).
Resposta inata
• Os principais mecanismos de imunidade inata contra
bactérias extracelulares são a ativação do
complemento, a fagocitose e a resposta inflamatória.
• Os peptidoglicanos presentes nas paredes celulares
de bactérias Gram-positivas ativam o complemento
pela via alternativa.
• Ativação do complemento resulta na opsonização e
fagocitose aumentada de bactérias.
• O complexo de ataque à membrana (MAC), gerado
pela ativação do complemento, leva à lise de bactérias
↪ Primeiras proteínas que geram lise são C5, 6, 7,
8, (9)n.
• Os subprodutos do complemento estimulam a
resposta inflamatória, recrutando e ativando os
leucócitos.
↪ produção de opsoninas, principalmente o C3b
↪ estimulação da quimiotaxia, por ação de C3a, C4a
e C5a
↪ atrai neutrófilos e macrófagos para o foco
infeccioso
• Fagócitos (neutrófilos e macrófagos) utilizam:
↪ receptores de superfície (receptores de
manose e receptores scavenger) para reconhecer
as bactérias extracelulares
↪ receptores Fc para reconhecer bactérias
opsonizadas com anticorpos
↪ receptores de complemento para reconhecer
bactérias opsonizadas com proteínas do
complemento.
• Produtos microbianos ativam receptores do tipo Toll
(TLRs) e sensores fagocíticos e citoplasmáticos.
• Receptores ativados podem:
↪ promover a fagocitose dos microrganismos
(receptores de manose, receptores scavenger);
↪ estimular atividades microbicidas dos fagócitos
(principalmente os TLRs);
↪ promover tanto a fagocitose quanto a ativação
dos fagócitos (Fc e receptores de complemento)
• Células dendríticas e fagócitos ativadas pelos
microrganismos secretam citocinas que induzem a
infiltração leucocitária nos locais de infecção
(inflamação).
↪ Os leucócitos recrutados ingerem e destroem as
bactérias.
• ILCs, innate lymphoid cells, podem atuar na defesa
inicial.
• Secretam interleucina-17 (IL-17), IL-22 e GM-CSF.
↪ Intensificam a função de barreira epitelial e
recrutam neutrófilos para os sítios de infecção
• ILCs do grupo 3 (ILC3s) podem ser ativadas pelas
citocinas produzidas em resposta aos microrganismos
e ao dano celular
Resposta adaptativa
• A imunidade humoral é a mais importante
↪ Principal mecanismo de defesa contra bactérias
encapsuladas ricas em polissacarídeos.
↪ Atua bloqueando a infecção, eliminando os
microrganismos e neutralizando enzimas e toxinas.
• Respostas de anticorpo são dirigidas contra os
antígenos da parede celular e as toxinas, que podem
ser polissacarídeos ou proteínas.
↪ Polissacarídeos: antígenos T-independentes que
induzem respostas de anticorpo sem ativar células
T
• Baço: papel importante na produção de anticorpos e
na eliminação fagocítica de bactérias opsonizadas.
↪ Pessoas que perdem o baço por traumatismo ou
distúrbios hematológicos têm grande risco de
contrair infecções graves causadas por bactérias
encapsuladas.
• Antígenos proteicos induzem anticorpos mais
potentes e imunidade mediada por células.
• Os mecanismos efetores utilizados pelos anticorpos
para combater essas infecções incluem
neutralização, opsonização, fagocitose e ativação do
complemento pela via clássica.
↪ Neutralização: mediada pelos isótipos de alta
afinidade IgG, IgM, IgA (IgA principalmente nos
lumens dos órgãos das mucosas).
↪ Opsonização: mediada pelas subclasses de IgG1 e
IgG3
↪ Ativação do complemento: iniciada pela IgM, IgG1
e IgG3.
• Na resposta primária à infecção ocorre um pico de
concentração sérica de anticorpos IgM, definindo
processo agudo.
• Em respostas tardias, anticorpos IgG de memória
são selecionados, mantendo a mesma especificidade
inicial.
↪ IgG2: respostas antipolissacarídeos
↪ IgG1: resposta antiproteína.
• A subclasse IgG2 não passa pela placenta materna,
dependendo exclusivamente da produção do recém-
nascido.
↪ O mau desenvolvimento de IgG2 em crianças
menores de 2 anos relaciona-se com a deficiência
de resposta a bactérias com cápsula
polissacarídeas
• Anticorpos IgM (principal) e IgG ativam a via clássica,
por meio da interação com as proteínas C1 e C2 do
complemento ⟶ desencadeia a cascata de ativação
⟶ produz as quimiocinas C3a, C4a e C5a e o C3b
como agente opsonizante ⟶ culmina na produção do
MAC e consequente lise bacteriana
• Receptores de membrana dos macrófagos facilitam
a integração com os componentes da parede
bacteriana.
↪ Na presença de imunoglobulinas na superfície
bacteriana, receptores de macrófagos para a
fração Fc do anticorpo aumentam a possibilidade
de ligação dos macrófagos à bactéria.
• Os antígenos proteicos de bactérias extracelulares
também ativam as células T CD4+ auxiliares que:
↪ produzem citocinas expressam moléculas de
superfície que induzem inflamação local,
↪ intensificam as atividades fagocíticas e
microbicidas de macrófagos e neutrófilos
↪ estimulam a produção de anticorpos
• Estes microrganismos induzem respostas TH17, que
recrutam neutrófilos e monócitos, promovendo a
inflamação local em locais de infecção bacteriana.
↪ Defeitos genéticos no desenvolvimento TH17 e
produção de autoanticorpos neutralizantes da IL-
17 aumentam a susceptibilidade a infecções
bacterianas e fúngicas e têm maior probabilidade
de desenvolver múltiplos abscessos cutâneos
• As bactérias também induzem respostas TH1
↪ IFN-γ produzido pelas células TH1 ativa os
macrófagos para destruir os microrganismos
fagocitados.
↪ Respostas Th1 são mais importantes para
defesa contra bactérias intracelulares.
Efeitos Lesivos das Respostas Imunes
• As principais consequências prejudiciais da resposta
do hospedeiro contra as bactérias extracelulares são
inflamação e sepse.
• Reações de neutrófilos e macrófagos que erradicam
a infecção também causam danos teciduais
↪ Produção local de espécies reativas de oxigênio
e enzimas lisossômicas (reações autolimitadas e
controladas).
• Citocinas secretadas por leucócitos em resposta a
produtos bacterianos estimulam a produção de
proteínas de fase aguda e causam as manifestações
sistêmicas da infecção
• Sepse: consequência patológica de infecção grave
causada por algumas bactérias Gram-negativas,
Gram-positivas e alguns fungos.
↪ Microrganismos viáveis ou produtos microbianos
estão presentes no sangue.
↪ Causa distúrbios sistêmicos de perfusão tecidual,
coagulação, metabolismo e função orgânica.
↪ Fase inicial: causada pelas citocinas produzidas
por macrófagos ativados pelos componentes da
parede celular bacteriana, como LPS e
peptideoglicanos.
• Choque séptico: forma mais grave e
frequentemente fatal de sepse; presença de colapso
circulatório (choque) e coagulação intravascular
disseminada.
↪ O fator de necrose tumoral (TNF), a IL-6 e IL-1
são as principais citocinas mediadoras de choque
séptico
↪ IFN-γ e a IL-12 também podem contribuir
• Tempestade de citocinas: explosão inicial de uma
grande quantidade de citocinas
• A progressão do choque séptico pode estar
associada às respostas imunológicas defeituosas,
como depleção ou supressão das células T, resultando
em uma disseminação microbiana não controlada.
• Toxinas bacterianasque estimulam todas as células
T que expressam membros de uma família particular
de genes Vβ do receptor de células T (TCR).
• Ativam as células T ligando‑se simultaneamente aos
TCRs e a moléculas do MHC de classe II numa célula
apresentadora de antígeno sem requerer o antígeno.
↪ Não se ligam às fendas de ligação de peptídeo
↪ Ativam número maior de clones de células T
• Ativação de muitas células T resulta em produção de
grandes quantidades de citocinas, como IL‑1, TNF, a
IL‑2 ⟶ Tempestade de Citocinas
↪ Pode causar uma síndrome inflamatória
sistêmica.
↪ Risco de morte por resposta autoimune.
↪ Ao estimular célula T podem levar à morte de
células T ativadas: resulta em perda de clones de
células T específicos e de suas respostas imunes.
• Superantígenos incluem a toxina da síndrome do
choque tóxico de S. aureus, as enterotoxinas
estafilocócicas e toxinas esfoliativas
• Infecção produz anticorpos contra a proteína M da
parede celular bacteriana
• Alguns destes anticorpos reagem cruzadamente
com proteínas do miocárdio e são depositadas no
coração, causando inflamação (cardite).
• Anticorpos produzidos contra certas bactérias
formam complexos com antígenos bacterianos
(imunocomplexos)
• Esses complexos podem se depositar nos glomérulos
renais e causar nefrite.
Mecanismos de Evasão bacteriana
• Virulência de bactérias extracelulares: associada a
mecanismos de resistência à imunidade inata
• A camada mucoide extracelular interfere na
fagocitose da célula bacteriana.
• Inflamação mediada pelo complemento pode ser
inibida por produtos gênicos microbianos.
↪ S. aureus sintetiza a proteína inibidora de
quimiocina de estafilococos (CHIPS, chemokine
inhibitory protein of staphylococci), que é uma
antagonista da anafilatoxina C5a.
• Inibidor do complemento de estafilococos (SCIN,
staphylococcal complement inhibitor): proteína
produzida por Staphylococcus aureus que se liga às
C3 convertases, inibindo-as de forma estável e
bloqueando todas as três vias do complemento
• Antígenos semelhantes aos antígenos do hospedeiro
(mimetismo) escapam da resposta imune, pois não são
reconhecidos como estranhos.
• Variação de antígenos de superfície:
↪ Capacidade de alterar antígenos dificulta seu
reconhecimento pelo sistema imune adaptativo e
permite a evasão das bactérias ao ataque por
anticorpos específicos.
↪ As bactérias também podem alterar a produção
dos antígenos de superfície ao longo do tempo
↪ Podem liberar antígenos de superfície em blebs
de membrana (alterações semelhantes a um
“borbulhamento”): podem desviar os anticorpos,
afastando-os dos microrganismos.
• Alterações na produção de glicosidases levam a
alterações químicas na superfície do LPS e de outros
polissacarídeos
↪ Possibilita às bactérias escapar das respostas
imunes contra estes antígenos.
• Mascaramento em bactérias que adquirem
revestimento de superfície com proteínas
constituintes do hospedeiro (glicolipídeos do grupo
sanguíneo, antígenos do MHC, fibrinas e
imunoglobulinas do plasma).
• Algumas bactérias possuem em sua superfície
receptores para a região Fc do anticorpo e são
revestidas por imunoglobulinas
• Dificulta a interação de anticorpos pela fração Fab,
a ação fagocítica e do sistema complemento.
• Bactérias com cápsulas ricas em polissacarídeos
resistem à fagocitose
↪ Dificuldade de ligação do fagócito à bactéria
• Bactérias encapsuladas são mais virulentas do que
cepas que não possuem a cápsula.
• Cápsulas de muitas bactérias patogênicas contêm
resíduos de ácido siálico que inibem a ativação do
sistema complemento pela via alternativa.
• Opsoninas (IgG, fator C3 do complemento) do soro
podem ligar-se a estafilococos encapsulados, mas a
cápsula recobre essas opsoninas e protege a
bactéria, inibindo a fagocitose por leucócitos
polimorfonucleares.
↪ Na presença de anticorpos específicos contra
os estafilococos, uma quantidade aumentada de C3
liga-se a célula bacteriana promovendo a
fagocitose.
• Proteína A tem habilidade de se ligar a
imunoglobulinas, impedindo a remoção (clearance) de S.
aureus mediada por anticorpos.
↪ Proteína A extracelular pode, também, ligar
anticorpos, formando complexos imunes com
consumo de complemento.
Manifestações clínicas
• Estafilococos podem causar doenças pela elaboração
de toxinas, sem infecção invasiva aparente.
↪ Intoxicação alimentar
↪ Esfoliação bolhosa (SSSS, síndrome da pele
escaldada): causada pela produção de toxina
esfoliativa.
↪ Síndrome do choque tóxico associada à TSST 1.
• Pode causar doenças pela proliferação do
microrganismo, levando à formação de abscessos e
destruição de tecidos
↪ Infecções cutâneas, endocardite, pneumonia,
empiema, osteomielite, artrite séptica
• O S. aureus pode causar pneumonia, meningite,
empiema, endocardite ou sepse, com supuração em
qualquer órgão.
• Se houver disseminação do S. aureus e bacteriemia,
pode ocorrer endocardite, osteomielite hematogênica
aguda, meningite ou infecção pulmonar.
↪ Quadro clínico semelhante ao de outras
infecções hematogênicas (infecções da corrente
sanguínea).
• Localização secundária em determinado órgão ou
sistema: sinais e sintomas de disfunção orgânica e
intensa supuração focal.
↦ Infecção supurativa caracterizada por
consolidação e formação de abscesso nos pulmões.
↦ Pode se desenvolver após a aspiração de
secreções orais ou pela disseminação do
microrganismo por via hematogênica, a partir de um
sítio distante.
↦ Levam a complicações como abscesso pulmonar e
empiema pleural.
↦ Sintomas: geralmente agudos, com febre alta,
tremores, tosse, dispneia e secreção pulmonar
amarelada, às vezes com laivos de sangue.
↦ Cianose e sinais de insuficiência respiratória
ocorrem nos casos graves.
↦ Pneumonia por aspiração: ocorre principalmente
em crianças muito jovens, idosos, pacientes com
fibrose cística, gripe, doença pulmonar obstrutiva
crônica e bronquiectasia.
↪ Exame radiográfico revela a presença de
infiltrados irregulares com área de consolidação
ou abscesso, devido a capacidade do
microrganismo de secretar enzimas e toxinas
citotóxicas e formar abscessos localizados.
↦ Pneumonia por disseminação hematogênica:
comum em pacientes com bacteremia ou
endocardite.
↪ Decorre do desprendimento de êmbolos
sépticos (ex.: tromboflebites sépticas e
endocardite do coração direito) ou de
bacteremias a partir de focos de infecção
distantes.
↦ Pneumonia necrosante: geralmente causada por
Cepas comunitárias de MRSA
↪ Presença de hemoptise maciça, choque séptico
e taxa de mortalidade elevada.
↪ Mais comum em crianças e adultos jovens.
↦ Empiema: acúmulo de pus em uma cavidade
qualquer do organismo.
↪ Ocorre em 10% dos pacientes com pneumonia.
↪ O microrganismo pode se estabelecer em
áreas consolidadas, dificultando a drenagem do
material purulento
↦ Pneumatocele: distensão alveolar que leva ao
aparecimento de cistos no parênquima pulmonar.
↪ Complicações frequentes por pneumonias
graves em crianças.
↪ Em casos simples, são lesões enfisematosas. Na
maioria, são múltiplas cavidades císticas com
paredes finas e acúmulo de ar
↪ Formação de bolhas arredondadas de paredes
finas no interstício pulmonar por mecanismo
valvular, a partir da parede brônquica
↪ Diferente dos abscessos pulmonares pela
ausência de nível líquido.
↪ Podem se insuflar e causar insuficiência
respiratória ou romper, determinando
pneumotórax ⟶ casos cirúrgicos
↪ Diagnóstico: hemocultura, efusão pleural e
aspiração transtraqueal ou broncoscópica.
↦ Cepas de S. aureus produtoras de TSST‑l podem
se multiplicar rapidamente em tampões
hiperabsorventes e liberar toxina: frequente
ocorrer até 5 dias após o início da menstruação em
mulheres jovens que usam absorventes de alta
absorção
↦ Também observada em crianças e homens com
infecções de feridas por estafilococos.
↦ S. aureus associado à síndrome do choquetóxico
pode ser encontrado na vagina, em tampões
higiênicos, feridas, na garganta ou outras infecções
localizadas.
↦ A produção de toxina requer uma atmosfera
aeróbica e pH neutro.
↦ O choque e as múltiplas disfunções orgânicas são
mediados por toxinas disseminadas
hematogenicamente.
↦ Início abrupto com febre alta, vômitos, diarreia,
mialgias, erupção escarlatiforme e hipotensão
↪ Podem estar presentes confusão mental e
falência renal
↦ Há enantema (erupção cutânea) das mucosas da
faringe, congestão conjuntival e língua em
framboesa; pacientes podem estar toxemiados,
confusos ou apáticos.
↦ Hipotensão arterial ou choque hipovolêmico ocorre
rapidamente.
↦ Ocorre insuficiência cardíaca e renal nos casos
mais graves.
↦ Múltiplos sistemas de órgãos (sistema nervoso
central, gastrointestinal, hematológico, hepático,
muscular e renal) também são envolvidos
↪ Comprometimento da função renal:
caracterizado pela elevação da ureia e da
creatinina
↪ Lesão hepatocelular: elevação das enzimas
hepáticas AST e ALT
↪ Anormalidades hematológicas: destaque para
trombocitopenia e linfocitopenia.
↪ Diminuição de cálcio e fósforo
↦ Ocorre descamação da pele, palma das mãos e
sola dos pés.
↦ A síndrome pode ter recidiva na ausência de
imunidade eficaz.
↦ Mortalidade elevada na ausência de terapia
antimicrobiana e da eliminação do foco de infecção
↦ Os estafilococos isolados em pacientes com a
síndrome do choque tóxico são resistentes à
penicilina;
↪ Maioria pertence ao fago grupo 1 produtores
de enterotoxina F, a responsável pela patogenia
da síndrome.
↦ Critérios para o diagnóstico adotados pelo CDC:
↪ Temperatura maior que 38,9°C.
↪ Pressão arterial sistólica menor que 90
mm/Hg.
↪ Exantema com descamação subsequente e
descamação palmoplantar.
↪ Comprometimento de, pelo menos, três dos
seguintes sistemas orgânicos:
❖ Gastrointestinal (vômitos e diarreia);
❖ Muscular (mialgia grave ou elevação de
creatinofosfoquinase de cinco vezes);
❖ Membranas mucosas (vagina, conjuntiva e
faringe) com enantema;
❖ Insuficiência renal (ureia e creatinina, no
mínimo, duas vezes acima do normal);
❖ Sangue (trombocitopenia – menos que
100.000 plaquetas/mm3);
❖ SNC (desorientação, sem sinais neurológicos
focais);
❖ Resultados negativos dos testes sorológicos
para febre maculosa, leptospirose e sarampo.
↦ O diagnóstico da síndrome do choque tóxico é
provável quando três ou mais critérios maiores são
encontrados na presença de descamação ou mais
que cinco, na sua ausência.
↦ Tratamento:
↪ Na fase aguda: medidas agressivas com
reposição de volume e terapêutica de
sustentação dos pacientes.
↪ Necessário uso de antibióticos via endovenosa,
utilizando antibióticos resistentes à β-Iactamase
em doses altas.
↪ Prognóstico favorável, apesar de a maioria dos
pacientes permanecer em estado grave e
hospitalizados.
↪ Mortalidade em torno de 5%, com tendência a
decrescer.
↪ Podem ocorrer recidivas
↦ Bacteremia: disseminação para o sangue; ocorre
a partir de uma infecção de pele aparentemente
inócua.
↪ Bacteremia primária: sintomas e sinais de
doença infecciosa aguda associada a
hemoculturas positivas; não se identifica a origem
do foco infeccioso.
↪ Manifestações sistêmicas: febre alta,
tremores e toxemia.
↪ Exame físico: pode haver petéquias nas
extremidades, conjuntivas oculares, taquicardia e
ritmo de galope.
↪ Episódios prolongados de bacteremias por S.
aureus estão associadas à disseminação com
formação de abscessos para outros sítios,
incluindo pulmão e coração.
↦ Septicemia por S. aureus: bacteremia sintomática
com ou sem disfunção orgânica.
↪ Presença de infecção junto com a síndrome da
resposta inflamatória sistêmica (SIRS) podendo
evoluir com sepse grave, complicação de
disfunção orgânica e choque séptico.
↪ Há manifestações aparentes da porta de
entrada da infecção, comprometimento do
estado geral e produção de focos sépticos em
múltiplos órgãos
↪ São facilmente identificados no sangue pelas
hemoculturas.
↪ Mortalidade em cerca de 35 a 39% dos casos.
↦ Bactéria atinge a circulação sanguínea a partir de
um foco de infecção primário localizado
↪ Traumas; drenagens cirúrgicas de infecções
focais; celulites; queimaduras ou focos
intravasculares determinados por infecção em
cateteres vasculares; manipulações
intravasculares sépticas; uso endovenoso de
drogas ilícitas.
↦ S. aureus pode infectar uma ou mais valvas
cardíacas ou o endocárdio mural, formando
vegetações.
↪ Vegetações: lesões friáveis, volumosas e
potencialmente destrutivas que contêm fibrina,
células inflamatórias, e bactérias ou outros
organismos
↪ Vegetações podem ser isoladas ou múltiplas;
podem sofrer erosão e atingir o miocárdio
subjacente, produzindo um abscesso
↪ Propensas a embolização, levando a sequelas
como infartos sépticos ou aneurismas micóticos
↪ Fragmentos de êmbolos podem conter
organismos virulentos: pode desenvolver
abscessos nas áreas onde os êmbolos se alojam
↦ Fonte pode ser por bacteremia
↦ Valvas aórtica e mitral são os locais mais comuns
de infecção
↪ Valvas do lado direito do coração podem estar
envolvidas, principalmente em usuários de drogas
intravenosas.
↦ Pode se apresentar de maneira aguda ou
subaguda.
Forma Subaguda:
↪ Infecções insidiosas das valvas deformadas por
organismos de baixa virulência (Streptococcus
viridans), com menor destruição total.
↪ A doença pode persistir por um curso lento de
semanas a meses, e as curas podem ser obtidas
com antibióticos.
↪ Condição deteriora rapidamente, com distúrbios
do débito cardíaco e embolização séptica.
Forma aguda:
↪ Endocardite aguda causada por S. aureus:
doença grave de prognóstico ruim, com taxa de
mortalidade de aproximadamente 50%.
↪ Normalmente causada pela infecção de uma
valva cardíaca anteriormente normal por um
organismo altamente virulento como o S. aureus,
que rapidamente produz lesões necrosantes e
destrutivas.
↪ Início violento, com rápido desenvolvimento de
febre, calafrios, fraqueza e cansaço.
↪ Manifestações inespecíficas incluem fadiga,
perda de peso e síndrome semelhante à gripe
↪ Complicações começam nas primeiras semanas
do início da doença e podem incluir a deposição do
complexo antígeno-anticorpo no glomérulo,
causando a glomerulonefrite
↪ Pode-se observar grau leve de insuficiência
renal pré-renal ou secundária a lesão intrínseca
do rim, como: pielonefrite, abscessos renais e
glomerulonefrite focal ou difusa.
↪ Exame cardíaco: Pode haver taquicardia, as
vezes com ritmo a três tempos; pode ocorrer
atrito pericárdico;
↪ Presença de sopros cardíacos do lado direito
em 90% dos pacientes: decorrentes de
comprometimento valvar.
Quando se intensificam, demonstram progressão
das lesões ou complicações;
↪ Associa-se a complicações graves (em especial
no SNC), insuficiência cardíaca e toxemia
↪ Piora das condições hemodinâmicas, decorrente
do comprometimento valvar progressivo, do
envolvimento miocárdio, de abscesso do miocárdio
perivalvar, do tromboembolismo e da progressão
da infecção ⟶ Indicação de tratamento
cirúrgico.
↪ Demora de indicação cirúrgica: diretamente
associada ao aumento de mortalidade e
complicações.
↪ Difíceis de curar somente com antibióticos, e
geralmente precisam de cirurgia.
↦ Abscesso: lesões sutis com necrose de liquefação
central circundada por tumefação do encéfalo.
↪ Presença de tecido de granulação com
neovascularização circundando a necrose.
↪ Vasos recém-formados são anormalmente
permeáveis: permitem edema vasogênico
acentuado no tecido encefálico.
↪ Ao redor da cápsula fibrosa há uma zona de
gliose reativa, com astrócitos gemistocíticos.
↦ Abscesso epidural: coleção purulenta na região
epidural craniana ou no espaço epidural raquidiano,
causada usualmente pelo Staphylococcus aureus
↪ É raro e resulta de otite média, osteomielite,
infecção adjacente, comosinusite, ou como
complicação de traumatismo ou neurocirurgia.
↪ A inexistência de espaço livre na região epidural
craniana dificulta a expansão do abscesso
↪ Manifestações clínicas: início insidioso; febre,
cefaleia, vômitos, confusão mental, agitação,
crises convulsivas e hemiparesia, devido ao
quadro infeccioso, hipertensão intracraniana e
compressão cerebral.
↪ Quando ocorre no espaço epidural espinal
(abscesso epidural raquidiano), pode causar
compressão da medula espinal e constituir uma
emergência neurocirúrgica.
↦ Abscesso cerebral: foco localizado de necrose de
tecido encefálico com inflamação
↪ Geralmente causado por infecção bacteriana
↪ Possíveis origens: implantação direta a partir de
focos adjacentes (mastoidite, sinusite paranasal)
ou disseminação hematogênica (normalmente a
partir de um local primário no coração, pulmões
ou ossos das extremidades, ou após a extração
de um dente).
↪ Condições de predisposição: incluem a
endocardite bacteriana aguda, que pode dar
origem a múltiplos abscessos encefálicos
↪ Provoca lesões expansivas com sinais de
hipertensão intracraniana
↪ Staphylococcus aureus é uma das bactérias
mais envolvidas
↪ Manifestações: febre, manifestações de
hipertensão intracraniana, crises convulsivas e
déficits focais como hemiparesia de
aparecimento progressivo
↪ Causa das manifestações: efeito de massa e
ação destrutiva sobre o tecido nervoso exercidos
pela coleção purulenta e pelo edema cerebral
associado.
↦ Empiema subdural: infecções purulentas que
atingem o espaço subdural
↪ São geralmente secundárias a sinusites, otites
médias ou osteomielites
↪ Causadas por extensão direta, por via venosa,
resultados de cirurgias ou fraturas cranianas
associadas a abscessos epidurais.
↪ Associados a história recente de infecção
(como otite), neurocirurgia ou traumatismo
cranioencefálico.
↪ A propagação da infecção às veias que cruzam
o espaço subdural resulta em trombose venosa e
infarto cerebral.
↪ Manifestações: febre, cefaleia, vômitos,
confusão mental ou coma, crises convulsivas,
hemiparesia ou hemiplegia e disfasia
↪ No empiema subdural raquidiano há febre, dor
nas costas, meningismo, paraparesia ou
paraplegia, déficit sensorial e incontinência
urinária.
↪ O diagnóstico e a drenagem cirúrgica precoces
podem levar à cura.
Pesquisar a epidemiologia da doença, a
profilaxia e seus fatores de risco
correlacionando com o paciente em
questão.
Epidemiologia
• Estafilococos: parasitos humanos onipresentes.
• S. aureus são encontrados na microbiota normal da
pele e superfícies mucosas humanas
• Colonização do coto umbilical, da pele e da região
perineal de recém‑nascidos com S. aureus é comum.
• S. aureus e estafilococos coagulase-negativos
também são encontrados na orofaringe e nos tratos
gastrointestinal e urogenital.
• Colonização persistente ou por períodos curtos de
tempo com S. aureus em crianças mais velhas e em
adultos é mais comum na nasofaringe anterior do que
na orofaringe.
• Aproximadamente 15% dos adultos saudáveis
normais são portadores persistentes de S. aureus na
nasofaringe,
↪ Incidência maior em pacientes hospitalizados,
médicos, indivíduos com doenças eczematosas da
pele, indivíduos que usam agulhas regularmente,
tanto de forma ilícita (usuários de drogas) quanto
por razões médicas (pacientes com diabetes,
pacientes que recebem injeções para alergia ou
que realizam hemodiálise).
• Os microrganismos podem sobreviver em
superfícies secas por períodos longos (devido à
espessa camada de peptidoglicano e ausência de
membrana externa)
• Principais fontes de infecção: lesões humanas,
fômites contaminados (ex.: roupas pessoais e de
cama), vias respiratórias e pele humana.
• Propagação pessoa a pessoa por contato direto:
grande importância nos hospitais, pela presença de
estafilococos resistentes a antibióticos no nariz ou na
pele da equipe e dos pacientes
• Áreas de maior risco de infecções estafilocócicas
graves nos hospitais: berçários, unidades de
tratamento intensivo, centro cirúrgico e enfermarias
de quimioterapia para tratamento do câncer.
↪ A introdução maciça de S. aureus patogênico
“epidêmico” nessas áreas pode resultar em doença
clínica grave.
↪ Indivíduos com lesões ativas por S. aureus e os
portadores devem ser excluídos dessas áreas.
• No início nos anos 1980, cepas de MRSA (S. aureus
resistentes à meticilina) se disseminaram rapidamente
para pacientes hospitalizados suscetíveis, alterando
significativamente a terapia de prevenção e
tratamento das infecções estafilocócicas.
• MRSA é na atualidade a causa mais comum de
infecções de pele e de tecidos moles adquiridas na
comunidade
↪ Até pouco tempo, pacientes infectados com
MRSA eram confinados principalmente em
hospitais.
↪ Infecções por MRSA são incomuns entre
indivíduos sadios na comunidade
• Dramática mudança observada em 2003: novas
cepas de MRSA foram descritas como responsáveis
por surtos de infecções cutâneas e pneumonia grave
adquiridas na comunidade.
↪ Cepas não relacionadas às que circulavam nos
hospitais e geneticamente únicas em cada região
geográfica.
• A disseminação mundial de clones distintos das cepas
comunitárias CA-MRSA (cepas de S. aureus
resistentes à meticilina adquiridas na comunidade)
resultou em aumento das infecções de pele e tecidos
superficiais e de pneumonia necrosante,
↪ Principalmente em pacientes jovens sem fatores
de risco conhecidos para aquisição de MRSA ⟶
cepas mais virulentas.
• Isolados de CA-MRSA: caracterizados pela presença
da PVL e do SCCmec (staphylococcal cassette
chromosome mec, cassete cromossômico
estaftlocócico) tipo IV, o que pode explicar a maior
sensibilidade a outros agentes antimicrobianos quando
comparados com as cepas de MRSA de origem
hospitalar.
↪ SCCmec: região do cromossomo que contém a
sequência de genes que codifica a resistência à
meticilina.
Prevenção e Controle
• Limpeza apropriada de feridas e uso de
desinfetantes auxiliam na prevenção das infecções
• Lavagem completa das mãos e cobertura da pele
exposta auxiliam a equipe clínica a evitar infecção e a
disseminação para outros pacientes
• Limpeza, higiene e manipulação asséptica das lesões
podem controlar a disseminação dos estafilococos a
partir das lesões
↪ Poucos métodos para impedir a ampla
disseminação dos estafilococos a partir dos
portadores.
↪ Aerossóis (ex.: glicóis) e irradiação ultravioleta do
ar têm pouco efeito.
• Em indivíduos com lesões ativas por S. aureus, a
aplicação de antissépticos tópicos, como a mupirocina,
no nariz ou no períneo pode diminuir a disseminação
de microrganismos perigosos.
• Rifampicina associada a um segundo fármaco
antiestafilocócico oral: pode proporcionar supressão
por longo tempo e possível eliminação do estado de
portador nasal
↪ Forma de tratamento geralmente reservada
para os graves problemas de portador
estafilocócico, pois esses microrganismos podem
desenvolver rapidamente resistência à rifampicina.
• Para diminuir a transmissão dentro de hospitais:
monitoração frequente quanto a colonização das
narinas anteriores em pacientes de alto risco
(internados em unidades de tratamento intensivo,
pacientes transferidos para enfermarias de
recuperação de pacientes crônicos), em que a
prevalência é alta.
• Pacientes com culturas ou PCR positivas devem ser
colocados sob precauções de contato (isolamento),
para minimizar a disseminação pelo manuseio por
agentes de saúde.
• Agentes de saúde devem seguir estritamente as
normas de controle de infecção, usando luvas e
lavando as mãos antes e depois do contato com o
paciente.
Fatores de risco
• Incluem a presença de corpos estranhos (espinhos
ou farpas, sutura, prótese, cateter), procedimento
cirúrgico prévio e uso de antimicrobianos que
suprimem a microbiota normal
• Pacientes de risco:
↪ Crianças: síndrome da pele escaldada
↪ Criançasjovens com pouca higiene pessoal:
impetigo e outras infecções cutâneas
↪ Mulheres menstruadas: TSS
↪ Pacientes com cateteres intravasculares
(bacteremia e endocardite) ou derivações
(meningites)
↪ Pacientes com comprometimento da função
pulmonar ou que tenham apresentado infecção
respiratória viral anterior: pneumonia
• Usuários de drogas endovenosas, pacientes com
doenças crônicas de pele, diabéticos em uso regular
de insulina e pacientes em hemodiálise são
frequentemente colonizados com grandes cargas
bacterianas.
• Infecção focal ou bacteremia ocorre em neonatos,
imunocomprometidos ou em indivíduos submetidos a
condições de risco.
• Infecções sistêmicas graves associam-se à
colonização prévia de próteses e dispositivos aplicados
por via transcutânea.
• Fatores de risco para endocardite: valvas
previamente lesadas ou com anomalias funcionais
permitem o turbilhonamento do sangue facilitando a
adesão do estafilococo à parede endotelial; defeitos
septais ou anomalias congênitas também são fatores
facilitadores.
Compreender os métodos de diagnóstico
(exame físico, hemograma,
antibiograma, hemocultura) e
tratamento (benzetacil, paracetamol e
oxacilina) utilizados no caso, elucidando
a possibilidade de resistência
bacteriana.
Exame Físico
• Pneumonia bacteriana aguda: manifesta-se
comumente com início abrupto de calafrios e febre,
tosse e, com frequência, dor torácica pleurítica.
↪ Tosse frequentemente produtiva, com escarro
purulento
↪ Pacientes com pneumonia aguda em geral
apresentam taquipneia (respiração acelerada) e
taquicardia (frequência cardíaca rápida).
• Taquicardia: Caracteriza-se por frequência cardíaca
maior que 100bpm
• Calafrios e febre podem surgir como resultado da
resposta inflamatória aguda mediada por citocinas (IL-
1 e TNF) ou como consequência da endocardite.
• A síndrome gripal pode ter surgido como resultado
da manifestação inicial da endocardite aguda; ou
• Resultado da pneumonia aguda que culminou em
disseminação hematogênica e septicemia.
• Hipotensão arterial pode ter surgido devido ao
choque tóxico mediado pela TSST-1
↪ TSST-1 liga-se ao MHC de classe II, resultando na
liberação de citocinas
↪ TNF relaciona-se a hipotensão
↪ IL-1 relaciona-se à febre
• Bacteremia pode ter levado à septicemia e afetado
outros órgãos por via hematogênica
↪ SNC, causando confusão mental
↪ Coração, causando endocardite aguda
↪ Deposição de complexo antígeno-anticorpo nos
glomérulos causando nefrite
Hemograma
• O hemograma do paciente demonstrou leucocitose
(número elevado de leucócitos) e neutrofilia (número
elevado de neutrófilos)
• A leucocitose é uma característica comum das
reações inflamatórias, principalmente em infecções
bacterianas.
• Em geral, a contagem de leucócitos sobe para
15.000 ou 20.000 células/mL,
↪ Pode chegar a níveis de 40.000 a 100.000/mL:
reações leucemoides (similares à contagem de
leucócitos observada na leucemia)
• Ocorre inicialmente pela liberação acelerada das
células a partir dos estoques de reserva pós-mitótica
da medula óssea (causados por citocinas, incluindo o
TNF e a IL-1)
↪ É associada a uma elevação no número de
neutrófilos imaturos (bastonetes) no sangue
(desvio para a esquerda).
• A infecção prolongada também induz a proliferação
de precursores na medula óssea, pela produção
aumentada dos fatores de estimulação colônica.
↪ IL-1, TNF e outros mediadores inflamatórios
estimulam macrófagos, células do estroma da
medula óssea e células T a produzir fatores de
crescimento hematopoiético.
• A produção de leucócitos pela medula óssea é
aumentada para compensar a perda dessas células
na reação inflamatória.
• Os neutrófilos constituem a primeira linha de defesa
do organismo, fagocitando, matando e digerindo
bactérias e fungos.
• O aumento do número de neutrófilos é denominado
neutrofilia e frequentemente indica uma infecção
bacteriana.
• Neutrófilos bastonetes: células jovens de neutrófilos
com núcleo em forma de bastonete curvo.
↪ No sangue normal existem poucos bastonetes; o
aumento da quantidade dessas células indica um
aumento na produção de neutrófilos pela medula
óssea vermelha.
Hemocultura
• Exame que pesquisa bactérias no sangue através do
uso de meios de cultura específicos.
• Diagnóstico etiológico de doenças bacterianas
estafilocócicas (como a endicardite) é feito pelas
hemoculturas.
• Testes bioquímicos na classificação das bactérias
podem determinar a presença de funções
metabólicas características de certas bactérias.
• A atividade da catalase pode ser usada para a
diferenciação entre cocos gram-positivos
↪ Espécies de estafilococos são catalase positivas
(Staphylococcus spp) e espécies de
estreptococcos são catalase negativas.
• O teste da coagulase identifica estafilococos como
Staphylococcus aureus (coagulase positivo) ou
Staphylococcus epidermidis (coagulase negativo)
↦ Catalase: enzima que catalisa a conversão do
peróxido de hidrogênio em água e oxigênio.
↦ Presença de peróxido de hidrogênio em uma
colônia bacteriana que possui a catalase gera
liberação do oxigênio, evidenciada pelo aparecimento
de bolhas.
↦ Teste útil na diferenciação de estafilococos
(positivos) dos estreptococos (negativos).
↦ Enzima que atua como um fator plasmático,
convertendo o fibrinogênio em fibrina.
↦ É usado na diferenciação do Staphylococcus
aureus de outros estafilococos.
Tratamento
• Antibioticoterapia é indicada para infecções
sistêmicas
• Terapia empírica deve incluir antimicrobianos que
sejam ativos para cepas MRSA
• A antibioticoterapia oral pode incluir
trimetoprim‑sulfametoxazol, doxiciclina, minociclina,
clindamicina ou linezolida;
• Vancomicina é o fármaco de escolha para terapia
intravenosa, com daptomicina, tigeciclina ou linezolida
como alternativas aceitáveis
Antibiograma
• Antibiograma ou Teste de Sensibilidade a
Antimicrobianos (TSA): exame que identifica a
sensibilidade da bactéria aos antibióticos, possibilitando
que o médico indique qual o antibiótico mais
aconselhado para agir sobre a infecção do paciente.
• Resultado de um exame laboratorial para a
sensibilidade de uma bactéria isolada a diferentes
antibióticos.
• Para se realizar o antibiograma é preciso que os
microrganismos tenham se desenvolvido previamente
num meio de cultura.
• Pode-se fazer um antibiograma a partir de amostras
de saliva, sangue, urina, fezes, tecidos ou material de
expectoração.
• Uma vez feita a cultura, há duas formas de se obter
um antibiograma:
↪ Método semi-quantitativo ou método da difusão:
pequenos discos de papel impregnados de
diferentes antibióticos são espalhados por
diferentes zonas da placa contendo meio de
cultura. O antibiótico se difunde na área ao redor
de cada disco e um halo de lise bacteriana se torna
visível. O diâmetro do halo é sugestivo da
concentração do antibiótico e pode indicar a
Concentração Inibitória Mínima (CIM).
↪ Método da Diluição: consiste na aplicação à
cultura de uma série de recipientes com diluições
de antibiótico progressivamente menores. O
recipiente em que a bactéria não conseguir se
multiplicar contém a Concentração Inibitória
Mínima.
• Algumas vezes, pode auxiliar a determinar o
antibiótico que melhor se ajusta ao agente etiológico
em questão;
↪ Não deve ser encarado como uma receita, pois
pode ocorrer divergências entre o resultado e a
realidade clínica do paciente.
• Importância nas infecções potencialmente graves
causadas por bactérias frequentemente
multirresistentes, tais como Pseudomonas aeruginosa,
Staphylococcus aureus (MRSA) e Acinetobacter
baumanii.
Paracetamol
• Fármaco da classe dos paraminofenóis com atividade
analgésica e antipirética semelhante ao ácido
acetilsalicílico
• Possui atividade anti-inflamatória insignificante,
devido a fraca inibição das ciclooxigenases.
• O paracetamol diminui preferencialmentea síntese
de prostaglandinas centrais, produzindo analgesia e
antipirese.
• Após desacetilação de sua amina primária, o
paracetamol é conjugado ao ácido araquidônico a
amida hidrolase de ácidos graxos no cérebro e na
medula espinal;
↪ O produto dessa reação, a
Naraquidonoilfenolamina, pode inibir tanto a COX-1
quanto a COX-2 no SNC.
• Efeitos adversos: séria preocupação quanto ao baixo
índice terapêutico
↪ Fármaco hepatotóxico: superdosagem pode
resultar em insuficiência hepática.
↪ Modificação do paracetamol por enzimas
hepáticas do citocromo P450 produz um
metabólito reativo, que normalmente é detoxificado
por conjugação com glutationa.
↪ Uma superdosagem de paracetamol pode
esgotar as reservas de glutationa, resultando em
lesão celular e oxidativa e, nos casos graves, em
necrose hepática aguda
• Tratamento com esse fármaco pode ser útil em
determinados pacientes, como crianças, que correm
risco devido aos efeitos adversos do ácido
acetilsalicílico.
Proteínas Ligadoras de Penicilinas
(PBP)
• Essenciais ao mecanismo de ação dos antibióticos
betalactâmicos (penicilinas, cefalosporinas,
carbapenêmicos e monobactâmicos).
• Esses antibióticos ligam-se ao sítio representado por
uma PBP existente na bactéria
• A ligação da penicilina a essas proteínas impede a
síntese correta da parede celular e desencadeia a
liberação de enzimas autolíticas, que degradam a
parede, produzindo lise e morte celular rápida.
Resistência Bacteriana
• A penicilina foi introduzida comercialmente em 1941.
↪ Nessa época, 80% das cepas de Staphylococcus
aureus eram sensíveis à penicilina.
• A década de 1950 foi marcada pela resistência do
S. aureus à penicilina, mediada pela produção de
enzimas capazes de hidrolisar o anel betalactâmico.
• Betalactamases: enzimas produzidas por alguns
estafilococos, como o S. aureus, que confere
resistência à penicilina.
↪ Apresentam estruturas muito semelhantes às
PBP, ligando-se aos betalactâmicos e inativando-os.
↪ Codificadas no cromossomo ou em plasmídios.
• Os S. aureus possuem normalmente quatro PBP
• Alterações em determinada PBP resulta em falta de
afinidade do antibiótico pelo sítio de ligação,
ocasionando resistência bacteriana.
• S. aureus são resistentes aos betalactâmicos
também devido à produção de uma PBP adicional,
denominada PBP2a, que possui baixa afinidade pelos
compostos betalactâmicos, capaz de substituir a
função das demais PBP da bactéria, permitindo a
reação de transpeptidação.
↪ A aquisição do gene mecA pelo S. aureus,
responsável por codificar essas novas PBP,
possibilitou a resistência à oxacilina por essas
bactérias.
↪ O gene mecA faz parte de um elemento
genômico designado cassete estafilocócico do
cromossomo mec (SCCmec), integrado ao
cromossomo de S. aureus.
• 3 tipos de cepas de S. aureus reconhecidas:
↪ S. aureus com resistência à meticilina (MRSA,
methicillin‑resistant Staphylococcus aureus) e à
oxacilina (SARO, S. aureus resistente à oxacilina);
possui resistência cruzada com outros β-
lactâmicos
↪ S. aureus com resistência intermediária à
vancomicina (VISA) e S. aureus resistentes à
vancomicina (VRSA); na VRSA, a resistência é
conferida pela expressão do elemento de inserção,
Tn1546, localizado no gene vanA
↪ S. aureus sensíveis à oxacilina; sofrem lise com a
ação da oxacilina.
Benzetacil
• Nome comercial da Penicilina G benzatina no Brasil
• Também conhecida como Benzilpenicilina benzatina
• Faz parte do grupo dos antibióticos betalactâmicos,
na subclasse das penicilinas G.
• É administrada por via intravenosa
• Utilizada no tratamento de infecções graves por
bactérias gram-positivas
• Possui preferência na escolha do antibiótico, por
possuir baixa toxicidade e baixo custo.
• Mecanismo de ação:
↪ Inibem as enzimas transpeptidases que catalisam
a etapa final de ligação cruzada na síntese de
peptidoglicanos.
↪ Sem peptidoglicanos, a síntese da parede celular
bacteriana é comprometida, com consequente lise
da célula.
↪ Por apresentar especificidade exclusiva para
transpeptidases bacterianas, penicilinas exibem
toxicidade mínima para o hospedeiro –
hipersensibilidade alérgica é a principal reação
adversa.
• Não efetiva contra S. aureus: é inativada pela
betalactamase.
Efeitos adversos:
↪ Reações de hipersensibilidade e exantema.
↪ Em alta dose pode provocar convulsões.
↪ Todas as penicilinas podem causar nefrite
intersticial aguda.
• Interações medicamentosas: raras
Oxacilina
• Antibiótico sintético 3-fenil-5-metil-4-
isoxazolilpenicilina
• Faz parte do grupo dos antibióticos betalactâmicos,
na subclasse das penicilinas antiestafilocócicas
(Penicilina M)
↪ Inclui oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina, nafcilina e
meticilina.
• Fármacos estruturalmente resistentes à
betalactamase estafilocócicas
• Utilizados no tratamento de infecções da pele ou dos
tecidos moles ou infecções por S. aureus sensível à
meticilina.
• Efeito adverso: hepatotoxicidade, reversível após a
interrupção do fármaco.
Esquema Geral para Tratamento de
Infecções Estafilocócicas
• Em infecções por estafilococos não produtores de
β-lactamase podem ser utilizadas a penicilina G, a
amoxicilina ou a ampicilina.
• Nos casos de infecções de leve e moderada
gravidades pode-se optar pela via oral e recomenda-
se dicloxacilina; penicilinas de segunda geração, como
a amoxicilina e a ampicilina, associada ao inibidor de β-
lactamase; e cefalosporinas de primeira geração,
como a cefalexina.
• Em infecções graves causadas por estafilococos
resistentes à penicilina G e sensíveis à oxacilina,
utilizam-se, preferencialmente, antibióticos por via
endovenosa (EV), como a oxacilina (EV), a cefazolina
(EV) e a clindamicina (EV).
• Nos casos de infecções causadas por estafilococo
resistente à oxacilina, a escolha do antibiótico
dependerá da gravidade e do sítio da infecção, se
aquisição foi comunitária ou hospitalar e da idade do
paciente.
↪ A vancomicina, por ser antibiótico de uso
exclusivo endovenoso, é utilizada para infecções
sistêmicas e graves. Nesses casos, podem ser
prescritos outros antibióticos de uso endovenoso
como linezolida, daptomicina e ceftaroline.
• Para infecções localizadas, sem repercussão
sistêmica, e quando o paciente pode receber
antibioticoterapia oral são indicados: linezolida,
clindamicina, amoxicilina associada a sulfametoxazol-
trimetoprim, doxiciclina ou minociclina.
REFERÊNCIAS:
1. ABBAS, Abul K. et. al. Imunologia Celular e Molecular. 8ª ed. Elsevier. Rio de Janeiro: 2015
2. BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo - Patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Gen, Guanabara Koogan,
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3. BROOKS, Geo. F. et. al. Microbiologia médica de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26ª ed. AMGH,
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4. FOCACCIA, R. Tratado de Infectologia. 5ª Edição. Atheneu. São Paulo: 2015.
5. GOLAN, David. E., et. al. Princípios de Farmacologia: a base fisiopatológica da farmacologia. 3ª
edição. Editora Guanabara Koogan. Rio de Janeiro: 2014.
6. JUNQUEIRA, L. C., CARNEIRO, J. Histologia básica. 12ª edição. Guanabara Koogan. Rio de
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7. KUMAR, Vinay, et. al. Robbins & Cotran, Bases Patológicas das Doenças. 8ª Edição. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2010.
8. MURRAY, Patrick R. Microbiologia médica. 7ª Ed. Elsevier. Rio de Janeiro: 2014.
9. PAULA, Silvia Regina M. de et al . Pneumonia complicada por pneumatocele gigante em criança
com síndrome da imunodeficência adquirida: importância da fisioterapia respiratória. Rev. paul.
pediatr., São Paulo , v. 28, n. 2, p. 244-248, June 2010 .
10. RANG, H. P., et. al. Rang & Dale: Farmacologia. 8ª edição. Elsevier. São Paulo: 2016.
Definir o agente etiológico, suas características morfofuncionais e as formas de transmissão.
Morfologia
Estrutura antigênica
Enzimas e Toxinas
Genética
Crescimento
Fontes e Vias de Infecção
Elucidar a patologia e a resposta imune ao agenteem questão, relacionando às manifestações clínicas e ao agravamento do quadro do paciente
Patogênese
Patologia
Imunidade a bactérias extracelulares
Resposta inata
Resposta adaptativa
Efeitos Lesivos das Respostas Imunes
Mecanismos de Evasão bacteriana
Manifestações clínica
Pesquisar a epidemiologia da doença, a profilaxia e seus fatores de risco correlacionando com o paciente em questão.
Epidemiologia
Prevenção e Controle
Fatores de risco
Compreender os métodos de diagnóstico (exame físico, hemograma,antibiograma, hemocultura) e tratamento (benzetacil, paracetamol e oxacilina) utilizados no caso, elucidando a possibilidade de resistência bacteriana.
Exame Físico
Hemograma
Hemocultura
Tratamento
Antibiograma
Paracetamol
Proteínas Ligadoras de Penicilinas (PBP)
Resistência Bacteriana
Benzetacil
Oxacilina
Esquema Geral para Tratamento de Infecções Estafilocócicas
REFERÊNCIAS: