Buscar

Staphylococcus aureus - RESUMO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PBL 8
Definir o agente etiológico, suas 
características morfofuncionais e as 
formas de transmissão. 
• O agente etiológico do caso em questão é o 
Staphylococcus aureus, um importante patógeno para 
os seres humanos. 
Morfologia 
• Estafilococos: células esféricas com cerca de 1 μm 
de diâmetro, 
geralmente dispostas 
em cachos irregulares 
semelhantes a cachos 
de uvas. 
• Quatro espécies de importância clínica: 
Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, 
Staphylococcus lugdunensis e Staphylococcus 
saprophyticus. 
• Bactérias gram-positivas, imóveis e não formam 
esporos. 
• Crescem rápido em condições aeróbias ou 
microaerofílicas. 
↪ Velocidade maior à 37º C 
↪ Pigmento melhor formado à 20 – 25ºC 
• Colônias em meio sólido são arredondadas, lisas, 
elevadas e brilhantes 
• As colônias de S. aureus podem apresentar uma 
coloração amarelo‑ouro, como resultado da expressão 
de pigmentos carotenoides que se formam durante o 
seu crescimento (aureus = dourado, amarelo) 
• Metabolicamente ativos: fermentam lentamente 
carboidratos, produzindo ácido láctico, mas não gás. 
• Os estafilococos produzem catalase, o que os 
distingue dos estreptococos 
• S. aureus é coagulase-positivo 
• Resistentes a ressecamento, calor (suportam 5OºC 
durante 30 min.) e cloreto de sódio 
• Uma cultura de estafilococos pode conter algumas 
bactérias que diferem das demais na população, pela 
expressão de determinadas características 
(tamanho, presença de pigmento, ocorrência de 
hemólise), elaboração de enzimas, resistência a 
fármacos e patogenicidade ⟶ Variação ou 
Resistência Heterogênea 
Estrutura antigênica 
• Contêm polissacarídeos e proteínas antigênicas na 
estrutura da parede celular. 
• Peptidoglicano: polímero de polissacarídeos; 
proporciona o exoesqueleto rígido da parede celular. 
↪ Destruído por ácido forte ou por exposição à 
lisozima 
↪ Importante na patogênese da infecção: induz a 
produção de interleucina 1 (pirógeno endógeno) e 
de anticorpos opsônicos pelos monócitos. 
↪ Pode atuar como quimioatraente para leucócitos 
polimorfonucleares; apresenta atividade 
semelhante a endotoxina e ativa o complemento. 
 S. aureus 
Letícia Froede – 29/04/2021 
• Ácidos teicóicos: polímeros polirribitol-fosfato; são 
ligados cruzadamente ao peptidoglicano e podem ser 
antigênicos. 
• Proteína A: componente da parede celular 
↪ Proteína de 
superfície do grupo das 
adesinas, denominadas 
componentes de 
superfície microbiana 
reconhecedores de 
moléculas adesivas de 
matriz (MSCRAMMs, 
microbial surface 
components recognizing adhesive matrix 
molecules). 
↪ Importante fator de virulência: media a fixação 
bacteriana à célula hospedeira 
↪ Liga-se à porção Fc das moléculas de IgG, exceto 
IgG3. 
↪ A porção Fab da IgG ligada à proteína A 
permanece livre para combinar-se com um 
antígeno específico. 
↪ Importante reagente: proteína A, ligada a 
moléculas de IgG contra um antígeno bacteriano 
específico, aglutina bactérias que apresentam 
esse antígeno ("coaglutinação", clumping factor). 
• S. aureus possuem cápsulas de origem polissacarídica 
que inibem a fagocitose por leucócitos 
polimorfonucleares, exceto na presença de 
anticorpos específicos 
↪ Tipos capsulares são alvos para vacinas 
conjugadas 
Enzimas e Toxinas 
• S. aureus produz muitas toxinas, entre elas: 
↪ Cinco citolíticas ou que danificam membranas 
(alfa, beta, delta, gama e leucocidina 
Panton‑Valentine PVL); também chamadas de 
hemolíticas 
↪ Duas toxinas esfoliativas (A e B), 
↪ 18 enterotoxinas (de A a R) 
↪ Toxina‑1 da síndrome do choque tóxico (TSST‑l, 
toxic shock syndrome toxin‑1) 
• Capacidade de multiplicação, ampla disseminação nos 
tecidos, produção de substâncias extracelulares 
(enzimas e toxinas) ⟶ Fatores de Patogenicidade 
• Toxinas podem estar sob o controle genético dos 
plasmídeos ou sob controle tanto cromossômico 
quanto extracromossômico. 
↦ Estafilococos produzem catalase, que converte o 
peróxido de hidrogênio em água e oxigênio. 
↦ O teste da catalase diferencia os estafilococos, 
que são positivos, dos estreptococos, que são 
negativos. 
↦ Coagulase: proteína enzimática produzida pelo S. 
aureus; 
↪ Quando em contato com o plasma, liga-se a um 
fator sérico (fator globulina do plasma) para 
formar estafilotrombina, fator semelhante à 
trombina que catalisa a conversão de fibrinogênio 
em fibrina insolúvel, e pode resultar na formação 
de coágulo. 
↪ Liga-se à protrombina e ambas tornam-se 
enzimaticamente ativas, iniciando a polimerização 
da fibrina. 
↪ Coagulase ligada à parede celular dos 
estafilococos pode converter diretamente 
fibrinogênio em fibrina insolúvel e causar a 
agregação dos estafilococos. 
↪ Pode depositar fibrina na superfície dos 
estafilococos, alterando a ingestão ou destruição 
citoplasmática por células fagocíticas. 
↪ Produção de coagulase é considerada sinônimo 
de potencial patogênico invasivo. 
↦ Fator de agregação (clumping factor): MSCRAMM 
presente na superfície da parede celular 
↪ Responsável pela aderência dos 
microrganismos ao fibrinogênio e à fibrina. 
↪ Se liga, de forma não enzimática, ao fibrinogênio 
e a plaquetas, resultando em agregação da 
bactéria quando em contato com o plasma 
↪ Distinto da coagulase, pois induz uma forte 
resposta imunogênica do hospedeiro. 
↦ Apesar do nome “hemolisinas”, também podem 
afetar outras células, não só hemácias. 
↪ Podem causar lise em neutrófilos e 
macrófagos, o que resulta na liberação de 
enzimas lisossômicas que danificam os tecidos 
circunjacentes. 
↪ PVL não causa lise em eritrócitos. 
↦ α-hemolisina: proteína heterogênea que atua nas 
membranas das células eucarióticas 
↪ Pode ser codificada no cromossomo e em 
plasmídeos 
↪ Rompe a musculatura lisa dos vasos sanguíneos 
↪ Tóxica para células como eritrócitos, leucócitos, 
hepatócitos e plaquetas. 
↪ Se integra às regiões hidrofóbicas das 
membranas das células do hospedeiro, levando à 
formação de poros. 
↪ O rápido efluxo de K+ e influxo de Na+, Ca2 +e 
outras moléculas leva ao desequilíbrio osmótico, 
turgescência e consequente lise celular. 
↦ β-toxina: também chamada esfingomielinase C; 
degrada a esfingomielina 
↪ Especificidade para esfingomielina e 
lisofosfatidilcolina 
↪ É tóxica para células como eritrócitos, 
fibroblastos, leucócitos e macrófagos. 
↪ Catalisa a hidrólise dos fosfolipídios de 
membrana; a lise é proporcional à concentração 
de esfingomielina exposta na superfície celular. 
↦ δ-toxina: heterogênea; dissocia-se, em 
subunidades, em detergentes não iônicos. 
↪ Afeta eritrócitos e outras células 
↪ Toxicidade não específica para membranas: 
atua como surfactante, rompendo membranas 
celulares por meio de uma ação detergente 
↪ Desestrutura membranas biológicas e pode 
atuar nas doenças diarreicas causadas por S. 
aureus. 
↦ γ-hemolisina: leucocidina que lisa leucócitos; 
composta por duas proteínas, S e F. 
↪ Componente S: proteínas que eluem 
vagarosamente; slow‑eluting proteins. 
↪ Componente F: proteínas que eluem 
rapidamente; fast‑eluting proteins. 
↪ Atua interagindo com outras proteínas, 
incluindo a leucocidina de Panton-Valentine (PVL), 
para formar toxinas proteicas 
↪ Lisam os leucócitos pela formação de poros nas 
membranas intracelulares, o que aumenta a 
permeabilidade dos cátions. 
↪ Maior permeabilidade dos cátions induz 
liberação maciça de mediadores inflamatórios, 
como IL-8, leucotrienos e histamina, responsáveis 
por necrose e inflamação grave. 
↦ Toxina PVL, também é uma toxina citolítica 
↦ Possui componentes (S e F) codificadas por um 
fago móvel. 
↦ Pode destruir os leucócitos humanos, mas não 
exibe atividade hemolítica. 
↦ Lise celular mediada pela formação de poros, 
ocorrendo aumento da permeabilidade aos cátions e 
instabilidade osmótica. 
↦ Componentes atuam sinergisticamente na 
membrana dos leucócitos 
↦ Fator de virulência em infecções causadas por 
CA-MRSA. 
↦ Relacionada a infecções pulmonares e cutâneasgraves. 
↦ Toxinas epidermolíticas compostas por duas 
proteínas de mesma massa molecular (MM). 
↦ São serina proteases que quebram a 
desmogleína‑1, um dos membros de estruturas de 
adesão celular (desmossomos) responsável por 
formar pontes intercelulares no estrato granuloso 
da epiderme 
↦ Produzem descamação generalizada na síndrome 
estafilocócica da pele escaldada por dissolução da 
matriz mucopolissacarídica da epiderme. 
↦ Não são associadas à citólise ou inflamação: 
normalmente não são encontrados estafilococos e 
leucócitos na camada da epiderme atingida 
(importante indício para o diagnóstico). 
↪ Após a exposição da epiderme à toxina, são 
desenvolvidos anticorpos neutralizantes que 
levam à resolução do processo tóxico. 
↦ São superantígenos. 
↦ Toxina esfoliativa A (esfoliatina): codificada pelo 
gene ETA localizado em um fago; é termoestável 
(resiste à fervura por 20 minutos). 
↦ Esfoliatina B: mediada por plasmídeo; termolábil. 
↦ Toxina da síndrome do choque tóxico 1 (TSST 1, 
toxic shock syndrome toxin-1): encontrada em 
pacientes com a síndrome do choque tóxico, é 
semelhante à enterotoxina F. 
↦ Protótipo de um superantígeno 
↦ Resistente ao calor e à proteólise, é codificada no 
cromossomo. 
↦ Se liga a molécula de histocompatibilidade principal 
(MHC) classe II, levando à estimulação das células T, 
que promove as manifestações da síndrome do 
choque tóxico. 
↦ Estimula a liberação de citocinas que, em baixas 
concentrações, escapam de células endoteliais e em 
altas concentrações produzem efeito citotóxico 
para as células. 
↦ Possui habilidade de penetrar nas barreiras 
mucosas, mesmo em infecções localizadas na vagina 
ou no sítio de uma ferida ⟶ efeitos sistêmicos da 
síndrome 
↦ Associada a febre, choque e comprometimento 
multissistêmico, incluindo erupção cutânea 
descamativa. 
↦ A morte nos pacientes com TSS é causada por 
choque hipovolêmico que leva à falência múltipla de 
órgãos. 
↦ São termoestáveis a 100 °C por 30 minutos e 
resistem à hidrólise pelas enzimas intestinais. 
↦ Cerca de 50% das cepas de S. aureus podem 
produzir uma ou mais enterotoxinas. 
↦ Várias enterotoxinas (A-E, G-J, K-R e U, V) são 
consideradas superantígenos. 
↪ Capazes de induzir ativação de células T e 
intensa liberação de citocinas. 
↦ Importante causa da intoxicação alimentar: são 
produzidas quando o S. aureus cresce em alimentos 
que contenham carboidratos e proteínas. 
↦ A ingestão de 25 μg de enterotoxina B resulta 
em vômitos e diarreia. 
↪ Efeito emético pode resultar da estimulação do 
sistema nervoso central (centro dos vômitos) 
após atuar sobre receptores neurais no intestino. 
 
 
↦ Hialuronidase, ou fator de propagação; hidrolisa os 
ácidos hialurônicos presentes na matriz acelular do 
tecido conjuntivo. 
↦ Estafiloquinase ou Fibrinolisina: pode dissolver os 
coágulos de fibrina; provoca fibrinólise. 
↦ Nuclease termoestável: pode hidrolisar o DNA 
viscoso. 
↦ Proteinases, lipases; e β-lactamase. 
Genética 
• Genética: define e analisa a hereditariedade, 
relacionando-a com funções estruturais e fisiológicas 
que constituem as propriedades dos organismos. 
• Gene: unidade da hereditariedade; segmento do ácido 
desoxirribonucleico (DNA); codifica, em sua sequência 
de nucleotídeos, a informação sobre determinada 
propriedade fisiológica 
• Genótipo: composição genética ou grupo de genes. 
• Fenótipo: propriedades estruturais e fisiológicas 
coletivas de um organismo determinadas pelo 
genótipo.. (ex.: cor dos olhos) 
• Genoma: totalidade da informação genética contida 
em determinado organismo. 
• Enzimas de restrição: proteínas que clivam o DNA 
em locais específicos, dando origem a fragmentos de 
restrição de DNA. 
• Plasmídeos: pequenos elementos genéticos 
portadores de genes capazes de replicação 
independente em bactérias e leveduras. 
↪ Introdução de um fragmento de restrição do 
DNA em um plasmídeo permite que esse 
fragmento seja amplificado muitas vezes. 
• Promotores bacterianos de alta expressão: 
permitem a expressão de proteínas codificadas em 
níveis aumentados; controlam os genes. 
• Ilhas de Patogenicidade: genes agrupados no DNA; 
contêm genes importantes para a patogênese, 
incluindo resistência a antibióticos, adesinas, invasinas 
e exotoxinas 
• Conjugação: acasalamento ou troca “quasisexual” de 
informação genética de uma bactéria (doadora) para 
outra (receptora); requer o contato da célula doadora 
com a célula receptora para transferir uma fita de 
DNA que será completada em fita dupla pelo 
receptor, sintetizando a fita que a complementa. 
• Transformação: absorção ativa e incorporação de 
DNA exógeno ou estrangeiro; captação direta do DNA 
"nu" do doador pela célula receptora, pode ser natural 
ou forçada. 
• Transdução: transferência de informação genética 
a partir de uma bactéria para outra por um 
bacteriófago; DNA do doador é transportado em um 
envelope de fago e transferido para o receptor pelo 
mecanismo utilizado na infecção por fagos 
↦ A reprodução das bactérias ocorre de forma 
assexuada: a população de células-filhas derivadas 
de uma mesma célula-mãe serão todas idênticas 
↦ A transferência gênica é um mecanismo 
importante para a variabilidade gênica das bactérias, 
porém não resulta em aumento do número de células 
geradas, portanto, não é um mecanismo de 
reprodução. 
Crescimento 
• Aumento ordenado da soma de todos os 
componentes de um organismo; resulta na 
multiplicação celular. 
• Leva ao aumento no número de indivíduos de uma 
população ou cultura de bactérias unicelulares. 
• As concentrações microbianas podem ser medidas 
em concentração celular (número de células viáveis 
por unidade de volume de cultura) ou concentração de 
biomassa (peso seco de células por unidade de volume 
de cultura). 
• Bactérias se reproduzem por divisão binária 
• Tempo de geração ou tempo de duplicação: tempo 
médio necessário para que a população ou a biomassa 
duplique. 
↪ Tempo de duplicação baixo (rápido) = alta 
constante da velocidade de crescimento. 
↪ Alta constante da velocidade de crescimento = 
grande quantidade de células produzidas por cada 
grama de células da cultura por hora 
• O crescimento em uma população de células 
bacterianas (e não de células individuais) pode ser 
classificado em 4 fases 
↦ Período durante o qual as células adaptam-se ao 
novo ambiente. 
↦ Há depleção dos metabólitos e enzimas das células, 
em consequência das condições desfavoráveis no 
final da cultura anterior 
↦ Há formação de enzimas e intermediários que se 
acumulam até alcançarem concentrações 
suficientes para permitir o reinício do crescimento. 
↦ As células encontram-se em estado de equilíbrio 
dinâmico. 
↦ Novo material celular sendo sintetizado a uma 
velocidade constante 
↪ Esse novo material é catalítico, e a massa 
aumenta de modo exponencial. 
↦ Bactérias crescem e se dividem com tempo de 
duplicação característico da cepa e determinado 
pelas condições do meio. 
↦ Número de bactérias crescerá a 2n (n = número 
de gerações ou duplicações) 
↦ Bactérias se dividem até que ocorra esgotamento 
de um ou mais nutrientes do meio ou acúmulo de 
produtos metabólicos tóxicos que inibem o 
crescimento. 
↦ O crescimento é progressivamente retardado. 
↦ A exaustão de nutrientes ou o acúmulo de 
produtos tóxicos resulta em interrupção do 
crescimento. 
↦ Pode ocorrer renovação celular: lenta perda de 
células por morte, compensada pela formação de 
novas células por crescimento e divisão. 
↪ Contagem total de células aumenta lentamente, 
mas a contagem viável permanece constante. 
↦ Depois de um período na fase estacionária a 
velocidade de morte aumenta até atingir o nível de 
equilíbrio dinâmico. 
↦ Taxa de morte celular é mais lenta do que a taxa 
de crescimento exponencial na fase exponencial. 
↦ Após a morte da maioria das células, a velocidade 
de morte pode diminuir drasticamente 
↦ Um pequeno número de sobreviventes pode 
persistir durante meses ou anos. 
↪Pode haver renovação celular e crescimento de 
algumas células devido aos nutrientes liberados 
pelas células que morrem e sofrem lise. 
↪ Em condições adequadas, bactérias que tem 
capacidade de tornar-se dormentes podem 
retomar o crescimento. 
Fontes e Vias de Infecção 
• S. aureus estão presentes na pele e nas membranas 
mucosas humanas, mais comumente nas narinas. 
• Pode permanecer por períodos variáveis como 
colonizante da narina anterior de pessoas sadias. 
↪ 20 e 40% dos adultos saudáveis podem portar 
S. aureus em algum momento, de modo 
assintomático. 
• Microrganismo pode colonizar a pele em regiões 
como axila e prega inguinal, em 10 a 20% das pessoas 
sadias 
• Vagina, períneo e reto também podem ser 
colonizados. 
• Infecções estafilocócicas podem ser adquiridas na 
comunidade ou no ambiente hospitalar. 
• Em pacientes hospitalizados: transmissão pelas mãos 
dos profissionais da saúde contaminadas 
• Ao colonizar as células da mucosa nasal, S. aureus 
pode aderir à pele lesada e a corpos estranhos. 
↪ Após adesão, pode ocorrer invasão dos tecidos 
através da superfície mucosa ou cutânea. 
• Estafilococo presente na narina anterior é 
transferido para a pele 
↪ Lesão traumática pode ser a porta de entrada 
e possibilitar a generalização da infecção 
• Pode ser transmitido pelo contato direto, pessoa a 
pessoa, principalmente no ambiente hospitalar 
• Infecção por S. aureus pode resultar da 
contaminação direta de uma ferida 
↪ Ex.: infecção estafilocócica pós-operatória da 
ferida; infecção após traumatismo (osteomielite 
crônica após fratura exposta, meningite após 
fratura do crânio). 
• Pacientes com infecções cutâneas com presença de 
secreção purulenta, infecção em ferida cirúrgica ou 
pneumonia podem disseminar grande número de 
bactérias no ambiente hospitalar. 
↪ Qualquer lesão localizada, pode ser fonte 
potencial para disseminação hematogênica da 
infecção. 
• Estafilococo acumula-se rapidamente na roupa de 
cama, no mobiliário e nos equipamentos ao redor do 
paciente infectado. 
↪ Sobrevive por muito tempo no mobiliário 
hospitalar. 
• S. aureus resistentes à meticilina (MRSA, 
methicillin‑resistant Staphylococcus aureus) são 
agentes de infecções graves em pacientes 
hospitalizados e, no ambiente extra‑hospitalar, em 
crianças e adultos previamente sadios. 
• As doenças associadas ao S. aureus são: 
↪ Doenças mediadas por toxina: intoxicação 
alimentar, síndrome da pele escaldada, síndrome do 
choque tóxico 
↪ Doenças cutâneas: carbúnculo, foliculite, 
furúnculo, impetigo, infecções de feridas 
↪ Outras, como bacteremia, endocardite, 
pneumonia, empiema, osteomielite, artrite séptica 
Elucidar a patologia e a resposta imune 
ao agente em questão, relacionando às 
manifestações clínicas e ao 
agravamento do quadro do paciente. 
Patogênese 
• O estado de portador nasal do S. aureus é observado 
em 20 a 50% dos humanos. 
• Estafilococos são encontrados regularmente no 
vestuário, roupas de cama e em outros fômites em 
ambientes humanos. 
• Capacidade patogênica: efeito combinado dos 
fatores extracelulares, toxinas e propriedades 
invasivas de determinada cepa de S. aureus. 
↪ Depende da habilidade em evadir a fagocitose, 
expressar proteínas de superfície que aderem aos 
tecidos do hospedeiro e produzir dano tecidual 
(elaboração de toxinas e enzimas hidrolíticas) 
• Expressão de fatores de virulência em estafilococos 
é controlada por um complexo de sistemas 
regulatórios; o mais importante é o sistema regulador 
de genes acessórios (AGR, accessory gene regulator) 
↪ Sistema de controle por quorum‑sensing que 
determina a expressão de proteínas de adesão, 
promovendo a colonização dos tecidos quando a 
densidade celular bacteriana é baixa 
↪ Expressa enzimas hidrolíticas e toxinas quando 
densidade celular bacteriana é alta. 
• Espectro patológico varia desde intoxicação 
alimentar estafilocócica devido à ingestão de 
enterotoxina pré-formada até bacteriemia 
estafilocócica e abscessos disseminados em todos os 
órgãos. 
• S. aureus patogênico e invasivo produz coagulase, 
tende a formar um pigmento amarelo e ser 
hemolítico. 
• Podem ser refratários ao tratamento devido à 
formação de biofilmes. 
• Há presença de características fenotípicas, como 
hemolisinas e fator de agregação. 
Patologia 
• O protótipo de uma lesão estafilocócica é o furúnculo 
ou outros abscessos localizados. 
• Grupos de S. aureus em um folículo piloso provocam 
necrose tecidual (fator dermonecrótico). 
• Coagulase: coagula a fibrina ao redor da lesão e no 
interior dos vasos linfáticos 
↪ Resulta na formação de uma camada ao redor 
do abscesso, que limita a infecção localmente e 
protege o microrganismo da fagocitose. 
↪ É reforçada pelo acúmulo de células inflamatórias 
e de tecido fibroso. 
• No centro da lesão, ocorre liquefação do tecido 
necrótico (intensificada por hipersensibilidade tardia), 
e o abscesso "aponta" na direção da menor 
resistência. 
• Após drenagem do líquido do centro do tecido 
necrótico ocorre lento preenchimento da cavidade 
por tecido de granulação, com cicatrização final. 
• A supuração focal (abscesso) é típica da infecção 
estafilocócica. 
• Os microrganismos propagam-se a partir de um 
foco, através dos vasos linfáticos e da corrente 
sanguínea, para outras partes do corpo. 
• Comumente ocorre supuração no interior das veias, 
associada à trombose 
• O estímulo de liberação de mediadores inflamatórios 
dos mastócitos pode ser responsável pela êmese, 
característica da intoxicação alimentar por 
estafilococos. 
↪ Na infecção gastrointestinal, alterações 
histológicas características no estômago e no 
jejuno incluem a infiltração de neutrófilos no epitélio 
e na lâmina própria subjacente, com perda das 
bordas ciliadas das células epiteliais no jejuno. 
• Toxina esfoliativa A, enterotoxinas e TSST-l se ligam 
às moléculas do complexo principal de 
histocompatibilidade de classe II (MHC II) presentes nos 
macrófagos 
↪ MHC classe II interagem com as regiões variáveis 
da subunidade β dos receptores específicos de 
células T (VβTCR, variable regions of β‑subunit of 
T‑cell receptor). 
↪ Resulta na intensa liberação de citocinas, tanto 
por macrófagos (IL‑1β e fator de necrose tumoral 
TNF‑α), quanto por linfócitos T (IL‑2, interferon‑γ, 
e TNF‑β). 
↪ A liberação de TNF‑α e TNF‑β está relacionada 
a hipotensão e choque 
↪ A febre está associada à liberação de IL‑1β. 
• Febre: elevação da temperatura corporal em 1º a 4ºC 
• Resposta de fase aguda de muitas infecções, é 
induzida por pirógenos 
• O aumento da temperatura corporal é causado pelas 
prostaglandinas que são produzidas nas células 
vasculares e perivasculares do hipotálamo. 
• Produtos bacterianos (pirógenos exógenos) 
estimulam os leucócitos a liberar citocinas como a IL-
1 e o TNF (pirógenos endógenos), as quais aumentam 
as enzimas (ciclooxigenases) que convertem o ácido 
araquidônico em prostaglandinas. 
• No hipotálamo, as prostaglandinas (PGE2) estimulam 
a produção de neurotransmissores, que 
reprogramam o ponto de ajuste da temperatura para 
um nível mais alto. 
• AINEs, como a aspirina, reduzem a febre pela 
inibição da síntese de prostaglandinas. 
• Febre possivelmente ajuda a eliminar infecções 
microbianas: pode ativar as proteínas de choque 
térmico, que aumentam as respostas dos linfócitos 
aos antígenos microbianos. 
• Outras manifestações da resposta de fase aguda: 
↪ Aumento da pulsação e da pressão sanguínea; 
diminuição do suor: redirecionamento do fluxo de 
sangue do leito cutâneo para os leitos vasculares 
profundos, a fim de minimizar a perda de calor 
através da pele; 
↪ Calafrios (tremores), frio intenso (busca por 
calor), anorexia, sonolência e mal-estar: 
provavelmente por causa da ação das citocinas nas 
células cerebrais. 
• Nas infecções bacterianas graves (sepse), a grande 
quantidade de bactérias e de seus produtos no sangue 
estimula a produção de enormes quantidades de 
citocinas, com destaquepara TNF e IL-1. 
• Altos níveis de citocina no sangue: manifestações 
clínicas generalizadas, como coagulação intravascular 
disseminada, choque hipotensivo e perturbações 
metabólicas (resistência à insulina; hiperglicemia) 
↪ Tríade clínica do choque séptico 
Imunidade a bactérias extracelulares 
• As bactérias extracelulares configuram as 
infecções bacterianas de caráter agudo. 
• Bactérias extracelulares: replicam-se fora das 
células hospedeiras (sangue, tecidos conjuntivos, 
lumens das vias aéreas e trato gastrintestinal) 
• Mecanismos patogênicos: 
↪ Indução de inflamação, resultando na destruição 
dos tecidos no local da infecção 
↪ Produção de toxinas com efeitos patológicos ⟶ 
endotoxinas (LPS componentes da parede celular 
de bactérias gram-negativas) ou exotoxinas 
(secretadas pelas bactérias; citotóxicas). 
Resposta inata 
• Os principais mecanismos de imunidade inata contra 
bactérias extracelulares são a ativação do 
complemento, a fagocitose e a resposta inflamatória. 
• Os peptidoglicanos presentes nas paredes celulares 
de bactérias Gram-positivas ativam o complemento 
pela via alternativa. 
• Ativação do complemento resulta na opsonização e 
fagocitose aumentada de bactérias. 
• O complexo de ataque à membrana (MAC), gerado 
pela ativação do complemento, leva à lise de bactérias 
↪ Primeiras proteínas que geram lise são C5, 6, 7, 
8, (9)n. 
• Os subprodutos do complemento estimulam a 
resposta inflamatória, recrutando e ativando os 
leucócitos. 
↪ produção de opsoninas, principalmente o C3b 
↪ estimulação da quimiotaxia, por ação de C3a, C4a 
e C5a 
↪ atrai neutrófilos e macrófagos para o foco 
infeccioso 
• Fagócitos (neutrófilos e macrófagos) utilizam: 
↪ receptores de superfície (receptores de 
manose e receptores scavenger) para reconhecer 
as bactérias extracelulares 
↪ receptores Fc para reconhecer bactérias 
opsonizadas com anticorpos 
↪ receptores de complemento para reconhecer 
bactérias opsonizadas com proteínas do 
complemento. 
• Produtos microbianos ativam receptores do tipo Toll 
(TLRs) e sensores fagocíticos e citoplasmáticos. 
• Receptores ativados podem: 
↪ promover a fagocitose dos microrganismos 
(receptores de manose, receptores scavenger); 
↪ estimular atividades microbicidas dos fagócitos 
(principalmente os TLRs); 
↪ promover tanto a fagocitose quanto a ativação 
dos fagócitos (Fc e receptores de complemento) 
• Células dendríticas e fagócitos ativadas pelos 
microrganismos secretam citocinas que induzem a 
infiltração leucocitária nos locais de infecção 
(inflamação). 
↪ Os leucócitos recrutados ingerem e destroem as 
bactérias. 
• ILCs, innate lymphoid cells, podem atuar na defesa 
inicial. 
• Secretam interleucina-17 (IL-17), IL-22 e GM-CSF. 
↪ Intensificam a função de barreira epitelial e 
recrutam neutrófilos para os sítios de infecção 
• ILCs do grupo 3 (ILC3s) podem ser ativadas pelas 
citocinas produzidas em resposta aos microrganismos 
e ao dano celular 
Resposta adaptativa 
• A imunidade humoral é a mais importante 
↪ Principal mecanismo de defesa contra bactérias 
encapsuladas ricas em polissacarídeos. 
↪ Atua bloqueando a infecção, eliminando os 
microrganismos e neutralizando enzimas e toxinas. 
• Respostas de anticorpo são dirigidas contra os 
antígenos da parede celular e as toxinas, que podem 
ser polissacarídeos ou proteínas. 
↪ Polissacarídeos: antígenos T-independentes que 
induzem respostas de anticorpo sem ativar células 
T 
• Baço: papel importante na produção de anticorpos e 
na eliminação fagocítica de bactérias opsonizadas. 
↪ Pessoas que perdem o baço por traumatismo ou 
distúrbios hematológicos têm grande risco de 
contrair infecções graves causadas por bactérias 
encapsuladas. 
• Antígenos proteicos induzem anticorpos mais 
potentes e imunidade mediada por células. 
• Os mecanismos efetores utilizados pelos anticorpos 
para combater essas infecções incluem 
neutralização, opsonização, fagocitose e ativação do 
complemento pela via clássica. 
↪ Neutralização: mediada pelos isótipos de alta 
afinidade IgG, IgM, IgA (IgA principalmente nos 
lumens dos órgãos das mucosas). 
↪ Opsonização: mediada pelas subclasses de IgG1 e 
IgG3 
↪ Ativação do complemento: iniciada pela IgM, IgG1 
e IgG3. 
• Na resposta primária à infecção ocorre um pico de 
concentração sérica de anticorpos IgM, definindo 
processo agudo. 
• Em respostas tardias, anticorpos IgG de memória 
são selecionados, mantendo a mesma especificidade 
inicial. 
↪ IgG2: respostas antipolissacarídeos 
↪ IgG1: resposta antiproteína. 
• A subclasse IgG2 não passa pela placenta materna, 
dependendo exclusivamente da produção do recém-
nascido. 
↪ O mau desenvolvimento de IgG2 em crianças 
menores de 2 anos relaciona-se com a deficiência 
de resposta a bactérias com cápsula 
polissacarídeas 
• Anticorpos IgM (principal) e IgG ativam a via clássica, 
por meio da interação com as proteínas C1 e C2 do 
complemento ⟶ desencadeia a cascata de ativação 
⟶ produz as quimiocinas C3a, C4a e C5a e o C3b 
como agente opsonizante ⟶ culmina na produção do 
MAC e consequente lise bacteriana 
• Receptores de membrana dos macrófagos facilitam 
a integração com os componentes da parede 
bacteriana. 
↪ Na presença de imunoglobulinas na superfície 
bacteriana, receptores de macrófagos para a 
fração Fc do anticorpo aumentam a possibilidade 
de ligação dos macrófagos à bactéria. 
• Os antígenos proteicos de bactérias extracelulares 
também ativam as células T CD4+ auxiliares que: 
↪ produzem citocinas expressam moléculas de 
superfície que induzem inflamação local, 
↪ intensificam as atividades fagocíticas e 
microbicidas de macrófagos e neutrófilos 
↪ estimulam a produção de anticorpos 
• Estes microrganismos induzem respostas TH17, que 
recrutam neutrófilos e monócitos, promovendo a 
inflamação local em locais de infecção bacteriana. 
↪ Defeitos genéticos no desenvolvimento TH17 e 
produção de autoanticorpos neutralizantes da IL-
17 aumentam a susceptibilidade a infecções 
bacterianas e fúngicas e têm maior probabilidade 
de desenvolver múltiplos abscessos cutâneos 
• As bactérias também induzem respostas TH1 
↪ IFN-γ produzido pelas células TH1 ativa os 
macrófagos para destruir os microrganismos 
fagocitados. 
↪ Respostas Th1 são mais importantes para 
defesa contra bactérias intracelulares. 
 
Efeitos Lesivos das Respostas Imunes 
• As principais consequências prejudiciais da resposta 
do hospedeiro contra as bactérias extracelulares são 
inflamação e sepse. 
• Reações de neutrófilos e macrófagos que erradicam 
a infecção também causam danos teciduais 
↪ Produção local de espécies reativas de oxigênio 
e enzimas lisossômicas (reações autolimitadas e 
controladas). 
• Citocinas secretadas por leucócitos em resposta a 
produtos bacterianos estimulam a produção de 
proteínas de fase aguda e causam as manifestações 
sistêmicas da infecção 
• Sepse: consequência patológica de infecção grave 
causada por algumas bactérias Gram-negativas, 
Gram-positivas e alguns fungos. 
↪ Microrganismos viáveis ou produtos microbianos 
estão presentes no sangue. 
↪ Causa distúrbios sistêmicos de perfusão tecidual, 
coagulação, metabolismo e função orgânica. 
↪ Fase inicial: causada pelas citocinas produzidas 
por macrófagos ativados pelos componentes da 
parede celular bacteriana, como LPS e 
peptideoglicanos. 
• Choque séptico: forma mais grave e 
frequentemente fatal de sepse; presença de colapso 
circulatório (choque) e coagulação intravascular 
disseminada. 
↪ O fator de necrose tumoral (TNF), a IL-6 e IL-1 
são as principais citocinas mediadoras de choque 
séptico 
↪ IFN-γ e a IL-12 também podem contribuir 
• Tempestade de citocinas: explosão inicial de uma 
grande quantidade de citocinas 
• A progressão do choque séptico pode estar 
associada às respostas imunológicas defeituosas, 
como depleção ou supressão das células T, resultando 
em uma disseminação microbiana não controlada. 
• Toxinas bacterianasque estimulam todas as células 
T que expressam membros de uma família particular 
de genes Vβ do receptor de células T (TCR). 
• Ativam as células T ligando‑se simultaneamente aos 
TCRs e a moléculas do MHC de classe II numa célula 
apresentadora de antígeno sem requerer o antígeno. 
↪ Não se ligam às fendas de ligação de peptídeo 
↪ Ativam número maior de clones de células T 
• Ativação de muitas células T resulta em produção de 
grandes quantidades de citocinas, como IL‑1, TNF, a 
IL‑2 ⟶ Tempestade de Citocinas 
↪ Pode causar uma síndrome inflamatória 
sistêmica. 
↪ Risco de morte por resposta autoimune. 
↪ Ao estimular célula T podem levar à morte de 
células T ativadas: resulta em perda de clones de 
células T específicos e de suas respostas imunes. 
• Superantígenos incluem a toxina da síndrome do 
choque tóxico de S. aureus, as enterotoxinas 
estafilocócicas e toxinas esfoliativas 
• Infecção produz anticorpos contra a proteína M da 
parede celular bacteriana 
• Alguns destes anticorpos reagem cruzadamente 
com proteínas do miocárdio e são depositadas no 
coração, causando inflamação (cardite). 
• Anticorpos produzidos contra certas bactérias 
formam complexos com antígenos bacterianos 
(imunocomplexos) 
• Esses complexos podem se depositar nos glomérulos 
renais e causar nefrite. 
Mecanismos de Evasão bacteriana 
• Virulência de bactérias extracelulares: associada a 
mecanismos de resistência à imunidade inata 
• A camada mucoide extracelular interfere na 
fagocitose da célula bacteriana. 
• Inflamação mediada pelo complemento pode ser 
inibida por produtos gênicos microbianos. 
↪ S. aureus sintetiza a proteína inibidora de 
quimiocina de estafilococos (CHIPS, chemokine 
inhibitory protein of staphylococci), que é uma 
antagonista da anafilatoxina C5a. 
• Inibidor do complemento de estafilococos (SCIN, 
staphylococcal complement inhibitor): proteína 
produzida por Staphylococcus aureus que se liga às 
C3 convertases, inibindo-as de forma estável e 
bloqueando todas as três vias do complemento 
• Antígenos semelhantes aos antígenos do hospedeiro 
(mimetismo) escapam da resposta imune, pois não são 
reconhecidos como estranhos. 
• Variação de antígenos de superfície: 
↪ Capacidade de alterar antígenos dificulta seu 
reconhecimento pelo sistema imune adaptativo e 
permite a evasão das bactérias ao ataque por 
anticorpos específicos. 
↪ As bactérias também podem alterar a produção 
dos antígenos de superfície ao longo do tempo 
↪ Podem liberar antígenos de superfície em blebs 
de membrana (alterações semelhantes a um 
“borbulhamento”): podem desviar os anticorpos, 
afastando-os dos microrganismos. 
• Alterações na produção de glicosidases levam a 
alterações químicas na superfície do LPS e de outros 
polissacarídeos 
↪ Possibilita às bactérias escapar das respostas 
imunes contra estes antígenos. 
• Mascaramento em bactérias que adquirem 
revestimento de superfície com proteínas 
constituintes do hospedeiro (glicolipídeos do grupo 
sanguíneo, antígenos do MHC, fibrinas e 
imunoglobulinas do plasma). 
• Algumas bactérias possuem em sua superfície 
receptores para a região Fc do anticorpo e são 
revestidas por imunoglobulinas 
• Dificulta a interação de anticorpos pela fração Fab, 
a ação fagocítica e do sistema complemento. 
• Bactérias com cápsulas ricas em polissacarídeos 
resistem à fagocitose 
↪ Dificuldade de ligação do fagócito à bactéria 
• Bactérias encapsuladas são mais virulentas do que 
cepas que não possuem a cápsula. 
• Cápsulas de muitas bactérias patogênicas contêm 
resíduos de ácido siálico que inibem a ativação do 
sistema complemento pela via alternativa. 
• Opsoninas (IgG, fator C3 do complemento) do soro 
podem ligar-se a estafilococos encapsulados, mas a 
cápsula recobre essas opsoninas e protege a 
bactéria, inibindo a fagocitose por leucócitos 
polimorfonucleares. 
↪ Na presença de anticorpos específicos contra 
os estafilococos, uma quantidade aumentada de C3 
liga-se a célula bacteriana promovendo a 
fagocitose. 
• Proteína A tem habilidade de se ligar a 
imunoglobulinas, impedindo a remoção (clearance) de S. 
aureus mediada por anticorpos. 
↪ Proteína A extracelular pode, também, ligar 
anticorpos, formando complexos imunes com 
consumo de complemento. 
 
Manifestações clínicas 
• Estafilococos podem causar doenças pela elaboração 
de toxinas, sem infecção invasiva aparente. 
↪ Intoxicação alimentar 
↪ Esfoliação bolhosa (SSSS, síndrome da pele 
escaldada): causada pela produção de toxina 
esfoliativa. 
↪ Síndrome do choque tóxico associada à TSST 1. 
• Pode causar doenças pela proliferação do 
microrganismo, levando à formação de abscessos e 
destruição de tecidos 
↪ Infecções cutâneas, endocardite, pneumonia, 
empiema, osteomielite, artrite séptica 
• O S. aureus pode causar pneumonia, meningite, 
empiema, endocardite ou sepse, com supuração em 
qualquer órgão. 
• Se houver disseminação do S. aureus e bacteriemia, 
pode ocorrer endocardite, osteomielite hematogênica 
aguda, meningite ou infecção pulmonar. 
↪ Quadro clínico semelhante ao de outras 
infecções hematogênicas (infecções da corrente 
sanguínea). 
• Localização secundária em determinado órgão ou 
sistema: sinais e sintomas de disfunção orgânica e 
intensa supuração focal. 
↦ Infecção supurativa caracterizada por 
consolidação e formação de abscesso nos pulmões. 
↦ Pode se desenvolver após a aspiração de 
secreções orais ou pela disseminação do 
microrganismo por via hematogênica, a partir de um 
sítio distante. 
↦ Levam a complicações como abscesso pulmonar e 
empiema pleural. 
↦ Sintomas: geralmente agudos, com febre alta, 
tremores, tosse, dispneia e secreção pulmonar 
amarelada, às vezes com laivos de sangue. 
↦ Cianose e sinais de insuficiência respiratória 
ocorrem nos casos graves. 
↦ Pneumonia por aspiração: ocorre principalmente 
em crianças muito jovens, idosos, pacientes com 
fibrose cística, gripe, doença pulmonar obstrutiva 
crônica e bronquiectasia. 
↪ Exame radiográfico revela a presença de 
infiltrados irregulares com área de consolidação 
ou abscesso, devido a capacidade do 
microrganismo de secretar enzimas e toxinas 
citotóxicas e formar abscessos localizados. 
↦ Pneumonia por disseminação hematogênica: 
comum em pacientes com bacteremia ou 
endocardite. 
↪ Decorre do desprendimento de êmbolos 
sépticos (ex.: tromboflebites sépticas e 
endocardite do coração direito) ou de 
bacteremias a partir de focos de infecção 
distantes. 
↦ Pneumonia necrosante: geralmente causada por 
Cepas comunitárias de MRSA 
↪ Presença de hemoptise maciça, choque séptico 
e taxa de mortalidade elevada. 
↪ Mais comum em crianças e adultos jovens. 
↦ Empiema: acúmulo de pus em uma cavidade 
qualquer do organismo. 
↪ Ocorre em 10% dos pacientes com pneumonia. 
↪ O microrganismo pode se estabelecer em 
áreas consolidadas, dificultando a drenagem do 
material purulento 
↦ Pneumatocele: distensão alveolar que leva ao 
aparecimento de cistos no parênquima pulmonar. 
↪ Complicações frequentes por pneumonias 
graves em crianças. 
↪ Em casos simples, são lesões enfisematosas. Na 
maioria, são múltiplas cavidades císticas com 
paredes finas e acúmulo de ar 
↪ Formação de bolhas arredondadas de paredes 
finas no interstício pulmonar por mecanismo 
valvular, a partir da parede brônquica 
↪ Diferente dos abscessos pulmonares pela 
ausência de nível líquido. 
↪ Podem se insuflar e causar insuficiência 
respiratória ou romper, determinando 
pneumotórax ⟶ casos cirúrgicos 
↪ Diagnóstico: hemocultura, efusão pleural e 
aspiração transtraqueal ou broncoscópica. 
↦ Cepas de S. aureus produtoras de TSST‑l podem 
se multiplicar rapidamente em tampões 
hiperabsorventes e liberar toxina: frequente 
ocorrer até 5 dias após o início da menstruação em 
mulheres jovens que usam absorventes de alta 
absorção 
↦ Também observada em crianças e homens com 
infecções de feridas por estafilococos. 
↦ S. aureus associado à síndrome do choquetóxico 
pode ser encontrado na vagina, em tampões 
higiênicos, feridas, na garganta ou outras infecções 
localizadas. 
↦ A produção de toxina requer uma atmosfera 
aeróbica e pH neutro. 
↦ O choque e as múltiplas disfunções orgânicas são 
mediados por toxinas disseminadas 
hematogenicamente. 
↦ Início abrupto com febre alta, vômitos, diarreia, 
mialgias, erupção escarlatiforme e hipotensão 
↪ Podem estar presentes confusão mental e 
falência renal 
↦ Há enantema (erupção cutânea) das mucosas da 
faringe, congestão conjuntival e língua em 
framboesa; pacientes podem estar toxemiados, 
confusos ou apáticos. 
↦ Hipotensão arterial ou choque hipovolêmico ocorre 
rapidamente. 
↦ Ocorre insuficiência cardíaca e renal nos casos 
mais graves. 
↦ Múltiplos sistemas de órgãos (sistema nervoso 
central, gastrointestinal, hematológico, hepático, 
muscular e renal) também são envolvidos 
↪ Comprometimento da função renal: 
caracterizado pela elevação da ureia e da 
creatinina 
↪ Lesão hepatocelular: elevação das enzimas 
hepáticas AST e ALT 
↪ Anormalidades hematológicas: destaque para 
trombocitopenia e linfocitopenia. 
↪ Diminuição de cálcio e fósforo 
↦ Ocorre descamação da pele, palma das mãos e 
sola dos pés. 
↦ A síndrome pode ter recidiva na ausência de 
imunidade eficaz. 
↦ Mortalidade elevada na ausência de terapia 
antimicrobiana e da eliminação do foco de infecção 
↦ Os estafilococos isolados em pacientes com a 
síndrome do choque tóxico são resistentes à 
penicilina; 
↪ Maioria pertence ao fago grupo 1 produtores 
de enterotoxina F, a responsável pela patogenia 
da síndrome. 
↦ Critérios para o diagnóstico adotados pelo CDC: 
↪ Temperatura maior que 38,9°C. 
↪ Pressão arterial sistólica menor que 90 
mm/Hg. 
↪ Exantema com descamação subsequente e 
descamação palmoplantar. 
↪ Comprometimento de, pelo menos, três dos 
seguintes sistemas orgânicos: 
❖ Gastrointestinal (vômitos e diarreia); 
❖ Muscular (mialgia grave ou elevação de 
creatinofosfoquinase de cinco vezes); 
❖ Membranas mucosas (vagina, conjuntiva e 
faringe) com enantema; 
❖ Insuficiência renal (ureia e creatinina, no 
mínimo, duas vezes acima do normal); 
❖ Sangue (trombocitopenia – menos que 
100.000 plaquetas/mm3); 
❖ SNC (desorientação, sem sinais neurológicos 
focais); 
❖ Resultados negativos dos testes sorológicos 
para febre maculosa, leptospirose e sarampo. 
↦ O diagnóstico da síndrome do choque tóxico é 
provável quando três ou mais critérios maiores são 
encontrados na presença de descamação ou mais 
que cinco, na sua ausência. 
↦ Tratamento: 
↪ Na fase aguda: medidas agressivas com 
reposição de volume e terapêutica de 
sustentação dos pacientes. 
↪ Necessário uso de antibióticos via endovenosa, 
utilizando antibióticos resistentes à β-Iactamase 
em doses altas. 
↪ Prognóstico favorável, apesar de a maioria dos 
pacientes permanecer em estado grave e 
hospitalizados. 
↪ Mortalidade em torno de 5%, com tendência a 
decrescer. 
↪ Podem ocorrer recidivas 
↦ Bacteremia: disseminação para o sangue; ocorre 
a partir de uma infecção de pele aparentemente 
inócua. 
↪ Bacteremia primária: sintomas e sinais de 
doença infecciosa aguda associada a 
hemoculturas positivas; não se identifica a origem 
do foco infeccioso. 
↪ Manifestações sistêmicas: febre alta, 
tremores e toxemia. 
↪ Exame físico: pode haver petéquias nas 
extremidades, conjuntivas oculares, taquicardia e 
ritmo de galope. 
↪ Episódios prolongados de bacteremias por S. 
aureus estão associadas à disseminação com 
formação de abscessos para outros sítios, 
incluindo pulmão e coração. 
↦ Septicemia por S. aureus: bacteremia sintomática 
com ou sem disfunção orgânica. 
↪ Presença de infecção junto com a síndrome da 
resposta inflamatória sistêmica (SIRS) podendo 
evoluir com sepse grave, complicação de 
disfunção orgânica e choque séptico. 
↪ Há manifestações aparentes da porta de 
entrada da infecção, comprometimento do 
estado geral e produção de focos sépticos em 
múltiplos órgãos 
↪ São facilmente identificados no sangue pelas 
hemoculturas. 
↪ Mortalidade em cerca de 35 a 39% dos casos. 
↦ Bactéria atinge a circulação sanguínea a partir de 
um foco de infecção primário localizado 
↪ Traumas; drenagens cirúrgicas de infecções 
focais; celulites; queimaduras ou focos 
intravasculares determinados por infecção em 
cateteres vasculares; manipulações 
intravasculares sépticas; uso endovenoso de 
drogas ilícitas. 
↦ S. aureus pode infectar uma ou mais valvas 
cardíacas ou o endocárdio mural, formando 
vegetações. 
↪ Vegetações: lesões friáveis, volumosas e 
potencialmente destrutivas que contêm fibrina, 
células inflamatórias, e bactérias ou outros 
organismos 
↪ Vegetações podem ser isoladas ou múltiplas; 
podem sofrer erosão e atingir o miocárdio 
subjacente, produzindo um abscesso 
↪ Propensas a embolização, levando a sequelas 
como infartos sépticos ou aneurismas micóticos 
↪ Fragmentos de êmbolos podem conter 
organismos virulentos: pode desenvolver 
abscessos nas áreas onde os êmbolos se alojam 
↦ Fonte pode ser por bacteremia 
↦ Valvas aórtica e mitral são os locais mais comuns 
de infecção 
↪ Valvas do lado direito do coração podem estar 
envolvidas, principalmente em usuários de drogas 
intravenosas. 
↦ Pode se apresentar de maneira aguda ou 
subaguda. 
Forma Subaguda: 
↪ Infecções insidiosas das valvas deformadas por 
organismos de baixa virulência (Streptococcus 
viridans), com menor destruição total. 
↪ A doença pode persistir por um curso lento de 
semanas a meses, e as curas podem ser obtidas 
com antibióticos. 
↪ Condição deteriora rapidamente, com distúrbios 
do débito cardíaco e embolização séptica. 
Forma aguda: 
↪ Endocardite aguda causada por S. aureus: 
doença grave de prognóstico ruim, com taxa de 
mortalidade de aproximadamente 50%. 
↪ Normalmente causada pela infecção de uma 
valva cardíaca anteriormente normal por um 
organismo altamente virulento como o S. aureus, 
que rapidamente produz lesões necrosantes e 
destrutivas. 
↪ Início violento, com rápido desenvolvimento de 
febre, calafrios, fraqueza e cansaço. 
↪ Manifestações inespecíficas incluem fadiga, 
perda de peso e síndrome semelhante à gripe 
↪ Complicações começam nas primeiras semanas 
do início da doença e podem incluir a deposição do 
complexo antígeno-anticorpo no glomérulo, 
causando a glomerulonefrite 
↪ Pode-se observar grau leve de insuficiência 
renal pré-renal ou secundária a lesão intrínseca 
do rim, como: pielonefrite, abscessos renais e 
glomerulonefrite focal ou difusa. 
↪ Exame cardíaco: Pode haver taquicardia, as 
vezes com ritmo a três tempos; pode ocorrer 
atrito pericárdico; 
↪ Presença de sopros cardíacos do lado direito 
em 90% dos pacientes: decorrentes de 
comprometimento valvar. 
Quando se intensificam, demonstram progressão 
das lesões ou complicações; 
↪ Associa-se a complicações graves (em especial 
no SNC), insuficiência cardíaca e toxemia 
↪ Piora das condições hemodinâmicas, decorrente 
do comprometimento valvar progressivo, do 
envolvimento miocárdio, de abscesso do miocárdio 
perivalvar, do tromboembolismo e da progressão 
da infecção ⟶ Indicação de tratamento 
cirúrgico. 
↪ Demora de indicação cirúrgica: diretamente 
associada ao aumento de mortalidade e 
complicações. 
↪ Difíceis de curar somente com antibióticos, e 
geralmente precisam de cirurgia. 
↦ Abscesso: lesões sutis com necrose de liquefação 
central circundada por tumefação do encéfalo. 
↪ Presença de tecido de granulação com 
neovascularização circundando a necrose. 
↪ Vasos recém-formados são anormalmente 
permeáveis: permitem edema vasogênico 
acentuado no tecido encefálico. 
↪ Ao redor da cápsula fibrosa há uma zona de 
gliose reativa, com astrócitos gemistocíticos. 
↦ Abscesso epidural: coleção purulenta na região 
epidural craniana ou no espaço epidural raquidiano, 
causada usualmente pelo Staphylococcus aureus 
↪ É raro e resulta de otite média, osteomielite, 
infecção adjacente, comosinusite, ou como 
complicação de traumatismo ou neurocirurgia. 
↪ A inexistência de espaço livre na região epidural 
craniana dificulta a expansão do abscesso 
↪ Manifestações clínicas: início insidioso; febre, 
cefaleia, vômitos, confusão mental, agitação, 
crises convulsivas e hemiparesia, devido ao 
quadro infeccioso, hipertensão intracraniana e 
compressão cerebral. 
↪ Quando ocorre no espaço epidural espinal 
(abscesso epidural raquidiano), pode causar 
compressão da medula espinal e constituir uma 
emergência neurocirúrgica. 
↦ Abscesso cerebral: foco localizado de necrose de 
tecido encefálico com inflamação 
↪ Geralmente causado por infecção bacteriana 
↪ Possíveis origens: implantação direta a partir de 
focos adjacentes (mastoidite, sinusite paranasal) 
ou disseminação hematogênica (normalmente a 
partir de um local primário no coração, pulmões 
ou ossos das extremidades, ou após a extração 
de um dente). 
↪ Condições de predisposição: incluem a 
endocardite bacteriana aguda, que pode dar 
origem a múltiplos abscessos encefálicos 
↪ Provoca lesões expansivas com sinais de 
hipertensão intracraniana 
↪ Staphylococcus aureus é uma das bactérias 
mais envolvidas 
↪ Manifestações: febre, manifestações de 
hipertensão intracraniana, crises convulsivas e 
déficits focais como hemiparesia de 
aparecimento progressivo 
↪ Causa das manifestações: efeito de massa e 
ação destrutiva sobre o tecido nervoso exercidos 
pela coleção purulenta e pelo edema cerebral 
associado. 
↦ Empiema subdural: infecções purulentas que 
atingem o espaço subdural 
↪ São geralmente secundárias a sinusites, otites 
médias ou osteomielites 
↪ Causadas por extensão direta, por via venosa, 
resultados de cirurgias ou fraturas cranianas 
associadas a abscessos epidurais. 
↪ Associados a história recente de infecção 
(como otite), neurocirurgia ou traumatismo 
cranioencefálico. 
↪ A propagação da infecção às veias que cruzam 
o espaço subdural resulta em trombose venosa e 
infarto cerebral. 
↪ Manifestações: febre, cefaleia, vômitos, 
confusão mental ou coma, crises convulsivas, 
hemiparesia ou hemiplegia e disfasia 
↪ No empiema subdural raquidiano há febre, dor 
nas costas, meningismo, paraparesia ou 
paraplegia, déficit sensorial e incontinência 
urinária. 
↪ O diagnóstico e a drenagem cirúrgica precoces 
podem levar à cura. 
 
Pesquisar a epidemiologia da doença, a 
profilaxia e seus fatores de risco 
correlacionando com o paciente em 
questão. 
Epidemiologia 
• Estafilococos: parasitos humanos onipresentes. 
• S. aureus são encontrados na microbiota normal da 
pele e superfícies mucosas humanas 
• Colonização do coto umbilical, da pele e da região 
perineal de recém‑nascidos com S. aureus é comum. 
• S. aureus e estafilococos coagulase-negativos 
também são encontrados na orofaringe e nos tratos 
gastrointestinal e urogenital. 
• Colonização persistente ou por períodos curtos de 
tempo com S. aureus em crianças mais velhas e em 
adultos é mais comum na nasofaringe anterior do que 
na orofaringe. 
• Aproximadamente 15% dos adultos saudáveis 
normais são portadores persistentes de S. aureus na 
nasofaringe, 
↪ Incidência maior em pacientes hospitalizados, 
médicos, indivíduos com doenças eczematosas da 
pele, indivíduos que usam agulhas regularmente, 
tanto de forma ilícita (usuários de drogas) quanto 
por razões médicas (pacientes com diabetes, 
pacientes que recebem injeções para alergia ou 
que realizam hemodiálise). 
• Os microrganismos podem sobreviver em 
superfícies secas por períodos longos (devido à 
espessa camada de peptidoglicano e ausência de 
membrana externa) 
• Principais fontes de infecção: lesões humanas, 
fômites contaminados (ex.: roupas pessoais e de 
cama), vias respiratórias e pele humana. 
• Propagação pessoa a pessoa por contato direto: 
grande importância nos hospitais, pela presença de 
estafilococos resistentes a antibióticos no nariz ou na 
pele da equipe e dos pacientes 
• Áreas de maior risco de infecções estafilocócicas 
graves nos hospitais: berçários, unidades de 
tratamento intensivo, centro cirúrgico e enfermarias 
de quimioterapia para tratamento do câncer. 
↪ A introdução maciça de S. aureus patogênico 
“epidêmico” nessas áreas pode resultar em doença 
clínica grave. 
↪ Indivíduos com lesões ativas por S. aureus e os 
portadores devem ser excluídos dessas áreas. 
• No início nos anos 1980, cepas de MRSA (S. aureus 
resistentes à meticilina) se disseminaram rapidamente 
para pacientes hospitalizados suscetíveis, alterando 
significativamente a terapia de prevenção e 
tratamento das infecções estafilocócicas. 
• MRSA é na atualidade a causa mais comum de 
infecções de pele e de tecidos moles adquiridas na 
comunidade 
↪ Até pouco tempo, pacientes infectados com 
MRSA eram confinados principalmente em 
hospitais. 
↪ Infecções por MRSA são incomuns entre 
indivíduos sadios na comunidade 
• Dramática mudança observada em 2003: novas 
cepas de MRSA foram descritas como responsáveis 
por surtos de infecções cutâneas e pneumonia grave 
adquiridas na comunidade. 
↪ Cepas não relacionadas às que circulavam nos 
hospitais e geneticamente únicas em cada região 
geográfica. 
• A disseminação mundial de clones distintos das cepas 
comunitárias CA-MRSA (cepas de S. aureus 
resistentes à meticilina adquiridas na comunidade) 
resultou em aumento das infecções de pele e tecidos 
superficiais e de pneumonia necrosante, 
↪ Principalmente em pacientes jovens sem fatores 
de risco conhecidos para aquisição de MRSA ⟶ 
cepas mais virulentas. 
• Isolados de CA-MRSA: caracterizados pela presença 
da PVL e do SCCmec (staphylococcal cassette 
chromosome mec, cassete cromossômico 
estaftlocócico) tipo IV, o que pode explicar a maior 
sensibilidade a outros agentes antimicrobianos quando 
comparados com as cepas de MRSA de origem 
hospitalar. 
↪ SCCmec: região do cromossomo que contém a 
sequência de genes que codifica a resistência à 
meticilina. 
Prevenção e Controle 
• Limpeza apropriada de feridas e uso de 
desinfetantes auxiliam na prevenção das infecções 
• Lavagem completa das mãos e cobertura da pele 
exposta auxiliam a equipe clínica a evitar infecção e a 
disseminação para outros pacientes 
• Limpeza, higiene e manipulação asséptica das lesões 
podem controlar a disseminação dos estafilococos a 
partir das lesões 
↪ Poucos métodos para impedir a ampla 
disseminação dos estafilococos a partir dos 
portadores. 
↪ Aerossóis (ex.: glicóis) e irradiação ultravioleta do 
ar têm pouco efeito. 
• Em indivíduos com lesões ativas por S. aureus, a 
aplicação de antissépticos tópicos, como a mupirocina, 
no nariz ou no períneo pode diminuir a disseminação 
de microrganismos perigosos. 
• Rifampicina associada a um segundo fármaco 
antiestafilocócico oral: pode proporcionar supressão 
por longo tempo e possível eliminação do estado de 
portador nasal 
↪ Forma de tratamento geralmente reservada 
para os graves problemas de portador 
estafilocócico, pois esses microrganismos podem 
desenvolver rapidamente resistência à rifampicina. 
• Para diminuir a transmissão dentro de hospitais: 
monitoração frequente quanto a colonização das 
narinas anteriores em pacientes de alto risco 
(internados em unidades de tratamento intensivo, 
pacientes transferidos para enfermarias de 
recuperação de pacientes crônicos), em que a 
prevalência é alta. 
• Pacientes com culturas ou PCR positivas devem ser 
colocados sob precauções de contato (isolamento), 
para minimizar a disseminação pelo manuseio por 
agentes de saúde. 
• Agentes de saúde devem seguir estritamente as 
normas de controle de infecção, usando luvas e 
lavando as mãos antes e depois do contato com o 
paciente. 
Fatores de risco 
• Incluem a presença de corpos estranhos (espinhos 
ou farpas, sutura, prótese, cateter), procedimento 
cirúrgico prévio e uso de antimicrobianos que 
suprimem a microbiota normal 
• Pacientes de risco: 
↪ Crianças: síndrome da pele escaldada 
↪ Criançasjovens com pouca higiene pessoal: 
impetigo e outras infecções cutâneas 
↪ Mulheres menstruadas: TSS 
↪ Pacientes com cateteres intravasculares 
(bacteremia e endocardite) ou derivações 
(meningites) 
↪ Pacientes com comprometimento da função 
pulmonar ou que tenham apresentado infecção 
respiratória viral anterior: pneumonia 
• Usuários de drogas endovenosas, pacientes com 
doenças crônicas de pele, diabéticos em uso regular 
de insulina e pacientes em hemodiálise são 
frequentemente colonizados com grandes cargas 
bacterianas. 
• Infecção focal ou bacteremia ocorre em neonatos, 
imunocomprometidos ou em indivíduos submetidos a 
condições de risco. 
• Infecções sistêmicas graves associam-se à 
colonização prévia de próteses e dispositivos aplicados 
por via transcutânea. 
• Fatores de risco para endocardite: valvas 
previamente lesadas ou com anomalias funcionais 
permitem o turbilhonamento do sangue facilitando a 
adesão do estafilococo à parede endotelial; defeitos 
septais ou anomalias congênitas também são fatores 
facilitadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Compreender os métodos de diagnóstico 
(exame físico, hemograma, 
antibiograma, hemocultura) e 
tratamento (benzetacil, paracetamol e 
oxacilina) utilizados no caso, elucidando 
a possibilidade de resistência 
bacteriana. 
Exame Físico 
• Pneumonia bacteriana aguda: manifesta-se 
comumente com início abrupto de calafrios e febre, 
tosse e, com frequência, dor torácica pleurítica. 
↪ Tosse frequentemente produtiva, com escarro 
purulento 
↪ Pacientes com pneumonia aguda em geral 
apresentam taquipneia (respiração acelerada) e 
taquicardia (frequência cardíaca rápida). 
• Taquicardia: Caracteriza-se por frequência cardíaca 
maior que 100bpm 
• Calafrios e febre podem surgir como resultado da 
resposta inflamatória aguda mediada por citocinas (IL-
1 e TNF) ou como consequência da endocardite. 
• A síndrome gripal pode ter surgido como resultado 
da manifestação inicial da endocardite aguda; ou 
• Resultado da pneumonia aguda que culminou em 
disseminação hematogênica e septicemia. 
• Hipotensão arterial pode ter surgido devido ao 
choque tóxico mediado pela TSST-1 
↪ TSST-1 liga-se ao MHC de classe II, resultando na 
liberação de citocinas 
↪ TNF relaciona-se a hipotensão 
↪ IL-1 relaciona-se à febre 
• Bacteremia pode ter levado à septicemia e afetado 
outros órgãos por via hematogênica 
↪ SNC, causando confusão mental 
↪ Coração, causando endocardite aguda 
↪ Deposição de complexo antígeno-anticorpo nos 
glomérulos causando nefrite 
Hemograma 
• O hemograma do paciente demonstrou leucocitose 
(número elevado de leucócitos) e neutrofilia (número 
elevado de neutrófilos) 
• A leucocitose é uma característica comum das 
reações inflamatórias, principalmente em infecções 
bacterianas. 
• Em geral, a contagem de leucócitos sobe para 
15.000 ou 20.000 células/mL, 
↪ Pode chegar a níveis de 40.000 a 100.000/mL: 
reações leucemoides (similares à contagem de 
leucócitos observada na leucemia) 
• Ocorre inicialmente pela liberação acelerada das 
células a partir dos estoques de reserva pós-mitótica 
da medula óssea (causados por citocinas, incluindo o 
TNF e a IL-1) 
↪ É associada a uma elevação no número de 
neutrófilos imaturos (bastonetes) no sangue 
(desvio para a esquerda). 
• A infecção prolongada também induz a proliferação 
de precursores na medula óssea, pela produção 
aumentada dos fatores de estimulação colônica. 
↪ IL-1, TNF e outros mediadores inflamatórios 
estimulam macrófagos, células do estroma da 
medula óssea e células T a produzir fatores de 
crescimento hematopoiético. 
• A produção de leucócitos pela medula óssea é 
aumentada para compensar a perda dessas células 
na reação inflamatória. 
• Os neutrófilos constituem a primeira linha de defesa 
do organismo, fagocitando, matando e digerindo 
bactérias e fungos. 
• O aumento do número de neutrófilos é denominado 
neutrofilia e frequentemente indica uma infecção 
bacteriana. 
• Neutrófilos bastonetes: células jovens de neutrófilos 
com núcleo em forma de bastonete curvo. 
↪ No sangue normal existem poucos bastonetes; o 
aumento da quantidade dessas células indica um 
aumento na produção de neutrófilos pela medula 
óssea vermelha. 
Hemocultura 
• Exame que pesquisa bactérias no sangue através do 
uso de meios de cultura específicos. 
• Diagnóstico etiológico de doenças bacterianas 
estafilocócicas (como a endicardite) é feito pelas 
hemoculturas. 
• Testes bioquímicos na classificação das bactérias 
podem determinar a presença de funções 
metabólicas características de certas bactérias. 
• A atividade da catalase pode ser usada para a 
diferenciação entre cocos gram-positivos 
↪ Espécies de estafilococos são catalase positivas 
(Staphylococcus spp) e espécies de 
estreptococcos são catalase negativas. 
• O teste da coagulase identifica estafilococos como 
Staphylococcus aureus (coagulase positivo) ou 
Staphylococcus epidermidis (coagulase negativo) 
↦ Catalase: enzima que catalisa a conversão do 
peróxido de hidrogênio em água e oxigênio. 
↦ Presença de peróxido de hidrogênio em uma 
colônia bacteriana que possui a catalase gera 
liberação do oxigênio, evidenciada pelo aparecimento 
de bolhas. 
↦ Teste útil na diferenciação de estafilococos 
(positivos) dos estreptococos (negativos). 
↦ Enzima que atua como um fator plasmático, 
convertendo o fibrinogênio em fibrina. 
↦ É usado na diferenciação do Staphylococcus 
aureus de outros estafilococos. 
Tratamento 
• Antibioticoterapia é indicada para infecções 
sistêmicas 
• Terapia empírica deve incluir antimicrobianos que 
sejam ativos para cepas MRSA 
• A antibioticoterapia oral pode incluir 
trimetoprim‑sulfametoxazol, doxiciclina, minociclina, 
clindamicina ou linezolida; 
• Vancomicina é o fármaco de escolha para terapia 
intravenosa, com daptomicina, tigeciclina ou linezolida 
como alternativas aceitáveis 
Antibiograma 
• Antibiograma ou Teste de Sensibilidade a 
Antimicrobianos (TSA): exame que identifica a 
sensibilidade da bactéria aos antibióticos, possibilitando 
que o médico indique qual o antibiótico mais 
aconselhado para agir sobre a infecção do paciente. 
• Resultado de um exame laboratorial para a 
sensibilidade de uma bactéria isolada a diferentes 
antibióticos. 
• Para se realizar o antibiograma é preciso que os 
microrganismos tenham se desenvolvido previamente 
num meio de cultura. 
• Pode-se fazer um antibiograma a partir de amostras 
de saliva, sangue, urina, fezes, tecidos ou material de 
expectoração. 
• Uma vez feita a cultura, há duas formas de se obter 
um antibiograma: 
↪ Método semi-quantitativo ou método da difusão: 
pequenos discos de papel impregnados de 
diferentes antibióticos são espalhados por 
diferentes zonas da placa contendo meio de 
cultura. O antibiótico se difunde na área ao redor 
de cada disco e um halo de lise bacteriana se torna 
visível. O diâmetro do halo é sugestivo da 
concentração do antibiótico e pode indicar a 
Concentração Inibitória Mínima (CIM). 
↪ Método da Diluição: consiste na aplicação à 
cultura de uma série de recipientes com diluições 
de antibiótico progressivamente menores. O 
recipiente em que a bactéria não conseguir se 
multiplicar contém a Concentração Inibitória 
Mínima. 
• Algumas vezes, pode auxiliar a determinar o 
antibiótico que melhor se ajusta ao agente etiológico 
em questão; 
↪ Não deve ser encarado como uma receita, pois 
pode ocorrer divergências entre o resultado e a 
realidade clínica do paciente. 
• Importância nas infecções potencialmente graves 
causadas por bactérias frequentemente 
multirresistentes, tais como Pseudomonas aeruginosa, 
Staphylococcus aureus (MRSA) e Acinetobacter 
baumanii. 
Paracetamol 
• Fármaco da classe dos paraminofenóis com atividade 
analgésica e antipirética semelhante ao ácido 
acetilsalicílico 
• Possui atividade anti-inflamatória insignificante, 
devido a fraca inibição das ciclooxigenases. 
• O paracetamol diminui preferencialmentea síntese 
de prostaglandinas centrais, produzindo analgesia e 
antipirese. 
• Após desacetilação de sua amina primária, o 
paracetamol é conjugado ao ácido araquidônico a 
amida hidrolase de ácidos graxos no cérebro e na 
medula espinal; 
↪ O produto dessa reação, a 
Naraquidonoilfenolamina, pode inibir tanto a COX-1 
quanto a COX-2 no SNC. 
• Efeitos adversos: séria preocupação quanto ao baixo 
índice terapêutico 
↪ Fármaco hepatotóxico: superdosagem pode 
resultar em insuficiência hepática. 
↪ Modificação do paracetamol por enzimas 
hepáticas do citocromo P450 produz um 
metabólito reativo, que normalmente é detoxificado 
por conjugação com glutationa. 
↪ Uma superdosagem de paracetamol pode 
esgotar as reservas de glutationa, resultando em 
lesão celular e oxidativa e, nos casos graves, em 
necrose hepática aguda 
• Tratamento com esse fármaco pode ser útil em 
determinados pacientes, como crianças, que correm 
risco devido aos efeitos adversos do ácido 
acetilsalicílico. 
Proteínas Ligadoras de Penicilinas 
(PBP) 
• Essenciais ao mecanismo de ação dos antibióticos 
betalactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, 
carbapenêmicos e monobactâmicos). 
• Esses antibióticos ligam-se ao sítio representado por 
uma PBP existente na bactéria 
• A ligação da penicilina a essas proteínas impede a 
síntese correta da parede celular e desencadeia a 
liberação de enzimas autolíticas, que degradam a 
parede, produzindo lise e morte celular rápida. 
Resistência Bacteriana 
• A penicilina foi introduzida comercialmente em 1941. 
↪ Nessa época, 80% das cepas de Staphylococcus 
aureus eram sensíveis à penicilina. 
• A década de 1950 foi marcada pela resistência do 
S. aureus à penicilina, mediada pela produção de 
enzimas capazes de hidrolisar o anel betalactâmico. 
• Betalactamases: enzimas produzidas por alguns 
estafilococos, como o S. aureus, que confere 
resistência à penicilina. 
↪ Apresentam estruturas muito semelhantes às 
PBP, ligando-se aos betalactâmicos e inativando-os. 
↪ Codificadas no cromossomo ou em plasmídios. 
• Os S. aureus possuem normalmente quatro PBP 
• Alterações em determinada PBP resulta em falta de 
afinidade do antibiótico pelo sítio de ligação, 
ocasionando resistência bacteriana. 
• S. aureus são resistentes aos betalactâmicos 
também devido à produção de uma PBP adicional, 
denominada PBP2a, que possui baixa afinidade pelos 
compostos betalactâmicos, capaz de substituir a 
função das demais PBP da bactéria, permitindo a 
reação de transpeptidação. 
↪ A aquisição do gene mecA pelo S. aureus, 
responsável por codificar essas novas PBP, 
possibilitou a resistência à oxacilina por essas 
bactérias. 
↪ O gene mecA faz parte de um elemento 
genômico designado cassete estafilocócico do 
cromossomo mec (SCCmec), integrado ao 
cromossomo de S. aureus. 
• 3 tipos de cepas de S. aureus reconhecidas: 
↪ S. aureus com resistência à meticilina (MRSA, 
methicillin‑resistant Staphylococcus aureus) e à 
oxacilina (SARO, S. aureus resistente à oxacilina); 
possui resistência cruzada com outros β-
lactâmicos 
↪ S. aureus com resistência intermediária à 
vancomicina (VISA) e S. aureus resistentes à 
vancomicina (VRSA); na VRSA, a resistência é 
conferida pela expressão do elemento de inserção, 
Tn1546, localizado no gene vanA 
↪ S. aureus sensíveis à oxacilina; sofrem lise com a 
ação da oxacilina. 
Benzetacil 
• Nome comercial da Penicilina G benzatina no Brasil 
• Também conhecida como Benzilpenicilina benzatina 
• Faz parte do grupo dos antibióticos betalactâmicos, 
na subclasse das penicilinas G. 
• É administrada por via intravenosa 
• Utilizada no tratamento de infecções graves por 
bactérias gram-positivas 
• Possui preferência na escolha do antibiótico, por 
possuir baixa toxicidade e baixo custo. 
• Mecanismo de ação: 
↪ Inibem as enzimas transpeptidases que catalisam 
a etapa final de ligação cruzada na síntese de 
peptidoglicanos. 
↪ Sem peptidoglicanos, a síntese da parede celular 
bacteriana é comprometida, com consequente lise 
da célula. 
↪ Por apresentar especificidade exclusiva para 
transpeptidases bacterianas, penicilinas exibem 
toxicidade mínima para o hospedeiro – 
hipersensibilidade alérgica é a principal reação 
adversa. 
• Não efetiva contra S. aureus: é inativada pela 
betalactamase. 
Efeitos adversos: 
↪ Reações de hipersensibilidade e exantema. 
↪ Em alta dose pode provocar convulsões. 
↪ Todas as penicilinas podem causar nefrite 
intersticial aguda. 
• Interações medicamentosas: raras 
Oxacilina 
• Antibiótico sintético 3-fenil-5-metil-4-
isoxazolilpenicilina 
• Faz parte do grupo dos antibióticos betalactâmicos, 
na subclasse das penicilinas antiestafilocócicas 
(Penicilina M) 
↪ Inclui oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina, nafcilina e 
meticilina. 
• Fármacos estruturalmente resistentes à 
betalactamase estafilocócicas 
• Utilizados no tratamento de infecções da pele ou dos 
tecidos moles ou infecções por S. aureus sensível à 
meticilina. 
• Efeito adverso: hepatotoxicidade, reversível após a 
interrupção do fármaco. 
Esquema Geral para Tratamento de 
Infecções Estafilocócicas 
• Em infecções por estafilococos não produtores de 
β-lactamase podem ser utilizadas a penicilina G, a 
amoxicilina ou a ampicilina. 
• Nos casos de infecções de leve e moderada 
gravidades pode-se optar pela via oral e recomenda-
se dicloxacilina; penicilinas de segunda geração, como 
a amoxicilina e a ampicilina, associada ao inibidor de β-
lactamase; e cefalosporinas de primeira geração, 
como a cefalexina. 
• Em infecções graves causadas por estafilococos 
resistentes à penicilina G e sensíveis à oxacilina, 
utilizam-se, preferencialmente, antibióticos por via 
endovenosa (EV), como a oxacilina (EV), a cefazolina 
(EV) e a clindamicina (EV). 
• Nos casos de infecções causadas por estafilococo 
resistente à oxacilina, a escolha do antibiótico 
dependerá da gravidade e do sítio da infecção, se 
aquisição foi comunitária ou hospitalar e da idade do 
paciente. 
↪ A vancomicina, por ser antibiótico de uso 
exclusivo endovenoso, é utilizada para infecções 
sistêmicas e graves. Nesses casos, podem ser 
prescritos outros antibióticos de uso endovenoso 
como linezolida, daptomicina e ceftaroline. 
• Para infecções localizadas, sem repercussão 
sistêmica, e quando o paciente pode receber 
antibioticoterapia oral são indicados: linezolida, 
clindamicina, amoxicilina associada a sulfametoxazol-
trimetoprim, doxiciclina ou minociclina. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
1. ABBAS, Abul K. et. al. Imunologia Celular e Molecular. 8ª ed. Elsevier. Rio de Janeiro: 2015 
2. BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo - Patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Gen, Guanabara Koogan, 
2016. 
3. BROOKS, Geo. F. et. al. Microbiologia médica de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26ª ed. AMGH, 
Porto Alegre: 2014. 
4. FOCACCIA, R. Tratado de Infectologia. 5ª Edição. Atheneu. São Paulo: 2015. 
5. GOLAN, David. E., et. al. Princípios de Farmacologia: a base fisiopatológica da farmacologia. 3ª 
edição. Editora Guanabara Koogan. Rio de Janeiro: 2014. 
6. JUNQUEIRA, L. C., CARNEIRO, J. Histologia básica. 12ª edição. Guanabara Koogan. Rio de 
Janeiro: 2013. 
7. KUMAR, Vinay, et. al. Robbins & Cotran, Bases Patológicas das Doenças. 8ª Edição. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2010. 
8. MURRAY, Patrick R. Microbiologia médica. 7ª Ed. Elsevier. Rio de Janeiro: 2014. 
9. PAULA, Silvia Regina M. de et al . Pneumonia complicada por pneumatocele gigante em criança 
com síndrome da imunodeficência adquirida: importância da fisioterapia respiratória. Rev. paul. 
pediatr., São Paulo , v. 28, n. 2, p. 244-248, June 2010 . 
10. RANG, H. P., et. al. Rang & Dale: Farmacologia. 8ª edição. Elsevier. São Paulo: 2016. 
 
 
	Definir o agente etiológico, suas características morfofuncionais e as formas de transmissão.
	Morfologia
	Estrutura antigênica
	Enzimas e Toxinas
	Genética
	Crescimento
	Fontes e Vias de Infecção
	Elucidar a patologia e a resposta imune ao agenteem questão, relacionando às manifestações clínicas e ao agravamento do quadro do paciente
	Patogênese
	Patologia
	Imunidade a bactérias extracelulares
	Resposta inata
	Resposta adaptativa
	Efeitos Lesivos das Respostas Imunes
	Mecanismos de Evasão bacteriana
	Manifestações clínica
	Pesquisar a epidemiologia da doença, a profilaxia e seus fatores de risco correlacionando com o paciente em questão.
	Epidemiologia
	Prevenção e Controle
	Fatores de risco
	Compreender os métodos de diagnóstico (exame físico, hemograma,antibiograma, hemocultura) e tratamento (benzetacil, paracetamol e oxacilina) utilizados no caso, elucidando a possibilidade de resistência bacteriana.
	Exame Físico
	Hemograma
	Hemocultura
	Tratamento
	Antibiograma
	Paracetamol
	Proteínas Ligadoras de Penicilinas (PBP)
	Resistência Bacteriana
	Benzetacil
	Oxacilina
	Esquema Geral para Tratamento de Infecções Estafilocócicas
	REFERÊNCIAS:

Continue navegando