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Estadiamento da Neoplasia

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João Manuel – Medicina Nove de Julho 
NEOPLASIAS	
	
EPIDEMIOLOGIA		
O	câncer	é	uma	das	doenças	que	mais	matam	no	
mundo,	só	está	atras	das	doenças	cardiovascu-
lares.	Hoje	em	dia	se	tem	mais	câncer	devido	ao	
fato	da	longevidade	de	vida	(para	se	desenvolver	
um	câncer	leva	tempo),	de	exposições	a	carcinó-
genos.	
	
OBS.:	Lembrar	que	ter	neoplasia	é	diferente	de	
ter	câncer.		
Neoplasia	 benigna	–	 são	 tumores	 com	
estrutura	semelhante	à	do	tecido	onde	se	encon-
tram;	são	 insidiosos	e	 localizados,	ou	seja,	não	
possuem	a	capacidade	de	invadir	outros	tecidos	
ou	órgãos.		
Neoplasia	maligna	(câncer)	–	é	o	resul-
tado	da	proliferação	anormal	de	células	com	es-
trutura	diferente	da	do	tecido	original.	
	
Câncer	 de	 pulmão,	 muito	 relacionado	 ao	 ta-
baco,	é	extremamente	silencioso,	sinais	só	apa-
recem	quando	o	 tumor	 só	 está	muito	avançado	
por	isso	o	diagnóstico	é	tardio.		
	
O	homem	tem	uma	maior	incidência	de	câncer	
em	relação	as	mulheres.		
	
Acredita-se	que	cerca	de	15%	de	todos	os	cân-
ceres	no	mundo	sejam	causados	direta	ou	indi-
retamente	por	agentes	infecciosos.	
	
História	reprodutiva	–	principalmente	quando	
se	fala	em	mulheres	pois	se	fala	de	uma	correla-
ção	de	estrógeno	e	progesterona.		
ESTADIAMENTO	
O	 estadiamento	 é	 a	 forma	 de	 conseguir	mos-
trar/estudar	o	câncer	e	classificá-lo,	partindo	
do	grau	mais	brando.	O	grau	que	ele	está	vai	in-
fluenciar	no	 tratamento.	O	estadiamento	 influ-
encia	diretamente	na	sobrevida	do	paciente.		
	
	
Para	que	serve	o	estadiamento?	
• Ajudar	 o	 médico	 no	 planejamento	 do	
tratamento	 –	 decidir	 estratégia	 farma-
cológica,	pela	taxa	de	células	neoplásicas.		
• Dar	alguma	indicação	do	prognóstico	–	
dependendo	 do	 estágio	 que	 se	 estar	 o	
prognostico	de	sobrevida	é	influenciado.		
• Ajudar	 na	 avaliação	 dos	 resultados	 de	
tratamento,	comparação	antes	e	após	o	
tratamento;	e	vê	se	estar	sendo	eficaz.		
• Facilitar	a	troca	de	informações	entre	os	
centros	de	tratamento	–	tem	que	ser	uma	
língua	universal,	logo,	todos	tem	que	en-
tender	e	saber	quando	se	fala	qual	é	o	es-
tágio	3	de	um	câncer.	
• Contribuir	para	a	pesquisa	contínua	so-
bre	o	câncer	humano	–	quando	se	recruta	
pacientes	 para	 estudos	 precisa	 saber	
qual	estágio	o	paciente	se	encontra.	
• Associações	europeias	e	americanas	se	
juntaram	 e	 uniformizaram	 as	 classifica-
ções	 dos	 estadiamentos,	 para	 que	 todos	
entendessem	os	estádios	do	câncer.	
	
Se	usou	inicialmente	o	sistema	TNM	do	médico	
Pierre	Denoix.	
	
	
 
João Manuel – Medicina Nove de Julho 
T	–	Relacionado	a	extensão	do	tumor	
N	–	Linfonodos	regionais,	estar	relacionado	aos	
linfonodos	que	drenam	a	região	acometida	pelo	
câncer,	dependendo	da	quantidade	de	 linfono-
dos	 acometidos	 pode	 dar	 um	 outro	 estadia-
mento.		
M	–	Em	relação	a	metástase,	não	em	relação	ao	
linfonodo	e	sim	aos	outros	órgãos,	então	quando	
há	metástase	 em	 outros	 órgãos	 há	 uma	 outra	
classificação	de	estágio.		
	
Há	 cada	5	anos	esse	 sistema	se	atualiza	e	 isso	
implica	em	algumas	mudanças	pontuais	em	al-
guns	cânceres.		
	
Pode	estagiar	um	câncer	em	evidências	clíni-
cas	 dele	 (exames	 físicos,	 diagnósticos	 por	 ima-
gem.)	E	quando	se	faz	por	achados	clínicos	se	
trabalha	com	o	prefixo	c,	então	quando	se	vê	um	
cTNM,	quer	dizer	que	é	um	câncer	estagiado	em	
relação	a	classificação	clínica,	as	vezes	ela	não	se	
relaciona	com	as	classificações	patológicas.		
	
	
	
Pode	estagiar	um	câncer	em	evidências	patoló-
gicas	de	um	câncer,	nesse	caso	se	avalia	histo-
patologicamente	um	tumor	primário.	Primeiro	
se	faz	exames	clínicos	(cTNM),	normalmente	se	
retira	aquele	tumor	e	aquele	material	é	proces-
sado;	 vem	 a	 análise	 histopatológica	 daquele	
câncer	que	é	o	pTNM,	o	pTNM	é	mais	preciso	pois	
ele	consegue	ver	evidências	e	lesões	que	não	con-
segue	se	ver	no	cTNM.		
	
Existe	 também	 o	 prefixo	 Y,	 normalmente	 ele	
está	relacionado	quando	se	faz	o	estadiamento	
durante	 a	 um	 processo	 de	 tratamento,	 por	
exemplo,	pode	 fazer	um	estadiamento	antes	do	
tratamento	(não	utiliza	o	símbolo	y)	e	após	o	tra-
tamento	(se	utiliza	o	símbolo	y)	para	verificar	se	
o	 tratamento	 foi	 eficaz.	 Pode	 ter	 o	 ycTNM	 e	 o	
ypTNM.	
	
	
	
Dentro	do	pTNM,	o	patologista	deve	diferenciar	
o	mesmo	também,	graduação	histológica:	
	
	
	
Os	graus	3	e	4	podem	ser	combinados	em	algu-
mas	circunstâncias,	como	"G3-4,	Pouco	diferen-
ciado	ou	indiferenciado".	
	
A	classificação	dos	sarcomas	de	partes	moles	e	
de	 osso	 também	 utiliza	 "alto	 grau"	 e	 "baixo	
grau".	
	
	
Símbolos	especiais,	podem	ser	adicionados:		
• Símbolo	m:	quando	tem	vários	tumores	
primários	múltiplos	em	uma	única	locali-
zação	(o	sufixo	m	deve	estar	em	parênte-
ses	e	em	minúsculo).	
• Símbolo	 r:	 quando	 algo	 rescindível,	
quando	o	tumor	volta	no	mesmo	local	que	
foi	teoricamente	tratado	(prefixo).	
• Símbolo	a:	O	prefixo	a	indica	que	a	clas-
sificação	 é	 determinada,	 pela	 primeira	
vez,	por	autópsia.	Sempre	é	patológico.		
	
João Manuel – Medicina Nove de Julho 
A	combinação	do	TNM	vai	cair	em	uma	categoria	
desse	sistema	AJCC.		
	
Graus	muitos	avançados	nos	estágios	do	câncer	
você	acaba	tendo	qualquer	t	acometendo	qual-
quer	linfonodo	e	causando	metástases	a	distân-
cia.	
	
CASO	CLÍNICOS		
Caso	01:	Em	2013,	Mulher,	32	anos,	em	uso	de	
contraceptivo	 oral,	 procura	 o	 serviço	 médico	
por	 quadro	de	dor	 intermitente	 em	 facada,	 de	
baixa	intensidade,	em	hipocôndrio	direito	há	02	
meses.	Na	avaliação	complementar	e	no	exame	
físico	não	há	quaisquer	outras	alterações.	Sub-
metida	ao	US	de	abdome,	revelou	lesão	bem	de-
limitada	e	heterogênea;	à	TC	com	contraste	re-
velou	lesão	bem	delimitada,	com	hipervascula-
rização	 irregular.	 Todos	 os	 exames	 apontam	
para	o	quadro	de	adenoma	hepático.	A	mesma	
paciente,	 após	 8	 anos,	 procurou	 novamente	 o	
médico	com	quadro	de	alteração	da	função	he-
pática.	 Sendo	 diagnosticada	 com	malignização	
da	patologia	anteriormente	descrita.	A	RMN	he-
pática	demonstrou	lesão	invadindo	ramo	portal	
direito	e	linfonodomegalia	em	porta.	
	
Qual	a	classificação	TNM	e	estadiamento?	
R:	cTNM	–	T4N1M0	no	estágio	IVA	
	
	
	
Caso	02:	Mulher,	65	anos,	etilista	social,	compa-
rece	 ao	médico	queixando-se	de	 sintomas	dis-
pépticos	há	8	meses	e	emagrecimento	(10%	no	
último	mês).	Não	apresenta	alterações	do	exame	
físico,	exceto	pelo	perfil	emagrecido.	Realizado	a	
endoscopia	digestiva	alta	com	biópsia,	observou	
uma	lesão	ulcerada	em	antro	gástrico	compatí-
vel	com	adenocarcinoma	gástrico	do	tipo	intes-
tinal.	A	avaliação	anatomopatológica	da	gastre-
ctomia	 com	 ressecção	 linfonodal	 revelou	 pre-
sença	de	células	neoplásicas	até	muscular	pró-
pria	e	acometimento	linfonodal	1/12.		
	
Qual	a	classificação	TNM	e	estadiamento?	
R:	pTNM	–	pT2N1M0	e	Estágio	IIA	
	
	
	
Caso	03:	Mulher,	42	anos,	com	histórico	familiar	
de	câncer	de	mama	foi	previamente	diagnosti-
cada	 com	 carcinoma	 ductal	 invasivo	 de	mama	
(classificação	cT2NxM0),	foi	submetida	ao	trata-
mento	neoadjuvante	 com	AC	+	TC	 (doxorrubi-
cina	 e	 ciclofosfamida	 +	 docetaxel	 e	 ciclofosfa-
mida).	A	avaliação	da	peça	resultante	da	maste-
ctomia	 com	 dissecção	 de	 linfonodo	 sentinela	
(regional)	 demonstrou	 resposta	 tumoral	 com-
pleta	e	 linfonodo	sentinela	negativo	para	o	 tu-
mor	(ypTxN0).	Após	completar	o	tratamento,	a	
paciente	foi	acompanhada	por	mais	5	anos,	sem	
sinais	de	recidivas.	Diante	do	caso,	pergunta-se:		
	
Descreva	o	significado	da	classificação	TNM	
antes	e	após	o	tratamento	
R:	cT2NxM0	-	Análise	clínica,	tumor	Solitário,	>	
2	cm	com	invasão	vascular	ou	Múltiplo,	nenhum	
>	5	cm,	NX	Linfonodos	regionais	não	podem	ser	
avaliados	e	MO	ausência	de	metástase	à	distân-
cia.	
					ypTxN0	 –	 análise	 patológica	 após	 o	 trata-
mento,	 tumor	primário	não	pode	mais	 ser	 en-
contrado,	 ausência	 de	 células	 neoplásicas	 (au-
sência	de	metástases	nos	gânglios	regionais).		
*Tabelas	nos	slides*	
	
Caso	04:	Mulher,	28	anos,	em	exame	de	checkup	
ginecológico	anual,	foi	palpado	nódulo	na	mama	
direita,	de	3	cm,	endurecidoe	aderido	à	planos	
profundos.	 O	 diagnóstico	 de	 carcinoma	 ductal	
de	mama	foi	realizado	após	punção	por	agulha	
grossa.	A	paciente	foi	submetida	a	pesquisa	de	
linfonodo	sentinela	(regional)	que	veio	positivo	
João Manuel – Medicina Nove de Julho 
(linfonodo	móvel	de	1,5cm).	Os	exames	de	ima-
gem	não	demonstraram	metástases	a	distância.	
Diante	do	caso,	pergunta-se:		
	
Qual	a	classificação	TNM	e	estadiamento?	
R:	cTNM	–	T2N1M0	e	Estágio	IIB	
	
OBS.:	Biópsia	entra	em	um	exame	clínico	
	
	
	
Caso	05:	Mulher,	30	anos,	apresentadora	de	te-
lejornal,	 faz	 acompanhamento	 no	 ambulatório	
de	 oncologia	 da	 UNINOVE	 Osasco	 para	 trata-
mento	de	um	câncer	na	laringe.	Ao	exame	físico	
e	complementar	(de	laringoscopia	e	de	imagem)	
foi	confirmado	um	tumor	primário	na	região	da	
glote,	limitado	a	uma	corda	vocal	que	levou	à	di-
minuição	da	mobilidade	da	glote	(voz	soprosa	e	
rouquidão),	 não	 apresentando	 metástase	 em	
outros	locais.		
	
Qual	a	classificação	TNM	e	estadiamento?	
R:	cTNM	-	T1aN0M0	e	Estágio	I.

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