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FAHESP/IESVAP – Medicina. Módulo: SOI V – TICs. PROFª.: Ana Rachel. Aluno: Anderson Guilherme de Lima Soares Quimioprofilaxia-meningite ENUNCIADO • Qual as manifestações clínicas decorrentes da meninigite bacteriana? • Quais são as indicações para contactantes de meningites bacterianas? • Como essas indicações devem ser realizadas? DISCUSSÃO A tríade clássica da meningite bacteriana aguda, que ocorre em 41% dos pacientes, consiste em febre, rigidez de nuca e alteração do estado mental, geralmente de início súbito. Pacientes mais velhos (idade > 60 anos) apresentam mais comumente a tríade do que pacientes mais jovens. (HASBUN, 2022) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MAIS COMUNS: Dor de cabeça intensa (84%), febre superior a 38°C (74%), rigidez do pescoço (74%), escala de coma de Glasgow <14 (71%) e náusea (62%). (HASBUN, 2022) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MENOS COMUNS Convulsões (23 %), afasia ou hemi ou monoparesia (22 %), coma (13 %), paralisia de nervos cranianos (9 %), erupção cutânea (8 %) e papiledema (4 %). Infecções concomitantes podem incluir sinusite ou otite (34 %), pneumonia (9 %) e endocardite (1 %). (HASBUN, 2022) ACHADOS CLÍNICOS ETIOLÓGICOS MENINGITE PNEUMOCÓCICA Infartos cerebrais MENINGITE POR Listeria Crises convulsivas Déficits neurológicos Rombencefalite MENINGITE POR N. meningitidis Manifestações cutâneas – petéquias e purpura Artrite (HASBUN, 2022) Ao receber um paciente com sinais que levantam suspeita de meningite bacteriana alguns caminhos devem ser seguidos, dentre eles a coleta da história e a punção lombar de líquido cefalorraquidiano (LCR). (BRASIL, 2019) A história deve buscar: • Alergias graves a medicamentos • Exposição recente a alguém com meningite (por exemplo, Neisseria meningitidis ) • Uma sinusite ou otite média recente ou atual (por exemplo, S. pneumoniae ) • Uso recente de antibióticos ( S. pneumoniae resistente a medicamentos ) • Viagens recentes, como a peregrinação Hajj e Umrah (por exemplo, N. meningitidis ) • Uma história de uso recente de drogas injetáveis (por exemplo, Staphylococcus aureus ) • Uma erupção petequial ou equimótica progressiva (por exemplo, N. meningitidis ) • Uma história de traumatismo craniano recente ou remoto (por exemplo, S. pneumoniae ) • Infecção por HIV ou fatores de risco (por exemplo, S. pneumoniae, Listeria monocytogenes , Cryptococcus neoformans ) • Quaisquer outras condições imunocomprometidas (HASBUN, 2019) O LCR deve ser enviado para: • Contagem de células e diferencial • Concentração de glicose • Concentração de proteína • Coloração de Gram e cultura bacteriana (HASBUN, 2019) Por ser considerada emergência médica, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, mesmo sem se conhecer o agente etiológico. Para o uso dos antibióticos: o tratamento é empírico e específico; ele deve ser administrado precocemente; as bactérias não podem ser resistentes ao antibiótico; o antibiótico deve atravessar a barreira hemoliquórica e se concentrar no LCR para matar as bactérias; os antibióticos bactericidas são preferenciais aos antibióticos de ação bacteriostática. (BRASIL, 2019) A pressão craniana elevada pode ser tratada com manitol, dexametasona ou hiperventilação. Surdez pode aparecer, especialmente em crianças, podendo ser evitada com o uso profilático de esteróides, como dexametasona (0,15 mg/kg a cada 6 horas, por 2 a 4 dias, com redução de dose progressiva em 5 a 10 dias). (BRASIL, 2019) A desidratação é possível e deve-se monitorar o equilíbrio hídrico para evitar choque hipovolêmico. Hiponatremia pode ser causada por reposição exagerada de água ou por secreção inadequada de hormônio antidiurético. Anticonvulsivantes podem ser usados nas crises convulsivas recorrentes. O uso de diuréticos ou corticosteróides podem ser indicadas nos casos onde estiver presente herniação cerebral precoce ou iminente. (BRASIL, 2019) De acordo com a possível etiologia e idade os antibióticos usados na quimioprofilaxia podem ser: IDADE AGENTE PROVAVEL ESQUEMA < 3 meses Estrepto B. Listeria, E. coli, pneumococos Ampicilina + ceftriaxona (ou cefotaxima) 3 meses – 18 anos Meningococos, pneumococos, H. influenzae Ceftriaxona (ou cefotaxima) 18 – 50 anos Meningococos, pneumococos, H. influenzae Ceftriaxona (ou cefotaxima) > 50 anos Pneumococos, Listeria, bacilos Gramnegativos Ampicilina + ceftriaxona (ou cefotaxima) (BRASIL, 2019) REFERÊNCIAS HASBUN, Rodrigo. Clinical features and diagnosis of acute bacterial meningitis in adults. UpToDate, 2022. HASBUN, Rodrigo. Initial therapy and prognosis of bacterial meningitis in adults. Uptodate, 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde : volume único [recurso eletrônico]. – 4ª. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2019.
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